Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 240 De 444

Rafael Dantas

Rafael Dantas

Feijoeiros , Feijoadas e os paladares cotidianos.

Sob as denominações de feijoeiros e feijões estão incluídas plantas e sementes de diversas espécies, reunindo dezenas de tipos. As espécies principais são do gênero Phaseolus. Phaseolus aconitifolius Jac. var. – origem americana Phaseolus angulares Wild – origem japonesa Phaseolus aureus Roxhg – cultivado a muito tempo na Índia Phaseolus lunatus L – origem na Guatemala Phaseolus vulgaris L – origem na América do Sul Levado para Portugal, Phasedus vulgaris L, no século 16 resulta em profundas transformações na agricultura e na alimentação, combinando-se com o milho e a abóbora, substituindo algumas leguminosas como as lentilhas, resultando em novos cardápios. Para Angola, introduzido pelo brasileiro chega o Phasedus aureus Roxhg, bem como a nossa mandioca, nativa que também compõe com o feijão a dieta mais popular e nacional desse país africano Os pratos misturados, reunindo diferentes tipos de carnes, pescados, crustáceos, temperos, leguminosas, é uma antiga tradição européia, reunindo assim em uma mesma panela ingredientes que se complementam, intercambiando sabores e adquirindo rica e especial identidade. Exemplos: o cozido português, o cozido espanhol, ou ainda o cassoulet na França, feito de feijão branco, incluindo carnes de carneiro, porco, toucinho de porco, pato, ganso e muitos outros temperos. Certamente, em contextos históricos no Brasil Colônia e Império os cardápios dos escravos eram variáveis conforme as opções dos ingredientes. Contudo vigorava uma base formada de pirões de milho, de farinha de mandioca, opções de peixes salgados e frutas que integrando-se aos outros cardápios, digam-se os europeus, trazendo dos muitos contatos com especiarias, receitas e modos de fazer e de servir orientais, ampliando assim os gostos e as opções gastronômicas. O homem português, já habituado as misturas de legumes e carnes variadas, de certa maneira, é um agente civilizador do comer no Brasil, estando também sensível aos aspectos econômicos e sociais para novos pratos e novas misturas. Atribui-se o valor nutritivo e aceitação nacional da feijoada, que é muito além de um prato, sendo verdadeiro cardápio. O feijão e misturas, reflete também uma grande mistura de povos, etnias e culturas que caracterizam o brasileiro em diferentes cenários ecológicos do litoral atlântico aos sertões, serrados, pantanais, grandes bacias hidrográficas como a amazônica entre outros. Além de forte inspiração na cozinha ibérica, Portugal e Espanha, os encontros com a África, com a vida brasileira fazem da feijoada um prato/cardápio que traduz aspectos desse ser brasileiro. Desse encontro plural, complexo e de identidades tão marcadas pelo que come e se manifesta pelos rituais diversos da alimentação Spix e Von Martius, falam de uma alimentação grosseira de feijão preto, fubá de milho e toucinho de porco, sendo um cardápio bem popular, semelhante ao cardápio de escravos em Minas Gerais e na Bahia, constando de feijão, banana, toucinho e carne-seca. Aí está a base da nossa tão celebrada feijoada brasileira, segundo um estilo à carioca, feita de feijão preto, porco em diferentes interpretações: orelhas, pés, rabinhos, toucinho todos devidamente bem salgados para assim conservar as iguarias, acrescentando-se carne fresca, daí o nome verde e de boi; carne-seca ou carne-de-charque, também salgada, além dos embutidos tais como: lingüiças de carne de porco de diferentes tipos: defumada, do tipo paio entre outras. O feijão bem cozido, deixando aquele caldo grosso, generoso e as carnes em quantidade, pois comer feijoada é o mesmo que comer muito e com muita gente, pois se há um prato socializador é, sem dúvida, a feijoada. Atribui-se a feijoada uma procedência afrodescendente, trazendo, em especial, os miúdos do porco para um aproveitamento gastronômico, ampliando e enriquecendo as opções da dieta alimentar dos escravos, sempre combinadas com as frutas disponíveis como banana entre outras. Há ainda uma combinação obrigatória na feijoada histórica e na contemporânea que é a do acompanhamento de frutas cítricas. A laranja em pedaços e o limão misturado com cachaça e açúcar, certamente para apurar e apontar sabores das carnes salgadas, do arroz, da farinha de mandioca que cobre o feijão ou em forma de farofa acrescida de ovos e demais temperos. Ainda as pimentas, sempre frescas, especialmente vermelhas, como vermelho é o fogo e o sabor que amplia o gosto e estimula comer, comer muito em tempo quase mágico que a comida indica e traduzindo inúmeros significados para o cotidiano e a festa. Além da nacional feijoada de feijão preto, notadamente no Nordeste há a feijoada de feijão mulato ou feijão mulatinho, seguindo o mesmo princípio de carnes, contudo prevalecendo carne-de-charque, carne fresca e acréscimos com as chamadas verduras – quiabo, abóbora ou jerimum, jiló, maxixe entre outros. Essa feijoada caracteriza-se pelos adubos frescos.  

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Ágora Sonora se consolida como plataforma permanente de lives

Abril de 2020. No auge do isolamento social no Brasil devido à Covid-19, as pernambucanas Twilla Barbosa e Cristiana Ferreira criaram uma solução inovadora para ajudar cantores, músicos e compositores impossibilitados de trabalhar durante a quarentena – nascia a Ágora Sonora. A partir de hoje (06/11), o projeto cresce e se consolida como plataforma de lives monetizadas, transformando-se em um sistema permanente que visa levar shows autorais a residências de todo o Brasil. O projeto começou despretensioso, com a ocasião do aniversário de Cristiana e o desejo das sócias em angariar fundos para ajudar artistas pernambucanos. Sete meses depois, a Ágora já havia apresentado mais de 100 shows incluindo artistas da Paraíba, de Minas Gerais e São Paulo, movimentando um montante de R$ 115 mil reais e um público de cerca de 5 mil espectadores. A renda média destinada a cada artista foi de R$ 1.150, quase o dobro do valor do Auxílio Emergencial concedido pelo Governo Federal. A partir desta sexta (06), a Ágora ganha endereço fixo na Internet, um portal online no qual o público pode comprar acesso a shows virtuais ao vivo por contribuições espontâneas a partir de R$ 20. O sistema oferece compra rápida e intuitiva, diferentes opções de acesso e suporte ao cliente via redes sociais e e-mail. Os shows ocorrem via aplicativo Zoom, onde um público de até 100 pessoas experiencia interação única com o artista, encurtando distâncias e rompendo as barreiras do mundo digital. O “Especial Ágora Sonora”, evento gratuito de lançamento da plataforma, ocorre às 21h desta sexta com um pocket show para convidados, reunindo 10 artistas que marcaram a trajetória de sete meses do projeto – Bruna Caram (SP), Chico Limeira (PB), Cliver Honorato (MG), Flaira Ferro (PE), Joana Terra (BA), Titá Moura (PB), Juliano Holanda (PE), Lucas Torres (PE), Nathália Bellar (PB) e Rhaissa Bittar (SP). Na sequência, também há agenda aberta ao público – dia 07/11 tem show do projeto Cantoria Crua, com os pernambucanos João Euzé, Neto Sales e Adalberto; e dia 28/11 tem apresentação de Alessandra Leão. De acordo com Twilla Barbosa, idealizadora e gestora da Ágora Sonora, diante das incertezas de cura para a Covid-19 e normalização dos eventos culturais, a proposta é que a plataforma venha para ficar. A empresária aposta nos shows on-line como experiência cultural dos novos tempos e uma opção para públicos com restrições de deslocamento. Para 2021, ela imagina ampliar a plataforma com loja virtual, novos serviços, adesão de artistas internacionais e até a transmissão ao vivo de shows presenciais para públicos de outras localidades. “Nesse período, muitas histórias se cruzaram nas Ágoras: idosos que fazem desse espaço um refúgio da solidão e do medo; amigos que compartilham o tempo com descontração; amantes da música que se aventuram em novos repertórios; o nascimento de novas amizades; o fortalecimento de vínculos afetivos para além dos territórios… São vivências intensas e concretas na descoberta do mundo virtual como parte do mundo real”, afirma Twilla. Confira aqui o site: http://agorasonora.com.br/. REVOLUÇÃO FEMININA E ATRAVÉS DO AFETO – A Ágora Sonora é uma das iniciativas culturais realizadas por mulheres que mais resplandeceram no ano de 2020. O projeto foi criado pela recifense Twilla Barbosa, produtora cultura e gastrônoma com ampla expertise nessas áreas. Nos últimos anos, ela integrou projetos como o desenvolvimento da Casa Belch, ponto multicultural durante o Festival de Inverno em Garanhuns (FIG) 2017; e idealizou ainda o projeto Quinta da Música Popular Pernambucana, no Café Liberal 1817, em 2018. Durante a pandemia, Twilla viu na Ágora uma forma de fazer a cadeia criativa continuar girando. Em seguida vieram as parcerias, que ajudaram as ideias a saírem do papel – colaboram com a Ágora a empresária e amante das artes Cristiana Ferreira, RP especialista em Marketing e sócia investidora da plataforma; a produtora Dione Lima, da Faniquito Produções, auxiliando na curadoria de artistas; Laís Moutinho, que assina a parte de Design e Desenvolvimento Web; e Thays Melo na assistência de produção. Além de fortalecer a cultura em tempos de pandemia, o projeto traz o protagonismo feminino na inovação e na difusão cultural pautada no afeto. “As lives gratuitas tiveram um momento importante e continuam tendo, mas fazia a gente sentir falta do elemento do encontro: a interação, os aplausos… Com a Ágora descobrimos que o palco virtual também é potente e que existe um público que é tocado por esse formato. As pessoas entram achando que assistirão uma live normal e saem encantadas com as possibilidades de interação e troca. De repente, estamos na sala da casa uns dos outros”, comenta Dione Lima. SERVIÇO: Especial Ágora Sonora Quando: sexta, 6 de novembro de 2020 Horário: 21h Onde: Conferência virtual via plataforma Ágora Sonora Gratuito, apenas para convidados. Mais informações: Instagram @agorasonora e @twillab Realização: Twi Lab Cultural. Apoio: Faniquito Produções AGENDA ABERTA AO PÚBLICO: 07/11 – projeto Cantoria Crua, com João Euzé, Neto Sales e Adalberto 28/11 – Alessandra Leão Ingressos disponíveis em: http://agorasonora.com.br/

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Lançamento do livro “Parque Capibaribe: A Reinvenção do Recife Cidade Parque”

Da Prefeitura do Recife Um projeto para o futuro é feito com as ideias, o esforço e a vontade de muitas pessoas. Ele é concebido, nasce, se desenvolve e nunca para de evoluir. O Parque Capibaribe é um desses projetos para o futuro. Um projeto para um Recife mais sustentável, mais integrado com o meio ambiente, trazendo as pessoas para o centro desta vivência. Iniciado em 2013 em um convênio da Prefeitura do Recife com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), através do INCITI – Pesquisa e Inovação para as Cidades, sob gestão atual da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, e com previsão de conclusão para 2037, data comemorativa dos 500 anos do Recife, o Parque Capibaribe ganha agora seu primeiro registro em formato livro: “Parque Capibaribe: A Reinvenção do Recife Cidade Parque”. A publicação foi lançada ontem, na Prefeitura do Recife. O prefeito Geraldo Julio fez o lançamento em uma reunião online com representantes da sociedade civil e atores públicos ligados ao projeto tais como o Reitor da UFPE Alfredo Gomes; os coordenadores do projeto Roberto Montezuma, Circe Monteiro e Luiz Vieira e o arquiteto, coordenador da reunião e representante da sociedade civil pelo Observatório do Recife, Francisco Cunha. O novo olhar sobre a cidade e sua relação com o rio já rendeu resultados concretos para a cidade em espaços públicos como o Jardim do Baobá, pedra fundamental do Parque Capibaribe, nas Graças e da Praça Otávio de Freitas, no Derby, remodelada com base nas diretrizes do projeto. “Hoje é um dia histórico, a gente está muito feliz, eu sei que é um dia de emoção para todos que estão participando dessa reunião por tanto trabalho, dedicação e suor. Foi muito importante mexer com as pessoas no ambiente físico, nas reuniões e oficinas, nos espaços de participação da população, dentro da Universidade, os movimentos que aconteceram nos bairros, as caminhadas conduzidas por Chico com a participação de todos nós, tudo isso mexeu muito com a cidade e muito com cada um. E esse é o ponto principal desse projeto, ele marca não só pelo produto, mas pela forma, a forma como chegamos até aqui” comentou o prefeito Geraldo Julio durante a reunião. “A gente está vivendo o momento mais crítico da vida urbana do Planeta, com a pandemia piorou, então tudo o que puder ser feito para a melhorar a vida nas cidades e para transformar as cidades em cidades mais humanas vão ter grande mérito. Precisamos dessa transformação para morar na cidade que queremos para os nossos filhos, nossa família e para os cidadãos”, complementou ele. Já o reitor da UFPE Alfredo Gomes comentou sobre a importância da perspectiva de integração do projeto. “É uma alegria estar com a Prefeitura nesta parceria e estamos à disposição para dar continuidade a esta parceria. Entregamos com muita alegria esse livro. Quero fazer o reconhecimento a todos, tivemos mais de 300 pesquisidores envolvidos nessa ação. Muita pesquisa e cruzamento de dados. O trabalho dá uma grande esperança de que os rios promovam a integração e a união da cidade, e não de divisão da cidade. Parabenizo aos envolvidos nessa ação tão importante, em especialmente aos coordenadores. Que possamos construir uma cidade cada vez mais justa, igualitária e inclusiva”, disse ele. Representando a sociedade civil organizada, Francisco Cunha afirmou que o lançamento do livro é um marco histórico do “mais importante plano urbanístico da história do Recife. “Terminamos descobrindo por essa extraordinária pesquisa realizada que o rio, que corta a cidade, é o meio de realizar a conexão da cidade, uma forma de sutura. Queria homenagear a todos que estão participando e dizer que para mim este é o maior estudo e o mais importante plano urbanístico feito no Recife. Esta é uma iniciativa de reinvenção da cidade. Esse trabalho chegou onde chegou porque o prefeito Geraldo Julio, pessoalmente, foi patrocinador desse projeto.” A Reinvenção do Recife Cidade Parque narra a origem e as diretrizes que construíram o projeto Parque Capibaribe. Fala sobre essa visão de futuro que carrega em si os elementos necessários para a promoção de um reencontro com o Capibaribe e a reestruturação da cidade ao redor deste rio nas próximas duas décadas. Um projeto de uma cidade mais verde, que favorecerá a conexão com a natureza através da gradativa recuperação das águas e matas ciliares e na criação de espaços abertos, coletivos, inclusivos. Uma iniciativa que abraça processos sustentáveis para o enfrentamento dos desafios de um planeta em transformação, com efeitos tanto climáticos quanto econômicos. “Foi um trabalho histórico de mais de 300 pesquisadores durante oito anos para entregar uma visão de futuro. Um projeto inovador, inclusivo, que tem o objetivo de transformar Recife em uma cidade mais saudável, pacífica e próspera. O Parque Capibaribe é uma tentativa de redescobrir a alma de vanguarda do Recife nestas águas do rio”, explicou o urbanista Roberto Montezuma, coordenador do INCITI. Também à frente da coordenação do Parque Capibaribe, Circe Monteiro avaliou que o livro é um dos produtos do projeto Parque Capibaribe com produção de conhecimento transversal, envolvendo áreas como economia, sociologia, engenharia, comunicação, design. “Esse projeto foi uma experiência extremamente inovadora e quebrou vários paradigmas na forma de se pensar a cidade”, comentou ela. E Luiz Vieira, mais um coordenador do Parque Capibaribe, fez a apresentação do conteúdo do livro: “é uma grande honra apresentar esse livro, o resultado do projeto Parque Capibaribe”. Em mais de 300 páginas com textos e amplo material fotográfico, pesquisadores do INCITI, atores públicos e profissionais que trabalharam no processo de criação do projeto fazem um grande ensaio, registro e diagnóstico dos primeiros anos desta ação duradoura para o Recife. Desde a concepção até as ativações de novos espaços da cidade, como no caso do Jardim do Baobá, nas Graças, e da Praça Otávio de Freitas, no Derby. Mas o livro não deixa de fora as ações pontuais, como as reuniões e atividades que fortaleceram ao longo dos anos a identidade do projeto junto aos recifenses. Além disso tudo, “Parque

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Recife Outlet escolhe seu superintendente

Diretor de operações da Agência Brasileira de Outlets, Marco Pacheco já está há 25 anos na indústria de Shopping Centers. Agora liderando o desenvolvimento e gestão de Outlets Centers, com projetos em operação nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste, estima gerar mais de 2 mil empregos no novo empreendimento do grupo, a Recife Outlet, em Moreno. A inauguração deve ocorrer no dia 25 de fevereiro de 2021.

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Salgueiro implanta serviço inédito no Norte-Nordeste para diagnóstico de Hipertensão Arterial

No Brasil, de acordo com dados de 2018 da Sociedade Brasileira de Cardiologia, a prevalência de hipertensão arterial (HA) na população adulta varia de acordo com o grupo estudado e o método de avaliação, mas oscila entre 31% a 35,8% dos indivíduos. Muitas vezes, entretanto, a aferição feita em consultório pode não corresponder à real oscilação dos valores da pressão arterial do paciente durante sua rotina, o que resulta em diagnósticos equivocados. Visando tratamentos mais assertivos e dados mais precisos sobre a incidência desta doença na população, o município de Salgueiro, localizado a 513 km do Recife, acaba de implementar um serviço inédito no Norte-Nordeste para diagnóstico da hipertensão arterial nas suas 20 unidades básicas de saúde: a MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial), método diagnóstico largamente utilizado nas clínicas privadas de todo o país, mas só disponibilizado no SUS em estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Trata-se de um exame destinado a fazer os registros da pressão arterial por longo período de tempo, fora do ambiente do consultório. As medidas são realizadas por indivíduo treinado para tal (o paciente ou qualquer outra pessoa), com equipamento validado, calibrado e provido de memória. A MRPA é realizada com aparelhos automáticos, digitais e com armazenamento dos dados no equipamento para emissão dos laudos. Esses monitores possuem certificado de validação internacional corroborado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO). As medições são realizadas no paciente durante o período de cinco dias, em ambiente domiciliar, em horários estabelecidos pelo protocolo do exame. Ao final deste prazo, o paciente devolve o aparelho na Unidade Básica de Saúde (UBS), e os dados são transferidos por tecnologia Bluetooth para a plataforma TeleMRPA (https://www.telemrpa.com/). Estas informações são processadas e, posteriormente, analisadas pelo cardiologista responsável pela emissão dos laudos, disponibilizando ao paciente para apresentação ao médico na UBS. De acordo com o presidente do Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o pernambucano Audes Feitosa, atualmente, este serviço só está disponível via rede pública nas cidades de Campos do Jordão (São Paulo), Lucas de Rio Verde (Mato Grosso) e Coxilha (Rio Grande do Sul). Algo que, ainda segundo ele, contribui para um diagnóstico mais realista e, consequentemente, para o uso racional dos medicamentos. “Mais de um terço dos pacientes apresentam pressão arterial com valores diversos, para mais (a chamada hipertensão do avental branco) ou menos (a hipertensão mascarada), no consultório. Então, devido a esta variabilidade, é preciso fazer mais medidas ao logo de determinado período para se ter certeza do valor”, afirma complementando que no caso dos hipertensos em estágio 1 que vão ao consultório, apenas metade possuem o diagnóstico confirmado enquanto 20% dos pré-hipertensos apresentam hipertensão mascarada. “Os efeitos do uso indevido do remédio podem ser hipotensão, tontura, mal-estar, além de outros específicos do remédio. Por outro lado, a falta da medicação para quem precisa pode trazer ainda consequências piores, como a mortalidade”, explica. O cardiologista Elder Gil, responsável pelos laudos dos exames de MRPA no município de Salgueiro, explica que outro benefício da implementação do exame é ter um diagnóstico local mais preciso do problema. “Nos próximos dois anos, teremos um panorama da prevalência de Hipertensão Arterial, bem como dos seus fenótipos (Hipertensão do Avental Branco, Hipertensão Mascarada e Normotensão) no município. O uso da MRPA na rotina do médico da família melhorará a adesão medicamentosa e aumentará as taxas de controle da pressão arterial, além de possibilitar uma melhor verificação da eficácia do tratamento anti-hipertensivo”, acredita, salientando que sente orgulho, como sertanejo, de ver o município de Salgueiro despontando como pioneiro na implantação de um método diagnóstico para hipertensão arterial no SUS, acessível a todos. “Isto é de extrema importância, visto que se trata da doença de maior prevalência na população adulta brasileira e de maior impacto na saúde cardiovascular por aumentar riscos de infarto do miocárdio, AVC, insuficiência renal, dentre outras patologias”, relata. A secretária de saúde do município de Salgueiro, Adja Barros, afirma que os aparelhos estão sendo disponibilizados às unidades de saúde seguindo uma programação que teve início na semana passada. “Será um para cada unidade neste primeiro mês de adaptação, aumentando progressivamente conforme a demanda gerada. Cada UBS atende, individualmente, entre 1200 a 3000 pacientes, muitos deles portadores ou com suspeita de hipertensão. Vamos disponibilizar o exame para muitos usuários neste início, e a cada semana avançaremos no diagnóstico preciso da hipertensão. Dentro de dois a três meses, este número deve dobrar. Com este diagnóstico local, faremos um mapeamento mais adequado dos casos de hipertensão no município que nos ajudará a planejar as ações de diagnóstico e controle dos portadores da doença que compreendem um terço da população adulta aproximadamente” considera.

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Ipea: setembro tem aumento de 5,8% na demanda por bens industriais

Da Agência Brasil O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais subiu 5,8% em setembro, na comparação com o mês de agosto. Os dados foram divulgados hoje (5) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No trimestre móvel encerrado em setembro, houve crescimento de 14,4% na margem. O indicador mede a demanda interna por bens industriais, analisando a produção industrial interna não exportada, acrescida das importações. Na comparação anual, com setembro de 2019, houve retração de 0,5%. Segundo o Ipea, a produção nacional cresceu 5,9% no mês analisado, e a importação de bens industriais teve aumento de 1,7%. O bom desempenho ocorreu em todas as grandes categorias econômicas, com destaque para os bens de consumo duráveis, que cresceram 12%, e para os bens semi e não duráveis, que tiveram alta de 10,7%. Na indústria geral, o consumo aparente avançou 5,8% em setembro, com a indústria de transformação apresentando resultado positivo de 6,3%, enquanto a indústria extrativa mineral teve queda de 3,2%. Entre os setores produtivos, 21 dos 22 segmentos analisados pelo Ipea apresentaram melhora na avaliação dessazonalizada. Os destaques foram o de veículos, com alta de 17,1%, e de vestuário, que subiu 13,6%. Na comparação com setembro do ano passado, apenas 11 segmentos tiveram aumento, com os produtos não metálicos subindo 9,6% e os produtos de metal, 8,2%. No acumulado de 12 meses, o indicador do Ipea fechou setembro com queda de 6,3%, enquanto a produção industrial medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou queda de 5,5%.

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Confira as Lives Algomais com os candidatos à Prefeitura do Recife

Para contribuir no debate das Eleições Municipais 2020, as últimas quatro Lives Algomais foram com os candidatos à Prefeitura do Recife. Conversamos com João Campos (PSB), Mendonça Filho (DEM), a Delegada Patrícia (Podemos) e Charbel Maroun (Novo). Convidamos também a candidata Marília Arraes (PT), mas não houve agenda disponível da candidata. Assista abaixo as lives ou siga para o nosso canal do Youtube para conferir. Charbel (Novo) . João Campos (PSB)   Delegada Patrícia (Podemos)     Mendonça Filho (DEM). (

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Os recados e versos de Zeca Lemos

*Paulo Caldas Neste “Singularidades” são plurais os recados e versos de Zeca Lemos. Os escritos intercalam textos vestidos de reflexões, algumas vezes com enigmática elegância, quando nascidos do ofício do psicoterapeuta, mas que noutros momentos obedecem à voz do poeta: “mãe ímpar, ursa maior, lençol acolhedor, heroína prima… Epicentro da ternura… Rainha de encanto… Latinas morenas, arrosetadas encarnadas…” As virtudes conteudísticas do livro, observadas pelas lentes inspiradas de Flávia Suassuna, seguem o mestre Drummond quando nos aconselha a procurar a poesia no reino das palavras e assim, na trilha de Itabira, Zeca Lemos ergue o seu castelo. Num jogo lúdico, ele trabalha, relaciona, mistura, experimenta, pesquisa, libera palavras que indicam um sentido, uma saída, se houver coragem para enfrentar a sua decifração. Conforme opina Amílcar Figueiredo, no texto de contracapa, Zeca Lemos se dedica a visitar seu universo próprio de sensações, reflexões, sentimentos, trazendo-os à luz e os ressignificando, em um processo de transformação e evolução individual e social. Acrescenta que o autor expressa palavras carinhosas, poéticas, sugestivas, que brincam entre si e entram em nossa mente nos convidando para fazer o mesmo resgate interior, facilitando nosso crescimento emocional, mental e espiritual. O livro tem o projeto visual de Eliseu Saraiva, revisão de Flávia Suassuna e impressão da Livro Rápido Editora Gráfica. Os exemplares podem ser adquiridos pelo fone-watts app 9978-4237 *Paulo Caldas é Escritor

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