Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 297 De 443

Rafael Dantas

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Centro Apolo-Hermilo promove conversa virtual sobre as artes cênicas

Na próxima segunda-feira (27), o Centro Cultural Apolo-Hermilo convida artistas e público a driblar as impossibilidades impostas pela pandemia para se dedicar ao teatro na teoria e na internet. A partir das 20h, o Projeto Vivências, de registro de memórias para reflexão e celebração das artes cênicas em Pernambuco, recebe para uma conversa comprida um dos mais antigos funcionários do Teatro Santa Isabel, mão na roda da engrenagem cênica recifense desde a década de 1970. João do Carmo Bezerra Cavalcante, mais conhecido como Joca, é atualmente diretor de palco e gerente de infraestrutura da casa, para a qual foi levado por Ariano Suassuna, nos idos da década de 1970, onde já atuou como eletricista e iluminador de palco. Joca conversará com os provocadores e/ou atores, autores, gestores culturais, realizadores e profundos conhecedores da arte pernambucana Paulo de Castro, Carlos Carvalho, Eron Vilar, Horácio Falcão e Leda Alves, que já foi gestora do equipamento e é secretária de Cultura do Recife desde 2013. A conversa será na plataforma Zoom. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo Sympla, no link: https://www.sympla.com.br/projeto-vivencias-convida-joca-nova-data__916848. As vagas são limitadas. O Projeto Vivências é uma realização do Centro de Cultural Apolo Hermilo e Centro de Documentação Osman Lins, mantidos pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

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Pesquisa iniciada na UFPE apresenta o mais novo dinossauro brasileiro

Por Renata Reynaldo, da UFPE Lagarto nascido do fogo do Museu Nacional. É assim que se traduz o nome do mais novo dinossauro identificado no Brasil. Encontrado e analisado por pesquisadores da UFPE, Universidade Regional do Cariri e Museu Nacional/UFRJ, grupo liderado pela professora Juliana Sayão, que atuava no Centro Acadêmico de Vitória (CAV-UFPE), o Aratasaurus museunacionali tem outra curiosidade: apresenta formas com ocorrência até então restritas à América do Norte e à China, o que leva os paleontólogos a concluir que “esse grupo de animais era mais diversificado e tinha uma distribuição mais ampla do que se supunha”. O estudo de identificação do Aratasaurus – “ara” e “atá” no Tupi significam “nascido” e “fogo”, e “saurus” vem do grego e quer dizer “lagarto” –, partiu de um único fragmento, uma perna direita, encontrado em rochas que recebem o nome de Formação Romualdo, na região da Bacia do Araripe, área rica em fósseis que se estende pelos estados de Ceará, Pernambuco e Piauí. A amostra é classificada no grupo dos celurossauros, que surgiram há cerca de 168 milhões de anos, no período Jurássico Médio, e englobam muitas formas de dinossauros, incluindo as aves recentes. O nome da espécie, museunacionali, é uma homenagem ao primeiro museu fundado no Brasil, em 1808, que foi vitimado por um incêndio de grandes proporções em 2018. O exemplar agora revelado não foi afetado por estar em um laboratório anexo ao palácio. CRETÁCEOS | Segundo Juliana Sayão, que desenvolveu a maior parte da pesquisa no Laboratório de Paleobiologia e Microestruturas do CAV-UFPE, e hoje é docente na UFRJ, os fósseis descobertos na região estudada estão preservados em nódulos calcários, com exceção do Aratasaurus, que foi encontrado em uma placa de folhelho (rocha escura composta por finas lâminas de sedimentos com grãos do tamanho dos de argila), procedente de uma camada situada na base da Formação Romualdo. “Isso indica alguns milhares de anos a mais do que a camada com os nódulos calcários”, explica. A formação dessas rochas é estimada entre 115 e 110 milhões de anos, um período geológico denominado de Cretáceo Inferior. “É o primeiro registro de dinossauro nessa parte da Formação Romualdo, o que abre a possibilidade para novos achados no futuro”, sugere a pesquisadora. Os dados de identificação apontam que o Aratasaurus tinha pouco mais de 3m de comprimento e uma massa entre 34 e 35 kg, estando, portanto, ainda em fase de crescimento, sendo um jovem que poderia alcançar dimensões maiores quando adulto. “Deveria ser um predador ágil, que corria pelas margens de lagos à procura de alimento, possivelmente pequenos animais, e é provável que seu corpo fosse recoberto por estruturas filamentosas interpretadas como protopenas, assim como muitos outros celurossauros”, revela a pesquisadora. A identificação oficial do novo dinossauro foi publicada na prestigiada publicação Scientific Reports com o artigo “The first theropod dinosaur (Coelurosauria, Theropoda) from the base of the Romualdo Formation (Albian), Araripe Basin, Northeast Brazil”, com autoria conjunta de pesquisadores brasileiros e chineses.

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Bagy registra crescimento de 28% em Pernambuco durante a pandemia

O Bagy, plataforma que ajuda pequenos e médios varejistas a criar seus e-commerces em apenas 15 minutos e já sair vendendo, teve um crescimento de 28% em Pernambuco desde que a pandemia começou. Das 78 lojas cadastradas provenientes do estado, 22 entravam para o ambiente online durante a pandemia na expectativa de amenizar a súbita queda de faturamento, já que o isolamento social imposto pela Covid-19 obrigou os comércios físicos a fechar as portas. Lojas de roupas femininas, infantis e de artesanato são as que apresentaram maior crescimento. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o Brasil abriu mais de uma loja virtual por minuto desde o início do isolamento social, em março. Em pouco mais de dois meses, foram 107 mil novos estabelecimentos criados na internet para a venda dos mais diferentes produtos. Antes da quarentena, a média de abertura de lojas na internet era de 10 mil estabelecimentos por mês. "Desde que lançamos a plataforma, em 2017, até março, quando a pandemia começou, tínhamos 3.500 clientes. Em apenas três meses, o Bagy mais que dobrou de tamanho. Hoje estamos com quase 8 mil clientes. São, em média, 90 novas lojas cadastradas por dia e, antes da crise, eram 150 por mês. Nesse período da pandemia, já geramos quase R$ 6 milhões em faturamento para os e-commerces, renda que não teriam se não tivessem ingressado no comércio eletrônico", diz Pedro Rabelo, CEO do Bagy.

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Pernambucano vence competição global de design da Michelin

O designer pernambucano Dayvid Almeida, 27 anos, venceu a Michelin Design Challenge. A competição global, organizada pela Michelin North America, tem o propósito de reconhecer jovens designers que desenvolvem projetos de mobilidade voltados para o futuro sustentável. Na edição 2020, a competição trouxe como tema "Upcycle: desenvolvimento de uma mobilidade sustentável e que aproveite as possibilidades tecnológicas do futuro". Diante dessa provocação, Dayvid  desenvolveu o projeto Volkswagen MUT.E. O projeto consiste em uma membrana feita de smart material que se dobra transformando-se em um veículo e que também pode se converter em módulos arquitetônicos para a cidade, dando diversas funções a um único objeto. Através da biomimética, que se inspira na natureza para a criação de soluções para a indústria, o veículo baseia-se na flexibilidade e capacidade de agarrar objetos que os tentáculos do polvo possui. "O foco atual da indústria automotiva está voltado para a eletrificação da mobilidade, porém muitas vezes originada de uma forma não tão sustentável e que gera preocupações ainda maiores com o descarte da grande quantidade de baterias inutilizáveis com o tempo. A proposta do VW MUT.E segue uma direção totalmente diferente. O veículo é impulsionado por pistões de ar designados como "smart materials" ou materiais inteligentes, permitindo que os pistões se estiquem para impulsionar o veículo na direção contrária, gerando movimento. Sendo o ar o principal combustível de locomoção, o veículo praticamente criaria vida 'inspirando' e 'expirando' o ar interno para se locomover", explicou o designer. A cerimônia de premiação aconteceria em um evento internacional de mobilidade em Montreal, o Movin'on Summit. Por conta do covid-19, o evento aconteceu de forma online no dia 16 de julho. Além de receber um troféu de reconhecimento, Dayvid  terá uma revisão de seu portfólio com importantes diretores de design da indústria automotiva. Natural de Vitória de Santo Antão, Dayvid  é aficionado por carros e desenhos à mão desde criança. Seguindo as duas paixões, ele ingressou no curso de Design na UFPE entre 2011 e 2018. "Nesse mesmo período tive a oportunidade de estudar design de interior automotivo na Hochschule Reutlingen, na Alemanha, por 1 ano (entre 2014 e 2015) através do programa Ciências sem Fronteiras. Isso me encorajou a acreditar ainda mais na minha capacidade de idealizar e projetar novos meios de transporte contribuindo para a mobilidade do futuro". Atualmente o jovem trabalha como designer industrial, integrando a equipe que projeta exoesqueletos da startup pernambucana Neurobots, que já foi destaque em algumas publicações da Algomais e também é uma colecionadora de premiações. "Trabalhando nessa startup estou aprendendo com o time a projetar exoesqueletos de uma complexidade considerável. Isso me fez ganhar confiança para utilizar minha criatividade no desenvolvimento de soluções factíveis para a indústria". Confira abaixo o vídeo de apresentação do designer premiado pela Michelin: . LEIA TAMBÉM Neurobots se destaca em premiação global http://revista.algomais.com/exclusivas/startups-atalho-para-inovacao  

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Consul Geral John Barrett voltará aos Estados Unidos

Após três anos de trabalho no Recife, o cônsul geral americano John Barett está retornando aos Estados Unidos. Publicamos hoje uma entrevista com ele, que é fellow do Iperid, concedida ao jornalista Rafael Dantas. O nome do novo representante dos EUA no consulado instalado na capital pernambucana será anunciado em breve. As oportunidades na relação Pernambuco x EUA no contexto pós-pandemia e a relevância da atividade consular na cidade são alguns dos temas dessa conversa. Diplomata de carreira, Barrett já trabalhou em Washington D.C., atuando como oficial sênior responsável pelo suporte à relação bilateral EUA-Filipinas. No Brasil já serviu na Embaixada dos EUA em Brasília, entre 2008 e 2011. Na sua trajetória profissional diplomática já passou também por El Salvador, China, Afeganistão e Guatemala. . Há quanto tempo você assumiu o consulado do Recife e como avalia a sua passagem durante esse período no Brasil? Foi uma verdadeira honra representar os Estados Unidos no nordeste do Brasil nos últimos três anos. Cheguei no dia 2 de julho de 2017, apenas algumas horas antes da Celebração do Dia da Independência do Consulado, e ainda me lembro bem da festa. No palco, anunciei que aprenderia a surfar durante o meu tempo aqui. Fico feliz em dizer que honrei esse compromisso e já consigo surfar nas ondas leves da praia de Maracaípe. Nosso trabalho no Consulado também evoluiu. Durante os últimos três anos mais de 165 mil vistos foram emitidos e apoiamos o desenvolvimento econômico, educacional e cultural dos estados do Nordeste, através de programas de intercâmbio com especialistas, professores e pesquisadores americanos. Demos especial atenção à promoção da ciência e da tecnologia para jovens estudantes da rede pública e ao ensino de inglês. A segurança mútua também é uma grande área de cooperação. Assinamos memorandos de compartilhamento de informações importantes com sete estados do distrito consular, o que ajudará os dois países a reprimir o crime internacional.   No cenário pós-pandemia, como você avalia a relação Brasil-Estados Unidos? Há oportunidades para Pernambuco? As empresas americanas continuaram operando e crescendo ao longo dos últimos três anos em Pernambuco e no Nordeste. As turbinas da General Electric irão gerar energia na maior usina de gás natural liquefeito do país em Sergipe, um projeto que também depende de um forte apoio financeiro de setor privado dos Estados Unidos. A Amazon anunciou planos para abrir um centro de distribuição no Porto de Suape, o primeiro do gênero fora de São Paulo. Outras empresas Americanas estão investindo em todo tipo de atividade, desde projetos ambiciosos de cabos de fibra óptica submarina até pequenas e promissoras startups no Porto Digital. Nosso Embaixador no Brasil, que tem muita experiência em acompanhar economias, disse que a pandemia criará oportunidades para as relações comerciais Estados Unidos-Brasil. Acho que ele está certo, as empresas americanas estão buscando uma diversificação geográfica para suas linhas de produção. E os Estados Unidos e o Brasil sempre tiveram uma inclinação natural para trabalhar juntos, uma vez que são as duas maiores democracias e economias do hemisfério. A meu ver, as maiores oportunidades de colaboração no Nordeste permanecem em energia, especificamente renovável, tecnologia e inovação, saúde e infraestrutura.   Na sua opinião, qual a relevância da rede de consulados presentes no Recife para o desenvolvimento da região? Tenho orgulho de dizer que o Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife faz parte desta comunidade há 205 anos consecutivos. Isso nos torna um dos mais antigos postos diplomáticos dos Estados Unidos no hemisfério. Recife abriga uma série de missões diplomáticas, mais do que qualquer outra cidade do Nordeste. Isso mantém Recife e sua população mais conectados ao mundo e garante uma ampla gama de negócios e outros intercâmbios culturais e acadêmicos.   Você é Fellow do Iperid e tem participado nas ações dessa instituição. Como você avalia o trabalho do Iperid? Fiquei honrado quando o Iperid me convidou para colaborar com eles. Como um Instituto de Pesquisa em Relações Internacionais e Diplomacia que se concentra essencialmente nesta região do Brasil, desempenha um papel vital na facilitação de discussões, na análise de dados e tendências e na busca de recomendações que atendam às necessidades locais. É importante unir diversas cabeças pensantes locais para focarem em questões locais que impactam à coletividade.   Com o final desse ciclo você retorna para os Estados Unidos? Quais os novos planos? Vou fazer uma pequena pausa em minha cidade natal que fica ao longo da costa central da Califórnia. Não vou surfar, pois as águas lá são sempre bem geladas. Vou me reconectar (com cautela, é claro, devido á pandemia do Covid) com minha família e amigos que moram lá. Depois, viajarei para nossa Embaixada em Lima para administrar nosso relacionamento econômico com o Peru como Conselheiro de Assuntos Econômicos.

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Conquistas e tragédia de Delmiro Gouveia em edição do Grandes Personalidades

Da Fundaj O caráter épico e dramático da história do industrial Delmiro Gouveia (1863—1917) já lhe rendeu inúmeras obras. O cearense de origem pobre tornou-se um dos homens mais ricos e importantes do Nordeste do Brasil na virada do Século 20, quando promoveria uma transformação social e econômica no Sertão alagoano. O tema da sexta edição da série Grandes Personalidades da História do Nordeste da Fundação Joaquim Nabuco serão seus casos e feitos revisitados pelo pesquisador Edvaldo Nascimento, na palestra ‘Delmiro Gouveia – a trajetória nada ortodoxa de um industrial sertanejo’. O evento ocorre hoje (23), às 17h, no canal da instituição pernambucana no YouTube, com mediação do jornalista Marcelo Abreu. Responsável pela construção do que é considerado o primeiro shopping center do País, ainda no Século 19 — o Mercado-modelo do Derby —, foi também pioneiro na industrialização do Sertão. “Delmiro Gouveia é dos poucos brasileiros a que se pode aplicar de modo exato e sem exagero o clichê de que estava muito mais avançado que o seu tempo, a sua geração”, opina Mario Helio, diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), da Fundaj. “Pioneiro de fato, em mais de um negócio, da indústria e do comércio, foi também o exemplo daquela ideia de Ortega y Gasset de que uma pessoa é o que é e mais as suas circunstâncias, e as dele resultaram trágicas e frustradas em mais de um aspecto”, conclui. Autor de Delmiro Gouveia e a Educação na Pedra (2012), caberá ao pesquisador alagoano Edvaldo Nascimento contar desta figura à luz de seu tempo. “Desde 1997, me relaciono com Delmiro, quando passei a morar na cidade que leva seu nome, aqui em Alagoas. Uma relação que se aprofundou quando desenvolvi minha pesquisa de mestrado sobre o projeto educativo instituído por ele no Sertão alagoano”, relembra. Segundo ele, a imagem da região e do sertanejo no pensamento nacional da época, majoritariamente, era de lugar inóspito, avesso à modernidade, de cidadãos incultos e incapazes. “Delmiro contrapôs essa visão hegemônica com suas realizações. Foi líder de uma experiência que mostrou justamente o contrário”, defende Nascimento. Lá, o conhecido ‘Rei das Peles’ consolidou seu império. Fugido do Recife em novembro de 1902 para a seca região da Pedra, contornada pela Cachoeira de Paulo Afonso, não só ampliou seus negócios com peles de cabras e ovelhas, como construiu uma fábrica de linhas e explorou o potencial energético da queda d’água, inaugurando a primeira Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso. “Ele vai ser transformado no símbolo de modernidade e progresso. Vai instituir jornada de oito horas de trabalho, regras e hábitos, construir escolas e cinemas, vai abrir estradas ligando a várias estados para facilitar o escoamento das produções e a chegada de máquinas. Passa com isso a ser visitado por lideranças religiosas e políticos”, conta o pesquisador. Entre afagos e ofensas Filho do cearense Delmiro Porfírio de Farias e da pernambucana Leonila Flora da Cruz Gouveia, o futuro empreendedor ficou órfão aos 15 anos de idade, quando começou trabalhar como cobrador em uma companhia de trem no Recife. De lá até se tornar o ‘Rei das Peles’, como maior comerciante do gênero, foram apenas cinco anos. Delmiro Gouveia tinha tino para os negócios. No Recife, foi proprietário não só do Mercado-modelo (atual Quartel do Derby), mas também de um hotel de status internacional (hoje Memorial da Medicina de Pernambuco) e da Usina Beltrão (mais tarde, Fábrica Tacaruna). “Entrou para a história da capital, com uma trajetória polêmica. Ele foi amado e odiado”, revela Edvaldo. De acordo com o pesquisador, ele transitou entre intelectuais de diversas vertentes ideológicas. “Era um homem de respeito em Apipucos, onde realizava eventos com a alta sociedade. Entre seus admiradores estavam Assis Chateaubriand, Gilberto Freyre, Graciliano Ramos, Otávio Brandão, Pedro Mota Lima, dentre tantos outros. Mas também era um don juan, afeito aos namoros, do tipo que não levava desaforo para casa”, destaca. Dentre os seus desafetos estavam o Conselheiro Rosa e Silva, vice-presidente da República entre 1898 e 1902, a quem teria agredido no Rio de Janeiro, e o então governador de Pernambuco Sigismundo Gonçalves. “Ele se envolveu com a amante do governador e saiu do Recife para não morrer”, conta. Assassinado em 10 de outubro de 1917, Delmiro Gouveia estava na varanda de seu chalé quando foi alvejado com três tiros. Sua morte nunca foi totalmente esclarecida. “Na versão oficial, foram condenadas três pessoas como autores materiais e duas como autores intelectuais. Entretanto, há controvérsias na história e nos processos. Por isso, biógrafos e historiadores levantam várias possibilidades. Existe quem defenda que tenha sido em razão do envolvimento com a filha do capitão Firmino Rodrigues; quem diga que tenha sido por uma agressão cometida com Herculano Vilela, na Feira de Água Branca; outros que seria ainda consequência da briga com oligarquia pernambucana”, finaliza.

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Evento discute soluções tecnológicas e de gestão para contornar a crise da educação

O escasseamento de recursos do Fies, a “evasão e inadimplência” em escolas e universidades e o desgaste institucional em torno da prorrogação do Fundeb são fatores que agravam a crise do setor de educação no país. Em meio a esse panorama, gestores e empresários de educação têm corrido atrás de estratégias de inovação nos negócios e capacitação tecnológica para garantir matrículas e manter austeridade financeira de suas empresas. Essas são algumas das discussões que vão pautar o I Meeting Nacional de Educação em Cenários de Transformação - Os desafios da Educação no Novo Cenário, nos dias 28 e 29 deste mês, com inscrições gratuitas, pela internet, e transmissão ao vivo pela ferramenta Zoom e pelo YouTube. O evento é organizado pela empresa Lumi Consult, que presta serviços de consultoria e planejamento para o setor. “A perspectiva é de que neste segundo semestre as famílias tenham uma perda brutal de receita, ainda maior que nos últimos cinco meses. As universidades particulares, em especial, vão sofrer com a queda no ingresso de novos alunos, inadimplência das matrículas antigas e trancamentos. O que precisamos encarar é como uma instituição de ensino superior pode manter a qualidade acadêmica e a absoluta austeridade financeira, entregando aulas que garantam a qualidade da aprendizagem neste contexto”, destaca um dos palestrantes do encontro, o educador e empresário Victor Mirshawka Junior. O encontro será dividido em dois blocos. O dia 28 contempla o eixo “Desafios”. O painel 1, que começa às 17h30, traz o tema “Tecnologia, Inovação e Educação”, a ser debatido por Luciano Meira e Victor Mirshawka Jr. Luciano é PhD em educação matemática, pesquisador em cognição e educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coordenador de Ciência e Inovação da Joy Street, empresa que desenvolve tecnologias educacionais no ecossistema do Porto Digital. “Apesar de toda a quebradeira que ainda vai ocorrer no país frente à falta de apoio às pequenas e médias empresas, eu acho que empresas com forte ênfase em tecnologias digitais, como as que estão no Porto Digital, sairão mais fortes desse cenário, em especial aquelas que investem em educação”, avalia Meira. Ainda no dia 28, o painel 2, “Inteligência de Negócios, Dados e Privacidade na Educação”, traz para a discussão o executivo em educação superior Rodrigo Bouyer, da Brand Üniversity, de São Paulo. A empresa tem um sistema próprio de business intelligence voltada a desenhar soluções para o setor de educação. “Há um risco de 30% das faculdades de hoje deixarem de existir pós-Covid, caso não haja qualquer salvaguarda do governo federal para ajudar essas instituições a não naufragarem. E no ensino básico também temos sentido a consolidação do mesmo caminho”, alerta Bouyer, que será acompanhado no painel pelo advogado e chefe de gabinete da reitoria da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Rodrigo Pellegrino. Mediador dos debates e executivo da Lumi Consult, empresa que tem apoiado o desenvolvimento de soluções dedicadas às instituições de ensino, Alberto Borges explica que outro tema que será abordado neste momento do evento, focado na inteligência de mercado no negócio de educação, diz respeito ao cuidado com a privacidade dos alunos no ambiente digital. “A escola que está investindo em material didático do século 21 precisa atender os requisitos de compliance, alguns deles definidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A escola estará lidando com dados pessoais sensíveis de crianças e adolescentes e precisa estar atento aos cuidados”, reforça. TRILHA DA RETOMADA O segundo dia, 29, contempla o eixo “Soluções”. O painel 1 traz o tema “Trilha da Retomada”, a ser discutido pelo ex-reitor da UFPE e atual diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves, e a presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), Beth Guedes. Este é o momento quando serão discutidos caminhos para a retomada do ensino básico e superior. “Essa demanda por transformação na educação não é algo transitório e momentâneo, é uma discussão urgente. Como fazer para retomar o ensino atendendo a tantas demandas e tantos públicos diferentes e num ambiente de incerteza? Essa é uma das pautas”, adianta Borges. Mozart Neves e Beth Guedes, que são algumas das maiores referências em educação no país, vão falar também sobre como fazer essa transição digital na educação pública. O painel seguinte, “Educação, Crise e Transformação”, vai fomentar o debate sobre o que se espera das escolas e universidades e como fazer a transformação dos atores envolvidos no processo de aprendizagem a partir deste momento. À frente das discussões estará a consultora em gestão de pessoas Ana Cantarelli e o head de inovação da startup Stape Music, Dante Freitas. Embora o público-alvo do meeting sejam empresários de educação, o evento é aberto a todos os envolvidos, pais, professores e alunos. Durante todo o encontro, serão trazidos cases nacionais voltados à educação para contextualizar as discussões. O evento será realizado pela plataforma Zoom e os primeiros inscritos poderão entrar na sala e interagir com os palestrantes. Quem não conseguir poderá acompanhar todo o meeting, durante os dois dias, pelo canal da Lumi Consult no YouTube. Para participar e saber mais informações, é só acessar a página https://materiais.lumiconsult.com.br/i-meeting-nacional-de-educacao. Os inscritos receberão um e-book gratuito sobre a Lei Geral de Proteção de Dados.

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Projeto NEO Brasil promove educação 3.0 em Pernambuco

Se antes da pandemia já se fazia necessária a inclusão das habilidades e competências digitais nos afazeres pessoais e profissionais, agora é indispensável que todos estejam adaptados e sejam capazes de criar e produzir nos ambientes virtuais. Com o olhar da educação contemporânea alinhado ao atendimento das expectativas de mercado, o projeto Novas Oportunidades de Empregos para Jovens - NEO Brasil, em parceria com a CESAR School e a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco, está realizando a terceira e última formação em Educação 3.0, com mais de 30 técicos das 16 Gerências Regionais de Educação (GRE) do estado, além de integrantes do Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Em um contexto de distanciamento social devido ao coronavírus, as aulas foram adaptadas para as plataformas virtuais, possibilitando que os participantes venham a atuar como multiplicadores junto aos professores da rede estadual. O curso, que segue até 10 de setembro, possibilitará que os cursistas estejam aptos a repassar os conhecimentos de aprendizagem e ensino remotos, integrando professores e alunos ao universo digital. A proposta visa beneficiar os mais de 75 mil jovens matriculados nas escolas técnicas do estado, disseminando práticas e conhecimentos que vão ajudá-los a atender aos desafios do trabalho do futuro, na nova era da transformação digital. Ao todo serão 82 horas/aula, divididas em cinco módulos, organizados em duas fases – imersão e experimentação – e conduzidos a partir de um processo de acompanhamento da utilização das atividades vivenciadas durante as capacitações. Serão trabalhados metodologias, projetos e vivências em Educação 3.0, avaliação e comunicação de resultados, e no último módulo, “Desenvolvimento de cenário de aprendizagem remota”, cada participante irá desenvolver uma estratégia de aplicação das expertises adquiridas para um cenário real de atuação. Realizado em modalidade presencial para as turmas anteriores, este novo curso foi ajustado para a realidade atual de isolamento social. “Tivemos a preocupação de trazer todo o conteúdo formativo para o contexto do remoto, com o cuidado de pegar a riqueza dos ambientes de ensino para uma forma diferenciada. Os educadores podem replicar na sala de aula e multiplicar essas ferramentas para a rede”, comenta a gerente do projeto na CESAR School, Marcela Cox. Os blocos didáticos estão sendo ofertados por meio de atividades pontuais, síncronas ou assíncronas, através do ambiente virtual, incluindo uso de recursos tecnológicos, metodologias ativas e aprendizagem por projeto. Em nível estadual, o desafio de formar jovens preparados para as realidades do mercado busca integrar as ferramentas digitais como aliadas no processo. “É muito difícil quando o docente cai de paraquedas para fazer um ensino remoto quando ele mesmo nunca foi aluno do ensino remoto. Com o projeto NEO Brasil eles têm primeiro a experiência de formando e depois como formador para esse tipo de modelo. E quanto mais práticas nós tivermos, melhor conseguiremos propor soluções para os diversos cenários encontrados na rede de ensino”, pontua o servidor da Secretaria de Educação e Esportes, e um dos cursistas da última frase do projeto NEO Brasil em Pernambuco, Raphael França. Como o NEO Brasil é um projeto piloto que está em seu último ano de financiamento pelo BID Lab, o desafio é buscar formas de dar sustentabilidade às ações inovadoras que foram implementadas ao longo desses últimos três anos. "Os dirigentes da Secretaria Executiva de Educação Integral e Profissional avaliaram que a capacitação dos 295 educadores em Educação 3.0 resultou na mudança das práticas pedagógicas das escolas integrantes da ação e na consequente melhoria da aprendizagem dos estudantes em diferentes padrões de desempenho. Contudo, era preciso ampliar esta capacitação para todos os professores da rede de escolas técnicas. Para isso, mudamos a estratégia e criamos essa nova fase formada pelos profissionais das 16 Gerências Regionais de Educação, que terão o papel de disseminar a metodologia de forma sistemática e duradoura em todas as 46 escolas técnicas do estado, com potencial para atingirmos mais escolas de referência em ensino médio”, afirma a coordenadora geral do NEO Brasil, Neylar Vilar. Ao fim desta formação em Educação 3.0, iniciada em 2018, serão 325 gestores e educadores da Secretaria de Educação e Esportes aptos a atuarem seja na sala de aula seja na disseminação das práticas e conhecimentos da Educação 3.0 nas Escolas Técnicas Estaduais e Escolas de Referência em Ensino Médio. Outros 145 educadores de escolas técnicas do SENAI e 16 do IFPE foram também beneficiados com a capacitação em Educação 3.0 dada pela CESAR School, no contexto do programa NEO Brasil.

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15 imagens da Rua do Bom Jesus Antigamente

A Rua do Bom Jesus, apontada neste mês como uma das três vias mais bonitas do mundo pela publicação norte-americana Architectural Digest, é o destaque de hoje da coluna Pernambuco Antigamente. Um das mais charmosos passeios públicas do Recife abriga prédios históricos, como a primeira sinagora das américas (a Sinagoga Kahal Zur Israel). Para Lúcia Gaspar, bibliotecária da Fundaj: "Desde o tempo da ocupação holandesa, a Rua do Bom Jesus era a mais importante do Bairro do Recife, possivelmente em decorrência de seu traçado natural de velha estrada, que conduzia viajantes procedentes de Olinda". Fundada no século 15, inicialmente foi chamada de Rua do Bode e, posteriormente, Rua dos Judeus e de Rua da Cruz, antes de receber o nome atual. A Kahal Zur Israel, que significa Rocha de Israel, funcionou entre 1636 e 1654. A visita à sinagoga é obrigatória para quem faz um passeio pelo Bairro do Recife a turismo. Confira abaixo as imagens da Villa Digital (Fundaj) 1. Cortejo na Rua do Bom Jesus, em 1894 (Fotografia adquirida pelo museu do açúcar a Benício Dias em 1963) 2. Rua do Bom Jesus - é possível ver a Torre Malacoff no final da imagem 3. Caminhante solitário na Rua do Bom Jesus, em 1899   4. Postal da Rua do Bom Jesus datada de 1907 (Acervo Josebias Bandeira, Fundaj) . 5. Rua do Bom Jesus, em 1913, num período de demolição de parte do Recife Antigo (Foto: Acervo Benício Dias/Fundaj) . 6. Rua do Bom Jesus, em 1920 . 7. Fotografia da Rua do Bom Jesus, em 1920 (Página Recife Antigamente)   8. Carros antigos na Rua do Bom Jesus, em 1940.   9. Trilhos na Rua do Bom Jesus. No primeiro plano, na sombra, um transporte de tração animal trafegando na via.   10. Cartão Postal da Rua do Bom Jesus e Torre do Arsenal da Marinha (Acervo Josebias Bandeira, Autor Ramiro M. Costa) . 11. Rua do Bom Jesus (sem descrição da data) . Como este é um post especial, pois não é todo dia que uma rua do Recife ganha uma distinção internacional, trazemos hoje também as imagens da algumas pinturas da Rua do Bom Jesus, que encontramos no blog Recife Antigo, pinceladas de história sobre o berço do Recife. 12. Rua do Bom Jesus. Cromolitografia de L. Krauss, 1878 . 13. Rua dos Judeus - Mercado de Escravos - 1641 , de Zacharias Wagener . 14. Arco do Bom Jesus - Maria Graham - 1821 . 15. Rua da Cruz - 1852 - Emil Bauch . *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Tempest cresce 15% no semestre e projeta faturar R$ 1 bi em menos de uma década

A pernambucana Tempest, que anunciou recentemente o recebimento de um aporte de investimentos da Embraer, informou que em plena crise promovida pela pandemia conseguiu aumentar em 15% suas vendas no semestre. Referência internacional em cibersegurança, a empresa nascida do Porto Digital prevê a abertura de novos mercados para os próximos anos e um avanço também acelerado no segundo semestre de 2020. No ano passado o faturamento da empresa foi de 120 milhões. Com o plano de expansão, a expectativa da Tempest é de alcançar um faturamento anual de R$ 500 milhões, nos próximos horizonte 4 anos. E de chegar ao patamar de R$ 1 bilhão num horizonte de 6 e 9 anos. A chegada da Embraer, que passa a ser acionista majoritária com a recente rodada de investimentos, abre para a Tempest oportunidade em segmentos bem fechados, mas com atuação global e estratégicas. De acordo com o Cristiano Lincoln, CEO da empresa,  os setores da industria aeroespacial, de infraestrutura crítica nacional e de defesa nacional são os campos recém-abertos para os serviços de cibersegurança da gigante do Porto Digital. "Uma das coisas super interessantes dessa novo investimento da Embraer é essa perspectiva de abertura de novos mercados", comemora o dirigente. O setor da industria Aeroespacial contempla empresas de aviação, de segurança aviões, de sistema de controle de tráfego aéreo. "São máquinas super sofisticadas e cada vez mais conectadas em rede." A infraestrutura crítica nacional contempla, por exemplo, usinas geradoras de energia, como Itaipu, Furnas, Angra 1 e Angra 2. "Esse é um mercado que está tanto no governo e como na iniciativa privada. É um setor que demanda preocupações estratégicas, pois é uma infraestrutura que suporta a sociedade como todo". A defesa nacional lida com as forças armadas e controle de fronteiras, que tem uma demanda de cibersegurança pois trata de informações estratégicas nacionais. Com 320 profissionais divididos entre Recife, São Paulo e Londres, a Tempest possui atualmente 310 clientes. Apesar de atender empresas de vários setores, 65% da receita da empresa são do setor financeiro (bancos, seguradoras e corretoras). Para dar conta do crescimento esperado para os próximos anos, a Tempest espera contratar mais 700 pessoas, formando um time com mil profissionais. Mesmo na crise, a empresa contratou em torno de 20 novos funcionários, visto que teve um aumento de demanda de serviços.

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