Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 374 De 441

Rafael Dantas

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Porto Digital e MPPE lançam ciclo de inovação aberta para enfrentar o COVID-19

O Porto Digital e Ministério Público de Pernambuco (MPPE) estão com uma iniciativa de inovação aberta para criar soluções para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil e que sejam altamente impactantes e implementadas em curtíssimo prazo. O ciclo, que aceita submissões até sexta-feira (20) e é aberto para todo o País, destina investimento de R$ 1,3 milhão. Para todos os detalhes sobre os Desafios do Ciclo, como participar e outras informações, visite: http://bit.ly/Desafio_COVID_PD-MPPE As diversas etapas do Ciclo OiL de Inovação Aberta - Desafio COVID-19 serão realizadas por meio de ferramentas online. Durante o processo, os participantes serão acompanhados por mentores do ecossistema e profissionais especializados da rede pública. São cinco grandes desafios: Desafio 1 “Como podemos monitorar o principal grupo de risco (idosos, 60+) e aumentar o nível de proteção e atenção sustentada para esse grupo vulnerável ao COVID19?” Desafio 2 “Como podemos gerenciar o fluxo de informações em tempo real de todo o ciclo de vida dos casos epidemiológicos?” Desafio 3 “Como podemos monitorar em tempo real os fluxos populacionais para identificar, educar e coibir aglomerações ou comportamentos inadequados ou em não conformidade com as determinações de isolamento social?” Desafio 4 “Como podemos criar e uniformizar os protocolos de atendimento a saúde em todos os níveis do sistema?” Desafio 5 “Como aumentar a escala (em massa) dos testes de forma rápida, acessível e confiável?” ---------------- COMO PARTICIPAR? Os participantes têm até as 18h da sexta-feira (20) para submeter suas ideias. Uma vez selecionados, terão mentoria específica para que possam entregar uma solução inicial e funcional até as 23:59h da segunda-feira (23). As soluções premiadas serão divulgadas até a terça-feira (24), com objetivo de implementação imediata. Para participar, visite: http://bit.ly/PD_MPPE_COVID19 ------------ Sobre o OIL Apontado pela International Association of Science Parks and Areas of Innovation (IASP) como uma das 10 iniciativas mais inspiradoras do mundo em 2018, o Open Innovation Lab tem como meta abrir as portas de grandes empresas e instituições públicas para a promoção de ações de inovação em rede que gerem novos negócios para companhias do parque. Entre os pontos-chave do OIL estão o crescimento de portfólio, aceleração de soluções não disponíveis no mercado e fit com clientes interessados em construir respostas para desafios complexos. Sobre o MPLabs O MPLabs é uma experiência inovadora, impulsionada pela Procuradoria-Geral de Justiça de Pernambuco e pela Coordenadoria Ministerial de Tecnologia de Informação, dentro do espectro de ações da gestão estratégica. O MPLabs tem estimulado a inovação e uma verdadeira mudança de paradigmas no MPPE, sendo responsável pela transformação digital do modelo de atuação da instituição para atender às necessidades de uma nova sociedade conectada, viabilizando a transformação do MP em uma organização exponencial.

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TIM entrega mais conexão e conteúdo durante combate ao coronavírus

A tecnologia é hoje, mais do que nunca, garantia de manutenção das relações produtivas e pessoais, em um momento onde é crucial evitar contatos, deslocamentos e aglomerações. A empresa TIM decidiu nesse período de combate ao vírus oferecer mais conectividade, visando atender neste período a uma maior demanda por informação, transações, trabalho, educação e entretenimento, sem custos adicionais para seus clientes. Entre os benefícios estão a maior entrega de 4G (Os clientes dos planos pós e controle receberão bônus de dados através do aplicativo Meu Tim e no pré-pago serão disponibilizados até 100MB adicionais por dia, atrelados a um vídeo educativo sobre o COVID-19). Neste período de grande dificuldade nos deslocamentos internacionais, a Tim irá liberar o dobro de dados em roaming internacional nos Estados Unidos e Europa para aqueles clientes que, por ventura, estejam fora do Brasil. Para incentivar o trabalho remoto, a empresa não descontará o tráfego de dados das ferramentas do Microsoft Office 365 de todos os clientes pós-pagos, liberando acesso a serviços como o Outlook – aplicação para receber e enviar e-mails – e o Microsoft Teams, hub de colaboração que possibilita reuniões por vídeo chamada, chat e compartilhamento de documentos com diversas pessoas simultaneamente. Diversos planos contam também com o TIM Protect Backup, permitindo aos usuários salvar e compartilhar dados na nuvem. Em breve, os clientes de todos os planos poderão acessar o aplicativo Coronavírus SUS sem consumir dados da sua franquia de internet. Desenvolvido pelo Ministério da Saúde, o app disponível gratuitamente para Android e iOS traz atualizações, notícias e mapas indicando unidades de saúde próximas e orientações sobre os sintomas, indicando quando é necessário ir a hospitais.

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Covid- 19 : Saiba a diferença entre quarentena e isolamento

Em meio à pandemia do novo coronavírus pelo mundo, uma das grandes dúvidas está na diferença entre quarentena e isolamento. De acordo com a portaria nº 356/3020 do Ministério da Saúde, a quarentena tem como objetivo garantir a manutenção dos serviços de saúde em local certo ou determinado. A medida é um ato administrativo, estabelecido pelas secretarias de saúde dos estados e municípios ou do ministro da Saúde e quem determina o tempo são essas autoridades. “A medida é adotada pelo prazo de até 40 dias, podendo se estender pelo tempo necessário”, diz o documento. Isolamento Já o isolamento, serve para separar pessoas sintomáticas ou assintomáticas, em investigação clínica e laboratorial, de maneira a evitar a propagação da infecção e transmissão. Neste caso, é utilizado o isolamento em ambiente domiciliar, podendo ser feito em hospitais públicos ou privados. Ainda segundo a norma do Ministério da Saúde, o isolamento é feito por um prazo de 14 dias – tempo em que o vírus leva para se manifestar no corpo - podendo ser estendido, dependendo do resultado dos exames laboratoriais. Casos suspeitos que estão sendo investigados também devem ficar em isolamento. Se o exame der negativo, a pessoa é liberada da precaução. “O isolamento não é obrigatório, não vai ter ninguém controlando as ações das pessoas. Ele é um ato de civilidade para a proteção das outras pessoas”, orientou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira. Já a quarentena, segundo o Ministério da Saúde, é uma medida obrigatória, restritiva para o trânsito de pessoas, que busca diminuir a velocidade de transmissão do novo coronavírus. Ambas são medidas de saúde pública consideradas fundamentais para o enfrentamento da pandemia e Covid-19. Viagem Desde de 13 de março, o Ministério da Saúde incluiu todos os viajantes internacionais na lista de pessoas que devem ficar isoladas. Ao retornarem, eles precisam permanecer em casa por sete dias. Se febre com tosse e falta de ar surgirem, a recomendação é procurar uma unidade de saúde. Manifestar apenas tosse, ou coriza, ou mal-estar, ou febre, uma opção é ligar para o 136 para que uma equipe de saúde passe as devidas orientações. Antes mesmo dessa determinação do Ministério da Saúde, a servidora da Câmara dos Deputados, Keila Santana, foi orientada a trabalhar de casa depois de que, no último dia 10, chegou de Portugal com os dois filhos de 5 e 8 anos. “Fui informada pelo meu chefe sobre o ato do presidente da Câmara dos Deputados que, entre outras medidas, determinou o isolamento por 14 dias de pessoas que chegam de viagens ao exterior. Só no meu setor, somos cinco nessa situação”, disse. Higiene Para evitar a disseminação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas de higiene, como evitar tocar olhos, nariz e boca sem que as mãos estejam limpas. Lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. (Da Agência Brasil)

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Cresce participação feminina em cargos de liderança

A participação feminina no mercado de trabalho tem crescido nas últimas décadas. Em cenários predominantemente masculinos, como os cargos de liderança, as mulheres também têm marcado sua presença. A atuação delas no mundo corporativo cada vez mais forte é um motivo de comemoração neste março, mês dedicado às mulheres. De acordo com um estudo recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a presença de mulheres em cargos executivos é um dos fatores que contribui para o maior desempenho e lucratividade das empresas. De 75% das organizações empresariais que optaram por mulheres no comando, uma média de 5% a 20% obteve um aumento expressivo nos lucros. Ainda segundo um estudo do Observatório Nacional do Mercado de Trabalho do Ministério da Economia, publicado no ano passado, a participação feminina em cargos de gestão cresce a cada ano. Dos 2,6 milhões de empregos nessas funções registrados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) em 2017, as mulheres somavam 1.143.821 vínculos empregatícios (43,8% do total). No Grupo Vila, empresa destaque no segmento funerário com atuação nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, o cenário é de espaço para o público feminino. Dos mais de 900 funcionários, cerca de 50% são mulheres. Algumas delas, inclusive, ocupam cargos estratégicos na empresa, como a diretoria de mercado, gerências de marketing e call centers. E não é só isso. Atualmente é possível encontrar mulheres que atuam em áreas onde antes predominava a presença masculina, como na tanatopraxia. Com talento, garra e proatividade, elas provam que são muito capazes. Para a diretora de mercado do Grupo Vila, Vivianne Guimarães, há um preconceito de que existem profissões e ambientes de trabalho distintos para cada gênero. “Vivi essa realidade desde o início da minha carreira executiva. Desde o preconceito machista, até aquele que discrimina, por exemplo, a maternidade com uma visão equivocada de que mulheres que são ou desejam ser mães podem ter baixa produtividade e colocar a vida profissional em segundo plano, o que não é verdade. As empresas que mantém uma política de oportunidades para mulheres e consideram também seu crescimento pessoal e sua relação com a família terão nesses dois pontos um grande combustível profissional para essas colaboradoras que buscarão sempre se superarem na busca dos resultados”, afirma. De acordo com ela, entre os desafios enfrentados por mulheres que ocupam cargos de gestão o primeiro e principal deles é nunca se deixar abalar, mantendo sempre sua autoconfiança. “Isso não quer dizer ser auto suficiente ou dona da verdade, muito pelo contrário, é preciso ter muita empatia, resiliência, escutar muito e ser humilde para ouvir todos aqueles que podem ensinar algo, desde aquelas pessoas mais simples até os mais graduados, ouvir críticas profissionais de forma aberta e, principalmente, saber separar essas críticas profissionais do lado pessoal”, alega. “É preciso ter contato com gente e não ficar atrás de nomes de cargos e computadores. É na ponta, conversando, vivenciando, participando do dia a dia do seu time que você pode entender as dificuldades, aprender com eles e se tornar uma líder de verdade. Líder que participa, contribui, desenvolve pessoas e as inspira”, reflete. Vivianne fala que foi um desafio e tanto assumir a diretoria de mercado do Grupo Vila e responder por negócios de peso como as marcas Morada da Paz, Sempre Assistência Funeral e Vila Pet, hoje referência nacional e internacional no segmento funerário, presente nos estados de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. “Ainda mais porque esse cargo responde por uma tríade de áreas que juntas movem grande parte dos negócios do grupo: a área Comercial com cerca de 225 colaboradores, sendo esses 87% mulheres, o que muito me orgulha, o setor de Marketing com um desafio de inovação no segmento funerário que ainda tem pouquíssima visibilidade como negócio, mas que vem se consolidado cada vez mais no mercado mundial, e a Central de Atendimento ao Cliente, por onde passam todos os nossos atendimentos aos clientes e prospects”, destaca. Todo esse desafio foi o que a motivou a mudar completamente o rumo da carreira profissional. Primeiro veio a surpresa ao receber um convite para atuar no ramo funerário, que despertou na diretora de mercado a curiosidade nativa, o desafio de mudar de estado e conciliar com a família, como também o encantamento com o propósito da empresa que é “mudar a maneira como as pessoas encaram a morte”. Isso foi ainda um grande desafio pessoal para Vivianne, pois até então, a morte era um tema do qual literalmente, fugia. “Quando recebi o convite para trabalhar no Grupo Vila achei estranho inicialmente, mas refleti que era uma empresa como outra qualquer e fui convidada para ir até a sede do Grupo em Natal e conhecer toda a operação. Saí de lá leve, despida daquele estereótipo preconceituoso e com muita vontade de fazer parte daquele time de colaboradores e gestores simples e felizes com o que fazem”, relata. Vivianne Guimarães acredita que como mulher pode fazer um diferencial na gestão de empresa. “Entrei num grupo de diretoria formada só por homens. Não posso dizer que foi fácil, afinal além disso, todos estão na empresa há muitos anos e conhecem muito do negócio. Tive e tenho um importante apoio do meu líder, Ibsen Vila, diretor executivo e parte da família fundadora do Grupo Vila, que sempre me deixou muito à vontade e me incentivou a não ter filtro com minhas impressões iniciais sobre a empresa e sua atuação interna e externa, me incentivando sempre expô-las, já que eu vinha com um olhar novo. Ele me deu todo o suporte para mudarmos, complementarmos, construirmos cenários, processos e negócios novos que vêm trazendo os resultados esperados”, ressalta a diretora de mercado do Grupo Vila.

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Coronavírus: 6 dicas para estudar em casa e não perder o ritmo

Com o aumento de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus (Covid-19), a rotina de milhares de pessoas do mundo inteiro já foi alterada. Shows cancelados, grandes eventos adiados, restaurantes vazios e ruas desertas. A área de educação também encara as consequências da pandemia e diversas instituições de ensino já suspenderam suas atividades. Nesse cenário, os estudantes precisam se adaptar à nova realidade e manter o ritmo de estudos para não serem prejudicados. “As principais vantagens de se dedicar em casa são ter mais tempo para descansar antes de iniciar os estudos; estar em um ambiente seguro e familiar; e ter acesso a recursos digitais que normalmente o aluno não poderia acessar livremente na escola”, explica George Balbino, diretor de Negócios da Mangahigh, plataforma de recursos digitais adaptativos para o ensino-aprendizagem da matemática. O especialista deu algumas dicas para quem teve as aulas suspensas e vai precisar estudar em casa. Confira: Rotina A dica é seguir uma rotina similar à que teria se fosse para a escola: acordar cedo, vestir-se adequadamente, tomar o café da manhã no horário normal e focar nas atividades seguindo os conteúdos programáticos que seriam trabalhados em sala de aula. Recursos digitais oferecidos pela instituição de ensino são excelentes para esse momento, principalmente se eles possibilitarem que o professor acompanhe o desempenho dos alunos. “Com as plataformas digitais, o jovem tem a verdadeira oportunidade de ser protagonista do seu aprendizado”, explica Balbino. Local de estudos “É importante que o estudante escolha um ambiente tranquilo no qual não seja distraído pelo que acontece em seu entorno e realmente possa focar”, diz o especialista. Tenha equilíbrio Pequenas pausas devem ocorrer com uma frequência semelhante à que teria na escola. E não se esqueça de se alimentar e se hidratar adequadamente. Conecte-se com seus colegas que podem ajudá-lo “Mantenha contato. Em muitos momentos, vocês poderão trocar informações relevantes e tirar dúvidas uns com os outros”, indica Balbino. Que tal criar grupos de estudos em redes sociais, como WhatsApp ou Facebook? Peça ajuda dos pais ou responsáveis Os familiares também têm um papel fundamental nessa mudança. “É importante que os pais demonstrem interesse naquilo que os filhos estão aprendendo e que se disponham a ajudá-los quando possível”, explica Balbino. Use a tecnologia a seu favor É válido utilizar outras fontes de conhecimento, como a internet, para tirar dúvidas e aumentar o conhecimento. Considerando esse contexto, a Mangahigh decidiu disponibilizar sua plataforma gratuitamente para escolas que suspenderam as atividades. Instituições em outros países, como Coreia do Sul e Hong Kong, já adotaram a medida. As escolas interessadas deverão acessar a página de cadastro https://app.mangahigh.com/en-gb/register/CV19.

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Poli cria soluções urbanas para o Recife

Nem sempre a população tem conhecimento das experiências produzidas pelas universidades para melhorar o seu cotidiano. Mas, não faltam propostas e projetos acadêmicos com soluções palpáveis para o desenvolvimento local. É o caso do grupo de ensino, pesquisa e extensão da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco (Poli/UPE), o DESS (Desenvolvimento Seguro e Sustentável), que tem criado alternativas promissoras para as dificuldades urbanas vividas pelos moradores do Recife. O grupo surgiu em 2013, por iniciativa da professora Emilia R. Kohlman Rabbani. “Gosto de entender quais são os problemas locais e o que nós, engenheiros, podemos fazer para resolvê-los. E eu senti que não iria conseguir solucionar nada sozinha. Era na conexão com outras pessoas que conseguiríamos sanar essas questões”, defendeu a professora. Emilia formou o DESS com um grupo de professores, pesquisadores e alunos de graduação, especialização e mestrado da Poli e de universidades nacionais e internacionais parceiras. O objetivo é desenvolver estudos interdisciplinares nas áreas de transporte e da construção civil, considerando os aspectos da sustentabilidade em suas três principais dimensões: ambiental, social e econômica. O projeto de iniciação científica dos alunos da graduação em engenharia civil Fabrício de Lima e Nivaldo de Arruda, orientados por Emilia e pelo professor Jaime Cabral, é um bom exemplo de como o trabalho do DESS tem conexão com a realidade local. A ideia é encontrar soluções para os alagamentos das ruas, um transtorno comum a muitos municípios em época de chuvas. Eles estudam a drenagem do solo, utilizando a Av. Domingos Ferreira, em Boa Viagem, como objeto de estudo. “Atualmente a Emlurb lista 160 pontos de alagamento no Recife e esse problema surge porque nossa cidade foi construída sobre aterros, ocupando o espaço das águas”, explicou Fabrício. . . Drenagem, ressalta o estudante, significa levar a água da chuva para os rios e riachos. “O modelo adotado atualmente, a partir da impermeabilização do solo, não conseguiu mais dar conta do volume de água”, pontuou. Os pesquisadores já iniciaram os testes na avenida para entender o grau de infiltração do solo e, posteriormente, apresentar uma solução. Já Alyx Silva é mestrando e encabeça uma das pesquisas para auxiliar os engenheiros a optarem por materiais e processos construtivos mais sustentáveis. Para isso ele utiliza o software Revit e processo BIM (Building Information Modeling), que oferece um modelo digital tridimensional que pode ser utilizado de forma compartilhada com todos os envolvidos na indústria da arquitetura, engenharia e construção, desde a concepção até a fase de demolição, abrangendo todo o ciclo de vida da obra. “O objetivo é traçar um comparativo entre os materiais e tornar a sustentabilidade uma decisão prévia na construção”, resume o aluno. A busca de alternativas sustentáveis para infraestrutura de rodovias é o foco do projeto de Rivaldo Rodrigues, também mestrando. “Vou pesquisar nos editais mais recentes do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para entender o que é que já tem sido aplicado”, informa. Rivaldo é especialista em projetos de infraestrutura e teve sua carreira transformada a partir do programa de mestrado e de sua participação no DESS. “Já projetei várias rodovias, vias urbanas, aeroportos, ferrovias e em toda a minha trajetória de profissional o foco sempre foi o econômico”, relata. “Desde que entrei na Poli e, principalmente no DESS, entendi que o econômico é só um dos pilares da sustentabilidade, você tem que pensar também no social e no meio ambiente", alerta. Apesar de realizar todos esses projetos, o DESS sofre com restrições decorrentes da conjuntura econômica atual. “O que podíamos fazer sem dinheiro, estamos fazendo. Imagine só o que poderíamos fazer com mais recursos!”, presume Emília, sem perder o bom humor. Ela relata que os alunos precisam ser criativos e habilidosos para poderem concluir seus projetos. O grupo enfrenta ainda a suspensão das bolsas. “Eu tinha geralmente três ou quatro bolsistas de mestrado por ano (conseguíamos atender geralmente todas as solicitações de bolsas dos alunos que passavam na seleção) e agora, com o corte, não temos como atender bons mestrandos que apresentam projetos promissores”, lamenta. Mas o grupo segue firme em seus propósitos e conta com uma rede de intercâmbio com cinco universidades internacionais, além de uma série de colaboradores estrangeiros. Segundo a coordenadora do DESS, além de verbas públicas, o investimento de recursos da iniciativa privada em pesquisa científica sempre apresenta bons retornos. “Meus colegas nos Estados Unidos dizem que lá conseguem financiamento das empresas, aqui também deveria ser assim. Lá fora, os empresários concedem bolsas de mestrado e doutorado, investem no professor e em seus grupos de pesquisa e, em contrapartida, a universidade contribui trazendo mais tecnologia para as empresas”, esclareceu. “Se elas descobrissem o quanto poderiam economizar investindo nas pesquisas, podendo ter um aluno de mestrado ou doutorado trabalhando num tema de seu interesse, elas estariam investindo muito mais nas universidades”, provoca Emilia. A próxima edição da Algomais vai trazer uma reportagem sobre a pesquisa do DESS que investiga o uso de casca de sururu para substituir o cimento na Ilha de Deus, no Recife. *Por Yuri Euzébio, da Revista Algomais (redacao@algomais.com)

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Petrolina também produz coco

Bom solo, muita água e sol o ano inteiro. Quando se fala em Vale do São Francisco, essas três características remetem quase automaticamente à produção de manga e uva. Mas esses três elementos naturais também são ideais para a produção de um fruto que já foi “moda” entre os produtores de Petrolina: o coco. Segundo o engenheiro agrônomo e consultor, Pedro Ximenes, nos anos de 1990 os coqueiros ocupavam enormes áreas irrigadas em Petrolina, mas a forte variação no preço do fruto no mercado interno, em especial durante os meses mais frios, reduziu drasticamente a produção no município do Sertão pernambucano. "O preço é altamente variável. A gente costuma dizer que coco é feito picolé, ele só vende quando está bem quente. Quando as temperaturas estão amenas, ele tem um baixo consumo", explicou. Nos meses mais frios, de maio a outubro, a unidade chega a ser vendida por R$ 0,25, no máximo a R$ 0,35, que representa a média do custo de produção. Em janeiro,o preço sobe para R$ 1, o que significa mais de 10% de lucro. Com a proximidade do Carnaval, o valor tende a aumentar ainda mais, já que a demanda também cresce. “A produção de coco de Petrolina vai para as principais capitais do Nordeste e para a região Sudeste. Quem praticamente estipula o preço do coco são os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Quando eles solicitam nossos frutos, o preço aumenta abruptamente”, pontuou o engenheiro agrônomo. Quem pensa que a produção atual é pequena ou insignificante, se engana. Só no Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho, a estimativa mensal de produção é de 14 milhões de cocos. São 1.100 caminhões carregados do fruto que abastecem, principalmente, as regiões litorâneas do Brasil todos os meses. Na alta temporada, com o preço do fruto a R$ 1, estima-se que só os 2.200 lotes do Nilo Coelho injetem cerca de R$ 14 milhões na economia do município. Em Petrolina, 95% dos coqueiros são da variedade anão precoce, que começa a produzir entre 2,5 a 3 anos após o plantio, tem mais água e menos óleo do que os outros tipos e é usado na comercialização da água de coco. “Existem algumas fazendas que produzem até 400 frutos pé/ano, uma produção muito boa. Mas, esse coco para indústria não é tão interessante, porque tem menos óleo. Quem quer plantar pensando na indústria, para o beneficiamento da polpa, é preciso investir no coqueiro gigante, que produz menos, em média 250 a 280 frutos pé/ano, mas ele tem a quantidade de óleo e um período de prateleira (demora mais para apodrecer) bem maiores”, explicou Ximenes. Regiões litorâneas do Nordeste e o estado de Minas Gerais também investem em coco, porém para a produção da polpa utilizada para os subprodutos industrializados, como coco ralado e bolos. Entretanto, no Vale do São Francisco, produtores como Ednaldo da Silva, têm como foco a venda do coco in natura. Há 22 anos ele iniciou o plantio da cultura no Núcleo 5 (N-5) do Perímetro Irrigado Senador Nilo Coelho em Petrolina. Atualmente, ele possui quase seis mil coqueiros que colocam no mercado cerca de um milhão de cocos por ano. Independentemente do preço de venda, o produtor segue com os cuidados nos lotes durante todo o ano. No manejo, a irrigação é a aliada mais valiosa. Para produzir os frutos carregados de água coco doce, que abastece o litoral brasileiro durante o verão, cada coqueiro precisa de quatro horas de rega. Por isso, a conta de água do produtor é salgada, por mês são gastos R$ 15 mil a R$ 16 mil. “O segredo do coco é a água. São 300 litros de água por planta, 75 litros de água por hora. Existem lugares que têm coco, mas a água é salobra. O gosto é diferente, o nosso é mais doce", garante Ednaldo Silva que abastece os mercados do Rio Grande do Sul, de Goiás, do Distrito Federal, além de Minas Gerais. Além de ser exemplo de persistência, Ednaldo é um empreendedor nato. Nasceu em Sertânia, município localizado no Sertão do Moxotó. Tentou a vida no Paraná e em São Paulo, mas foi em Petrolina que ele começou a trabalhar com a terra. Trocou a roça “rasteira” com culturas como a macaxeira e a batata, e investiu na fruticultura irrigada. Mesmo sem formação na área, começou vendendo cocos, adquiriu lotes, ampliou o negócio e hoje possui até caminhão para fazer a entrega da mercadoria. Conhecedor de cada etapa da produção, Ednaldo tem funcionários fieis contratados há anos. “Não é qualquer um que trabalha com coco. Tem que ser profissional mesmo. O (coqueiro) anão chega a 15, 20 metros de altura e é preciso usar escada para retirar o cacho. Por isso, é só para quem sabe trabalhar mesmo. Eu tenho trabalhador que está comigo há mais de 20 anos", orgulha-se. De acordo com Ednaldo, como a produção de coco é mensal, não há um período específico de safra, como ocorre com outras culturas. “O corte do coco geralmente é feito a cada 30 dias. Mas no tempo mais quente, a gente corta em 20, 25 dias. No tempo mais ruim, em 40 dias”. Apaixonado pela cultura no tempo bom e no ruim, Ednaldo é inspiração fora e dentro de casa. Dos três filhos, Naiana Andrade da Silva já definiu o caminho profissional inspirada no pai. Está cursando o 8º período do curso de engenharia agronômica na Univasf (Universidade Federal do Vale do São Francisco) e assegura que dará continuidade ao trabalho iniciado por Ednaldo quando ela estava com apenas 1 ano de vida. “Quero trabalhar tanto ajudando meu pai na produção, como auxiliando outros produtores também. Ele passa seis meses de muita dificuldade (período de inverno), mas não se deixa abalar por isso. Isso me inspira”, afirmou a estudante. O coco desponta como nova alternativa para o Vale do São Francisco, inclusive para o mercado externo. Segundo Pedro Ximenes, países como Portugal já sinalizaram interesse na exportação da fruta. Contudo, os produtores ainda

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Caboclinhos: os guerreiros da jurema

Os Caboclinhos da Jurema, conjuntos de bailarinos, inspirados no culto da jurema, aparecem no Carnaval do Recife a partir de 1892. Esses agrupamentos, formados por duas fileiras de mulheres, seguidas depois do estandarte e de duas filas de homens a fazerem evoluções que lembram as danças de espada europeias, apresentando vistosos cocares e tangas, confeccionados com penas de ema, colares de contas e dentes de animais, empunhando machadinhas e preácas (conjunto de arco e flecha), dançando agitadamente ao som de um conjunto formado por uma flauta (inúbia), tarol, surdo e chocalhos (caracaxás), é algo inusitado dentro da paisagem carnavalesca da cidade. Ao contrário do que se propaga, a presença do culto indígena nas manifestações do Carnaval do Recife é mais recente do que se possa imaginar. O misticismo, combinado com o medo do desconhecido, está presente no inconsciente coletivo dos que fazem a grande festa e têm na pajelança a religião dos seus antepassados. Uma boa parte dos que integram as agremiações carnavalescas são seguidores do candomblé e da umbanda, havendo outros que cultuam a linha da jurema, o catimbó como é popularmente conhecida, em que os “senhores mestres” e os caboclos são invocados com a utilização de “pequenos apitos, do maracá, da jurema e do cachimbo”. Nos cultos indígenas, os chamados Ajunto de Jurema, ou simplesmente jurema, eram oferecidos pelos pajés e mestres do catimbó certa infusão extraída dos galhos e raízes da jurema-branca, sendo o costume registrado já no Século 18. Em pesquisa no Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Lisboa), Cartório da Inquisição de Lisboa, encontrei o processo n.º 6238 em que figura como denunciado o capitão-mor dos Índios da Povoação de São Miguel dos Barreiros (Pernambuco), Francisco Pessoa, acusado da prática de feitiçaria pela utilização da jurema nos rituais de pajelança. Trata-se de um folguedo de existência recente entre nós, anunciado pelo Jornal do Recife, na edição de 28 de fevereiro de 1892; seguindo-se depois já com a denominação de Caboclinhos da Jurema, nas edições de 15 de fevereiro de 1901; 9 de fevereiro de 1902; 19 de fevereiro de 1903; só para citar estas. Em entrevista ao Diario de Pernambuco, edição de 25 de janeiro de 1997, José Severino dos Santos, o Zé Alfaiate (falecido em 2016, com 96 anos), confessava ao jornalista Jaques Cerqueira, ter fundado a sua tribo, a Sete Flechas, em 1969, em Maceió, transferindo a sua agremiação, em 1971, para o Recife, e que “caboclinhos e terreiros de umbanda são praticamente uma coisa só. Tudo tem caboclo no meio”. Segundo Manoel Ferreira de Lima, o Manuelzinho, presidente dos Carijós, a sua tribo desfilou pela primeira vez em 5 de março de 1897, tendo sido fundada no local então denominado “Fora de Portas”, nas proximidades do Forte do Brum. Segundo a tradição oral, o seu fundador, estivador Antônio da Costa, costumava nas sessões de jurema incorporar o caboclo Carijó: “Numa dessas manifestações espirituais, recebeu a ordem para fundar um grupo fantasiado de índio e brincar o Carnaval. Aí não pensou duas vezes: em pouco tempo seus caboclos estavam nas ruas do Recife, com penachos coloridos, arcos, flechas e lanças, dançando perré, ao som de tambores, pífanos, gaitas de taboca e ganzá”; na descrição do redator da matéria. Na verdade, os instrumentos seriam inúbia (uma espécie de flautim), tarol, surdo e caracaxás ou maracás. De uma dissidência na Tribo Carijós (1896) surgiu, no ano seguinte, a Tribo Canindés (1897).

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Posicionamento e recomendações sobre COVID-19 – Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)

Há dias a COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus (denominado SARS-CoV-2), é uma pandemia. O momento da epidemia pelo coronavírus no Brasil é de muita prudência e atenção. O novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, tem assustado o mundo. A nova doença que ele provoca, a COVID-19, vem despertando preocupação à população e comunidade científica. Apesar de ter um comportamento semelhante ao de uma gripe comum, sua disseminação é muito rápida e, em alguns casos, principalmente nos idosos, pode se manifestar de forma grave e até mesmo fatal. A epidemia é dinâmica e hoje já temos a infecção comunitária em alguns Estados brasileiros. Este vírus tem a capacidade de contágio, ou seja, número médio de pessoas contaminadas a partir de uma pessoa doente de 2,74. Em outras infecções, como o Influenza (H1N1), em 2009, a taxa foi de 1,5. O Brasil é um país continental, portanto, diferentes cidades e Estados podem apresentar fases distintas da epidemia. Entende-se que a primeira fase epidemiológica da COVID-19 é de “casos importados”, em que há poucas pessoas acometidas e todas regressaram de países onde há epidemia. A segunda fase epidemiológica é de transmissão local, quando pessoas que não viajaram para o exterior ficam doentes, ou seja, há transmissão autóctone, mas ainda é possível identificar o paciente que transmitiu o vírus. Finalmente, pode ocorrer a terceira fase epidemiológica ou de transmissão comunitária, quando o número de casos aumenta exponencialmente e perdemos a capacidade de identificar a fonte ou pessoa transmissora. O período de incubação, ou seja, o tempo entre o dia do contato com o paciente doente e o início dos sintomas é, em média, de 5 dias. Em raros casos, o período de incubação chegou a 14 dias. Neste período pode acontecer a transmissão do vírus de forma silenciosa. Sabemos que aproximadamente 80% a 85% dos casos são leves, geralmente em jovens e crianças, e não necessitam hospitalização, devendo permanecer em isolamento respiratório domiciliar. No entanto, 15% necessitam de internação, dentre estes, a maioria idosos. A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), através da Comissão de Imunização, aconselha que os idosos, idade acima de 60 anos, especialmente portadores de comorbidades como diabetes, hipertensão arterial, doenças do coração, pulmão e rins, doenças neurológicas, em tratamento para câncer, portadores de imunossupressão entre outras, e aqueles com mais de 80 anos e portadores de síndrome de fragilidade, adotem medidas de restrição de contato social. Assim, devem evitar aglomerações ou viagens, o contato com pessoas que retornaram recentemente de viagens internacionais e contatos íntimos com crianças. O atendimento às pessoas idosas deve ser preferencialmente em domicílio evitando-se a exposição coletiva em serviços de saúde. Idosos frequentemente são assistidos por cuidadores e profissionais de saúde. Tais profissionais, se apresentarem sintomas de gripe, devem evitar contato com seus pacientes e se houver qualquer dúvida sobre o contágio devem poupar os atendimentos. Atenção – Idosos que vivem em instituições de longa permanência (ILPIs) representam grupo de alto risco para complicações pelo vírus, uma vez que tendem a ser mais frágeis. Para estes, deve-se evitar visitas para reduzir o risco de transmissão, evitar sair da instituição, evitar atividades em grupo e redobrar os cuidados com a higiene. Os profissionais de saúde que atendem a este publico devem ter excesso de cuidado nas medidas de higiene. Devemos ainda alertar e reforçar toda a população de que as medidas preventivas mais eficazes para reduzir a capacidade de contágio do coronavírus são: “etiqueta respiratória”; higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel a 70%; identificação e isolamento respiratório dos acometidos pelo vírus e uso dos EPIs (equipamentos de proteção individual) pelos profissionais de saúde. Assim, deve-se adotar rotineiramente as seguintes medidas de prevenção: Higienizar as mãos frequentemente com água e sabão (ou com álcool em gel a 70%). Evitar aglomerações. Evitar contato com pessoas com sintomas de gripe (tosse, espirros, falta de ar). Evitar tocar os olhos, o nariz e a boca com as mãos sem lavá-las. Evitar apertos de mão, abraços e beijos ao cumprimentar as pessoas. Ao espirrar e tossir, cubra o nariz e a boca com o cotovelo flexionado ou com lenço (em seguida, jogar fora o lenço e higienizar as mãos). É preciso procurar ajuda médica caso surjam os seguintes sintomas: Febre. Tosse. Falta de ar. Alteração da sensação de cansaço para os esforços de rotina. Confusão mental (especial para idosos). Nossa recomendação é de não colher swab nasal para pesquisa do SARS-CoV-2 de pessoas sem sintomas respiratórios (pessoas assintomáticas), exceto em pesquisa clínica. A detecção viral de RNA por reação em cadeia da polimerase (PCR) em secreção respiratória, método usado para o seu diagnóstico, pode não representar necessariamente infecção com potencial de transmissão e, provavelmente, tem pouca importância epidemiológica de transmissão. Possivelmente os primeiros 3 a 5 dias de início dos sintomas são os de maior transmissibilidade. Por isso, casos suspeitos devem ficar em isolamento respiratório, desde o primeiro dia de sintomas, até serem descartados. É de suma importância obedecer ao isolamento. Os profissionais de saúde devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) para precaução de gotículas em atendimento de pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo coronavírus. Ainda não há comprovação científica de benefício do uso de medicações retrovirais, cloroquina, interferon, vitamina C, entre outras, usadas para tratamento de pacientes com o coronavírus. Estas medidas não são indicadas. O uso de corticoide e ibuprofeno deve ser evitado. O uso das medicações anti-hipertensivas IECA e BRA, de acordo com a posição da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), não deve ser suspenso em casos de pacientes infectados pelo coronavírus. Neste momento precisa haver uma ação coletiva e consciente da população em prol de medidas racionais para conter a transmissão do coronavírus. Carlos André Uehara – Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) Ivete Berkenbrock – 1ª Vice-presidente da SBGG Vania Beatriz M. Herédia – 2ª Vice-Presidente Presidente do Dep. de Gerontologia da SBGG Renato Bandeira – Diretor científico da SBGG Maisa Kairalla – Presidente da Comissão de Imunização da SBGG Daniel Albuquerque Gomes – Membro da

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Cientistas brasileiros estão desenvolvendo vacina contra novo coronavírus

Elton Alisson  – Pesquisadores do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) estão desenvolvendo uma vacina contra o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave, o Sars-CoV-2. Por meio de uma estratégia diferente das adotadas por indústrias farmacêuticas e grupos de pesquisa em diversos países, os cientistas brasileiros esperam acelerar o desenvolvimento e conseguir chegar, nos próximos meses, a uma candidata a vacina contra o novo coronavírus que possa ser testada em animais. “Acreditamos que a estratégia que estamos empregando para participar desse esforço mundial para desenvolver uma candidata a vacina contra a Covid-19 é muito promissora e poderá induzir uma resposta imunológica melhor do que a de outras propostas que têm surgido, baseadas fundamentalmente em vacinas de mRNA”, disse à Agência FAPESP, Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do Incor e coordenador do projeto, apoiado pela FAPESP. Utilizada no desenvolvimento da primeira vacina experimental contra o Sars-CoV-2, anunciada no fim de fevereiro nos Estados Unidos, a plataforma tecnológica de mRNA se baseia na inserção na vacina de moléculas sintéticas de RNA mensageiro (mRNA) – que contêm as instruções para produção de alguma proteína reconhecível pelo sistema imunológico. A ideia é que o sistema imunológico reconheça essas proteínas artificiais para posteriormente identificar e combater o coronavírus real. Já a plataforma que será utilizada pelos pesquisadores do Incor é fundamentada no uso de partículas semelhantes a vírus (VLPs, na sigla em inglês de virus like particles). Estruturas multiproteicas, as VLPs possuem características semelhantes às de um vírus e, por isso, são facilmente reconhecidas pelas células do sistema imune. Porém, não têm material genético do vírus, o que impossibilita a replicação. Por isso, são seguras para o desenvolvimento de vacinas. “Em geral, as vacinas tradicionais, baseadas em vírus atenuados ou inativados, como a do influenza [causador da gripe], têm demonstrado excelente imunogenicidade, e o conhecimento das características delas serve de parâmetro para o desenvolvimento bem-sucedido de novas plataformas vacinais”, afirmou Gustavo Cabral, pesquisador responsável pelo projeto. “Mas, neste momento, em que estamos lidando com um vírus pouco conhecido, por questões de segurança é preciso evitar inserir material genético no corpo humano para evitar eventos adversos, como multiplicação viral e possivelmente reversão genética da virulência. Por isso, as formas alternativas para o desenvolvimento da vacina anti-Covid-19 devem priorizar, além da eficiência, a segurança”, ressaltou Cabral. A fim de permitir que sejam reconhecidas pelo sistema imunológico e gerem uma resposta contra o coronavírus, as VLPs são inoculadas juntamente com antígenos – substâncias que, ao serem introduzidas no corpo humano fazem com que o sistema imune produza anticorpos. Dessa forma, é possível unir as características de adjuvante dos VLPs com a especificidade do antígeno. Além disso, as VLPs, por serem componentes biológicos naturais e seguros, são facilmente degradadas, explicou Cabral. “Com essa estratégia é possível direcionar o sistema imunológico para reconhecer as VLPs conjugadas a antígenos como uma ameaça e desencadear a resposta imune de forma eficaz e segura”, disse. Plataforma de antígenos O pesquisador fez nos últimos 5 anos pós-doutorados nas universidades de Oxford, na Inglaterra, e de Berna, na Suíça, onde desenvolveu candidatas a vacinas utilizando VLPs contra doenças, como a causada pelo vírus zika. Por meio de um projeto apoiado pela FAPESP, Cabral retornou ao Brasil onde iniciou no laboratório de imunologia do Incor, no começo de fevereiro, um estudo voltado a desenvolver vacinas contra Streptococcus pyogenes – causador da febre reumática e da cardiopatia reumática crônica – e chikungunya utilizando VLPs. Com a pandemia do Covid-19, o projeto foi redirecionado para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus. O projeto também teve a participação de Edécio Cunha Neto, professor do Incor e pesquisador do Laboratório de Imunologia da instituição, que participou da decisão da abordagem do Covid-19 no projeto de Cabral e do delineamento experimental da vacina. “O objetivo é desenvolver uma plataforma de entrega de antígenos para células do sistema imune de forma extremamente fácil e rápida e que possa servir para desenvolver vacina não só contra a Covid-19, mas também para outras doenças emergentes”, ressaltou Cabral. Os antígenos do novo coronavírus estão sendo produzidos a partir da identificação de regiões da estrutura do vírus que interagem com as células e permitem a entrada dele, as chamadas proteínas spike. Essas proteínas, que são protuberâncias pontiagudas ao redor do envelope viral, resultam um formato de coroa que conferiu o nome corona a esse grupo de vírus. Após a identificação dessas proteínas spike, são extraídos fragmentos delas que são conjugadas às VLPs. Por meio de testes com o plasma sanguíneo de pacientes infectados pelo novo coronavírus é possível verificar quais fragmentos induzem uma resposta protetora e, dessa forma, servem como potenciais candidatos a antígenos. “Já estamos sintetizando esses antígenos e vamos testá-los em soro de pacientes infectados”, afirmou Cabral. Após a realização dos testes em camundongos e comprovada a eficácia da vacina, os pesquisadores pretendem estabelecer colaborações com outras instituições de pesquisa para acelerar o desenvolvimento. “Após comprovarmos que a vacina neutraliza o vírus, vamos procurar associações no Brasil e no exterior para encurtarmos o caminho e desenvolver o mais rápido possível uma candidata a vacina contra a Covid-19”, disse Kalil. O pesquisador é coordenador do Instituto de Investigação em Imunologia, sediado no Incor – um dos INCTs apoiados pela FAPESP e pelo CNPq no Estado de São Paulo. Agência FAPESP

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