Rafael Dantas - Página: 418 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Rafael Dantas

Rafael Dantas

Marcado por saída de cineastas e adiamentos, enfim começa o Cine PE (Por Wanderley Andrade)

Após dois adiamentos, teve início ontem mais uma edição do Cine PE. O festival chega a sua maioridade (21ª edição) em um ano de crise financeira e de muita polêmica, provocada pelo protesto de um grupo de realizadores que retirou seus filmes por não concordar, conforme divulgado em um manifesto, com a “escolha ideológica” das produções. A diretora do festival, Sandra Bertini, abriu o evento falando sobre sua paixão pelo cinema. Emocionada, relembrou fatos de sua infância, época em que deixava de brincar com as amigas para ficar em casa assistindo aos filmes que eram exibidos na TV. Antes das mostras competitivas, foram exibidos quatro curtas de animação em stop motion realizados por professores e estudantes de três escolas públicas do Recife. O projeto é fruto de uma parceria entre o Cine PE e a Prefeitura do Recife. A equipe também produziu o vídeo de divulgação do festival. Destaque para o curta A Lição, que trata do desrespeito de muitos motoristas em relação às vagas de estacionamento reservadas para idosos. O filme Los Tomates de Carmelo, do recifense Danilo Baracho, abriu a Mostra Competitiva de Curtas Pernambucanos. O ano é 1941. Na história, Carmelo (Juan Antonio Quintana), já idoso, vive sozinho na comunidade espanhola de Castilla y León. Triste, sabe que dificilmente conseguirá plantar seus tomates, pois a falta de chuvas endureceu o solo da sua pequena propriedade. Chama a atenção a bela fotografia do curta. As poucas cores transmitem muito bem toda a secura do cenário e da solidão enfrentada pelo protagonista. Compondo a Mostra Competitiva de Curta Nacional, foi exibido o curta Diamante, O Bailarina, que tem como protagonista um jovem lutador de boxe que à noite larga os ringues para trabalhar como transformista em uma boate. “Voe como uma borboleta, mas ferroe como uma abelha.” A conhecida frase do pugilista norte-americano Muhammad Ali que dá início ao filme, ilustra muito bem o drama vivido por Diamante, interpretado pelo excelente ator paulista Sidney Santiago. A diversidade de papeis vividos por Diamante, ora lutador, ora travesti, dita o ritmo da história, que trata em sua essência do preconceito e da intolerância. A primeira noite do festival chegou ao fim com o longa-metragem Real, O Plano Por Trás da História. Antes da exibição, o produtor Ricardo Fadel Rihan falou sobre o projeto. Defendeu a necessidade de uma cultura plural, em resposta à crítica de que o longa teria um viés de direita: “Precisamos de narrativas diversas, diferentes.” O discurso do produtor foi recebido com um misto de vaias e aplausos. No início do filme, muitos deixaram o cinema. Confira a programação completa do Cine PE.

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A internet, avalanche informacional e filtros

Passamos grande parte do nosso dia conectados. Hoje em dia, é possível afirmar que grande parte do conteúdo a que temos acesso é filtrado de alguma forma, seja pelo Google, Facebook ou outra rede social. Dados divulgados pela Cisco (uma das maiores empresas de gestão de redes do mundo) dão conta de que estamos diante de um número de informações disponíveis na internet suficiente para atingir um novo marco, o zettabyte, nova unidade de medida para quantificação de dados digitais. A quantidade de informação gerada na rede a cada segundo supera o limite do que uma pessoa é capaz de ler em toda uma vida. Para muitos autores, vivemos uma era do excesso de informações. Não há dúvidas sobre o papel da internet neste cenário. Através da World Wide Web, é possível acessar conteúdos a qualquer hora, de qualquer lugar, além de gerar conteúdo de forma a obter alcance mundial. No Brasil, mais da metade da população tem acesso à rede, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, estudos, como da empresa E.Life e do American Press Institute, revelam que, cada vez mais, as pessoas estão se utilizando da internet como principal fonte para busca de informações, seja através dos portais de notícias, seja utilizando agregadores de conteúdo ou redes sociais. Em meio a esta realidade, acabamos lançando mão de ferramentas que auxiliem na escolha do que merece nossa atenção. Através de algorítimos desenvolvidos para sugerir conteúdos baseados em equações, as informações são selecionadas e categorizadas para serem exibidas nas linhas do tempo de redes sociais e agregadores de conteúdo. Vivemos em uma época de opostos – excesso de informação e de filtros, segundo o pesquisador Eli Pariser, em seu livro "O Filtro Invisível". Nesse cenário, precisamos ficar atentos para evitar que tantas ferramentas de filtragem acabem nos colocando dentro de uma bolha, sem acesso a fatos e opiniões contraditórias, fundamentais para a sustentação do ambiente democrático. Assim, cabe a nós assumirmos uma postura ativa na busca por informações que possam nos fornecer um recorte amplo da realidade para formarmos nossa opinião.

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Sofá ou cinema? (Por Ivo Dantas)

Nos últimos anos um debate vem crescendo dentro da indústria cinematográfica. Modelos como o do Netflix irão acabar com o cinema? De antemão, minha resposta é direta: não! A verdade é que a revolução dos serviços de streaming vem na esteira de uma demanda latente que foi, durante muito tempo, ignorada pelas grandes produtoras. O consumo de produtos piratas remetia a mais de uma conclusão. Para além da questão meramente financeira, de serem mais baratos, muitas das pessoas que consumiam as mídias ilegais o faziam para não ter que ir até o cinema ver um filme. O consumidor passou a ser mais exigente. Quer o seu desejo atendido do modo que ele entende que é o melhor para si. Baixar filmes tem muito disso. Pegar uma pipoca, ligar o computador, cruzar as pernas no sofá e.... pronto. O Netflix viu esse mercado. O que é o Netflix se não a comodidade de ver conteúdos sem precisar apertar mais do que dois botões. Prova maior disso é que o mercado de filmes ilegais sofreu grande impacto após o crescimento do serviço de streaming. Mas o Netflix foi além. Entendeu que as produtoras começariam a criar seus próprios serviços para concorrer com ele. Qual a solução? Vamos criar conteúdo próprio – de qualidade – e baseado na DEMANDA DO CONSUMIDOR. Hoje, o Netflix tem seu reinado garantido justamente por esse material exclusivo que conta em sua biblioteca. Por isso, quando vejo polêmicas como a entre Almodóvar e Wil Smith (http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-130933/), só enxergo resistência, apego a um modelo que não atende mais ao que o consumidor quer. Cinema ou Sofá depende de cada um, mas acreditar em um purismo da sétima arte é simplesmente não querer enxergar a realidade.

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Monumento aos Mártires de 1710, 1817 e 1824 (Por Leonardo Dantas Silva)

Das antigas províncias formadoras do território nacional, nenhuma contribuiu com o maior número de mártires em favor da causa da liberdade do que Pernambuco, haja visto a imensa lista de condenados à pena capital nos movimentos emancipacionistas de 1710, 1817 e 1824. Numa consulta à História de Pernambuco, veremos que todos os movimentos emancipacionistas aqui originários estavam inspirados no orgulho nativista dos Restauradores de 1654. Uma mesma ideologia, a de que os antepassados pernambucanos conquistaram esta terra aos holandeses e que doaram a El-Rei de Portugal debaixo de certas condições, se repete ao longo de todas as revoluções e vem explicar o ideal republicano da gente de Pernambuco. Esse comportamento é uma constante em quase todos os movimentos revolucionários como bem observou Evaldo Cabral de Mello, “uma espécie de doutrina das relações entre a Capitania e a Coroa”. Falta a essa legião de mártires o reconhecimento da gente pernambucana que, até o momento, em que pesem às comemorações pelo transcurso do segundo centenário da Revolução de 1817, ainda não tiveram os seus nomes gravados em um grande bloco de granito a ser colocado na Praça da República. Assim sendo, estamos propondo a construção deste Monumentos aos Mártires da Pátria, constituído de um bloco de granito de cinco metros, inclinado sobre o jardim central da Praça da República, no qual, em sua face polida, sejam talhados os respectivos nomes dos que deram a vida pela causa da liberdade, de modo a ser conhecidos e reverenciados pelas gerações do presente e do futuro. O IDEÁRIO PERNAMBUCANO O sentimento de pernambucanidade que nos move ao longo dos séculos é derivado da doutrina formadora do sentimento nativista presente nas guerras que antecederam a Restauração Pernambucana de 1654: A gente da terra deveria à Coroa não a vassalagem ‘natural’ a que estariam obrigados os habitantes do Reino e os demais povoadores da América Portuguesa, mas uma vassalagem de cunho contratual, de vez que restaurada a capitania do domínio dos Países Baixos, haviam-na espontaneamente restituído à shttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgania portuguesa (Evaldo Cabral de Mello in Rubro Veio) Quando da revolta dos habitantes de Olinda contra os do Recife, em que se falou na criação de uma república nos moldes venezianos, proclamada em 7 de novembro de 1710, surgiu que veio a ser consagrada pela expressão do escritor José de Alencar (1829-1877) de Guerra dos Mascates; título inspirado na da publicação do romance publicado em 1873. Tratava-se pois de um movimento com um ideário separatista, defendido por alguns dos seus líderes de sentimentos antimonárquicos, falando-se em transformar Pernambuco em uma república, “ad instar a de Veneza”, ou em um governo autônomo “sob a proteção do Rei de França”. No dizer do conselheiro Antônio Rodrigues da Costa, em pronunciamento perante o Conselho Ultramarino (Lisboa), “uma sublevação formal e abominável, de que não há exemplo na Nação Portuguesa, sempre fiel e obediente aos seus legítimos Príncipes”. Temendo pela sua segurança o governador português Sebastião de Castro Caldas foge para Bahia, deixando no governo da capitania o bispo dom Manuel Álvares da Costa, que vem governar Pernambuco até 10 de outubro de 1711, quando é substituído por Felix José Machado de Mendonça Eça Castro e Vasconcelos. Este, nomeado pela Coroa portuguesa, aqui permanece até 1º de junho de 1715, quando retorna à Lisboa (Loreto Couto). No período do seu governo, Felix Machado, a propósito de um suposto plano para assassinar o governador, mandou prender e enviar ao Reino os principais responsáveis pelo primeiro levante, ao arrepio do perdão régio que lhes fora anteriormente concedido por D. João V, segundo bem esclarece Evaldo Cabral de Mello: “Pela portaria de 16 de fevereiro de 1712, o novo governador ordenou a João Marques Bacalhau que, com o auxílio dos oficiais da justiça e da milícia, procedesse à detenção de quinze indivíduos. A lista compreendia Leonardo Bezerra Cavalcanti; seus filhos Cosme e Manuel Bezerra Cavalcanti; seus irmãos Cosme Bezerra Monteiro, Manuel e Pedro Cavalcanti Bezerra; André Dias de Figueiredo e José Tavares de Holanda; João de Barros Rego; Bernardo Vieira de Melo e seu filho André; Matias Vidal de Negreiros; João de Barros Correia; Matias Coelho Barbosa; e Sebastião de Carvalho Andrade.” Recolhidos à cadeia do Limoeiro, em Lisboa, pouco se sabe do final do processo desses pernambucanos, mas tão somente o que nos informa Rocha Pitta, concluindo pela absolvição dos acusados, “fazendo embarcar só dois para a Índia em degredo perpétuo”. Ocorre, segundo pondera Evaldo Cabral de Mello (Fronda dos Mazombos; 1995), que quando a sentença absolutória vem a ser prolatada, “já havia poucos a perdoar, pois nada menos de oito presos haviam falecido no Limoeiro”. Graças às certidões de óbito fornecidas pelo vigário da paróquia de São Martinho, freguesia da Alfama, na qual localizava a cadeia do Limoeiro, “pode-se reconstituir esta intrigante sucessão de mortes”: Manuel Cavalcanti Bezerra (8.1.1714); Bernardo Vieira de Melo (10.1.1714); André Vieira de Melo (10.4.1715); Cosme Bezerra Monteiro (10.5.1715); João Luís Correia (9.6.1715); Matias Coelho Barbosa (13.4.1716); Manuel Bezerra Cavalcanti (11.9.1717); André Dias de Figueiredo (27.11.1718). Conclui José Antônio Gonsalves de Mello, que, pela interligação de um ideário de liberdade dos pernambucanos que remonta “à vitória sobre os holandeses e se renova não só em 1710, aqui referido, como ainda em 1817, 1824 e 1848. Dentro dessa linha de reivindicações, aqueles que pagaram então com a vida, nas celas do Limoeiro, seu ideal político de participação no governo de sua terra, estão na companhia de outros mártires pernambucanos como o padre João Ribeiro, frei Caneca e Nunes Machado”. Por conta da proclamação das República de 1817, treze presos foram condenados à morte. Quatro foram fuzilados em Salvador e nove foram enforcados no Recife, sendo depois seus corpos esquartejados, com as cabeças e mãos expostas em diferentes locais públicos de Pernambuco e da Paraíba, e os troncos amarrados e arrastados por cavalos até o cemitério. Morreram como consequência direta no envolvimento da revolução em 1817: No Largo do Erário (atual Praça da República), depois denominado de Campo da Honra, em 8 de julho de 1817, os capitães Domingos Teotônio Jorge Martins

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Brasil entra na Era dos Drones (Por Ivo Dantas)

Febre em boa parte do mundo, os drones terão seu uso comercial regulamentados em território nacional pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Anteriormente, somente era autorizado o uso para fins recreativos e competições. Divididos em três categorias, os aparelhos que pesem até 25 kg precisarão de um cadastro no site do órgão e somente poderão ser operados por pessoas maiores de 18 anos. Caso o drone tenha a capacidade de ultrapassar os 120 metros de altitude, uma documentação específica precisa ser entregue junto à Anac. Mas o que isso significa? A partir de agora, empresas poderão utilizar os aparelhos para realizar vigilância e entregas. Nos Estados Unidos, a Amazon possui um projeto de entregas de encomendas através do uso dos aparelhos.  Além disso, o crescimento da procura pode ajudar na queda dos preços, estimulando empresas a investirem na tecnologia e até aumentando o interesse para pessoas que utilizam os drones apenas para fins recreativos, como fotografias e filmagens. Afinal, o que é drone? Vamos entender por que esses aparelhos têm ganho tanto espaço. Um drone é um veículo aéreo não tripulado, normalmente comandado através de um controle remoto via rádio. As primeiras notícias que chamaram atenção sobre o uso dos drones estavam nos cadernos internacionais dos jornais. Governos utilizam esses aparelhos para vigilância de fronteiras e ataques aéreos. Hoje, apesar de terem tido seu uso militar cada vez mais recorrente, os drones ganharam destaque como uma forma inovadora de registrar momentos. Fazer um vídeo ou tirar fotos aéreas ficou muito mais fácil, ainda mais com a evolução tecnológica que reduziu o peso e aumentou a confiança nos drones. Provavelmente, você ainda terá uma encomenda recebida pelo ar ou a foto daquela festa tirada do céu. Se prepare para a Era dos Drones.

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O fim da era dos consoles?

Essa é minha história, mas tenho certeza de que representa muitos gamers. Gostaria de dizer que meu primeiro console de games foi um Atari, mas não peguei o clássico. Por outro lado, vivi a era de ouro dos consoles que moldaram minha geração, como Master System, Super Nintendo e Nintendo 64. Sinto forte o sabor da nostalgia ao me lembrar dos cartuchos dessa geração. Tenho certeza de que quem não pegou essa era sente o mesmo que sinto em relação ao Atari. Sempre vivi uma relação de amor com os consoles de jogos, mas nem sempre me dei bem. Fui um dos que experimentaram comprar um Dreamcast e ter o gosto amargo de ver seu investimento dar errado com a descontinuidade do sistema. Passei anos apostando em computadores como consequência da decepção até que consegui comprar um PS2. Fã de futebol que sempre fui, jogar Winning Eleven era regra há cerca de uma década. Passada essa experiência que me colocou de volta na trilha dos consoles, parti para um Xbox 360 em meio às dúvidas sobre seus defeitos técnicos. Hoje, posso dizer que foi minha melhor experiência. Comecei a jogar online e a ter acesso a uma biblioteca de jogos que não decepcionava e conhecer um dos melhores controles já feitos. O preço do PS4 e a relação de amor com o console da Microsoft me levaram a comprar um Xbox One, e convencer vários amigos a fazerem o mesmo. Tive muitas alegrias com essa última escolha, mas venho – assim como grande parte da comunidade – desconfiado dos rumos que o sistema seguiu. Hoje, a quantidade de amigos que trocam o Xbox One pelo PS4 só cresce. Chegamos então à pergunta que me levou a escrever essa coluna. Ainda existe espaço para consoles no nosso mercado? Minha primeira resposta seria SIM!!! Afinal, sou apaixonado por eles. Mas a dura verdade é que os consoles estão, cada vez mais, parecidos com PC Gamers. Não é minha intenção entrar em méritos gráficos no momento. (Sim, PC sempre será mais potente), mas essa geração serviu para acabar com dois dos grandes méritos dos consoles. Com a convergência de conteúdos, um console faz muitas coisas – Não somente rodar jogos. Não à toa, a Microsoft coloca elementos do Windows 10 no Xbox One. A Sony inaugurou uma nova tendência que promete distanciar os consoles ainda mais de seu histórico. Hoje, existem versões do PS4 e PS4 Pro. A diferença? As configurações. Na teoria, rodam os mesmos jogos, mas com frame rates e resoluções diferentes. A Microsoft já anunciou que lançará neste ano o Project Scorpio, com a mesma proposta. Ou seja, escolher um console está virando o mesmo de escolher um PC Gamer, com configurações distintas, dependendo de quanto você pode pagar. Não bastasse isso, com a velocidade de atualização desses aparelhos, podemos acabar caindo no mesmo problema do PC e ter que trocar constantemente de equipamento para rodar todos os lançamentos. Ainda não estou pronto para bater o martelo e dizer que a era dos consoles acabou, mas é bom nos prepararmos para isso. Não parece estar muito distante, ainda mais com a evolução das placas gráficas para notebooks. O que resta para nós – amantes de consoles – é aproveitar ao máximo os aparelhos que possuímos e torcer para que não entremos em uma corrida por upgrades a cada três anos. Hoje, o risco dos consoles virarem novas lembranças nostálgicas me parece bem real.

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CCXP: Pernambuco é Geek - Por Ivo Dantas

Começa nesta quinta-feira (13) a primeira edição da Comic Con Experience (CCXP) no Recife. Conhecida internacionalmente por sua edição anual, em San Diego, nos Estados Unidos, a Comic Con desembarcou com sua versão mais enxuta em São Paulo, em 2014, atraindo milhares de fãs e provando que o Brasil tem um grande mercado de consumidores geek. Pernambuco recebe o evento tentando utilizar o know-how adquirido após sediar algumas edições da Campus Party Recife, evento que também era restrito ao território paulista até alguns anos. Mesmo em meio ao momento pessimista que o Brasil vive, conseguir ser sede de um evento com o porte da CXXP mostra que Recife entrou definitivamente no roteiro geek mundial. Geograficamente, faz todo sentido trazer para a capital pernambucana, atraindo fãs de Estados mais distantes de São Paulo, garantindo um novo público e preservando parte da exclusividade das edições paulista e recifense. Com a programação espalhada pelas redes e ruas da cidade, podemos dizer que, para uma primeira edição, a CCXP Recife está no caminho certo para entregar um evento que agrade os fãs. É bem verdade que uma parte importante das atrações de impacto são de produtos do Netflix, que conseguiu garantir um peso internacional a versão nordestina. Recentemente lançadas e rodeadas de polêmicas, as séries 13 Reasons Why e Punho de Ferro contaram com alguns de seus principais personagens no Centro de Convenções. Vale um destaque ainda para a grande quantidade de quadrinistas na programação. Temos um cenário de HQs que nunca deixa de angariar geeks e nerds. Em tempos da digitalização quase total, de uma cultura do movimento, da transposição dos quadrinhos para a TV e o cinema, abrir espaço para que mais jovens tenham contato com as pessoas que mantém a indústria viva é bastante positivo. A programação conta ainda com a presença de diversos Youtubers do cenário nacional, que sempre arrastam fãs por onde passam. No mais, resta torcer para que a versão pernambucana da CCXP deixe um sabor de quero mais nos fãs que passarão pelo Cecon ao longo dos próximos dias. Somente assim para garantir que o evento retorne, cada vez mais forte, se consolidando no calendário Geek nacional. Os fãs nordestinos merecem.

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Ser Geek é indicar tecnologia para amigos e família (Parte 3)

Chegamos ao terceiro e último post com dicas de tecnologia.  Espero que você tenha gostado das sugestões anteriores, de computadores e tablets. Hoje, falaremos um pouco sobre smartphones. Não há dúvidas de que, assim como no mundo dos tablets, a Apple foi a grande responsável por revolucionar o mercado de celulares. O iPhone trouxe uma nova forma de interatividade, voltada para a tela sensível ao toque. Hoje, é praticamente impossível imaginar um celular sem esse recurso. Não à toa, a Samsung ganhou destaque recentemente ao anunciar o Galaxy S8, novo top de linha da marca. O novo aparelho aposta em uma tela infinity, com bordas praticamente inexistentes. É bem verdade que a tendência não é exclusividade da marca sul-coreana. Ao longo dos próximos anos, as telas devem ocupar cada vez mais espaço, chegando, inclusive, a ocupar as traseiras de alguns celulares. Mas por que o destaque para o Galaxy S8? A Samsung rivaliza diretamente com a Apple pelo troféu de marca premium do mercado de smartphones. Não bastasse isso, o desastre do Galaxy Note 7, com baterias explodindo e recall, colocou uma aura de dúvidas sobre a marca. Para completar, líderes da empresa foram presos acusados de fazer parte de um escândalo de corrupção, que abalou a Coréia do Sul. O novo aparelho é a esperança de novos ventos para a imagem da marca. Abaixo, três sugestões de aparelhos. Volta por cima? Lançado recentemente, o Galaxy S8 tem tela que ocupa praticamente toda a frente do aparelho, leitor de íris para desbloqueio, processador rápido, o novo assistente pessoal da Samsung, Bixby, entrada auxiliar para fone de ouvido, Bluetooth 5.0, que possibilita mais de um aparelho conectado, dentre outras novidades.   Em time que ganha... Desde o falecimento de Steve Jobs que a Apple vem patinando em suas decisões. É difícil ficar em cima do muro quando o assunto são os produtos da marca. Ame-o ou Deixe-o. A geração atual recebeu muitas críticas por deixar de fora carregamento sem fio e entrada auxiliar. Mas para quem gosta de fotos, sua câmera continua sendo uma das melhores do mercado. O iOS, apesar de suas limitações, tem aplicativos e estabilidade que justificam a paixão de muitos consumidores.   Em tempos de crise Tá apertado por causa da crise? Pode ir de Moto G5 sem peso na consciência. Pode não ter todos os recursos das opções anteriores, mas também custa praticamente um terço dos preços de seus concorrentes. Nesta versão, o aparelho trouxe uma traseira em metal, com leitor de digitais e bateria removível. A câmera dá conta do recado para quem não é muito exigente ou vai utilizar os filtros do Instagram. Uma boa ideia para quem está com o orçamento apertado, mas não abre mão da qualidade.  

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Legião Anônima: uma degustação do texto (Por Paulo Caldas)

Campo fértil à criação artística, Pernambuco sempre se destacou em todas as formas de expressão. No campo da literatura, por exemplo, a cada ano surge uma safra de bons frutos nesta “Roma de bravos guerreiros”: uns amadurecem no pomar da prosa, outros no dos versos, e até aqueles que frutificam dos dois lados, caso do escritor João Paulo Parísio. Este é um que pratica uma escrita nascida madura. No seu "Legião anônima" (Cepe Editora, 2014), está explícita tal constatação. Como bem observado pelo escritor Raimundo de Moraes, na orelha do livro, “Ao atender o convite de João Paulo Parísio, o leitor vai entrar nessa legião anônima de anjos que rastejam em sarjetas. Mulheres mortas que deslizam num rio igualmente cadáver, outras que se afogam no próprio desamor e homens de barro que podem desmanchar-se no rolar de uma lágrima”. No texto do livro é visível a destreza de Parísio no manejo de um vocabulário amplo, na aposição exata de cada palavra em seu lugar e até minúcias da técnica ficcional. Quanto ao apelo do conteúdo, recorro ao “Monólogo da camélia”, página 51, conto escolhido para a análise, o autor adere à narrativa na primeira pessoa, o que traz o leitor para o interior da cena, está dito: "toda puta tem algo de sacerdotisa, de sibila, de pitonisa, que as paisanas não têm; menos ainda agora que perderam o fascínio das vestais: a castidade", e arremata: "é por essas e outras que a nossa classe sobrevive, como certas espécies epidêmicas: a adversidade é o nosso bioma. Somos gratas às moças de família - essas sim,  vias de extinção," e fecha a ideia: "Somos parte da mesma dieta, mas não nos comemos". Mais adiante, de braços com a ironia, a personagem sacramenta. "Bem- aventurado as freiras que nos renegam cheias de inveja e as carolas que despertam a curiosidade sobre nós na cabeça dos meninos tenros, tornando-nos proibidas, irresistíveis ainda que proibitivas”. “É certo, pois que através de nós a sociedade elimina suas impurezas”..., “Somos a válvula de escape, a abertura do esfíncter”, afirma a personagem. É possível, prazeroso até, citar outros trechos elogiáveis do conto, mas seria maximizar a degustação. Contudo façamos este mimo extra ao leitor: “a nossa dignidade está escrita na testa, com a marca da besta. Por isso os egípcios nos veneravam e os japoneses, tão assépticos na vida e na morte, cultivam camélias”. E finalizando a personagem adverte: “Humanidade devora-me ou eu decifro-te”. Para não dizer que omitimos pequeninas imperfeições, há uma observação sobre a voz da protagonista, uma vez que ela faz uso dos pronomes oblíquos, refinando o discurso, não obstante ocupar um espaço inferior na estratificação social. No universo da poesia, Parísio tem publicado “Esculturas fluidas” (Cepe Editora, 2014) com uma primorosa apresentação gráfica, apresentado por Laura Moosburger, professora da USP que se dedica à interface entre a Filosofia, Literatura e Poesia.    

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Cerveja na garrafa ou na lata? Faz diferença? (Por Rivaldo Neto)

Uma das grandes discussões, quando o assunto envolve o paladar das cervejas, é se realmente faz diferença a embalagem em garrafa ou na lata. Será que o armazenamento nesses recipientes causa alguma distorção no sabor? Essa polêmica é antiga, então vamos desvendar o que tem de verdadeiro para sabermos se nossa bebida preferida sofre tais alterações. O primeiro ponto é que tanto a cerveja em garrafa, lata ou barril tem o mesmo tempo de maturação. Em relação à garrafa, o liquido ganha mais carbonatação (introdução de CO2 que faz dar o efeito de espuma) por causa do material que veda as tampinhas ser mais permeável aos gases que o alumínio presente nas latas. Isso acontece para manter a carbonatação ao longo do prazo de validade. O processo de pasteurização é quase o mesmo em todas as embalagens, inclusive na produção em nada diferem, pois a cerveja que sai dos tanques é a mesma que abastece uma linha de latas e a de garrafas. Mesmo com essas semelhanças e, apesar de no aroma, no sabor e na cor os líquidos serem quase sempre idênticos, garrafas e latas têm diferenças. E uma delas pode, sim, às vezes – mas não é comum – interferir na qualidade da bebida. Porém, ao contrário do que muitos pensam, é a lata quem leva vantagem pelo fato de proteger o líquido da luz. Quando a bebida fica muito exposta à luminosidade causa um defeito chamado light-struck, que faz com que o aroma e o sabor se tornem desagradáveis. Isso ocorre porque a luz causa uma quebra na molécula que produz o amargor do lúpulo. Não por acaso, os produtores cervejeiros optam por vidros escuros mas que, ainda assim, possibilitem vislumbrar o líquido dentro da garrafa. É por esse motivo que as garrafas escuras (cor âmbar ou verde) são preferíveis às brancas. Isso não implica que uma cerveja que venha numa garrafa branca seja de má qualidade ou se estrague mais depressa. Devemos, no entanto, ter alguns cuidados extras e guardá-las em locais escuros e sem luz direta. Então vamos aos fatos e podemos concluir: O tempo de maturação é o mesmo em todas as embalagens, porém a cerveja em garrafa é um pouco mais carbonatada que a enlatada, mas nada que interfira absurdamente no sabor. A única interferência é que em lata ou em barril a cerveja fica um pouco mais densa, mas repito: a diferença é mínima. Só um grande especialista pra se incomodar com tal detalhe. Outro fator importante é que tanto cervejas em lata quanto em garrafas recebem a adição de antioxidantes: os mais usados são o isoascorbato e o metabissulfito de sódio ou potássio que também não têm interferência no aroma nem no sabor. E que as ligas metálicas usadas na latas não interferem na qualidade da bebida. O que podemos afirmar é que há uma diferença de sabor entre chope e cerveja, mesmo que sejam da mesma marca. Ocorre que o chope que não sofre o processo de pasteurização e, por isso, deve ser logo consumido. Enquanto a cerveja na garrafa e na lata passa por esse processo, e ganha um volume maior de CO2. Contudo, a pasteurização vem se modificando com o tempo, se tornando mais moderna, a ponto de alguns processos industriais a excluírem. Então cervejeiros de plantão a composição química tanto das latas quanto das garrafas não proporciona qualquer alteração no sabor do produto. E quando acontece, são raríssimas vezes. Então vamos degustar sem preconceitos! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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