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Ana Elizabeth Cavalcanti: "Vivemos numa sociedade incompatível com a vida humana"

A psicanalista Ana Elizabeth Cavalcanti, sócia do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem), faz uma análise contundente da crise de saúde mental no Brasil, apontando as raízes estruturais que adoecem o sujeito contemporâneo: hiperindividualismo, precarização do trabalho, colapso ambiental e culto à alta performance. Ansiedade, depressão, síndrome de burnout, compulsões, fobias. Esses sintomas têm se alastrado como uma epidemia silenciosa, atravessando faixas etárias, classes sociais e ocupações diversas. Mas o que há de comum nas causas desse adoecimento coletivo? Para a psicanalista Ana Elisabeth Cavalcanti, o problema não está nas pessoas, mas no sistema. “O capitalismo tardio, em sua versão neoliberal, criou um ambiente hostil à vida”, afirma. Na entrevista a seguir, Elizabeth traça conexões entre saúde mental, desigualdade, solidão, tecnologia e cultura da performance. E alerta: tratar os sintomas sem questionar o modelo de sociedade é como tentar conter um grande incêndio com baldes d’água. Com linguagem acessível e posicionamento firme, ela propõe que as saídas não sejam apenas individuais, mas comunitárias e políticas, pautadas no fortalecimento de vínculos, na solidariedade e na reconstrução de um ideal de bem-estar coletivo. Qual é o cenário base para explicar o avanço dos problemas de saúde mental que tem nos afetado com sintomas tão distintos? A gente está vivendo um capitalismo tardio que, do meu ponto de vista, é incompatível com a vida humana. Então, temos uma concentração de riqueza absurda e muitos em situação de vulnerabilidade extrema. Atualmente, o que importa é o lucro, é juntar muito dinheiro. Isso desfaz algumas condições que são indispensáveis para o ser humano, como a questão da solidariedade e das redes de apoio, que inclui família, amigos e também mecanismos sociais.  Hoje, infelizmente, nada é mais retrógrado do que pensar no estado de bem-estar social. Isso não significa que não haja pobres e ricos, mas significa que o estado deveria garantir o mínimo de bem-estar social, seja por meio de políticas públicas, seja por meio de políticas afirmativas ou de programas, como nós temos aqui com o Bolsa Família e o Pé de Meia. Por outro lado, dentro dessa mesma lógica, as pessoas foram “transformadas” em empreendedores de si mesmos. Muitas vezes, são pessoas em condições de miserabilidade, que vivem entregando coisas, atropelando-se nos sinais, voando com as motos e com as bicicletas, porque precisam produzir muito para ganhar pouco. Então, temos hoje esse fenômeno incrível que é o fato de 60% dos jovens abominarem a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho]. Preferem ser empreendedores. É uma precarização absurda e que é englobada por esse discurso falacioso do neoliberalismo de que é mais importante empreender do que ter um trabalho com as suas garantias. Vivenciamos esse combate há muito tempo contra a CLT. Isso tem relação com o discurso de incentivo para o indivíduo “sair da zona de conforto”? A rigor, ninguém vive sem zona de conforto. Mas não estou falando de uma pessoa que é preguiçosa. É necessário ter sua zona de conforto, suas ilhas de conforto. Ninguém vive sem isso. É outra falácia.  É uma mensagem de que você não pode descansar, não pode ter seu momento de ócio criativo, nada disso é admitido. Aí, passam a existir apenas duas qualidades: consumidores e produtores. Duas coisas que estão interligadas porque para consumir é preciso ser produtivo.  Acho que a gente caminhou nesse sentido e chegará um momento em que vai surgir outra alternativa. Mas o que se desenvolveu é incompatível, vai surgir aí desse caldo alguma coisa diferente, mais compatível com a condição humana. Há um outro lado. A ideia de que é preciso dar sempre o máximo no trabalho. Quando a pessoa não suporta a pressão ou não atinge as metas incumpríveis, tudo isso é creditado ao indivíduo. Ninguém se pergunta se o que está ali em jogo é um sistema, uma exigência sobre-humana. Todo mundo vai dizer: “ah, isso aconteceu porque você não foi suficientemente competente, você não foi atrás dos seus objetivos; se você for atrás, se você fizer tudo, você vai alcançar os seus objetivos”.  Aliado a isso também, vivemos um período de exigência tecnológica que é imensa e que está corroendo a cabeça de muita gente, sobretudo das crianças, que não sabem mais esperar. Elas ficaram mais imediatistas, o mínimo de espera as torna completamente ansiosas. Não é uma patologia. Mas a criança vive pendurada numa tela, sendo bombardeada com informação de forma passiva, informações muitas vezes de que não dão conta. Daqui a pouco, elas não têm mais paciência de ler um texto de duas páginas porque estão habituadas a essas mensagens curtíssimas que você lê rapidamente. A gente tem o que poderia chamar de um ambiente extremamente hostil à vida humana. Quais são os efeitos no corpo de quem vive constantemente nessa situação de estresse? Existem as doenças chamadas psicossomáticas que são reumatológicas, alergias de todo tipo, gastrite, doenças autoimunes que têm tido um crescimento enorme. E há algo muito preocupante: o aumento exponencial do câncer que tem uma ligação com tudo isso, porque as pessoas não têm tempo de se alimentar, de fazer comida, só comem alimentos ultraprocessado porque são rápidos. Então, é muito contraditório porque a preocupação com a saúde e com o corpo ficou priorizada. Mas, acontece que a preocupação é com a performance, é produzir o máximo, é não envelhecer, é estar magro, é estar com o rosto todo harmonizado… É uma contradição estar se cuidando mas almejando um corpo performático, que não pode envelhecer, que não pode ter nenhum desvio.  É muito incrível porque a gente chama de cuidado, mas nisso entra a utilização de medicamentos, anabolizantes, ou seja, o que se chama de cuidado é voltado para a performance. É também fruto de muita angústia porque esses corpos que aparecem na internet com mil filtros são ideais inalcançáveis.  A exposição das redes sociais proporciona a comparação com esses modelos inalcançáveis? Eu acho que um dado dessa nossa cultura hoje é o oferecimento social de ideais que são inalcançáveis. Isso gera muita angústia. Ninguém vive sem ter ideais.

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Últimos dias para se inscrever nos programas ALI Produtividade e ALI Rural do Sebrae-PE

Iniciativas oferecem consultorias gratuitas para impulsionar negócios urbanos e rurais com foco em inovação e gestão Empreendedores de micro e pequenas empresas ainda podem se inscrever até esta sexta-feira (18) nos programas ALI Produtividade e ALI Rural, promovidos pelo Sebrae em Pernambuco. As iniciativas integram o Programa Brasil Mais Produtivo, do Governo Federal, e têm como foco aumentar a competitividade dos pequenos negócios por meio da inovação e da melhoria da gestão. Estão disponíveis 700 vagas para empresas urbanas e 100 para empreendimentos do setor rural. O ALI Produtividade oferece consultoria gratuita por até seis meses, com diagnóstico personalizado e acompanhamento de especialistas para identificar gargalos e implementar soluções inovadoras. Empresas formalizadas como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP) podem participar. Já o ALI Rural é voltado a produtores rurais, pequenas agroindústrias e negócios do agronegócio, com suporte especializado por até um ano em áreas como controle gerencial, vendas, marketing e processos produtivos. Casos de sucesso mostram o impacto dos programas. A esteticista Lane Costa, de Jaboatão dos Guararapes, dobrou seu faturamento após quatro meses no ALI Produtividade. “Depois do acompanhamento com a Agente Local de Inovação, percebi, de fato, que eu era empresa e não pessoa física... Meu faturamento dobrou com a adoção de mudanças básicas, apesar de não serem simples. O básico bem feito dá retorno, e estou vendo isto acontecer”, relata. Já a empreendedora Maristella Lúcio reestruturou sua loja colaborativa com apoio do programa. “A partir disso, fizemos o rebranding da marca e nasceu o novo nome: Ela Vende... Estamos na loja, nas ruas e na rede conectando mulheres, fortalecendo negócios e espalhando empreendedorismo feminino por onde passamos”, afirma. Serviço🗓 Inscrições até: 18 de julho de 2025🌐 Inscreva-se: sebrae.com.br/pernambuco📌 Vagas: 700 para ALI Produtividade e 100 para ALI Rural💼 Público-alvo: MEs, EPPs, produtores rurais e agroindústrias de Pernambuco

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A Economia do Artesanato: artesãos transformam inspiração em negócios sustentáveis

Impulsionados pela Fenearte e, em muitos casos, com apoio de entidades e políticas públicas, os pequenos empreendedores do setor consegue gerar e promover o desenvolvimento de suas comunidades *Por Rafael Dantas O barro se transforma em cerâmica, os fios de lã viram tapetes e a madeira ganha formas nas mãos dos artesãos. Essas e tantas outras tipologias, como a pedra e até mesmo a sucata, representam a união de inspiração, talento e saberes que há tempos moldam a identidade cultural de Pernambuco. Esse legado, somado ao empreendedorismo e à profissionalização, também impulsiona negócios e desenvolvimento. A combinação tem levado pequenos artesãos, associações e pequenas empresas a ultrapassarem fronteiras, exportando suas criações da Região Metropolitana e do interior para o Brasil e o mundo. A Fenearte, que reúne centenas de artesãos pernambucanos, dos mais diversos municípios, é a principal passarela de todo esse trabalho que coloca lado a lado mestres consagrados e novas gerações de artistas e empreendedores. Apesar da importância da feira, que movimentou R$ 108 milhões no ano passado, a vitalidade desse segmento vai muito além dos 12 dias do evento. Gera emprego, renda e muita cultura ao longo dos 12 meses do ano.  “As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária. As pessoas valorizam, reconhecem o valor agregado dessa atividade. Além disso, o artesanato pernambucano está bem-posicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade”, afirmou Camila Bandeira, diretora de Promoção da Economia Criativa da Adepe (Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco). "As pessoas cada vez mais veem o artesanato como trabalho e fonte de renda principal, não secundária, e reconhecem o valor agregado dessa atividade. O artesanato pernambucano está bemposicionado no Brasil e no exterior, o que atesta a nossa biodiversidade, cultura e identidade." Camila Bandeira Pernambuco tem 16.339 artesãos ativos pelo Sicab (Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro), deste mês. Como a atividade é muito informal e em muitas comunidades uma pessoa é cadastrada para fazer a comercialização de um produto construído coletivamente, o número de profissionais que vive da atividade é muito maior.  A  pesquisa Diagnóstico do Artesanato Brasileiro e Planejamento Estratégico, coordenada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2021, apontou que 18% do total de pessoas ocupadas no País em atividades artístico-culturais, são do artesanato. Entre 2012 e 2021, houve um crescimento de 26% do número de profissionais no setor.  Marcos de Sertânia tornou sua arte conhecida e a cidade se firmou como celeiro de talentos. Trabalham com o mestre de 15 e 20 pessoas e outros seis coletivos surgiram na região. Ele montou um local para ateliê e exposição, que vai ganhar um café, e espera torná-lo um ponto turístico. Um dos nomes que simboliza bem a transformação do fazer manual em atividade econômica é Marcos de Sertânia. A mais de 300 quilômetros do Recife, o município sertanejo se firmou como um celeiro de talentos. Só no ateliê do mestre, entre 15 e 20 pessoas estão envolvidas na produção. Marcos destaca ainda que outros seis coletivos surgiram na região, consolidando o nome da cidade no cenário da cultura popular pernambucana. “A gente fortaleceu isso no interior. Pegamos dinheiro de fora para injetar na economia da nossa cidade. O maior empreendedorismo para a gente foi esse”, celebra o mestre. Marcos, inclusive, construiu um novo espaço para ateliê e exposição, que ainda vai ganhar um café. A expectativa é que se consolide como um atrativo turístico de Sertânia. Há 38 anos na atividade, Marcos construiu seu talento com o aprendizado vindo de feira em feira. Suas esculturas de animais de membros longos conquistaram espaço em galerias, coleções particulares e eventos culturais. O cachorro – peça mais vendida do ateliê – lembra, por coincidência, a personagem Baleia, da obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Curiosamente, Marcos só conheceu a história depois de já representar, por instinto e inspiração no Sertão, a figura que se tornaria a marca do seu trabalho. COMUNIDADES DO ARTESANATO Por trás dos mestres, não é incomum existirem verdadeiras comunidades de artesãos. Inclusive, diferentes gerações vivendo do artesanato. Esse é o caso do Sítio Rodrigues, que fica em Belo Jardim. “Lá é um berço de artistas. É uma comunidade com mais ou menos 200 habitantes, mas tem três mestras: Cida Lima, Neguinha e Nanai e a minha mãe, que infelizmente faleceu. Fora elas, tem uma grande parte da população que também trabalha com barro”, conta Carol, que veio para a Fenearte ao lado da irmã Pepinha, trazer o DNA de Luiza do Tatus, que morreu em 2023.  Carol brinca com o barro desde criança. Na adolescência passou a fazer suas próprias peças em forma de onças. Com a despedida da matriarca, ela reproduz as peças de Luiza dos Tatus, mas também tem obras de sua inspiração à venda. A irmã é mais recente na atividade, tendo a experiência de contribuir no acabamento das peças, e fez a sua primeira participação na Fenearte neste ano.  O Sítio Rodrigues, em Belo Jardim, é um berço de artistas. Entre as mestras mais conhecidas está Luiza dos Tatus, falecida em 2023, mas cujo talento foi passado para suas filhas Carol (esquerda), e Pepinha (direita), ao centro o pai delas, João José de Cazuza. Com foco na produção do ateliê, sobra pouco tempo para se capacitar como empreendedora. Mas Carol afirma que algumas formações foram oferecidas no município. Apesar dos obstáculos, como a baixa remuneração e a dificuldade para escoar a produção, a família resistiu. Com a Fenearte um novo horizonte começou a se desenhar. “A partir da Fenearte passou a abrir as janelas para nosso trabalho. As pessoas começaram a valorizar mais e as peças passaram a ter um valor diferenciado”. Entre fios e inspirações, uma cidade pernambucana que gira em torno da tapeçaria é Lagoa do Carro. Quem passeia pelas inúmeras ruas da Fenearte vai encontrar sete estantes com as mestras. Isabel Gonçalves, há 44 anos na atividade

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Fórum Sindienergia 2025 reúne especialistas para debater futuro energético em Pernambuco

Evento destaca inovação, investimentos e transição sustentável para fortalecer o setor no Estado Pernambuco se destaca novamente como polo estratégico para o desenvolvimento do setor energético com a realização do Fórum Sindienergia 2025, marcado para o dia 17 de julho, no auditório do Empresarial Riomar – Torre 5, no Recife. Com o tema "O futuro da energia é agora!", o encontro reunirá representantes do Governo do Estado, da EPE, Neoenergia PE, Baterias Moura, SENAI PE e diversos especialistas para discutir os caminhos da energia no Estado. A programação inclui oito painéis temáticos que abordarão assuntos relevantes como atração de datacenters e cargas eletrointensivas, investimentos em distribuição de energia, sistemas híbridos e armazenamento, ampliação da rede básica, regulação, tributação, créditos de carbono e eletromobilidade. O Fórum também oferece oportunidades para networking e troca de experiências entre profissionais e empresas do setor. Além de promover debates técnicos aprofundados, o evento reforça a importância da inovação e da sustentabilidade para o crescimento da cadeia produtiva da energia em Pernambuco. A expectativa é fortalecer conexões institucionais e empresariais, impulsionar novos negócios e fomentar iniciativas que contribuam para a transição energética no Estado. O Fórum Sindienergia 2025 acontece das 9h às 18h do dia 17 de julho no auditório do Empresarial Riomar – Torre 5, em Recife. Temas em destaque no Fórum Sindienergia 2025: O plano pernambucano para atração de datacenters e cargas eletrointensivas;Distribuição de energia: novos investimentos, mais qualidade;Sistemas híbridos e armazenamento de energia;Ampliação da rede básica em Pernambuco;A Regulação, a tributação e os créditos de carbono;Os impactos da reforma tributária na economia brasileiraA plataforma ecológica econômica e as novas instruções normativasO crescimento da eletromobilidade em Pernambuco. ServiçoFórum Sindienergia 2025Data: 17 de julho de 2025 | Horário: 9h às 18hLocal: Auditório Empresarial Riomar – Torre 5 – Recife (PE)Contato: contato@sindienergiape.com.br

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Valexport alerta para risco de colapso nas exportações de frutas com nova tarifa dos EUA

Entidade teme desemprego em massa e perdas bilionárias no Vale do São Francisco caso medida não seja revista A menos de três semanas do início da safra de mangas e uvas no Vale do São Francisco, a Valexport – Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados da região – emitiu uma carta aberta às autoridades brasileiras e norte-americanas alertando para os impactos devastadores da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras de frutas. A medida ameaça inviabilizar a principal rota internacional da fruticultura nacional, especialmente no período de maior escoamento da produção. “É imperativo encontrar uma solução que permita a manutenção do fluxo de exportações, a preservação dos empregos, e o respeito ao esforço de milhares de famílias e empresas comprometidas com a produção sustentável de alimentos”, afirmou José Gualberto de Almeida, presidente da Valexport. Segundo a entidade, o setor movimenta anualmente cerca de US$ 500 milhões em exportações, com destaque para a manga, principal item da pauta da fruticultura brasileira, de acordo com dados do COMEXStat. A Valexport reforça ainda o peso social da cadeia produtiva, que gera aproximadamente 250 mil empregos diretos e 950 mil indiretos, segundo a EMBRAPA. “São trabalhadores rurais, embaladores, irrigantes, motoristas, técnicos agrícolas, pequenos produtores, comerciantes e famílias inteiras que encontram na fruticultura sua única fonte de renda e dignidade em uma das regiões mais desafiadoras e carentes do país”, destacou Gualberto. Para ele, o setor é uma barreira real contra o êxodo rural e uma das principais ferramentas de combate à pobreza no semiárido nordestino. O documento aponta que, sem uma revisão urgente da tarifa, os produtores serão obrigados a redirecionar a produção excedente para o mercado interno e europeu, que não têm capacidade de absorção suficiente. A consequência, segundo a entidade, será uma queda acentuada nos preços, o colapso da rentabilidade do setor e o aumento do desemprego na região. “Contamos com o bom senso, a responsabilidade institucional e o espírito de cooperação que sempre marcaram as relações entre nossos países”, concluiu o presidente da Valexport.

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Real Hospital Português moderniza parque de hemodiálise com investimento de R$ 6 milhões

Aquisição de 86 novas máquinas da B. Braun amplia capacidade e reforça liderança em nefrologia em Pernambuco O Real Hospital Português (RHP), em Recife, concluiu a renovação completa do seu parque de hemodiálise com a aquisição de 86 novos equipamentos da multinacional alemã B. Braun, referência global em soluções médico-hospitalares. O investimento de aproximadamente R$ 6 milhões consolida a instituição como o maior e mais moderno centro de diálise de Pernambuco. A estrutura modernizada permitirá a realização de cerca de 5.400 sessões mensais – ou 64.800 por ano – beneficiando mais de 450 pacientes regulares, entre atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada. A nova tecnologia já vem proporcionando ganhos em eficiência, segurança e conforto desde sua implantação, finalizada em dezembro de 2024. O parque agora conta com 74 equipamentos de hemodiálise e 12 de hemodiafiltração (HDF), modalidade voltada para casos mais complexos, que exige maior precisão na remoção de toxinas. Além da tecnologia, o projeto incluiu a capacitação de mais de 100 profissionais da equipe multidisciplinar, garantindo excelência no uso dos novos recursos. “Esse investimento reforça uma trajetória de quase cinco décadas dedicada à nefrologia no Real Hospital Português. Desde 1976, quando implantamos o primeiro serviço integrado de hemodiálise crônica e transplante renal da região e realizamos o primeiro transplante de Pernambuco e do Norte-Nordeste, a unidade vem crescendo de forma contínua”, destaca o Dr. Frederico Cavalcanti, gerente médico de nefrologia do RHP. O hospital mantém um programa de transplantes com resultados consistentemente acima da média nacional. A parceria com a B. Braun, iniciada em 2022, faz parte da estratégia de longo prazo da instituição para fortalecer sua atuação em alta complexidade, com foco em inovação e eficiência operacional. “A modernização do nosso parque de diálise representa um avanço importante em termos de qualidade e inovação. Sabemos o quanto é essencial que todos recebam tratamentos que aliam tecnologia de ponta e conforto, garantindo o máximo de segurança. A parceria com a B. Braun reflete a preocupação que temos com todos os nossos pacientes”, afirma Islan Moisalye, superintendente ambulatorial do hospital. Os novos equipamentos também marcam um avanço ambiental. Com tecnologia stand-by, as máquinas reduzem o consumo de água quando não estão em operação, contribuindo para um modelo mais sustentável em um processo historicamente intensivo em recursos hídricos.

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Exposição celebra a mandioca como símbolo da cultura alimentar brasileira

Mostra no Mercado Eufrásio Barbosa integra o Circuito Fenearte e destaca a tradição das casas de farinha A partir desta quinta-feira (17), o Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, em Olinda, recebe a exposição “Casa de Farinha - Mandioca, o Pão da Terra”, uma imersão nas tradições culturais, históricas e alimentares ligadas à mandioca e à farinha. A mostra, que segue em cartaz até 24 de agosto como parte do Circuito Fenearte, tem curadoria do antropólogo Bruno Albertim e da gastróloga Dianne Sousa, e propõe uma viagem sensorial pela importância desse ingrediente ancestral na identidade brasileira. A exposição ocupa o pavilhão central com uma reprodução cenográfica de uma casa de farinha tradicional, concebida pelos arquitetos Isac Filho, Amanda Piquet, Lucio Omena e Peu Carneiro. Estão em exibição instrumentos históricos de produção artesanal mantidos pelo Museu Carlos Cleber, de São Caetano, além de fotografias e vídeos sobre o universo da farinha. Entre os destaques, o projeto Feminino Farinha, da documentarista Luciana Dantas, que registra o protagonismo das mulheres nesse ofício ancestral. “Com a industrialização dos processos, a produção artesanal acabou por se concentrar nas mãos de mulheres cujas histórias de vida se confundem com a história da farinha”, afirma a autora. Além dos elementos visuais e históricos, o público poderá assistir ao vídeo-documentário “Farinhada Afroindígena”, sobre o Mestre Seu Lôro, figura central na preservação de saberes tradicionais no Sertão de Pernambuco. “A farinha é a camada primitiva, o basalto fundamental na alimentação brasileira”, escreveu o etnógrafo Câmara Cascudo, reforçando a centralidade desse alimento na formação cultural do país — um tema que a exposição busca evidenciar por meio de múltiplas linguagens. A mostra faz parte do Circuito Fenearte, iniciativa que busca descentralizar o acesso à arte e ampliar o alcance da feira. A programação também conta com um roteiro gastronômico: onze restaurantes de Recife e Olinda oferecem pratos inspirados nos derivados da mandioca até 20 de julho. A curadoria visual da mostra é assinada por André Santana e a produção geral é de Erika Gonçalves e Cíntia Couto. ServiçoExposição “Casa de Farinha – Mandioca, o Pão da Terra”📍 Centro Cultural Mercado Eufrásio Barbosa, Olinda🗓 De 17 de julho a 24 de agosto⏰ Abertura: 19h (quinta, 17) | Visitação gratuita🌐 Mais informações: fenearte.pe.gov.br/circuitofenearte

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“Hélio, o balão que não consegue voar” encerra festival com reflexão sobre o autismo

Espetáculo infantil valoriza empatia, inclusão e o poder transformador da arte. Foto: Ricardo Maciel O espetáculo “Hélio, o balão que não consegue voar” marca a despedida da 8ª edição do Festival Pintando o 7, com apresentações nos dias 18, 19 e 20 de julho, às 16h, no Teatro da Caixa Cultural Recife. Voltada para o público de todas as idades, a montagem pernambucana promove uma abordagem sensível sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), utilizando a metáfora de um balão que não consegue alçar voo para tratar temas como empatia, inclusão e o direito de ser diferente. Com dramaturgia assinada por Cleyton Cabral, vencedor do Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia 2019, o espetáculo é dirigido por Marcondes Lima e encenado por Cabral, Fábio Caio e Luciana Barbosa. A peça já circulou por escolas e espaços comunitários, buscando ampliar o diálogo sobre o TEA e estimular o olhar acolhedor do público. “Queremos incentivar o pensamento crítico e a reflexão nos espectadores, para que eles conheçam os sintomas do autismo e se tornem possíveis agentes de transformação”, afirma Cabral. A importância da discussão é reforçada pelos dados do Censo Escolar de 2023, que mostram um aumento de 50% no número de estudantes com TEA em salas comuns, totalizando mais de 607 mil crianças. Apesar dos avanços na inclusão, ainda persistem obstáculos relacionados à adaptação e ao preconceito. Nesse contexto, iniciativas culturais como o Festival Pintando o 7 ganham relevância ao promover a conscientização por meio da linguagem artística. Além da peça, a programação inclui a oficina gratuita “Atenção: Boneco na Mão!”, ministrada por Fábio Caio na sexta-feira (18), das 10h30 às 12h. Voltada para crianças de 6 a 12 anos acompanhadas por um responsável, a atividade oferece uma introdução prática ao universo do teatro de bonecos. Fundado em 2017, o Festival Pintando o 7 tem como missão democratizar o acesso à cultura, promovendo espetáculos que dialogam com a infância, a diversidade e temas sociais urgentes. Serviço:Espetáculo “Hélio, o balão que não consegue voar”Dias 18, 19 e 20 de julho | 16h | Teatro da Caixa Cultural RecifeIngressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda no Sympla Oficina “Atenção: Boneco na Mão!”Dia 18 de julho | 10h30 às 12h | Gratuita | Vagas: 24 (12 duplas)Público: Crianças de 6 a 12 anos com responsáveis

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Instituto Conceição Moura leva oficinas e maracatu à Fenearte 2025

Ações promovem arte, cidadania e protagonismo juvenil com jovens de Belo Jardim O Instituto Conceição Moura marca presença na 25ª Fenearte com oficinas e apresentações que mostram o impacto transformador da arte na vida de crianças e adolescentes. Atuando em Belo Jardim, no Agreste pernambucano, a iniciativa leva à maior feira de artesanato da América Latina os resultados da formação gratuita oferecida pela sua Escola de Artes Integradas. As atividades ocorrem no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, entre os dias 17 e 19 de julho. Nos dias 17 e 18, no Espaço Cidadania, serão realizadas oficinas gratuitas voltadas para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, em parceria com a Secretaria da Criança e Juventude de Pernambuco. Conduzidas pelo artista Wallace Cruz, as oficinas terão 40 vagas por dia e incluem a construção de instrumentos e vivência com ritmos da cultura pernambucana. No dia 19, sábado, às 14h, a Praça de Alimentação recebe o Grupo Percussivo da Escola de Artes Integradas, com 30 músicos e cinco dançarinos apresentando maracatu. Para a coordenadora executiva do Instituto, Lorena Tenório, a participação na Fenearte é um convite para reconhecer o poder da arte como ferramenta de transformação social. “A gente prova, na prática, como a cultura e a educação pode transformar destinos. Esses jovens chegam inseguros e descobrem talentos, força e sonhos novos. É bonito ver como eles se reconhecem como protagonistas das próprias histórias. É isso que vamos mostrar na Fenearte”, afirma. Criado em 2014, o Instituto Conceição Moura atende atualmente cerca de 140 jovens e se consolidou como um dos principais polos culturais de Belo Jardim, reunindo museu, cinema e praça pública. Inspirado pela visão de Dona Conceição Moura, o Instituto atua nas áreas de Primeira Infância, Educação de Qualidade, Formação de Jovens e Arte e Cultura, reafirmando o compromisso da Moura com o desenvolvimento social e humano. ServiçoOficinas e apresentação do Instituto Conceição Moura na Fenearte📍 Centro de Convenções de Pernambuco, Olinda🗓 Oficinas: 17 e 18 de julho (Espaço Cidadania)🗓 Apresentação: 19 de julho, às 14h (Praça de Alimentação)

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Sobretudo severa

*Paulo Caldas "A vida é traição", obra recém-lançada por Raimundo Carrero, é uma novela crua e visceral; tal Solano, ser vivente do trair, que cumpre um ritual desde mundo que é o mundo do apanhar é preciso, cada qual com a sua farsa... afinal se nasce para apanhar e trair: agora ou mais tarde está na hora; sempre na hora de apanhar e trair. Os personagens concebidos, a exemplo de outros nascidos da verve deste notável escritor; Solano, Minervina, Miguelão do Pistão, do padre que grita e tantos mais protagonistas que habitam esta e demais obras de Carrero, compactuam imagens e gestos transcendentes da realidade. E dentre as cenas, obedientes ao mesmo espectro, destaca-se a da empregada Minervina, com o hábito esquisito de deitar no terraço, levantar a saia, abrir as pernas e exigir do personagem: “beija aqui nos joelhos, nos pés, na perna, vai menino beija! ela sempre levantava a saia para ele beijar os joelhos... e ele atendia, Solano sempre atendia”. A novela sobre o ponto de vista estético expõe, com naturalidade, o domínio do autor na arte do bem escrever. E assim incita o lado curioso do leitor. A publicação traz o selo da Editora Record e os exemplares estão disponíveis nas lojas da Livraria Jaqueira. *Paulo Caldas é escritor

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