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A intimidade de Gilberto Freyre revelada pelo jornalista Mario Helio

Um livro sobre um “historiador que tenta não se limitar à lógica histórica nem à exata cronologia.” É essa a definição do jornalista e escritor Mario Helio Gomes para A história íntima de Gilberto Freyre, que ele lança pela Cepe Editora em 21 DE JUNHO. Não se trata de uma biografia, mas de um mergulho na obra do intelectual “que considerava a intimidade necessária como veículo para a verdade histórica”, esclarece o autor na publicação. O lançamento será na Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre, em Apipucos, Zona Norte do Recife, às 18h, aberto ao público. É a antiga residência do casal, que volta a receber visitantes depois de ficar fechada por dois anos. Logo nas primeiras páginas, Mario Helio remete o leitor ao Recife do século 19 e início do 20, com a reprodução de anúncios publicados em jornais para noticiar fuga de escravos, comércio de sítios para moradia na Estrada dos Aflitos, aluguel de amas de leite e transformações na cidade. Esse ambiente rural e de escravidão, avalia o escritor, vai influenciar a vida e a obra de Gilberto Freyre, o famoso historiador e sociólogo pernambucano, nascido em 15 de março de 1900, na citada Estrada dos Aflitos, atual Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no alvorecer do século 20. “História íntima é uma expressão dos escritores franceses Jules (1830-1870) e Edmond de Goncourt (1822-1896) que, por assim dizer, norteou a concepção de história do jovem Gilberto Freyre e da qual não se separou, na prática, ao longo de toda a vida. Consiste em encontrar as camadas mais ocultas e secretas da história, inclusive as mais indiscretas”, explica Mario Helio, doutor em antropologia pela Universidade de Salamanca, na Espanha. O título provocativo do livro diz muito sobre o sociólogo. “A ambiguidade reforça algo muito característico em Gilberto: é uma história sem intimidações, ou seja, ele não receia em usar a primeira pessoa e ser mais um personagem da história, pois o seu primeiro trabalho intelectual de fôlego - a dissertação de mestrado - foi uma tentativa de compreender o Brasil do tempo dos seus avós - e Casa-Grande & Senzala teve a ambição de ser uma espécie de autobiografia do Brasil. Sim, a expressão é desse jeito mesmo: não mera ‘biografia’ do Brasil, mas ‘autobiografia’ do país e dele, com sua história, inserido na História. Melhor ainda é a definição dele que está na afirmação de Lúcio Cardoso (escritor): ele sabia como nenhum outro inaugurar uma intimidade”, afirma. Essa relação parcial e apaixonada pela história é narrada pelo autor a partir de uma leitura crítica da produção intelectual de Gilberto Freyre, desde a adolescência. Com 492 páginas, o livro tem origem na dissertação de mestrado em história defendida por Mario Helio na Universidade Federal de Pernambuco, em 1994. “É um desdobramento sem ser uma continuação”, informa. Ele apresenta um Gilberto Freyre romancista, com Dona Sinhá e o Filho Padre e O Outro Amor de Doutor Paulo, e mostra como esses títulos não estão distantes do sociólogo, antropólogo e historiador que aborda a escravidão em Casa-Grande & Senzala, Sobrados e Mucambos e Ordem e Progresso. No romance e na não ficção, o sociólogo perseguia a verdade histórica, reforça o escritor. Ao ser questionado se esse seria o motivo pelo qual a produção de Gilberto Freyre desperta interesse ainda hoje, Mario Helio responde: “Essa é uma das razões, sim. Não esquecer, porém, de que a busca da verdade num escritor não é maior do que o interesse estético, da imaginação e da linguagem, do vigor e do frescor e certo ar de atemporalidade são feitos os grandes autores, e Freyre é um desses no mundo ibero-americano.” Para produzir A história íntima de Gilberto Freyre, o jornalista também se debruçou sobre o diário da juventude do sociólogo, que morreu em 1987. “Sexo é uma das palavras mais repetidas no seu diário íntimo e em Casa-Grande & Senzala. Tal importância tinha em sua mente que serve como metáfora da relação do leitor com os livros”, relata no livro. Entrevista com o autor Pergunta - Você diz, na publicação, que poucos críticos fizeram uma avaliação equilibrada dos livros de Gilberto Freyre. A história íntima vem com esse papel, de mostrar o escritor sem endeusamento, de alertar para a necessidade de se ler a sua obra com acuro antes de amá-la ou odiá-la? Mario Helio - Sim. Penso que a melhor postura, não apenas intelectual, mas de vida, é aquela de Spinoza: Não ridicularizar, não lamentar nem odiar ou maldizer, mas entender. Uma postura ética, de honestidade e de interesse humano legítimo, mesmo quando algo nos desagrada, seja qual for o motivo. Uma atitude franca e desassombrada é rara entre os brasileiros, muito mais presos a preconceitos, crenças e ideologias do que costuma admitir. A tal “cordialidade” referida no famoso livro de Sérgio Buarque de Holanda está presente como uma coisa negativa, a da emoção contaminar o juízo, e da abordagem parcial, muitas vezes em nome de meras opiniões, sectarismos, militâncias, ser escamoteada. Um escritor com o nível de solidez e grandeza de Gilberto Freyre merece ser lido criticamente, mas sem que isto signifique atacá-lo ou desqualificá-lo. Pergunta - No livro, você fala de críticos que comentam sobre Gilberto Freyre sem ter lido suas publicações. Qual o peso dos rótulos de racista e preconceituoso, atribuídos ao sociólogo, no comportamento desses críticos? Mario Helio - A leitura é uma arte difícil, exigente, e ironicamente, um rótulo que não cabe a Gilberto Freyre e sim a quem o ataca sem haver lido ou ter feito apenas uma leitura superficial e cheia de clichês e adjetivações pré-moldadas, é a de preconceituoso. Nenhum autor brasileiro foi mais despido de preconceitos que ele, nenhum mais corajoso em opinar -muitas vezes contra a corrente - sobre os mais diferentes temas. Quanto a raça e racismo, ele foi o primeiro e ainda o maior dos intelectuais brasileiros, a abordar as questões de raça sem ênfase nos “ismos” e nos conflitos. De tal maneira defendia o equilíbrio e o convívio que pode ser

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Eduardo Gaudencio Lucia Costa Santos e Ricardo Lyra Credito LeoMalafaia

Márcio Almeida e Gabriel Petribú lançam múltiplos inéditos nesta quarta (1º) na Número Galeria

Na ocasião, o espaço de arte, comandado por Lúcia Costa Santos, Eduardo Gaudêncio e Ricardo Lyra, inaugura área voltada para livros de artistas (Crédito: Leo Malafaia) Nesta quarta (1º), às 17h, Márcio Almeida e Gabriel Petribú se reúnem para lançar obras inéditas e múltiplas na Número Galeria, em Boa Viagem. Gabriel apresenta seu Tremila Riflessioni (ou 3 Mil Reflexões em italiano). Trata-se de um frasco lacrado com 3 mil palavras. Segundo o artista, a inspiração é um dicionário escolar criado pelo filósofo Ludwig Wittgenstein (1889 – 1951), que foi adotado pela escola primária de Otterthal, pequena comunidade na Áustria rural empobrecida dos idos de 1925. “Este dicionário seria um espelho das necessidades linguísticas objetivas, pensado e realizado em conjunto com a comunidade estudantil”, explica. “Servindo-me da ideia de que 3000 palavras poderiam definir um grupo num determinado contexto físico-temporal, resolvi encapsular as minhas palavras com método semelhante”, afirma Gabriel. “Foram reflexões sobre o peso e urgência de cristalizar cada uma delas num conjunto que não voltará a ocorrer. Cada nova tentativa de eleger os 3 mil elementos será um novo contexto, novos significados e pesos”. Ele aponta ainda outro aspecto do trabalho que fecha a trajetória. A manipulação por parte do espectador na esperança de obter a lista completa das palavras é provavelmente inalcançável. Exposto de forma transparente, mas velado pela complexidade. A tiragem é de 10 exemplares. Já Márcio Almeida lança duas obras na ocasião. A primeira dela é Nheë expressão originada do termo nhe em tupi-guarani, que significa “quem fala muito”, e inspirada na sua instalação Nheë Nheë Nheë, Genealogia do Ócio Tropical, que teve como base a interferência das religiões e as estratégias dos colonizadores na catequização os indígenas. A peça, com tiragem de 10 exemplares, é um galho de oliveira com uma pá na ponta, com banho de bronze. “A oliveira é um símbolo do cristianismo, que aqui remete aos jesuítas. Quando eles chegaram ao Brasil, colonizaram os povos originários, primeiro impondo uma língua única, depois rompendo com todos os elementos de cultura que os indígenas tinham”, detalha. “Já a pá simboliza o trabalho ao qual os povos originários foram submetidos – e motivo real pelo qual os jesuítas impuseram novos costumes”. A segunda peça é Occasus, carimbo sobre papel com a frase “Esta obra não compreende as normas da ABNT”. O carimbo tem edição de 10 exemplares, e o papel carimbado, de 100. De acordo com Márcio, o item é uma ironia com o mercado de arte. “Atualmente só valorizam o que se apresenta de um jeito formal, acadêmico”, pontua. “Meu trabalho com certeza não passa pelo crivo dessa mentalidade acadêmica”. O recifense Gabriel Petribú estudou desenho e pintura na Accademia di Belle Arti di Firenze, na Itália, conciliando sua vida entre os dois países desde 2005. Com diversas premiações internacionais, entre elas o 2 Prêmio Lorenzo il Magnifico, Mixed Media/XI Florence Biennale/Florença (2017), participou das mostras coletivas da APG, Ressignificados (2020) e Mistérios do Planeta (2019). Também em 2019, expôs Visioni di un Tardigrada; e dois anos antes, na Florence Biennale / Padiglione Spadolini, ambas exposições em Florença (Itália). Nascido no Recife (PE), Márcio Almeida iniciou sua carreira na década de 1980 e, desde então, desenvolve seu trabalho utilizando variados suportes. Seu olhar e interesse concentram-se em temas do comportamento humano ligados à noção de deslocamento, transitoriedade e pertencimento. Direciona seu foco, também, para questões de geopolítica e de ocupação do espaço urbano. Seu trabalho integra o acervo de instituições como Centro Cultural São Paulo – CCSP (São Paulo,SP), Museu de Arte do Rio – MAR (Rio de Janeiro, RJ), Pinacoteca de São Paulo (São Paulo, SP), Museu de Arte Contemporânea do Centro Dragão do Mar (Fortaleza, CE), Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRG (Porto Alegre, RS), Museu de Arte Moderna Aluizio Magalhães – MAMAM (Recife, PE), entre outras. Livro – Durante o evento, Lúcia Costa Santos, Eduardo Gaudêncio e Ricardo Lyra inauguram na Número Galeria um espaço para livros de artista, também conhecidos como livros-arte ou livros-objeto. São obras em forma de livro, inteiramente concebidas pelo artista e que não se limitam a um trabalho de ilustração. Estarão disponíveis livros de artista de nomes como Paulo Bruscky – e seu Livrobjetojogo, de 1993, feito com placas de metal e ímas -, Marcelo Silveira e Daniel Santiago.

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DONDINHO 2

Alimentos e produtos de higiene estão entre os itens prioritários para pessoas desabrigadas

Donativos podem ser entregues nos pontos oficiais da Prefeitura, em shoppings e supermercados. A Prefeitura do Recife montou um esquema especial para receber itens doados pelos recifenses para as pessoas desabrigadas em função das fortes chuvas dos últimos dias. No momento, as demandas prioritárias são de alimentos, roupas para crianças, lençóis, cobertores, materiais de higiene pessoal e de limpeza. Já roupas para adultos e refeições prontas não são urgentes no momento. As doações podem ser entregues no edifício-sede da Prefeitura, no Cais do Apolo; no Sítio da Trindade, em Casa Amarela; e no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, além de pontos de coleta situados nos shoppings Plaza, Recife, Tacaruna, Boa Vista e RioMar, nas lojas da rede Novo Atacarejo, e dos supermercados Big de Casa Forte, da Avenida Caxangá, de Boa Viagem, na Avenida Recife e no Shopping Tacaruna. De acordo com Ana Rita Suassuna, secretária de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, neste momento não é mais preciso a doação de roupas. "Estamos precisando de kits de higiene, como shampoo, sabonete, creme dental, escova de dente, pente e desodorante. Também há a necessidade de material de limpeza, como água sanitária, pano de limpeza, vassoura, rodo, saco de lixo e pá de lixo", ressalta. Pessoas físicas ou jurídicas interessadas em participar do movimento solidário para doação de produtos ou serviços podem entrar em contato com Central de Arrecadação, por meio dos números (81) 98791-2705 e 3355-9412 ou enviar e-mail doacaorecifesolidario@gmail.com. A Algomais, TGI, INTG, ÁgilisRH e LMS-TGI também estão recebendo donativos para as famílias que estão sofrendo as consequências das fortes chuvas na RMR. Nossa sede fica na Rua Barão de Itamaracá, 293, Espinheiro, Recife. Demandas Prioritárias: Kit higiene: shampoo, sabonete, escova e creme dental, pente e desodorante Kit de limpeza: detergente, água sanitária, pano de limpeza, vassoura, rodo, bucha, desinfetante, saco de lixo e pá de lixo. Lençol, travesseiro e cobertor Cesta básica e leite Roupas para crianças

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Rede de solidariedade do Recife se multiplica

Município dispõe de 41 equipamentos que funcionam, atualmente, como abrigos temporários. 2.630 pessoas permanecem desabrigadas e desalojadas (Da Prefeitura do Recife) Neste domingo (29), as redes Big, Drogaria São Paulo e quatro shoppings passaram a integrar a campanha Recife Solidário, que visa arrecadar doações de mantimentos, vestimentas e colchões para as vítimas das chuvas que atingiram a cidade nos últimos dias. Com a entrada dos parceiros na campanha, a cidade passou de três para 23 pontos oficiais de coleta de materiais e insumos. No início da noite de hoje, 2.630 pessoas permanecem desabrigadas e/ou desalojadas. As doações podem ser entregues no edifício-sede da Prefeitura, no Cais do Apolo; no Sítio da Trindade, em Casa Amarela; e no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. Os interessados também podem fazer suas doações nos pontos de coleta situados nos shoppings Recife, Tacaruna, Boa Vista e RioMar. Também estão disponíveis como locais para doações as lojas da rede de supermercados Big de Casa Forte, da Avenida Caxangá, de Boa Viagem, na Avenida Recife e no Shopping Tacaruna. Na tarde deste domingo, a Drogaria São Paulo também passou a integrar a rede de solidariedade no Recife e disponibilizou sua rede de 11 lojas em todo o Estado para arrecadar doações para pessoas em situação de vulnerabilidade social devido às fortes chuvas. Nos endereços da rede farmacêutica, a população pode doar água potável, alimentos não perecíveis, agasalhos e roupas de cama, além de produtos de higiene pessoal. A rede farmacêutica mobilizou lojas em todo o território pernambucano, incluindo as 7 unidades situadas no Recife, como pontos de coleta que podem ser feitas no horário de funcionamento das lojas, das 7h às 23h. Além disso, o Grupo também doará mais de mil itens de higiene da marca exclusiva Ever Care, como fraldas descartáveis geriátricas e infantis, álcool em gel, sabonete líquido e máscaras descartáveis, por exemplo. Pessoas físicas ou jurídicas interessadas em participar do movimento solidário para doação de produtos ou serviços podem entrar em contato com Central de Arrecadação, por meio dos números (81) 98791-2705 e 3355-9412 ou enviar e-mail doacaorecifesolidario@gmail.com. BALANÇO - A Prefeitura do Recife informa que, na noite deste domingo, 2.630 pessoas permanecem desabrigadas e desalojadas e dez continuam desaparecidas. A cidade está com 41 equipamentos funcionando como abrigos temporários, sendo 25 escolas, creches e centros sociais. Dentro do programa Recife Solidário já foram contabilizadas doações como: 15 mil quentinhas, 10 mil cestas básicas, 4.512 colchões, 13,5 mil litros de água mineral, 3 mil fraldas, 600 roupas de cama. Até o momento, foram registradas 76 ocorrências críticas, especialmente nas comunidades de Jardim Monte Verde, Milagres, Sítio dos Macacos e CAIC Barro. Neste domingo, foram registrados 25 chamados para serviços de manutenção pela Emlurb. Profissionais da Prefeitura do Recife resgataram 33 corpos, sendo 29 óbitos confirmados como moradores da cidade. Informações atualizadas do Recife | Balanço (19h): 2.630 pessoas desabrigadas ou desalojadas; 41 equipamentos funcionamento provisoriamente como abrigos, sendo 25 escolas, creches e centros sociais municipais; Entre os donativos doados, foram recebidos 15 mil quentinhas, 10 mil cestas básicas, 4.512 colchões, 13,5 mil litros de água mineral, 3 mil fraldas, 600 roupas de cama, dentre outros; 76 ocorrências críticas Principais locais: Jardim Monte Verde, Milagres, Sítio dos Macacos e CAIC Barro; 25 chamados para serviços de limpeza e manutenção pela Emlurb; 33 corpos resgatados, sendo 29 óbitos confirmados como moradores do Recife pela Secretaria de Saúde do Recife; 10 desaparecidos

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Entenda o que é a varíola dos macacos

Disseminação tem causado preocupação no mundo (Da Agência Brasil) O trauma naturalmente causado por uma pandemia acaba por deixar muitas pessoas preocupadas quando veem, logo em seguida, alertas sobre o surgimento de uma doença em locais onde antes ela não era detectada. É o que ocorreu após notícias de que humanos se contaminaram com a chamada varíola dos macacos, doença que é endêmica em países africanos. Mas sua disseminação para países não endêmicos, como na Europa e nos Estados Unidos, causou apreensão. Até agora, existem mais de 200 casos confirmados ou suspeitos em cerca de 20 países onde o vírus não circulava anteriormente. Diante dessa situação, a Agência Brasil consultou fontes e especialistas para elucidarem eventuais dúvidas sobre o que é a varíola dos macacos, bem como sobre sintomas, riscos, formas de contágio e sobre o histórico dessa doença que recentemente tem causado tanta preocupação nas pessoas. Médico infectologista do Hospital Universitário de Brasúlia (UnB), André Bon trata de tranquilizar os mais preocupados. “De maneira pouco frequente essa doença é grave. A maior gravidade foi observada em casos de surtos na África, onde a população tinha um percentual de pacientes desnutridos e uma população com HIV descontrolado bastante importante”, explica o especialista. Segundo ele, no início dos anos 2000 houve um surto da doença nos Estados Unidos. “O número de óbitos foi zero, mostrando que, talvez, com uma assistência adequada, identificação precoce e manejo adequado em uma população saudável, não tenhamos grandes repercussões em termos de gravidade”. O grupo que corre maior risco são as crianças. Quando a contaminação abrange grávidas, o risco de complicações é maior, podendo chegar a varíola congênita ou até mesmo à morte do bebê. Uma publicação do Instituto Butantan ajuda a esclarecer e detalhar o que vem a ser a varíola dos macacos. De acordo com o material, a varíola dos macacos é uma “zoonose silvestre” que, apesar de em geral ocorrer em florestas africanas, teve também relatos de ocorrência na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá, na Austrália e, mais recentemente, na Argentina. Histórico e ocorrênciasA varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano dessa variante foi registrado em 1970 no |Congo. Posteriormente, foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental. “A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano e, pelo menos, oito casos exportados internacionalmente”, complementa a publicação recentemente divulgada pelo instituto. Segundo o instituto, entre 2018 e 2021 foram relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. “Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens”. Casos recentesPortugal confirmou mais de 20 casos, enquanto a Espanha relatou pelo menos 30. Há também pelo menos um caso confirmado nos Estados Unidos, no Canadá, na Alemanha, na Bélgica, na França e na Austrália, segundo a imprensa e os governos locais, conforme informado pelo Butantan. “Neste possível surto de 2022, o primeiro caso foi identificado na Inglaterra em um homem que desenvolveu lesões na pele em 5 de maio, foi internado em um hospital de Londres, depois transferido para um centro especializado em doenças infecciosas até a varíola dos macacos ser confirmada em 12 de maio. Outro caso havia desenvolvido as mesmas lesões na pele em 30 de abril, e a doença foi confirmada em 13 de maio”, informou o Butantan. Mais quatro casos foram confirmados pelo governo britânico no dia 15 de maio, e, no dia 18, mais dois casos foram informados – nenhum deles envolvendo alguém que tivesse viajado ou tido contado com pessoas que viajaram, o que indica possível transmissão comunitária da doença. Dois tiposDe acordo com o instituto, esse tipo de varíola é causada por um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos. “Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento)”, explica o instituto. André Bon descreve essa varíola como uma “doença febril” aguda, que ocorre de forma parecida à da varíola humana. “O paciente pode ter febre, dor no corpo e, dias depois, apresentar manchas, pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para vesículas [bolha contendo líquido no interior] ate formar pústulas [bolinhas com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco]”. De acordo com o Butantan, é comum também dor de cabeça, nos músculos e nas costas. As lesões na pele se desenvolvem inicialmente no rosto para, depois, se espalhar para outras partes do corpo, inclusive genitais. “Parecem as lesões da catapora ou da sífilis, até formarem uma crosta, que depois cai”, detalha. Casos mais leves podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa. Transmissão e prevençãoNo geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis, informa o Butantan. Uma medida para evitar a exposição ao vírus é a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel. O médico infectologista do HUB diz que a principal forma de prevenção dessa doença – enquanto ainda apresenta “poucos casos no mundo” e está “sem necessidade de alarde” – tem como protagonistas autoridades de saúde. “Elas precisam estar em alerta para a identificação de casos, isolamento desses casos e para o rastreamento dos contatos”, disse. “Obviamente a utilização de máscaras, como temos feitos por causa da covid-19 por ser doença de transição respiratória por gotículas e

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capa 194.4

Qual a solução para o lixo?

*Por Rafael Dantas Ao desenhar em palavras o seu município, a escritora e catadora Maria Carolina de Jesus dizia: “O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde jogam os lixos”. Os versos que revelavam o drama social em que ela estava inserida, apontava ainda em meados da década de 50 um problema que iria explodir no Brasil: o descarte inadequado dos resíduos sólidos. Se a autora do clássico Quarto de Despejo narrava os dejetos espalhados pelas ruas e na porta da comunidade em que morava, a principal figura que viria a ilustrar esse desafio no País nas décadas seguintes seria a dos lixões. Diferentes versões da mesma tragédia, com implicações sociais, econômicas e ambientais. No entanto, nos últimos anos esse roteiro vem ganhando novas linhas, com o avanço da coleta seletiva e com o uso de novas tecnologias. Assine a Revista Algomais e leia a reportagem de capa na edição 194.4: assine.algomais.com

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Jardim Monte Verde 6

Governo atualiza para 56 número de mortos no estado

(Da Agência Brasil - Foto: Eudes Régis) O número de mortos pelas fortes chuvas que atingem o estado de Pernambuco subiu para 56, segundo boletim divulgado hoje à tarde (29) pelo governo estadual. As chuvas atingem o estado desde a última quarta-feira (25) e deixaram 3.957 pessoas desabrigadas. Há ainda, segundo o governo de Pernambuco, outras 56 pessoas desaparecidas nos municípios do Recife e de Olinda. Desde a sexta-feira (27), mais de 46 mil chamados foram feitos pelo telefone 193, informou a administração estadual. Na manhã de hoje, o governador Paulo Câmara reuniu o seu secretariado e os chefes dos comandos militares para monitorar e reforçar as ações nas regiões metropolitana do Recife, Zona da Mata e Agreste, as mais atingidas pelas chuvas. O governo informa que, neste momento, há 12 pontos de deslizamento sendo acompanhados pelas equipes. A tragédia provocada pelas chuvas fez os municípios de Jaboatão dos Guararapes e do Recife decretarem situação de emergência. “É muito triste o que vem acontecendo, não só no nosso município, mas na região metropolitana e em outras cidades do estado, com perdas de vidas e tantas famílias desabrigadas. Estamos colocando toda a nossa equipe para ajudar essas pessoas nesse momento. O volume de chuvas foi inesperado, acima da média dos últimos 30 anos”, disse o prefeito Mano Medeiros, de Jaboatão dos Guararapes. Hoje pela manhã, uma comitiva de ministros do governo federal sobrevoou o estado. Já o presidente Jair Bolsonaro anunciou em suas redes sociais que irá a Pernambuco amanhã (30) para “ melhor se inteirar da tragédia” causada pelas chuvas no Grande Recife.

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Paulo Câmara libera R$ 100 milhões para ações emergenciais e decreta situação de emergência

Recursos serão destinados à assistência às vítimas das chuvas e também para obras urgentes e de infraestrutura (Do Governo de Pernambuco - Fotos: Heudes Regis/SEI) O governador Paulo Câmara disponibilizou R$ 100 milhões para o trabalho de busca e salvamento e também para obras urgentes e de infraestrutura nos municípios atingidos pelas chuvas. Os recursos estarão disponíveis para as prefeituras já nesta semana. Além disso, com a publicação do decreto estadual de situação de emergência, os municípios atingidos também poderão acessar recursos do Sistema Nacional de Defesa Civil. “Esse montante é o que estamos liberando de forma emergencial. Ainda temos previsão de continuidade das chuvas e prosseguem os trabalhos de busca de pessoas soterradas em 12 pontos da Região Metropolitana do Recife. A nossa determinação para a Secretaria de Defesa Social e o Corpo de Bombeiros é que as equipes permaneçam nos locais até que a última vítima seja resgatada”, afirmou Paulo Câmara. De acordo com os registros da Secretaria de Defesa Social, atualizados às 18h deste domingo (29.05), chegou a 79 o número de pessoas mortas em consequência das chuvas. Além disso, há 3.957 pessoas desabrigadas, sobretudo nos municípios da Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata Norte, regiões mais afetadas. O grande impacto causado pelas chuvas fez com que, até o momento, 14 municípios decretassem Situação de Emergência: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, São José da Coroa Grande, Moreno, Nazaré da Mata, Macaparana, Cabo de Santo Agostinho, São Vicente Ferrer, Paudalho, Paulista, Goiana, Timbaúba e Camaragibe.

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Comércio se prepara para a volta dos festejos juninos

Lojas já contam com itens para se vestir à caráter e decorar ambientes de estabelecimentos, escolas, residências e espaços para eventos Bandeirinha, chapéu de palha, tecidos, camisa xadrez e retalho de chita. Durante os últimos dois anos, itens como esses ficaram um pouco esquecidos, sem a realização dos tradicionais festejos juninos. Agora, com a reabertura das atividades e a programação dos eventos prevista para o período, as lojas do Centro do Recife já entraram no clima e se prepararam, antecipadamente, para oferecer artigos de decoração de ambientes e acessórios a quem quer se vestir à caráter. "O comércio está animado e, tradicionalmente, o Centro do Recife é quem fornece itens juninos variados para agremiações de quadrilhas, estabelecimentos, escolas, residências e espaços para eventos fazerem suas decorações, criarem ambientes e trazerem de novo esse momento cultural tão inerente à nossa gente", adiantou Fred Leal, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL Recife). Entre as ruas que reúnem esse segmento estão Rua de Santa Rita e Rua das Calçadas, além do Mercado de São José. Reforço no estoque A Casa Lapa, por exemplo, reforçou o estoque em 30%, este ano, e a expectativa é vender entre 30% e 40% a mais que o mesmo período de 2021. Segundo a gerente Janaína Fernandes, a loja - localizada na Rua das Calçadas - investiu em itens prontos e para quem quer montar suas peças. "Atendemos da costureira e empresas a grupos de quadrilha e órgãos públicos. Temos clientes até de Maceió, Paraíba, Bahia e Sergipe que fazem questão de vir comprar aqui no centro do Recife", diz Janaína Fernandes. Entre a variedade estão artigos de época, itens prontos de vestuário, artesanato, peças para confecção, decoração e acessórios. Sem falar da chamada mesa posta, que ganhou força desde o ano passado. Janaína acrescentou que o mix também envolve produtos para o Dia dos Namorados, a exemplo de embalagens, balões decorativos e itens para a preparação de cestas de café da manhã. Festivais de Quadrilha Outra grande procura no comércio é a de tecidos e aviamentos para a confecção de figurinos dos grandes festivais e competições de quadrilhas juninas. "A maioria dos nossos materiais são comprados aqui no Recife", conta Cléo Henry, integrante da quadrilha junina Lumiar. Além dos materiais para os figurinos da quadrilha, tem ainda a ornamentação da casa. "Costumo decorar a minha casa no São João com bandeirinhas", diz ela.

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5 imagens do Recife nas cheias da década de 70

Recortada pelos rios Capibaribe e Beberibe e por uma série de riachos, o Recife tem um histórico de alagamentos e cheias. A década de 70 foi um dos períodos em que a capital pernambucana mais sofreu com enchentes. Hoje, em dia de intensa chuva na cidade, trazemos 5 imagens da cidade nos dias das cheias daquela década. Confira abaixo as imagens. . . . . . *Para sugerir temas para a coluna Pernambuco Antigamente ou para enviar fotos antigas da cidade, mande um e-mail para rafael@algomais.com

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