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Governo do Estado investe R$ 2,1 bilhões no PE na Estrada

Programa de infraestrutura rodoviária avança com obras em todas as regiões de Pernambuco. Foto: Hesíodo Góes - Secom O Governo de Pernambuco já aplicou R$ 2,1 bilhões dos R$ 5,1 bilhões destinados ao programa PE na Estrada. Com intervenções em mais de 3.500 quilômetros de estradas, o programa tem trazido benefícios para a mobilidade e o desenvolvimento econômico, com obras de recuperação, restauração e construção em diversas regiões. A governadora Raquel Lyra destacou o impacto das ações na melhoria da segurança, no incremento do turismo e no escoamento de produtos, ressaltando a continuidade dos trabalhos para atender às necessidades da população. "A recuperação da malha viária de Pernambuco é urgente e necessária para garantir a segurança de motoristas e pedestres, incrementar o turismo e facilitar o escoamento de produtos. Com o PE na Estrada, estamos atuando em rodovias, estradas vicinais e também no calçamento urbano", afirmou a governadora. Entre as obras estão a restauração da PE-017, em Jaboatão dos Guararapes, e a recuperação da PE-015 na Região Metropolitana do Recife. Além de gerar emprego e renda, o programa contribui para o desenvolvimento das diversas regiões de Pernambuco. No Litoral Sul, a restauração de acessos à praia de Muro Alto e a recuperação da PE-060 estão em andamento, enquanto no Agreste e Sertão, importantes rodovias como a BR-104 e a PE-425 também estão sendo revitalizadas. As obras visam não apenas melhorar a trafegabilidade, mas também contribuir para o crescimento socioeconômico, como no caso da PE-075, que facilita o escoamento da produção agrícola e industrial.

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Obras restauradas reforçam compromisso com a democracia e a cultura

Presidência celebra a reintegração de 21 peças históricas ao Palácio do Planalto após trabalho minucioso de restauração Dois anos após os atos de vandalismo que danificaram importantes obras do acervo da Presidência, 21 peças restauradas foram oficialmente reintegradas em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, no dia 8 de janeiro. Entre as obras devolvidas ao público estão o icônico quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, uma ânfora italiana e o relógio histórico do século XVII, restaurado na Suíça. "A democracia é uma coisa muito grande. Para quem ama a cultura, somente num processo democrático a gente pode conquistar isso", declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao celebrar a entrega. O processo de restauração envolveu cerca de 50 profissionais, incluindo restauradores, professores e estudantes de instituições como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Universidade de Brasília (UnB). Mais de 1.760 horas de trabalho foram realizadas em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, enquanto o relógio histórico foi restaurado em parceria com a Embaixada da Suíça e a renomada Audemars Piguet. Para Leandro Grass, presidente do Iphan, o projeto foi uma vitória coletiva: "Hoje o Governo Federal devolve à população obras que foram restauradas por 50 restauradores... além do laboratório de conservação, esses recursos viabilizaram o acesso de 500 estudantes da rede pública a uma extraordinária experiência de educação patrimonial". A primeira-dama, Janja Lula da Silva, destacou a resiliência dos servidores que preservam a memória nacional. "Aquelas lágrimas, hoje, se transformam em sorrisos pela certeza de que mantivemos a democracia firme. A arte, em suas diferentes formas, é uma ferramenta necessária para manter viva nossa memória", afirmou. A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também reforçou o papel das ações educativas realizadas no processo de restauração, que alcançaram mais de 500 alunos no Distrito Federal. "Ninguém pode domar nem amordaçar as expressões culturais e artísticas. A cultura resistiu", destacou.

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Banco do Nordeste investe R$ 25 milhões em projetos sociais em 2024

Em Pernambuco, 14 iniciativas receberam R$ 5,4 milhões, beneficiando milhares de pessoas. Foto: Divulgação O Banco do Nordeste (BNB) alcançou um marco histórico em 2024 ao destinar R$ 25,2 milhões a projetos sociais por meio de editais. Esse é o maior valor já registrado desde o início da série histórica, em 2007, representando um aumento de 150% em relação ao ano anterior. A iniciativa beneficiou diretamente 16.123 pessoas e contemplou 52 projetos voltados ao estímulo ao esporte, defesa dos direitos de crianças e adolescentes, além de assistência a idosos, pessoas com deficiência e pacientes oncológicos. Pernambuco foi destaque entre os estados atendidos, com 14 projetos recebendo um total de R$ 5,4 milhões. As iniciativas contempladas atuam em municípios como Recife, Olinda, Garanhuns, e Trindade, entre outros. Os editais, lançados em agosto de 2024, priorizaram entidades que utilizam o Fundo da Infância e Adolescência (FIA), Fundo do Idoso e programas de apoio como Pronon e Pronas/PCD, além da Lei de Incentivo ao Esporte. Recordes e ampliação de limitesSegundo o presidente do BNB, Paulo Câmara, o banco reafirma sua missão de promover desenvolvimento social: “Como banco de desenvolvimento, temos a missão dada pelo presidente Lula de ajudar as populações em maior fragilidade social para terem acesso a serviços e atendimentos dos quais precisam. Por isso, destinamos os maiores valores da história por meio de editais, que são uma das formas mais justas e efetivas para impactar milhares de pessoas”. Em 2024, também foram ampliados os limites de captação. Projetos voltados à oncologia e à atenção à pessoa com deficiência tiveram limite elevado para R$ 1,5 milhão, enquanto iniciativas da Lei de Incentivo ao Esporte chegaram a R$ 500 mil. Propostas para infância, adolescência e idosos alcançaram até R$ 350 mil. Impacto acumuladoDesde 2007, o BNB investiu cerca de R$ 95,5 milhões em 528 projetos sociais, beneficiando mais de 136 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.

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8 de janeiro: dois anos do maior atentado contra a democracia após a queda da Ditadura Civil-Militar

Nos últimos dois anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 371 pessoas envolvidas nos ataques de 8 de janeiro de 2023, que visaram os prédios dos Três Poderes. Entre as mais de duas mil pessoas investigadas, 898 réus foram responsabilizados, sendo 225 por crimes graves, como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Outros 527 participaram de ações menos graves e fizeram acordos com o Ministério Público Federal (MPF), resultando no pagamento de multas e cumprimento de penas alternativas. As condenações mais severas incluem penas que variam de três a 17 anos e seis meses de prisão. Em contrapartida, os réus de menor gravidade foram obrigados a pagar multas, prestar serviços comunitários e frequentar cursos sobre democracia. Além disso, 146 condenados tiveram restrições de liberdade, incluindo o uso de tornozeleiras eletrônicas, proibição de redes sociais e necessidade de autorização judicial para viagens. O balanço também revelou que 122 pessoas envolvidas nos ataques são consideradas foragidas. Entre elas, 61 deixaram o Brasil após romperem tornozeleiras eletrônicas, e pedidos de extradição foram enviados a países onde foram localizadas. Uma vez extraditados, os foragidos deverão cumprir pena em regime fechado. Punições e acordosAs multas pagas por 527 réus somaram R$ 1,7 milhão e foram acompanhadas de 150 horas de serviço comunitário. Além disso, os envolvidos se comprometeram a frequentar cursos presenciais sobre o funcionamento da democracia, oferecidos pelo MPF. Desde os ataques, apenas cinco pessoas foram absolvidas, segundo dados divulgados pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes. ;

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Museu da Cidade do Recife promove oficina de pintura com café para crianças

Atividade gratuita acontece no sábado (11) e integra programação de férias escolares Neste sábado (11), às 14h, o Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas, será palco de uma oficina de pintura com café, voltada para crianças a partir de 5 anos. A ação, ministrada pelo artista plástico Abraão Figueiredo, é gratuita e oferece uma experiência única para os pequenos explorarem sua criatividade durante o período de férias escolares. Durante a oficina, os participantes aprenderão técnicas de carimbo, utilizando café para criar diferentes tonalidades e texturas em suas obras. Além de estimular a imaginação, a atividade também promove o desenvolvimento da coordenação motora fina e da percepção sensorial. Para participar, é necessário que as crianças estejam acompanhadas por um responsável, e a duração estimada da oficina é de duas horas. A iniciativa faz parte da programação da exposição O Café que Nos Une: de Pernambuco para o Mundo, que segue em cartaz no museu até 2 de fevereiro. O Museu da Cidade do Recife, localizado na Praça das Cinco Pontas, bairro de São José, funciona de quarta a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados e domingos, das 14h às 16h. Serviço:O que: Oficina de pintura com caféQuando: Sábado, 11 de janeiro, às 14hOnde: Museu da Cidade do Recife – Forte das Cinco Pontas, Praça das Cinco Pontas, São JoséEntrada: GratuitaMais informações: www.museudacidadedorecife.org.br

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Superávit da balança comercial em 2024 é o segundo maior da história

Exportações e importações refletem os impactos da recuperação econômica e das oscilações no mercado agrícola O Brasil encerrou 2024 com um superávit comercial de US$ 74,55 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Apesar de representar uma queda de 24,6% em relação ao recorde de 2023, quando o saldo atingiu US$ 98,9 bilhões, o resultado é o segundo maior da série histórica iniciada em 1989. O desempenho foi impactado pela redução nos preços de produtos agrícolas, como soja e milho, e pelo aumento das importações, impulsionado pela recuperação do consumo interno. No total, as exportações somaram US$ 337,03 bilhões, com um recuo leve de 0,8% em comparação ao recorde do ano anterior. Por outro lado, as importações cresceram 9%, alcançando US$ 262,48 bilhões. Entre os destaques do ano, o petróleo bruto desbancou a soja como principal produto exportado, registrando aumento de 5,2% no valor total, enquanto a soja teve queda de 19,4%, impactada por condições climáticas adversas. As projeções para 2025 indicam um superávit estimado entre US$ 60 bilhões e US$ 80 bilhões, com exportações previstas entre US$ 320 bilhões e US$ 360 bilhões, e importações entre US$ 260 bilhões e US$ 280 bilhões.

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Ligia Pereira

"Culturas que se consolidam como mais saudáveis mantêm os hábitos alimentares vinculados à sua história"

Lígia Pereira, nutricionista da Faculdade Pernambucana de Saúde, destaca que comer não é só um ato fisiológico mas, também, envolve componentes afetivos e culturais e que essas características devem ser levadas em conta ao se adotar uma alimentação saudável. Ela também fornece dicas para quem exagerou nas ceias de fim de ano. Comer aquele bolo delicioso feito pela sua avó ou manter uma alimentação saudável e ficar “de bem com a balança”? Para a nutricionista Lígia Pereira, esse dilema pode ser resolvido, sem que seja preciso eliminar uma das opções: num dia, você come o quitute familiar, sem culpa, e no restante da semana, retorna para sua dieta. Afinal, pertencemos à raça humana e, por isso, a comida também está relacionada à cultura e não se restringe à simples saciedade da fome. “Não nos alimentamos só pela questão fisiológica, mas também pelo desejo, pelo prazer”, esclarece Lígia, que é tutora do curso de Nutrição da FPS (Faculdade Pernambucana de Saúde). Na verdade, acrescenta a nutricionista, a alimentação é um forte laço que nos une à nossa identidade cultural. Então, como pertencer a um Estado, como Pernambuco, secularmente vinculado à produção açucareira, e eliminar de finitivamente da mesa o bolo de rolo ou de noiva? Lígia reforça ainda que as sociedades mais saudáveis são as que mantêm seus hábitos alimentares. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ela também explica como o fast food estimula um sistema do cérebro de modo a que a pessoa queira cada vez mais esse tipo de alimento, o que torna mais difícil a perda de peso. Lígia Pereira esclarece ainda a relação entre alimentação saudável e saúde mental, além de fornecer dicas preciosas para quem exagerou na bebida e nas comilanças das ceias de fim de ano. Que efeitos as pessoas sentem no organismo quando exageram comendo e bebendo muito nas ceias de fim de ano? O corpo é nossa máquina perfeita, ele tem mecanismos regulatórios próprios e, por isso, nosso organismo sempre tenta se autorregular. Nas festas de fim de ano, em que há um certo exagero, ele vai trabalhar nesse sentido. A baixa de energia que sentimos após as comilanças acontece porque o corpo vai direcionar mais energia para fazer a digestão desses alimentos. Nesse período de autorregulação, sentimos alguns sintomas como fadiga, sede, indisposição, enjoo. Em relação ao consumo de álcool, a sede que sentimos na ressaca também tem a ver com a autorregulação. O álcool tem esse efeito que desidrata o organismo. Após uma semana comendo e bebendo muito, o que se deve fazer para reequilibrar o organismo? Os sucos detox funcionam? Os sucos funcionam para aumentar a qualidade de ingestão hídrica, o que é muito bom nesta época do ano em que tendemos a ingerir mais bebidas alcoólicas, mais alimentos salgados, porém quem faz o “detox” – como eu disse – é o próprio organismo. Os rins e o fígado, que são órgãos de suma importância, vão fazer essa depuração de impurezas, de substâncias que não são adequadas ao metabolismo. A detoxificação refere-se mais à saúde desses dois órgãos, do que propriamente à alguma substância que ingerimos. Mas não vamos cair nem no exagero, nem na demonização: os sucos são altamente benéficos. Se exageramos muito na comida e bebida alcoólica, principalmente nesta época superquente, o suco vai oferecer um aporte de frutas, portanto, eles são importantes. Mas para manter o organismo alinhado novamente, é preciso voltar a um alinhamento de forma geral. Então, a recomendação é começar a consumir mais líquidos e voltar a sua rotina, evitar alimentos cujo teor de sal sejam muito grandes, preferir sempre os mais naturais, fazer as refeições completas para recuperar o organismo, consumir mais frutas e verduras para ter esse aporte. A digestão já foi altamente impactada, por isso, precisamos de alimentos mais leves, ou seja, é preciso retomar a rotina com carinho. Qual a importância da hidratação e quantos litros de água devemos beber ao dia? Nossa região é muito quente e vivemos dias cada vez mais quentes com essa questão do aquecimento global, então é extremamente importante para o nosso corpo ter mais água. A hidratação vai ajudar nosso metabolismo na digestão. É muito comum haver constipação ou diarreia após esses exageros alimentares e isso tem a ver com a hidratação. Por exemplo, a constipação está muito associada à falta de água e, na diarreia, ocorre uma perda grande de água. A hidratação vai ajudar a reequilibrar tudo. Por isso, temos que retornar à vida normal tendo bons hábitos e repor a água no organismo de maneira adequada. A quantidade ideal que devemos consumir por dia depende do peso de cada pessoa. Mas estabelecemos a fórmula de 2,5 litros de maneira geral, porque fica fácil. Lembrando que os outros alimentos e bebidas que ingerimos também vão contribuir com esse conteúdo de água. Os exercícios físicos também podem ser retomados rapidamente? É verdade que quem se exercita regularmente tem mais chances de não ter a saúde tão afetada quando exagera na comida e bebida? Quem tem a prática de exercício já consolidada tem naturalmente essa tendência de retomar às suas atividades, por ter um gasto energético maior. Portanto, consegue lidar melhor com esses aumentos de volume alimentar e também tem mais disposição. O corpo está mais bem adaptado às mudanças. Mas não se pode extenuar o corpo. Então, pós-ceia de Natal ou Réveillon, deve-se descansar, porque o corpo também precisa de descanso. A nossa tríade de qualidade de vida é manter uma boa alimentação, a prática de exercícios físicos e um bom sono. Então, assim que der, deve-se retomar os exercícios, mas sem compensar. Pois as compensações são muito maléficas. Se você vai à academia, não precisa aumentar o tempo de treino para compensar a ceia. Vale lembrar que todo ganho de peso é um processo contínuo, não é a ceia de Natal que vai fazer você engordar. A dica é, antes de ir para uma confraternização ou ceias, fazer refeições, porque, quando você vai com fome, não tem senso crítico para escolher os

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Frei Caneca: um herói esquecido pelo Brasil

Aos 200 anos de sua morte, o mártir permanece pouco lembrado no País e mesmo em Pernambuco, apesar da sua importância para a independência do Brasil *Por Rafael Dantas Há 200 anos, o Frei Caneca vivia seus últimos dias. Preso na capital pernambucana, o religioso e líder revolucionário, que participou dos dois maiores movimentos políticos da história de Pernambuco, seria executado pelos seus feitos e por suas ideias no dia 13 de janeiro de 1825. O grande pensador da Confederação do Equador e sobrevivente da Revolução Pernambucana de 1817 foi fuzilado, mas sua mensagem permaneceria viva. Ainda que até hoje não tenha o reconhecimento merecido, nem em Pernambuco, nem no Brasil. Mais que uma liderança política local, Frei Caneca é um dos grandes revolucionários do País. As repetidas amputações do território Pernambucano, que perdeu muito da sua extensão para a Bahia e para Alagoas, foram represálias aos movimentos da então província que balançaram o Reinado de Dom João VI em 1817 e o Império de Dom Pedro I em 1824. As rupturas com o poder central e a conclamação de outras províncias para a construção de um País com um sistema de governo mais sofisticado indicam a força desses movimentos. Mesmo com poucos meses de resistência, ambas as revoluções vividas por Frei Caneca foram marcadas por batalhas, com muitos mortos, articulações políticas intensas e mensagens em prol de uma ordem política muito avançada para a época. É por esses e outros motivos que muitos historiadores comparam a dimensão dada no País a Frei Caneca e a Tiradentes. Ambos terminaram mortos com as revoluções com as quais se envolveram. Mas enquanto o mineiro Joaquim José da Silva Xavier virou um mito nacional, com uma praça monumental em sua homenagem em Ouro Preto e registros fartos nos livros didáticos, as reverências ao pernambucano Joaquim da Silva Rabelo são muito mais tímidas, mesmo no Estado de Pernambuco. UM LÍDER POLÍTICO INTELECTUAL Frei Caneca não foi o presidente da Confederação do Equador, mas de longe é o mais reconhecido. Vindo de uma família humilde, que morava num local considerado periférico do Recife na época, ele era um intelectual. Com os ideais que aprendeu nos livros que teve acesso em seus estudos, com especial atenção ao período do Seminário de Olinda, o religioso contestou Dom Pedro I. “Mesmo jamais tendo saído da sua província natal, exceto pela temporada na Bahia, ele se tornou um dos homens mais cultos e um dos maiores pensadores políticos do País, além de notável poeta. Juntando-se a isso muita coragem, energia, carisma e capacidade de comunicação, afora um grande amor pelo povo brasileiro, reuniram-se nele os ingredientes para formar um líder político como jamais se vira antes por aqui”, escreveu sobre Frei Caneca em seu livro Pernambuco - Histórias e Personagens do jornalista Paulo Santos de Oliveira. Os principais embates que levaram a Confederação do Equador em 1824 eram relacionados ao autoritarismo de Pedro I. A centralização do poder nacional, ainda hoje questionada, estava no foco do problema naquele ano. Dom Pedro I havia indicado para governar Pernambuco Francisco Paes Barreto. Porém, os pernambucanos escolheram Manoel de Carvalho. Um ano antes, o monarca havia ainda dissolvido a Assembleia Constituinte e criado ele mesmo um projeto de constituição, também rejeitado por suas ideias centralistas e autoritárias. “A gente pode considerar o Caneca como um ideólogo. Parte das questões relacionadas com a ideologia do movimento de 1824 era sobre os enfrentamentos de entendimento do que seria pátria, cidadão e república. Ele fala muito sobre a federação. Ação política em direção à concentração de poderes na mão do Executivo – no caso, o imperador – fez com que o Frei Caneca rechaçasse todo esse modelo que considerava já ultrapassado diante dos novos momentos que se viviam, já depois da Revolução Francesa e de muitas revoluções liberais”, afirmou o historiador e professor da Unicap Flávio Cabral. ENFRENTAMENTO AO AUTORITARISMO Havia um conjunto de pensamentos defendidos por Frei Caneca que representava um verdadeiro terremoto no sistema escravista, centralizador e com forte influência lusitana do Brasil da época. E diante de um líder autoritário, como Dom Pedro I, ter um habilidoso intelectual em Pernambuco era um problema. Embora seja lembrado principalmente por 1824, Caneca já estava presente em 1817. O professor Flávio Cabral rejeita a ideia de que ele era apenas um mero estagiário nesse primeiro movimento, mas destaca uma atuação forte do jovem no primeiro levante contra a Coroa Portuguesa. “Eu encontrei uma documentação que afirmava que Frei Caneca distribuiu panfletos na hora da bênção da bandeira de Pernambuco, onde hoje é a Praça da República. Ele saiu pelo meio do povo entregando panfletos, falando sobre a nação, glorificando a pátria naquele momento histórico. Por sua atuação, ele foi preso após a revolução na Bahia e só foi sair em 1821 da cadeia”, afirmou o pesquisador, que lembrou ainda que o líder escreveu um Plano de Educação para Pernambuco durante o Governo de Gervásio Pires. “Era fabuloso! Na época, a educação no País não existia, mas ele chega a apresentar à Junta de Governo um plano interessantíssimo”. O próprio fato de ser um religioso enfrentando a maior autoridade do País por si já era um fato político revolucionário para o pesquisador Carlos André Silva de Moura, que é historiador e professor da Universidade de Pernambuco. “Todos os ideais do Frei Caneca foram revolucionários. Desde ser um padre que questionou o status quo daquele período à possibilidade de rompimento com o governo central. Imagine um padre, que tem toda uma tradição, uma necessidade de uma hierarquia, questionar o governo central! Isso no Século 19 era algo muito difícil”, salientou. Unir carisma, força política e intelectualidade não é uma tarefa fácil sequer no Século 21. Mas Frei Caneca conseguiu unir essas habilidades em pleno Século 19 – sendo religioso e político – com outra característica muito valorizada atualmente: a capacidade de comunicação. UM COMUNICADOR ACIMA DA MÉDIA Como religioso, Frei Caneca era um orador, que mesmo muito jovem foi professor de uma disciplina de retórica. Ele

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Restauro dos paineis da Sala dos Academicos da APL

Restauração de Pinturas Murais do Século 19 na Academia Pernambucana de Letras

Obra de Eugène Lassailly é restaurada para preservar o patrimônio histórico do Recife A Academia Pernambucana de Letras (APL), localizada no bairro das Graças, no Recife, está realizando um minucioso processo de restauração de suas pinturas murais do século 19. As obras, de autoria do pintor francês Eugène Lassailly, decoravam a antiga sala de jantar do casarão e retratam cenas de paisagens, naturezas mortas e atividades cotidianas da época, como caça e pesca. Encomendadas pelo comerciante português João José Rodrigues Mendes, as pinturas datam da década de 1860 e fazem parte da história cultural da cidade. As intervenções no local ao longo dos anos, incluindo uma na década de 1970, resultaram em danos significativos nas obras. Entre os problemas estavam infiltrações, rachaduras, abrasão e descolamento da camada pictórica. "Houve uma intervenção na década de 1970, mas infiltrações provocaram a degradação das pinturas. As paredes que não sofreram tanto com infiltrações nos deram a referência para restaurar todas as pinturas da sala, como elas eram originalmente", explica a restauradora Suzana Omena, fiscal do projeto. O trabalho de restauração, coordenado pela produtora Arkhé Cultural com o apoio do Funcultura, exige uma atenção detalhada na remoção das camadas de tinta que cobriam as pinturas originais. "É um trabalho minucioso, praticamente um processo cirúrgico. Você tem que remover camada por camada das tintas colocadas por cima das pinturas, mas preservar o que está por trás, que nem sempre a gente sabe como está", conta Walas Fidélis, coordenador da equipe de restauro. O projeto visa não apenas a preservação das obras, mas também o resgate da história do casarão e sua importância cultural para o Recife. A primeira fase da restauração está prevista para ser concluída até o fim de janeiro, quando a Sala dos Acadêmicos será reaberta ao público, permitindo que todos possam apreciar a riqueza histórica e artística do imóvel.

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Mãos dadas com a natureza

*Por Paulo Caldas É tempo de vivenciar os encantos da Mata Atlântica. Para estas férias, que tal abraçar um manifesto lírico de amor à natureza protagonizado por Lelê? A guardiã encantada surgida da verve de Carmem do Prado e Sandra Moraes ganha status de literatura infanto-juvenil com as ilustrações concebidas pelos traços, cores e formas de Vico Soares. Neste "Guardiões da Mata" nascido entre mistérios e maravilhas da Mata Atlântica, a magia da natureza se impõe soberana diante do vento que rege as folhas em um cenário regado por riachos e corredeiras, ao sussurro dos bambus se amando onde habitam milhares de vidas: espécies animais, vegetais, fungos... E seres fantásticos, prontos para defender a harmonia e o equilíbrio da natureza: o Saci Pererê brincalhão, o Curupira dos pés virados para trás, a Comadre Florzinha, bonita e cheirosa com um bicho- preguiça grudado às costas. Da publicação constam fotos do acervo de Carmem do Prado, Kim Parra, Carol Mayer, Getty Images. O livro tem elogiável projeto visual, impresso em papel couchê e policromia. Os exemplares podem ser adquiridos na Livraria Impresso, localizada na biblioteca da EIA Unidade Kids, km 07 ou através do fone/Whatsapp 98289-3131, ou @eiaescolainternacionaldeal5894 *Paulo Caldas é Escritor

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