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Segundo o IPC-S, Recife teve alta na taxa da Inflação

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou alta na taxa do Recife de 0,11 por percentual de 0,21% para 0,65. Além da capital pernambucana outros dois estados também apresentaram alta: Rio de Janeiro (0,25 ponto percentual: de 0,75% para 1%), Brasília (0,20% ponto percentual: ao passar de 0,38% para 0,58%). Em outras quatro das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), entre a última semana de março e a primeira semana de abril. a queda foi observada em Belo Horizonte: 0,21 ponto percentual, já que a inflação recuou de 0,49% na última semana de março para 0,28% na primeira semana de abril. Também tiveram queda na inflação Salvador (0,11 ponto percentual, ao passar de 0,33% para 0,22%), São Paulo (0,08 ponto percentual, indo de 0,31% para 0,23%) e Porto Alegre (0,06 ponto percentual: de 0,52% para 0,46%). (Agência Brasil)

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O papel da escola nesta nova era

*por Andressa Peixoto Num mundo tecnológico, onde a informação está a um clique, o papel da escola vai além de transmitir os conhecimentos básicos e despertar o interesse pelo saber. A educação moderna precisa promover, acima de tudo, o desenvolvimento cognitivo, a capacidade de raciocinar, de dominar conhecimentos e colocá-los em prática. Apenas 15% do sucesso profissional se deve à formação acadêmica, dependendo muito mais de habilidades cognitivas e socioemocionais, de acordo com o IBGE. Em uma pesquisa com alguns pais da nossa escola, perguntamos o que eles queriam para os seus filhos. Para nossa surpresa, a maioria respondeu que queriam felicidade. Mas, como nós podemos criar crianças felizes? Com certeza a resposta é garantindo a eles as possibilidades e a capacidade de ser e fazer o que escolherem. A escola tem importante papel na formação de crianças felizes. Mas, apesar da revolução educacional que temos vivido no mundo nos últimos anos apontar exatamente para uma educação com foco nas habilidades, como tem sido em países como a Finlândia e a Coréia do Sul, a educação no Brasil ainda continua focada no vestibular e em um ensino completamente conteudista. O papel da escola deve ser preparar a criança para a vida, não para o vestibular - que é apenas uma etapa de tantas outras na trajetória profissional. Desenvolver traços de caráter e personalidade, e as chamadas habilidades do século 21, como raciocínio lógico, perseverança e autoconfiança é fundamental para formar seres humanos mais felizes. Atividades além de português, matemática, ciências, geografia, história precisam estar inseridas nos currículos de nossas  escolas. Precisamos investir em uma educação completa, que ultrapasse o conteúdo, que forme o indivíduo como um todo e garanta a ele as habilidades e os conhecimentos necessários para que, em um mundo de tantas possibilidades, ele possa escolher por qual caminho seguir. Neste contexto, ser bilíngue abre as portas para o mundo, sendo, portanto, um ingrediente indispensável para uma educação de visão ampliada. A educação religiosa, dentro de uma perspectiva da ética cristã - ensinar à criança que existe um Deus acima de todas as coisas e a cultivar um relacionamento com Ele e com o próximo – também assume um papel importante na construção do caráter dos estudantes. Atividades como robótica, educação financeira, artes, esportes, entre outros, complementam a grade curricular dentro desse desafio de proporcionar uma educação completa. Todos esses elementos juntos contribuem para que os alunos sejam adultos de sucesso, não apenas porque terão conhecimento para entrar em uma faculdade, mas, sobretudo, porque terão capacidade de escolher bem a sua profissão e seus relacionamentos. *Andressa Peixoto é diretora da Eccoprime Bilingual School Todas as segundas-feiras estamos publicando artigos sobre tendências da educação. LEIA TAMBÉM Pensar criativamente: o Design Thinking criando possibilidades para o campo da educação (por Rozario Azevedo - Lubienska Centro Educacional) Reflexões sobre educação na contemporaneidade (por Henrique Nelson - Colégio Patrícia Costa) Educação Cidadã (por Eduardo Carvalho – ABA Global Education) Ensino x Aprendizagem (por Armando Vasconcelos – Colégio Equipe) Navegar é preciso, produzir também (por Jaime Cavalcanti – Colégio Boa Viagem) Algomais, a Revista de Pernambuco comprometida com a educação       

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4 redes pernambucanas recebem o Selo de Excelência em Franchising da ABF 2017

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) anunciou as redes de franquias que receberam o Selo de Excelência em Franchising em 2017. Em sua 27ª edição, o evento reconhece a qualidade das redes franqueadoras e visa estimular sua evolução no mercado por meio da valorização das melhores práticas. Neste ano, 8 redes de franquia do Nordeste foram agraciadas, sendo 4 de Pernambuco. As marcas pernambucanas reconhecidas pela premiação foram o Camarão & Cia, a Pharmapele, o Centro de Ensino Grau Técnico e a Franquia Rede Ortoestética. (Veja a lista das nordestinas em destaque no quadro abaixo) “Estando à frente da ABF Nordeste, tenho acompanhado de perto a evolução do franchising na nossa região. Merecem nosso reconhecimento todas as redes nordestinas que se inscreveram no Selo de Excelência da ABF e, de forma especial, as redes chanceladas com esse que é o mais importante símbolo de distinção do sistema de franquias do País. Além de ser uma honra recebe-lo, serve como um estímulo para todas as franquias melhorarem ainda mais”, destacou Lamartine.

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Paulo Câmara assina protocolo de intenções com Ministério da Defesa para a atração de novas indústrias

Visando a descentralização das indústrias de defesa no País e o fortalecimento da soberania nacional, o governador Paulo Câmara e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, assinam, na manhã desta segunda-feira (10.04), no Palácio Campo das Princesas, um protocolo de cooperação para desenvolvimento da Indústria de Defesa em Pernambuco. Durante o ato, o chefe do Executivo estadual defendeu que ações como esta demonstram a potencialidade do Estado como um forte polo competidor na área industrial. “Hoje, a gente assina esse protocolo de intenções, buscando aproveitar as oportunidades promovidas pelo Ministério para o fortalecimento da soberania nacional e da indústria de defesa na Região do Nordeste. E Pernambuco, com certeza, se mostra capaz de receber essas empresas mundiais, que vão gerar emprego e renda para o nosso povo”, pontuou Paulo, completando: “O ministro Raul Jungmann, que é pernambucano, que conhece a nossa realidade e sabe dos nossos potenciais, da seriedade do nosso trabalho, da qualificação da nossa mão de obra, sabe que pode confiar no nosso Estado e, com isso, vai nos ajudar a avançar nesse sentido”. O protocolo considera como papel do Governo de Pernambuco assegurar condições para instalação e desenvolvimento de uma atividade industrial na economia pernambucana, voltado ao setor de Defesa do Brasil. Ao Ministério da Defesa, cabe promover o desenvolvimento da Indústria de Defesa no País, nos seus aspectos de competitividade, produtividade, tecnologia, emprego dual e exportações. Para o ministro da Defesa, Raul Jungmann, a ação vai promover a descentralização desse modelo de indústria, que hoje se localizam, em sua maioria, no Sul e Sudeste brasileiro. “Já existem duas fábricas que mostraram interesse em se instalar em Pernambuco, e nós vamos conversar bastante para definir os detalhes desse processo. Estamos negociando, também, com o ministro Helder Barbalho (Integração Nacional) para que o fundo constitucional do Nordeste incorpore, dentro das suas possibilidades de financiamento, essa base industrial de defesa. E, se tudo der certo, vamos conseguir promover a descentralização dessas industrias para a Região do Nordeste”, disse. A solenidade contou com a presença do vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry; o secretário da Fazenda, Marcelo Barros; o presidente interino da AD-DIPPER, Aymar Soriano; o superintendente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES, Fernando Castilhos; o presidente da Federação das Indústrias do Estado de PE, Ricardo Essinger; o diretor do Hospital Naval do Recife; Rui Guilherme Cristo; o secretário Nacional de Produtos de Defesa, Flávio Basílio; o chefe de Assessoria Especial de Projetos do Gabinete do Ministério da Defesa, Felipe Sampaio; o major Brigadeiro-do-ar, Luiz Fernando de Aguiar; e o comandante da 7ª Região Militar, José Luiz Jaborandy Rodrigues. (Blog do Governo de Pernambuco)

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Inscrições abertas para o programa que leva cinema brasileiro a festivais internacionais

Estão abertas até o dia 23 deste mês as inscrições para a 22ª edição do programa Encontros com o Cinema Brasileiro, iniciativa da Agência Nacional do Cinema (Ancine) em parceria com o Ministério das Relações Exteriores para aumentar a visibilidade do cinema brasileiro no mercado internacional. Este ano, o programa vai possibilitar que novas produções cinematográficas nacionais sejam vistas pelos curadores dos festivais de Veneza, na Itália; de San Sebastián, na Espanha; e de Locarno, na Suíça. O programa aceita inscrições de filmes brasileiros de longa-metragem já finalizados e ainda inéditos fora do território nacional, ou obras em fase de finalização que já possuam corte provisório de som e imagem. Os interessados devem preencher o formulário de inscrição online no portal da Ancine (www.ancine.gov.br) e disponibilizar um link onde esteja disponível para visualização um teaser/trailer com duração entre 2 e 5 minutos, legendado em inglês. As informações das inscrições e os respectivos links serão repassados aos responsáveis pelos comitês dos festivais que selecionarão de dez a 12 filmes. As curadoras Andrea Stavenhagen, delegada para América Latina do Festival de San Sebastian, e Violeta Bava, delegada para América Latina do Festival de Veneza, virão ao Rio de Janeiro entre os dias 6 e 9 de junho para assistir aos longas-metragens em sessões exclusivas. O Festival de Veneza ocorre de 30 de agosto a 9 de setembro e o de San Sebastián, de 22 a 30 de setembro. Nesta edição, excepcionalmente, a equipe do Festival de Locarno verá os filmes à distância. As produções selecionadas pela curadoria ganham isenção na taxa de inscrição no festival suíço, que será realizado de 2 a 12 de agosto. De acordo com a Ancine, o planejamento do programa Encontros com o Cinema Brasileiro leva em conta o calendário de realização dos festivais para aumentar as chances de participação dos filmes brasileiros. Em edições anteriores, já vieram ao Brasil curadores de festivais internacionais de cinema como os de Cannes, Sundance, Toronto, Roterdã, Berlim, BAFICI (Buenos Aires), Havana e Roma. (Agência Brasil)

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Companhias multinacionais trazem o universo do licenciamento de produtos para o Recife

Em constante crescimento, o mundo do licenciamento desperta a atenção do setor varejista em todo o País. Por conta da crescente relevância do mercado nordestino no cenário econômico brasileiro, a cidade de Recife foi escolhida para conhecer as vantagens de trabalhar com licença de marcas e personagens em diversas linhas de produtos. Intitulado como “Marca & Personagens – O mundo do licenciamento”, o evento, que acontecerá no dia 12 de abril deste ano, terá como objetivo mostrar o potencial do mercado de licenciamento e os benefícios de associar marcas e personagens às empresas, tais como agregar valor a linha de produtos e aumentar as vendas em até 25%. Por meio de conteúdos exclusivos e apresentação de portfólios, as empresas Disney, Warner, Nickelodeon, Cartoon Network e Redibra, referências no ramo do entretenimento, exibirão as principais oportunidades de negócios a executivos dos setores produtivos e do varejo nordestino. Uma das líderes em licenciamento e varejo no mundo, a Warner Bros. Consumer Products, por exemplo, chama a atenção diante do rico portfólio de franquias de grande sucesso no mundo do entretenimento com os personagens Scooby Doo, Tom & Jerry e a turma dos Looney Tunes, que marcaram a infância da garotada. Além disso, a empresa trabalha em conjunto com a DC Comics, que, juntas, difundem as icônicas histórias e personagens, como Batman e Superman. Também presente na programação está a Redibra, atuante no mercado de licenciamento no Brasil há mais de 50 anos, que utiliza as ferramentas de marketing para aumentar o valor de suas marcas, como Galinha Pintadinha, Show da Luna e Coca-Cola. Com a alta do setor de licenciamento no Brasil, que está entre os seis países com maior faturamento em licenças de marcas, o evento é ótima oportunidade para donos e agentes de marcas e personagens do mundo para realizar novos negócios com o empresariado da região Nordeste do País. O evento “Marca & Personagens – O mundo do licenciamento” acontece no dia 12 de Abril, no Courtyard by Marriot Recife Boa Viagem, das 14h até às 18h. A inscrição é gratuita e pode ser realizada pelo site: http://marcasepersonagens.com.br/inscricao/. Para mais informações, acesse: http://marcasepersonagens.com.br/

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Pernambuco vai receber penitenciária federal de segurança máxima

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) confirmou que o estado de Pernambuco foi selecionado para sediar uma penitenciária federal de segurança máxima. A construção de cinco desses complexos está prevista no Plano Nacional de Segurança, lançado em janeiro pelo governo federal. A primeira unidade da federação escolhida foi o Rio Grande do Sul. Por meio de nota, o Depen destacou que uma equipe do órgão, vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e responsável pela gestão do sistema penitenciário, chegou a Pernambuco hoje para vistoriar terrenos que atendam às necessidades da obra. O Sistema Penitenciário Federal tem, atualmente, quatro unidades localizadas em duas capitais (Campo Grande e Porto Velho) e duas em cidades do interior (Catanduvas, no Paraná, e Mossoró, no Rio Grande do Norte). A quinta está sendo construída em Brasília. “O objetivo dessas penitenciárias é oferecer aos estados capacidade de isolamento de lideranças do crime organizado, conforme prevê a Lei de Execução Penal”, ressaltou a nota do Depen. A previsão é que sejam transferidos para esses locais presos condenados e provisórios, sujeitos ao Regime Disciplinar Diferenciado, líderes de organizações criminosas, detentos responsáveis pela prática reiterada de crimes violentos, de alta periculosidade e por atos de fugas ou grave indisciplina, além de réus colaboradores ou delatores premiados. (Agência Brasil)

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Seminário de Olinda e a República de 1817 - Por Leonardo Dantas

Homem do século 16, bom cristão, temente à Deus, Duarte Coelho cedo preocupou-se com a fé do seu povo. Muito antes de sua partida para o Brasil, já contratara os serviços do Padre Mestre Pedro da Figueira, que viria a ser o primeiro vigário da igreja matriz do Salvador de Olinda, tendo este recebido o seu primeiro ordenado em 3 de junho de 1534; correspondente a um trimestre, 3$750, a razão de 15$000 ao ano. No âmbito da vila de Olinda foram logo construídas as igrejas de Nossa Senhora do Monte, já existente em 1537, a matriz do Salvador (1536) e a ermida de Nossa Senhora da Graça (1550), esta última erguida pelo próprio Duarte Coelho, sobre o outeiro mais alto da capital da Nova Lusitânia. Com a chegada dos jesuítas Manuel da Nóbrega e Antônio Pires à Olinda (1551), Duarte Coelho fez a doação da ermida de Nossa Senhora da Graça, com todas as terras ao seu redor, aos padres da Companhia de Jesus para que nela fosse fundado um colégio e iniciassem a catequização dos indígenas. Após diversos insucessos, conseguiram os jesuítas abrir o colégio de Olinda, que prestou seus bons serviços, embora não chegasse ao esplendor de outros colégios, nomeadamente o da Bahia. Pregaram missões populares na vila e pelos engenhos. Mas quanto aos índios pouco foi feito, apenas uma ou outra aldeia, durante todo século 1,6 no máximo chegando a quatro, incluída a Paraíba, com pessoal muito limitado, não obstante ser a capitania mais povoada do Brasil. As atividades do Real Colégio de Olinda, construído parcialmente com subsídios da Coroa, pagos em açúcar que era comercializado pelos padres jesuítas, só vieram ter início em 1568, como escola elementar, acrescentando-se dois anos mais tarde o curso de latim. Em 1576, na presença do Bispo D. Antônio Barreiros, 3º Bispo do Brasil (1576-1600), foi instalado o curso de Teologia Moral, “em vista ao elevado número de clérigos. Nessa época chegou a contar 92 alunos, dos quais 32 no curso de humanidades e 70 no elementar. Entre seus reitores destacaram-se o padre Rodrigo de Freitas (1568-1572) e o padre Luís da Grã (1577-1589), este último o mais capaz e benemérito dos superiores jesuítas de Pernambuco. Fora das lições de casos, não houve no Colégio de Olinda outros estudos de grau superior, devendo os alunos que os quisessem continuar ir à Bahia ou ao Reino” (Arlindo Rubert, A Igreja no Brasil. v. I. Santa Maria (RS): 1981. p. 61 e 158. p. 251). A antiga ermida construída pelo primeiro donatário foi logo substituída por outra maior. Ainda no século 16, entre 1584 e 1592, os padres da Companhia de Jesus levantaram a igreja atual, de frontispício sóbrio, frontão triangular, cobertura em duas águas e nave única. A capela-mor é ladeada por duas capelas reentrantes, sendo o traçado do templo inspirado na arquitetura da igreja de São Roque de Lisboa, no Bairro Alto. Já nos primeiros anos, os padres da Companhia de Jesus também instalaram no local um Horto Botânico, a fim de aclimatar as primeiras mudas de plantas trazidas de outros continentes para o Brasil (coqueiros, bananeiras, etc.). Com o banimento da Companhia de Jesus de todo o Reino de Portugal, através de decreto do Marquês do Pombal, ministro de D. José I, em 3 de setembro de 1759, foram fechados os colégios jesuítas de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Belém, Paraíba, Olinda e Recife, além de numerosas residências e missões catequéticas junto aos indígenas. Esteve o colégio dos Jesuítas abandonado até 1796, quando o prédio e todos os seus pertences foram doados, por ordem do Príncipe Regente D. João, ao 12º Bispo de Pernambuco, D. José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho (1742-1821), para nele funcionar o Seminário Episcopal de Nossa Senhora da Graça, solenemente instalado em 16 de fevereiro de 1800. Desejava Azeredo Coutinho uma instituição de ensino não somente nos modelos recomendados pelo Concílio de Trento, em sua reunião de 15 de julho de 1546, mas um “colégio para se instruir a Mocidade da nossa Diocese no conhecimento das verdades da Religião, na prática dos bons costumes, e nos estudos das artes e ciências, que são necessárias para polir o homem e fazer Ministros dignos de serviram à Igreja, e ao Estado”; conforme acentua, em sua introdução, os Estatutos do Seminário Episcopal de N. Senhora da Graça da cidade de Olinda de Pernambuco. De logo, no dizer de Oliveira Lima, a obra de Azeredo Coutinho transformou-se no “melhor colégio de instrução secundária do Brasil. Os processos pedagógicos dos jesuítas, imbuídos da filosofia aristotélica, cederam aí o passo à renovação intelectual pelas doutrinas cartesianas, de que os padres do Oratório foram em Portugal os propugnados mais audazes, seguidos de perto por membros de outras ordens religiosas, que evolucionaram no terreno filosófico antes das reformas pombalinas de ensino, baseadas no Verdadeiro Método de Estudar, do padre Verney, crítica desapiedada ao sistema da Companhia, o qual sacrificava a inteligência à memória”. 1 Foi o Seminário de Olinda a grande instituição formadora de inteligências, com os nomes dos seus mestres e discípulos participando dos primeiros movimentos de caráter liberal em nosso País. Lentes e seminaristas se encarregaram, logo no início do século 19, a propagar entre nós os ensinamentos de Jean-Jacques Rousseau e Montesquieu, juntamente com conceitos da Constituição dos Estados Unidos da América e da Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, provocando assim verdadeira revolução cultural testemunhada por Henry Koster, apesar da “vexatória e ridícula inspeção” feita aos livros. (Travels in Brazil; Londres, 1816). Era o Seminário de Olinda, na opinião de Oliveira Lima, “a escola brasileira de boas maneiras e adiantamento político” enquanto “os sacerdotes formavam a classe mais instruída do país, e por este fato aninhara-se entre eles o mais veemente amor à liberdade. Verificando entre outros autores esta verdade, o inglês Koster refere-se designadamente a três padres de quem se honrava a ser amigo, e aos quais não poupa o seu caloroso elogio: os reverendos Almeida Fortuna [Pedro de] Souza

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O interior demarcou minha formação

A paixão pela sétima arte sempre permeou a vida de Camilo Cavalcante. Quando morava no Rio de Janeiro, aos 10 anos, ele a pegava um ônibus sozinho com intuito de assitir uma sessão de cinema. Para acalmar a aflição da mãe, o garoto ligava dos orelhões de ficha informando que chegara são e salvo. A paixão tornou-se ofício e hoje ele é um cineasta premiado. Nesta conversa com Cláudia Santos e Rafael Dantas, Camilo lamenta o fechamento das salas de exibição no País, fala da sua infância vivida em várias cidades do interior e de planos futuros. Como foi sua infância? Nasci no Recife, meus pais eram médicos da saúde pública e eram transferidos com frequência. Começaram a carreira no interior do Piauí em Butiri dos Lopes. Moramos depois em Floriano, onde fui alfabetizado, depois tivemos uma passagem em São Paulo, quando meus pais foram fazer uma especialização, em seguida fomos para Parnaíba (Piauí). Moramos depois em Areia (PB), Rio de Janeiro, e em seguida voltei para o Recife, quando tinha uns 11 anos. A maior parte da infancia foi no interior, e isso é bem demarcador na formação do meu imaginário, que não é só calcado numa única cultura ou situação social econômica. Em alguns desses lugares você foi fisgado pelo cinema? Gosto de cinema desde pequeno. No Rio, aos 10 anos já ia para o cinema sozinho, minha mãe ficava louca. Era a época do orelhão de ficha, eu ligava pra o trabalho dela e dizia: mamãe eu pego o ônibus, sei onde desço. Depois avisava: cheguei na frente do cinema, vou assistir à sessão. Em seguida ligava de novo: terminou a sessão, mamãe, estou indo pra casa. Não tinha muitos amigos na cidade e o cinema era uma forma de preencher o tempo e de visitar outro mundo. Você estudou jornalismo? Sim, na Federal. Antes de jornalismo fiz um curso de técnico de segurança no trabalho. E aí naquela época você terminava o terceiro ano e fazia o vestibular. Fiz jornalismo porque era o próximo que havia do cinema. Fiz estágio na Compesa como técnico de segurança. Fazia relatórios pedindo equipamentos de proteção individual para os funcionários que não vinham nunca. Os caras entravam na fossa na base da vodca, essa era a verdade. Só que apareceu a oportunidade de fazer um estágio no Misp (Museu de Imagem e Som de Pernambuco) e abandonei a Compesa. Eu era um assessor de imprensa. Toda semana, na época, havia o Cine Ribeira, no Centro de Convenções, onde passava filmes de arte. Eu fazia a divulgação na imprensa do filme, em fax ainda, ao mesmo tempo, criava e editava o comercial para a TV com o apoio da Center Produtora, e distribuia as fitas –matic betacam- nas emissoras. Era um um misto de divulgação, criação, office-boy (risos), mas que foi bem interesse o aprendizado. Foi assim que trabalhei na Center, viabilizei meus primeiros curtas, através desses conhecimentos. Como você compara a estrutura que havia na época para produzir filmes e agora? Tudo melhorou. Era a época do Governo Collor que acabou com a Embrafilme e com qualquer forma de financiamento para produção de filmes. Só que naquele momento também surgiram as câmeras de vídeo VHS e Super VHS, VHS compacta, high eight, que possibilitavam filmar com pouco recurso. Com isso muita gente começou a experimentar e usar sua câmera para fazer seus filmes, suas experiências: Kleber Mendonça, Antonio Luiz Carrilho, Grilo, o pessoal do Telefone Colorido, Tarciano Oliveira. O audiovisual na época era isso. Hoje a gente está com o edital do Governo do Estado, muito forte, que tem se mantido e isso fortalece toda uma cadeia econômica de produção. Um filme dá emprego a muita gente. É algo muito interessante o que a gente vive hoje que é uma profissionalização, naquele momento tinha-se muito o desejo de fazer e as pessoas faziam como podiam. A publicidade era o que podia prover os técnicos. Trabalhei muitos anos com comerciais institucionais para pagar as contas. É também uma forma de você exercitar a relação com as pessoas no set e trabalhar coletivamente, o que você só aprende na prática. Na sua época não havia curso de cinema. Como você se formou cineasta? Acho que eu já estava me formando em Parnaíba, quando via os filmes de Jerry Lewis, na Sessão da Tarde, ou d’Os Trapalhões no cinema. Na universidade paralelamente comecei a experimentar com essas câmeras caseiras. Calice foi meu primeiro curta sobre um suicídio ocorrido na Casa do Estudante. Com ele participei de festivais e aí você vê que não está só no mundo, outras pessoas estão na mesma batalha, isso, de certa forma, te fortalece. Fui a Cuba em 1996 estudar roteiro, uma experiência muito rica para minha formação. Não pelo curso em si, mas pela escola, que tinha uma videoteca riquíssima, pude ver muita produção latino-americana que naquela época não havia internet, não tinha como você ter acesso. Todo dia havia uma sessão de cinema de clássicos. Fiz meu segundo filme lá, Hombre a Hombre. Foi também bem experimental, com duas pessoas que estadavam lá que atuaram. Minha formação foi também muito lendo, vendo filmes. A logomarca da sua produtora, a Aurora, remente a Deus e o Diabo na Terra do Sol. Qual a influência do Cinema Novo na sua produção e por que o Sertão fascina tanto os cineastas? O Sertão me fascina pela vivência que tive no interior do Nordeste, da forma como se dá relação interpessoal nessas cidades, como é viver em vizinhança, em casa e na rua, quase sem diferença social. O filho do dono do fiteiro estudava na mesma escola do filho do médico. E o cinema Novo teve influência na produção do imaginário do Sertão, de como registrar o Sertão. Mas acho que História da Eternidade não faz muita referência ao Cinema Novo, nem em termos narrativos nem em termos estéticos, mas o movimento influencia de forma insconsciente. Gláuber Rocha tem influência nem só pelos filmes e temáticas, mas muito mais

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Mamam abre as portas para mais uma edição do evento Antena Paraurora

Neste sábado (8), das 14h às 20h, o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam), equipamento cultural da Prefeitura do Recife, abre suas portas para mais uma edição do evento Antena Paraurora. Desta vez, o evento traz como tema o Barulho no Museu, em paradoxo ao imperativo do silêncio requerido nos espaços de exposição. “Quando a gente pensa em museus, galerias, imaginamos uma atmosfera de cochichos, sussurros, como se o barulho fosse incompatível e até desrespeitoso com as obras. No evento, tentamos debater a arte a partir de suas novas roupagens e horizontalidades, onde o barulho não está excluído, pelo contrário, é bem-vindo”, afirma Victor Hugo Borges, educador responsável por esta edição do evento. O projeto, realizado desde 2012 pelo setor Educativo do museu, tem como objetivo ainda dar visibilidade a jovens artistas e atrair a população para usufruir do equipamento, oferecendo lazer, ações artísticas, serviços e muita música. Ao longo de todo o dia, haverá feirinha de arte, além de venda de comidas veganas e não veganas, drinks e bebidas. Até cortes de cabelo a preços acessíveis serão oferecidos. O projeto abrirá também um espaço para conversas sobre processos criativos com Wilson Freire, diretor do filme Encruzilhada dos Trilhos, e com a produtora Marília de Matos, do projeto Passatempo da Viagem, que constrói narrativas documentais sobre jovens artistas pernambucanos. A trilha sonora ficará por conta do som experimental de Centurion da Mata & Felipe Ferraz e do DJ Bené, o Bessa. Haverá ainda um tributo à banda australiana Tame Impala. O artista visual Carlos Aquino assina os vídeos que serão projetados ao longo da programação. Em paralelo ao evento, o museu estará com as exposições Onde estão as minhas obras?, de Bruno Faria, e Sugar and Speed, com curadoria de Stefanie Hessler, abertas ao público. Serviço Antena Paraurora: edição Barulho no Museu Quando: Sábado (8) Horário: 14h às 20h Local: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – Mamam, Rua da União, 88, Boa Vista, Recife Informações: 3355-6871 Entrada franca Obs: A partir das 17h a entrada para o Antena Paraurora será pela Rua da União

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