Arquivos Artigos - Página 4 de 18 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Vanguarda do consumo será marcada por conexões humanas e inovações

*Por Rafael Toscano No panorama movimentado do consumo em 2024, uma narrativa fascinante se desenrola, onde a tecnologia e as marcas convergem, mas o protagonista incontestável é o ser humano. Em um cenário de rápidas evoluções tecnológicas, as marcas se encontram no desafio constante de harmonizar os elementos da inovação e a conexão emocional do cliente/consumidor. Desafiando a solidão digital À medida que a jornada avança, o desafio se torna evidente - a tecnologia, embora conecte, por vezes contribui para a solidão digital. É nesse ponto que as marcas decidem desafiar a norma, tornando-se catalisadoras de encontros reais. Elas criam espaços e produtos que incentivam interações interpessoais genuínas. É um caloroso abraço entre o mundo físico e o digital (Figital). Comunidades compartilhadas, como grupos online de exercícios, tornam-se testemunhas vivas dessa reviravolta, onde as conexões transcendem as telas. Redefinição de antigos valores No coração desta jornada, a definição de valor passa por uma verdadeira metamorfose. Mais do que a relação tradicional entre qualidade e preço, agora inclui elementos como sustentabilidade, conveniência e herança. Exemplos tangíveis surgem em marcas que não apenas produzem, mas constroem confiança através de práticas transparentes e sustentáveis. Aqui, a confiança do consumidor é conquistada não apenas pelos produtos, mas pelo propósito e integridade por trás deles, e é justamente daí o nascedouro da cadeia da nova cadeia de valor. Viver é compartilhar Conforme a jornada se aprofunda, os consumidores descobrem a beleza do compartilhamento. A economia compartilhada, antes explorada pelos millennials, expande-se para abranger não apenas objetos físicos, mas também espaços de trabalho, lazer e moradia. Este movimento reflete um desejo crescente de simplificar, viver com menos e maximizar os recursos disponíveis. Uma nova economia se desenha, baseada na filosofia de compartilhar em vez de possuir. Marcas que marcam O clímax desta jornada ocorre quando os consumidores, imersos em um oceano de opções, são atraídos por produtos que oferecem algo mais do que a praticidade, mas sim, experiências sensoriais distintas, como aromas que evocam memórias afetivas. Empresas que priorizam a experiência do usuário não apenas conquistam a atenção, mas também criam laços duradouros. O Ser Humano no Centro do Palco No fim do túnel, esta jornada revela uma verdade incontestável: mesmo em uma era dominada pela tecnologia e máquinas pensantes, é o ser humano que permanece no centro de todas as decisões. Compreender as complexidades humanas não é uma moda passageira, mas a chave para construir relacionamentos e negócios duradouros. Em um mundo cada vez mais digital, as marcas que continuam a priorizar a autenticidade e a conexão humana emergem como protagonistas, liderando uma nova era onde a tecnologia e a humanidade dançam em harmonia. Rafael Toscano é gestor financeiro, Engenheiro da Computação e Especialista em Direito Tributário, Gestão de Negócios. Gestor de Projetos Certificado, é Mestre em Engenharia da Computação e Doutorando em Engenharia com foco em Inteligência Artificial aplicada.

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Reflexões do carnaval (por Edgard Leonardo Lima)

(Escrito em uma terça-feira de carnaval, dia 13/02/2024) Hannah Arendt, uma filósofa política e teórica social alemã-judaica escreveu no início dos anos 60 o livro: "Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal", uma obra acerca do julgamento de Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto. Todavia, minha reflexão e lembrança da obra ocorreu, inusitadamente, após, assistindo a transmissão do carnaval pela televisão, deparar-me com a propaganda de um banco estatal, alertando para que o folião não use o celular nos blocos de carnaval e anunciando que tem um site onde ensina a não cair em golpes. Fiquei pensando, desde quando o folião está errado em usar seu celular em um bloco de carnaval? Na TV, uma jornalista alertou (corretamente) sobre o calor que fazia em Olinda e indicou ir para a folia, mas não sem antes vestir uma roupa confortável, levar água e trazer uma “doleira”, para esconder seus pertences, enquanto aproveita a folia de Momo. Independente de onde você passa o carnaval; seja no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador ou em meu amado Pernambuco (Onde, preciso comentar, temos inúmeras opções maravilhosas para festejar. Começando com o Galo da Madrugada, depois subindo e descendo as famosas ladeiras de Olinda, ou nos Blocos do Recife Antigo, sem contar o interior do estado). Seja qual for sua escolha, certamente já escutou alguém dizer: “tira esse relógio”, “deixa a aliança”, ou ainda, “esconde o celular”, eu mesmo já disse inúmeras vezes para minha filha, coisas bem parecidas. E antes que comecem a me xingar, vou logo lembrando que não estou aqui criticando o carnaval, ou mesmo dizendo que indico que não sejam tomadas as devidas precauções. Não é essa a questão, acho o carnaval lindo, minha reflexão é outra. Minha reflexão foi: quando passamos a acreditar que é errado tirar uma selfie com os amigos? Quando começamos a culpar o turista que foi assaltado por tirar uma foto de um ponto turístico em uma “área” considerada perigosa? Quando passamos a banalizar o mal de tal forma, que comemoramos quando nosso carnaval tem menos “incidentes”, como se aceitássemos que deve ser normal tê-los. O problema do mal foi muito discutido ao longo da história da filosofia, a partir de várias abordagens possíveis, mas lembrei-me apenas que Hanna Arendt apontava em sua obra que Adolf Eichmann era incapaz de refletir sobre sua atuação e que, havia um mecanismo que normatizava a banalização do mal. Pergunto-me, até quando, estaremos dentro deste mecanismo, banalizando o mal a ponto de aceitar como normal, que o errado é que alguém deseje registrar em uma foto a alegria do carnaval.

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Nós somos madeira de lei que cupim não rói

Por Manu Siqueira Quebrei o tornozelo. Após três segundos de dor lancinante, pensei imediatamente: não vou conseguir brincar o Carnaval. A minha previsão, infelizmente, se concretizou. A fratura e o rompimento de um ligamento me colocaram com uma bota ortopédica imobilizadora por cruéis cinco semanas, no mínimo. É! Não vou brincar o Carnaval. Esses dias precisei ir a uma loja, mancando e munida do meu mais novo companheiro: o estabilizador de tornozelo, que é menos incômodo que a bota. Ao fundo, um frevo me fez lembrar do meu pai. Comecei a chorar no meio do estabelecimento. Uma jovem, ao me ver mancar, disse: tá doendo, moça? Quer ajuda? Eu respondi: sim. Tá doendo demais meu coração por não poder brincar meu Carnaval este ano. Demos uma boa gargalhada. Mas nem sempre fui essa foliã que chora de emoção ao escutar um frevo. Eu fui uma criança que não gostava de Carnaval. Toda foto das matinês nos clubes que eu ia, apareço apática e com a cara desanimada. Só gostava mesmo da guerra de confetes. Acho que despertei oficialmente para essa ofegante epidemia lá para os meus 12 ou 13 anos. Por essa idade, eu comecei a fazer dança popular, no Balé Popular do Recife, e a minha professora, Aninha, colocava os frevos, que eu ouvia quase todo dia em casa, para a gente se alongar na aula. Então, aos poucos, fui me apaixonando pela dança e pela música, aprendendo a sua história e origem, entendendo a diferença entre o frevo de bloco, de rua e o frevo-canção. Sou filha de pai e mãe carnavalescos. Meu pai ouvia frevo o ano inteiro. Lembro com riqueza de detalhes das capas dos LP’s de Capiba, Claudionor Germano, Levino e Nelson Ferreira... e tantos outros, que tocavam na radiola que ficava na sala de casa. Morei na mesma rua que Capiba morou, no Espinheiro. Lembro de, ainda criança, a caminho da escola, vê-lo, cotidianamente, no portão da sua casa. Eu tenho uma relação inexplicável com o Carnaval. Talvez por ter nascido em um. Talvez por não resistir ao glitter. Talvez por me permitir ousar, debochar e ironizar através das fantasias. Talvez seja meramente por considerar a festa mais democrática do planeta. Para mim, o Carnaval horizontaliza pessoas, nem que seja por um breve momento. Já entoei “Madeira do Rosarinho” com um senhor que catava latinhas e tinha um brilho alegre e cantante em seu sorriso que nunca vou esquecer. Carnaval é, para mim, uma profusão de amor. Sem gênero, sem sexo, sem preconceito. É abraçar desconhecidos e é fazer dos desconhecidos, amigos. É tomar uma bebida quente, sem saber sua origem, e brindar com uma pessoa que você estava paquerando e que acabou de conhecer. É tomar banho de chuva ou de mangueira sem se preocupar com a maquiagem derretida ou com o cabelo desgrenhado. Eu só acredito nesse Carnaval: o real, com cheiro de gente, calor e banho de mangueira, multidão, alegria esfuziante e exaustão na volta para casa. Eu sempre me emociono ao ouvir os primeiros acordes de um frevo rasgado. E também me arrepio em toda saída de bloco, ao ouvir os fogos e a orquestra em seguida. Quem consegue não se arrepiar com isso, meu Deus? Acredito que, de alguma maneira, o Carnaval é muito mais que um período de descanso ou de folia. O Carnaval é um sentimento que deixa a gente em um estado letárgico. Tem um cheiro característico. A comida tem um sabor diferente. Os ouvidos estão sempre atentos e a postos para aquela música que arrepia e aquece a alma. Como em um coral, numa energia só, todos cantando juntos. É lindo demais! Os olhos brilham tanto quanto purpurina. De encanto, de magia e de esplendor. Sim, quebrei o pé, mas descobri que o Carnaval é muito além de quatro dias de folia e brincadeira. O Carnaval é um estado de espírito que devemos deixar vivo dentro da gente o ano inteiro. Brincar, pular e escolher brilhar, todo dia do ano. Essa é a verdadeira essência, pura e pueril, do Carnaval. Mas há de se lembrar que a injustiça dói e que sempre seremos madeira de lei que cupim não rói. *Manu Siqueira é jornalista (mmsiqueira77@yahoo.com.br)

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Carnaval, diversão e muita atenção!

*Por Antônio de Azevedo Maia Nesse período de Carnaval, em que são realizadas festas nos quatro cantos do país, alguns cuidados devem ser redobrados para a segurança de todos os foliões. Quando falamos de segurança pública, alguns detalhes precisam ser observados. Muitas pessoas não sabem o que caracteriza um crime de Importunação Sexual. O crime foi inserido em nosso ordenamento jurídico em 2018 e consiste na forma de o agressor ou agressora satisfazer a sua própria “necessidade”, sem a permissão da vítima. Vários exemplos podem ser usados para esclarecer o que é importunação sexual. Exemplos: - Beijo roubado - Toque sem permissão Durante esse período, infelizmente, é comum mulheres serem tocadas no meio da folia. Aqui, a máxima do "não é não" pode, em muitos casos, nem ser aplicada, já que as vítimas nem sabem que estão sofrendo um crime. E esse crime tem uma pena de até 5 anos de reclusão. Mas isso não é tudo. Se após tal conduta, a vítima se manifestar e disser não, a história muda de contexto e passa a ser um crime mais grave, o de estupro. O estupro, diferente do que muitos imaginam, não necessita da conjunção carnal!!! Além da violência ou grave ameaça em ter a conjunção carnal, o crime de estupro também é caracterizado pela prática de qualquer outro ato libidinoso, ou seja, aquele que tem a finalidade de satisfazer o desejo sexual do agressor ou da agressora. É importante destacar que qualquer conjunção carnal ou ato libidinoso, mesmo com a permissão de um menor de 14 anos, é crime! O carnaval é uma festa que requer cuidados básicos o tempo todo, para garantir que a folia seja animada do começo ao fim. Os foliões devem redobrar a atenção para aproveitar a festa de forma segura e, claro, respeitando as leis, como em qualquer outra época do ano.  Antônio de Azevedo Maia  é  professor do curso de Direito da Wyden. É bacharel em direito, advogado  e mestre em direito ambiental pela universidade do estado do Amazonas.

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Maria pensa assim...

Confira abaixo todos os textos da coluna Maria Pensa Assim, assinada por Beatriz Braga The White Lotus: em qual lado da moeda você está: Daphne ou Harper? Tereza Costa Rêgo: 4 motivos para ir à exposição no Museu do Estado A perda do que nunca tivemos Coronavírus / Onde eu estava antes Quando crescer é uma ousadia Feminismo revigorado com nova geração Azul, rosa e a dança sem gênero Empresas sexistas perdem dinheiro e oportunidades O dia depois da eleição Aconteceu uma vez, então pode acontecer de novo O filme lançamento da Netflix “Sierra Burgess is a Loser” Precisamos falar com os homens Seis podcasts que você precisa começar a ouvir O mundo está chato ou você que perdeu a graça? Crônica do amor barato Como não ser machista – versão Copa do Mundo O que aprendi com Balzac Há feminismo no casamento real? Eu não sou um homem fácil Triste, louca ou má O poder da mulher que goza A todas as mulheres Respeitem os seios caídos Meninos não serão mais meninos 2018, que venha mais um ano feminista Uma lista incrível de livros escritos por mulheres Fiz as pazes com meu útero Tudo que aprendemos sobre relacionamentos está errado Mulheres conectadas formam uma rede poderosa Uma garota destemida incomoda muito mais Transe e deixe transarem Nosso útero é uma prisão Meninos também podem ser presidentes? Nove dicas de filmes irresistíveis Mulheres, é preciso sair do automático! O contrário do feminismo é a falta de coragem Vítima, substantivo feminino Ascenderam a luz Grãos – Como criar uma filha feminista Todas as Marias  De clichê nós entendemos Judith, a irmã que Shakespeare nunca teve Cinco palestras que você vai gostar de assistir  “Tem mulher que gosta” Mulher-Maravilha e o mundo dos homens

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The Chosen: novas temporadas disponíveis na Netflix

A página em branco é o terror do escritor. Como começar? Quais palavras abrirão o texto? Como atrair o primeiro olhar do leitor? Questões que atormentam, não importa a longa estrada de escritos que tenha percorrido. Assim começa a segunda temporada de The Chosen, incluída recentemente no catálogo da Netflix ao lado também da terceira. Contar uma história envolve não apenas o resgate das próprias memórias, é necessária muita pesquisa, debruçar-se sobre diferentes pontos de vista. Na sequência inicial do primeiro episódio, o apóstolo João entrevista alguns discípulos com a seguinte questão: como foi seu primeiro encontro com Jesus? As cenas seguem com uma pegada de documentário. Maria é a última a ser entrevistada. A partir do depoimento da mãe de Jesus, surge a inquietação do apóstolo: como começar a escrever todos aqueles relatos? O episódio é muito bem costurado, tem como norte a relação de João e Tiago com os outros discípulos, pincelada pela vaidade e soberba que passam a destilar após receberem elogio de Jesus. É desse temperamento forte que recebem o conhecido título de “Filhos do Trovão”. Diferente de outras produções do gênero, The Chosen lança-se a uma interpretação livre dos relatos do Novo Testamento Bíblico. Propõe um Jesus mais humano, com sacadas bem-humoradas e grande carisma. As três temporadas da série estão disponíveis na Netflix.

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5 tendências de ESG para ficar atento em 2024!

Por Rafael Coutinho Dutra Nos últimos anos, os aspectos sociais, ambientais e de governança (ESG) ganham protagonismo nas decisões empresariais. Esse movimento é essencial para a sustentação de empresas que desejam um futuro sustentável e comprometido com as pessoas, com o planeta e com práticas conectadas aos desafios dos novos tempos. O termo ESG é jovem, surgiu há vinte anos, em 2004, em um material publicado pelo Banco Mundial em parceria com o Pacto Global das Nações Unidas (ONU) e instituições financeiras de nove países. O material tinha como direcionador a ideia que já está consolidada: "ganha quem se importa". Essa revolução da sustentabilidade, e todos os outros aspectos ESG, destacaram-se, ainda mais, após a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), propostos pela ONU em 2015. Os ODS são um conjunto de 17 metas prioritárias e 169 metas de alcance global para que “ninguém no mundo seja deixado para trás”. Esse conceito e o conjunto de ações que compõem a Agenda 2030 são compromissos ligados aos direitos humanos, erradicação da pobreza, luta contra a desigualdade e a injustiça. Não podemos deixar de destacar a importância da igualdade de gênero, o empoderamento das mulheres, as ações contra as mudanças climáticas e a promoção do crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, assim como o emprego pleno e produtivo. Para um futuro que já se fez presente, o trabalho decente para todos, a construção de infraestruturas resilientes, com a promoção da industrialização sustentável, e o fomento à inovação, precisam ocupar o topo dessa lista. Os ODS têm servido como um guia para as empresas que buscam integrar os aspectos ESG em suas operações e decisões. As organizações que adotam práticas ESG estão mais bem posicionadas para prosperar no futuro, demonstrando alinhamento com as principais tendências globais de gestão e de práticas. Uma consequência direta é a construção da reputação de sustentabilidade e responsabilidade, agora no presente, como um ativo importante. O hoje e o amanhã pautados pelos ODS. Consultorias de todo o planeta direcionam pesquisas para mapear como os empresários pensam o futuro dos seus negócios a partir das práticas de ESG. Em Pernambuco e no Brasil, proliferam cursos, workshops, palestras, reportagens especiais e eventos de grandes impactos. Os tomadores de decisões, que ocupam o topo da pirâmide empresarial, trilham um caminho ao transformar as ideias em ações, demonstrando que podem viver em equilíbrio permanente com o meio ambiente e com as pessoas. O maior retorno é que haverá chance de futuro para o planeta, o consumidor continuará a comprar e as empresas continuam produzindo sem comprometer seus resultados. Por isso, o motivo da paixão sobre esse assunto. Vamos, agora, prestar atenção a algumas tendências que podem se destacar dentro da imensidão de temas que recobrem o ESG, com foco na equidade, sustentabilidade e redução de emissões. >> 1. Equidade e inclusão A preocupação crescente com o envolvimento das mulheres no ambiente empresarial, de pessoas negras e profissionais com mais de 50 anos pautará o debate e as estratégias em 2024. As empresas que adotarem práticas de equidade e inclusão estarão mais bem posicionadas para atrair e reter talentos, além de atender às demandas de um mercado cada vez mais diverso. 2. Agenda das micro, pequenas e médias para a sustentabilidade As micro, pequenas e médias empresas, que juntas geram um grande impacto na economia brasileira, também devem se preocupar com a adoção de práticas sustentáveis e conexão com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). 3. Redução de emissões de gases na origem A redução de emissões de gases do efeito estufa é outra tendência discutida já há uns anos e torna-se ponto crucial. As empresas devem focar nessa redução na fonte. Ou seja, na adoção de medidas para evitar a emissão de gases. 4. Inovação com foco sustentável A inovação é essencial para o sucesso das empresas e elas devem investir em pesquisas e desenvolvimento para criar produtos e serviços alinhados com os ODS. Haverá uma maior preocupação com embalagens retornáveis que permitam e o uso de materiais biodegradáveis. 5. Economia digital A digitalização de operações e o uso de tecnologias que permitem o reúso de água com o controle em tempo real do que está sendo consumido são exemplos desse movimento que não para. Além disso, o desenvolvimento também de aplicativos voltados para as questões ambientais. Empresários, atenção! Algumas estratégias são montadas considerando o cliente como centro do negócio, mas esses clientes compõem um grande ecossistema e são impactados de todas as formas pelos negócios que as empresas desenvolvem. No entanto, agora quem deve ficar no centro de qualquer negócio é o meio ambiente. A empresa deve ser fiel às suas ações e às suas palavras, e deve ser fiel ao que se propõe. Em 2024, as tendências ESG podem ser influenciadas por diversos fatores, como as demandas da sociedade, a cultura de um local, suas especificidades, a evolução tecnológica, a mídia e o entretenimento, as escolhas realizadas pelos consumidores e o comportamento dos influenciadores e líderes de opinião. No entanto, haverá, em 2024, de forma geral, uma divulgação (e a preocupação legítima) ainda mais acelerada com as premissas discutidas aqui, relacionadas nos ODS. Portanto, empresários, fiquem atentos às tendências de ESG para 2024 e comecem a agir agora! *Rafael Coutinho Dutra é professor de graduação e pós-gradução e Mestre em gestão empresarial (omestreemgestao@gmail.com | Instagram: @omestreemgestão)

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Protegendo a propriedade intelectual no mercado dos games

*Por Juliano Félix Nos últimos anos, o universo dos videogames passou por uma revolução. De uma indústria associada predominantemente aos jovens, tornou-se um setor vasto e multifacetado, abrangendo diversas faixas etárias e movimentando cifras impressionantes. No epicentro desse fenômeno, jogos eletrônicos despontam não apenas como um entretenimento digital, mas como um conglomerado de propriedade intelectual (PI) valiosa e suscetível à proteção. Proteção por Direitos Autorais: Preservando a Alma do Jogo A magia dos jogos eletrônicos reside em sua concepção artística, histórias envolventes e elementos visuais únicos. Esses elementos, desde as ilustrações até o enredo, são protegidos pelos direitos autorais, pilar fundamental para proteger a alma do jogo. A Lei n.º 9.610/98 (Lei dos Direitos Autorais) garante a proteção desses ativos sem a necessidade de registro, embora este seja crucial para autenticação e resolução de disputas. Além disso, é importante mencionar que a essência técnica por trás da versão eletrônica do jogo, seu código fonte e algoritmos, é também protegida por meio do registro de programa de computador no INPI. Esse registro, além de garantir a proteção jurídica do conteúdo técnico do jogo, oferece uma base sólida para autenticação da autoria e resolução de eventuais litígios relacionados à propriedade intelectual, reforçando assim a proteção integral do jogo em sua totalidade, desde sua estética até sua essência técnica. Proteção por Marcas e Desenhos Industriais: Identidade Visual e Reconhecimento no Mercado Marcas não são apenas símbolos; são a identidade visual que diferencia e identifica um produto. Nomes, logotipos e elementos distintivos associados aos jogos estão protegidos por registros no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Esse processo confere ao titular direitos exclusivos de uso por 10 anos, renováveis, garantindo a singularidade do jogo no mercado competitivo dos games. Além disso, os desenhos industriais, quando dotados de originalidade, são fundamentais para a proteção visual dos elementos físicos do jogo. O registro desses desenhos, tanto tridimensionais quanto bidimensionais, no INPI, assegura uma identidade gráfica única, resguardando aspectos visuais inovadores dos jogos. Um Mundo de Possibilidades: Impacto Econômico e Estratégias Emergentes O mercado global de jogos ultrapassou os US$ 196,8 bilhões em 2022, e esse crescimento só tende a aumentar. Investidores estão de olho nesse setor em expansão, impulsionando startups e promovendo grandes acordos comerciais. Nessas relações, além das proteções individualizadas dos ativos, se mostra imprescindível a adoção de contratos ou acordos comerciais que regulem a exploração econômica da propriedade intelectual envolvida como um todo, tais como, o Contrato de Criação de Obras, Contrato de Desenvolvimento e de Licenciamento de Software. Estratégias para Proteção Contínua A proteção eficaz da Propriedade Intelectual (PI) para os jogos eletrônicos requer uma abordagem estratégica abrangente, incorporando diversas formas de proteção legal. Desde a proteção por Direitos Autorais, que abrange elementos como desenhos, ilustrações e concepção artística, até a segurança do código fonte através do registro no INPI, cada faceta da PI é cuidadosamente considerada. Nesse contexto, a adoção conjunta de estratégias legais e contratuais emerge como um pilar fundamental. Essa combinação visa assegurar a integridade, exploração eficiente e proteção de longo prazo da propriedade intelectual dos jogos, estabelecendo uma base jurídica robusta para enfrentar os desafios dinâmicos do mercado e para garantir a duradoura relevância e valor do jogo. *Juliano Félix, advogado da Escobar Advocacia, atuante com foco na esfera consultiva do Direito Empresarial, Propriedade Intelectual e Direito Contratual.

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O que o triunfo do ultraliberalismo na Argentina significa para a América Latina?

Por Tiago Lima Carvalho A Argentina surpreendeu o mundo ao eleger Javier Milei como seu novo presidente, um candidato que se define como ultraliberal e antiestatista e que propõe uma mudança radical na política e na economia do país. A sua vitória tem consequências importantes para a América Latina, que enfrenta um novo cenário político, económico e social. Por um lado, Milei representa uma ruptura com as tendências populistas e socialistas que marcaram a história recente da região e que geraram crises e conflitos em vários países. Milei se inspira em líderes como Bolsonaro, Trump e Reagan, e se opõe aos governos de Maduro, Morales e Correa. Por outro lado, Milei propõe uma revisão das alianças e blocos regionais e questiona a adesão da Argentina ao Mercosul, principal acordo comercial da América do Sul. Milei critica o protecionismo e o intervencionismo que caracterizam o Mercosul e defende o livre comércio e a abertura econômica com países como Estados Unidos, Chile e Israel. Por fim, Milei gera expectativas e dúvidas nos mercados financeiros, e propõe uma medida polêmica: dolarizar a economia e eliminar o Banco Central. Milei afirma que esta medida poria fim à inflação e à corrupção, mas também implica um risco de hiperdeflação e de perda de soberania monetária. Além disso, Milei anuncia a intenção de renegociar a dívida externa e rever os acordos com o FMI. Estas são algumas das consequências que a eleição de Javier Milei como presidente da Argentina para a América Latina poderia ter, mas teremos que ver como se desenvolve a sua administração e como outros países reagem ao seu mandato. Tiago Lima Carvalho é Bacharel em relações internacionais, Especialista em Direito internacional e Pesquisador em ParaDiplomacia

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Leonardo Antônio Dantas Silva

*Por Francisco Cunha Desde que me entendo de gente (na prática, depois que entrei na Faculdade de Arquitetura) que acompanho a trajetória de Leonardo Dantas Silva, sobretudo por conta de sua monumental obra editorial (mais de 300 títulos publicados, 30 dos quais como autor), sem falar de suas criações como a Frevioca e o Baile da Saudade, além dos discos que produziu. Confesso que, no início, o fazia à distância, com receio de me aproximar e levar um fora dada a fama de irascível que tinha. Até que precisei usar uma frase sua (“o Recife é um museu vivo da história de Pernambuco”) num livro que eu estava escrevendo e o procurei diretamente por telefone. Ele, depois de ouvir o meu pedido, nem titubeou: “Eu nunca disse isso!”. Diante de afirmação tão peremptória, fiquei em dúvida. Pedi um tempo para refazer minha pesquisa e desliguei. Refiz a pesquisa e, como tinha imaginado, lá estava a frase, com referências e tudo. Mandei para ele e recebi como resposta: “É mesmo, eu disse!” A partir daí, desfeito um pouco do meu receio original, passei a procurá-lo com mais frequência para tirar dúvidas e pedir orientações sobre pesquisas e, numa dessas conversas telefônicas, recebi o convite: “Apareça lá em casa, no fim da tarde, para comer uma tapioca…”. Tomei coragem e fui lá algumas vezes. Foram ocasiões muito agradáveis e muito esclarecedoras. O conhecimento de Leonardo era enciclopédico, a memória riquíssima em detalhes, sua biblioteca gigantesca, suas histórias embasadas, detalhadas e pitorescas e, ao fim e ao cabo, sua companhia agradável, não obstante a indisfarçável intolerância para com os pretenciosos do conhecimento e os rasos de espírito. Uma vez confessou, entre saudoso de tempos intelectualmente mais estimulantes e conformado: “O problema, hoje em dia, é que não temos mais com quem conversar…”. Diante dos reiterados convites que eu fazia pelas redes sociais, para as nossas Caminhadas Domingueiras, Leonardo, tomando conhecimento delas, se desculpava por não poder participar com comentários do tipo: “Não posso porque, além das várias cirurgias que fiz, sofro do coração e dos pulmões por conta da poeira de livros e jornais velhos que aspirei.” Depois que passei a ter uma convivência menos distante com ele, a impressão que me ficou é a de que Leonardo foi talvez um dos últimos representantes de uma geração sui generis de pernambucanos (ou “pernambucanizados”) “enciclopédicos”, oriundos do Século 20, da estirpe de seu mestre José Antônio Gonçalves de Melo, de Mário Melo, de Josué de Castro, de Ulisses Pernambucano, de Valdemar de Oliveira, de Pinto Ferreira, de Mauro Mota, de José Luiz Mota Menezes e de vários outros, sem falar no mestre dos mestres, Gilberto Freyre. Aqui, no espaço desta coluna final de cada número da Algomais, fui companheiro de Leonardo, um dos mais antigos colaboradores da publicação com a sua seção Arruando por Pernambuco, por boa parte da história da revista, e me coube a tarefa de escrever no seu lugar e em sua homenagem, no espaço que seria seu e que, hoje, chega o momento de, infelizmente, estar sendo publicado pela última vez. E isso me faz refletir sobre a efemeridade de nossa passagem pelo plano terrestre e sobre a importância da obra que deixamos por aqui. E a de Leonardo é oceânica. Escrevi logo que soube do seu falecimento: “Estão menores a cultura e a historiografia pernambucanas”. Disse e reafirmo. Tenho certeza de que, desde Francisco Pereira da Costa, de cuja obra aliás foi responsável pela reedição dos 10 volumes do monumental Anais Pernambucanos, ninguém como Leonardo fez tanto pela sistematização e pela divulgação da historiografia pernambucana. Você já está fazendo falta, Leonardo! Vá na certeza de que nós, artífices e leitores da Algomais, lhe somos muito gratos pelo conhecimento que você tão generosamente compartilhou conosco, com tanta qualidade e por tanto tempo. Siga em paz o seu caminho pela eternidade “deixando (como disse do enciclopédico Mário Melo, o amigo comum Nelson Ferreira), na sua cidade um mundo de saudades sem igual”!

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