Z_Exclusivas - Página: 334 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Aprendiz Legal: CIEE oferece 2 mil vagas

As 2 mil vagas abertas pelo CIEE para o programa Aprendiz Legal esta semana, em todo o País, são voltadas a jovens com idade entre 14 e 24 anos que tenham concluído ou estejam cursando o ensino fundamental ou médio. A contratação possibilita o ingresso no mercado de trabalho, com carteira assinada por prazo máximo de dois anos e recebam capacitação teórica na área que vão atuar. Os cursos de capacitação teórica ministrados pelo CIEE são oferecidos em diversas modalidades. Os interessados podem ter mais informações e se candidatar gratuitamente às vagas pelo site www.ciee.org.br. O CIEE também oferece uma série de benefícios adicionais gratuitos aos aprendizes como: lanches, palestras, oficinas, passeios culturais, atividades esportivas, apoio de assistentes sociais que interagem com as famílias dos jovens e com as empresas, entre outros. “Este é um bom momento para o jovem se inserir nesse programa que une a prática realizada dentro das corporações à capacitação teórica na área específica de atuação, ministradas no CIEE, com material didático desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho, nossa parceira no programa. Além de ganhar experiência e conhecimento, o salário recebido o ajudará a custear as despesas escolares e atuar com uma jornada máxima de seis horas por dia”, afirma Luiz Gonzaga Bertelli, presidente do Conselho de Administração do CIEE.

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Um terço dos idosos aposentados ainda trabalha

Além de ver a expectativa de vida aumentar nos últimos anos, um número elevado de brasileiros continua trabalhando mesmo após a aposentadoria. A constatação é de uma pesquisa realizada em todas as capitais pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com idosos acima de 60 anos. De acordo com o levantamento, Mais de um terço (33,9%) dos idosos que já estão aposentados continuam exercendo alguma atividade profissional. O destaque fica por conta dos profissionais autônomos (17,0%), trabalhadores informais ou que fazem bicos (10,0%) e profissionais liberais (2,1%). Os que ainda atuam como funcionários da iniciativa privada, contudo, são apenas 1,7% do total de entrevistados. Considerando os aposentados que tem entre 60 e 70 anos, o percentual dos que trabalham sobe para 42,3%. A decisão de seguir trabalhando a esta altura da vida está relacionada, principalmente, à necessidade financeira, embora essa não seja a única razão. A principal justificativa é o complemento da renda, uma vez que a aposentadoria não é o suficiente para pagar as contas (46,9%). Dois em cada dez (23,2%) idosos continuam trabalhando para manter a mente ocupada e 18,7% para se sentirem pessoas mais produtivas na sociedade. Há ainda 9,1% dos idosos que alegaram não ter parado de trabalhar para poder ajudar os familiares financeiramente. IDOSOS QUE TRABALHAM SENTEM SATISFAÇÃO E ORGULHO POR CONTINUAREM ATIVOS O fato de ainda trabalharem mesmo sendo aposentados gera sentimentos positivos em 70,7% dos idosos como satisfação pessoal (38,8%) e orgulho (19,7%). Para os que avaliam o trabalho nessa idade como algo negativo (28,3%), os sentimentos mais compartilhados são o de indignação (9,3%) e cansaço (8,1%). A ampla maioria dos idosos (76,1%) até consegue se satisfazer financeiramente com a renda que possui, mas em 42% dos casos trata-se da "conta certa". Ou seja, o dinheiro serve apenas para cobrir os gastos mais importantes. Em sentido contrário, quase um quarto (23,4%) dos idosos entrevistados admitem que com a renda atual não conseguem atender todas as suas necessidades. Ainda assim, 9 em cada 10 (95,7%) idosos contribuem ativamente para o sustento financeiro da casa, sendo que em mais da metade dos casos (59,7%) eles são os principais responsáveis. De modo geral, a aposentadoria e o recebimento de pensão (74,6%) são a principal fonte de renda dos idosos brasileiros, neste caso incluindo aqueles que estão aposentados ou não. 35% CHEGARAM A APOSENTADORIA SEM TEREM SE PREPARADO Um dado preocupante do estudo e que, em certo modo, explica o fato de tantos idosos ainda se sentirem na necessidade de trabalhar, é 35,1% dessa população acima de 60 anos chegaram a terceira idade sem ter se preparado para a aposentadoria. No caso das mulheres e dos idosos das classes C, D E, o percentual é ainda maior: 39,5% e 41,5%, respetivamente. Seis em cada dez (61,5%) idosos entrevistados fizeram algum tipo de preparo e as principais atitudes foram a contribuição compulsória do INSS pela empresa em que trabalhavam (40,8%) e o pagamento do INSS por conta própria (17,4%). Uma parcela reduzida de apenas 8,4% teve o cuidado de investir na previdência privada. Outros tipos de preparo ainda mencionados, mas com menos intensidade, foram o depósito na poupança (4,5%) e o investimento em imóveis (4,4%) - neste último caso, não se leva em consideração o imóvel em que o entrevistado reside. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, “é sempre importante lembrar que a contribuição compulsória para o INSS via empresa não pode ser considerada uma preparação suficiente para atravessar a terceira idade sem grandes dificuldades. Contar somente com a previdência pública é algo bastante temerário e que deve ser evitado”, alerta a economista. A maior parte dos idosos que se prepararam para uma aposentadoria tranquila disse que o fizeram por serem pessoas precavidas (31,6%). Há ainda aqueles que foram intuitivos e tiveram a iniciativa por conta própria, sem contar com a influência de terceiros (15,0%) e os idosos que se prepararam porque viram casos de pessoas próximas que não tiveram o mesmo cuidado e acabaram passando por momentos difíceis neste estágio da vida (12,3%). Quando indagados se o padrão de vida que possuem atualmente é melhor ou pior do que quando eles tinham 40 anos, a população idosa mostra-se dividida, com uma leve vantagem para os mais otimistas. Quatro em cada 10 (39,6%) IDOSOS AVALIAM VIVER MELHOR HOJE DO QUE NO PASSADO, enquanto 32,3% acreditam que a passagem do tempo também trouxe piora nas condições de vida, sentimento presente com mais força entre os idosos que pertencem à classe C (36,1%). De acordo com o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, o aumento da expectativa de vida dos brasileiros impõe uma série de mudanças nos hábitos financeiros. “Com as pessoas vivendo cada vez mais e fazendo planos para novas conquistas, torna-se fundamental estar preparado financeiramente para essa nova fase. Além disto, os tratamentos de saúde são onerosos e costumam aumentar com a terceira idade”, afirma Vignoli. QUATRO EM DEZ IDOSOS NÃO CONTROLAM AS FINANÇAS; 11% DELEGAM A FUNÇÃO A TERCEIROS A pesquisa do SPC Brasil também investigou os hábitos de vida financeira dos idosos brasileiros e descobriu que APENAS 42,7% ADMITEM FAZER UM CONTROLE SISTEMÁTICO DE SUAS FINANÇAS PESSOAIS, adotando métodos como anotações regulares em caderno (33,8%), uso de planilhas (7,9%) ou de aplicativos digitais (1,0%). Os idosos desatentos com o orçamento somam 45,9% do total da amostra, sejam porque usam métodos pouco confiáveis como fazer tudo de cabeça (32,1%) ou simplesmente por não terem qualquer tipo de controle daquilo que é gasto (13,8%). A pesquisa mostra ainda que 11,5% DOS IDOSOS DELEGAM A TERCEIROS A TAREFA DE CUIDAR DAS FINANÇAS. Para quem não controla o fluxo de receitas e despesas, as principais razões são não ver necessidade ou importância nessa tarefa (33,6%), seguido da falta de hábito e de disciplina (14,8%). O desconhecimento é citado por somente 9,1% da amostra de idosos entrevistados. Gastos com alimentação (82,9%), compromissos com serviços de luz (73,6%) e telefonia (47,2%), além de despesas com produtos de higiene (44,0%) e saúde, tais como remédios, exames e médico (41,2%) são os mais frequentes entre os brasileiros que têm acima de 60 anos, de acordo com o levantamento. DIMINUIÇÃO DA RENDA E EMPRÉSTIMO DE NOME FAZ IDOSO ATRASAR CONTAS E FICAR INADIMPLENTE Nos últimos 12 meses, 3 em cada 10 (30,1%) idosos brasileiros deixaram de pagar ou pagaram alguma conta com atraso - principalmente as de luz (13,9%), cartão de crédito (7,5%), telefone (6,9%) e água (6,7%). O índice é semelhante ao percentual de pessoas acima de 60 anos

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Candidatos participam do desafio intermodal

A quinta edição do Desafio Intermodal de Recife, que acontece nesta próxima terça (20), com saída do Marco Zero, no Centro do Recife, a partir das 18h, e chegada na praça de Casa Forte, na frente da Igreja Matriz de Casa Forte, conta com a participação dos candidatos à Prefeitura da capital pernambucana Carlos Augusto (PV), Daniel Coelho (PSDB), Edilson Silva (PSOL), João Paulo (PT), Priscila Krause (DEM) e Simone Fontana (PSTU). O prefeito do Recife, Geraldo Júlio, atualmente candidato a reeleição pelo PSB, não aceitou o convite de participação no evento. O Desafio Intermodal, realizado já há cinco anos no Recife, tem o objetivo de reproduzir um percurso comum para os recifenses no horário de pico e assim lançar uma reflexão com base nos dados de tempo de deslocamento, custo financeiro, emissão de poluentes e gasto calórico. O candidato Daniel Coelho fará o percurso a pé, Priscila Krause usará o Uber, Edilson Silva irá pedalar no desafio. A candidata Simone Fontana fará o trajeto de ônibus, enquanto Carlos Augusto irá de carro e João Paulo de táxi.

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Planejamento de longo prazo na pauta municipal

Em 2037 a cidade do Recife completa 500 anos. A data de nascimento da mais antiga das capitais brasileiras está sendo usada para inspirar planejamentos de longo prazo – um contraponto à cultura política brasileira de elaborar planos até a próxima eleição. LEIA MAIS: Propostas para o Centro Histórico Prefeituráveis opinam sobre a mobilidade Candidatos discutem o Rio Capibaribe Ordenamento urbano na pauta dos candidatos Para construir algum trabalho nesse sentido, o candidato Edilson Silva defende que é preciso valorizar o quadro técnico de urbanismo, a participação popular e a transparência dos processos. "Temos como prioridades a melhoria das condições de habitabilidade, a urbanização e o saneamento de áreas de interesse social e a redução do déficit habitacional. Além disso, queremos promover a moradia nos bairros centrais, desenvolver novas centralidades urbanas e estimular o uso misto de edifícios, ampliando as possibilidades de comércio e serviços". Ele sugere como temas a serem combatidos o déficit habitacional de 62 mil famílias. O disciplinamento das atividades econômicas em sintonia com a ocupação do solo são as diretrizes apontadas por Carlos Augusto. "Iremos recuperar a qualidade ambiental dos bairros centrais para que as pessoas possam voltar a morar nestes locais, perto de onde trabalham e estudam. Isto permite uma substancial redução dos chamados "custos de deslocamento", com melhoria da qualidade de vida e implicações na produtividade do trabalho. Além disso, cada bairro possui especificidades que lhe conferem vantagens ou desvantagens em determinados usos. A integração das redes de transporte também contribuem para uma maior sensação de bem-estar". Sobre o planejamento de longo prazo, Priscila Krause defende: "Incorporar a integração do planejamento territorial com a mobilidade, para a elaboração da legislação do uso do espaço urbano, no que se refere ao zoneamento e parâmetros urbanísticos, com ênfase no adensamento de corredores de transporte e centros de bairros, terminais de integração, estações do Metrô e de navegabilidade do Rio Capibaribe". Daniel Coelho destaca a necessidade de criar um plano de crescimento urbano da cidade, um plano diretor que integre a questão da mobilidade, considerando os aspectos sociais, culturais e ambientais de cada região. "A cidade não pode parar seu crescimento urbano, mas tem que fazê-lo de forma a respeitar a sociedade como um todo. É muito importante que o planejamento financeiro, principalmente no início de novas obras, seja feito com a certeza de que aquilo que irá começar será concluído". João Paulo critica a falta de continuidade as obras de gestões anteriores, que em sua opinião é uma regra geral das gestões públicas. "A prefeitura precisa ter políticas de Estado, capazes de sobreviver a sucessivas gestões. Nesse contexto, um importante debate a ser feito é o da descentralização do desenvolvimento da cidade, respeitando a história de cada lugar, levando oportunidades de emprego e renda a várias áreas da cidade. O desenvolvimento econômico de bairros como Casa Amarela, Ibura, Jardim São Paulo e Várzea precisa passar pelo desenvolvimento das pessoas, evitando que se perca tempo desnecessário com deslocamentos a outras áreas". O prefeito Geraldo Julio considera que nos últimos três anos o Recife retomou a capacidade de planejar o seu futuro, com a efetiva participação da população. "Nós estamos elaborando um documento importantíssimo que estabelece as diretrizes e metas para o Recife de 2037. Fomos às 18 microrregiões perguntar às pessoas, a quem mais interessa o Plano, o que elas acham que o Recife deve ser". Ele ressalta ainda projetos como o Plano Centro Cidadão e o projeto Parque Capibaribe, e destaca o mapeamento inédito que está sendo realizado pela Secretaria de Saneamento nas áreas críticas da cidade. Confira a íntegra o posicionamento que cada candidato nos enviou por email sobre o tema Planejamento de longo prazo: GERALDO JÚLIO Essa área eu tenho muito prazer de falar, e acredito que pode-se dizer que o Recife, nos últimos três anos, retomou a capacidade de planejar o seu futuro, com a efetiva participação da população. Como tudo que fazemos em nosso governo, mas especialmente nas questões que vai se decidir o futuro da cidade, tudo é realizado com muito diálogo. Nós estamos elaborando um documento importantíssimo que estabelece as diretrizes e metas para o Recife de 2037, quando a cidade completará 500 anos. Esse documento vem sendo produzido em diálogo com o meio acadêmico e com a população. Fomos às 18 microrregiões perguntar às pessoas, a quem mais interessa o Plano, o que elas acham que o Recife deve ser. Estamos desenvolvendo também uma série de outros projetos e planos que vão fazer a diferença para qualquer um que tenha a responsabilidade de assumir a Prefeitura do Recife. Toda a área do centro continental da cidade, com os bairros da Boa Vista, Santo Amaro, Ilha do Leite, Ilha do Retiro, Derby e seus entornos estão sendo alvo do Plano Centro Cidadão, que vem sendo desenvolvido em parceria com a Universidade Católica de Pernambuco, e que também abre espaço para participação da população. Um Plano Específico pra toda essa área, que já estava previsto no Plano Diretor do Recife, vai dar a capacidade ao Poder Público de coordenar o desenvolvimento do nosso centro, dentro daquilo que se espera de uma cidade moderna hoje, com espaços urbanos preservados e qualificados, prédios com boa conexão com a malha urbana e uma melhor estrutura de mobilidade. A nossa Secretaria de Saneamento vem fazendo um mapeamento inédito das áreas críticas da cidade, que levanta com um nível de profundidade e detalhamento impressionante a situação daqueles que mais precisam do poder público. Esse projeto foi apresentado na COP-21, em 2015, e foi muito elogiado pela comunidade científica. Outro grande projeto que estamos executando junto à academia e população e que vai cortar quase toda a cidade é o Parque Capibaribe. Com ele, pretendemos reavivar a relação do recifense com nosso rio símbolo e o Parque já começou a sair do papel com a construção do Jardim do Baobá, sua primeira etapa, nas Graças. Essas e outras ações, como o Plano de Drenagem do Recife, a criação da Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES)

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Inflação e desemprego: duas maldições

Inflação e desemprego são terríveis males econômicos quando vistos individualmente. Um ou outro já derrotaram muitos candidatos a altos cargos eletivos em todo o mundo. São, por conseguinte, antipopulares e implacáveis com os governantes que os geraram ou que com eles tergiversaram. Todavia, mais estragos fazem à economia quando se apresentam conjuntamente, de mãos dadas. Infelizmente esse é o caso brasileiro. E Pernambuco não é exceção. Esse quadro, típico do que os economistas denominam de estagflação, ou seja, a combinação perversa de estagnação (na verdade recessão) com aumento persistente, em patamar elevado, do nível geral de preços, tem sido uma das características mais marcantes da atual crise econômica brasileira, a mais profunda e longa desde a década dos 30 do século passado. É fato que os preços estão crescendo menos rapidamente, mas isso não nos conforta dado que não apenas a inflação se situa em nível alto, em torno de 8,74% nos últimos 12 meses até julho, mas que também vem perdendo folego muito lentamente. O custo social é elevado, comprometendo a qualidade de vida de milhões de brasileiros. O desemprego retira renda nominal das pessoas que perderam seus postos de trabalho enquanto a inflação retira renda real (perda de poder de compra) de todos os brasileiros, quer estejam ou não ocupados. Isso alimenta um círculo vicioso segundo o qual mais desemprego e menos renda conduzem à queda na massa salarial que leva a menos consumo, menos produção e a mais perdas de postos de trabalho. Os dados para inflação e desemprego são inequívocos. O IPCA-15, para o Brasil como um todo, apontou uma inflação de 0,45% em agosto último, inferior a de julho (0,54%), mas ainda maior do que a observada no mesmo período do ano passado (0,43%). Isso conduziu a uma inflação acumulada em 12 meses até meado de agosto de 8,95% e a acumulada no ano a 5,66%. Os mesmos dados para o Recife que teve em agosto uma inflação três vezes menor (0,15%) do que a média nacional (0,45%) foram, respectivamente, 8,51% e 5,69%. Observe que para este ano no Recife a inflação acumulada até meados de agosto está acima da média do País. Alimentos e bebidas são os principais vilões. A taxa de desemprego brasileira no segundo trimestre de 2016 subiu para 11,3%, alcançando cerca de 13,4 milhões de pessoas. Entre estas estão as que perderam o emprego e que estão tentando reconquistar uma ocupação, e aquelas que entraram pela primeira vez ou que reentraram no mercado de trabalho. Entre as macrorregiões do País o Nordeste viu a taxa de desemprego elevar-se de 10,3% para 13,2% em relação às observadas no segundo trimestre de 2015. Em Pernambuco, a taxa alcançou 14%, a terceira maior do País. Para o Brasil e suas macrorregiões as taxas são maiores entre as mulheres do que entre os homens e também mais alta para os jovens, especialmente entre os que situam na faixa etária entre 14 e 24 anos de idade, atingindo com muita força aqueles que têm ensino médio completo ou equivalente. Portanto, o desemprego atinge as pessoas de forma diferente, por idade, sexo e grau de instrução, penalizando os mais vulneráveis, especialmente os jovens, as mulheres e aqueles com pouca educação. Portanto, Pernambuco e Recife apresentaram até o primeiro semestre deste ano dois números malditos e preocupantes: desemprego de 14% e inflação de 8,51%, respectivamente. O desemprego não é maior porque o País está vivenciando fenômeno demográfico que tem reduzido o crescimento do número de pessoas buscando emprego. Com menos filhos por mulher em idade reprodutiva (1,7 em 2016, inferior à necessária para manter a população constante) a taxa de crescimento da população brasileira caiu de 1,1% ao ano, entre 2004 e 2009, para 0,9% entre 2009 e 2016. Entre esses dois períodos a taxa de crescimento da força de trabalho reduziu-se de 1,9% para 1%. Como está crescendo menos, os empregos disponíveis vão encontrar menos jovens a sua procura. Contudo, esta janela de oportunidade vai se fechar em breve. Se esse fenômeno inexistisse, as taxas de desemprego agora enfrentadas pelo País seriam ainda maiores. A demografia, e não o Governo, está evitando que o drama do desemprego seja ainda maior. Enfrentar preços altos e crescentes junto com desemprego elevado e seletivo é desafio para políticos, governos e sociedade. O que os políticos que são candidatos agora e em 2018 têm a dizer sobre isso?

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Exposição Autos Retratos marca Dia Mundial Sem Carro no Recife

Uma tarde perdida no trânsito caótico do Recife, conhecido por ser um dos piores do mundo, foi o estopim para o arquiteto, urbanista e artista plástico Luiz Rangel perceber que algo estava errado nisso tudo. Daquela situação nasceram os esboços iniciais de "Exílio", o primeiro dos nove quadros feitos por Rangel e que compõem a exposição "Autos Retratos", que chega ao Museu da Cidade do Recife nesta quinta-feira, 22 de setembro, o Dia Mundial Sem Carro. "Me senti isolado e confinado naquele engarrafamento. A sensação na hora foi de frustação, mas que logo se transformou em um processo criativo interessante", conta Rangel. A partir dali, brotaram esboços despretensiosos que, aprofundados e com base nas experiências cotidianas no trânsito, se transformaram em quadros abordando a temática da mobilidade e a dependência da sociedade por seus carros. "A reflexão me trouxe um questionamento: precisamos mesmo estar dentro de um veículo?", indaga. O quadro "Destino", por exemplo, segue esta linha. "A ideia surgiu de uma expressão comum: 'fiquei rodando atrás do endereço'. As pessoas sempre querem chegar a algum lugar, mas a sensação da cidade engolida por carros parece sugerir que, no fundo, nunca chegamos a lugar algum", diz. São nove trabalhos em óleo sobre tela, em formato quadrado, com exceção de "Reflexo", em tamanho diferenciado (1m x 2m, retangular), que traz um olhar de futuro dentro da temática principal e aponta para a importância de espaços compartilhados. "A obra mostra o trânsito com o retrovisor de um carro simbolizando o passado, repleto de veículos, e o amanhã com outros partícipes da mobilidade: bicicletas e pedestres em perfeita harmonia", explica Rangel. DEBATE - Com curadoria de Plinio Santos Filho e Daniel Dobbin, "Autos Retratos" não será inaugurada casualmente no dia 22. Nessa data, é celebrado o Dia Mundial sem Carro, reforçando o propósito da exposição: mostrar um retrato provocador da sociedade atual, um "auto retrato", como brinca Luiz Rangel, com uma cidade refém dos veículos, com poucas interações interpessoais e espaço reduzido para pedestres e ciclistas. A abertura da mostra, a oitava da carreira artística de Luiz Rangel, tem início às 19h, com debate com o artista, o curador Plinio Santos e o militante da mobilidade a pé Francisco Cunha, dando seguimento ao vernissage, às 20h. O evento é gratuito e aberto ao público. A mostra fica em cartaz no Museu da Cidade do Recife, no Forte das Cinco Pontas até 2 de outubro, também com entrada franca. SOBRE O ARTISTA - Arquiteto e urbanista formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o recifense Luiz Rangel iniciou sua ligação com desenho e pintura na infância, de forma autodidata. Desenvolveu suas aptidões artísticas durante a graduação e a vida profissional, com projetos arquitetônicos feitos à mão - na época em que não se utilizava o computador - e, posteriormente, em curso de pintura no Espaço Vitrúvio, em 2010. Desde então, já participou de sete exposições - no próprio Espaço Vitrúvio, no festival Olinda Arte Em Toda Parte e por duas ocasiões em Frankfurt, na Alemanha: em 2012, com a mostra "Follow me" e, em 2014, "Onze - Abaixo do Equador", ambas na Galeria Eulengasse. Atua também como conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco (Cau-PE).

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Com ou sem tatuagem no trabalho?

Uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou destaque nas redes sociais e jogou luz sobre uma antiga discussão: tatuagem pode ser um eliminador na hora de assumir um emprego público? Por maioria, em outubro, a Corte decidiu que o tema merece ser analisado, e, por enquanto, aguarda votação. O debate envolve, no entanto, não apenas o mundo dos concursos, mas abrange o mercado de trabalho como um todo. Afinal, o desenho corporal pode desclassificar um candidato para uma vaga de emprego? Segundo a sócia da ÁgilisRH e da TGI Consultoria, Eline Nascimento, não do ponto de vista legal. A tatuagem não deve ser o foco. “Os indicativos devem ser o desempenho, as habilidades, a atitude frente ao ambiente de trabalho e o cuidado que o candidato tem com a sua apresentação.” O adorno, entretanto, ainda sofre resistência em locais mais tradicionais, como escritórios de advocacia e entidades médicas. É preciso, então, que o profissional tome alguns cuidados. Fazer tatuagens em locais discretos, Enquanto o STF não decide a questão, especialistas orientam profissionais recursos humanos além de utilizar roupas e adereços para cobri-las são alguns deles. Apesar de a escola particular onde trabalha permitir o uso das pinturas, a professora de biologia, Taynara Araújo, 24 anos, prefere esconde-las com anéis, pulseiras e camisas de manga. “Eu evito mostrar, porque sei que há pais que ainda não aceitam muito bem. Tem gente que não entende que a tatuagem não influencia em nada. Muitas pessoas nem imaginam que tenho tantas e quando me encontram em outros lugares, até se surpreendem”, revela. Taynara sabe também que o adorno pode dificultar na hora da contratação. “Minha tia trabalha em um colégio mais tradicional. Recentemente fui enviar um currículo para essa instituição e ela me disse que se eu fosse chamada, teria que ir cobrindo todas as tatuagens, porque lá eles não aceitam de jeito nenhum”, conta. Aliás, algumas dicas podem ser seguidas para uma entrevista de emprego. “A nossa recomendação é que não deixe a tatuagem exposta, que tire o piercing, além de perguntar ao entrevistador se há algum problema da empresa com relação a essa questão”, aconselha Eline. Como se pode notar, mesmo que o preconceito com a pintura tenha diminuído em relação a décadas passadas, a rejeição ainda existe. Isso se deve ao estilo de vida de um povo. Presente na história da humanidade, a tatuagem recebeu valores diferentes ao longo do tempo. No Antigo Egito, por exemplo, os cidadãos já ostentavam os adornos na pele. Aceito por algumas sociedades, a pintura foi, associada a pessoas marginalizadas, por outras. “Há países em que tatuagens estão relacionadas a um padrão de beleza. Então, cada cultura vai ter uma forma diferente de ver a estética”, avalia Eline. O mesmo ocorre quando se leva em consideração o ambiente de trabalho. De acordo com a consultora, é preciso avaliar os valores da empresa no momento em que se escolhe se candidatar. “Apresentação pessoal pode ter uma interferência para aquele segmento de trabalho. Essa é uma questão que passa pela história, pela cultura e pelo produto que uma empresa vende. Afinal, a imagem do profissional, também é a imagem do serviço que ela oferece.” Então, se para alguns exibir as tatuagens não é aconselhável, para outros pode ser um diferencial. É o que nota a jornalista Rebeca Tavares, 29 anos. Dona de uma agência, ela acredita que o desenho gravado no corpo em determinadas situações pode colaborar. “Eu trabalho com a cena cultural e a tatuagem não é um problema, na verdade, ela até ajuda, porque você fica com um ar mais descolado”, acredita. As duas tatuagens que possui ficam em locais mais discretos. Uma na costela e outra no cóccix. Na época, a escolha da localização levou em consideração o futuro profissional ainda incerto. “Acho que o preconceito contra a tatuagem é algo que ficou no passado. A última que fiz tem 7 anos. Acho que se tivesse sido há uns 2 anos, teria sido em um local mais visível.” Tanto que Rebeca já marcou as próximas sessões para uma nova tatuagem, agora, no braço. Independente do ambiente de trabalho, algo é certo: um candidato não pode ser excluído de um processo seletivo ou demitido por ter uma tatuagem.“Uma empresa que, por exemplo, restrinja tatuados ou um funcionário que se tatuou posteriormente, nessa situação, sim, cabe uma ação posterior por danos morais, tendo em vista que pode ser considerado preconceito”, esclarece o advogado Cristiano Lopes. O advogado, que também é professor do cursinho espaço Heber Vieira, é contrário à restrição de tatuagens existente nos editais de certos concursos, como por exemplo, para polícia. “O candidato faz o concurso, passa por todas as etapas de formação e depois faz uma tatuagem. Então, existe certa hipocrisia.” Para ele, a proibição vai de encontro aos direitos constitucionais. “Isso fere, inclusive, o conceito da dignidade da pessoa humana. A própria Constituição estabelece que não possa haver distinção em razão do sexo, da idade, da cor, da raça, das preferências sexuais ou qualquer outra forma de discriminação.” Enquanto o STF não toma sua decisão, um conselho é bem-vindo: “Se você não se sente seguro, não faça, embora, isso não deve ser requisito para se ingressar na carreira pública”, coloca Cristiano. Ele inclusive tem várias tatuagens espalhadas pelo corpo e acredita que elas não interferem em sua vida profissional. “Nas ações não é que eu esconda, mas como eu estou de mangas compridas elas realmente não aparecem. Já em aulas, quando eu vou com camisas de manga curta, eu não sinto nenhum tipo de constrangimento. Embora, perceba que ainda há preconceito.” Eline, por sua vez, observa que esse cenário vem mudando e cada vez mais a tatuagem é aceita. “As pessoas têm se posicionado mais e discutido mais essas questões abertamente hoje.” (Por Camila Moura)

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Propostas para o Centro Histórico

Com um dos maiores patrimônios arquitetônicos do País, o Recife assistiu um acelerado processo de degradação da sua história material nas últimas décadas. A temática vem ganhando atenção da população. Priscila Krause considera que o Bairro do Recife é uma área estratégica da cidade e promete criar uma Agência  de   Desenvolvimento  da Ilha  Bairro  do Recife. A ideia é atuar na promoção de negócios, na articulação público-privada entre agentes governamentais, no incentivo a projetos de revitalização urbana e, ainda, na prioridade para agilização de licenciamento de atividades econômicas e culturais, com ênfase para a inovação e a tecnologia digital. Ela propõe ainda o programa de Renovação da Ilha dos Santos (bairros de Santo Antônio, São José e Cabanga) para promover o repovoamento, melhoria dos serviços públicos e o fortalecimento das atividades econômicas e de habitação. O outro projeto é voltado para a Ilha da Boa Vista, com um processo de requalificação planejada do Centro Expandido. LEIA TAMBÉM: Prefeituráveis opinam sobre mobilidade urbana Candidatos discutem o Rio Capibaribe O prefeito Geraldo Julio julga que o Recife voltou a olhar com mais carinho para o seu patrimônio histórico. Ele menciona a aprovação da regulamentação da Zona Especial de Preservação Histórica 8 e a conservação de vários imóveis no bairro da Boa Vista. Além disso, ele comemora o fato de a gestão conseguir classificar 104 edificações na categoria de Imóveis Especiais de Preservação, dobrando o número de construções preservadas na cidade. Ele cita como exemplos a sede do América, em Casa Amarela, e as duas casas modernistas que ficam na Avenida Rosa e Silva. Daniel Coelho critica o abandono do Centro do Recife e sugere uma política de recuperação e reocupação dos prédios históricos. Para que os bairros históricos voltem a ser ocupados, o tucano defende que é preciso oferecer condições básicas, como segurança e iluminação. Carlos Augusto afirmou que pretende dar ênfase à preservação propriamente dita dos lugares históricos da cidade, mas sugere um maior empenho na divulgação da rica história recifense para a população. "Estaremos empenhados em divulgar o nosso passado, de modo que, ao conhecê-lo, as pessoas se engajem naturalmente na luta pela preservação". Edilson Silva sugere que recuperados e bem utilizados, vários prédios antigos do Centro Histórico podem abrigar moradia, comércio, lazer e roteiros turísticos. Ele defende também o fortalecimento do serviço de fiscalização e proteção do patrimônio histórico no município. "O patrimônio que constitui nossa memória e identidade coletiva tem sido tratado como um obstáculo a um suposto progresso e somente valorizado enquanto mercadoria". Na avaliação dele, estão em ameaça prédios como o Edifício Caiçara, o sobrado da Padaria Capela na Rosa e Silva, os armazéns parcialmente destruídos no Estelita, a Fabrica da Torre e a Vila Naval. O ex-prefeito João Paulo afirma ser necessário reaparelhar espaços culturais tanto na região central quanto nas regiões periféricas da cidade. "A revitalização do Centro, passa também pela recuperação e reocupação de imóveis abandonados. Uma alternativa para esse resgate do Centro Histórico do Recife é retomar o programa Morar no Centro, que implantamos em 2001", relembra. "É importante também resgatar o potencial econômico dessa região". Confira a íntegra o posicionamento que cada candidato nos enviou por email sobre o tema História Preservada: PRISCILA KRAUSE O Bairro do Recife é uma área estratégica da cidade, por embarcar tecnologia, economia criativa, cultura e turismo num só local, e por isso, merece um olhar diferenciado. Com o objetivo de cuidar e fomentar a cadeia produtiva da área, criaremos a Agência de Desenvolvimento da Ilha Bairro do Recife, vocacionada para atuar na promoção de negócios, na articulação público-privada entre agentes governamentais, no incentivo a projetos de revitalização urbana e, ainda, na prioridade para agilização de licenciamento de atividades econômicas e culturais, com ênfase para a inovação e a tecnologia digital. -> Ilha dos Santos Estruturar o Programa de Renovação da Ilha dos Santos – bairros de Santo Antônio, São José e Cabanga – objetivando o repovoamento, o fortalecimento das atividades de habitação, comércio e serviços, a melhoria dos espaços públicos, a organização da circulação de veículos e pessoas, o controle urbano, a ocupação de áreas subutilizadas. Priorizar a requalificação das Avenidas Guararapes e Dantas Barreto como vetores de desenvolvimento deste território. -> Ilha da Boa Vista Iniciar o processo de requalificação planejada do Centro Expandido – bairros da Boa Vista, Santo Amaro, Soledade e Ilha do Leite – priorizando a revisão do uso do solo e a circulação, bem como a revitalização do eixo estrutural da Avenida Conde da Boa Vista. EDILSON SILVA O patrimônio que constitui nossa memória e identidade coletiva tem sido tratado como um obstáculo a um suposto progresso e somente valorizado enquanto mercadoria. As cicatrizes e as ameaças recentes são muitas: o Edifício Caiçara, o sobrado da Padaria Capela na Rosa e Silva, os armazéns parcialmente destruídos no Estelita para a construção do projeto Novo Recife, a Fabrica da Torre e a Vila Naval, assim como os imóveis abandonados em ruínas ou sob risco de desabamento na Boa Vista. O patrimônio histórico-cultural precisa ser compreendido como um bem comum urbano, um bem coletivo. Ele expressa a identidade da cidade, seus bairros e ruas. Recuperado e bem utilizado, pode abrigar moradia, comércio, lazer e roteiros turísticos, como se vê de alguma forma no bairro do Recife. Para além dos instrumentos de que o Estatuto da Cidade dispõe para a preservação, queremos fortalecer o serviço de fiscalização e proteção do patrimônio histórico no município. CARLOS AUGUSTO COSTA A história do Recife é rica e diversa. No tempo dos holandeses, chegamos a constituir o centro econômico de maior dinamismo em toda a América. A contribuição das mais diversas etnias em Pernambuco é reconhecida por todos. O istmo portuário e os bairros da antiga Ilha de Antonio Vaz compõem um acervo histórico de inestimável valor, assim como os antigas nucleações da Boa Vista, Coelhos, Afogados e Santo Amaro. Mesmo em bairros mais afastados, há verdadeiro tesouros em termos arqueológicos e afetivos, como na Madalena, Torre, Casa Forte, Apipucos, Poço da Panela, Várzea etc.

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Cerveja na garrafa ou na lata? Faz diferença? (Por Rivaldo Neto)

Uma das grandes discussões, quando o assunto envolve o paladar das cervejas, é se realmente faz diferença a embalagem em garrafa ou na lata. Será que o armazenamento nesses recipientes causa alguma distorção no sabor? Essa polêmica é antiga, então vamos desvendar o que tem de verdadeiro para sabermos se nossa bebida preferida sofre tais alterações. O primeiro ponto é que tanto a cerveja em garrafa, lata ou barril tem o mesmo tempo de maturação. Em relação à garrafa, o liquido ganha mais carbonatação (introdução de CO2 que faz dar o efeito de espuma) por causa do material que veda as tampinhas ser mais permeável aos gases que o alumínio presente nas latas. Isso acontece para manter a carbonatação ao longo do prazo de validade. O processo de pasteurização é quase o mesmo em todas as embalagens, inclusive na produção em nada diferem, pois a cerveja que sai dos tanques é a mesma que abastece uma linha de latas e a de garrafas. Mesmo com essas semelhanças e, apesar de no aroma, no sabor e na cor os líquidos serem quase sempre idênticos, garrafas e latas têm diferenças. E uma delas pode, sim, às vezes – mas não é comum – interferir na qualidade da bebida. Porém, ao contrário do que muitos pensam, é a lata quem leva vantagem pelo fato de proteger o líquido da luz. Quando a bebida fica muito exposta à luminosidade causa um defeito chamado light-struck, que faz com que o aroma e o sabor se tornem desagradáveis. Isso ocorre porque a luz causa uma quebra na molécula que produz o amargor do lúpulo. Não por acaso, os produtores cervejeiros optam por vidros escuros mas que, ainda assim, possibilitem vislumbrar o líquido dentro da garrafa. É por esse motivo que as garrafas escuras (cor âmbar ou verde) são preferíveis às brancas. Isso não implica que uma cerveja que venha numa garrafa branca seja de má qualidade ou se estrague mais depressa. Devemos, no entanto, ter alguns cuidados extras e guardá-las em locais escuros e sem luz direta. Então vamos aos fatos e podemos concluir: O tempo de maturação é o mesmo em todas as embalagens, porém a cerveja em garrafa é um pouco mais carbonatada que a enlatada, mas nada que interfira absurdamente no sabor. A única interferência é que em lata ou em barril a cerveja fica um pouco mais densa, mas repito: a diferença é mínima. Só um grande especialista pra se incomodar com tal detalhe. Outro fator importante é que tanto cervejas em lata quanto em garrafas recebem a adição de antioxidantes: os mais usados são o isoascorbato e o metabissulfito de sódio ou potássio que também não têm interferência no aroma nem no sabor. E que as ligas metálicas usadas na latas não interferem na qualidade da bebida. O que podemos afirmar é que há uma diferença de sabor entre chope e cerveja, mesmo que sejam da mesma marca. Ocorre que o chope que não sofre o processo de pasteurização e, por isso, deve ser logo consumido. Enquanto a cerveja na garrafa e na lata passa por esse processo, e ganha um volume maior de CO2. Contudo, a pasteurização vem se modificando com o tempo, se tornando mais moderna, a ponto de alguns processos industriais a excluírem. Então cervejeiros de plantão a composição química tanto das latas quanto das garrafas não proporciona qualquer alteração no sabor do produto. E quando acontece, são raríssimas vezes. Então vamos degustar sem preconceitos! *Rivaldo Neto (rivaldoneto@outlook.com) é designer e cervejeiro gourmet nas horas vagas

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Luciano Meira discute a escola do futuro

O PhD em Educação Matemática e professor da UFPE, Luciano Meira, conduziu o seminário promovido pela Algomais sobre educação digital. Mais que falar sobre o impacto que as inovações tecnológicas podem trazer para a escola, o debate tratou sobre um novo paradigma do processo de aprendizagem. Meira abriu o seminário com a sentença: “A aula faliu”, fazendo referência ao modelo tradicional de ensino nas escolas brasileiras. Participaram do evento professores, gestores e alunos das redes pública e privada de Pernambuco. "Como metáfora, o nosso modelo de aprendizagem faliu. Essa organização onde as pessoas pensam estar transmitindo conhecimento e outras absorvendo para reter a aprendizagem foi construída no século 19, que vieram da biologia da época. Construída sob uma pedagogia do século 19, com base nas ideias que circulavam na época. A ideia é detonar isso, ver o que sobra e construir outras coisas no lugar. Isso não é para abandonar a escola. O que não funciona é a aula. Ela é que faliu, a escola não", afirmou Meira. O seminário foi bastante interativo, com participação ativa dos alunos, professores e gestores presentes. O especialista indicou quatro eixos para reflexão sobre a escola do futuro: os cenários (ambientes e artefatos de aprendizagem), as experiências (com aprendizagens imersivas), as redes (compartilhamento de práticas) e as pessoas (formação inovadora). Nas intervenções de professores e diretores foi explicitado que já existem inúmeras experiências da construção de uma escola que dialoga mais com o aluno deste século, mas que também persistem dificuldades para as transformações que estão por vir. Os docentes falaram das dificuldades de trabalhar de forma inovadora a partir de uma Base Nacional Curricular Comum engessada e desatualizada. A competitividade para aprovação no ensino superior é outro elemento de pressão sobre a direção das escolas que foi sinalizado como um elemento que dificulta alguns processos de transformação nos métodos de ensino. A formação acadêmica dos professores foi apresentado como outro gargalo que não contribui para a reflexão sobre a escola do futuro. Na provocação feita aos alunos foi exposto que há um processo de aprendizagem paralela à sala de aula (nas redes sociais e youtube, por exemplo). Você pode conferir o conteúdo desse seminário nas próximas edições da Revista Algomais. Aguardem!

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