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Autistas: abertas inscrições gratuitas para colônia de férias

Realizada pela ONG Amigos da Inclusão em parceria com o Instituto do Autismo, a iniciativa oferece 9 mil vagas gratuitas para crianças e adolescentes com TEA em várias regiões de Pernambuco A ONG Amigos da Inclusão, em parceria com o Instituto do Autismo (IDA), abriu as inscrições para colônia de férias para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com 9 mil vagas gratuitas, o evento será realizado entre os dias 6 e 24 de janeiro. A colônia contará com unidades no Recife, Olinda, Igarassu, Carpina, Timbaúba e Caruaru, atendendo famílias da Região Metropolitana, da Mata Norte e do Agreste do estado. Programação A programação contará com brinquedos infláveis, contação de histórias, musicalização, piscina e esportes diversos. Todo o planejamento foi elaborado para atender às necessidades específicas dos participantes, respeitando os diferentes níveis do espectro autista. Horário As atividades acontecerão em dois turnos: das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, em estruturas adaptadas para garantir conforto e segurança. Durante o evento, os participantes terão acesso a lanches, como pipoca e algodão-doce. Apoio multidisciplinar e inclusivo Para oferecer suporte adequado, a colônia terá equipe multidisciplinar composta por terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, educadores físicos, fisioterapeutas e psicomotricistas. Crianças que necessitam de acompanhamento individualizado, como aquelas não verbais, terão suporte especializado para participar plenamente das atividades. A iniciativa reforça o compromisso com a transformação social e a valorização da diversidade. “Nosso objetivo é simples: queremos que essas crianças possam brincar, sorrir e se sentir acolhidas exatamente como são. Para as famílias, é uma chance de se sentirem informados, de criarem memórias felizes e, principalmente, de perceberem que não estão sozinhas nessa jornada”, afirmou Kadu Lins, diretor da ONG Amigos da Inclusão e do Instituto do Autismo. Como se inscrever? As inscrições estão disponíveis por meio de uma postagem fixada no Instagram da ONG Amigos da Inclusão (@amigosdainclusao.ong) ou pelo site Para validar a inscrição, é necessário apresentar o laudo médico de TEA. Cada família pode inscrever mais de uma criança ou adolescente, desde que todos os documentos exigidos sejam entregues. Além das atividades para as crianças, os responsáveis terão acesso ao curso online gratuito "De férias com meu filho autista", que ensinará estratégias para estimular o desenvolvimento motor, cognitivo, social e de comunicação. O curso será disponibilizado em uma plataforma digital, sem limite de vagas. Serviço:

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Por um olhar mais atento à felicidade

O tema tornou-se uma prioridade para as pessoas que já não concordam em passar longas horas do dia no trabalho, para empresas atentas à ameaça do Burnout na sua equipe e por governantes que constatam que o desenvolvimento de um País não pode ser baseado apenas no crescimento econômico. *Por Rafael Dantas Talvez você conheça alguém que pediu demissão de um trabalho que adoecia e procurou cuidar mais da saúde em uma ocupação que exigia menos. Ou já deve ter ouvido sobre os projetos de vida de alguém que sonha em se aposentar e morar numa cidadezinha menor, com outro ritmo de vida. Esses perfis estão conectados a uma mudança de percepção da sociedade em que a busca pela felicidade ganhou um outro patamar. A corrida pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) segue sendo o indicador mais valorizado no noticiário, pelo mercado. Porém, diante de uma sociedade cansada e com maiores preocupações com a saúde mental, outros parâmetros ganham força. A soma deles é o que vem sendo chamado de FIB: a Felicidade Interna Bruta. Você já ouviu falar? O FIB é um conceito que foi desenvolvido no pequeno país asiático do Butão. Enquanto há um cálculo mais objetivo na medição da economia, a felicidade da população lida com muitos fatores diversos. Afinal, o que torna um indivíduo feliz nem sempre é o mesmo que satisfaz o vizinho ou o familiar que está em casa. Porém, no emaranhado de subjetividades que nos formam, a ciência anotou alguns critérios a serem observados e buscados por todos. “A Felicidade Interna Bruta é gerada de modo a demonstrar cientificamente a felicidade e o bem-estar geral da população. A medida informa os atuais níveis de satisfação humana, de forma dinâmica e também traz informações importantes para a política governamental”, explica o microbiologista, psicanalista e filósofo, Bruno Severo Gomes, que é professor do Centro de Ciências Médicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). A metodologia para se medir a felicidade de uma população varia de acordo com a organização que a calcula. Porém, ela une estudos que analisam a satisfação com a vida, dados econômicos (como PIB per capita, desigualdade), indicadores de saúde (a exemplo da expectativa de vida e dos acesso a serviços) e de educação (acesso, qualidade). Também entram no campo de análise fatores como liberdade e participação social, confiança nas instituições e qualidade do meio ambiente. O olhar sobre essa pauta levou a UFPE a criar, em 2019, a disciplina de Felicidade, que é ministrada pelo professor Bruno Severo Gomes. Ele explica que a proposta da criação e existência da matéria foi baseada na ciência da felicidade e nos estudos da neurociência e das emoções, e sua ligação com propósito de vida, saúde mental e inteligência emocional. FIB SERÁ MEDIDO EM FERNANDO DE NORONHA Neste mês foi anunciado pelo Butão que o indicador do FIB será implementado pela primeira vez no Brasil. O local escolhido para a realização do estudo será em Pernambuco, no paradisíaco Fernando de Noronha. “O arquipélago foi escolhido como projeto-piloto do FIB no Brasil devido ao seu modelo de desenvolvimento sustentável, que já conta com diversas iniciativas voltadas para a preservação ambiental e o bem-estar da comunidade”, afirma Caio Queiroz, CEO da Aguama Ambiental, que será o executor do estudo em território nacional. A opção pelo arquipélago pernambucano, porém, não foi apenas por motivações naturais, segundo Caio. “A ilha apresenta uma comunidade coesa e engajada, com uma conexão forte entre seus habitantes e o meio ambiente, o que facilita a implementação e avaliação de ações voltadas para a qualidade de vida. O ambiente único de Noronha, com uma economia altamente dependente do turismo sustentável, oferece um cenário ideal para testar e ajustar a metodologia do FIB antes de expandi-la para outros contextos no Brasil”. O IMPACTO DA PANDEMIA A crise sanitária e econômica gerada pela Covid-19 deixou muitas sequelas pelo Brasil e pelo mundo. Além dos milhões de mortos, a pandemia criou um desarranjo no consumo das famílias que ainda não foi superado. A queda do poder de compra lidera as preocupações sociais no Brasil, afetando 88% da população neste ano, segundo estudo da BNP Paribas Cardif. O aumento da taxa de juros também é motivo de inquietação para 72%. Mesmo com a redução significativa das taxas de desemprego, que alcança recordes históricos, a instabilidade do mercado de trabalho segue tirando o sono dos brasileiros. Na mesma pesquisa do BNP Paribas Cardif, 63% dos entrevistados afirmaram temer perder sua principal fonte de renda em curto ou médio prazo. “As consequências econômicas e sociais da pandemia – como desemprego, desigualdade e a sensação de desconexão social – reforçaram a importância de índices como o FIB para guiar políticas públicas que vão além do crescimento econômico tradicional e abordam o bem-estar de maneira mais ampla e integrada”, destacou o CEO da Aguama Ambiental. Associados às dificuldades de ordem econômica das famílias, os problemas relacionados à saúde mental e emocional dispararam. O País, cuja imagem remete ao samba, futebol e carnaval, agora é o quarto mais estressado do mundo, segundo o relatório World Mental Health Day 2024, produzido pela Federação Mundial de Saúde Mental. Quase metade (42%) reclama de problemas relacionados ao estresse e 54% consideram a saúde mental como o maior problema de saúde do País. Em sintonia com esses dados, o Ministério da Previdência Social apontou ainda que a ansiedade é a terceira maior causadora dos afastamentos de trabalho no Brasil. “A discussão sobre o FIB ganhou muito mais força nos últimos anos, especialmente devido à crescente atenção à saúde mental e às consequências da chamada 'sociedade do cansaço'. O aumento do estresse, ansiedade e casos de burnout, agravados pela pandemia, trouxe a necessidade urgente de repensar os modelos de desenvolvimento e qualidade de vida”, reforçou Caio Queiroz. INFELICIDADE NO TRABALHO E BURNOUT Uma pesquisa da Gallup, intitulada State of the Global Workplace 2024, destacou um panorama preocupante sobre o bem-estar emocional dos trabalhadores brasileiros. Segundo o estudo, 46% dos profissionais no Brasil afirmaram estar estressados, enquanto

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Plantando o futuro: Cepan alavanca ações que combinam restauração ambiental e transformação social no Brasil

Ações durante a temporada de chuvas unem capacidade de operação, inclusão social e regeneração natural em biomas Plantar florestas é mais do que recuperar a natureza – é valorizar tradições locais, reescrever histórias e criar oportunidades para o futuro. Essa é a missão do Programa de Restauração Florestal do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), composto por uma série de ações ambientais realizadas durante a temporada de chuvas, que segue até fevereiro, em biomas como a Caatinga e a Mata Atlântica do sudeste do país. O trabalho abrangerá uma região de 212 hectares entre 2024 e 2025, envolvendo uma extensa equipe técnica de campo distribuída por diferentes núcleos. Mais do que devolver o verde às paisagens, a restauração florestal utiliza o período de chuvas, ideal para o plantio em larga escala, como oportunidade para recuperar áreas degradadas diminuindo a necessidade de irrigação, restaurando a biodiversidade e os serviços ambientais perdidos, como a proteção do solo, o armazenamento de carbono e a criação de habitats para espécies nativas. São ações pensadas para enfrentar mudanças climáticas e promover qualidade de vida às comunidades locais. Impacto nacional e restauração em escala Na Chapada do Araripe (PE, PI e CE), o projeto prevê a recuperação de 500 hectares com o apoio do Fundo Socioambiental da Caixa, abrangendo 33 municípios da região. Na ação deste ano, 115 hectares serão restaurados nesta temporada. Já em Presidente Epitácio, no Oeste Paulista, uma ação pioneira empregará 3,9 toneladas de sementes de mais de 50 espécies para restaurar 43 hectares. As iniciativas também incluem os municípios de Pinheiros (ES), Lajes (RN) e Belo Jardim (PE), consolidando um esforço nacional de regeneração ambiental.A capacidade de conduzir processos de restauração em larga escala e em diversos lugares, expertise que o Cepan desenvolveu ao longo de mais de duas décadas de atuação, é fruto do envolvimento de atores na cadeia de produção. Esse trabalho envolve, desde a mobilização, treinamento e remuneração de pessoas. São priorizadas pessoas em condição de fragilidade socioeconômica Inclusão e desenvolvimento local O projeto, ainda, tem como pilar a inclusão social. Em várias localidades, as equipes de plantio são compostas majoritariamente por mulheres, ampliando sua presença no mercado de trabalho e fortalecendo a igualdade de gênero. “Priorizamos o desenvolvimento da cadeia produtiva da restauração nos locais onde atuamos. Isso envolve mobilizar, treinar e remunerar pessoas em situação de vulnerabilidade, o que fortalece tanto o projeto quanto às comunidades”, explica Joaquim Freitas, Coordenador Geral do Cepan​. Economia sustentável Além do impacto positivo no meio ambiente, a restauração florestal movimenta a economia da região. Agricultores familiares e coletivos indígenas têm papel importante no fornecimento de mudas e sementes, gerando renda e valorizando saberes tradicionais. Com um olhar que abrange o presente e o futuro, o programa promove melhorias em diferentes prazos: a produção de insumos necessários para o plantio, como mudas e sementes, gera renda imediata, enquanto as áreas restauradas garantem frutos e sementes que podem ser consumidos e comercializados pelas comunidades a longo prazo. “Esse tipo de iniciativa também estimula novas ações por outras instituições, criando um efeito multiplicador positivo”, pontua Joaquim​. Seja parte da mudança Estados, municípios e instituições privadas interessados em apoiar ou replicar ações de restauração podem entrar em contato pelo e-mail cepan@cepan.org.br, ou preencher o formulário do Programa de Restauração Florestal.

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"O trabalho que desenvolvemos com arte muda a vida das pessoas"

A bailarina e diretora do Aria Social, Cecília Brennand, conta como centenas de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social vislumbraram novas possibilidades em suas vidas ao frequentarem as aulas de dança e música do projeto. Ela também fala do desafio de obter patrocínios e dos espetáculos produzidos pela organização que fazem sucessos nos teatros do Recife e do Sudeste. Além de ser fonte de bem-estar, a arte é também um instrumento que realiza, de maneira prazerosa, o desenvolvimento cognitivo, ajudando as pessoas a pensarem com criatividade e a refletirem sobre o mundo. Um exemplo desse efeito transformador da arte pode ser constatado no trabalho realizado pela organização Aria Social. Ao oferecer aulas de dança, iniciação musical e língua portuguesa, o projeto abriu a percepção de crianças e jovens de comunidades em vulnerabilidade social que vislumbraram novas possibilidades para suas vidas. E são muitas as histórias de sucesso, como a de ex-alunos que seguiram o caminho das artes, a exemplo de Madson de Paula, que mora em São Paulo e atua em musicais no Sudeste, ou Bruna Camila, proprietária de uma escola de dança na sua comunidade onde ensina 70 alunos. Mas também há casos de pessoas que ao entrarem em contato com as expressões artísticas , sentiram-se estimuladas a seguir por diferentes áreas profissionais. É caso de Fred Ramon, que passou em nove universidades americanas e hoje estuda Ciência da Computação e Estudos Globais na Whittier College, em Los Angeles (EUA), ou Ruth Gomes, que faz mestrado na área de fisioterapia. “No Aria, 60% nos nossos alunos vão para a universidade”, orgulha-se Cecília Brennand diretora da entidade que atende 520 alunos, com idades a partir dos seis anos. Bailarina e ligada às artes, Cecília concebeu a organização inspirada num projeto da Edisca, de Fortaleza, e também inclui entre as atividades apresentações de espetáculos de dança, que já percorreram vários teatros no Recife e no País. Nesta conversa com Cláudia Santos, realizada na bela sede do projeto, situada no bairro de Piedade, ela conta a trajetória do Aria Social, fala dos desafios de obter patrocínio e dos planos para o futuro do projeto. Como começou sua trajetória no mundo das artes? Minha formação é em dança. Quando decidi me dedicar a essa arte, não havia faculdade de dança aqui, então fui aprender com Mônica Japiassú. Sou cria dela em todos os sentidos, na forma de pensar, de dançar valorizando a expressão verdadeira, a emoção, a beleza do movimento que vem de dentro para fora. Não conheço ninguém que deu aula para criança como ela. Com formação clássica, estudou na Rússia, fez arte dramática com Fernanda Montenegro e foi responsável por trazer a arte moderna para Pernambuco. Comecei como bailarina e, aos 16 anos, passei a dar aulas de dança no salão e no jardim da casa onde morava com minha mãe, na rua Benfica. Dei aulas de dança para crianças e de alongamento para adultos durante 10 anos, mas meu forte foi trabalhar com o público infantil. No final dos anos 1980, comecei a fazer produção de espetáculos, foi quando conheci o coreógrafo tcheco Zdenek Hampl, por meio de Mônica Japiassú. Em 1991, abri a produtora Sopro de Zéfiro. Depois, passou a se chamar Aria, quando abri o CNPJ para o Projeto Aria Social. Como produtora na Sopro de Zéfiro, fiz três espetáculos, todos coreografados por Zdenek Hampl. Um deles inspirado na obra de Francisco Brennand e os outros dois foram Peles da Lua e Lua Cambará, que é um conto de Ronaldo Correia de Brito com música composta por Zoca Madureira. Depois entrei para as artes plásticas, atuei 10 anos com uma galeria aqui onde funciona hoje o Aria Social. Fiz muitas exposições importantes, como a de Siron Franco. Mas amo dar aulas. Comecei o Aria dando aulas de dança para crianças. E como surgiu a ideia do Aria enquanto projeto social? Quando minha mãe alugou a casa, na época em que eu era bailarina e produtora, fiquei sem espaço para dançar e sem escritório. Então, surgiu a ideia de construir o Aria para ser um templo da arte, um espaço para produção de espetáculos. Compramos o terreno em Piedade, o bairro onde eu morava e que, na década de 1990, era um deserto, mas havia o projeto de construção do Shopping Guararapes e sabíamos que ia crescer. O nome era Ária Espaço de Dança e Arte porque era destinado à dança mas, por influência da minha mestra Mônica Japiassú, eu queria abrigar as outras artes, como artes plásticas e música. Em 2004, conheci em Fortaleza o Edisca, um projeto social com dança, aula de artes, refeitório para as crianças. Era incrível! Tinha até um trabalho com as mães. Fiquei louca pelo projeto e pensei: é isso que quero para minha vida. Até então, aqui, praticamente, só acontecia dança, porque as crianças não tinham tempo, faziam outras atividades como inglês, computação, e a maioria não tinha orçamento para fazer dança e música. Então, eu planejei: “com um projeto social, vou conseguir patrocínio para que as crianças possam vivenciar a música também”. Em parceria com a Escola Conviver, tinha indicações de quem estava precisando, como os projetos Casa Carolina e Pró-Criança. Comecei o Aria Social com 50 alunos de canto e havia 300 alunos particulares. Aos poucos foram entrando mais alunos no social e fui fazendo uma transição. Depois, além das aulas de dança, a escola toda passou a fazer aula de música. Qual é a configuração do Projeto Aria Social hoje? Quais atividades que vocês promovem? A escola inteira vivencia aulas de dança e canto. As crianças aqui têm aulas de dança, canto, flauta, violão, língua portuguesa. Temos a turma de Arte-Educação, com mais de 350 crianças, a partir dos 6 anos de idade, e a turma de Formação Artística, com cerca de 60 jovens, entre 16 e 17 anos de idade, que querem realmente vivenciar a vida artística, têm uma carga horária bem maior, de três dias na semana, a manhã toda, inclusive almoçam aqui. São

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Da lama e do caos: a sustentabilidade que vem dos manguezais

Com grande capacidade de armazenar e capturar carbono, berçário de muitas espécies e sustento de várias famílias, manguezais sofrem com o processo desordenado de urbanização. Mas surgem iniciativas para sua preservação. *Por Rafael Dantas Os manguezais vistos por Chico Science nos anos 90 seguem sendo o abrigo de uma rica fauna e flora, mas dividindo cada vez mais espaço com lixo, resíduos industriais e com o avanço dos extremos da cidade. A lama, os caranguejos e os homens anfíbios interagem no cenário do mangue. O ecossistema se mostrou, pelos estudos acadêmicos de pesquisadores brasileiros e americanos, fundamental para o armazenamento de carbono. Um “caos” para os olhos humanos, mas fundamental para o equilíbrio ambiental e social. Um estudo publicado pela revista científica Biology Letters, realizado em parceria por pesquisadores da Universidade Estadual do Oregon, Universidade Federal do Espírito Santo e da Universidade de São Paulo, revelou que um hectare de mangue no Nordeste armazena oito vezes mais carbono que a mesma área de caatinga. Na Amazônia, o ecossistema consegue dobrar a contribuição dada pelas florestas. Mas esse não é o único benefício oferecido pelos manguezais. O seu papel para o equilíbrio climático é muito significativo, segundo Mauro de Melo, que é professor da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e pesquisador associado ao projeto Recife Cidade Parque. “Os manguezais são um dos maiores sequestradores de carbono do planeta. Os cientistas chamam essa característica de carbono azul. Essa capacidade de sequestrar carbono é crucial no contexto das mudanças climáticas, pois contribui para a mitigação do aquecimento global. A proteção e restauração desses ecossistemas são essenciais para manter essa função ecológica, ajudando a reduzir a concentração de CO₂ na atmosfera”. Além dessa contribuição no sequestro e estoque de carbono, o pesquisador Clemente Coelho Junior, do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco, destaca entre os benefícios ofertados pelos manguezais a manutenção da biodiversidade marinha e costeira, a retenção de sedimentos e a proteção da linha de costa, por exemplo. “O manguezal é reconhecido por ser o berçário do oceano. Estima-se que cerca de 70% das espécies de organismos costeiros utilizam pelo menos uma fase da sua vida nesse ecossistema. São espécies de importância econômica que geram emprego, renda e garantem a segurança alimentar das comunidades tradicionais. As suas árvores têm grande capacidade de reter poluentes e absorver nutrientes oriundos de esgotos domésticos. Nas grandes cidades litorâneas, esse papel se destaca, dado o baixo índice de tratamentos de efluentes”, explicou o professor. No emaranhado de raízes e troncos, o professor conta que o ecossistema retém partículas trazidas pelas marés, evitando o assoreamento dos estuários e diminuindo a turbidez das águas que chegam no oceano. O docente destaca que o mangue atua como uma armadilha para resíduos lançados nos rios, como plástico, isopor e outros, que ficam aprisionados entre as raízes. Além disso, a própria vegetação diminui a energia das marés e serve como atenuadora do seu efeito erosivo. Um benefício e tanto, especialmente para o Recife, que é considerada a capital mais vulnerável à elevação do nível do mar. O SUSTENTO QUE VEM DO MANGUEZAL Em Pernambuco, os manguezais abrangem uma área de 17 mil hectares, aproximadamente 0,2% do território do Estado, segundo o Atlas dos Manguezais do Brasil (2018). A presença do ecossistema se espalha em regiões como na Reserva Extrativista Acaú-Goiana (na divisa com a Paraíba), nas ilhas de Itamaracá e de Itapessoca e em Maria Farinha. No Recife, os manguezais estendem-se pelos rios Capibaribe, Jordão, Pina, Beberibe e Tejipió. A publicação destaca ainda a bacia do rio Sirinhaém, com estuário com manguezais bem preservados. “Esse trecho do litoral de Pernambuco ainda guarda a prática da pesca artesanal em diversas comunidades localizadas às margens dos rios que convergem para o Atlântico”. Acerca da capital pernambucana, o Atlas afirma que a “história da ocupação da cidade do Recife é a história dos mocambos, escrita pela população pobre que só tem alternativa de moradia se invadir áreas naturais, tais como os manguezais”. Um cenário narrado décadas atrás por Josué de Castro. Apesar dos moradores e visitantes da cidade ainda visualizarem grandes manguezais, os aterros sucessivos, canalizações e a modificação dos cursos d’água para deixá-los retos no século passado foram responsáveis pelo desaparecimento de boa parte desse ecossistema. Além dos benefícios ambientais, é das lamas e do caos desse ecossistema que muitos pernambucanos tiram seu sustento e alimentam a rede gastronômica do Estado. Claudilene Gouveia, conhecida como Irmã Dal, 62 anos, passou mais de meio século entre as águas dos manguezais pernambucanos. Moradora de Barra de Sirinhaém, no litoral sul, ela aprendeu o ofício com a mãe, que era marisqueira. Hoje, já aposentada de outras atividades profissionais, ela segue indo para a pesca, onde tira a renda complementar da casa. Por causa da quantidade elevada de pescadores, marisqueiros e de outros trabalhadores do mangue na Barra de Sirinhaém, ela costuma alugar um carro para se deslocar até Paulista para procurar aratus. Um trabalho que ela faz de duas a três vezes por semana. “Gosto muito de trabalhar no mangue. Isso ajuda na minha renda financeira, toda semana tenho meu trocadinho na mão. Eu coleto, cozinho, quebro e entrego aratu para a revenda em feiras e praias”. Enquanto retira do mangue um complemento de renda, a Irmã Dal olha com preocupação o aumento dos resíduos e do esgoto derramado nas águas já escuras que compõem a paisagem desse quase invisível ecossistema. “Não desmatamos nada, nem deixamos o mangue quebrado. Mas a destruição dele, principalmente em Paulista, é horrível. É uma lixaria e um fedor, que ninguém consegue andar em algumas partes. Está muito perto das casas mais humildes da cidade também”, lamenta Claudilene. AS AMEAÇAS AOS MANGUEZAIS O depósito de esgotos urbanos e industriais e o avanço desordenado da cidade em direção aos manguezais, dois fenômenos observados pela marisqueira, estão entre os maiores vilões contra a preservação do ecossistema. Porém, eles não são os únicos. O próprio desmatamento e a pesca ilegal estão entre as ameaças. “Manguezais próximos a cidades sofrem pressões diversas,

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Jose Dari Krein

"É preciso reduzir a jornada de trabalho para as pessoas trabalharem menos e em algo que se sintam realizadas"

Economista e professor da Unicamp analisa o fim da escala 6x1 e os motivos que levaram à emergência de movimentos como o antiwork, nos Estados Unidos, e o VAT (Vida Além do Trabalho) no Brasil. Ressalta que os pedidos de demissão no País aumentaram e que muitos jovens formados se sentem frustrados por não aturem na área em que foram qualificados. O fim da jornada 6x1, que ganhou os debates nas ruas e redes sociais, desde que a deputada Erika Hilton (PSOL) apresentou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sobre o tema, surge num momento muito particular do mercado de trabalho do País e do mundo, segundo o economista José Dari Krein, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Os trabalhadores, ressalta o especialista, têm a sensação de trabalhar excessivamente, a remuneração é baixa, muitos se formam e não encontram vagas em atividades nas quais se qualificaram. “Isso fez com que o trabalho perdesse o prestígio, principalmente entre os jovens, a chamada Geração Z, que vem aderindo ao antiwork, um movimento que surgiu nos EUA”, contextualiza o economista que também é pesquisador do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho). No Brasil, constata-se um reflexo dessa situação nas 8,5 milhões de pessoas que pediram demissão somente de janeiro a agosto deste ano. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Krein, que atua ainda na Remir (Rede de Estudos e Monitoramento Interdisciplinar da Reforma Trabalhista) analisa as chances de a PEC ser aprovada no Congresso, a uberização do trabalho e o estímulo ao empreendedorismo. Diante dos desafios, ele propõe um programa de geração de pós- -trabalho de ocupações sociais como uma forma de contribuir para resolver os problemas trabalhistas da atualidade. O debate sobre escala 6X1 ganhou força agora, mas já vem acontecendo há algum tempo. O que impediu o Brasil de fazer essa discussão nos últimos anos? A redução da jornada de trabalho é um tema histórico do movimento trabalhista. No Século 19 já se defendia a tese de que o dia deveria ser dividido em 8 horas para trabalhar, 8 para dormir e 8 para afazeres da vida fora do trabalho. Mas só no Século 20 ela ganha projeção. No final do Século 19, mesmo nos países desenvolvidos, trabalhava-se cerca de três mil horas por ano. Na década de 70 do Século 20, houve uma redução progressiva, e o tempo de trabalho diminuiu entre 1.500 e 1.600 horas/ano. No Brasil, graças à emergência do sindicalismo, na década de 1980, o debate consolidou-se na Constituição de 1988, reduzindo a jornada de 48 para 44 horas semanais, que ainda é muito longa. Assim, muitas categorias conseguiram reduzir as jornadas. Entretanto, faz 36 anos que esse tema não é alterado pelo legislativo brasileiro. Por que demorou tanto tempo? Nos anos 1990, houve uma mudança na forma de operacionalizar a economia, com o processo de globalização e de financeirização, e a transferência de muitas unidades produtivas para a Ásia, que tinha jornadas muito intensas. No ambiente político brasileiro em governos mais progressistas, entre 2007 e 2008, conseguiu-se colocar essa pauta no Congresso Nacional e, por divergências internas, não foi aprovada uma redução gradual, porque alguns setores queriam que ela fosse imediata. Nesse ambiente mais geral em que se valoriza a competição, a exposição das empresas à lógica da concorrência, a redução da jornada de trabalho ficou secundarizada. O que avançou foi a tese de que, para se resolver o problema do emprego, seria preciso reduzir os direitos, porque a legislação era velha e a modernidade exigia jornadas mais flexíveis, remuneração mais variável, contratos mais fáceis de serem rompidos por parte da empresa com menores custos. O Brasil até se segurou muito nos anos 2000, mas depois de 2016, essa agenda da flexibilização voltou com força, resultando na Reforma Trabalhista, em 2017, que amplia a possibilidade de as empresas utilizarem a jornada de até 12 horas por dia. Não menciona redução porque segue outra lógica, a mesma seguida no Governo Bolsonaro, de um ambiente político e econômico neoliberal e de inserção na globalização, um período de desconstrução dos direitos com o argumento de melhorar a economia e o mercado de trabalho. Mas nossos estudos mostram que não há nenhuma comprovação empírica de melhorias no mercado de trabalho com a reforma trabalhista. É nesse ambiente que surge a uberização do trabalho? O processo de uberização deve ser entendido como uma expressão da ausência de alternativas de trabalho de qualidade no mercado. Com a globalização, as reformas e o neoliberalismo, as opções de trabalho de qualidade são muito poucas. Assinar a carteira, em alguns setores, não significa trabalho de qualidade. O trabalho é muito ruim, ganha-se pouco, em muitos casos, há uma pressão por produção. Isso fez com que o trabalho perdesse o prestígio, principalmente entre os jovens, a chamada Geração Z, que vem aderindo ao antiwork. É um movimento que surgiu nos EUA e reflete essa frustração que aumenta quando a geração jovem está estudando, mas não encontra trabalho compatível com sua formação. Há também a frustração com a lógica da dominação e muitas pessoas não querem ficar subordinadas e pedem para sair do emprego. Até agosto de 2024, 8,5 milhões de pessoas haviam pedido demissão no Brasil. É um recorde histórico. Parte dessas pessoas quer encontrar algo melhor e outra parte pede para sair porque acredita que aquilo que está fazendo é incompatível com seus valores éticos, não lhes traz realização ou felicidade e, muitas vezes, causa angústia e problemas. Há a sensação de que as pessoas trabalham excessivamente sem que isso seja compensado. Num momento em que se valoriza a ideia de viver a vida em todas as suas dimensões, há uma mudança cultural, porque as pessoas não querem viver só para trabalhar. Essa sensibilidade está presente entre a juventude e entre as mulheres que trabalham no comércio, em supermercados, farmácias, por exemplo, que são categorias muito femininas. Nesse contexto surge a ideia de acabar com a jornada 6x1. Fala-se que não vale a pena trabalhar 6 dias por semana, se

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A importância da Educação global 

*Por Eduardo Carvalho, Harvard University/IPERID Fellow, Autor do livro Educação Cidadã Global  Globalização é um fato. Vivemos num mundo interconectado em que as decisões tomadas num lugar podem impactar quem vive no outro extremo do planeta, no curto e/ou longo prazo. Os desafios enfrentados por organizações, cidades e países requerem cada vez mais conhecimento e cooperação internacional. Nesse cenário, temos que repensar o currículo, os planos de aula e as estratégias pedagógicas, com enfoque em competências globais, especialmente pensar o mundo em que estamos inseridos e formar crianças e jovens capazes de entender os desafios globais e locais, se preocupar com eles e adquirir as habilidades para enfrentá-los. É a missão mais importante que professores e gestores escolares precisam abraçar. Requer educação global, conceituada como:  Desenvolver a capacidade de entender o mundo, respeitá-lo e atuar para mudá-lo para melhor, seja como cidadão, líder ou empreendedor.   É uma abordagem para orientar como os alunos aprendem e os professores ensinam, com o propósito de impactar positivamente a sociedade com ações e decisões. Pode envolver adições ao currículo, mas, primeiro, compreende examinar e revisar o currículo, a pedagogia e a organização escolar existentes. Trata-se de um processo no qual os alunos compreendem as áreas de conhecimento, os modelos de pensamento por meio de disciplinas integradas, desenvolvem habilidades, para aprender a solucionar problemas. Nesse processo o aluno torna-se capaz de sintetizar o conhecimento de várias disciplinas a fim de desenvolver processos para enxergar o problema. Capacita-se para entender as causas, os impactos e busca aprendizados além das fronteiras para colaborativamente, encontrar soluções inovadoras. Para alcançar esse objetivo se faz necessário que gestores e professores participem de rede global de conhecimento, aprendam com organizações de classe mundial e pesquisem melhores práticas e as adapte às suas realidades.  A educação global é um conjunto de propósitos claros que podem ajudar a alinhar o currículo com questões, desafios e oportunidades do mundo real. Como tal, é uma maneira de ajudar professores e alunos a entender a relação entre o que é aprendido na escola e o mundo fora da escola. Inclui vários domínios específicos, como educação para sustentabilidade, compreensão dos assuntos globais, compreensão do processo de globalização e interdependência global, desenvolvimento da competência intercultural, promoção do engajamento cívico, direitos humanos e educação para a paz. As ciências e as humanidades são os fundamentos disciplinares da educação global, pois não há como entender o mundo sem o conhecimento, as habilidades e as disposições que resultam de aprender a pensar como os cientistas fazem ou raciocinar como os humanistas. O programa considera também à estrutura ética refletida na Declaração Universal dos Direitos Humanos e ao objetivo específico de contribuir para enfrentar e resolver os riscos prementes do mundo, como os definidos pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os dezessete objetivos estão enraizados em várias disciplinas focadas no desenvolvimento humano e social. Representam um desafio o desenvolvimento e progresso social, enfatizando a interdependência da inclusão, justiça social, paz e sustentabilidade.  Um tópico essencialmente global é a mudança climática. A competência global deve permitir que as pessoas entendam as mudanças climáticas, se adaptem para mitigar seu impacto. A Educação sobre Mudanças Climática  foca em preparar as pessoas para cultivar meios mais sustentáveis de se relacionar com o planeta. Abrange a preparação para adotar práticas que são conhecidas por serem sustentáveis, por exemplo, retardar o crescimento populacional, consumir uma dieta com uma pegada de carbono menor ou usar energias renováveis. Essas práticas podem ser individuais nas escolhas que se faz para o próprio consumo e estilo de vida, ou podem ser coletivas, o resultado de escolhas quando se participa do processo democrático em vários níveis de governo.   Como exemplo de programa de Educação Global, Fernando Reimers, professor da Harvard Graduate School of Education, criou o currículo World Course, implantado inicialmente na escola Avenues em New York, da educação infantil ao ensino médio.   Currículo que incorporou princípios e estruturas específicos. Não trata apenas de informar questões globais aos alunos, mas também em desenvolver (i) as habilidades para colocar esse conhecimento em uso e (ii) as atitudes para inspirar a ações significativas. Essa combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes é resumida no conceito “competência global”. A Asia Society e a OCDE consideram quatro aspectos-chave da competência global (1) investigar o mundo além de seu ambiente imediato, examinando questões de significado local, global e cultural; (2) reconhecer, entender e apreciar as perspectivas e visões de mundo dos outros; (3) comunicar ideias efetivamente com públicos diversos, envolvendo-se em interações abertas, apropriadas e eficazes entre culturas; e (4) agir para o bem-estar coletivo e o desenvolvimento sustentável, tanto local quanto globalmente.   Um programa eficaz de educação global não é o resultado de uma série de experiências isoladas em vários silos curriculares, mas o resultado de oportunidades de aprendizagem coerentes e integradas que podem ajudar o aluno a entender a relação entre o que aprende em várias séries e disciplinas a serviço da compreensão do mundo e de ser capaz de agir para melhorá-lo. Como tal, uma educação global ajuda o aluno a pensar sobre a complexidade e entender os sistemas que sustentam as questões globais e a interdependência global, conscientizando-o sobre o senso dos direitos e das responsabilidades nas comunidades local, nacional e global, com o propósito de realizar o bem comum. É fundamental que ocorra desde criança.  A formação torna o jovem apto a viver e trabalhar numa sociedade global. É essencial que as instituições educacionais se comprometam com a abordagem. 

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joana florencio

"Acompanhar dados econômicos é importante para a tomada de decisão empresarial e da gestão pública"

Secretária de Desenvolvimento Econômico da capital pernambucana, Joana Florêncio, explica os benefícios da plataforma Observatório Econômico do Recife, que reúne num só local uma grande diversidade de indicadores. Segundo a titular da pasta, a iniciativa tem sido de grande valia para conhecer a realidade da economia do município, para elaborar políticas públicas e para as ações do empresariado. Indicadores econômicos são essenciais para entender e avaliar a situação da economia e as perspectivas de uma cidade, um Estado ou um País. Eles oferecem uma visão da realidade que é essencial para um gestor público formular políticas, ou para orientar o setor privado na tomada de decisão sobre onde alocar seus investimentos. Diante dessa relevância, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico lançou este ano a plataforma Observatório Econômico do Recife, que reúne num só local, no site do Conecta Recife, uma diversidade de indicadores. Antes, para obter esses dados era necessário recorrer a diversas fontes e, muitas vezes, eles estavam em planilhas ininteligíveis ou relatórios de mais de 100 páginas. Para falar sobre essa plataforma, Cláudia Santos conversou com a secretária Joana Portela Florêncio. Na entrevista, ela também analisou o momento econômico da capital pernambucana, suas perspectivas e desafios. O que é o Observatório Econômico do Recife? É uma plataforma de dados e macrodados econômicos do Recife apresentados de forma simples e integrada em um único lugar trazendo informações fáceis para quem precisa delas. Está inserido no Portal Conecta Recife. Nessa plataforma é possível acessar movimentação de porto e aeroporto, balança comercial, PIB per capita – fazendo comparativo com outros municípios, com o Nordeste e com o Brasil. Em relação ao mercado de trabalho, há dados de admissões, demissões, nosso saldo do Caged, (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), a capacidade de pagamentos, rankings de competitividade, ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), IPTU e tudo que ajude a entender como o Recife está se comportando economicamente. Acompanhar esses dados é muito importante para a tomada de decisão, tanto empresarial, quanto por parte da gestão pública. Também estamos inserindo, no Observatório, os boletins econômicos da cidade, trazendo os dados de forma contextualizada, explicando economicamente como o Recife se comportou mensalmente. Hoje, o Observatório funciona para todo mundo, incluindo o cidadão. Entregamos a transparência em dados econômicos, que também é muito importante. E qual a importância de ter esses indicadores reunidos numa só plataforma que pode ser acessada pelo público em geral? A importância é essencial. Antes do Observatório, os dados federais, estaduais e municipais eram descentralizados. Como a pauta econômica é muito transversal, tudo importa e precisamos ter inteligência da leitura desses dados. Para se ter uma expectativa econômica da cidade para o Carnaval, por exemplo, era preciso coletar dados de anos anteriores, entender como tinham se comportado e fazer o cruzamento. Entretanto, às vezes, o resultado não representava a realidade por terem sido coletados dados de forma equivocada. Então, foi preciso automatizar. Quando começamos a fazer isso, entendi que precisávamos disponibilizar para o público, como os empresários, porque quem gera emprego e renda é o setor privado que, para fazer qualquer investimento, precisa de segurança para tomar decisões assertivas. Aos disponibilizarmos os dados, de forma clara e transparente, ajudamos em decisões, como trazer um investimento ou um plano de construção para a cidade. No ambiente público do Conecta Recife, outras instituições e entidades também podem acessar. Por exemplo, é importante para instituições de contabilidade que podem ver a quantidade, o tempo e o porte de empresas que estão sendo abertas no Recife. Com esse entendimento, abrimos o Observatório para todos, mas não estamos falando de uma política pública de acessibilidade para as pessoas em geral e, sim, de informações bem efetivas para os negócios. Lançamos em julho de 2024 e já temos mais de seis mil acessos. São acessos robustos, muitos deles, de pessoas em busca de informações adequadas para seus negócios, que estão olhando o Recife como um mercado atrativo na área econômica. Recebemos várias pessoas de universidades econômicas, tivemos acessos da TGI, da Amcham, e percebemos que as empresas de consultoria também precisavam desse ambiente para coletar esses dados que, em sua maioria, estavam decentralizados, cada site entregando de uma forma, muitas vezes em planilhas ininteligíveis ou relatórios de 100 páginas. E nós trazemos isso de forma direta na palma da mão do empreendedor pelo Conecta Recife. Estamos trabalhando, inclusive, a usabilidade desses dados. Então, atingimos desde o cidadão até a academia. Como foi concebida essa iniciativa? O Observatório nasceu de um domínio de gestão pública a fim de olhar o Recife economicamente. Surgiu de uma “dor” minha, da necessidade de acompanhar se as promessas de empregabilidade dos empresários que recebíamos aqui estavam sendo cumpridas. Como eu acompanharia essa empregabilidade? Como saberia quais são os maiores setores? Eu até poderia consultar o faturamento empresarial, mas não era possível identificar outras atividades econômicas do Recife que talvez precisassem de políticas públicas. Também é preciso acompanhar o PIB per capita, o IPCA, a taxa Selic, o nosso ranking de competitividade, o consumo, o que está pesando na balança comercial, checar a movimentação de portos e aeroportos em um evento ou momento específico do ano. Então, a ideia começou a partir de uma demanda da secretaria a fim de averiguar a necessidade de gestão de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico. Para criar isso de forma automatizada, fechamos uma parceria com a Faculdade Senac, em que os desenvolvedores foram os alunos da instituição. Participamos das aulas explicando o que os estudantes precisavam trazer como soluções e, ao final do curso, foram criados vários observatórios como trabalho de TCC. Nesse processo, nasceram duas startups, e uma foi contratada como servidor nosso. Então, quando o Observatório chegou, demos outra roupagem com mais características. Nós higienizamos alguns dados (atualizar e corrigir informações) para trazer de forma mais específica o que estamos querendo enquanto secretaria. Assim, o empreendedor também consegue fazer várias junções, dependendo da área de atuação que necessita consultar. São dados entregues com robustez. E como

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Pernambuco é reconhecido como Região do Esporte nas Américas

Estado é o primeiro do Brasil a conquistar o título, entregue na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas Pernambuco conquistou o título de Região do Esporte nas Américas, tornando-se o primeiro estado brasileiro a receber esse reconhecimento internacional. A honraria foi concedida pela Aces Europe, organização vinculada ao Parlamento Europeu. A premiação destaca o estado como modelo em políticas públicas voltadas ao esporte, resultado de investimentos significativos em infraestrutura esportiva e programas de inclusão. “É com muito orgulho que recebemos essa honraria. Ela é fruto das entregas que temos feito desde o ano passado, porque entendemos a importância do esporte como um instrumento de inclusão social”, declarou a governadora Raquel Lyra, que enfatizou o papel do esporte na formação cidadã e na promoção de valores como educação e cultura. A conquista reflete os esforços em ampliar o acesso ao esporte em todas as regiões. Segundo o secretário de Educação e Esportes, Alexandre Schneider, “essa conquista é o resultado direto dos significativos investimentos realizados no esporte, desde a base educacional até o alto rendimento”. Entre as ações destacadas estão o fortalecimento de programas como Bolsa Atleta, Bolsa Técnico e Time PE, além de investimentos em quadras escolares, kits esportivos e na Lei Estadual de Incentivo ao Esporte. O reconhecimento da Aces Europe, que já havia expandido sua premiação para a América do Sul em 2022, coloca Pernambuco em uma posição de destaque global.

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A magia da caravana do Papai Noel chegou ao Marco Zero

Evento da Coca-Cola leva encantamento natalino ao Recife com shows, luzes e atrações para toda a família A tradicional Caravana do Papai Noel da Coca-Cola trouxe um brilho especial ao Marco Zero, no Bairro do Recife, neste domingo (15). O evento, que integra o Ciclo Natalino do Recife, atraiu uma multidão para conferir a magia do Natal em uma noite repleta de luzes, apresentações culturais e a passagem dos caminhões iluminados com o Papai Noel. A celebração contou com a presença do prefeito João Campos, que destacou a importância da parceria com patrocinadores para realizar eventos inclusivos e gratuitos: "Promover um Natal bonito e gratuito para todos e todas é algo que nos enche de alegria”, afirmou. Entre as atrações no Marco Zero, os destaques ficaram por conta das apresentações da Orquestra Plural, Boi Faceiro, Pastoril UR-3 do Ibura e Orquestra Riviera do Recife. A campanha de Natal da Coca-Cola 2024, intitulada "Desperte o Papai Noel que há em você", reforça a conexão entre tradição e inovação. Após passar pelo Marco Zero, a caravana seguiu para outros pontos icônicos, como o Palácio Campo das Princesas, Lagoa do Araçá e Monte dos Guararapes, levando encantamento a diferentes públicos. Silvana Santos, moradora de Casa Amarela, participou do evento com os filhos e elogiou a experiência: “Todos os anos eu trago meus filhos para ver como ficou a decoração de Natal aqui do bairro do Recife. Mas este ano viemos principalmente ver os caminhões. Era um desejo do meu filho e viemos conferir”. O Ciclo Natalino do Recife, que começou no dia 1º de dezembro, segue até 6 de janeiro, encerrando-se com a Queima da Lapinha. Além dos shows, a cidade foi decorada com cinco milhões de luzes, incluindo a imponente árvore de 45 metros na Avenida Agamenon Magalhães e túneis iluminados na Avenida Rio Branco, que também abriga uma vila cenográfica e um espaço dedicado para fotos com o Papai Noel.

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