Saúde - Página: 18 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Saúde

Bate-papo de saúde

A jornalista Cinthya Leite, do Blog Casa Saudável, especializada em gerontologia e doutoranda em saúde pública, é a convidada especial do bate-papo, no próximo dia 15 de fevereiro, a partir das das 10h, na Oral Unic Implantes, que fica na Ernesto de Paula Santos, em Boa Viagem. O tema é “Revolução Prateada: como viver melhor e com qualidade de vida na terceira idade”. Sobre o assunto, ela conversa com as cirurgiãs-dentistas Marília Melo Vila Nova e Nayanna Nadja Pereira. A entrada é gratuita e aberta ao público interessado.

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Curta a folia sem alergia – Veja as orientações dos especialista

Muita diversão e viagem, é isso que promete o Carnaval. Para curtir a folia, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) preparou algumas orientações para evitar possíveis reações alérgicas relacionadas ao spray de espuma, maquiagem e alimentos. Confira: Spray de espuma – Dependendo da composição do produto, algumas pessoas podem apresentar alergias de contato após a exposição a estas substâncias. O mais comum, entretanto, seriam as reações irritativas que, além da pele, podem irritar os olhos e as vias aéreas, causando sintomas nasais como obstrução e coriza, além de falta de ar e sibilância. “Após o contato com o produto, a região afetada deve ser lavada com água corrente em abundância. Importante ressaltar que as reações alérgicas de contato acontecem mais tardiamente, entre dois e três dias. Nesse caso, pode ser necessário o uso de corticoides tópicos e anti-histamínicos por via oral”, explica Dr. Clóvis Eduardo Santos Galvão, membro do Departamento Científico de Alérgenos da ASBAI. Maquiagem – Muito usada nessa época do ano, a maquiagem pode desencadear a dermatite de contato. Dois cuidados são muito importantes para evitar uma reação alérgica: o primeiro é se atentar ao prazo de validade porque, neste caso, pode acontecer uma contaminação por fungos, o que não é uma reação alérgica. O segundo é com algumas substâncias que estão no produto e que podem causar alergias. “Se ao passar a maquiagem ocorrer coceira, vermelhidão na pele e ardência, tire imediatamente o produto da pele com bastante água fria, sabonete e procure um especialista para que ele possa fazer o diagnóstico correto e identificar o agente causador da alergia”, orienta a Dra. Alexandra Sayuri Watanabe, diretora da ASBAI. Algumas dicas de como prevenir reações alérgica à maquiagem: - Use produtos de qualidade certificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); - Guarde a maquiagem em lugar fresco e protegido da luz solar; - Não use produtos que estejam com o prazo de validade vencido; - Não compartilhe maquiagens com outras pessoas; - Se tiver dúvidas sobre um determinado cosmético, peça orientação ao seu alergista, para evitar reações desagradáveis. Alergia Alimentar – O camarão está entre os principais alimentos causadores de alergias. As alergias são imprevisíveis e podem ocorrer em qualquer fase da vida, ainda que o indivíduo já tenha ingerido o alimento outras vezes. No Brasil não há estatísticas oficiais, porém, a prevalência das alergias alimentares parece se assemelhar com a literatura internacional, onde cerca de 8% das crianças e 2% dos adultos são acometidos. "O fato de já ter ingerido camarão e nunca ter apresentado reação não significa que, em algum momento da vida, a pessoa não possa começar a ter alergia por esse alimento. Indivíduos com asma, rinite e dermatite atópica são um pouco mais predispostos do que a população geral, mas isso não é uma regra", alerta a Dra. Renata Cocco, Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI). Sobre a ASBAI - A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.

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Prefeitura do Recife intensifica capacitação de profissionais sobre o coronavírus

Diante do cenário epidemiológico atual, com o perigo iminente de introdução do novo coronavírus no Brasil e da situação de emergência de saúde pública internacional decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Prefeitura do Recife intensificou, na manhã desta terça-feira (4), a capacitação de profissionais da rede municipal de saúde sobre o coronavírus. O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, que é infectologista, deu orientações para mais de 60 profissionais da Atenção Básica, Média e Alta Complexidade e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ligados à Secretaria de Saúde do Recife, na sede da Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde (DEVS), em Santo Amaro. Nesta formação, foram repassadas informações sobre a doença, como identificar casos suspeitos, como deve ser o fluxo de notificação, como conduzir os pacientes que venham a procurar as unidades municipais com sintomas de infecção por coronavírus, entre outras orientações. Na última sexta-feira (31), foi feita uma capacitação com mais de 60 profissionais da Vigilância Epidemiológica do Recife e com os núcleos de epidemiologia das unidades de saúde municipais e privadas. Na última quinta-feira (30), o secretário Jailson Correia participou, junto com representantes da DEVS, da reunião promovida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), junto com profissionais da Anvisa, Cosems, Lacen, Fiocruz, Sindhospe, Sociedade Brasileira de Infectologia e representantes de hospitais públicos e privados. Seguindo as orientações do Ministério da Saúde (MS) e da OMS, foram alinhados o protocolo e o fluxo de atendimento nas unidades de saúde do Estado. As informações da capacitação desta terça (3) serão replicadas para mais de 2.500 médicos, enfermeiros e cirurgiões dentistas da Atenção Básica, Média e Alta complexidade, além de profissionais do Samu, através de vídeo-aulas que serão divulgadas para os profissionais da rede municipal. De olho no aumento do número de turistas na capital pernambucana por causa do período carnavalesco, também serão dadas orientações para os profissionais da Secretaria de Turismo Esportes e Lazer do Recife (Seturel), representantes do trade turístico, do sindicato dos taxistas e da UBER/ 99. A Secretaria Municipal de Saúde também está produzindo banners, cartazes e folders para os serviços de saúde e população em geral, incluindo informativos para viajantes em português, inglês, espanhol e mandarim. A Secretaria está acompanhando constantemente as mudanças no cenário epidemiológico e as recomendações do MS e da OMS, para adequar a conduta, sempre que necessário. “Estamos em alerta, nos preparando, mas precisamos manter a serenidade já que, por enquanto, não temos notificação de caso suspeito da doença no Recife e nenhum caso foi confirmado no Brasil. Não há motivo para pânico”, afirmou o secretário Jailson Correia. A Sesau Recife também está tomando providências para disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras, luvas e outros insumos, além de estar preparando materiais informativos sobre o coronavírus, para distribuição em unidades de saúde que têm atendimento 24 horas. Ainda esta semana, pelo menos 200 kits com máscaras, aventais, luvas, gorros e óculos de proteção começarão a ser distribuídos para cerca de dez unidades municipais de saúde estratégicas. MONITORAMENTO - Como o epicentro da disseminação desse surto de coronavírus é a China, profissionais do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs) do Recife visitaram o Consulado Chinês, na manhã desta terça, para passar orientações sobre a doença e o que devem fazer caso tenham conhecimentos de pessoas que vão para a China ou voltaram de lá com sintomas da doença. O Cievs é considerado o cérebro do monitoramento epidemiológico do Recife. Os profissionais atuam 24 horas, todos os dias do ano, para monitorar e tentar conter, com agilidade, a transmissão de doenças e a ocorrência de surtos, entre outras atribuições. Durante o Carnaval, a atenção é redobrada por causa do grande fluxo de turistas no Recife, que podem trazer vírus típicos das cidades onde moram e que comumente não circulam no Recife. De acordo com a diretora-executiva de Vigilância à Saúde do Recife, Joanna Freire, este ano, há uma atenção especial por causa do risco de chegada do coronavírus. Segundo a gestora, há uma lista com mais de 40 doenças de notificação imediata que são motivo de monitoramento constante, como as arboviroses (dengue, chikungunya e zika), meningite e as síndromes respiratórias, como a gripe e, agora, o coronavírus. “A nossa característica é trabalhar em alerta. O tempo todo estamos monitorando e comparando dados, buscando indícios de alterações relevantes na saúde. Ninguém vê esse lado do SUS, por isso chamamos de SUS invisível, mas sempre há profissionais de plantão para agir imediatamente nos casos de doenças que exijam notificação imediata”, explicou Joanna Freire. O monitoramento é feito por meio de rondas presenciais nas unidades de saúde públicas e privadas do Recife, e também por telefone, fax e e-mail. SAIBA MAIS: O que é Coronavírus? Os coronavírus são uma grande família viral que pode causar doenças respiratórias leves, moderadas ou graves em seres humanos e em animais. No Brasil, ainda não há circulação do novo coronavírus identificado na China Atenção turistas e viajantes: Se você chegou de um dos países ou cidades onde foi confirmada a circulação do novo coronavírus, fique atento: • Se apresentar algum sintoma gripal (febre, tosse, coriza, dificuldade de respirar), siga para um serviço de saúde para ser atendido e informe o local de sua viagem ou se teve contato com pessoa doente do País ou cidade onde tem circulação do coronavírus; • Se não apresentar sintomas gripais, fique atento nos primeiros 15 dias para sinais e sintomas semelhantes ao da gripe comum; • Siga as condutas de prevenção descritas abaixo; • Evite exposição a locais fechados com conglomerados de pessoas se você estiver com sintomas gripais • A transmissão é semelhante a outras gripes comuns e ocorre pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: • Gotículas de saliva; • Espirro ou tosse; • Catarro; • Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; • Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos. Como é feito o tratamento do novo coronavírus? Não

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Livro introduz o tema da psicologia afrocentrada no debate acadêmico brasileiro

José Tadeu Arantes  – A Association of Black Psychologists (Associação de Psicólogos Negros) foi fundada em San Francisco, Califórnia, em 1968, no contexto da comoção causada pelo assassinato do pastor Martin Luther King Jr. (1929-1968) e do crescimento do movimento negro nos Estados Unidos. Tendo por objetivo inicial ajudar os psicólogos negros a se firmarem profissionalmente, em um país marcado pela discriminação racial, e fornecer atendimento psicológico para a comunidade negra, a associação evoluiu para a formulação do conceito de “psicologia negra” ou “psicologia afrocentrada” – convencidos os seus dirigentes de que uma psicologia criada por homens brancos, de classe média e cultura europeia não dava conta das particularidades da população afrodescendente. A ideia, de mais de 50 anos, criou raízes nos Estados Unidos e resultou em um grande número de estudos, artigos, livros e clínicas especializadas. No Brasil, por outro lado, permanece praticamente desconhecida. Um livro recém-publicado trouxe o tema para o debate acadêmico brasileiro. Trata-se de Libertação, descolonização e africanização da psicologia: breve introdução à psicologia africana, de Simone Gibran Nogueira, publicado com apoio da FAPESP. Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com estágio de pesquisa na Georgia State University, nos Estados Unidos, Nogueira fez seu pós-doutorado em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMP), com bolsa da FAPESP. Foi sua trajetória pessoal que a levou ao encontro do tema. Branca, de ascendência libanesa, estabeleceu contato com a cultura de origem africana por meio da capoeira angola. “Durante minha graduação, tornei-me capoeirista em um grupo muito tradicional, a Academia João Pequeno de Pastinha. Isso contribuiu para minha saúde física, mental e espiritual e também para uma compreensão crítica dos processos históricos e políticos do país. Tanto que fiz meu mestrado enfocando os processos educativos da capoeira angola e de como eles influenciam a intersubjetividade dos praticantes. Foi minha orientadora de mestrado, Petronilha Silva, quem me alertou para o débito da psicologia em relação à população negra do Brasil e me forneceu referências teóricas sobre a psicologia afrocentrada”, disse Nogueira à Agência FAPESP. A psicologia afrocentrada tornou-se objeto de sua pesquisa de doutorado. A pesquisadora enfocou as discussões epistemológicas travadas há meio século nos Estados Unidos e no Caribe. Mas sempre buscando saber se essa construção servia para a realidade brasileira e cotejando as formulações teóricas com experiências vividas por ela e outros praticantes da capoeira angola. “Ao mesmo tempo, aprofundei conhecimentos e práticas de outras tradições afro-brasileiras com as quais fui entrando em contato a partir da capoeira. Hoje, sou professora de capoeira angola da Academia João Pequeno de Pastinha, formada por Mestre Pé de Chumbo, e makota – “zeladora de Orixás” – de Candomblé do Ilê Asè Omò Ayé, dirigido pela yalorixá Nadia Santana”, afirmou. “Essas vivências me fizeram perceber que a proposta de libertação, descolonização e africanização da psicologia fazia sentido no contexto das práticas culturais afro-brasileiras. Por outro lado, essa proposta se insere e dialoga com uma vertente crítica maior, protagonizada pela chamada Escola de São Paulo, pelos estudos latino-americanos de psicologia e por outros fóruns internacionais, de questionamento dos modelos hegemônicos europeus e norte-americanos de psicologia social”, explicou. A ideia subjacente a essa “vertente crítica” é a de que essa psicologia hegemônica serviu, historicamente, como instrumento para colonizar as mentes e adaptar as pessoas a uma ordem social opressiva. “Não quer dizer que não tenha havido contribuições divergentes importantes. Mas a tônica geral foi essa”, disse Nogueira. Para a pesquisadora, é preciso ir além desse movimento crítico. “Como eu escrevi no livro, descolonizar é olhar criticamente o eurocentrismo, mas também buscar outras fontes de conhecimentos e práticas. A africana é uma delas, porém, não é a única. Existem também fontes asiáticas, ameríndias, aborígenes etc. São fontes milenares, que, no entanto, podemos chamar de inovadoras, porque ainda não ganharam seu espaço na academia”, disse. Segundo Nogueira, apesar de séculos de ataques às culturas milenares de povos considerados não-brancos, ainda sim, boa parte desses povos mantém suas tradições vivas e renovadas no século 21. “Um exemplo é a falácia que aprendíamos na escola de que povos indígenas no Brasil foram dizimados. Sabemos hoje que há mais de 200 línguas sendo faladas por eles no Brasil. Uma pergunta importante de pesquisa é justamente essa: como princípios e práticas antigas foram mantidas nos diferentes tempos e espaços até hoje, apesar das ações de extermínio?” Comunalidades regionais Na avaliação da pesquisadora, uma psicologia afrocentrada ainda está por ser construída no Brasil. A experiência iniciada nos Estados Unidos pela Association of Black Psychologists seria uma fonte de inspiração, mas não um modelo a ser copiado. Quais seriam os componentes mínimos que uma psicologia precisaria incorporar para ser entendida como “afrocentrada”? “Existem milhares de culturas africanas. Mas os estudos com os quais eu dialogo, que vêm desde as contribuições pioneiras do físico, antropólogo e historiador senegalês Cheikh Anta Diop (1923-1986), procuraram identificar elementos comuns a essas várias culturas. Wade Nobles, professor emérito da San Francisco State University (Estados Unidos) e membro-fundador da Association of Black Psychologists, sustentou que, na África, as numerosas diferenças tribais foram menos importantes do que aquilo que ele chamou de ‘comunalidades’. Essas comunalidades regionais seriam sustentadas por conjuntos de crenças orientadoras derivadas de quatro grandes troncos linguístico-culturais: Afro-asiático, Nilo-subsaariano, Níger-Congo e Khoisan”, disse Nogueira. “Os africanos trazidos à força para as Américas no período colonial eram principalmente da grande região linguístico-cultural Níger-Congo. E os povos que comphttp://portal.idireto.com/wp-content/uploads/2016/11/img_85201463.jpgam a diáspora africana nas Américas trouxeram consigo as crenças e conhecimentos oriundos desse tronco. Na perspectiva Níger-Congo, a compreensão do ser humano deve considerar pelo menos três dimensões coexistentes: a física, a mental e a espiritual. Em certas práticas tradicionais podem ser consideradas inclusive outras dimensões. Mas pelo menos as três precisam ser levadas em conta. E isso já é um grande diferencial em relação às psicologias de origem europeia ou norte-americana, que trabalham mais com a dimensão mental. A dimensão corporal ainda é pouco trabalhada e a existência de uma dimensão espiritual é bastante rejeitada. E vista até mesmo como um tabu

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Uso incorreto de fones de ouvido pode causar perda auditiva, alerta especialista

Diariamente as pessoas estão expostas a uma série de ruídos, desde o barulho do trânsito até o som alto da academia e, por mais que o cérebro se acostume, as estruturas do ouvido não estão imunes aos efeitos disso. É o que conta a otorrinolaringologista Ana Elizabeth, do HOPE: “A parte interna do ouvido, cóclea, é composta por mais de 15 mil células ciliadas, que tem a função de transformar as ondas sonoras em ondas elétricas e carregar informações para o cérebro. Quando o barulho é demasiadamente alto, essas células são destruídas e não se regeneram mais, resultando em perda auditiva”. Por isso, o mês de novembro tem uma semana dedicada a Prevenção e Combate à Surdez, e configura como uma oportunidade de conscientizar as pessoas sobre a importância do cuidado com a saúde auditiva. No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 9,7 milhões de pessoas apresentam perda auditiva, tem sido atribuído ao fone de ouvido o título de grande vilão e corresponsável por esse número. Cada vez mais comuns na rotina acelerada, o acessório pode oferecer grande perigo para os ouvidos, visto que o volume acima do recomendado é recorrente entre os mais jovens, usuários dos famosos “streamings” de música. Apesar de liberar endorfina (hormônio do prazer), é importante lembrar que o som alto pode danificar o ouvido de qualquer pessoa, sendo de 80 decibéis o limite seguro de exposição ao som contínuo. “A recomendação é que os jovens que usam fones com frequência façam uma audiometria, o exame informa se há perda de audição e como agir para impedir o agravamento do problema” aconselha Ana Elizabeth. A especialista também ressalta que as consequências não são as mesmas para todos os casos, dependendo do período de exposição ao ruído e da predisposição genética de cada um. Além disso, o barulho em casa também impacta a saúde auditiva, TV, rádio, secador de cabelo, jogos de videogame e smartphones fazem parte da rotina e podem extrapolar o limite de decibéis. A boa notícia é que, quando o dano é pequeno, é mais fácil a correção, normalmente com o uso de pequenos aparelhos, que ficam discretamente posicionados dentro do canal auditivo. Para obter diagnóstico preciso, visite um médico otorrinolaringologista, o profissional poderá indicar o tratamento ideal. “É importante saber que, hoje, existe solução para praticamente todos os tipos e graus de surdez, porém, é fundamental que o tratamento seja sempre realizado o mais precocemente possível” Ana Elizabeth finaliza.

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Técnica criada na USP poderá tornar produção de plásticos mais sustentável

O carbono é um elemento químico fundamental para a produção de diversos produtos, como cosméticos, plásticos e medicamentos. Normalmente, ele é obtido a partir do petróleo, fonte não renovável e que leva milhares de anos para se formar. Pensando em uma solução para obter moléculas de carbono de forma simples, sustentável e com menor risco ao meio ambiente, o professor Antonio Burtoloso do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP criou uma técnica inédita que permite a construção de moléculas de interesse industrial por meio do aproveitamento do bagaço da cana-de-açúcar. Empregando algumas reações químicas, o pesquisador chegou a um composto que possui 10 átomos de carbono (C10) e que tem potencial para ser utilizado na fabricação de plásticos. Isso foi possível depois que ele conseguiu juntar duas moléculas da valerolactona – líquido incolor obtido a partir do bagaço da cana. Cada molécula da substância possui cinco átomos de carbono. “Utilizamos transformações simples e fáceis de serem reproduzidas, que podem ser aplicadas de forma rápida, robusta e com baixo custo”, explica o docente. Segundo o especialista, o procedimento para a criação do C10 leva apenas um dia. Atualmente a busca por fontes renováveis de carbono tem sido intensificada por pesquisadores de vários países, e a biomassa – todo material vindo de fonte natural – surge como um dos alvos favoritos dos cientistas. O professor da USP explica que, apesar do petróleo também ser proveniente de uma fonte natural, no caso, o fóssil, ele não é renovável. Já a cana-de-açúcar, por exemplo, é plantada em abundância anualmente e possui em seu bagaço um enorme potencial de reaproveitamento. De acordo com o estudo divulgado em 2017 pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Brasil gerou cerca de 166 milhões de toneladas de bagaço na safra 2015/16. Parte dessa produção acaba sendo descartada e é justamente nesse ponto que o docente pretende atuar: “Não precisamos plantar cana-de-açúcar exclusivamente para colher o bagaço. A ideia é aproveitar parte desse resíduo que acaba virando lixo como insumo para a nossa técnica”, afirma o docente, que coordena o Grupo de Síntese Orgânica do IQSC. Essa área de pesquisa envolve, resumidamente, a construção de moléculas complexas e com maior valor agregado a partir de moléculas mais simples, que podem ser compradas no mercado. A possibilidade de desenvolver moléculas no laboratório contribui para a preservação ambiental, pois, em alguns casos, a extração de determinada substância da natureza gera grandes prejuízos aos recursos naturais, não compensando sua retirada. Um exemplo é o taxol, molécula orgânica coletada das árvores para o tratamento de câncer. A cada árvore derrubada, que leva pelo menos 100 anos para chegar a sua fase adulta, poderiam ser produzidos poucos comprimidos de taxol, os quais não seriam suficientes para tratar sequer uma única pessoa. Futuro verde – Além de ser um processo que gera mais riscos à natureza, a obtenção de carbono a partir do petróleo não é um procedimento que terá vida eterna. “Estamos pensando lá na frente, daqui a algumas gerações. Um dia o petróleo irá acabar. Como iremos fazer os produtos? Novos métodos precisam aparecer”, alerta Burtoloso. De acordo com o docente, a técnica desenvolvida no Instituto apresenta grande potencial de escalabilidade na indústria. Além disso, ele aponta que há um direcionamento dentro das empresas para o desenvolvimento de compostos mais sustentáveis. Ele afirma, inclusive, que vários países estipularam como meta, daqui a algumas décadas, a substituição de 20 a 30% do carbono proveniente do petróleo por fontes consideradas “verdes”. Esse tipo de ação também poderá atrair os olhares dos consumidores que, muitas vezes, optam por adquirir uma mercadoria fabricada de forma sustentável. “Se as propriedades dos produtos que serão produzidos com a nossa técnica forem similares às existentes no mercado, o cliente faria a compra com a consciência muito mais tranquila. Ele estaria usando algo que foi desenvolvido sem acarretar danos ao meio ambiente”, explica o professor. Os resultados obtidos no trabalho foram descritos no artigo científico Synthesis of long-chain polyols from the Claisen condensation of γ-valerolactone, publicado na Green Chemistry, revista britânica de alto impacto mundial na área de química verde. “É uma revista de grande prestígio, e fomos muito bem avaliados pelos revisores. Ficamos felizes com o reconhecimento”, comemora o cientista. Agora, os pesquisadores esperam aprimorar a técnica desenvolvida de forma que todo o processo fique ainda mais simples e barato. O Grupo está aberto a firmar parcerias com a indústria visando a realização dos testes necessários para disponibilizar o novo método à sociedade. O trabalho contou com a colaboração da aluna de doutorado do IQSC Camila Santos, além de pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).

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Nanoestrutura lipídica amplia eficácia de medicamento e reduz efeitos colaterais

Agência FAPESP – Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram uma tecnologia capaz de aumentar o potencial terapêutico de fármacos e vacinas: nanoestruturas lipídicas que se atraem por pontes de hidrogênio. A inovação foi criada pelo pós-doutorando Wesley Luzetti Fotoran, bolsista da FAPESP, no laboratório do professor Gerhard Wunderlich, do Departamento de Parasitologia. Fotoran modificou partículas desenvolvidas por pesquisadores coordenados por Darrell Irvine no Massachusetts Institute of Technology (MIT), Estados Unidos. As partículas originais possuem múltiplas camadas e ligações covalentes. Ao trocar essas ligações por pontes de hidrogênio, Fotoran criou estruturas cinco vezes menores, com menos camadas e que se atraem mutuamente. “Isso faz com que o fármaco ou o antígeno se estabilize no interior das partículas. Além de permitir que o medicamento atue por mais tempo no organismo, as nanoestruturas também ajudam a diminuir efeitos colaterais, uma vez que reduzem em 50% a dose necessária para o tratamento”, disse o pesquisador à Assessoria de Imprensa do ICB-USP. Esses resultados foram obtidos em testes feitos com camundongos infectados com parasitas causadores de malária das espécies Plasmodium falciparum e Plasmodium berghei. Os cientistas usaram as novas partículas para carrear um medicamento clássico contra a doença, a cloroquina, por meio de injeção. Desse modo, o efeito da droga foi multiplicado por cinco. A cloroquina já não é mais usada para tratar malária devido ao alto índice de resistência. Em outro ensaio, o grupo usou a artemisinina, droga mais prescrita atualmente, e observou resultados similares. De acordo com Fotoran, as partículas originais do MIT também são funcionais porque vão se desfazendo em partículas menores. “Nossa técnica permite entregar um conjunto de estruturas menores, que chegam rapidamente ao alvo e lá permanecem por mais tempo. A grande vantagem dessas nanoestruturas é a pluralidade de aplicações. É possível usá-las para carrear qualquer tipo de agente terapêutico e no tratamento de diversas doenças”, afirmou o pesquisador. O próximo passo é testar as partículas em outros modelos de estudo. Segundo o grupo, não é possível prever quando a inovação chegará ao mercado, pois ainda são necessários mais testes in vivo. * Com informações da Assessoria de Imprensa do ICB-USP.

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Resfriados, gripes e os cuidados com a automedicação

Sol, chuva e carnaval. Nessa época do ano, devido mudanças de temperaturas e aglomerados em tempos de folia, resfriados e gripes são bastantes comuns. Para combater os sintomas, a maioria recorre diretamente às farmácias em busca de analgésicos, antitérmicos, xaropes e descongestionantes. Apesar de muitos desses medicamentos estarem disponíveis nas prateleiras, já que podem ser adquiridos sem prescrição médica, não são isentos de riscos, como alerta o farmacêutico Diego Medeiros, coordenador e professor da pós-graduação em farmácia clínica, com ênfase na prescrição farmacêutica da Faculdade. Seja qual for a infecção viral, com um “simples” resfriado, que têm início mais lento e leve, ou uma gripe, mostrando sintomas mais fortes, sendo provocada, geralmente, pelos vírus Influenza (tipos A e B), os cuidados com a automedicação devem ser os mesmos. “O paciente pode e deve procurar orientação do farmacêutico na hora de comprar um remédio. Além de orientar o paciente quanto ao uso dos medicamentos, o profissional deve esclarecer que, se os sintomas não minimizarem com o uso dos medicamentos em determinado período, um médico deve ser procurado para uma investigação sobre o quadro do paciente”, explica o professor da pós-graduação em farmácia clínica da Faculdade IDE. Entre os sintomas mais comuns de gripes e resfriados estão a coriza, irritação nos olhos, dor de garganta e tosse. Por se tratar de um transtorno autolimitado, até certo ponto, a população busca tratamento para os sintomas pontuais. “É comum o emprego de analgésicos para as dores e febre, anti-histamínicos e descongestionantes nasais para as corizas e entupimento do nariz. Inclusive, muitos medicamentos apresentam vários fármacos em associação num único comprimido ou cápsula, como Coristina e Multigripe”, conta o farmacêutico Diego Medeiros. Mas qualquer um desses remédios, se usados com frequência e por um tempo maior que o recomendado, podem causar sérios prejuízos à saúde. Um deles são os descongestionantes, que trazem riscos com o uso prolongado. “Como evento adverso provoca o que chamamos de ‘efeito rebote’, quando o corpo adquire dependência a uma determinada substância. Então, na ausência dela, o organismo provoca sintomas que acabam estimulando você a administrar a substância. Por exemplo, o corpo causa congestão nasal se não administrar um descongestionante, tornando assim o paciente dependente do medicamento”, explica o professor de farmácia da Faculdade IDE Diego Medeiros. Além disso, alguns descongestionantes podem ser absorvidos pela circulação e promover a ação em receptores ao longo do corpo, não somente na mucosa nasal, podendo causar problemas cardíacos. Segundo o farmacêutico, uma dica é usar solução hipertônica nasal, que é um soro fisiológico mais forte, como alternativa ao descongestionante nasal. Outro alerta é com os analgésicos e antitérmicos, podendo causar problemas gástricos. “O paracetamol não deve ser utilizado em grandes quantidades, pois oferece risco de toxicidade hepática. Já o AAS pode provocar sangramento nos pacientes. Logo, esses medicamentos não devem ser usados por mais de cinco dias. Caso persistam os sintomas, o médico deverá ser consultado para um diagnóstico mais preciso”, orienta professor de farmácia Diego Medeiros. Propaganda de medicamentos para gripes incentivam a automedicação? É comum ver muitos comerciais de medicamento para gripes. Mas é importante procurar um médico ou farmacêutico antes de usar até esses medicamentos "liberados"? De acordo com o coordenador e professor da pós-graduação em farmácia clínica da Faculdade IDE, Diego Medeiros, a busca pelos farmacêuticos se torna mais fácil à população, “pois estes medicamentos, em geral, são de venda livre e há uma cultura de que as pessoas já se diagnosticam por conta própria. O que, em si, não é errado. O farmacêutico, por estar presente com maior facilidade, tende a promover os esclarecimentos com mais facilidade”. Além disso, as pessoas também tendem a minimizar a necessidade de ir a um médico, por muitas vezes acharem ser "só uma gripezinha". “É aí que o farmacêutico, não só orienta o paciente quanto ao uso dos medicamentos, como deve orientar um médico deve ser procurado para uma investigação sobre o quadro do paciente, caso os sintomas não minimizarem com o uso dos medicamentos”, detalha o profissional de saúde, lembrando que as farmácias devem contar com farmacêuticos em tempo integral para prestar orientações quanto ao uso dos medicamentos. Inclusive, a indicação e prescrição de medicamentos dentro da farmácia é uma prerrogativa exclusiva dos farmacêuticos, bem como a intercambialidade, ou seja, a troca de medicamentos. Isso porque, algumas pessoas acabam pedindo orientação para os atendentes nas farmácias, muitas vezes por não entendem as diferenças nas funções. “Os auxiliares de farmácia têm função primordial na farmácia, mas não compete a eles essa atividade, pois não possuem competência técnica para assumir essa responsabilidade”, explica o farmacêutico. ARBOVIROSES – Muitas vezes confundidos com gripes, os sintomas de arboviroses, como a zika, chikungunya e dengue, para muitos enfermos são muito intensos e o uso de compostos químicos ajudam a aliviar os incômodos causados pela doença. Mas a ingestão dessas substâncias sem orientação médica pode agravar ainda mais o caso. “Se não houver o devido acompanhamento, as pessoas podem estar utilizando medicamentos em dosagens elevadas para poder contornar sintomas como uma febre alta. Nesse caso, o fato de estar mascarando a febre alta com medicamentos pode levar o paciente a complicações e agravos da condição clínica”, pontua o professor de farmácia da Faculdade IDE Diego Medeiros.

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Novas tecnologias visam reduzir mortes por doenças cardiovasculares

Maria Fernanda Ziegler  – Dispositivos que auxiliam o coração a bombear sangue enquanto o paciente aguarda por um transplante, técnicas cirúrgicas menos invasivas e um hidrogel que, no futuro, vai permitir a impressão 3D de órgãos e tecidos em laboratório. Essas são algumas das soluções que estão sendo desenvolvidas por pesquisadores paulistas para combater a principal causa de morte no país e no mundo: as doenças cardiovasculares. As inovações visam criar alternativas terapêuticas para pacientes com condições graves, como é o caso da insuficiência cardíaca – responsável por 27,5 mil mortes anuais no país segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). De acordo com a entidade, a cada 90 segundos uma pessoa morre no Brasil em decorrência de problemas diversos no coração. “Um transplante no Brasil demora cerca de dois anos. Além da oferta limitada de órgãos, é preciso levar em conta uma série de fatores que dificultam o procedimento. O número de pacientes com problemas cardiovasculares é muito grande e, por isso, é importante desenvolvermos dispositivos no país a preços mais acessíveis”, disse José Roberto Cardoso, pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), durante o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação sobre “Novas Tecnologias para o Coração”. O evento foi organizado pela FAPESP e pelo Instituto do Legislativo Paulista na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em dezembro. O próximo encontro da série será no dia 26 de março e terá como tema Indústria 4.0. Assistência ventricular A equipe de Cardoso, que inclui pesquisadores do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, desenvolve um dispositivo de assistência ventricular para pacientes adultos com insuficiência cardíaca – condição em que o órgão não consegue bombear o sangue adequadamente. O equipamento serve como uma bomba para ser implantada ao lado do coração do doente, com a finalidade de complementar ou suprir a função cardíaca debilitada. O projeto é apoiado pela FAPESP. “O dispositivo visa auxiliar o coração debilitado durante o período de espera pelo transplante, mantendo níveis fisiológicos de pressão e fluxo, reduzindo a mortalidade de pacientes na fila de espera e após o transplante”, disse. De acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, em 2016 foram realizados 353 transplantes de coração no Brasil. Estudos indicam que a mortalidade de pacientes na fila de espera pode chegar a 40%. “Precisamos encontrar uma solução nacional e não simplesmente copiar os materiais usados lá fora, que são caros e inviáveis para o Sistema Único de Saúde. No comparativo entre um dispositivo importado e um nacional, o importado ficaria em R$ 800 mil, enquanto o nacional em R$ 100 mil”, disse. Outro projeto, também apoiado pela FAPESP, busca desenvolver um dispositivo de assistência ventricular para pacientes pediátricos que necessitam de um transplante cardíaco. A pesquisa foi vencedora do prêmio Péter Murányi 2015 . “Em nosso país não temos opção de suporte circulatório de longa duração para pacientes cardiopatas pediátricos e juvenis com insuficiência cardíaca grave. Trata-se de um grupo de pacientes com necessidades específicas. Estamos desenvolvendo uma bomba pulsátil que atua conectada ao coração por meio de cânulas”, disse Idágene Cestari, diretora da Divisão de Bioengenharia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP. De acordo com a pesquisadora, a bomba do dispositivo é controlada por um console à beira do leito, onde são ajustados todos os parâmetros de suporte ao coração, como a frequência de batimentos da bomba, por exemplo. “Esse sistema de suporte requer a hospitalização do paciente e é indicado para pacientes em lista de espera para o transplante cardíaco. Em outro projeto dessa mesma linha de pesquisa, estamos desenvolvendo um dispositivo implantável que permite a assistência por tempo mais prolongado e não requer a hospitalização do paciente após o implante do dispositivo”, disse Cestari. Prótese inédita Também foi apresentada durante o ciclo ILP uma técnica conhecida como endobentall, que une duas tecnologias – inserção de válvulas por cateter e stents – para criar uma prótese única, que pode ser inserida pela perna do paciente e conduzida até o coração. O método pode substituir uma grande cirurgia na válvula do coração e na artéria aorta. “Graças à técnica, desenvolvida com o apoio da FAPESP, hoje não precisamos mais abrir o peito do paciente e parar o coração para tratar uma doença grave, como estenose aórtica associada a aneurisma de aorta ascendente. Isso certamente vai contribuir para a redução de risco e de mortalidade desses pacientes”, disse Diego Felipe Gaia dos Santos, professor de Cirurgia Cardiovascular da Unifesp. A equipe liderada por Gaia foi a primeira a tratar, em humano, problemas na válvula aórtica (saída de sangue do coração) e ao mesmo tempo a aorta ascendente (vaso que leva sangue para o coração e outros órgãos) sem a necessidade de abrir o paciente. Órgãos do futuro Outros métodos de engenharia apresentados visam, no futuro, desenvolver órgãos e tecidos artificiais. A empresa TissueLabs, apoiada pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresas (PIPE-FAPESP), desenvolve um hidrogel que permite a impressão 3D de órgãos e tecidos em laboratório. A startup fabrica e vende hidrogéis de diferentes tecidos para pesquisadores de várias partes do mundo. O material pode ser usado tanto em estudos in vitro como em modelos animais. Para produzir o hidrogel, a empresa usa órgãos de animais. “Retiramos todas as células dos órgãos de porcos, deixando só a matriz extracelular, as proteínas comuns a todos os animais (tanto humanos quanto os porcos). A partir dessa matriz fabricamos o hidrogel, que é misturado com células-tronco ou mesmo células adultas já diferenciadas. Com isso, é possível imprimir essa composição no formato tridimensional de um órgão ou de um tecido”, disse Gabriel Liguori , pesquisador do InCor. Para fins didáticos, Liguori costuma fazer um paralelo entre a técnica e a construção de uma casa. “Os tijolos seriam as células, e o nosso material, o cimento. Nosso objetivo é dar suporte para que as células-tronco tenham uma estrutura tridimensional”, disse. “É claro que esses órgãos ainda estão muito distantes de se tornarem realmente funcionais. Com o nosso material já é possível fabricar tecidos, ainda que

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Núcleo de terapias em Petrolina amplia possibilidades de tratamento do autismo

Especializado no tratamento pediátrico de patologias físicas e cognitivas a exemplo da síndrome de Down, paralisia cerebral, distrofias musculares e Transtorno do Espectro Autista (TEA), o Núcleo de Terapias da Unimed Vale do São Francisco, em Petrolina – PE, obteve um resultado surpreendente em 2019, com o atendimento de crianças de 0 a 12 anos. Somente para se ter uma ideia dos avanços conseguidos, o setor multiprofissional que cuida do TEA, transtorno caracterizado pela dificuldade na comunicação social e presença de comportamentos repetitivos, realizou mais de 70% dos 21.196 atendimentos feitos pelo Núcleo no ano passado. E o que é mais gratificante, os pacientes conseguiram respostas bastante positivas no aumento da independência, socialização, iniciativa, estímulo das habilidades motoras e desenvolvimento das áreas sensoriais. De acordo com a fisioterapeuta e gerente de Terapias Continuadas da Unidade, Danielle Alencar, o Núcleo oferece um serviço completo de atendimento pediátrico interdisciplinar. "Contamos com uma equipe de 24 profissionais qualificados nas áreas de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia", afirmou a gerente que também é especialista em Gestão de Serviço de Saúde. São desenvolvidas técnicas a exemplo de integração sensorial, terapia aquática, linguagem PECS (comunicação alternativa), TEACCH (programa para melhorar a comunicação), psicomotricidade e análises de comportamento. Segundo a médica especialista em Neurologia Pediátrica, Adriana Tenório, o trabalho começa com o acolhimento familiar, passa pelo atendimento interdisciplinar e se conclui com um tratamento unificado, individualizado para cada caso. "Aqui os pacientes encontram bons profissionais e com o auxílio dos pais engajados que seguem as orientações médicas, conseguimos melhores resultados com terapias cada vez mais acertadas", ressaltou. O Núcleo de Terapias da Unimed Vale do São Francisco possui um ginásio equipado, com estrutura completa de integração sensorial (piscina de bolinhas, balanços diversos, tirolesas, cama elástica e parede de escalada) além de três salas com estruturas para integração sensorial, piscina coberta e aquecida. Serviço: O Núcleo de Terapias da Unimed Vale do São Francisco fica na rua Dr. Nestor Cavalcanti, 206/ Vila Mocó – Petrolina, PE. (87) 3866 – 7936. Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Atendimento mediante indicação médica.

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