Diante do cenário epidemiológico atual, com o perigo iminente de introdução do novo coronavírus no Brasil e da situação de emergência de saúde pública internacional decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a Prefeitura do Recife intensificou, na manhã desta terça-feira (4), a capacitação de profissionais da rede municipal de saúde sobre o coronavírus. O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, que é infectologista, deu orientações para mais de 60 profissionais da Atenção Básica, Média e Alta Complexidade e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ligados à Secretaria de Saúde do Recife, na sede da Diretoria Executiva de Vigilância à Saúde (DEVS), em Santo Amaro. Nesta formação, foram repassadas informações sobre a doença, como identificar casos suspeitos, como deve ser o fluxo de notificação, como conduzir os pacientes que venham a procurar as unidades municipais com sintomas de infecção por coronavírus, entre outras orientações. Na última sexta-feira (31), foi feita uma capacitação com mais de 60 profissionais da Vigilância Epidemiológica do Recife e com os núcleos de epidemiologia das unidades de saúde municipais e privadas. Na última quinta-feira (30), o secretário Jailson Correia participou, junto com representantes da DEVS, da reunião promovida pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), junto com profissionais da Anvisa, Cosems, Lacen, Fiocruz, Sindhospe, Sociedade Brasileira de Infectologia e representantes de hospitais públicos e privados. Seguindo as orientações do Ministério da Saúde (MS) e da OMS, foram alinhados o protocolo e o fluxo de atendimento nas unidades de saúde do Estado. As informações da capacitação desta terça (3) serão replicadas para mais de 2.500 médicos, enfermeiros e cirurgiões dentistas da Atenção Básica, Média e Alta complexidade, além de profissionais do Samu, através de vídeo-aulas que serão divulgadas para os profissionais da rede municipal. De olho no aumento do número de turistas na capital pernambucana por causa do período carnavalesco, também serão dadas orientações para os profissionais da Secretaria de Turismo Esportes e Lazer do Recife (Seturel), representantes do trade turístico, do sindicato dos taxistas e da UBER/ 99. A Secretaria Municipal de Saúde também está produzindo banners, cartazes e folders para os serviços de saúde e população em geral, incluindo informativos para viajantes em português, inglês, espanhol e mandarim. A Secretaria está acompanhando constantemente as mudanças no cenário epidemiológico e as recomendações do MS e da OMS, para adequar a conduta, sempre que necessário. “Estamos em alerta, nos preparando, mas precisamos manter a serenidade já que, por enquanto, não temos notificação de caso suspeito da doença no Recife e nenhum caso foi confirmado no Brasil. Não há motivo para pânico”, afirmou o secretário Jailson Correia. A Sesau Recife também está tomando providências para disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como máscaras, luvas e outros insumos, além de estar preparando materiais informativos sobre o coronavírus, para distribuição em unidades de saúde que têm atendimento 24 horas. Ainda esta semana, pelo menos 200 kits com máscaras, aventais, luvas, gorros e óculos de proteção começarão a ser distribuídos para cerca de dez unidades municipais de saúde estratégicas. MONITORAMENTO - Como o epicentro da disseminação desse surto de coronavírus é a China, profissionais do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância à Saúde (Cievs) do Recife visitaram o Consulado Chinês, na manhã desta terça, para passar orientações sobre a doença e o que devem fazer caso tenham conhecimentos de pessoas que vão para a China ou voltaram de lá com sintomas da doença. O Cievs é considerado o cérebro do monitoramento epidemiológico do Recife. Os profissionais atuam 24 horas, todos os dias do ano, para monitorar e tentar conter, com agilidade, a transmissão de doenças e a ocorrência de surtos, entre outras atribuições. Durante o Carnaval, a atenção é redobrada por causa do grande fluxo de turistas no Recife, que podem trazer vírus típicos das cidades onde moram e que comumente não circulam no Recife. De acordo com a diretora-executiva de Vigilância à Saúde do Recife, Joanna Freire, este ano, há uma atenção especial por causa do risco de chegada do coronavírus. Segundo a gestora, há uma lista com mais de 40 doenças de notificação imediata que são motivo de monitoramento constante, como as arboviroses (dengue, chikungunya e zika), meningite e as síndromes respiratórias, como a gripe e, agora, o coronavírus. “A nossa característica é trabalhar em alerta. O tempo todo estamos monitorando e comparando dados, buscando indícios de alterações relevantes na saúde. Ninguém vê esse lado do SUS, por isso chamamos de SUS invisível, mas sempre há profissionais de plantão para agir imediatamente nos casos de doenças que exijam notificação imediata”, explicou Joanna Freire. O monitoramento é feito por meio de rondas presenciais nas unidades de saúde públicas e privadas do Recife, e também por telefone, fax e e-mail. SAIBA MAIS: O que é Coronavírus? Os coronavírus são uma grande família viral que pode causar doenças respiratórias leves, moderadas ou graves em seres humanos e em animais. No Brasil, ainda não há circulação do novo coronavírus identificado na China Atenção turistas e viajantes: Se você chegou de um dos países ou cidades onde foi confirmada a circulação do novo coronavírus, fique atento: • Se apresentar algum sintoma gripal (febre, tosse, coriza, dificuldade de respirar), siga para um serviço de saúde para ser atendido e informe o local de sua viagem ou se teve contato com pessoa doente do País ou cidade onde tem circulação do coronavírus; • Se não apresentar sintomas gripais, fique atento nos primeiros 15 dias para sinais e sintomas semelhantes ao da gripe comum; • Siga as condutas de prevenção descritas abaixo; • Evite exposição a locais fechados com conglomerados de pessoas se você estiver com sintomas gripais • A transmissão é semelhante a outras gripes comuns e ocorre pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: • Gotículas de saliva; • Espirro ou tosse; • Catarro; • Contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; • Contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos. Como é feito o tratamento do novo coronavírus? Não