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Movimento que muda: a importância do exercício físico no controle do TDAH

Outubro é marcado por diversas campanhas de conscientização, e uma delas, o “Outubro Laranja”, traz à tona a importância do exercício físico para a inclusão e qualidade de vida de pessoas diagnosticadas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A iniciativa busca conscientizar a população sobre como a prática regular de atividades físicas pode ser uma aliada fundamental no manejo dos sintomas do transtorno, contribuindo para o bem-estar mental e social desses indivíduos. A Revista Algomais conversou com o Profissional de Educação Física, JP Lima, que também é fundador do Clube do Personal. O TDAH é um transtorno neurobiológico que afeta cerca de 5% da população mundial, caracterizado por sintomas como desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esses sintomas dificultam a vida acadêmica, social e profissional de quem convive com o transtorno, gerando desafios para o desenvolvimento pessoal. A campanha "Outubro Laranja" destaca que, além do tratamento convencional com psicoterapia e, em alguns casos, medicação, o exercício físico tem sido apontado como uma ferramenta eficaz no auxílio ao controle dos sintomas. Estudos recentes mostram que a prática regular de exercícios físicos, como corrida, natação, ciclismo e esportes coletivos, promovem a liberação de neurotransmissores como dopamina e serotonina. Esses neurotransmissores estão diretamente ligados à regulação do humor e à melhoria da concentração, elementos fundamentais para pessoas com TDAH. JP Lima diz: “O exercício físico traz muitos benefícios para quem tem TDAH. A atividade física melhora a concentração e o foco, já que aumenta os níveis de dopamina e norepinefrina no cérebro – neurotransmissores que ajudam na atenção. Além disso, o exercício libera endorfinas, que contribuem para a regulação do humor, reduzindo ansiedade e depressão. A prática regular também ajuda a controlar a impulsividade, já que fornece uma forma saudável de gastar energia acumulada, enquanto atividades como ioga e artes marciais ensinam autocontrole e disciplina”. Tipos de exercícios indicados para hiperatividade e impulsividade “Atividades aeróbicas intensas, como corrida, ciclismo e natação, são ótimas para controlar a hiperatividade, pois ajudam a liberar energia e aumentam a atenção. As artes marciais também são muito indicadas, pois além de serem fisicamente desafiadoras, ensinam autocontrole e respeito a regras. Já o treino de força e ioga oferecem uma abordagem mais focada, trabalhando a impulsividade e promovendo a calma, respectivamente”, revela JP Lima. Ao proporcionar essas melhorias, os exercícios ajudam a reduzir o estresse, a ansiedade e melhoram o foco, o que se reflete positivamente no cotidiano desses indivíduos Além dos benefícios neurológicos, a inclusão de pessoas com TDAH em ambientes de prática esportiva e de treinos tem um importante papel social. “Esportes coletivos, como futebol ou basquete, são uma excelente forma de desenvolver habilidades sociais em pessoas com TDAH. Eles ensinam a trabalhar em equipe, a comunicar-se melhor e a lidar com vitórias e derrotas de forma saudável. Além disso, criar estratégias em grupo e participar de rituais esportivos (como gritos de guerra) reforça o sentimento de pertencimento e identidade, o que é essencial para quem busca se sentir parte de um grupo”, informa JP Lima. A interação em grupos e equipes promove o desenvolvimento de habilidades interpessoais e reforça a sensação de pertencimento. Isso é fundamental para evitar o isolamento social, um problema comum para muitos que enfrentam dificuldades em manter relacionamentos estáveis ou se adaptarem a ambientes altamente estruturados, como escolas ou locais de trabalho. "Manter alunos com TDAH engajados durante o exercício é precisor bastante experiência, pois eles tendem a se distrair facilmente, perder o interesse ou agir impulsivamente. Para lidar com isso, é importante variar as atividades, usar instruções claras e objetivas, e dar feedback imediato. Incluir exercícios mais intensos no início da sessão ajuda a gastar energia, enquanto pausas regulares mantêm o foco e evitam a frustração. Além disso, ajustar a dificuldade dos exercícios e usar elementos lúdicos contribui para uma experiência mais positiva e envolvente", diz o personal trainner. Assim, o "Outubro Laranja" reforça a ideia de que o movimento vai além dos benefícios físicos. Ele é uma ponte para a inclusão, para o fortalecimento da autoestima e para a promoção de uma vida mais saudável e equilibrada para aqueles que convivem com o TDAH. JP Lima é Profissional de Educação Física, Fundador do Clube do Personal e Mentor de negócios de estudantes e profissionais de educação física. @personal_expert Quase metade dos consumidores de artigos esportivos prefere as compras on-line PESQUISA Entre os brasileiros das classes C, D e E que dizem ter intenção de compra nos próximos 12 meses, 76% responderam 'com certeza' e 'provavelmente' para vestuário e 64% para outros artigos esportivos. Esses percentuais representam 84,4 milhões e 71,1 milhões potenciais consumidores, respectivamente. As informações estão na pesquisa 'Mercado da maioria - Como a força da população de baixa renda está transformando o setor de varejo e consumo no Brasil', realizada pela PwC e pelo Instituto Locomotiva.    O estudo revela ainda que, na última década, 83% dos respondentes aumentaram o consumo de pelo menos uma das 13 categorias pesquisadas. Nesse período, 46% dos brasileiros das classes C, D e E passaram a comprar mais itens de vestuário, e 43% de artigos esportivos. "Quando se pensa nas projeções para os próximos dez anos, esses índices são de 37% de consumo de vestuário e 34% para demais artigos esportivos", prevê Helena Rocha, líder de Consumo e Varejo da PwC Brasil. Dividido entre as classes C, D e E, o "Mercado da Maioria" representa 76% da população brasileira e responde por quase metade do consumo do país. A pesquisa foi realizada com mais de 2,3 mil pessoas em todas as regiões do país e contou ainda com entrevistas por vídeo com lideranças de grandes empresas do setor de varejo e consumo. @pwcbrasil COMPORTAMENTO Treinando o olho: não caia na cilada das compras de roupas de academia. Analise o conforto e o estilo. No mundo das compras online, investir em roupas e tênis de academia pode ser tão fatigante quanto um treino intenso. Enquanto a promessa de um estilo visual para os treinos seduz, a realidade muitas vezes revela um cenário mais complicado: peças

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Pernambuco precisará qualificar 393 mil profissionais até 2027

Mapa do Trabalho Industrial revela que logística, construção e operação industrial serão as áreas com maior demanda de novos profissionais nos próximos anos Pernambuco precisará qualificar cerca de 393 mil profissionais entre 2025 e 2027, conforme o Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI). O estudo revela que 64,4 mil novas vagas serão criadas, enquanto 329,1 mil trabalhadores já atuantes precisarão de requalificação. Esse cenário reflete a necessidade de acompanhar o crescimento econômico e as demandas do mercado de trabalho, destacando o papel estratégico do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) na oferta de formação profissional. As áreas com maior demanda por profissionais no estado serão Logística e Transporte, Construção, Operação Industrial e Metalmecânica. A Logística lidera com uma projeção de 88.780 vagas, seguida pela Construção, que demandará 50.651 trabalhadores, e pela Operação Industrial, com 35.779 oportunidades. Essas áreas exigem profissionais qualificados para funções como técnicos de produção, motoristas, operadores de máquinas e montadores de veículos, refletindo a diversidade de ocupações essenciais para o desenvolvimento da indústria pernambucana. "O Mapa do Trabalho é uma importante ferramenta para direcionar as políticas de emprego e renda do País e suas Unidades Federativas. Em Pernambuco, a Construção será a área que mais demandará capacitações por formação industrial, representando 16% da demanda total até 2027”, pontuou a gerente de pesquisa e prospectiva do SENAI-PE, Ana Paula Vasconcelos. Além das novas formações, a atualização de competências será crucial para 329,1 mil trabalhadores. As requalificações envolvem tanto habilidades técnicas (hard skills) quanto competências comportamentais (soft skills), além de aspectos relacionados à saúde e segurança no trabalho. O desenvolvimento dessas competências visa garantir que os profissionais estejam aptos a desempenhar suas funções de forma eficiente e segura, acompanhando as inovações tecnológicas e as novas demandas do mercado.

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100 anos de Abelardo da Hora: o artista da beleza e da denúncia social

Com obras espalhadas pelas ruas e praças do Recife, Abelardo da Hora é lembrado no seu centenário por suas criações, que revelam flagelos como a fome, mas também a beleza feminina. No seu legado, está ainda a generosidade em formar novos talentos e levar a arte para o povo. *Por Rafael Dantas Esculturas, gravuras, cerâmicas, tapeçarias e até brinquedos são algumas das tipologias da arte por onde as mãos do artista Abelardo da Hora deixou sua marca. A obra imensa está distribuída por muitas praças, ruas e galerias – não apenas da capital pernambucana. Peças que, neste ano do centenário do seu criador, merecem um novo olhar dos recifenses e de quem visita a cidade. A criatividade e a habilidade desenvolvida como autodidata – embora tenha estudado na Escola de Belas Artes do Recife – estiveram a serviço de muitas missões, mas as principais foram a denúncia contra a desigualdade social e as suas paixões pelas mulheres e pela cultura local. Um dos grandes diferenciais das obras de Abelardo da Hora é o fato de muitas delas estarem nas ruas. Os Monumentos ao Frevo, na Rua da Aurora, o Maracatu, ao lado do Forte das Cinco Pontas, e os Retirantes, no Parque Dona Lindu, são apenas algumas das tantas que embelezam a cidade. Além das esculturas, o artista deixou muitos painéis em cerâmica espalhados pelo Estado. Eles estão, por exemplo, nas fachadas dos centros de saúde construídos durante o Governo de Eduardo Campos, como nos hospitais Miguel Arraes, Dom Helder Câmara e Pelópidas da Silveira. Mesmo aos estudiosos e apreciadores da sua arte, não é fácil escolher as principais obras, muitas delas doadas para a cidade. Todas elas com mensagens que respondiam às questões da humanidade nunca resolvidas ou às necessidades do seu tempo. Pouco conhecidos por sua assinatura, por exemplo, são os brinquedos do Parque Treze de Maio. Em uma época que os escorregos eram de madeira e que se registrou a colocação de giletes para machucar as crianças, Abelardo desenhou brinquedos de concretos para garantir a segurança dos pequeninos. “Ele foi um dos precursores do Modernismo no Brasil com sua escultura. Foi responsável por movimentos culturais de maior destaque do nosso Estado e participante dos mais relevantes do nosso País, como a Sociedade de Arte Moderna, o Ateliê Coletivo e o Movimento de Cultura Popular. Há quem diga que também é um precursor do Manguebeat, com sua Coleção Meninos do Recife, que ilustrou a edição Europeia de Geografia da Fome, de Josué de Castro”, destacou Lenora da Hora, filha do artista e presidente do Instituto Abelardo da Hora. A inovação, uma das marcas de sua vasta trajetória, foi mencionada em uma declaração que Abelardo fez ao Diario de Pernambuco em março de 1948, pouco antes da sua primeira exposição. “Sou o primeiro escultor pernambucano a fazer, ultimamente, uma exposição no Recife. Além dessa nota inédita, creio revestir-se a exposição de um cunho renovador para a escultura no Brasil. (…) É bastante atual. Os temas das minhas esculturas são na sua maioria o retrato deste após-Guerra.” Uma das obras icônicas dessa exposição inaugural é A Fome e o Brado. INFLUÊNCIA NA CIDADE E NA CLASSE ARTÍSTICA Uma das grandes contribuições do artista para a cultura pernambucana foi nas políticas públicas. Além de ter ocupado cargos do alto escalão da gestão municipal em diferentes momentos, Abelardo foi idealizador da lei municipal que estabelece a obrigatoriedade das obras de arte nas edificações. O marco legal previa que as construções na capital pernambucana, a partir de mil metros quadrados, deveriam destinar 1% do valor bruto da construção para instalação de uma obra de arte. A peça deveria estar em sua fachada. Nos últimos anos de sua vida, Abelardo reclamou que a lei não funcionava a contento pois muitos arquitetos estavam a simplesmente reproduzir formas geométricas e chamar de escultura. Ele defendeu em entrevista ao Diario de Pernambuco, em 2013, que deveriam ser criados critérios para aprovar as obras. Independentemente das críticas à aplicação mais recente dessa legislação, a sua instituição, há mais de 80 anos, tornou o Recife uma galeria de esculturas a céu aberto. Essa obrigatoriedade abriu mercado para muitos artistas na cidade. “Tinha um sentimento de democratizar a cultura e a arte, como o fez ao criar nos anos 1960 as Praças de Cultura. Seu interesse era levá-las para a rua, para que não ficassem elitizadas, apenas, nos recintos fechados das galerias e dos museus, para que todos tivessem acesso. A lei serviu de inspiração para outras cidades brasileiras e até para fora do Brasil”, disse Lenora. Sua preocupação de levar a arte para a cidade – e também de garantir trabalho para a classe artística local – está apontada desde o início da sua carreira. Em 1948, ele apresentou na sua exposição inicial, além das esculturas, maquetes para túmulos e mausoléus. Na ocasião recomendou aos pernambucanos que procurassem artistas locais para fazer essas obras fúnebres. “Gostaria que todos os pernambucanos que mandam fazer túmulos e mausoléus no Rio e em São Paulo soubessem que essas obras são executadas quase sempre por nortistas que residem no sul. E toda essa gente bem que podia mandar fazer estas obras por artistas de sua província. Assim ajudariam os pobres escultores a viver na sua terra, trabalhando e estudando. E garanto que ninguém seria explorado ou roubado.” No campo educacional, alguns dos mais destacados nomes das artes plásticas de Pernambuco foram alunos de Abelardo da Hora. Gilvan Samico, Aluísio Magalhães, José Cláudio e Francisco Brenannd foram alguns dos integrantes desse time. “Ele foi mestre de uma geração de artistas pernambucanos que se destacou em todo o Brasil. Tinha interesse em fundar uma faculdade de arte, para ensinar muitos jovens, nos mesmos moldes da que já tinha sido criada anteriormente e desmontada pela ditadura”, contou Lenora da Hora. Além dos nomes mais conhecidos que passaram por seus ensinamentos, o artista foi um promotor de muitas oportunidades de formação artística na cidade, como docente, em vários lugares até como voluntário. Apesar de ter vivido

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Endividamento atinge 82% das famílias no Recife em setembro

Endividamento atinge 82% das famílias no Recife em setembroFecomércio-PE aponta que mais de 154 mil famílias estão inadimplentes, destacando a dependência do cartão de crédito. O endividamento familiar no Recife alcançou 82% em setembro de 2024, com 431.511 famílias afetadas, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O aumento, comparado a agosto, reflete um cenário econômico delicado. Mesmo com uma queda de 16% no endividamento em 12 meses, 154.263 famílias ainda enfrentam contas em atraso, representando 29,3% das famílias da capital. O cartão de crédito continua sendo a principal forma de dívida, usado por 94,6% das famílias, seguido pelos carnês de lojas (25,2%) e financiamentos de veículos (6,2%). Entre as famílias de maior renda, o financiamento de carros responde por 32,6% das dívidas. Segundo Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, "a alta dependência do cartão de crédito como principal forma de financiamento é preocupante, pois fortalece um novo ciclo de endividamento". Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, alerta que o aumento da inadimplência, aliado a fatores como a alta taxa de desemprego e o aumento da Selic, agrava a situação das famílias de menor renda, limitando seu poder de compra e impactando o comércio local. “A combinação de fatores, como a alta taxa de desemprego, o novo aumento da Selic e o elevado grau de informalidade no mercado de trabalho, torna o cenário desafiador para as famílias. O aumento da inadimplência para 29,3% revela a dificuldade que as famílias enfrentam para manter suas dívidas em dia, o que tem impacto negativo no consumo e no comércio local. Embora o financiamento de veículos se destaque entre as famílias de maior renda, é entre as de menor renda que o impacto é mais profundo, já que o elevado endividamento limita sua capacidade econômica. Essa situação exige atenção especial na gestão do crédito e em iniciativas voltadas para a formalização e geração de empregos", afirma.

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Um passeio pelo Cinema São Luiz antigamente

O Governo do Estado anunciou a reinauguração do Cinema São Luiz para 1º de Novembro e a coluna Pernambuco Antigamente faz uma viagem ao passado, resgatando algumas imagens do Edifício Duarte Coelho décadas atrás. (Foto de abertura é de 1981, do Diario de Pernambuco, via página Recife de Antigamente) Em 6 de setembro de 1952 foi inaugurado na Rua da Aurora o Cinema São Luiz. O Jornal O Pequeno anunciou que a sessão de abertura foi fechada para convidados assistirem ao filme "O Falcão dos Mares". Um ano antes da inauguração, em agosto de 1951, o Diario de Pernambuco registrava que "Lula Cardoso Ayres está decorando o Cinema São Luiz. Vimo-lo ontem, exatamente como um simples operário, agarrado aos pincéis, lambuzado de tinta, comendo ali mesmo no trabalho, como se fosse um pintor de paredes. (...) Lula, que aprendeu desenho com Moser, não adotou a técnica modernista por esnobismo ou para escandalizar o público. Ele simplesmente sente a pintura dessa maneira. O belo painel que projetou para a entrada do Cinema reflete um panorama da vida do Recife e evoca seu passado, com as torres de suas igrejas, as cumeeiras de seus velhos sobrados e seus maracatus, os seus frevos e as suas cenas de carnaval". Acerca da estreia do cinema, Angelo de Agostini contou, no Jornal O Pequeno no dia 7 de setembro de 1952, que "a natureza prestigiou se maneira simpática a noite de inauguração do confortável cinema. Fazia um tempo agradável e a noite estava própria para festividades do quilate da inauguração de um cinema moderno. O rio, velho rio, estava contentíssimo, radiante". No dia 6 de setembro, o Diário de Pernambuco registrava que: "Encontra-se no Recife, desde ontem, o Sr. Henrique Molina Reys, diretor da "Películas Mexicanas do Brasil S.A." (PELMEX), que veio assistir à inauguração do Cinema São Luiz. A imagem acima captura um momento de sua chegada, com as seguintes personalidades da direita para a esquerda: os Srs. Sebastião Stanislau, Severino Soares e Irapuan de Albuquerque, representantes da Rádio Clube de Pernambuco; José de Barros Monteiro, gerente da Paramount; Henrique Molina Reys, diretor da PELMEX; Fernando Lima, gerente da PELMEX no Recife; e Olde Zenari, gerente da Monogram Pictures do Brasil". De acordo com o doutor em Arquitetura e Urbanismo Juliano Loureiro de Carvalho, no artigo Cine São Luiz: o valor do ultrapassado, o edifício foi projetado pelo arquiteto Américo Rodrigues Campello no final da década de 1940, com cálculo estrutural de Maurício Coutinho. O edifício possui térreo, sobreloja e mais 11 pavimentos. "Projetado por um arquiteto moderno em uma avenida moderna, buscando para si mesmo essa modernidade, o Cine São Luiz é hoje ultrapassado; foi tombado e segue preservado não por ser moderno, mas por ser antigo. Assim, aponta para a fertilidade das coisas fora de seu tempo e para a importância das engrenagens patrimoniais que o mantêm íntegro e em funcionamento." A reinauguração é aguardada com grande expectativa pela cidade, que abriga uma multidão de amantes da sétima arte e uma capacidade produtiva de fazer cinema como poucos lugares no País. *Por Rafael Dantas

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Governo de Pernambuco reabre Cinema São Luiz no dia 1º de novembro

Retorno do equipamento cultural terá em cartaz o 15º Festival Janela Internacional de Cinema do Recife, que acontecerá até o dia 8/11. Foto: Eduardo Cunha/Secult (Do Governo do Estado de Pernambuco) Os amantes da sétima arte já podem se preparar para o tão aguardado reencontro com um dos cinemas de rua mais importantes do Brasil. Após a execução de serviços de restauração realizados no equipamento cultural, o Governo de Pernambuco já definiu a data da reabertura do Cinema São Luiz. O monumento histórico será entregue à população em 1º de novembro, com o início da programação do 15º Festival Janela Internacional de Cinema do Recife, evento que conta com direção artística de Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux e acontecerá até o dia 8 do próximo mês. As obras de recuperação foram realizadas pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e incluíram a recuperação da coberta, orçada em R$ 106 mil de investimento estadual, e a restauração do forro decorativo, no valor de R$ 1,3 milhão, por meio de recursos da Lei Paulo Gustavo. “O Cinema São Luiz estava fechado desde novembro de 2021 e é uma prioridade desde o início do nosso governo. Sua reabertura é fundamental para o segmento audiovisual e representa um resgate da nossa cultura. É também uma das iniciativas para recuperar equipamentos importantes e históricos na área central do Recife, a exemplo da antiga sede do Diario de Pernambuco, do prédio do Liceu de Artes e Ofícios e dos prédios do INSS e Frei Caneca (antiga Vice-Governadoria), sendo os dois últimos transformados em moradia popular”, destacou a governadora Raquel Lyra. Para a secretária estadual de Cultura, Cacau de Paula, a reabertura do São Luiz é um importante movimento para o aquecimento da economia do setor audiovisual local. “A restauração do Cinema São Luiz, um monumento histórico da capital pernambucana, é uma ação da gestão estadual que fortalece o setor do audiovisual e da economia criativa, promovendo a geração de emprego e renda, além da questão afetiva de entregar para a população um equipamento cultural que é referência para o cinema brasileiro", disse. A presidente da Fundarpe, Renata Borba, ressaltou a relevância do equipamento para a valorização da memória cultural pernambucana. “É com a sensação de dever cumprido que reabrimos o Cinema São Luiz. Sabemos da importância deste equipamento cultural para o segmento do audiovisual e da economia criativa pernambucana, e ter de volta esse grande espaço faz parte da série de ações do Governo de Pernambuco voltadas para a preservação do patrimônio histórico e para a valorização da cadeira produtiva da cultura no Estado”, observou. MODERNIZAÇÃO – Após a reabertura, outras melhorias seguem em curso para deixar o São Luiz mais moderno, seguro e acessível. A última fase de obras no cinema iniciou no mês de agosto passado, com a licitação da requalificação e acessibilidade do espaço cultural. O serviço inclui a recuperação das marquises externas, a instalação de um sistema de prevenção e combate a incêndios, a requalificação dos banheiros com acessibilidade e a instalação de um elevador para os quatro pavimentos superiores. Também será realizada a recuperação de danos em pisos, tetos, portas, luminárias e no icônico letreiro da fachada. A previsão é que, em dez meses, tudo esteja finalizado. JANELA – A programação da 15ª edição do Festival Janela Internacional de Cinema do Recife inclui lançamentos nacionais e internacionais, clássicos restaurados, sessões com música ao vivo, o retorno da premiação de curtas-metragens nacionais, além de ações formativas e homenagens, entre elas, à cineasta pernambucana Kátia Mesel. O festival também contará com exibições no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Sala Museu), em Casa Forte. Durante os oito dias do evento, o Janela exibirá mais de 100 filmes, entre longas e curtas-metragens, distribuídos em cerca de 55 sessões. Os ingressos estarão disponíveis para compra pelo Sympla e nas bilheterias dos cinemas antes de cada sessão, sujeito à lotação da sala. O Festival é realizado pela Cinemascópio, com patrocínio da Lei Paulo Gustavo Pernambuco e Lei Paulo Gustavo Recife, além do apoio cultural da Copergás e do Complexo Industrial Portuário de Suape. PATRIMÔNIO HISTÓRICO – Inaugurado no dia 6 de setembro de 1952 e situado às margens do Rio Capibaribe, o Cinema São Luiz tornou-se um dos mais emblemáticos cinemas do Recife, prezando por essa arte em sua concepção clássica, com exibição em cineteatro. Atualmente, é o de mais rica concepção artística e arquitetônica do Recife e um dos últimos cinemas de rua do Brasil. Serviço: Governo de Pernambuco reabre o Cinema São Luiz no dia 1º de novembro | 15ª edição do Janela Internacional de Cinema do Recife Quando: dia 1º de novembro de 2024 Programação do festival até o dia 8 de novembro de 2024

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Mapeando o corpo: a importância da avaliação física para saúde e melhores resultados nos treinos

Com o aumento da prática de atividades físicas em academias, condomínios e parques, a avaliação física se tornou essencial para quem busca resultados seguros e práticos. Tão importante quanto à realização de exames médicos antes de iniciar uma rotina de treinos, a avaliação física permite um mapeamento detalhado do corpo, orientando a melhor estratégia para cada pessoa. Para a Revista Algomais, os profissionais de educação física Elton Alves e Jacqueline Jeremias explicam os principais tipos de avaliação, destacando o teste de força, um dos mais procurados por praticantes de esportes, atividades físicas e para reabilitação motora ou neural. A Avaliação Física é um mapeamento do funcionamento mecânico do corpo humano, seja ele muscular, articular ou ósseo. Essa avaliação pode ser feita de forma estática (parada) ou dinâmica (em movimento) e em ambas as formas de avaliar são gerados dados significativos e relevantes da pessoa avaliada. “É diante de dados gerados pela avaliação física que conseguimos mapear de maneira exata as suas reais necessidades e com isso alinhar aos objetivos de cada pessoa avaliada. Com todo esse contexto em mãos o planejamento de treinamento será prescrito de maneira muito mais assertiva e individualizada”, informa o profissional de educação física, Elton Alves. Ressalta-se que essas avaliações geram parâmetros únicos de evolução individual de cada avaliado. Tipos de Avaliação Física Circunferências: um método simples de avaliação é a mensuração das circunferências. Com uma fita métrica adequada consegue-se medir diversas regiões do corpo, informa profissional de educação física, Jacqueline Jeremias: “Extraímos dados que podem indicar riscos de saúde, como o caso Relação Cintura-Quadril (RQQ), que através das medidas dessas duas regiões, comparado o resultado com os parâmetros científicos, podemos indicar ou não predisposição de doenças crônicas (diabetes e hipertensão, por exemplo). Dobras cutâneas: esse método avaliativo utiliza o plicômetro (aquele famoso “alicate” que dá um leve aperto nas áreas avaliadas). Dois parâmetros muito importantes obtidos através dessa avaliação são o percentual de gordura e o percentual de massa magra. “É normalmente feito do lado direito da pessoa avaliada e a quantidade de dobras depende da fórmula utilizada pelo avaliador (dobras é como chamamos as regiões do corpo que são “apertadas” pelo plicômetro)”, explica Elton Alves. Bioimpedância: também avalia a composição corporal. Diferentemente das dobras cutâneas, a bioimpedância utiliza correntes elétricas com uma voltagem baixa que percorrem o corpo durante o exame. Essas correntes passam pelos polos que ficam no aparelho. “Para isso precisamos que nossa pele esteja em contato com esses terminais. Uma balança octapolar, por exemplo, utiliza 4 polos nos pés e 4 polos nas mãos”, diz Jacqueline Jeremias. Dentre as balanças de bioimpedância, há as que medem de maneira direta um segmento e por aproximação o outro segmento (como as balanças onde se apoia só os pés), e as que medem de maneira direta os dois segmentos (o caso das que apoiamos os pés e as mãos). Os dados que extraídos desses exames são maiores que os das dobras, além de citar a massa magra e da massa de gordura, a quantidade e distribuição de água corporal e densidade óssea. Avaliação postural estática: feita para identificar simetrias e assimetrias das estruturas corporais, essa avaliação analisa o paciente em posturas específicas. “Com ela podemos identificar assimetrias dos membros e traçar estratégias de intervenção para cada indivíduo”, diz Jacqueline Jeremias. Avaliação de força: um método cada vez mais procurado por praticantes de diversos tipos de treinos e modalidades Dentro dos métodos que avaliam a força de músculos e grupos musculares, existem os que utilizam o dinamômetro. Esses testes buscam identificar como está o desempenho muscular, se há a presença de assimetrias entre membros ou até mesmo assimetrias entre grupos musculares. “Outros dados que conseguimos é a análise de força, potência e a resistência muscular. Comumente utilizado em laboratórios temos o dinamômetro isocinético. Com esse mecanismo conseguimos analisar a região do quadril, joelho e tornozelo, por exemplo”, enfatiza Elton. A parte difícil desses equipamentos é a sua aplicabilidade no dia a dia, tendo em vista o alto custo e a escassez de lugares que ofertem o serviço ao grande público. Como opção mais acessível existem os dinamômetros isométricos. “Com esses aparelhos conseguimos extrair também dos dados de força, potência e resistência muscular, além de assimetrias.”, complementa Elton. Com os dados gerados por essas avaliações, o profissional de educação física traçará estratégias mais assertivas na prescrição do treinamento, seja ele voltado para correção de assimetrias ou ganhos de desempenho. Avaliação cardiorrespiratória: fundamenta-se em avaliar o funcionamento do sistema cardiovascular e cardiopulmonar diante de um esforço específico. “Nele analisamos a taxa de recuperação cardíaca, a frequência cardíaca antes, durante e depois do teste de esforço. Esses dados servem para verificar a competência desses sistemas, sendo extremamente importante no desenvolvimento de diversas outras funções do corpo que interferem no dia a dia”, revela Jacqueline. A avaliação dinâmica pode ser feita de diversas formas. Uma delas é através de vídeos (por apps, por exemplo). Na Avaliação por vídeo, ela consiste em analisar alterações que ocorrem normalmente na cintura escapular, quadril, joelho e tornozelo. É diante dessa análise dinâmica e de todas as outras analises já citadas que temos um mapeamento individual e completo de cada avaliado, independentemente do nível de atividade física ou esportiva que você tenha. Para quem deseja alcançar melhores resultados nos treinos, prevenir lesões e ter um acompanhamento mais personalizado, a avaliação física é uma etapa necessária. “É fundamental entender que cada corpo é único e reage de maneira diferente aos estímulos. A avaliação física completa é o ponto de partida para qualquer programa de exercício bem-sucedido”, destaca Elton Alves. Jacqueline Jeremias complementa: "A avaliação não deve ser vista como um extra, mas sim como uma ferramenta essencial para garantir segurança e eficiência nos treinos. Independentemente do local em que você pratica suas atividades físicas – seja na academia, no parque ou até em casa – realizar uma avaliação completa irá guiá-lo a alcançar seus objetivos de maneira mais assertiva". Com esse incentivo dos profissionais, fica claro que incluir a avaliação física no seu planejamento

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Aumento das taxas de emprego é mais um estímulo à economia

A queda na taxa de desemprego traz a perspectiva de recuperação econômica e, para alguns analistas, também influencia na redução da vulnerabilidade social e estabilidade política *Por Rafael Dantas A taxa de desemprego do País chegou a 6,6%. É a menor taxa registrada pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de toda a série histórica, que começou em 2012. Em Pernambuco, os números ainda são bem maiores, mas estão em queda. O Estado registrou 11,5% de desemprego, que é 2,6% menor do que no ano anterior. Essa mudança vem acompanhada com um aumento da renda dos trabalhadores. Transições que têm efeitos importantes na economia local e nacional. Luiz da Silva Neto, 48 anos, representa essa mudança no cenário do trabalho formal. Após dois anos de desemprego, o trabalhador, que já atuou como auxiliar de serviços gerais, cortador de cana e lavador de veículos, encontrou esperança em um novo emprego como ajudante de pedreiro em um empreendimento da Construtora Carrilho, no Recife. Com dois filhos, de 13 anos e 1 ano e meio, e sendo o único gerador de renda da casa, a carteira assinada dá uma tranquilidade que ele não tinha há mui- to tempo. “Eu deixava currículo em toda parte e sempre esperava uma chance. O que aparecia, eu tentava. Agora, espero com essa carteira assinada crescer na empresa e dar um futuro melhor para meus filhos”, planeja Luiz, que é morador de São Lourenço da Mata. “Estamos sempre na luta. A gente, pai de família, é quem mais sofre quando as coisas não vão bem. O trabalho é tudo, e quanto mais eu puder aprender, melhor”, diz ele, esperançoso. Sua história se entrelaça com o crescimento do emprego em Pernambuco. No setor da construção civil, o Estado registrou um aumento de 250,8% na geração de vagas na comparação entre os meses de janeiro e julho de 2024 com o mesmo período do ano passado. O total de geração de postos superou a casa de 6 mil contratações. A empresa em que Luiz trabalha, a Construtora Carrilho, está construindo oito novos empreendimentos. Para essas obras, ampliou o quadro em mais 150 profissionais. O avanço da geração de postos de trabalho e a redução do desemprego é fruto do crescimento econômico sustentado nos últimos anos e em 2024, segundo o economista e professor da UPE (Universidade de Pernambuco) Sandro Prado. “Nos últimos três anos (2022-2024), o Brasil viu um crescimento econômico significativo, com taxas que se aproximam dos 3%. Essa recuperação tem sido um fator crucial na luta contra o desemprego pois significa mais investimentos e, consequentemente, mais contratações. Esse cenário não só gera novas oportunidades, mas também atua como um motor para a formalização do trabalho, refletindo um ambiente econômico mais saudável.” Pernambuco recebeu em 2023 e neste ano grandes anúncios de empreendimentos, como da Stellantis, em Goiana, e da Refinaria Abreu e Lima, em Suape. O economista ressalta que Pernambuco lidera o percentual da geração de empregos no País, mas ressalva que o Estado ainda apresenta um dos patamares mais elevados de desemprego. Pernambuco e o Recife chegaram a superar as marcas de 14% e 16%, respectivamente, de desocupação, cravando por anos, com Bahia e Salvador, os postos de liderança do desemprego. Se o agronegócio foi o grande protagonista dos desempenhos econômicos do País na última década, a recente onda de avanço do emprego tem sido puxada principalmente pela indústria e pelos serviços. Apenas em agosto, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram 6.498 novas vagas na indústria e 5.815 nos serviços. No ano, o saldo de empregos no Estado, em todos os setores, é de 43.492 novos trabalhos formais. No ano, o comércio gerou 5.594 vagas, enquanto os serviços foram responsáveis por contratar 33.274 profissionais. O presidente da Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, destaca o ciclo positivo da economia do País e os impactos positivos nos setores representados pela federação. “O comércio varejista, o comércio por atacado e o comércio e reparação de veículos automotores são os segmentos que mais empregam no Brasil e os mais sensíveis à empregabilidade. Com mais pessoas empregadas, há um aumento no consumo local. Isso gera um ciclo positivo em que o comércio e os serviços prosperam, contribuindo para a recuperação da economia. O aumento da empregabilidade melhora a condição econômica das famílias, contribui para uma melhor qualidade de vida, reduzindo a vulnerabilidade social”. Além desse olhar por setores, Sandro Prado destaca que houve uma retomada dos empregos públicos a partir de 2023. A retomada dos concursos públicos e o aumento das contratações também das prefeituras, em áreas como ensino fundamental e na administração pública, também contribuíram. “Nós tivemos crescimento de empregos na iniciativa privada, mas tivemos de igual modo o aumento do número de empregos no setor público. Isso acontece após praticamente seis anos sem concursos públicos, sem que novos servidores estivessem sendo contratados.” EFEITOS ECONÔMICOS DA ATIVAÇÃO DO EMPREGO O efeito renda criado pelo avanço do emprego e também pelo aumento da remuneração se espalha por toda a economia. “A redução do desemprego resulta em um aumento da renda disponível das famílias, o que pode impulsionar o consumo. Com mais pessoas empregadas e recebendo salários, a demanda por bens e serviços tende a crescer, estimulando o setor privado e promovendo o crescimento econômico”, avalia Bernardo Peixoto. O presidente da Fecomércio-PE aponta ainda que enquanto uma região com alto índice de desemprego tende a refletir um quadro de insegurança financeira, altos índices de violência e baixo resultado dos setores produtivos, a virada que está sendo vista no País tende a gerar benefícios sociais relevantes. “A diminuição das taxas de desemprego pode contribuir para uma maior estabilidade social e política. Com menos pessoas em situação de vulnerabilidade econômica, há uma tendência de redução da criminalidade e dos conflitos sociais, criando um ambiente mais otimista para investimentos”. A diminuição da vulnerabilidade econômica das famílias pode gerar, segundo Sandro Prado, uma menor pressão no Governo Federal e no Governo do Estado em relação aos programas de distribuição direta de renda,

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Controle externo e social impactam a gestão pública

Desafio pós-eleitoral é manter a participação ativa da população e dos órgãos de controle na fiscalização do poder executivo *Por Rafael Dantas Durante o período de campanha para as eleições, a população se envolve mais com os temas da cidade, acompanhando de perto o que os gestores públicos realizaram ou deixaram de fazer. A participação das discussões sobre qualidade de vida e desenvolvimento urbano são mais intensas. No entanto, após o pleito, o grande desafio é manter essa participação ativa, colaborando com propostas, fiscalizando os erros e exercendo o papel de controle social e externo. Além das instituições destinadas para essa finalidade, como os Tribunais de Contas e o Ministério Público, a população desempenha um papel essencial nesse processo por meio de movimentos, observatórios e outras organizações da sociedade civil. Esses coletivos atuam na fiscalização e no monitoramento do cumprimento das metas estabelecidas pelos eleitos e das obrigações previstas em lei. O controle social é um mecanismo de fiscalização exercido diretamente pelos cidadãos, que monitoram as ações do governo para garantir que as políticas públicas atendam aos interesses da sociedade. Ele se manifesta por meio da participação ativa em conselhos, audiências públicas, consultas populares e outras formas de envolvimento cívico. Já o controle externo é realizado por órgãos independentes do Poder Executivo, como os Tribunais de Contas, o Ministério Público e o Poder Legislativo, que fiscalizam a legalidade e a eficiência dos atos administrativos e financeiros do governo, assegurando o cumprimento dos princípios constitucionais e legais. Em Pernambuco, há exemplos sólidos de contribuição tanto pelo controle externo, exercido pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), quanto pelo controle social, promovido por instituições como o Observatório do Recife, a Rede Gestão e o Instituto Histórico, Geográfico, Arqueológico e Antropológico do Paulista, entre outros. A atuação do órgão e das organizações sociais contribuiu em pautas como o fechamento dos “lixões”, a reorientação dos debates públicos e a interrupção da destruição do patrimônio arquitetônico. OBSERVATÓRIO DO RECIFE E O RECIFE QUE PRECISAMOS No controle social, um dos cases da capital pernambucana que desencadeou em uma série de ações práticas foi o surgimento do Observatório do Recife (ODR). A organização, integrante da Rede por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis e da Rede Recife 500 Anos, é um movimento da sociedade civil que reúne diversos setores, como empresariais, acadêmicos, movimentos sociais e cidadãos. Seu objetivo de nascimento, em 2008, foi de selecionar, propor e monitorar um conjunto de indicadores e metas que componham uma agenda de desenvolvimento sustentável para o Recife, com o propósito de transformá-lo em uma cidade mais justa socialmente, equilibrada ambientalmente e economicamente viável, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes. Na prática, o movimento começou a reunir dados e a publicar relatórios com os indicadores da cidade do Recife. Informações de governança, saúde, educação, trabalho e renda, juventude, cultura, meio ambiente, segurança e mobilidade, envolvendo mais de 100 indicadores fomentaram debates que contribuíram para mexer no debate público do município. Os números viraram propostas práticas para o desenvolvimento da capital pernambucana, que foram apresentados a todos os candidatos à prefeitura desde 2012, sob o nome do projeto O Recife que Precisamos, reaizado em parceria com outras organizações da sociedade civil, como a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e a Rede Gestão. Pouco a pouco, várias pautas traçadas por essas discussões, foram fomentadas pelos dados do ODR. "O Recife era considerada a capital mais violenta do país. Começamos a estudar porque isso aconteceu e chegamos à conclusão, na época, que não havia uma organização dos indicadores que ajudassem a explicar e a encontrar soluções. Em 2012 começaram a aparecer as pesquisas mostrando que os problemas da cidade indicados pela população eram a educação, a saúde e a segurança. Só que esses não são problemas só da cidade, mas do estado e do País também. Daí fizemos o debate com uma série de pessoas que compreendiam o problema da cidade, discutimos, formulamos um determinado conteúdo e apresentamos aos candidatos", relembra Francisco Cunha, integrante do ODR e condutor do grupo Caminhadas Domingueiras, que se tornou outro espaço de observação especialmente do Centro do Recife. As cinco pautas levantadas pelo projeto foram: (1) retomada do controle urbano, (2) restabelecimento imediato do planejamento de longo prazo, (3) enfrentamento do travamento da mobilidade, (4) recuperação do Centro da Cidade e (5) revitalização do Rio Capibaribe. Em 2020, um novo item entrou nessa pauta: (6) a diplomacia. Em todos, as proposições resultaram em ações práticas para a cidade. Algumas das mais conhecidas são o Parque Capibaribe, que já resultou na criação do Jardim do Baobá e do Parque das Graças, por exemplo. Sobre a mobilidade, os debates levavam para a priorização da mobilidade ativa. Após 2012, a prefeitura passou a iniciar os investimentos em calçadas e em ciclovias. Mesmo ainda muito distante do alcance necessário, a cidade passou a requalificar as calçadas nos principais corredores da cidade e a atender outros pleitos que surgiram nesses debates. A atenção proposta pelo Recife que Precisamos para a recuperação do Centro da Cidade resultou na criação do Gabinete do Centro, o Recentro. Ao dedicar uma atenção especial para a região estratégica do centro, o gabinete é uma inovação dentro da história da gestão pública da cidade, que se pautou sempre com secretarias temáticas que atuavam em todo o território. Com baixa densidade habitacional, mas com um conjunto de equipamentos notórios e históricos, os bairros centrais viviam um processo intenso de degradação que começou a ser enfrentado de forma mais estratégica. Neste ano, inclusive, o Centro foi o principal alvo dos debates promovidos pelo CDL Recife, com a Rede Gestão e a Algomais com os prefeituráveis, trazendo uma maior mobilização para essa pauta. Um dos cases mais emblemáticos da participação da sociedade civil organizada foi a mudança do projeto que resultou no Parque das Graças. A Associação por Amor às Graças se mobilizou contra um grande investimento rodoviário que seria instalado no bairro, já com receita garantida pela Caixa Econômica Federal, que seria uma via com quatro faixas na beira

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Há uma menina, há uma moleca morando sempre em meu coração

Uma crônica de Manu Siqueira recheada de sonhos e fantasias de criança Milton Nascimento, certamente, estava muito inspirado quando compôs “Bola de meia, bola de gude”. A letra e a melodia se misturam em um balé harmonioso que toca profundamente as memórias infantis de qualquer pessoa. Não quero aqui romantizar as infâncias difíceis. Sei que muitas intempéries desse período ainda estão impressas na parede da memória de muita gente. Mas espero que este texto seja um sopro de esperança, aliviado, dizendo ao pé do ouvido: “já passou”. Quero também, assim como na música, que esta leitura traga uma nostalgia gostosa e que cada leitor e leitora possa fechar os olhos e viajar comigo no tempo. Na infância dos anos de 1980, os quintais das casas de nossas avós pareciam um universo particular, onde a gente subia nas árvores e brincávamos nas poças d'água olhando para o céu azulzinho e imaginando criaturas que se formavam com a movimentação das nuvens. A gente fazia comidinhas para as nossas bonecas com barro, água, folhas e flores, e, também, comíamos frutas diretamente do pé, sem precisar lavar antes. Nas vendas, que eram bem populares, meus olhos brilhavam quando via aquela bomboniere giratória recheada de pirulitos, chicletes e bombons. Lembro muito da sensação de liberdade: de andar descalça, de levar minha prima no bagageiro da bicicleta que, na época, ainda não era chamada de bike, e de “ganharmos” o mundo, sem preocupações, sem medo, apenas sendo crianças alegres. Os pais, em sua maioria, permitiam que a gente brincasse ao ar livre, criando nossas próprias regras e explorando o mundo ao nosso redor. A gente sonhava. E muito. Sonhávamos em ser paquitas, em namorar algum Menudo, em ter os poderes da “Jeannie é um gênio”. Brincávamos de esconde-esconde, de “Gato mia”, de “Passarás”, da brincadeira do anel e de Amarelinha. Quem foi criado em contato com a natureza, com certeza, deve sentir, até hoje, o sabor do leite tirado da vaca na mesma hora em que o galo cantava, anunciando que o dia estava nascendo. Dizem que a vida na roça começa cedo e deve ser fascinante. Tenho uma amiga que, sempre que estamos juntas, arranja uma forma de reviver a criança que habita em nós. No último encontro, este ano, tentamos subir em uma árvore em um parque, lá em Brasília. Não deu muito certo; afinal, nossa coluna já não é a mesma, mas eu amo a tentativa dela de resgatar isso em mim. Minha criança interior, confesso, sempre anda adormecida. Mas de vez em quando, é bom deixá-la acordada, com os olhos atentos e brilhantes. Outra amiga, dia desses, disse que está com vontade de colocar um balanço em casa. Achei a ideia fantástica. Quando paramos de nos balançar? Uma brincadeira tão simples e tão maravilhosa... Assistindo recentemente ao documentário sobre as Paquitas, pude revisitar um sentimento que tomou conta dos anos 80: a Xuxa. Ela foi importante para a comunidade LGBTQIAPN+, que sempre encontrou conforto em seus programas e acolhimento nas letras das músicas, enquanto, muitas vezes, era hostilizada nas escolas e na vizinhança simplesmente por ser quem é. Você não precisa gostar da Xuxa, mas é preciso admitir que sim, ela foi bastante importante para esse público e também para uma multidão de crianças que sonhava em trabalhar na televisão. E eu era uma delas, sem ao menos saber a complexidade que isso representava. Mas o documentário deixou claro o “alto preço” que essas crianças pagaram para realizar esse sonho que depois se transformou em pesadelo. Impossível também não lembrar da Turma do Balão Mágico e do Trem da Alegria que marcaram uma geração com músicas que são cantadas até hoje. Na TV, imperdível eram os finais de tarde com o Sítio do Pica-Pau Amarelo e os domingos com Os Trapalhões. As festinhas de aniversário também estão na memória de muita gente, tenho certeza. Eram simples, feitas em casa, brigadeiro por brigadeiro, enrolados um a um por mães, primas e avós. Tenho saudade de alguns sabores da infância: dos lanches, na hora do recreio; do leite em pó que tinha um gosto que não existe mais; vitamina com farinha láctea era uma delícia; geladinho de coco sempre presente nos domingos na praia; claro, não podiam faltar o chiclete Bubbaloo, chocolates Surpresa e Lollo; e as balinhas Xaxá. Quando fiz 40 anos, comemorei com uma festa temática dos anos 80, com todos os brinquedos, músicas e decoração que tive direito. Foi lindo e emocionante rememorar essa época feliz! Dizem que, quando ficamos velhos, voltamos a ser crianças. Espero que o ditado se concretize no sentido de poder levar a vida de forma mais leve e divertida. Belchior pode até ter razão quando disse que o passado é uma roupa que não nos serve mais; porém, sempre é bom lembrar que toda vez que uma bruxa te assombra, a menina te dá a mão. E te fala coisas bonitas que acredito que não deixarão de existir: amizade, palavra, respeito, caráter, bondade, alegria e amor. Que a gente nunca perca nosso olhar pueril e encantado pela vida! Feliz Dia das Crianças! *Manu Siqueira é jornalista (mmsiqueira77@yahoo.com.br)

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