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"Não vendemos só o maltado, nós proporcionamos boas lembranças".

Fundada por Fidélio Lago, um imigrante de Cuba, As Galerias funciona há 95 anos no Bairro do Recife. O neto do fundador, Jorge Gomes, conta como uma bebida e um bolinho de receita cubana conquistaram o paladar do recifense a ponto de a lanchonete se tornar patrimônio da cidade. Uma bebida, originária de Cuba, ostenta a proeza de ser patrimônio cultural, gastronômico e imaterial do Recife. Mas é um reconhecimento bastante compreensível e justo, afinal o maltado, produzido na lanchonete As Galerias desde 1928, faz parte da memória afetiva de muitos recifenses e se incorporou ao paladar da cidade tanto quanto uma tapioca. Sua receita, trazida na bagagem do imigrante cubano Fidélio Lago, tem como segredos o malte retirado da amêndoa do cacau e o sorvete de baunilha, ambos produzidos na lanchonete. Outro sucesso é o bolinho cubano, que traz uma cobertura de malte, castanha e amendoim granulados. Boêmios, assíduos frequentadores da agitada noite do Bairro do Recife de décadas atrás, eram os principais clientes d’As Galerias, quando ela ainda funcionava no edifício conhecido como “Ferro de Engomar” (que sediou o Instituto Cultural Santander). Hoje, a lanchonete está na praça do Arsenal, mas Jorge Gomes, neto do fundador Fidélio, sonha em retornar ao antigo endereço. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele fala da trajetória do empreendimento que atrai uma clientela em busca do famoso maltado e até turistas interessados na sua história, ilustrada em antigas fotografias que adornam as paredes da lanchonete. Emocionado, Jorge também ressalta o significado de manter a tradição do negócio – “eu atendo famílias por várias gerações: o avô trouxe o pai, o pai trouxe o seu filho e o filho está trazendo o neto”. Um negócio que tende a se perpetuar com as filhas Vanessa e Vitória. “Elas já sabem fazer muito bem o Maltado”, assegura, orgulhoso. Como teve início As Galerias? A lanchonete foi fundada pelo meu avô, Fidélio Lago, que veio de Cuba e chegou no Recife em 1928 e, como um bom cubano, trouxe suas "especiarias", entre elas, o maltado que até hoje sobrevive e é o nosso carro-chefe. Inicialmente a lanchonete era localizada numa construção histórica do Bairro do Recife conhecida como “Ferro de Engomar”. O imóvel liga as avenidas Marquês de Olinda e Rio Branco. As Galerias ficava no número 58 da Marquês de Olinda, no piso térreo, era uma passarela ligando uma avenida à outra. Daí vem o nome. Ficamos nesse local por 74 anos. Em 2003, tivemos que entregar o prédio à seguradora a quem o edifício pertencia e fomos para a Rua do Bom Jesus. Em seguida, mudamos para a Rua da Guia, nº 183, onde permanecemos até o imóvel ser vendido após o dono falecer. Mudamos, então, para a Rua da Guia, nº 207. Estamos aqui há quatro anos, mas meu desejo é, em algum momento, voltar ao primeiro endereço, na Marquês de Olinda. Este retorno seria importante não só para As Galerias enquanto empresa, mas para os clientes e para a cultura e lembrança do Recife. Eu assumi a lanchonete em 2008, ao lado do meu pai, Antonio Gomes, que faleceu em 19 de outubro de 2012 com o desejo de transformar As Galerias em patrimônio. Em 2014, conseguimos tombar a lanchonete como patrimônio cultural, gastronômico e imaterial do Recife, resistimos à pandemia da Covid-19 e seguimos sempre trabalhando com respeito à nossa história e à tradição da cidade do Recife. Levamos isso muito a sério, é tanto que estamos aqui há 95 anos, exercendo essa atividade com muito respeito, muito carinho, atravessando gerações de pai para filho, abrindo mão de vida social, trabalhando quase todos os dias do ano, pois aqui só fecha no dia 1º de janeiro e na Quarta-Feira de Cinzas. Trabalhamos de domingo a domingo, sempre servindo o tradicional maltado. Qual o segredo do sucesso do maltado? De que ele é feito? Tem gente que pergunta “esse maltado é aquele que tem leite, Nescau, gelo e açúcar”? Eu respondo que não, isso é achocolatado. O maltado, por sua vez, se faz misturando leite com sorvete de baunilha e malte, que vem da semente do cacau. O malte é quase um xarope da semente do cacau, por isso tem essa saborosidade de chocolate, mas não é enjoativo, você pode tomar um litro tranquilamente e não enjoa. São vocês que produzem o malte? É uma receita nossa bem peculiar de fazer. A gente faz esse malte que leva um pouco de açúcar. O sorvete de baunilha também é uma receita nossa. Quando misturamos o sorvete, o leite, o malte e açúcar, fazemos essa bebida que é uma delícia. Você pode tomar todos os dias e não enjoa. É refrescante, saborosíssimo, por isso se mantém até hoje. O bolinho cubano é outro sucesso. De onde vem essa receita? O bolinho também é uma receita que nossa família trouxe de Cuba. Aqui na lanchonete, vendíamos sete ou oito dúzias desse bolo por dia. Sempre vendemos junto com o maltado. É uma receita da época em que não existia hambúrguer, x-burguer, por isso vendíamos muito. Como também não existia refrigerante. Além do maltado, vendíamos o ice cream soda, que era uma bebida gaseificada. Com o surgimento do refrigerante, as vendas do ice cream soda caíram, mas o maltado continuou persistente. E, nesse período, quem eram os clientes que frequentam As Galerias? De 1928 até meados dos anos 1960, o Bairro do Recife tinha vida noturna, nós tínhamos o Porto do Recife vivo e isso atraia o público à noite. O Recife Antigo era um bairro de baixo meretrício, até os anos 1960 ainda havia vestígios dos cabarés. Aqui era o que se conhecia por “zona”, termo originário de Zona Portuária, que culturalmente passou a ser associado a prostíbulo. Os frequentadores eram as pessoas da boemia. Eram os portuários, embarcadiços, despachantes, estivadores, os gringos que vinham para cá e também as pessoas daqui do Recife que queriam ter uma vida noturna e buscavam alguma forma de prazer. Vinham escondidinhos por aqui, faziam a farra, dizendo que

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30 Anos do Plano Real: Uma Jornada de Estabilidade Econômica

*Por Edgard Leonardo Lima e Paulo Alencar Há 30 anos, em um domingo dia 27 de fevereiro de 1994, o Brasil lançava o Plano Real, um plano econômico que mudaria os rumos do país. Nascia com ele uma nova moeda, o Real, que entrou em circulação no dia primeiro do mês de julho do mesmo ano. O plano foi certamente um divisor de águas na história econômica do Brasil, finalmente após vários planos fracassados, o Brasil encontraria a estabilidade financeira em meio às turbulentas águas da hiperinflação. Imagine viver em um mundo onde os preços mudavam tão velozmente que derrubavam o poder de compra da moeda, deixando o trabalhador atônito com a rapidez com que seu dinheiro perdia valor. Entre 1980 e 1982, a inflação no Brasil ficava na casa dos 100% ao ano, imagine que isso significava que as mercadorias, em média, dobravam de preço a cada doze meses, agora imagine novamente que essa inflação ainda era baixa, se comparada ao que ocorreria em anos seguintes. A década de 80 foi marcada pela estagnação do nível de atividade, por profundos desequilíbrios macroeconômicos e, em especial, pela hiperinflação; um processo de explosão de preços, combinado com baixas taxas de crescimento da economia. A inflação entre os anos de 1980 a 1993, medida pelo IGP-DI, atingiu o patamar médio de 438% a.a. (com picos de explosão ao longo dos meses). No ano de 1994, ano de lançamento do Plano Real, a inflação acumulada em 12 meses (mês de junho) foi de quase 5000%. Em 1º de julho de 1994 foi adotada efetivamente a moeda Real, substituindo o agora extinto, Cruzeiro Real, e em agosto do mesmo ano a inflação já estava em 1,86% (medidos pelo IPCA), uma queda significativa da inflação, o dragão parecia estar domado. Esse era o desafio enfrentado pelo trabalhador brasileiro nos anos 80 e início dos 90. Foi nesse cenário caótico que uma equipe de economistas entrou em cena para escrever um novo capítulo na história econômica do Brasil. Lançado em fevereiro de 1994 o Plano Real deu início ao combate da inflação com uma ideia inusitada, foi criada a URV – Unidade Real de Valor, uma unidade monetária temporária, introduzida no Brasil como parte do processo de transição entre o Cruzeiro Real e o Real, como conhecemos hoje. A URV tinha a função de ser uma "moeda virtual" que representava uma unidade estável de valor. Ela não era uma moeda física circulante; era, na verdade, utilizada como uma referência para precificação durante o período de transição para o Real. Sua principal finalidade era servir como uma âncora de estabilidade. Imagine que os preços agora, estavam sendo cotados em URV´s e assim aquela geladeira, que o trabalhador brasileiro desejava comprar, não mais subia de preços (em URV´s), apenas a cotação da URV era alterada. A verdade é que a estabilização econômica proporcionada pelo Plano Real contribuiu fortemente para a redução da pobreza no Brasil. Com a diminuição da inflação e a melhoria nas condições econômicas, a renda real das famílias mais pobres aumentou, permitindo-lhes adquirir bens e serviços básicos. O aumento no consumo, impactando o crescimento de setores como comércio, indústria e serviços, o que por sua vez gerou novas oportunidades de emprego e renda. Além do fato que, no bojo do Plano Real, foram lançadas as sementes de programas sociais ainda hoje importantes. Entre julho de 1994 e janeiro de 1996, período imediatamente após a implantação do Plano Real, segundo dados do IPEA – a proporção de pobres, no Brasil, declina de 38% para 29%, uma redução significativa. O Plano Real trouxe uma série de benefícios para a economia brasileira. A redução da inflação proporcionou uma maior previsibilidade e segurança para os agentes econômicos, estimulando o consumo, o investimento e o crescimento econômico. A estabilização monetária contribuiu para a melhoria das condições de crédito, incentivando o acesso a financiamentos e impulsionando o mercado interno. Além disso, o Plano Real trouxe confiança aos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros. A estabilidade econômica fortaleceu a imagem do Brasil como um destino atraente para negócios e investimentos, aumentando o fluxo de capital para o país e impulsionando setores econômicos diversos, além dos impactos sociais. De fato, a porcentagem de brasileiros que viviam na pobreza diminuiu e a distribuição de renda registrou pequena melhoria nos anos imediatamente após o Plano Real, e certamente muito mais poderia ter sido realizado nestes trinta anos. Porém, é fato que hoje, quando tiramos uma cédula de Real do bolso, estamos segurando não apenas dinheiro, mas um pedaço da história brasileira. Uma história de desafios, e acima de tudo, uma história de sucesso daqueles que idealizaram e participaram da implantação do Plano Real no Brasil. Edgard Leonardo Lima e Paulo Alencar são economistas

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Copergás anuncia plano de investimento perto de R$ 1 bilhão até 2029

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) tem no seu plano de investimento até 2029 a pretensão de investir R$ 986 milhões. O salto é de 65% em relação ao anterior, que previa um montante de R$ 596 milhões. Alvos dos recursos da companhia neste ciclo Os cinco principais pilares de atuação da Copergás envolvem a consolidação do gás natural em Pernambuco, promovendo uma maior disponibilidade para residências e empresas; o impulso ao crescimento econômico em microrregiões do estado ou em setores específicos, especialmente na indústria; a promoção do gás natural como uma fonte na transição energética para a mobilidade; o fomento à sustentabilidade do gás natural, explorando seu potencial como um combustível ambientalmente responsável e essencial na transição energética; e a busca pela inovação no setor de gás natural, por meio da transformação da cultura organizacional para estimular a inovação, do reforço na capacitação de colaboradores e parceiros estratégicos, e da revisão dos procedimentos internos. Números da Copergás A empresa possui atualmente a quarta maior clientela de gás encanado residencial do Brasil. O novo ciclo de investimentos nesse patamar é possível devido a nova política de dividendos da companhia, que reduziu a distribuição da companhia aos seus acionistas (o Governo do Estado e a Mitsui Gás e Energia do Brasil). O anúncio foi feito em reunião com a presença do diretor-presidente Felipe Valença, da vice-governadora Priscila Krause e do CEO da Mitsui Gás e Energia do Brasil, Tadaharu Shiroyama, da diretora administrativa financeira da Copergás, Taciana Danzi Amaral, e do diretor técnico comercial da Copergás, Roberto Zanella

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Intenção de consumo das famílias cai no País, mas percepção da economia segue positiva

O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF), publicado nesta semana, registrou queda em fevereiro. Trata-se da terceira seguida. O índice, que é calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), foi de 105,7 pontos, que é 0,5% a menos que o mês anterior. Apesar de estar acima de 100 pontos (que indica uma percepção geral de satisfação com as condições econômicas), o recuo é um sinal de alerta da preocupação das famílias com o endividamento dos últimos meses. A pesquisa indicou que a redução da intenção de consumo aconteceu principalmente nas famílias com renda abaixo de dez salários-mínimos (até R$ 14.120), que representou um recuo de 0,6%, enquanto que para os grupamentos familiares com renda acima de dez salários-mínimos, a redução foi de 0,1%. A pesquisa é feita em todo o país, com uma amostra de 18 mil consumidores. Se a intenção de consumo está em queda, a avaliação da população sobre a inflação, um dos indicadores mais relevantes para o equilíbrio da economia brasileira, é de que está controlada. O estudo indicou também a percepção de um crescimento na população empregada no País. Expo Franquias Nordeste terá 80 expositores no RioMar Recife Aqueles que desejam iniciar um novo empreendimento, mas estão em dúvida por onde começar, têm uma excelente oportunidade ao participar da Expo Franquias Nordeste (EFN 2024). O evento está programado para ocorrer de 21 a 23 de março, no RioMar Recife, das 14h às 21h. Em sua quinta edição, a exposição retorna à capital pernambucana, após ter sido realizada em Fortaleza no ano anterior. O espaço de exposições contará com mais de 80 marcas de franquias, e haverá também dois eventos paralelos: o Franchising Talks e o Congresso de Franquias & Varejo Norte e Nordeste da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Os visitantes podem esperar a presença de expositores nos setores de alimentação, casa e construção, entretenimento e lazer, hotelaria e serviços, limpeza e conservação, moda, saúde, beleza e bem-estar, serviços automotivos, serviços educacionais, comunicação, informática e eletrônicos, entre outros. O credenciamento para a feira já está disponível no site https://expofranquiasne.com.br. Leilão da Caixa oferece 285 imóveis com descontos de até 75% em todo Brasil A Caixa Econômica Federal está promovendo um novo leilão de imóveis em todo o Brasil, proporcionando diversas oportunidades para investidores e compradores. Com um total de 285 imóveis disponíveis, este leilão destaca-se pelos descontos substanciais oferecidos em relação aos valores de mercado, chegando a alcançar descontos de até 75%. O leilão será conduzido em duas etapas, cada uma oferecendo descontos progressivamente mais atrativos. Na primeira fase, agendada para o dia 06 de março de 2024, os participantes terão a oportunidade de adquirir propriedades com descontos de 40% em relação à avaliação de mercado. Já no segundo leilão, programado para o dia 15 de março de 2024, os descontos aumentarão para 75% em relação ao valor estabelecido no primeiro leilão. Artesanato de Talentos e Camarim Expopreta incrementam renda de empreendedores comunitários na temporada de Carnaval O Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social (IJCPM) encerrou a temporada de Carnaval com resultados positivos em suas iniciativas de fortalecimento do empreendedorismo comunitário nos espaços colaborativos do RioMar Recife. A loja Artesanato de Talentos, em parceria com a Fecomércio-PE, registrou um faturamento de aproximadamente R$ 80 mil em um mês de operação, comercializando fantasias e adereços confeccionados por 19 artesãs e artesãos do Pina e Brasília Teimosa, resultando na venda de mais de mil peças. Localizada no piso L2 e sem custos de ocupação, a loja direcionou integralmente a renda obtida para os participantes do projeto. Paralelamente, o Camarim Expopreta, situado no piso térreo, ofereceu serviços de trançados e penteados conduzidos por afroempreendedores locais, como Fran Ferreira, Miqueline Batista e João Perfeito. Ao longo de 28 dias, de 13 de janeiro a 9 de fevereiro, foram realizados cerca de 300 atendimentos, contribuindo para o fortalecimento da comunidade empreendedora na região. Curso de Due Diligence em Contratos Imobiliários acontece na próxima semana O advogado Augusto Lócio, especialista em Direito Imobiliário e Diretor Jurídico do Sindicato dos Corretores de Imóveis de Pernambuco (Sindimóveis-PE), estará ministrando nos dias 28 e 29 o curso "Due Diligence nos contratos de Compra e Venda e de Permuta de Imóveis". Organizado pelo Centro de Estudos do Direito Imobiliário (Cesdi Cursos), o curso visa capacitar advogados, corretores de imóveis, investidores e interessados, fornecendo informações cruciais para a interpretação da matrícula de um imóvel e outros documentos essenciais desde o início da transação. O objetivo é proporcionar a segurança necessária para aqueles que desejam realizar uma negociação imobiliária altamente segura. As aulas acontecerão das 18h às 22h, no Empresarial Riomar Trade Center Torre 5, no Pina. Para mais informações, entre em contato pelo número 99377.1630.

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"Energias renováveis são necessárias, mas não podem ser implantadas a custo da Caatinga e das comunidades"

Secretária de Meio Ambiente, Ana Luiza Ferreira, explica a estratégia do governo para unir sustentabilidade e desenvolvimento econômico, fala da meta de reviver 80 nascentes de rios e das políticas para evitar a desertificação do semiárido e priorizar a justiça climática nos projetos energéticos. (Foto: Tarciso Augusto) Ana Luiza Ferreira, a secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, embora jovem, já tem uma longa carreira na iniciativa privada e em órgãos de fomento. Foi estagiária no Citibank, atuou no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), passou pela Endeavor e trabalhou em consultoria com captação de financiamento no Banco do Nordeste e no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento). Ao ser convidada pela governadora Raquel Lyra para assumir a Semas, aceitou o desafio com o objetivo de trazer um olhar da nova economia sustentável regenerativa ao Estado. Nesta conversa com Cláudia Santos, ela aborda os programas governamentais: PerMeie (Plano Pernambucano de Mudança Econômica-Ecológica), que tem o objetivo de redirecionar a economia para um desenvolvimento inclusivo e sustentável, e o Plantar Juntos, que tem a meta de plantar quatro milhões de árvores. Ana Luiza também falou sobre as ações para o semiárido, que vão contar com recursos do Fundo Caatinga e do programa Floresta Viva Caatinga, divulgados na COP 28. A secretária ressaltou também sua preocupação de que os projetos de energias renováveis não sejam instalados sem a chamada justiça climática. “Comunidades produtoras, muitas vezes, estão deixando a vocação de produção rural para arrendar uma terra para torres eólicas. Se eu tiro essas pessoas dessas atividades, quem vai plantar com sustentabilidade, de forma agroecológica?”, preocupa-se a secretária que abordou ainda as políticas relacionadas à elevação do nível do mar, ao hidrogênio verde e à descarbonização. Na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), Pernambuco lançou, junto ao Consórcio Nordeste, uma proposta de criação de um Fundo Caatinga nos mesmos moldes do Fundo da Amazônia. Como estão as articulações nesse sentido? Já tínhamos o Fundo Caatinga e, na COP, a governadora lançou o programa Floresta Viva Caatinga, assinando junto com Aloizio Mercadante (presidente do Bando Nacional de Desenvolvimento), um protocolo de intenções de R$ 60 milhões – R$ 30 milhões não reembolsáveis do BNDES mais R$ 30 milhões do Governo do Estado – exclusivamente para o recaatingamento (restauro florestal na caatinga). Ou seja, além do fundo que já existia, entre as iniciativas do Governo junto ao Consórcio Nordeste e ao BNDES, temos o Floresta Viva Caatinga. O fundo e o programa são duas iniciativas que estamos amadurecendo com carinho, porque sabemos do potencial de capital ambiental e cultural no nosso semiárido. Para além do capital monetário, são necessárias pesquisas que nos deem mais clareza para usufruir melhor dessa área, quantificando, por exemplo, o potencial da caatinga para sequestro de carbono. Esse potencial é significativo, mas sempre foi subestimado, desacreditado ou negado, porque a caatinga era vista como um bioma pobre, sinônimo de escassez e, na verdade, é o contrário. Ela é rica em biodiversidade, com potencial enorme de explicar para o Brasil e para o mundo a resiliência, palavra da ordem em discussões referentes à adaptação às mudanças climáticas. Há um bioma mais resiliente do que a Caatinga que, com pouca água consegue manter sua biodiversidade e sua vida? Esses recursos já chegaram? Como está a implementação dessas iniciativas? Os encaminhamentos para o contrato já estão em curso por meio de reuniões com o BNDES. O protocolo assinado exige revisão da Procuradoria Geral do Estado e do jurídico e, com isso, já concluímos a viabilidade do programa. Agora estamos nas tratativas para destravar a fonte orçamentária. Está caminhando bem. Mas, o Fundo Caatinga, além de Pernambuco, depende dos outros estados que compõem o Consórcio Nordeste. Estive com o Governo da Bahia, que preside a Câmara Técnica de Meio Ambiente, e com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para tratar do tema. A ministra propôs a criação do Fundo Biomas e tivemos a ideia de tornar nossa iniciativa um fundo bioma, mas começando pela Caatinga. Ano passado, com o início da gestão de Raquel Lyra, na reforma administrativa, aumentamos mais uma secretaria executiva e passamos de três para 10 gerências técnicas. Nessa estrutura, com uma nova visão de economia regenerativa, criamos gerências gerais de instrumentos econômicos verdes, de projetos especiais e a ESG. Desenhamos, ao longo do ano, dois grandes programas do meio ambiente de Pernambuco, em que todos os nossos projetos se encaixam em um ou em ambos. Um deles é o PerMeie (Plano Pernambucano de Mudança Econômica-Ecológica), cujo grande objetivo é fazer um redirecionamento do vetor de desenvolvimento de Pernambuco, reforçando que a política econômica do Estado não pode existir sem o olhar sobre a sustentabilidade, e a política da sustentabilidade não pode existir sem um olhar sobre desenvolvimento econômico, investindo, assim, num desenvolvimento que seja, de fato sustentável, regenerativo. E o outro grande programa é o Plantar Juntos, que tem um foco menos econômico e mais de restauração ambiental, com uma meta ambiciosa de plantar 4 milhões de árvores por meio de um amplo programa de conscientização da sociedade em todos os biomas. Então, muitas das nossas iniciativas têm, tanto a etiqueta do Plantar Juntos, quanto a etiqueta do PerMeie, mas algumas são mais direcionados a um ou a outro. Quais as medidas adotadas pelo Governo do Estado para evitar a desertificação do semiárido? Numa iniciativa conjunta Semas e Sdec (Secretaria de Desenvolvimento Econômico), relacionada ao PerMeie, com foco econômico, mas de extrema importância no combate à desertificação, contratamos um mapeamento e planejamento estratégico para a transição de Pernambuco de uma economia tradicional para a economia regenerativa. Esta nova economia do mundo afirma que a restauração florestal vai caracterizar a nova construção civil enquanto atividade que emprega muita gente com baixo nível de formação técnica. Como transformar isso em realidade? Teremos fontes que financiem pessoas para plantar árvores e manter a floresta em  pé? Isso não é utopia, existem fundos internacionais que podem  e querem pagar para isso. O primeiro passo é mapear o nosso

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Estados do Nordeste reivindicam retorno das ferrovias na região

Representantes do setor industrial e engenheiros de Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba se unem pelo retorno da Malha Nordeste e pelo trecho Salgueiro - Suape da Transnordestina *Por Rafael Dantas Há um ano os empresários pernambucanos iniciaram o movimento Transnordestina Já!, pela retomada do trecho pernambucano da ferrovia até Suape. Enquanto a articulação entre o Governo Federal, a empresa concessionária e os diversos agentes econômicos se desenrola, outra frente de batalha foi aberta. Desta vez, entidades técnicas e empresariais de quatro estados pedem a recuperação da antiga Malha Nordeste, que era o sistema sobre trilhos que conectava Alagoas, Pernambuco, Paraíba e o Rio Grande do Norte. A mobilização foi incendiada após a empresa FTL (Ferrovia Transnordestina Logística), responsável pela concessão da Malha Nordeste, solicitar à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a devolução da concessão. Apesar do estado de abandono atual do sistema, o engenheiro Maurício Pina avalia que a suspensão desse contrato pode ser ainda mais danosa do que qualquer perspectiva de retomada do modal. “No final do ano passado a concessionária solicitou a retirada da concessão de toda a malha ferroviária de bitola métrica dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Ou seja, um abandono dos quatro estados. Sacramentou a devolução da concessão. Em 2024, o que vamos fazer? É razoável aceitar essa condição absurda, trazendo sérios prejuízos para a economia da região?”, indagou o engenheiro. Em apresentação realizada para entidades como CREA (Conselho de Engenharia e Agronomia), Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção) e Federação das Indústrias dos quatro estados, Maurício Pina contou toda a história de formação e abandono da ferrovia. Antes da privatização, em 1998, a região contava com uma vasta malha ferroviária que atravessava as fronteiras dos estados, conectando os grandes portos da região. Do total de 4.238 quilômetros de malha ferroviária assumidos pela concessionária, em menos de dois anos, apenas 2.750 quilômetros permaneciam operacionais. Ou seja, praticamente um terço de todo o sistema estava parado já no ano 2000. O fim das operações em 2013 nos quatro estados contribuiu para a degradação mais acentuada do sistema. Os relatos dos empresários de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e do Rio Grande do Norte é de que vários trilhos foram arrancados. Muitas estações foram destruídas ou ocupadas irregularmente. Alguns prédios se tornaram espaços culturais ou abrigam outros serviços públicos. Porém, o uso logístico para que foram construídas essas estruturas foi completamente abandonado. “Nesse plano que a concessionária prevê há um inteiro desequilíbrio intraregional, pois o Porto de Pecém passará a ser alimentado por 2.446 km de ferrovias (sendo 1.207 de São Luiz, no Maranhão, e 1.239 km vindos desde Elizeu Martins, no Piauí), enquanto isso, os outros Estados da região vão ficar com zero quilômetros de ferrovia”, denunciou Maurício Pina. Em consequência disso, todas as conexões passaram a ser rodoviárias. E os portos dos quatro estados ficaram isolados de modais mais eficientes, dependendo de caminhões para fazer o transbordo de qualquer tipo de carga. Com perfil de atuação regional, como um hub do Nordeste, Suape é o principal prejudicado pela morte desse sistema, bem como pela amputação da linha que iria até Salgueiro dentro da Transnordestina. “Não se pode pensar em ferrovia sem malha e não se pode pensar em porto sem ferrovia. Não existe porto relevante no mundo sem ferrovia. O Nordeste não pode ficar excluído da infraestrutura nacional. É isso que está sendo proposto contra os estados do Nordeste Oriental”, criticou o consultor empresarial Francisco Cunha, integrante do movimento empresarial. ABANDONO E ISOLAMENTO Na primeira reunião oficial para mobilizar os empresários, além dos representantes de classe, a sede do Sinduscon-PE recebeu também o secretário de Desenvolvimento Econômico, Guilherme Cavalcante. De Natal, também representando o Governo do Estado, compareceu à mesa o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Sílvio Torquato. Para os próximos encontros do grupo fica a expectativa desse movimento ser adensado pela presença de mais executivos estaduais. “Nós fomos condenados, porque de uma hora para outra, o Rio Grande do Norte ficou completamente isolado”, criticou o secretário Silvio Torquato. “Somos um grande produtor de sal, que descia para Pernambuco. E subia muito açúcar produzido aqui e muitos outros produtos. Havia uma ligação muito forte por essa malha litorânea ferroviária. Isso foi um crime contra o Rio Grande do Norte. Estamos lutando para soerguer o trabalho ferroviário”. O lamento potiguar e pernambucano também ecoa na Paraíba e em Alagoas. Lamartine Alves, presidente do Sinduscon-PB, reforça que é do conhecimento público que as ferrovias foram muito danificadas em vários Estados. “A malha ferroviária está esquecida no Nordeste. Foi desativada, invadida e danificada. É um absurdo. Isso trouxe uma deseconomia enorme para a região. Queremos que a União analise uma nova concessão para o bem da Paraíba, de Pernambuco, de Alagoas e do Rio Grande do Norte”, afirmou Lamartine. O açúcar, os combustíveis e o cimento seriam alguns dos principais produtos beneficiados pela operação ferroviária na Paraíba, segundo o presidente do Sinduscon-PB. Antônio Facchinetti, diretor do Clube de Engenharia de Alagoas, destacou a negligência em relação à malha ferroviária, abandonada desde 2013 no seu Estado. O engenheiro enfatiza que o setor industrial, incluindo a produção de cana-de-açúcar e coco, enfrenta dificuldades logísticas devido à falta de ferrovias. O engenheiro citou, inclusive, que algumas empresas já deixaram o estado por esse motivo. “O Brasil precisa demais das ferrovias. É o transporte de grandes escala, quantidades elevadas de carga não deveriam ser transportadas por caminhões. Muitos acidentes que têm acontecido nas rodovias, inclusive, seriam evitados se tivéssemos mais ferrovias. A quantidade de veículos de carga é muito grande, se existissem os trens isso seria muito reduzido. Algumas empresas, inclusive, saíram de Alagoas porque ficou inviável a dependência do transporte rodoviário”, afirmou Facchinetti, ressaltando a importância estratégica das ferrovias para o desenvolvimento econômico regional. Ele defende a necessidade de investimentos públicos para o setor. De acordo com o presidente da FIERN (Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte), Roberto Serquiz, diante da ausência do modal ferroviário,

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Movimentação ferroviária bate recorde no País, mas segue estacionada no Nordeste

O relatório da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) do ano passado revelou que o País movimentou 530,6 milhões de toneladas de cargas por ferrovias. Um recorde nos últimos cinco anos. A entidade informou ainda que foi o terceiro maior volume da série histórica. Apenas nos anos de 2018 (569,4 milhões de toneladas úteis) e 2017 (538,3 milhões), a movimentação foi superior. Entre 2006 - ano que foi anunciado o novo projeto da Transnordestina - e 2023, o volume de carga transportado por trens aumentou 64%. Com menor custo e maior segurança, o modal ferroviário é um dos pilares para a competitividade econômica dos polos industriais e para o escoamento de cargas dos portos. É impossível não olhar para esses dados nacionais e lembrar que o Nordeste está de fora desse momento de avanço do transporte ferroviário. Com quase 18 anos do seu anúncio, a Transnordestina não carregou nada ainda, ampliou muito os orçamentos previstos inicialmente e ainda retirou o trecho Salgueiro - Suape na concessão original. Alijada do projeto no apagar das luzes do Governo Bolsonaro, principal linha em território pernambucano tem o compromisso do Governo Lula para sair do papel. Se olharmos para a antiga Malha Nordeste, o desalento é ainda maior, com toda linha que cortava Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte completamente parada e abandonada. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê mais de R$ 94 bilhões em investimentos no transporte ferroviário até 2026. Resta saber o que irá vingar no Nordeste ou se permaneceremos desconectados da malha nacional e das oportunidades desse setor, que foi sucateado e destruído após as privatizações do final dos anos 90. Grupo Mioche prevê abrir 10 novos pontos de venda em 2024 O grupo nordestino Mioche - especializado em moda masculina de alto padrão, com lojas em Pernambuco, na Paraíba, no Ceará e no Rio Grande do Norte - costura novos negócios para crescer. Os planos dos sócios e irmãos Rhuan Penaforte e Renan Penaforte envolvem a abertura de 40 novas lojas até 2026. Para este ano, a previsão é inaugurar 10 novos pontos de venda. Segundo o diretor comercial, Rhuan Penaforte, a abertura acontecerá em estados onde a marca já está presente e em novos estados. Com 22 anos de atuação, o grupo conta com uma fábrica em Campina Grande (PB), de onde sai toda a produção, além de 17 lojas próprias de varejo e também está presente em mais de 1.000 lojas multimarcas, que representam e revendem a Mioche em todo o país. Na capital pernambucana, conta com loja exclusiva no piso L2 do RioMar Recife, além de duas lojas em Caruaru - sendo uma no Shopping Difusora e outra no Caruaru Shopping - e ainda uma unidade em Garanhuns. Bezerros comemora movimentação econômica no Carnaval O balanço prévio da Secretaria de Administração e Inovação da Prefeitura de Bezerros revelou 100% de ocupação da rede hoteleira, com geração de mais de 1.500 empregos diretos e indiretos e cadastro de aproximadamente 200 pontos autorizados para comercialização no ciclo carnavalesco. O poder municipal estima que mais de R$ 20 milhões tenham sido injetados na economia local e regional nos quatro dias de festa, com a presença de mais de 500 mil foliões.

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Folia lucrativa: as cifras do Carnaval que movimentam Pernambuco

*Por Rafael Dantas A folia pernambucana não agita somente os passistas e os tambores. Ela mexe com toda uma cadeia econômica que envolve hotéis, restaurantes e até o comércio popular. Embora o Recife e Olinda sejam os carros-chefes do carnaval pernambucano, diversos municípios do interior tem toda uma cadeia de serviços e comércio animadas pelos ritmos do frevo, maracatu e caboclinhos, como Nazaré da Mata, Bezerros, Petrolina e Garanhuns. Entre as cifras e os passos, a economia pernambucana deve movimentar R$ 3 bilhões nesses dias da festa momesca, segundo estimativa da Secretaria de Turismo do Governo do Estado. Caso as perspectivas divulgadas pela Secretaria de Turismo se confirmem, o Carnaval de 2024 terá um aumento de 10% da movimentação econômica em relação ao ano passado. Só de contratações artísticas da Secretaria de Cultura, Fundarpe e Empetur, o Estado está investindo R$ 20 milhões neste ano. Os números podem ser até superiores, visto que somente a Prefeitura do Recife, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, prevê uma movimentação na economia da cidade de R$ 2,4 bilhões. A CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas do Recife) também prevê um aumento de 5% a 10% nas vendas neste ano em comparação com 2023. Na última semana antes do carnaval, a capital pernambucana registrou uma boa ocupação da rede hoteleira para o período da folia, segundo dados da ABIH-PE (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco). “Começamos a semana recebendo essa grande notícia. A taxa de ocupação do setor hoteleiro do Recife já está em 96%, a mesma que registramos ao longo do carnaval do ano passado. Tenho certeza de que esses números ainda vão aumentar”, ressaltou o secretário de Turismo e Lazer do Recife, Antonio Coelho. No interior, alguns municípios se destacam por festividades culturais mais tradicionais, como os Caboclos de Lança de Nazaré da Mata e os Papangus de Bezerros. Destinos típicos do turismo pernambucano, como Gravatá e Petrolina, também prometem grandes festejos. E para quem não quer perder o feriadão mas não gosta de frevar, Garanhuns já é um destino consolidado para os amantes do jazz. “O carnaval do interior também atrai milhares de foliões: Nazaré da Mata com o maracatu rural, Triunfo com o Carnaval dos Caretas, Pesqueira com o Carnaval dos Caiporas, Bezerros com os papangus são alguns exemplos de tradições fora da capital. Esses municípios, ao sediarem seus próprios carnavais, conseguem atrair visitantes de outras regiões, contribuindo para a movimentação da economia local. Além disso, as festividades carnavalescas promovem a valorização da cultura regional, impulsionando o turismo e fortalecendo a sua identidade", afirmou Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE. Independente do destino, a CNC (Confederação Nacional do Comércio) destaca que o período aquece a demanda dos segmentos de alimentos, bebidas, serviços de beleza, de eventos culturais, entretenimento e da hotelaria. Seja para fazer a fantasia, curtir os shows ou turistar pelo Estado, a engrenagem da folia turbina os negócios em vários municípios do Estado. Um ritmo que fez três de cada quatro empresários pernambucanos, consultados pela Fecomércio-PE, traçarem expectativas de aumentar o faturamento no Carnaval 2024. “O carnaval impulsiona diversos setores econômicos, gerando empregos, renda e oportunidades de negócios para as comunidades locais. Durante esse período, o fluxo turístico aumenta, levando a um aumento na demanda por serviços como hospedagem, alimentação, transporte e entretenimento”, declarou o presidente da Fecomércio-PE. Ele destaca que para muitos empreendedores, o período momesco surge como um momento estratégico não apenas para aumentar suas vendas mas, também, para expandir seus negócios. NA TERRA DOS MARACATUS Conhecida pelos seus caboclos de lança e pelo maracatu, Nazaré da Mata, há anos, é um dos destinos procurados pelos pernambucanos e pelos turistas que vêm de outros Estados e até países. “Não temos uma estatística, para comprovar números reais de visitantes na cidade, mas temos notado uma crescente visita de estrangeiros vindos dos Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Grécia, Espanha, Itália, entre outros, nos últimos sete anos”, afirmou Joba Ribeiro, assessor de imprensa da prefeitura municipal. Ele considera que são o colorido do maracatu e a animação de seus brincantes que atraem vários admiradores e foliões durante o carnaval. O ponto alto da festa na cidade é o grande encontro de maracatus de baque solto que acontece na segunda-feira de carnaval, com mais de 200 grupos. “A cidade de Nazaré da Mata é rica na construção e na perpetuação das manifestações culturais de Pernambuco, o maracatu rural, que se tornou símbolo do turismo do Estado, é um exemplo, mas existem também outras danças fascinantes como o cavalo marinho, coco de roda e a ciranda. Dessa forma, além do patrimônio material com os engenhos, o patrimônio imaterial com as danças e músicas da região são um traço marcante, a criação cultural do seu povo”, ressaltou o comunicador. Os cofres municipais estão investindo mais de R$ 400 mil nos festejos de 2024, com retorno garantido. A Secretaria de Finanças do município destacou que os gastos dos foliões com hospedagem, alimentação, bebidas e adereços aquecem a economia nazarena no período. A TERRA DO JAZZ E DE OUTROS RITMOS Destinos tradicionais de inverno dos pernambucanos, Garanhuns e Gravatá fizeram apostas altas para o Carnaval 2024. Promovendo uma festa para quem quer fugir da folia tradicional, Garanhuns tem a expectativa de atrair um grande público durante o período momesco. Enquanto o Bloco das Virgens (que neste ano recebe a banda Cheiro de Amor) e o Carnaval nos Bairros atendem aos foliões, o Garanhuns Jazz Festival é a pedida para quem procura outros ritmos. Em 2023, Garanhuns chegou ao posto de cidade que recebeu o maior percentual de turistas durante o período carnavalesco, de acordo com levantamento realizado pelo Setor de Estudos e Pesquisas da Secretaria de Turismo (Setur) e Empetur. "Por isso, acreditamos que esses números podem ser alcançados novamente. O Garanhuns Jazz Festival, sem dúvidas, é um grande atrativo, sobretudo para as pessoas de diversos estados do Brasil que procuram uma alternativa à agitação do Carnaval tradicional”, afirmou a secretária de Cultura do município Sandra Albino. O festival

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9 fotos do Carnaval de rua do Recife Antigamente

Com a cidade da capital pernambucana já fantasiada para os dias da folia, a coluna Pernambuco Antigamente publica hoje uma sequência de 7 imagens divulgadas pelo Museu da Cidade do Recife na ocasião do lançamento do livro “Leve História para Casa”. As fotos são os Carnavais das décadas de 40 e 50. Além disso, trouxemos ainda uma imagem do primeiro desfile do tradicional galo da madrugada (abertura) e encerramos a postagem com um passista, registrado na Biblioteca do IBGE. .  Passista no Carnaval de 1958. Foto: Mario de Carvalho .Maracatu. Foto: Alexandre Berzim . Passista no Carnaval de 1955. Foto: Rigueira Costa . Passista na Pracinha, em 1955. Foto: Roberto Cavalcanti . Carnaval de 1944. Orquestra de troça. Foto: Alexandre Berzin . Carnaval de 1944, grupo de Foliões fazendo o passo. Foto: Alexandre Berzin . Carnaval de 1953. Foto do Bloco Papagaio na Rua Nova. Foto: NID Passista de frevo no Recife. Foto: IBGE Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Governo anuncia investimentos de R$ 6 milhões para fornecimento de gás no Araripe

A governadora Raquel Lyra anunciou ontem o início do fornecimento do gás natural na região do Araripe, principal produtora de gesso do País. O investimento inicial será de R$ 6 milhões através da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) para garantir o abastecimento. Além disso, para incentivar as empresas fazerem a transição para essa nova matriz energética, o Governo do Estado também zerou o ICMS do gás que será vendido para as indústrias do gesso. Expectativas da operação De acordo com o presidente da Copergás, Felipe Valença, as obras começam no final do ano. A base operacional para o fornecimento deve ficar pronta no primeiro semestre de 2025. As estivas da empresa são de que ao menos 30 empresas adaptem sua queima energética para o gás natural, representando R$ 20 milhões na economia por ano para essas corporações.A região tem capacidade para consumir cerca de 320 mil metros cúbicos de gás natural por dia, o que equivale a 20% do volume distribuído hoje pela Copergás. Raquel Lyra, governadora de Pernambuco “Cada território precisa viver das suas próprias potencialidades, e assim é o gesso aqui no Araripe. Aqui teremos gás com ICMS zero para garantir que essa região amplie seu desenvolvimento e gere mais e mais empregos com nosso investimento inicial de cerca de R$ 6 milhões. Concretizar essa demanda histórica e mudar a matriz energética do Polo Gesseiro vai ajudar a preservar nossa caatinga. As agendas de meio ambiente e desenvolvimento sustentável se uniram e estão alinhadas na nossa gestão”. Jefferson Duarte, presidente do Sindicato da Indústria de Gesso de Pernambuco (Sindusgesso) “Esse é um momento histórico para o polo gesseiro, que precisa de um olhar clínico e atencioso. Trocar a matriz energética com a chegada do gás vai proporcionar investimentos e desenvolvimento na nossa região”, registrou. Felipe Valença, presidente da Copergás “O gás que será entregue para o Polo Gesseiro será o mais barato do Estado, com os incentivos governamentais. Com a adesão de mais empresas, vamos aumentando a confiança do setor e gerando mais desenvolvimento para a região” 97% de todo o gesso produzido no Brasil sai da região 6 municípios possuem minas de gipsita (matéria-prima do gesso): Araripina, Bodocó, Exu, Ipubi, Santa Filomena e Trindade 88% e 98% é o grau de pureza do minério encontrado na região

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