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Confira 5 cidades pernambucanas vestidas para os festejos do Natal

O Natal costuma iluminar cidades do mundo inteiro e com Pernambuco não seria diferente. Confira abaixo alguns dos destaques natalinos desde ano. GARANHUNS - Um dos destinos já tradicionais do Natal no Estado é a Suíça Pernambucana, Garanhuns. O município aposta na decoração e na programação festiva do período. RECIFE - A capital pernambucana é um dos destaques deste ano. O Recife experimentou muita inovação tecnológica, especialmente com uso de drones, e embelezou novos espaços da cidade, como o Parque das Graças. GRAVATÁ - Com o tema A Caminho do Amor, a cidade de Gravatá teve uma programação intensa de festejos natalinos neste ano, mobilizando os espaços públicos centrais da cidade. PETROLINA - Um dos cartões-postais mais conhecido da capital do Sertão do São Francisco, a Orla de Petrolina, ganhou as decorações do Natal Luz. TAQUARITINGA DO NORTE - O Natal Serrano vem com a temática “Vila Natalina”, trazendo a magia do natal para as praças centrais e aflorando o sentimento que envolve a festa e as tradições pelo mundo, com destaque especial na Praça Central Padre Otto Sailler.

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S&P eleva nota da dívida do Brasil pela primeira vez em 12 anos

(Da Agência Brasil) Pela primeira vez em 12 anos, a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) elevou a nota da dívida soberana brasileira. O país saiu da nota BB-, três níveis abaixo do grau de investimento, para a nota BB, dois níveis abaixo. A S&P concedeu perspectiva estável, o que não indica alterações nos próximos meses. A última vez em que a S&P havia elevado a nota da dívida brasileira tinha sido em 2011, quando o Brasil passou da nota BBB- (grau de investimento, garantia de que o país não dará calote na dívida pública) para BBB (um nível acima do grau de investimento). Desde então, o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de investimento em setembro de 2015. Desde junho deste ano, a S&P tinha indicado que elevaria a classificação do país, ao conceder perspectiva positiva para a nota brasileira. Em nota, a S&P atribuiu a melhoria da nota brasileira à aprovação da reforma tributária, ocorrida na sexta-feira (15). Segundo a agência, a conclusão das discussões em torno da modernização do sistema tributário brasileiro amplia a trajetória de implementação de políticas pragmáticas no país nos últimos 7 anos. A S&P, no entanto, adverte que continuam riscos para a economia brasileira, como as perspectivas de fraco crescimento econômico e de situação fiscal “débil”, o que justificou a perspectiva estável para a nota do país. “Isso reflete nossas expectativas de que o país fará progresso lento em enfrentar desequilíbrios fiscais e projeções econômicas ainda fracas, compensadas por uma forte posição externa e uma política monetária que está ajudando a reancorar as expectativas de inflação”, destacou o comunicado. Desde janeiro de 2018, a S&P Global enquadrava o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento. Em julho deste ano, a Fitch elevou a nota da dívida brasileira para dois níveis abaixo do nível do grau de investimento. A Moody’s classifica o país nesse patamar desde fevereiro de 2016. Tesouro Em nota, o Tesouro Nacional informou que a elevação da nota brasileira confirma os esforços do governo federal para reequilibrar as contas públicas e fazer as reformas necessárias para a economia. Segundo o órgão, a melhoria na classificação do país resultará em queda dos juros e aumento do emprego no médio prazo. “O Ministério da Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, destacou o comunicado.

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"10% da renda das classes C, D e E está comprometida com apostas online"

Sócia de auditoria da PwC, Helena Rocha analisa a pesquisa feita pela empresa e o Instituto Locomotiva que revela um consumidor de baixa renda que valoriza preço, mas também a qualidade do produto. O dado surpreendente foi o apelo que as apostas esportivas exercem nessa parcela da população. (Foto: Bosco Lacerda) Depois de anos de crise econômica, agravada pela pandemia, os consumidores das classes C, D e E estão controlando mais seus gastos, porém, se tivessem acesso ao crédito, consumiriam mais, principalmente eletrônicos e eletrodomésticos. Mas, apesar disso, eles não valorizam apenas o preço na hora da compra mas, também, a qualidade e a marca do produto, e estão muito antenados com as questões sociais e sustentáveis. A ponto de estarem dispostos a pagar um pouco mais por marcas e produtos que apoiem a diversidade e a priorizar aquelas que são sustentáveis. Além disso, já abandonaram ou deixaram de comprar determinada marca por falta de responsabilidade ou porque desrespeitaram o meio ambiente. Esse novo perfil dos consumidores das classes C, D e E foi revelado na recente pesquisa realizada pela PwC e Instituto Locomotiva denominada Mercado da Maioria já que eles representam 76% da população, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2022, e respondem por quase metade do consumo no País. Nesta entrevista, Helena Rocha, sócia de auditoria, líder da indústria de consumo e varejo para o assurance da PWC, analisa os resultados do estudo. Helena chamou a atenção para o apelo cada vez maior que as apostas online têm exercido sobre essa parcela de consumidores. “Em 2024, a estimativa é que gastos com jogos e apostas podem representar quase 5% do valor destinados a despesas com alimentação”, alerta. Qual o perfil do consumidor que representa esse mercado da maioria? A pesquisa entrevistou 2.400 pessoas, das quais 1.600 da classe C, D e E, além de 800 das classes, A e B, a partir de 18 anos. Dos entrevistados, 44% são região Sudeste, 28% Nordeste e 10% entre Sul, Centro- Oeste e Norte. E temos alguns dados importantes: do total de entrevistados das classes C, D e E, 62% declaram- -se pretos e pardos, 74% já afirmaram ter sofrido algum tipo de preconceito, 56% não concluíram o ensino médio e 50% deles trabalham sem carteira assinada ou por conta própria. Então, existe muita informalidade. A pesquisa destacou também um protagonismo feminino: 52% dos lares das classes C, D e E são chefiados por mulheres, o que também foi constatado nas classes A e B cujo percentual é de 43%. Uma das características identificadas na pesquisa é a de que esse público encara o consumo como uma questão de conquista e esforço individual. Você poderia analisar essa questão? A pesquisa revela o que significa consumo para consumidores das classes C, D e E: 61% dizem que se esforçaram para comprar itens que nunca tiveram condições financeiras de adquirir quando eram mais jovens e 71% afirmaram que se sentem realizados quando economizam para comprar um produto e conseguem. Eles também informaram que nos últimos 10 anos passaram a comprar mais, principalmente em supermercados e hipermercados, e artigos de higiene e beleza e, em torno de 45%, afirmaram adquirir mais na última década produtos para animais de estimação, vestuário e eletrônicos. Mas 48% dos entrevistados das classes C, D e E disseram que se sentem excluídos, ou já se sentiram excluídos ou passaram por situações de constrangimento por não terem condições de consumir algum produto ou marca. Além disso, 30% desses consumidores também disseram que já foram constrangidos por não terem um produto e não usarem uma determinada marca e 42% já se sentiram também excluídos por não terem condições financeiras para consumir um produto que estava na moda. Quando a gente analisa quais as causas das dificuldades de aquisição, para 70% dos entrevistados das classes D e E e 56% da classe C, a principal é a dificuldade de acesso ao crédito. Esse percentual é bem menor nas classes A e B, mas ainda é um percentual importante, 40%. Quais os produtos que eles desejariam comprar? De um modo geral, eles dizem que comprariam mais caso eles tivessem maior acesso ao crédito. Os itens mais desejados são eletrônicos (citados por 36% dos entrevistados das classes C, D e E) e eletrodomésticos (35%), que também são desejo de consumo importante nas classes classe A e B, com percentual de 30%. Houve uma época, há uns 12 anos, em que acreditávamos que para as classes A e B, isso não era mais tão relevante porque essas pessoas já teriam acesso a eletrodomésticos de um modo geral. Mas, novas tecnologias são criadas e surge o desejo de adquiri-las. Então, o que aparece muito são casas automatizadas, produtos mais robustos do ponto de vista tecnológico, de última tendência. Esse é um desejo muito grande que permeia todas as classes sociais. Para as das classes C, D e E também aparecem imóveis e automóveis com percentual de 27%. Um aspecto que chama a atenção é que quando perguntado “o que você gostaria de adquirir nos próximos 12 meses?”, o curso de idiomas e outros cursos aparecem de maneira bem relevante, com percentual de 30%. Foi uma surpresa para nós. Embora a gente não perceba muito, mas é um desejo latente das classes C, D e E, que pode ser de ascensão social. Em seguida, surgem itens mais de consumo, como móveis, eletrodomésticos, materiais de construção, eletrônicos. Todos esses desejos reprimidos esbarram na falta de crédito, cujo acesso é dificultado em razão da taxa de juros muito alta e porque grande parte dessas classes já está muito endividada. Um fato que chama a atenção da pesquisa é o apelo que as apostas esportivas exercem sobre as classes C, D e E. O que mostrou a pesquisa sobre esse assunto? As apostas esportivas estão consumindo uma fatia importante da renda, principalmente das classes C, D e E. Quando a gente faz a análise do perfil desses jogadores, em termos de idade, grande parte realmente

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Pernambuco em busca de um novo modelo de desenvolvimento

*Por Cláudia Santos O modelo de desenvolvimento que até então impulsionou a economia pernambucana não atende mais as complexas demandas contemporâneas. A conclusão é dos participantes da Rede Gestão que realizaram, na semana passada, uma reunião em que discutiram o desafio de formular uma nova visão de longo prazo para Pernambuco. Durante o evento, o consultor da TGI Francisco Cunha destacou que ainda hoje vivenciamos um modelo criado, com muito sucesso, nos anos 1950, quando foi formado um órgão especializado em planejamento, a Codepe (Comissão de Desenvolvimento de Pernambuco), e o projeto visionário elaborado pelo padre dominicano francês Louis-Joseph Lebret (veja o artigo de Francisco Cunha na edição 247). “As evidências levam a crer que esse modelo de desenvolvimento simplesmente esgotou-se, sem que se saiba ainda como será substituído”, constatou o consultor. São evidências como a projetada mudança da matriz energética. A refinaria, prevista pelo Padre Lebret, ainda hoje é um projeto estruturador importante, mas o futuro, sob a ameaças das mudanças climáticas, exige um planeta isento de combustíveis fósseis. E aí? Assim como a crise climática, a transformação digital é outro importante vetor de tendências e a mais radical delas é a inteligência artificial, que já está promovendo disrupções, em especial no mercado de trabalho. “Diversas profissões, já enfrentam a concorrência do ChatGPT. Vamos perder para ele? Essa revolução tecnológica, com certeza, vai tirar o emprego de muita gente”, adverte Francisco Cunha. Para Roberto Montezuma, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, a atual geração vive uma mudança de milênio que, naturalmente, exige uma transição de paradigmas que não podem ser os mesmos do século passado. “Temos que trabalhar com novos paradigmas ambiental, social (da inclusão e redução das desigualdades) e econômicos (um mercado que leve em conta o meio ambiente)". Soma-se ao desafio de encontrar alternativas para essas tendências, o fato de Pernambuco ter um território exíguo, sem muitos recursos naturais, com boa parte da sua extensão situada no semiárido. Uma região que, além de populosa, corre o risco de acentuar ainda mais seus problemas de escassez hídrica com as mudanças climáticas. Essa é uma situação cujas causas remontam ao passado, quando o Estado foi penalizado por suas lutas libertárias. “Pernambuco foi vítima de uma mutilação territorial sem similar na história do Brasil. Perdeu a Comarca das Alagoas, em razão da Revolução de 1817 e, depois, a Comarca de São Francisco, devido à Confederação do Equador em 1824, que foi uma retaliação do Império”, informou Francisco. Também existem estudos que defendem a tese de que Pernambuco foi prejudicado por uma visão centralizadora da industrialização no Brasil. Na verdade, a partir do Século 19, florescem no Estado as primeiras unidades fabris originadas da transformação dos engenhos em usinas e do beneficiamento pelas tecelagens do algodão cultivado no interior. Na reunião da Rede Gestão, Roberto Montezuma mencionou a tese de doutorado de Aspásia Camargo, professora de sociologia e ciências políticas das UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Ela defende que no início do Século 20 existiam todas as condições emergentes para a criação de duas centralidades industriais nacionais: Pernambuco e São Paulo. “Mas Getúlio Vargas, segundo estudo de Aspásia Camargo, não acreditava nessa dualidade e escolheu um único centro e, com isso, a Região Metropolitana de São Paulo concentra ainda hoje quase 50% da riqueza nacional”, explicou Montezuma. A industrialização começa a ser retomada com o planejamento da Codepe e do Padre Lebret. Mas o avanço desse processo foi estancado, a partir do momento em que planejar o desenvolvimento deixa de ser prioridade, nos anos 1980, comprometendo o futuro do Estado. “O desmonte dessa cultura do planejamento é, de fato, um processo suicida”, sentencia o arquiteto. Um cenário que preocupa o economista Sérgio Buarque, ao destacar que atualmente Pernambuco já enfrenta problemas relativos à sua produtividade. Na reunião da Rede Gestão, ele mostrou os dados do ranking de competitividade dos Estados do CLP (Centro de Liderança Pública). “A nossa situação é muito ruim. Os 10 primeiros colocados são todos do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Ceará é o 11º e Pernambuco o 16º. Na versão anterior estávamos em 15º”, lamenta o economista. “Podemos afirmar com alguma segurança que se não melhorarmos a competitividade sistêmica no Estado, não melhoraremos os outros indicadores, a começar pelo PIB per capita”, afirmou acrescentando que a competitividade é um fator importante para atrair investimentos. É POSSÍVEL REINVENTAR Apesar dessa conjuntura desfavorável, Montezuma afirma ser possível reverter esse cenário e baseia seu otimismo em dados da ONU (Organização das Nações Unidas) que confirmam ser factível, no tempo de uma geração, transformar uma cidade, um estado, uma região e um país, com uma visão redentora impulsionando o planejamento de longo prazo. Foi o que aconteceu com Medellín, Barcelona, Lisboa, Singapura, Bogotá, Índia e China. “Um caso emblemático foi Medellín que, nos anos 1990, foi considerada a cidade mais violenta do mundo e em menos de uma geração deu uma virada, transformando-se na cidade mais criativa do planeta. Isso é uma evidência da possibilidade que o território tem de se transformar”, assegura. Para dar essa “volta por cima”, Montezuma recomenda adotar um pensamento inovador e decolonizado. “Decolonizar, como explica a pedagoga Nilma Lino Gomes, diz respeito a um projeto de transgressão histórica da colonialidade, a partir da noção de que não é possível desfazer ou reverter a estrutura de poder colonial. Mas é preciso encontrar meios para desafiá-la continuamente e romper com ela”, conceitua o arquiteto. Ele exemplifica essa ideia ao comentar como se deu a concepção do Projeto Parque Capibaribe, durante o workshop Recife Exchange Amsterdam (RXA), em 2012. O evento reuniu estudiosos e estudantes universitários holandeses e brasileiros para pensar alguns espaços do Recife. A participação de pesquisadores da Holanda ocorreu porque o país já colonizou a capital pernambucana no Século 17 e desenvolveu o seu primeiro plano de urbanização (que aliás é pioneiro no Brasil). Além disso, seu território guarda semelhanças com a cidade. Montezuma conta, porém, que os estudiosos estrangeiros vieram com uma solução pronta, recomendando uma série de ações

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Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa antecipa prioridades para o setor em 2024

Às vésperas do ano de 2024, o Sebrae/PE, representante do setor produtivo, antecipa as pautas prioritárias para a agenda da recém-instalada Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa. A instituição conduziu uma série de escutas junto aos setores produtivos estaduais, identificando as principais necessidades do setor. Existem duas principais bandeiras dos empresários desse perfil que estão mobilizando a atuação política junto aos parlamentares. A Frente Parlamentar, além do Sebrae/PE, é composta pelas Federações das Associações de Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Femicro) e do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE); a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Recife. DESCONTO NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL Entre as prioridades da agenda da Frente está a análise da minuta que propõe a inclusão de pequenos produtores rurais pessoa física no benefício de 50% de desconto na taxa de licenciamento ambiental. Esses profissionais, regulamentados pelo Certificado da Agricultura Familiar (CAF) e desprovidos de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), destacam-se como alvo central das iniciativas para fortalecer e apoiar a vitalidade do setor. Sobre essa medida, atualmente, o desconto está previsto na Lei 14.249, de 2010, mas beneficia apenas pequenos produtores que possuem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Murilo Guerra, superintendente do Sebrae-PE, explica que essa mudança se ela for sancionada pela Alepe e aprovada pela governadora do Estado, deve beneficiar quase 20 mil pequenos produtores rurais em Pernambuco. REGISTROS DO SETOR DE LATICÍNIOS A segunda prioridade destacada pela Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa, no estado de Pernambuco, concentra-se no setor de laticínios, especificamente na necessidade de revisão do processo de registro de queijos artesanais. Atualmente, este processo limita-se aos tipos coalho e manteiga. Isso implica que os pequenos produtores que desejam inovar e criar queijos autênticos, mesclando sabores e ingredientes, encontram-se impedidos de registrar suas criações no estado. A situação atual permite apenas o registro de produtos apresentados como queijo tipo coalho ou tipo manteiga, sem a possibilidade de mencionar suas características diferenciadas. Isso representa uma barreira para a diversidade e a inovação no setor, impedindo os produtores de destacar as peculiaridades e a autenticidade de seus queijos artesanais perante o mercado. A revisão proposta visa abrir caminho para a inclusão de novos tipos de queijos, proporcionando aos pequenos produtores a liberdade de expressar a singularidade de suas criações e promovendo a riqueza gastronômica da região. EMPREGABILIDADE NO SETOR No decorrer deste ano, o setor de pequenos negócios em Pernambuco registrou um desempenho positivo na geração de empregos. De janeiro a outubro, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por uma parcela de 79% do total de empregos formais criados no estado, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Essa marca expressiva representa um destaque significativo, colocando Pernambuco à frente da média nacional. Enquanto o Novo Caged aponta que a média nacional foi de 71%, o estado superou essa estatística.

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João Carlos Paes Mendonça anuncia: "Eu voltei"

O empresário João Carlos Paes Mendonça promoveu nesta semana um almoço descontraído com a imprensa pernambucana, sem deixar de responder suas opiniões sobre o Brasil e Pernambuco. Aos 85 anos, ele afirmou no encontro que passou a maior parte da pandemia isolado em Gravatá e por duas vezes deixou o recado: "Eu voltei!" BRASIL, PERNAMBUCO E O RECIFE Em seu discurso, o empresário considerou que a economia brasileira apresentou melhoras em 2023. "Por incrível que pareça a economia nacional em 2023 está indo bem. Surpreendente". Apesar dessa perspectiva, ele demonstrou preocupação com a elevada pobreza no País, que considera vir aumentando nos últimos anos. Para 2024, as expectativas dele são mais modestas, quando comparadas ao avanço deste ano. Sobre Pernambuco e o Recife, João Carlos Paes Mendonça demonstrou otimismo. "Eu acho que Pernambuco e Recife passam por um momento bom". Ele elogiou a capacidade do poder estadual de ir buscar recursos para fazer investimentos no Estado. Sobre a capital pernambucana, ele destacou que há um projeto grande em desenvolvimento pela cidade, abrindo muitas frentes. LIDERANÇAS EMPRESARIAIS PARA APOIAR PERNAMBUCO "Hoje não tem realmente lideranças no Nordeste brasileiro, muito poucas. Empresariais que estou falando". "Nós não temos uma reação positiva para defender os interesses de Pernambuco. Nós temos que apoiar Pernambuco. O que é bom temos que elogiar. Se a gente não se unir, não vamos para lugar nenhum" PRESTÍGIO O almoço contou com nomes consagrados da imprensa pernambucana, de diversos veículos, como Francisco José, Beatriz Castro, Geraldo Freire, Jo Mazzarolo e João Alberto, além da participação em peso de jornalistas do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação.

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"Mercado de imóveis econômicos está otimista com os programas habitacionais"

Presidente da Ademi-PE, Rafael Simões, analisa como as novas políticas voltadas para a habitação de interesse social podem solucionar os problemas de acesso ao crédito para a população de baixa renda. Afirma também que o segmento de médio e alto padrão pode aquecer com a melhora da economia em 2024. Pesquisa da FipeZap revela que dos 10 bairros mais caros para morar de aluguel no Nordeste, sete estão no Recife. Segundo o presidente da Ademi-PE (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco), Rafael Simões, isso acontece em razão da baixa oferta de imóveis na cidade e de dificuldades no acesso ao crédito, o que afeta, em especial, a população de baixa renda que se vê obrigada a morar fora da capital. Apesar dessa situação, Pernambuco tem um orçamento de R$ 2,3 bilhões ao ano, proveniente do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), para investir no Minha Casa Minha Vida. Mas o Estado só executa R$ 1,7 bilhão desse total. Uma contradição que se explica, de acordo com Simões, pela incapacidade dessa parcela da população de arcar com o valor da entrada, que não é financiada pelo programa. Mas o presidente da Ademi-PE diz estar otimista com a implantação do programa Morar Bem Pernambuco, que subsidia até R$ 20 mil para complementar o financiamento do Minha Casa Minha Vida. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele afirma que esses subsídios estaduais trazem boas perspectivas para o mercado imobiliário em 2024. Rafael Simões também comenta as iniciativas para incentivar a moradia no Centro do Recife e as ações da sua gestão à frente da entidade. Assistimos a uma melhora da economia, com inflação menor, a Selic em queda lenta e gradual, além de uma estabilidade política. Esse cenário ajuda o mercado imobiliário? Os ciclos são muito longos no nosso setor, por isso temos que ler o cenário a partir de quatro anos para trás e quatro anos para frente. Nos últimos quatro anos, saímos daquela crise de 2017, dos distratos, quando as empresas tiveram que devolver boa parte do seu faturamento. Isso balançou o mercado nacional inteiro, várias empresas entraram em recuperação judicial, algumas ainda estão. Hoje, isso já mudou o cenário, temos uma lei dos distratos de 2018. Depois, veio a pandemia. Contratamos uma pesquisa e ela reforça o número que eu sempre repito muito: em 2017 tínhamos 10.500 unidades novas para morar em estoque e hoje temos pouco mais de 4 mil. Houve uma redução de 60%. E habitação é uma demanda inelástica, é igual à comida, as pessoas vão comer de todo jeito, ninguém adia um casamento ou deixa de ter um filho porque está esperando licenciar uma obra ou lançar naquele terreno um apartamento de três quartos. Quando há uma redução brusca no estoque de unidades novas, isso vai refletir, sobretudo, nos preços do aluguel. A pesquisa da FipeZap mostra que dos 10 bairros mais caros para morar de aluguel no Nordeste, sete estão no Recife. Quando a gente olha a oferta de imóveis econômicos, a Região Metropolitana do Recife produz 6.500 unidades habitacionais/ano, sendo que a capital faz apenas 300 mas tem quase metade da população da RMR. As pessoas de baixa renda enquadradas no Minha Casa Minha Vida são obrigadas a morar fora da cidade porque não tem oferta. Quando pensamos em política habitacional, após superadas questões de serviços, como mobilidade, nós dependemos de: crédito, que são juros e funding (captação de recursos financeiros para aplicação em um investimento), de demanda, que é demografia e renda, e do item mais importante e um dos mais subestimados que é a política urbana. Ou seja, se tenho um baita estímulo da política urbana, existe o potencial desse terceiro fator superar as dificuldades que o crédito e a demanda oferecem. Qual a análise que o senhor faz desses três itens? O crédito é um problema, o mercado não entende que a Selic baixando de imediato vai respingar nos juros baratos da pessoa física, porque existe uma regra do Banco Central que obriga que 65% do dinheiro da caderneta seja destinado ao crédito imobiliário. Se a Selic baixa, naturalmente a poupança também baixa? Não é bem assim, porque o estoque de poupança já está esgotado e a oferta de crédito imobiliário hoje é uma mistura de recursos da poupança com LCI (Letra de Crédito Imobiliário), outros instrumentos mais modernos que têm juros mais altos. Essas questões são relativas ao mercado de médio e alto padrão. Já o Minha Casa Minha Vida trabalha com recursos do FGTS. Essa montanha de dinheiro, que está em torno de R$ 700 bilhões, é destinada, principalmente para habitação de interesse social. Esse dinheiro a Caixa empresta a 4% e paga 3% para o dono do capital. Está em discussão no STF o ajuste desses 3% para pagar igual à poupança, que hoje daria 6,17%. Então, vai dobrar a remuneração do dono do capital e o custo de aquisição da Caixa. O mercado está um pouco apreensivo com essas questões em relação ao crédito. Vamos agora para a segunda variável, a demanda. Estamos otimistas quanto ao governo. Estamos saindo de crises, fala-se da retomada de Suape em várias obras que podem aumentar a renda. Em relação à demografia, não temos saída e a chegada de pessoas na cidade, não é uma coisa que influencia. Talvez sim do ponto de vista turístico; as passagens estão muito caras e há uma explosão de ofertas de imóveis na área turística. Ninguém sabe o que vai acontecer quando as passagens voltarem aos preços normais. É um ponto a ser observado. Quanto à terceira variável, a política urbana, é importante que sejam criados instrumentos que estimulem a produção de habitação. Um exemplo: até 2016 não existia oferta de apartamentos econômicos na cidade de São Paulo. Quando verificávamos quantos andares tinha o Programa Minha Casa Minha Vida, era zero. Hoje é metade da produção, sem reduzir o que já era produzido de médio e alto padrão. O que aconteceu de 2016 para cá? Simplesmente a prefeitura de São Paulo

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Se o modelo de desenvolvimento de PE está esgotado, o que colocar no seu lugar?

*Por Francisco Cunha Na apresentação que fiz no final de novembro no Teatro RioMar, quanto do 25º lançamento anual da Agenda TGI, tive oportunidade de dizer que, ao que as evidências começam a apontar com mais clareza, estamos às voltas com o esgotamento do modelo de desenvolvimento de Pernambuco, gestado em meados do século passado. De fato, este modelo foi esboçado pela Comissão de Desenvolvimento de Pernambuco (Codepe, precursora do Condepe – Instituto de Desenvolvimento de Pernambuco), criada em 1952 pelo governador Agamenon Magalhães, e contou com a contribuição vital do padre dominicano francês Louis-Joseph Lebret, fundador do movimento Economia e Humanismo, conhecido como Padre Lebret, que esteve no Estado em 1954 e produziu o clássico Estudo sobre Desenvolvimento e Implantação de Indústrias, Interessando a Pernambuco e ao Nordeste. No lendário estudo, o Padre Lebret reconhece a inequívoca vocação portuária de Pernambuco e recomenda a ampliação do porto do Recife para o sul, dada a impossibilidade de sua expansão a norte e a leste do local onde surgiu (atual Bairro do Recife). Além disso, recomenda também a articulação do porto com um complexo industrial que comportaria refinaria, montadora de automóveis, estaleiros e outras indústrias “leves”, tudo suportado pela malha rodoferroviária (com destaque para o futuro traçado da Transnordetina). Com isso, lança as bases do complexo industrial-portuário de Suape, iniciado na década de 1970 e, hoje, um sucesso como um dos melhores portos do Brasil e vocação inequívoca como hubport internacional. Exceto pelo trecho pernambucano da transnordestina, ainda numa pendenga construtiva sem fim, praticamente todo o “desenho” esboçado pelo Padre Lebret foi executado com as derradeiras “peças” sendo implantadas (estaleiros, refinaria, montadora e inúmeras indústrias “leves”) nos governos Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, no início do Século 21. Coincide com a finalização da implantação do “desenho” do padre, típico da era da industrialização ancorada na economia do petróleo, a emergência de duas importantíssimas tendências de peso: as aceleradas mudanças climáticas e a disrupção digital que trazem em seus bojos, respectivamente, as ameaças do aquecimento global e a da Inteligência Artificial destruidora de empregos. Sendo um Estado que foi dramaticamente mutilado pelo Império Brasileiro no Século 19, em represália às revoluções de 1817 (com a perda da Comarca das Alagoas) e de 1824 (com a perda da Comarca do São Francisco), Pernambuco tem hoje um território mais de 80% incrustado no semiárido nordestino, o mais populoso do mundo, profundamente impactado pelas mudanças climáticas, com temperaturas mais altas e quantidades mais baixas de água. Por outro lado, essa escassez de recursos naturais foi historicamente compensada pela qualidade dos recursos humanos que, agora, encontram-se sob a séria ameaça da disrupção digital. Isso só para falar em apenas duas tendências de peso contemporâneas… Por outro lado, podem ser observadas oportunidades que os novos tempos colocam como é o caso das energias renováveis, do hidrogênio verde, da conectividade internacional, da diversidade bioclimática, da capacidade instalada de inovação tecnológica, dentre outras. Todavia, não vemos nenhum tipo perceptível de preparação para o aproveitamento dessas oportunidade em moldes semelhantes àqueles praticados pela Codepe e pelo Padre Lebret em meados do século passado, diante dos desafios então contemporâneos da sobra de energia elétrica gerada pela Chesf e da industrialização para o desenvolvimento ancorada na era do petróleo.

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90 anos do clássico Casa-Grande & Senzala: uma obra ainda atual

Ao completar 90 anos, Casa-Grande e Senzala permanece essencial para compreender o Brasil *Por Rafael Dantas A obra prima de Gilberto Freyre, Casa-Grande & Senzala, completou 90 anos. Inovador na escrita, na metodologia e no conteúdo, o autor e seu primeiro livro seguem alvos de debates dos mais acalorados no País. Criticado e elogiado, o clássico analisou a formação da sociedade brasileira, destacando a influência da miscigenação cultural num período em que se fortalecia o racismo no mundo. O lançamento de Casa-Grande & Senzala coincide com o ano de chegada ao poder do nazismo. “É o momento em que Hitler ascende ao governo na Alemanha com a proposta de criar uma raça especial, branca, ariana. Aqui no Brasil surge Gilberto Freyre com Casa-Grande & Senzala ressaltando a importância da presença dos afrodescendentes no Brasil, indicando que aquela visão que se tinha do que poderia ser um país com um futuro nefasto ou imprevisto, seria exatamente o contrário. Essa seria a riqueza que o Brasil poderia trazer no contexto da humanidade. Na contramão do pensamento ariano, que passava a predominar na Europa”, analisou o pesquisador Túlio Velho Barreto, na abertura do 1º Seminário do Pensamento Social Brasileiro, promovido pela Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco). O evento mobilizou pesquisadores de todo o País para discutir Por que (ainda) ler Casa-Grande & Senzala 90 anos depois? Como um clássico, o livro que dissertou sobre as interações entre senhores e escravizados, explorando as complexidades do sistema escravocrata e sua influência na identidade nacional, ajudou a explicar o Brasil do início do século passado e hoje contribui para entender os legados deixados por essa formação baseada nas relações familiares patriarcais e na economia da monocultura agrícola. “A história de contato das raças chamadas superiores com as consideradas inferiores é sempre a mesma. Extermínio ou degradação”, escreveu Freyre, há 90 anos. Embora o autor tenha denunciado a violência da colonização, ele é apontado pelos críticos como alguém que também suavizou a percepção das tensões do sistema escravista que imperou no País por séculos e deixou suas marcas até os dias de hoje na sociedade brasileira. O sociólogo Jessé Souza, conferencista do seminário promovido pela Fundaj, explicou que o racismo era explícito e predominante mesmo entre os intelectuais no início do século passado. Quando Freyre nasceu, por sinal, havia passado apenas 12 anos da assinatura Lei Áurea, que marcou oficialmente o fim da escravidão no Brasil. O pensador considera que o mestre de Apipucos é um ponto de ruptura desse pensamento no País. “Quem foi que possibilitou transformar esse racismo explícito? Todos os intelectuais, até os anos 1930, eram racistas. Sem exceção. Aí chega Gilberto Freyre, em 1933, e mostra essa relação, em que a cultura negra passa a ser vista como um dos suportes fundamentais da sociedade brasileira”. INEDITISMOS DE GILBERTO FREYRE “Freyre é mais progressista do que todos os intérpretes, fora o Florestan Fernandes, que vão existir depois dele”, analisa Jessé Souza, que nomeou Gilberto Freyre como o “pai espiritual do Brasil” pela sua contribuição à compreensão fundadora do País. “Freyre criou a imagem que cada um de nós tem na cabeça, inconscientemente, pré-reflexivamente, quando se fala sobre o Brasil. O que me chamou atenção foi a centralidade do tema da escravidão. Ele é o único que põe a escravidão explanando o fundamento da sociedade brasileira”. Para celebrar o marco dos 90 anos da obra, que segue revelando o Brasil, o professor de sociologia Cauby Dantas, da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), coordenou os trabalhos do Núcleo de Estudos Freyreanos para discutir a importância do livro. “O primeiro elemento de contribuição de Casa-Grande & Senzala é a própria operacionalização do conceito de cultura, que ele aprendeu estudando com Franz Boas (antropólogo alemão, considerado o pai da antropologia americana).Além disso, a obra traz muitas outras inovações, como a própria narrativa, com uma linguagem solta, antiacadêmica, em tom ensaístico, e isso é novo”, explica. Assim como Jessé Souza, Cauby ressalta o ineditismo de Freyre ao fazer um movimento inverso ao pensamento majoritário da época sobre a relação entre as raças. “O elogio e a valorização que ele faz da miscigenação também são inéditos", completou. A percepção de Freyre sobre as contribuições dos negros na formação do Brasil, segundo Jessé Souza, provoca uma inibição da visão racista explícita no País, que usará de outros caminhos para se perpetuar nas décadas seguintes. “Quando se proíbe ou se interdita o racismo no espaço público, esse racismo continua. Vai ser usado sob outras mil máscaras”. A continuidade da escravidão e do seu legado é um dos aspectos do Brasil atual que merece ser observado nessa incursão na obra de Freyre. “De que modo a escravidão continua até hoje?”, questiona Jessé Souza. Apesar de não existir pelourinho em praça pública, nem os trabalhadores andarem algemados, ele observa a continuidade dessa relação em vários aspectos do trabalho no País. “As pessoas imaginam que escravidão é aquilo que houve nas fazendas do Rio Grande do Sul. Mas isso é uma cegueira enorme. A escravidão está aí, em todo lugar. Precisamos vê-la. Quando se cria uma classe de pessoas condenadas ao trabalho muscular, você está criando escravos. Como é que o fundamento escravocrata continua até hoje sem mudança? Uma sociedade, assim como um indivíduo, só muda com autocrítica. Se você não se autocriticar, vai continuar com outras máscaras”, completou o sociólogo. Jessé Souza explica que Casa-Grande & Senzala é a obra que explica a gênese da sociedade brasileira, ao relevar não apenas a escravidão, mas ao trazer um aspecto de gênero também. Ele conta que Freyre ressalta a quantidade de mulheres que vêm ao País escravizadas. “Ele vai dizer depois, em Sobrados e Mucambos, que o grande problema do Brasil, mais que o racial, é o de gênero”, destaca. Um passado violento contra as mulheres que continua em vários aspectos disseminado na sociedade brasileira. A variedade de fontes e de temáticas tratados por Freyre, como a vida privada, o cotidiano e o sexo são outros paradigmas quebrados pelo sociólogo. O pesquisador da UFPB conta que

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Brasileiros adultos ainda têm medo associado à covid-19, diz pesquisa

(Agência Brasil) Grande parte dos brasileiros com esquema vacinal incompleto continua com medos associados à covid-19, mostra levantamento feito com 1.840 adultos, de 18 a 59 anos de idade, que tomaram até três doses das vacinas contra a doença. De acordo com a pesquisa “Covid-19 hoje: por que a população não vacinada ainda hesita em se proteger?”, o surgimento de novas variantes é o principal medo manifestado pelos entrevistados (48% das respostas). O medo é mais acentuado nas mulheres (28%) e nos mais jovens de 18 a 24 anos (28%). O menor percentual está entre os mais velhos, de 45 a 59 anos (19%), no Rio de Janeiro (15%). Vinte por cento do total dos entrevistados acreditam que o “pior já passou”, mas consideram que as vacinas podem proteger caso haja nova onda de covid-19. Somente 15% afirmam que a pandemia já terminou e que não têm medo de se contaminar. O levantamento de âmbito nacional, feito em 106 cidades, com recortes no Pará, na Bahia, em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina e no Distrito Federal, foi coordenado pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) a pedido da Pfizer. Ele inclui pessoas que não completaram o esquema vacinal contra a covid-19 até o momento, ou seja, não tomaram todas as doses recomendadas para sua faixa etária. Os resultados contemplam dois subgrupos na amostra, envolvendo pessoas com filhos e sem filhos, buscando diferentes percepções sobre vacinação de adultos e crianças. Para o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Alexandre Naime Barbosa, a preocupação em relação às variantes do SARS-CoV2 é legítima. Isso se explica porque o vírus tem o potencial de sofrer mutações com alta frequência, o que geralmente acontece quando é transmitido de uma pessoa para outra, dando origem a uma variante do vírus original. Segundo Naime Barbosa, algumas variantes se disseminam mais rapidamente do que outras, o que pode levar ao aumento de casos e agravamentos ligados à doença. “Essa é uma situação preocupante, especialmente em períodos de maior aglomeração de pessoas, o que inclui as festividades de fim de ano”, destacou o infectologista. Importância A sondagem revela que mesmo quem não está com o esquema vacinal completo acredita que as vacinas contra a covid-19 são importantes para proteger os adultos (86%) e as crianças (82%) e também são seguras para adultos (78%) e crianças (75%). Somente 7% das pessoas não confiam nas vacinas contra a doença, consideram que elas são pouco ou nada importantes e, inclusive, as classificam como inseguras em algum nível para os adultos. Na avaliação da diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro, a imunização continua a ser a principal forma de prevenção contra casos graves de covid-19, contribuindo para reduzir o risco de morte e o número de hospitalizações. “Não podemos esquecer que mais de 700 mil pessoas morreram no Brasil por causa da doença até o momento e que, desde o início das campanhas de vacinação, a mortalidade começou a diminuir drasticamente na população em geral”. Adriana destacou que apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado o fim da emergência de saúde pública para a covid-19, é importante que se mantenha a prevenção, tendo em vista que a doença segue causando internações e óbitos, com mais de 13 mil mortes apenas neste ano. Um eventual retorno da pandemia ou aumento de casos constituiria o principal fator para levar os adultos a completar a carteira vacinal (25% das respostas), seguido do tempo disponível (14%) e da obrigatoriedade (11%). Confiança na eficácia ou segurança das vacinas aparece em quarto lugar, junto com dificuldade de acesso (7% cada). Por outro lado, 20% garantem que nada os levaria a completar o esquema vacinal. De modo geral, os consultados que rejeitam completar o ciclo vacinal contra covid-19 são menos instruídos, têm menor renda familiar e pertencem ao sexo masculino. Entretanto, 72% dos entrevistados disseram que vão se vacinar imediatamente, caso surja nova onda da doença. De acordo com a pesquisa, 45% das pessoas com esquema vacinal incompleto têm consciência de que não estão totalmente protegidas. Trinta e dois por cento afirmam não ter conseguido tomar todas as doses e 13% explicaram que, “como a pandemia acabou”, deixaram de se preocupar com isso. Crianças Cerca de metade da amostra tem filhos com mais de seis meses até 17 anos ou é responsável por alguém nessa faixa etária. Em relação à vacinação infantil, revelaram que a maioria dos filhos (59%) tomou pelo menos uma dose da vacina contra covid-19. Entre os principais motivos para não completar o esquema vacinal dos filhos estão o medo de possíveis reações que a vacina poderia causar, como febre alta, calafrios, entre outros efeitos (20%), e a falta de motivação (10% não veem necessidade de vaciná-los). Outros 65% discordam, em algum grau, da ideia de que as crianças não desenvolveriam a forma grave da covid-19 e, por isso, não precisariam ser vacinadas. Trinta e nove por cento dos pais e mães não chegaram a conversar com o pediatra antes de tomar a decisão de vacinar ou não o filho. Esse percentual cai para 32% entre bebês de 6 meses a 2 anos, passando para 36% na faixa de 3 a 4 anos, 38% no grupo de 5 a 11 anos e alcançando 48% no recorte para jovens de 12 a 17 anos. Somente 2% disseram que o pediatra recomendou não dar a vacina. Fontes de informação A imprensa, incluindo televisão, rádio, jornal e revistas, é considerada a principal fonte de informação sobre o tema por 43% dos entrevistados, seguida dos postos de saúde (30%, em especial das classes D e E); das redes sociais (26%), englobando facebook, youtube, instagram, X (antigo Twitter) e Tik Tok (a maior parte com perfil jovem, de 18 a 24 anos); sites e portais de notícias, mais concentrado em um perfil de ensino superior (25%). Já 67% das pessoas classificaram as informações disponíveis sobre a vacina contra a covid-19 nos diversos meios de comunicação como muito fáceis ou de fácil entendimento, mas duas em cada três pessoas com o ciclo vacinal incompleto contra a

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