Arquivos Z_Destaque-principal - Página 2 de 53 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

Z_Destaque-principal

Pobreza e extrema pobreza atingem menor nível no Brasil desde 2012

Avanços no mercado de trabalho e programas sociais impulsionam a redução, aponta IBGE A pobreza e a extrema pobreza no Brasil atingiram, em 2023, os menores índices registrados pela Síntese de Indicadores Sociais do IBGE desde 2012. O número de brasileiros vivendo na extrema pobreza caiu para 9,5 milhões, o equivalente a 4,4% da população, enquanto 58,9 milhões enfrentavam condições de pobreza, representando 27,4%. Esses avanços foram impulsionados pela recuperação do mercado de trabalho e pela ampliação de benefícios sociais, como o Bolsa Família, que aumentou os valores médios pagos aos beneficiários. No Nordeste, no entanto, os índices permanecem alarmantes: 9,1% da população vive na extrema pobreza, mais que o dobro da média nacional. Já no Sul, a situação é menos grave, com apenas 1,7% nesse patamar. Segundo o pesquisador do IBGE Bruno Mandelli Perez, o impacto dos programas sociais é particularmente importante na extrema pobreza. “Tanto o mercado de trabalho quanto benefícios de programas sociais são importantes para explicar a redução na pobreza, mas o mercado de trabalho é mais importante no caso da pobreza; e os benefícios de programas sociais, na extrema pobreza.” A pesquisa também aponta disparidades entre diferentes grupos da população. Mulheres, negros e jovens enfrentam as maiores taxas de pobreza e extrema pobreza. Entre os jovens até 15 anos, quase metade (44,8%) vive em pobreza monetária. Apesar dos avanços, simulações do IBGE indicam que, sem os programas de transferência de renda, a extrema pobreza subiria para 11,2%, e a pobreza alcançaria 32,4%.

Pobreza e extrema pobreza atingem menor nível no Brasil desde 2012 Read More »

"Não basta alimentar e trocar a fralda, as famílias precisam ser informadas sobre a necessidade de interação com as crianças"

Ana Maria Bastos, sócia-fundadora da empresa Descobrir Brincando, alerta para a importância dos cuidados e estímulos na primeira infância, por ser uma fase importante para o desenvolvimento cerebral. Também adverte que nesse período as interações sociais têm papel relevante para promover o potencial da criança de aprender e se desenvolver. A ciência tem comprovado que tão importante quanto atender as necessidades físicas das crianças na primeira infância, é preciso oferecer também um ambiente favorável aos seus aspectos emocional e cognitivo. Até os 6 anos, em especial dos 0 aos 3, acontece um desenvolvimento cerebral no ser humano com uma grande quantidade de sinapses (conexões entre os neurônios) sendo criadas numa velocidade que não torna a acontecer novamente durante as outras fases da vida. As interações sociais auxiliam a impulsionar essa atividade do cérebro e, caso não aconteçam, pode prejudicar o potencial da criança de aprender e se desenvolver. Num país como o Brasil, com tamanha desigualdade social, é um desafio para as famílias vulneráveis economicamente oferecer condições para que seus filhos possam ter um pleno desenvolvimento. Diante dessa situação, Ana Maria Bastos, sócia-fundadora da empresa Descobrir Brincando, sediada em São Paulo, realiza um trabalho para auxiliar os adultos que cuidam de crianças a construir competências para que possam contribuir com o período de maior transformação humana, que é o começo da vida. Isso inclui não só os familiares dos pequenos mas, também, profissionais de vários setores, como saúde, educação e assistência social. Ana – que tem várias especializações na área, em instituições, como Associação Pikler – Lóczy, na França; Rosa Sensat, em Barcelona; e no Center on the Developing Child, Harvard (EUA) – esteve no Recife para realizar um trabalho nas Bebetecas dos Centros Comunitários da Paz e conversou com Cláudia Santos. Ela destacou a importância de estimular as crianças na primeira infância, ressaltou a necessidade de políticas públicas para permitir que famílias mais pobres possam ajudar seus filhos a se desenvolverem e disse que, nesse sentido, a iniciativa do Compaz é um exemplo a ser seguido. Por que é tão importante investir no desenvolvimento da criança na primeira infância? Com o avanço da tecnologia na saúde e pesquisas científicas, começamos a entender melhor o funcionamento do cérebro das crianças desde o nascimento aos primeiros anos de vida, que são anos críticos de desenvolvimento. A primeira infância é de 0 a 6 anos. Nela, há um recorte chamado primeiríssima infância, de 0 a 3 anos, que são muito estruturantes e fundantes em termos de desenvolvimento, de arquitetura cerebral. Fazendo uma metáfora, dizemos que essa fase é a base da casa, a estrutura. É a partir daí que a pessoa vai se desenvolver. É um período curto, comparado ao resto da vida, mas é extremamente sensível, uma janela de oportunidades, em que o cérebro está se desenvolvendo numa velocidade que depois nunca mais teremos. Nesse período, as experiências que a criança tem, no ambiente em que vive, vão influenciar muito. A genética também influencia, mas, na medida em que as experiências vão acontecendo, as funções vão se desenvolvendo e a qualidade com que isso acontece é o principal aspecto. Ou seja, segundo evidências científicas, tudo que se investe nesse comecinho da vida resultará em ações mais efetivas e até menos custosas em termos de políticas públicas. Isso não significa que, quando passar a primeira infância, não tem mais jeito. Mas, se houver investimentos nessa fase, haverá benefícios na vida adulta. Assim, o ser humano que teve um ambiente favorável na primeira infância tem maior chance de ser um adulto mais produtivo economicamente, menos chance de estar no sistema prisional, menos chance de usar o sistema de saúde. Um desenvolvimento adequado na primeira infância tem fatores protetivos e envolve uma agenda ampla, de vários setores, como saúde, educação, assistência social, cultura, esportes, orçamento. Como esse investimento, nos anos iniciais da vida, repercute nas habilidades cognitivas da pessoa? Os estudos mostram que há dimensões de desenvolvimento. Existe a dimensão cognitiva – que é do pensamento, da lógica –, a dimensão física, a emocional e a de linguagem. E, na criança nesses primeiros anos, essas dimensões estão todas interligadas. Por isso, a presença do adulto cuidador, dos familiares próximos, é essencial para as experiências significativas em todas as dimensões, inclusive na aprendizagem. Por exemplo, em relação à linguagem, se a criança é envolvida num ambiente favorável, onde o adulto conversa com ela, lê histórias, canta, ela vai ter um repertório de vocabulário maior do que aquela que não tem essas experiências e terá mais facilidade na alfabetização. Uma criança de 2 anos de idade que já consegue falar entre 50 a 100 palavras é um indicador de letramento na idade escolar, entre os 6 e 7 anos. Ou seja, quanto maior o vocabulário da criança, nos primeiros anos de vida, maior é a facilidade dela se alfabetizar. Então, ela só vai ter curiosidade de explorar, descobrir o mundo, se tiver essa segurança, um vínculo com o adulto referência. Além do estímulo à aprendizagem, em que consiste essa segurança do adulto referência? O bebê humano é diferente de outras espécies, ele é o que mais tempo precisa dos cuidados do adulto. Um filhote do reino animal sobrevive sem um adulto, o bebê humano, não. Nesse começo da vida humana o adulto é essencial no desenvolvimento. É a partir dessa interação, desse vínculo com o adulto que a criança vai se constituir como sujeito. Apesar dos muitos avanços nas pesquisas, ainda existe uma crença de que, se o bebê está bem alimentado e com a fralda sequinha, está tudo certo. As famílias precisam ser sensibilizadas e informadas sobre a necessidade de interação, da conversa, do olho no olho, com crianças da primeira infância. A criança necessita dessa base segura, estabilidade e segurança emocional para se desenvolver. Existe uma diferença entre sobreviver e se desenvolver. Então, não basta alimentar e trocar a fralda, atender as necessidades físicas básicas. Isso, apesar de parecer óbvio, não é uma informação que chega à população em geral. Nesse sentido, é

"Não basta alimentar e trocar a fralda, as famílias precisam ser informadas sobre a necessidade de interação com as crianças" Read More »

Pernambuco é o Estado do Nordeste com maior número de favelas

*Por Leonardo Gill Correia Santos O Censo 2022 divulgou em novembro de 2024 os dados sobre favelas e comunidades urbanas no Brasil. Acompanhado da publicação dos resultados, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) também soltou uma nota técnica que detalha a conceitualização e a caracterização desses espaços, que resultou na alteração da terminologia “aglomerados subnormais”, utilizada no Censo de 2010, para “favelas e comunidades urbanas” no Censo de 2022, e em alterações conceituais para definir esses espaços. Em resumo, o IBGE considera favelas e comunidades urbanas os “territórios populares” com “insuficiência e inadequação das políticas públicas e investimentos privados dirigidos à garantia do direito à cidade”. Para caracterizar empiricamente os territórios, deve haver predominância de uma “insegurança jurídica da posse” dos imóveis e pelo menos uma das seguintes características: 1) ausência ou oferta incompleta e/ou precária de serviços públicos; 2) predomínio de infraestrutura usualmente orientadas por parâmetros urbanísticos e construtivos distintos dos definidos pelos órgãos públicos; 3) localização em áreas com restrição à ocupação. Com isso, a equipe de recenseadores que foi a campo no ano de 2022 tinha em mãos os elementos para identificar se os setores censitários em que realizavam as entrevistas deveriam ser caracterizados como favela ou uma comunidade urbana. O interessante da definição escolhida pelo IBGE para caracterizar favelas e comunidades urbanas é de busca dissociar os espaços das características inerentes de seus moradores e as associa ao alcance das decisões do poder público. A estrutura precária desses locais não se deve a escolhas de seus moradores mas, sim, das autoridades que têm por obrigação zelar por esses bairros da mesma forma como cuidam dos demais bairros de suas cidades. No campo, os recenseadores identificaram 12.348 favelas ou comunidades urbanas em 2022. São 16,4 milhões de brasileiros morando nesses espaços, o que equivale a 8,1% da população. Naturalmente, a proporção altera-se sensivelmente quando verificamos os dados por estado, mostrando a heterogeneidade da população brasileira por unidade da Federação. Por exemplo, São Paulo é o estado que tem maior número de favelas e comunidades urbanas do País e o maior número de pessoas que habitam esses espaços, mas isso corresponde a 8,2% da população, algo muito próximo da dimensão nacional. Amazonas com 1/3 e Pará com 1/4 de seus habitantes em favelas estão bem à frente nos números relativos. Dessa forma, as diferenças socioeconômicas afetam bastante a importância desses espaços em cada estado e, consequentemente, as estratégias de políticas públicas que devem ser aplicadas nas comunidades e favelas do Brasil. No contexto do Nordeste, a região mostra algumas disparidades intrigantes, com destaque para Pernambuco. O Estado é o que possui o maior número de favelas e comunidades urbanas entre os demais do Nordeste, com 849 unidades, ocupando a terceira posição no País, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, os estados mais populosos do Brasil. Em seguida vêm Ceará, com 702 favelas ou comunidades urbanas, e Bahia, com 572. Números absolutos indicam trajetórias históricas de desenvolvimento e de urbanização distintas, mas ainda informam pouco sobre os detalhes de cada um desses estados. Em números relativos, Pernambuco apresenta maior proporção de habitantes vivendo em favelas e comunidades urbanas entre as unidades federativas do Nordeste, com 12% da população, seguido por Bahia e pelo Ceará, com 9,7% e 8,6% de suas populações, respectivamente. Pelas suas características típicas e dinâmicas intermunicipais, vale a pena observar as regiões metropolitanas de Bahia, Ceará e Pernambuco. Os conglomerados urbanos do Nordeste não estão em uma situação tão crítica quando os da região Norte do País, mas chamam a atenção também. A Região Metropolitana de Salvador, apesar de menos populosa que as demais, tem 34,9% de sua população vivendo em favelas e comunidades urbanas. Em seguida vem a do Recife, com 26,7%, e a de Fortaleza fecha com 19,4%. Ainda no Nordeste, os conglomerados municipais de Ilhéus (BA) e de São Luís (MA), apesar de serem menos populosos, têm, respectivamente, 36% e 33,2% de habitantes em favelas. É no nível das capitais que os prefeitos eleitos (ou reeleitos) em 2024 devem estar atentos aos números. Em Salvador, quase metade da população (43%) vive em favelas e comunidades urbanas. O Recife e Fortaleza têm pouco menos de 1/4 da população nesses territórios (24,3% e 23,8%), embora Fortaleza seja mais populosa que as demais. E é, mais uma vez, nos detalhes que os números importam. Embora com maior proporção de habitantes, em Salvador, 99,2% dos domicílios localizados em favelas e comunidades urbanas possuem acesso à rede geral de água e 93,1% têm acesso à rede de esgotamento sanitário. Em Fortaleza, os números são, respectivamente, de 91,43% e de 61%. Finalmente, no Recife, os recenseadores identificaram rede de água encanada para 88,5%, porém o esgotamento sanitário via rede geral só está presente em 45% dos domicílios em favelas. O que implica em um número alto de descarte irregular de esgoto na capital pernambucana, que eventualmente escorre para rios, córregos, valas e, inevitavelmente, para as praias. Os dados do Censo 2022 sobre favelas e comunidades urbanas ainda podem ser explorados e devem indicar o grau de precariedade de serviços públicos nos territórios. Uma grande vantagem do último levantamento é o maior detalhamento das comunidades, com dados geolocalizados nos espaços urbanos, o que permite cruzamentos com outros dados urbanos. Com isso, por um lado, torna-se mais preciso o dimensionamento das desigualdades urbanas e da precariedade de oferta de serviços públicos mas, por outro lado, permite uma proposta de soluções ajustadas às demandas de cada localidade, levando em conta as particularidades dos territórios. Dessa forma, o Censo 2022 é uma ferramenta a serviço do coletivo que deve indicar bons caminhos do que pode ser feito para levar maior qualidade dos serviços públicos às favelas e às comunidades urbanas do Brasil. *Leonardo Gill Correia Santos É doutor em ciência política pela UFPE

Pernambuco é o Estado do Nordeste com maior número de favelas Read More »

Agenda TGI 2025 acontece hoje (26) no Teatro Riomar com o tema "escassez e mudanças climáticas"

Evento conduzido pelos consultores Francisco Cunha e Fábio Menezes faz balanço de 2024 e aponta projeções para o próximo ano   O Teatro Riomar Recife recebe hoje a Agenda TGI 2025, o maior evento empresarial de final de ano da cidade. O encontro é promovido pela TGI Consultoria e pela Revista Algomais, com patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil. O evento será conduzido pelo consultor Fábio Menezes e contará com a palestra do consultor Francisco Cunha, que faz uma análise dos cenários do mundo, do Brasil, de Pernambuco e do Recife. Além disso, nesta edição, o palestrante traz um foco maior ao tema "Escassez - Crise Imediata e Soluções que Precisamos Encontrar". A pauta, relacionada às mudanças climáticas, ganhou notoriedade ao longo do ano no Painel Mensal da Agenda TGI. O evento de hoje marca nossa trajetória de 26 anos de análises e projeções da Agenda TGI. “Estamos vivendo uma escassez de diálogo, num mundo cada vez mais tensionado. A sociedade precisa se envolver mais e sermos mais atores das mudanças. Estamos num momento de menos tolerância, menos empregos e com enormes desafios para os governantes, que precisam ter melhores capacidades de planejamento futuro; pensar para frente. Sem falar no clima. As pessoas estão vivenciando mudanças climáticas extremas, e ainda são poucas as ações para minimizar os impactos causados”, comenta Francisco Cunha. A cobertura completa do evento será feita na próxima edição da Revista Algomais.

Agenda TGI 2025 acontece hoje (26) no Teatro Riomar com o tema "escassez e mudanças climáticas" Read More »

Desafios da aprendizagem: educação enfrenta muitos problemas para melhorar a qualidade

No evento do Projeto Pernambuco em Perspectiva, Raul Henry fez um diagnóstico preocupante da educação no País e em Pernambuco. Ele propõe a priorização da primeira infância e da alfabetização; o investimento no ensino em tempo integral e na educação tecnológica, além da valorização da carreira docente. *Por Rafael Dantas A educação de qualidade abre os caminhos para o acesso à cidadania, para o aumento da renda individual e impacta diretamente o desenvolvimento econômico do País. Além disso, fortalece a mentalidade democrática da sociedade e contribui para a redução das desigualdades. A ausência ou as falhas dos sistemas de ensino impactam em todos esses pilares, segundo disse Raul Henry, durante o encontro de novembro do projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo, coordenado pela Rede Gestão e Revista Algomais. O ex-deputado federal e ex-vice-governador apresentou um diagnóstico das fragilidades do sistema educacional do Brasil com muitos pontos críticos. A trajetória do País nas últimas décadas apresentou avanços na universalização do acesso às vagas, na criação dos fundos de financiamento à educação, bem como nos sistemas de avaliação. Todos esses eixos, porém, carecem de aperfeiçoamentos, mas o próximo salto a ser dado é na qualidade da aprendizagem. No ano passado, 43% dos alunos do segundo ano do ensino fundamental não estavam alfabetizados ainda. O número é quase o mesmo de antes da pandemia (44%). Um estudo sobre a habilidade da leitura das crianças, publicado em 2023 pela Associação Internacional para a Avaliação de Conquistas Educacionais, apontou que o Brasil ficou apenas na 52ª posição, entre 57 países. Ficaram à frente países como Kosovo e Uzbequistão. Quando observados indicadores sobre conhecimentos matemáticos e lógicos, o vexame é ainda maior. De acordo com a Prova Brasil, apenas 5,2% dos estudantes de escolas públicas do ensino médio brasileiro têm um percentual de conhecimento adequado em matemática. No ensino fundamental é de 18,5%. Apesar de ter indicadores melhores, mesmo na rede privada o desempenho é baixo. Apenas 41,3% têm conhecimentos adequados em matemática no ensino médio e 55,8% no ensino fundamental. Com poucas exceções, nas análises locais e internacionais a qualidade da educação brasileira foi reprovada.   CRISE NA CARREIRA DOCENTE   Um quadro trágico pintado com cores da falta de investimentos e de gestão. Como resultado, há não apenas notas baixas dos alunos como uma fuga da carreira de professor, profissional fundamental para o sucesso da escola. De acordo com uma pesquisa do Instituto Península e do Movimento Profissão Docente, apenas 5% dos jovens brasileiros no ensino médio consideram seguir a carreira de docente. A desvalorização da profissão, associada às baixas remunerações e à falta de uma perspectiva de carreira, explicam a rejeição da área. O Brasil tem desempenho ruim na maioria dos indicadores sobre a educação, porém nada se compara quando analisados os proventos do professor. “É preciso investir na carreira docente. Está provado por inúmeras pesquisas que o elemento intraescolar mais importante para a aprendizagem dos alunos é o professor”. O salário médio do ensino básico no início, no meio e no final da carreira no Brasil é o pior do mundo. O estudo, elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), comparou os rendimentos dos profissionais da área de 41 países. Nesse recorte, o País ficou atrás da Hungria e até da Costa Rica. Além da remuneração, o ex-vice-governador destacou que há um gargalo na formação dos professores no Brasil. Seja nas licenciaturas ou nos cursos de pedagogia, ele ressalta que há uma distância entre os processos formativos e as necessidades práticas da vida escolar como, por exemplo, a capacitação para a alfabetização.   A EXPERIÊNCIA DE SOBRAL E OS CAMINHOS PARA O FUTURO   Os dados da tragédia da educação brasileira não são apenas de Pernambuco, são nacionais. O Estado, no entanto, possui destaque em avaliações no nível médio, especialmente pelo avanço da oferta de vagas nas escolas em tempo integral.Um dos motivos que impedem um progresso maior no desempenho dos estudantes pernambucanos são as deficiências na educação básica, área em que o grande case nacional é a cidade de Sobral. Raul Henry destacou que os municípios que seguiram a trilha da cidade cearense também estão avançando de forma acelerada, como é o caso dos alagoanos Teotônio Vilela e Coruripe. No Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), a nota de Teotônio Vilela nos anos iniciais do Ensino Fundamental em 2013 era 2,7. Naquele mesmo ano, Pernambuco tinha desempenho avaliado em 3,4 e a média nacional era de 3,8. Dez anos depois, em 2023, enquanto o Brasil avançou para 5,8 e o Estado foi a 5,3, a cidade alagoana saltou para 9,0. Em Coruripe, que em 2013 tinha uma nota acima da média nacional (5,1), chegou no ano passado a 9,7. “O que está dando certo nas cidades que avançaram no Ideb no Brasil é a coerência pedagógica. O exemplo inspirador é Sobral, outras cidades acompanharam esse exemplo. Hoje, 26 das 50 cidades do País com maior Ideb são cearenses ou alagoanas, que copiaram o exemplo de Sobral”, afirmou Raul Henry. Ao considerar a experiência de Sobral, das cidades que seguiram a sua trilha e o que apontam também as evidências internacionais, Raul Henry destacou ser fundamental roteirizar o currículo. Um plano objetivo e semanal em que os docentes tenham não apenas uma definição dos conteúdos a serem trabalhados, mas uma orientação pedagógica e acesso a recursos que os inspirem a desenvolver cada aula. “O currículo é o documento mais importante do sistema educacional”, defendeu Raul Henry. Ao compartilhar a experiência educacional da Austrália, ele disse que cada item do currículo indica a competência que a criança vai usar em sua vida, qual o melhor material didático recomendado e quais os suportes digitais disponíveis.   PARCERIA ENTRE GOVERNO FEDERAL E REDES MUNICIPAIS   Parte do problema remuneratório da carreira docente poderia ser resolvido a partir de uma parceria entre o Governo Federal e os municípios. Diferente de Cristovam Buarque, que defendeu de forma clara um plano para federalização das redes de ensino fundamental, hoje divididas

Desafios da aprendizagem: educação enfrenta muitos problemas para melhorar a qualidade Read More »

São Luiz (por Bruno Moury Fernandes)

É um ritual tão simples e, no entanto, misterioso: um piscar de luzes, um sussurro de vozes que se apagam, a tela que brilha e, de repente, estamos em outro tempo, outro lugar. Nas poltronas ao nosso lado, desconhecidos se tornam cúmplices silenciosos. Em algum momento, nossas respirações se alinham; nossos olhos, fixos na mesma narrativa, fazem parte de uma irmandade de estranhos, unida pelo encanto do cinema. Depois de um silêncio imposto por tempo e reformas, o São Luiz retorna, mais imponente, como uma joia esquecida num baú. E lá dentro está você que um dia viu de olhos arregalados a nave de ET sumir entre as estrelas no céu da infância. Essa tela gigante, que guardava o mistério de outras galáxias e as despedidas implacáveis dos grandes filmes, agora promete um reencontro. Lá está você assistindo aos Saltimbancos Trapalhões, segurando a mão de sua mãe, nesse que é um monumento da nossa cidade. As paredes falam, os lustres brilham e as poltronas vermelhas, alinhadas em respeitosa simetria, esperam pelas novas histórias e por quem queira ouvi-las. Lá, o Recife sonhou acordado, num pacto com o realismo mágico. Viu os heróis, os amores proibidos, os dramas épicos e as comédias que arrancavam risos e, por vezes, até mesmo “vaias poéticas”, como num teatro espontâneo da nossa cultura. Hoje, ao entrar no São Luiz reaberto, o coração do Recife talvez bata diferente. As luzes, os detalhes art déco, os ares de uma Hollywood nordestina misturada com o charme tropical e rebelde que só uma cidade como o Recife possui. E quando as primeiras imagens voltam a bailar na tela, a impressão é de que todos nós voltamos um pouco no tempo — talvez àquele instante em que ET embarcava em sua nave, deixando você e tantos outros com os olhos marejados e a promessa de que o cinema é, sim, um lugar onde a mágica acontece. Cinema não é apenas entretenimento. Aqueles que já foram tocados por ele sabem que é mais. O cinema é um portal, uma máquina do tempo, uma ponte entre mundos. E, no fim, talvez a mágica maior esteja em perceber que toda aquela fantasia que vimos na tela é, de certa forma, nossa própria realidade ampliada, iluminada. Então, chame sua mãe para assistir à próxima grande história projetada na tela do São Luiz, permita-se emocionar de novo. Quem sabe você reencontre aquela criança que chorou ao ver ET partir, mas que hoje, com um sorriso escondido, finge ter maturidade para não se emocionar, enquanto come pipoca, ao lado de quem lhe pariu. *Bruno Moury Fernandes é advogado e cronista, assina mensalmente a coluna Ninho de Palavras

São Luiz (por Bruno Moury Fernandes) Read More »

Hemobrás bate recorde na coleta de plasma e reduz descarte em 90%

Meta superada e menor índice de descarte destacam avanço no fornecimento de hemoderivados A Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) alcançou um marco histórico em 2024, superando a meta anual de coleta de plasma com 160,9 mil litros captados até outubro, um aumento de 7,2% em relação a 2023. A expectativa é de fechar o ano com 200 mil litros, fortalecendo a produção de medicamentos hemoderivados no Brasil. A presidente da empresa, Ana Paula Menezes, destacou: "As conquistas da Hemobrás refletem o compromisso da empresa com a saúde pública e com o Sistema Único de Saúde (SUS), nosso único cliente." Outro avanço significativo foi a redução do índice de descarte de plasma. Antes, cerca de 30% do plasma captado era inutilizado devido a problemas de transporte e triagem; agora, essa taxa caiu para 3%. Melissa Papaléo, gerente da Hemobrás, atribuiu a conquista à otimização de processos: "Os resultados refletem o empenho conjunto e continuado que busca ampliar a busca ativa por mais plasma em hemocentros de todas as regiões do país." A parceria com a Octapharma foi essencial para o sucesso logístico. Um dos destaques foi a adoção de caixas de papelão para transporte, reduzindo perdas e garantindo maior aproveitamento do material. Esse plasma excedente, originado de doações voluntárias, é transformado em medicamentos vitais, como imunoglobulinas e fatores de coagulação, utilizados para tratar hemofilia, imunodeficiências e outras condições graves. A Hemobrás também fortaleceu a Hemorrede brasileira, qualificando 61 hemocentros para envio de plasma e estabelecendo metas de ampliação e requalificação desses serviços. Com investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a empresa prevê aumentar a capacidade de coleta e armazenamento, beneficiando mais brasileiros com medicamentos de alta qualidade. Saiba mais:O plasma é um componente essencial do sangue e a base de medicamentos hemoderivados. Doações voluntárias são separadas em hemocentros, e o excedente, que não é usado para transfusões, segue para o beneficiamento industrial. Esses medicamentos atendem a pacientes em situações críticas, como cirurgias complexas e tratamentos de doenças crônicas.

Hemobrás bate recorde na coleta de plasma e reduz descarte em 90% Read More »

Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros, aponta pesquisa

Desigualdade racial é realidade percebida pela maioria dos brasileiros Foto: Freepik (Da Agência Brasil) Sete em cada dez pessoas negras já passaram por algum constrangimento por causa de preconceito ou discriminação racial. O dado é de pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Locomotiva e pela plataforma QuestionPro, entre os dias 4 e 13 de novembro. Os sentimentos de discriminação e preconceito foram vividos em diversas situações cotidianas e são admitidos inclusive por brancos. Conforme a pesquisa, a expectativa de experimentar episódios embaraçosos pode tolher a liberdade de circulação e o bem-estar de parcela majoritária dos brasileiros. Os negros, que totalizam pretos e pardos, representam 55,5% da população brasileira – 112,7 milhões de pessoas em um universo 212,6 milhões. De acordo com o Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 20,6 milhões (10,2%) se autodeclaram “pretos” e 92,1 milhões (45,3%), “pardos”. O levantamento do Instituto Locomotiva revela que 39% das pessoas negras declararam que não correm para pegar transporte coletivo com medo de serem interpeladas. Também por causa de algum temor, 36% dos negros já deixaram de pedir informações à polícia nas ruas. O constrangimento pode ser também frequente no comércio: 46% das pessoas negras deixaram de entrar em lojas de marca para evitar embaraços. O mesmo aconteceu com 36% que não pediram ajuda a vendedores ou atendentes, com 32% que preferiram não ir a agências bancárias e com 31% que deixaram de ir a supermercados. Saúde mental Tais situações podem causar desgaste emocional e psicológico: 73% dos negros entrevistados na pesquisa afirmaram que cenas vivenciadas de preconceitos e discriminação afetam a saúde mental. Do total de pessoas entrevistadas, 68% afirmaram conhecer alguém que já sofreu constrangimento por ser negro. Entre os brancos, 36% admitem a possibilidade de terem sido preconceituosas contra negros, ainda que sem intenção. Para o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, os dados apurados indicam “a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas sociais que ofereçam suporte emocional e psicológico adequado, além de medidas concretas para combater o racismo em suas diversas formas”. Em nota, Meirelles diz que os números mostram de forma explícita que a desigualdade racial é uma realidade percebida por praticamente todos os brasileiros. "Essa constatação reforça a urgência de políticas públicas e ações efetivas para romper as barreiras estruturais que perpetuam essas desigualdades e limitam as oportunidades para milhões de pessoas negras no Brasil.” A pesquisa feita na primeira quinzena deste mês tem representatividade nacional e colheu opiniões de 1.185 pessoas com 18 anos ou mais, que responderam diretamente a um questionário digital. A margem de erro é de 2,8 pontos percentuais. Racismo é crime De acordo com a Lei nº 7.716/1989, racismo é crime no Brasil. A lei batizada com o nome do seu autor, Lei Caó, em referência ao deputado Carlos Alberto Caó de Oliveira (PDT-BA), que morreu em 2018. A lei regulamenta trecho da Constituição Federal que tornou o racismo inafiançável e imprescritível. A Lei nº 14.532, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, aumenta a pena para a injúria relacionada a raça, cor, etnia ou procedência nacional. Com a norma, quem proferir ofensas que desrespeitem alguém, seu decoro, sua honra, seus bens ou sua vida poderá ser punido com reclusão de 2 a 5 anos. A pena poderá ser dobrada se o crime for cometido por duas ou mais pessoas. Antes, a pena era de 1 a 3 anos. As vítimas de racismo devem registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil. É importante tomar nota da situação, citar testemunhas que também possam identificar o agressor. Em caso de agressão física, a vítima precisa fazer exame de corpo de delito logo após a denúncia e não deve limpar os machucados, nem trocar de roupa – essas evidências podem servir como provas da agressão. Nesta quarta-feira (20), o Dia de Zumbi e da Consciência Negra será, pela primeira vez, feriado cívico nacional.

Preconceito e discriminação atingem 70% dos negros, aponta pesquisa Read More »

A interiorização da educação superior e o impacto sobre a economia sertaneja

*Por Geraldo Eugênio A expansão do ensino médio e superior para o interior do País aconteceu em 2004 no primeiro mandato do presidente Lula e é um movimento digno de admiração. Em todo o País foram abertas 14 universidades federais, mais de 120 campi, e centenas de campi dos institutos federais que passaram a oferecer ensino de nível médio e superior. Raros são os países que em pouco mais de uma década ampliaram a oferta de vagas à sua juventude, como o Brasil. A interiorização da educação superior, porém, foi questionada por alguns. Vamos então analisar cada uma das críticas: 1 - Estudantes do interior não seriam tecnicamente preparados para ingressarem em uma universidade. Com o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), ocorreu uma mudança no acesso à universidade. Apesar dos alunos que ingressavam estarem mais qualificados, por terem obtido melhores notas, o diferencial é a motivação. Para a maioria dos jovens do interior entrar numa universidade pública era o sonho que os pais e toda a família alcançaram através dele. Na metade do curso os estudantes do interior das áreas agrárias, em particular, estão tão bem ou mais bem qualificados do que os jovens da capital. Há também exemplos edificantes do desempenho de jovens médicos quando expostos à seleção para residentes em escolas e hospitais exigentes. 2 - Haveria uma superoferta de profissionais formados não passíveis de absorção pelo mercado. O fato é que com a economia dos municípios do interior, mesmo os mais longínquos, estando aquecida, a demanda por pessoas qualificadas aumentou e o aproveitamento dos egressos em áreas como comércio, administração, economia, contabilidade, sistemas de informação tem permitido dizer que a procura seja superior à oferta. As escolas têm feito a sua parte em incentivar a aproximação entre a academia e os empresários e, de forma especial, a inserção do jovem na empresa como estagiário, trainee ou bolsista. 3 - Faltaria qualificação técnica às novas escolas, uma vez que a região não contava com professores pós-graduados e os formados em grandes centros não estariam dispostos a ocupar as vagas abertas. Os investimentos em treinamento de jovens pesquisadores e professores foi intenso nas últimas décadas, permitindo o preenchimento das vagas em qualquer modalidade por profissionais qualificados. Apesar da taxa de fixação ainda ser menor do que se espera, centenas de jovens professores têm o semiárido como sua opção de vida afetiva, profissional e familiar. 4 - A infraestrutura das cidades não comportaria uma expansão acelerada com o número de colaboradores e alunos que demandariam por habitações, escolas, hospitais, comércio, comunicação, logística. A primeira vez que estive em Serra Talhada foi em 1977. A rodoviária do Recife era no Cais de Santa Rita. A empresa que opera a linha desde então era a Progresso, com seus ônibus Mercedes Benz, com o motor na traseira, emitindo calor e ruído. Ao chegar em Serra, onde não existia terminal rodoviário, o ponto de parada era um bar. A cidade tinha poucas opções de restaurante, de comércio e o telefone era algo tão escasso que aqueles que trabalhavam aqui, mas eram de outras cidades usavam o posto telefônico, que contava com o bom atendimento de duas irmãs sempre amáveis e educadas. O lazer semanal era a missa na igreja matriz seguindo-se dos desfiles das jovens a mostrar a beleza e o que tinham de melhor em termos de moda. Aos jovens ainda não comprometidos cabia sentar-se em uma mesa do Morumbi ou de uma barraca em frente à atual agência do Banco do Brasil e esperar um sinal que lhe autorizasse estabelecer um contato e, em sendo bem-sucedido, iniciar um namoro. Hoje, há um consenso entre o povo de Serra Talhada que a instalação da UFRPE-UAST atraiu novos investimentos em educação, dinamizou o mercado imobiliário, demandou novos serviços, um comércio dinâmico, restaurantes, bares, clínicas, hospitais e, em menos de 20 anos, o que e vê é uma cidade que oferece um padrão de vida que não deixa nada a desejar das grandes cidades ou da capital. Com a expansão das escolas, universidades e institutos praticamente consolidada, surge um problema positivo que é a inserção dos egressos no mercado de trabalho. O desafio é cultivar a esperança de jovens que chegaram à universidade, que agora necessitam do suporte de agentes bancários, instituições de fomento, associações de classe e da própria escola para torná-los jovens empresários e empreendedores capazes de acelerar o desenvolvimento regional. O fato é que a educação faz e fará de modo ainda mais intenso a diferença entre o que significa uma região estagnada e outra próspera. *Geraldo Eugenio é professor titular da UFRPE-UAST (Universidade Federal Rural de Pernambuco – Unidade Acadêmica de Serra Talhada).

A interiorização da educação superior e o impacto sobre a economia sertaneja Read More »

Mais de 80% da população pernambucana vive em áreas urbanas, segundo dados do IBGE

Censo Demográfico 2022 revela perfil populacional urbano e rural de Pernambuco O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do Censo Demográfico 2022, detalhando informações sobre a população e as condições de vida nas áreas urbanas e rurais de Pernambuco. De acordo com o levantamento, 83,88% dos pernambucanos, o que representa 7.599.389 pessoas, vivem em zonas urbanas, um crescimento em relação a 2010, quando o índice era de 80,17%. Este estudo, feito em todos os domicílios do país, permite uma análise detalhada por municípios, distritos e setores censitários. Três municípios em Pernambuco são totalmente urbanos: Recife, Olinda e Camaragibe. Recife, por exemplo, concentra 1.488.920 habitantes, seguido por Olinda, com 349.976, e Camaragibe, com 147.771. Na contramão, municípios como Carnaubeira da Penha, Casinhas e Paranatama apresentam as maiores proporções de população rural, com índices superiores a 75%. Entre os bairros, Boa Viagem, em Recife, se destaca como o mais populoso do estado, com 125.805 residentes. Na Região Metropolitana do Recife, outros bairros como Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, e Várzea, também em Recife, têm grande concentração populacional, refletindo a urbanização da região. O Censo também traz dados específicos sobre as áreas rurais, destacando os municípios onde há uma prevalência significativa de moradores no campo, como Caetés e Santa Maria do Cambucá. Essa divisão entre urbano e rural revela a distribuição demográfica e as características de desenvolvimento da população pernambucana.

Mais de 80% da população pernambucana vive em áreas urbanas, segundo dados do IBGE Read More »