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Pernambuco em Perspectiva

O projeto Pernambuco em Perspectiva, da TGI e Rede Gestão em parceria com a Revista Algomais, está debatendo mensalmente o futuro do Estado. Diante do esgotamento do último esforço de planejamento do desenvolvimento de Pernambuco, ainda na década de 50, com os estudos do padre Joseph Lebret, existe a urgência de retomar as discussões sobre os rumos do Estado para as próximas décadas, em um mundo que atravessa por aceleradas transformações. Confira abaixo as reportagens e conteúdos produzidos pelo Pernambuco em Perspectiva: Para onde vamos? A falta que faz o planejamento Pernambuco: Em busca de uma perspectiva de futuro É urgente recuperar a capacidade pública de planejamento em Pernambuco Soluções para o desenvolvimento de Pernambuco passam pelo semiárido Transição energética no mundo, oportunidades locais para Pernambuco Caminhos para um salto na educação de Pernambuco Caminhos para o desenvolvimento da indústria em Pernambuco Quais as oportunidades para Pernambuco no cenário do Nordeste? Não adianta apenas preservar o meio ambiente, é preciso regenerar a economia Onde estão as travas da inovação em Pernambuco? Desafios da aprendizagem: educação enfrenta muitos problemas para melhorar a qualidade VÍDEOS

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Corra como uma mãe: oportunidade para fortalecer o corpo, a mente e encorajar outras mulheres

Mais da metade das mulheres em todo o mundo está desistindo ou parando completamente de se exercitar. Pelo menos foi o que levantou, em fevereiro, o estudo global Move Her Mind, da marca esportiva Asics. Entre as 25 mil pessoas entrevistadas online, todas disseram enfrentar barreiras, desde questões relacionadas ao tempo disponível (74%) e à baixa autoconfiança (35%). Quase dois terços (61%) das mães citaram a maternidade como o principal motivo pelo qual interromperam suas práticas de exercícios ou esportes, demonstrando o impacto que as responsabilidades de cuidado materno têm nos níveis de atividade das mulheres. É, minha gente, só uma mãe sabe como são grandes os desafios do maternar. Os nove meses de gestação passam por explosões hormonais, preocupação intermitente com a saúde do bebê, e, ao mesmo tempo, trazem o doce encantamento da espera por um filho, que não nos prepara para as tantas mudanças que estão por vir. Mas tem quem fuja das curvas estatísticas e faça sua própria história, como a redatora digital recifense Suellen Macedo, de 36 anos. A mãe de Joaquim, de 1 ano e 8 meses, e de Francisco, de apenas 2 meses, aderiu às corridas, mas, pense como é o esquema familiar! “Diariamente, somos só eu e meu marido em casa. Ele trabalha de home office e quando precisa visitar algum cliente, leva o mais velho à casa da minha sogra.  Minha mãe me ajuda sempre que pode também, mas no fim de semana, aí, cozinha frango, feijão, carne, para nos ajudar. Até minha avó nos manda almoço, algumas vezes”, explica. Enquanto o caçula ainda demanda muito nas mamadas, Suellen não tem ido à academia, mas, não se deu por vencida. “Meu personal passou um treino para eu fazer em casa. Faço todos os dias, e até ‘tô’ subindo as escadas do prédio (são 25 andares!), várias vezes, pra não ficar parada!”, acrescenta. E os benefícios foram notórios para a mamãe corredora. “Corri nas duas gestações. Na primeira, eu tava meio pra baixo, por causa dos hormônios e foram a corrida e os treinos que me ajudaram a levantar da cama e a ter disposição. Quando eu corria, melhorava 100% meu dia. Não tinha enjoos, não tinha enxaqueca, nem insônia. Mas foi nessa segunda gestação que eu estava mais focada. Fazia musculação quase todos os dias na semana, corria na rua, na esteira, fazia tiro e participei até de corrida nos morros”, conta Suellen. Segundo o profissional de Educação Física, Deco Nonato, toda mulher pode correr durante a gravidez, mas, é fundamental estar em concordância com os profissionais que a acompanham, especialmente o obstetra, para que possa praticar com segurança a atividade física. “Além disso, nada de se aventurar sem um profissional de Educação Física, para lhe monitorar e lhe ajudar a evoluir. Porque, à medida que a barriga cresce, o centro de gravidade e o equilíbrio mudam, por isso, o risco de queda é um pouco maior. Mas, sem dúvida, respeitando essa premissa, a mãe só tem a ganhar - correr estabiliza a frequência cardíaca, equilibra o peso, diminui o risco de diabetes gestacional, reduz estresse e ansiedade, melhora o sono e a saúde óssea”, enumera o especialista que atua em corridas há mais de 20 anos. No próximo dia 10 de novembro, Suellen Macedo volta a correr, pela primeira vez depois do nascimento de Chico, seu caçulinha. Ela vai participar da Cross Urbano CAIXA, na Arena Pernambuco. Será a quarta edição do evento no Grande Recife, depois de passar por Manaus e Teresina neste circuito 2024, que vai se encerrar em Fortaleza, no Ceará. A corrida é de 6Km e explora por completo o estádio que já foi palco da Copa do Mundo FIFA, oferecendo desafios únicos aos atletas. “Eles passam por túneis, rampas, passarelas, arquibancadas, dão volta olímpica ao redor do gramado, potencializando a prova de forma multidisciplinar. Acho que esse é o maior diferencial do nosso evento, atraindo a curiosidade dos participantes - sejam eles novatos ou experientes na modalidade”, explica Nonato, da Corpore Sano, que organiza o evento. Criado durante a Copa do Mundo de 2014, o Cross Urbano CAIXA transforma estádios pelo Brasil em verdadeiros playgrounds aeróbicos. É um evento esportivo para todas as idades. Os três primeiros classificados em cada faixa etária recebem premiações. Confira como funciona 16 a 24 anos, 25 a 29 anos, 30 a 34 anos, 35 a 39 anos, 40 a 44 anos, 45 a 49 anos, 50 a 54 anos, 55 a 59 anos, 60 a 64 anos e acima de 65 anos, tendo troféus e medalhas para os três primeiros colocados em cada categoria - masculino e feminino. Entenda os horários das largadas 7h - 50 a 54 anos, 55 a 59 anos, 60 a 64 anos e acima de 65 anos (masculino e feminino)      7:15 - 45 a 49 anos, 40 a 44 anos (masculino e feminino) 7h30 - 35 a 39 anos, 30 a 34 anos, 25 a 29 anos e 16 a 24 anos (masculino e feminino)   8h30 - Cerimônia de Premiação Como se inscrever As inscrições para esse grande desafio estão abertas até 5 de novembro e custam a partir de R$ 59,95. São feitas através do link na bio do perfil do Instagram @crossurbanocaixa ou pelo site www.crossurbanocaixa.esp.br, onde há outras informações para os atletas. A retirada dos kits será feita na loja Centauro do Shopping Recife, no dia 8 de novembro, das 12h30 às 20h30 e, no sábado (09/11), das 10h às 17h. O Cross Urbano CAIXA é patrocinado pela CAIXA e Governo Federal, além de contar com o apoio de parceiros. Organização e realização: Corpore Sano. Saiba mais: @sukamacedo | @decononato Invicto, pernambucano Matheus Evangelista, o Golden Boy, estreia no Jungle Fight, maior evento de MMA da América Latina O lutador pernambucano Matheus Evangelista de Souza, mais conhecido como Golden Boy, fará sua estreia no prestigiado evento de MMA Jungle Fight, que chega ao Recife pela primeira vez. Com 25 anos, 1,86 m de altura e 70 kg, Matheus representa a

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Nível de consumo cresce 7% no Recife nos últimos quatro meses

Indicadores mostram otimismo, apesar de desafios econômicos, aponta Fecomércio-PE O Índice de Consumo das Famílias (ICF) em Recife subiu para 102,6 pontos em outubro de 2024, de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), com recorte da Fecomércio-PE. A alta de 2% em relação ao mês anterior coloca o indicador na zona otimista, sinalizando uma recuperação no consumo, que acumula um crescimento de 7% desde julho. Este cenário reflete uma melhora nas expectativas das famílias pernambucanas. Entre os componentes do ICF, o destaque foi para a perspectiva de consumo, que aumentou 2,9%. Além disso, o momento para aquisição de bens duráveis apresentou um crescimento significativo de 7,2%, indicando que os consumidores estão mais inclinados a comprar itens de maior valor, como eletrodomésticos e móveis. Esse desempenho é atribuído à sazonalidade do final de ano, quando as famílias costumam planejar compras importantes. Para Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, o leve aumento no ICF mostra um avanço moderado, mas com desafios ainda presentes. "O leve crescimento no índice de consumo mantém a constância de crescimento que acumula 7% desde julho. Contudo, o alto nível de desemprego e a recente elevação da taxa Selic impactam diretamente o poder de compra das famílias. Embora as expectativas de consumo estejam melhorando, a recuperação total ainda depende de uma melhora no mercado de trabalho e no acesso ao crédito", afirma Peixoto. Novo Atacarejo abre segunda unidade em Paulista, gerando 320 empregos O Novo Atacarejo inaugura sua nova loja em Paulista nesta sexta-feira (01/11), às 7h, na Rua Catolé Novo, bairro de Arthur Lundgren. A unidade, que vai gerar 320 empregos diretos, é a segunda da rede na cidade, que já conta com uma filial no Janga. Em menos de um mês, esta é a terceira inauguração da rede no estado, após a abertura de uma unidade em Camaragibe no início de outubro. Com essa expansão, o Novo Atacarejo totaliza 33 lojas em operação, sendo 31 em Pernambuco e duas na Paraíba, empregando aproximadamente 8 mil pessoas. "Até o final do ano, teremos mais uma loja para inaugurar", afirma o CEO da rede, Daniel Costa. A nova unidade, chamada de Novo Paulista Centro, oferece um espaço de vendas de 5.108,90 m², totalmente climatizado, com 300 vagas de estacionamento e 28 caixas para maior conveniência dos clientes. Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas e Porto de Galinhas Convention têm reeleição das suas presidências Durante as Assembleias Gerais Ordinárias da Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas e do Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau, realizadas nesta segunda-feira (28), foi anunciada a reeleição das diretorias para o biênio 2024-2026. Eduardo Tiburtius e Otaviano Maroja permanecem nas presidências das respectivas instituições. “Fico feliz em dar continuidade na gestão que estamos desenvolvendo nos últimos dois anos. Trabalhamos em prol do turismo do nosso balneário de forma conjunta com todos os dez hotéis que fazem parte da AHPG e queremos reforçar ainda mais a imagem de Porto de Galinhas no cenário mundial”, comenta Eduardo Tiburtius.  “Continuamos o nosso trabalho à frente do Porto CVB fortalecendo e fomentando todos os dias o destino, promovendo com os diversos segmentos que compõem a nossa instituição. Seguimos na promoção do destino para os segmentos de lazer e negócios e atraindo ainda mais turistas nacionais e internacionais”, explana o novo presidente do Porto de Galinhas CVB, Otaviano Maroja. Damyller expande presença no Recife A Damyller expandiu sua presença em Recife com a reabertura de sua loja no Shopping Recife e a inauguração de uma nova unidade no Shopping Plaza Casa Forte, ambas projetadas para refletir a identidade da marca e seu compromisso com a sustentabilidade. As lojas foram cuidadosamente planejadas, apresentando elementos de design inovadores e materiais ecológicos, como painéis de denim e móveis feitos de resíduos de produção. "Cada detalhe foi cuidadosamente planejado para refletir a essência da Damyller, oferecendo aos nossos clientes um ambiente sofisticado, moderno e sustentável", afirma Damylla Damiani, consultora de estilo da Damyller.  Grupo Raymundo da Fonte fortalece práticas ESG e conquista Selo Prata de Sustentabilidade O Grupo Raymundo da Fonte, por meio da filial Horizonte, no Ceará, conquistou o Selo Prata de Sustentabilidade do Instituto de Educação Portal (IEP), destacando seu compromisso com práticas alinhadas aos pilares ESG. A empresa adota ações como gestão de resíduos, reciclando mais de 15 mil toneladas de plástico entre 2018 e 2022 em parceria com a Eu Reciclo, e reutiliza 94% dos resíduos gerados. Além disso, o Grupo mantém a Floresta Urbana Pau Sangue, uma área de 65,8 hectares de Mata Atlântica. Outras iniciativas incluem a redução da gramatura das garrafas PET, uso de energia renovável e monitoramento de emissões. Em Pernambuco, o Grupo visitou a Fábrica de Vassouras Ecológicas no Pina, que apoia mulheres vulneráveis. Com essas ações, a empresa reforça seu alinhamento aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, promovendo um futuro mais sustentável e inclusivo.

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Onde estão as travas da inovação em Pernambuco?

Qualidade da mão de obra, baixo associativismo e forte conservadorismo ainda presentes em alguns setores empresariais são alguns dos motivos que impedem que atores econômicos possam inovar no Estado, de acordo com Sérgio Cavalcante, professor da UFPE e head de Inovação/do Grupo Cornélio Brennand. Ele foi o palestrante do recente encontro do Pernambuco em Perspectiva - Estratégia de Longo Prazo *Por Rafael Dantas - Fotos: Tom Cabral O Brasil aparece na 50ª posição no Índice Global da Inovação, não figurando entre as principais potências mundiais no desenvolvimento tecnológico e na capacidade de criação de novos produtos e processos. No cenário nacional, Pernambuco, apesar de alguns cases de muito sucesso, também está devendo. Há gargalos importantes em mão de obra, além do baixo associativismo e do forte conservadorismo ainda presentes em setores relevantes da economia. Discutir o cenário local da inovação e apontar a importância dela para o novo ciclo de desenvolvimento do Estado foram os desafios de Sérgio Cavalcante na edição de outubro do Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo. O projeto, uma realização da Revista Algomais e da Rede Gestão, com patrocínio da Copergás, tem promovido uma série de seminários com pautas estratégicas, como sustentabilidade, indústria e educação, com o objetivo de vislumbrar caminhos para o futuro da economia pernambucana. Professor da UFPE, ex-presidente do CESAR e head de Inovação do Grupo Cornélio Brennand, Sérgio Cavalcante, apontou que o único cluster de inovação de toda a América Latina está localizado em São Paulo. Além disso, no Mapa das Startups, elaborado pela Cortex, o Recife possui apenas 138 dessas empresas emergentes e focadas em soluções escaláveis. Em São Paulo, são 3.693 startups. Apesar da presença do Porto Digital e da pujança de polos que investem em muita tecnologia, como o de saúde e o automotivo, Pernambuco precisa dar saltos importantes para avançar, segundo o especialista. “Quando a gente analisa os principais problemas que foram identificados em 2009, na pesquisa publicada no livro Pernambuco Competitivo [editado pelo INTG], é muito interessante perceber em vários setores a repetição da falta de mão de obra adequada, da existência do conservadorismo e falta de associativismo. Também foram mencionados os problemas na infraestrutura”. Em 10 setores econômicos protagonistas da economia local, o estudo revelou que em sete havia dificuldades com qualificação dos profissionais e também em sete foi registrada a falta de inovação (conservadorismo). EDUCAÇÃO NA BERLINDA Ao analisar com mais atenção os dados do Índice Global da Inovação, da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual), em parceria com a Universidade Cornell e o Insead, há pontos críticos do Brasil que puxam seu desempenho para a incômoda 50ª posição. O País tem gargalos maiores em tópicos como efetividade governamental (103º no mundo), ambiente de negócios (125º) e educação superior (93º). Sérgio Cavalcante avalia que uma das raízes da dificuldade de inovação no Brasil está no nosso modelo de educação. “Um dos principais problemas que temos é o modelo pedagógico brasileiro. Os alunos das universidades têm perdido o poder de abstração, é preciso ser muito concreto para eles compreenderem. No ensino médio, a quantidade de pontos de aprendizagem é muito alta. Não dá tempo de o aluno parar e analisar. A capacidade analítica da juventude acaba no ensino médio. Eles não são capazes de identificar uma fake news de uma situação real. Não são capazes de identificar uma oportunidade em um problema”, critica. Como no ensino médio a pressão por decorar muitos conteúdos para a seleção nas universidades é um dos principais focos dos estudantes e das instituições, perde-se a oportunidade de ensinar os alunos a buscar e analisar informações. Cavalcante considera que a atenção mais acentuada na técnica e não nos valores ou no estímulo para resolver problemas contribui para a falta de capacidade inovativa desses jovens quando chegam no mercado de trabalho. Apesar desse cenário difícil na qualificação de mão de obra, o Recife tem se destacado na oferta de oportunidades de formação dos jovens da periferia em cursos no setor de tecnologia da informação e comunicação, com o Embarque Digital. O programa, capitaneado pela Prefeitura Recife, tem contribuído para a cidade se destacar no País em volume de estudantes no setor, que tem um forte apagão de profissionais no mundo. Associando o programa a uma rede de instituições de formação em ensino superior na cidade, a capital tem 571 estudantes de TI a cada 100 mil habitantes, segundo dados do Censo do Ensino Superior. O segundo lugar no País é Porto Alegre, que aparece bem distante, com apenas 365 alunos a cada 100 mil habitantes. DESCONEXÃO COM OS PROBLEMAS REAIS Um dos desafios para o avanço da inovação no Estado é de focar os esforços públicos e privados para encontrar soluções para os problemas reais de Pernambuco. O professor da UFPE considera que a desconexão está nas universidades, que têm muita dificuldade de comunicação com o mercado e também das empresas de buscarem os cientistas. “Os nossos pesquisadores não sabem fazer pesquisa para inovação”. Muitas empresas locais procuram parcerias com clusters de inovação de outros países, inclusive, para solucionar problemas locais por dificuldade de desenvolver alternativas com os players daqui. Apesar das críticas, Sérgio destacou uma diversidade de iniciativas locais que tem provocado a busca de alternativas para os gargalos dos setores econômicos do Estado. A realização de estudos do IPA (Instituto Agronômico de Pernambuco) e da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), ambas públicas, para encontrar soluções para o plantio de algodão no semiárido é um dos cases destacados por Cavalcante. Na década de 1980, a praga do bicudo dizimou a cultura do algodão no Estado. As descobertas dessa iniciativa têm, portanto, a capacidade de colaborar para a prevenção de novas crises e para o desenvolvimento desse segmento produtivo. Outras iniciativas locais demonstram os esforços de firmar parcerias entre atores públicos e privados para estudar alternativas para problemas reais do Estado, como na atuação do Atitude Pernambuco, um movimento empresarial que promove estudos de melhoria de infraestrutura pública e faz doação de equipamentos para o poder público, e do

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Pernambuco investe R$ 1,5 milhão na Casa Capiba, futura unidade do Conservatório de Música

Espaço será ampliado e transformado em memorial do mestre Capiba, homenageado do Carnaval de 2025 O governo de Pernambuco, em comemoração aos 120 anos de nascimento de Capiba, anunciou a reforma e ampliação da Casa Capiba, no bairro do Espinheiro, Recife. O investimento de R$ 1,5 milhão será destinado a transformá-la em uma unidade do Conservatório Pernambucano de Música (CPM). A governadora Raquel Lyra, acompanhada da vice-governadora Priscila Krause, destacou a importância de preservar o legado do mestre. “O mais importante é que o legado, a cultura, a história do nosso mestre, que levou Pernambuco para além de nossas fronteiras, para o mundo, será permanente”, afirmou Raquel. Na ocasião, a governadora também anunciou Capiba como homenageado do Carnaval de Pernambuco 2025. O projeto de reforma contempla adaptações de acessibilidade, climatização, recuperação de coberturas e esquadrias, além de preservar a pintura amarela da fachada. Com a ampliação do espaço, a casa passará de 147 para 225 metros quadrados, mantendo sua arquitetura original por ser um prédio tombado. “Haverá a ampliação da casa também, de 147 metros quadrados para 225 metros quadrados, um aumento de quase 80 metros quadrados”, explicou Carlos Santos, secretário executivo de obras. A previsão é de que o edital de licitação para as obras seja lançado até o início do próximo ano, com prazo de execução de dez meses após a assinatura do contrato. A secretária de cultura, Cacau de Paula, enfatizou a relevância do projeto para a cultura pernambucana: “Capiba, como grande artista e símbolo da nossa cultura, deixou uma contribuição enorme para a nossa música”. Janete Florêncio, gerente-geral do CPM, reforçou que a obra de Capiba será a base para as atividades na casa, que terá espaços para ensaios e eventos dedicados à música pernambucana. A viúva de Capiba, dona Zezita, agradeceu pelas homenagens e lembrou que a casa era um ponto de encontro para músicos. A Casa Capiba, desapropriada desde 2017, será administrada pelo CPM, vinculado à Secretaria de Educação e Esportes. Com a reforma, o local se tornará um espaço para atividades artísticas e pedagógicas, ampliando a capacidade de ensaios e performances. O evento de anúncio contou com a presença de autoridades, como o secretário da Casa Militar, coronel Hercílio Mamede, e a presidente da Fundarpe, Renata Borba.

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Intenção de Consumo das Famílias tem quarta queda consecutiva

Indicador recuou 0,6% de setembro para outubro. Foto: Tânia Rego/Agência Brasil (Da Agência Brasil) A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,6% de setembro para outubro, descontados os efeitos sazonais, o quarto resultado negativo consecutivo e o mais intenso no período. A diminuição da intenção pode ser percebida também na análise anual, com queda de 1,2%. O indicador ainda se mantém no nível de satisfação com 103,2 pontos; porém, está no menor patamar desde março deste ano. É o que revela a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo a CNC, todos os componentes apresentaram movimento de queda, com exceção da Perspectiva Profissional, que não apresentou alterações. O Momento para Duráveis teve a maior redução da sua taxa, apresentando uma redução anual igual à sua redução no último mês (-1,8%). Na análise geral, o Emprego Atual é o item com maior pontuação na ICF, o que demonstra a satisfação dos trabalhadores. Em outubro, a Perspectiva Profissional dos consumidores foi o único item que não obteve redução na comparação mensal, mantendo o menor saldo desde junho de 2023. A Renda Atual continuou avançando (+3,7%) como a maior variação anual dentro de todos os componentes. O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, diz que os consumidores estão mais cautelosos em relação ao consumo. “O principal subindicador do índice foi a queda de intenção de consumo de bens duráveis, caindo 1,8% na variação mensal, e o consumo de perspectiva em curto prazo também caiu, com 1,2% de queda no mês. O grande fator que puxou pra baixo foi a diminuição da perspectiva sobre o emprego. As famílias estão muito cautelosas com a perspectiva futura do emprego.” No entanto, a Perspectiva Profissional recuou 4,1% no ano, sugerindo maior cautela em relação à empregabilidade futura. Na comparação mensal, o Nível de Consumo Atual – ICF também recuou, assim como o Emprego Atual. “A recente análise mensal destacou um fator negativo significativo: a queda de 4,2% na Perspectiva de Consumo. Essa diminuição reflete um cenário econômico desafiador, marcado pelo aumento da Selic, a taxa básica de juros do Brasil, que iniciou um novo ciclo de alta dos juros. Esse aumento das taxas de juros é uma medida adotada pelo Banco Central para conter a inflação, mas também traz uma série de implicações. Com a Selic mais alta, o custo do crédito aumenta, o que explica também a queda do Acesso ao Crédito e, além disso, pode desestimular o consumo das famílias", destaca a CNC. "As incertezas em relação aos ajustes que serão feitos pelo governo para se enquadrar no arcabouço fiscal também geram um clima de apreensão entre os consumidores, com a possibilidade de ajustes de gastos públicos e arrecadação”, completa. Esses fatores impactam diretamente a expectativa de consumo. Quando os consumidores estão inseguros quanto à sua situação profissional e financeira futura, tendem a reduzir o Consumo Atual. O consumidor se torna mais seletivo nas suas compras, e as instituições financeiras fica mais seletivas em relação aos critérios de risco de seus tomadores, reduzindo o potencial de consumo.

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Algomais foi uma das finalistas do 20º Prêmio Urbana de Jornalismo

Consolidado como um dos mais prestigiados reconhecimentos do jornalismo pernambucano, o Prêmio Urbana de Jornalismo – Engenheiro Pelópidas Silveira chega à sua 20ª edição, destacando reportagens que exploram a relevante temática da mobilidade urbana. Ao longo dessas duas décadas, o prêmio se reinventou para acompanhar as transformações nas redações, nos veículos de comunicação e nas formas de transmitir notícias ao público, incorporando novas mídias e tecnologias. Durante toda sua trajetória, contou com o apoio do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco. Nesta edição comemorativa, foram inscritos 36 trabalhos divididos em quatro categorias: Texto, Áudio, Vídeo e Fotografia. A Algomais foi finalista na categoria texto, com a série de reportagens Era uma vez uma ferrovia..., de Rafael Dantas e Cláudia Santos. A revista concorria ainda na categoria fotografia, com Wanderley Andrade. O trabalho vencedor na categoria texto foi "UBER MOTO: perigo sobre duas rodas", da jornalista Roberta Soares, do Jornal do Commercio, que ganhou também o prêmio geral. A TV Globo venceu a categoria vídeo, com o trabalho Transportes Limpos, de Thiago Augustto. Ed Machado , da Folha de Pernambuco, sagrou-se vencedora em fotografia e o podcast "O caminho para o fim do mundo", de Georgia Santos, venceu na disputa dos trabalhos em áudio. Os finalistas foram divulgados durante o evento de premiação e, em seguida, foram revelados os vencedores. A cerimônia de entrega aconteceu no Restaurante Ruffo, no Recife. “A pauta de discussão sobre a prioridade ao transporte coletivo no sistema viário e nas políticas públicas e as repercussões do uso excessivo do transporte individual motorizado na mobilidade, no meio ambiente, na segurança viária e na qualidade de vida reforça a urgência de discutirmos qual é o futuro que desejamos para as nossas cidades. E a cobertura jornalística exerce um papel fundamental nessa discussão”, avalia o coordenador técnico da Urbana-PE, Bernardo Braga.

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A importância do aprendizado contínuo para progredir na carreira

Por Andréa Carvalho No cenário dinâmico e competitivo do mercado de trabalho atual, o aprendizado contínuo se tornou não apenas um diferencial, mas uma necessidade para o crescimento profissional. Com a rápida evolução das tecnologias e a constante mudança nas demandas do mercado, manter-se atualizado e desenvolver novas habilidades é o um passo essencial para o sucesso a longo prazo. Historicamente, o conceito de carreira era visto como uma trajetória linear, em que uma pessoa se desenvolvia dentro de uma única área ou empresa, seguindo uma sequência previsível de promoções. No entanto, o mercado de trabalho mudou consideravelmente. Hoje, as trajetórias profissionais são mais diversas e fluidas, com a exigência de aprendizado contínuo. Adquirir novas competências, aprimorar às existentes e estar atento às tendências de mercado são fundamentais para se manter competitivo. É importante compreender que, além do desenvolvimento técnico, o aprendizado contínuo envolve, também, o aprimoramento das chamadas soft skills, ou habilidades interpessoais, que são cada vez mais valorizadas no ambiente corporativo. A capacidade de trabalhar em equipe, liderar, comunicar-se de forma eficaz e adaptar-se a novas situações são algumas das competências que diferenciam os profissionais bem-sucedidos. A busca pelo desenvolvimento pessoal e profissional é também uma maneira de fortalecer essas habilidades comportamentais. Participar de cursos, workshops e interagir com diferentes profissionais ajuda a desenvolver uma postura mais colaborativa, empática e resiliente. No entanto, um dos maiores desafios para o aprendizado contínuo é saber por onde começar e como estruturar um plano eficaz. Um bom ponto de partida é identificar quais são as tendências da sua área de atuação e as habilidades que estão em alta demanda. Plataformas como LinkedIn, pesquisas de mercado e troca de informações com outros profissionais podem ajudar a entender as competências mais relevantes no momento. Além disso, é importante estabelecer metas de aprendizado realistas e mensuráveis. Isso pode incluir a conclusão de cursos, a leitura de livros relevantes, a participação em eventos ou a obtenção de certificações. O fundamental é garantir que esse aprendizado seja contínuo e integrado à rotina do profissional. Com a transformação digital e o surgimento de novas tecnologias, como a inteligência artificial, por exemplo, o aprendizado contínuo assume um papel ainda mais relevante. A velocidade com que essas inovações impactam o ambiente de trabalho exige que os profissionais estejam sempre prontos para adquirir novas competências e se adaptar às mudanças. Essa realidade se aplica a todos os setores e níveis hierárquicos e, independentemente do ponto da carreira em que um profissional se encontra, há sempre espaço para crescimento e evolução. O aprendizado contínuo é, portanto, um dos pilares para quem deseja progredir na carreira. Em um mundo cada vez mais incerto e competitivo, os profissionais que se destacam são aqueles que estão dispostos a aprender, desaprender e reaprender continuamente ao longo de sua jornada. Manter-se atualizado, aprimorar habilidades técnicas e comportamentais e investir no desenvolvimento pessoal são atitudes que não só aumentam as chances de sucesso, mas também trazem realização pessoal e profissional. Andréa Carvalho é psicóloga e sócia-fundadora da TGI Consultoria.

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Pernambuco vai contar com R$ 5,7 bilhões do Fundo de Financiamento do Nordeste

O anúncio foi feito pela Sudene e pelo Banco do Nordeste A Sudene e Banco do Nordeste anunciaram que Pernambuco contará com R$ 5,7 bilhões do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para o próximo ano. O superintendente do Banco do Nordeste em Pernambuco, Hugo Luís de Queiroz, afirmou que o objetivo do fundo é proporcionar desenvolvimento econômico e social para a região Nordeste e “para que a gente consiga ser efetivo com relação a esse objetivo, escutar os atores envolvidos no processo é fundamental, para entender quais são as expectativas, as atividades que hoje fazem sentido a gente redirecionar ou direcionar o FNE”. Os R$ 5,7 bilhões do FNE destinados para Pernambuco serão divididos entre os setores de Comércio e Serviços (R$ 1,4 bilhão), Infraestrutura (R$ 1,3 bilhão), Pecuária (R$ 1,2 bilhão), Indústria (R$ 753,1 milhões), Agricultura (R$ 711,2 milhões), Turismo (R$ 156,5 milhões), Agroindústria (R$ 84,6 milhões), FNE Verde Sol Pessoa Física (R$ 30,3 milhões) e FNE P-Fies (R$ 500 mil).O orçamento total do fundo pra 2025, contemplando os 11 estados da área de atuação da Sudene, está estimado em R$ 47,2 bilhões, 18,6% superior à estimativa inicial do FNE para este ano. Hugo Luís de Queiroz apresentou em reunião realizada ontem (17) um histórico de aplicações do FNE em Pernambuco entre 2020 e agosto de 2024, período que somou R$ 16,6 bilhões repassados pelo Fundo, que representaram 436,4 mil operações. O destaque foi o ano passado, que registrou financiamentos de R$ 4,64 bilhões. “Em 2024, devemos caminhar para uma aplicação maior que a de 2023”, enfatizou. No período avaliado, foram repassados R$ 10,77 bilhões para o semiárido, o que representa 64,94% do total. Entre os setores, o maior volume de recursos foi para Comércio e Serviços (R$ 5,9 bilhões), enquanto a divisão por tipologia contemplou os municípios considerados prioritários (de baixa e média rendas) com R$ 13 bilhões. Sebrae investe na suinocultura no Agreste Criadores de suínos do Agreste estão recebendo apoio do Sebrae/PE e da Prefeitura de Canhotinho para beneficiar a criação e ampliar os lucros. Nove criadores da região estão sendo beneficiados com consultorias de boas práticas na suinocultura, além da capacitação em diversos aspectos da criação, somando 90 horas de orientação técnica. “Com o aumento das atividades produtivas de suínos na região do Agreste Meridional, o Sebrae tem dado uma maior atenção para a profissionalização da atividade, em busca de garantir maior produtividade para os criadores”, explica Lucas Araújo, analista do Sebrae/PE. Ele conta que os trabalhos de articulação com o setor tiveram início em janeiro deste ano, quando aconteceu a palestra “A importância do diagnóstico na suinocultura”, realizada em parceria com a Secretaria de Agricultura e a Sala do Empreendedor. O objetivo foi despertar nos produtores locais a conscientização do potencial de produção da atividade na região. Já as atividades da consultoria Sebraetec começaram em agosto e seguem até dezembro. Nesse período, os suinocultores vão receber orientações técnicas sobre: adequação da infraestrutura de produção; manejo alimentar e nutricional dos animais em cada fase de desenvolvimento na granja; práticas que compõem o manejo reprodutivo nas granjas; correta detecção do cio; acompanhamento no período de gestação; cuidados com os leitões; manejo sanitário dos animais; e controle econômico e zootécnico. Sorvetes Frosty anuncia novo diretor de marketing A Sorvetes Frosty, empresa cearense de gelados comestíveis, está em franca expansão pelo nordeste e em Pernambuco, anunciou Christian Borges, como novo diretor de marketing. Durante sua trajetória, Christian atuou em empresas regionais e nacionais, passando por 14 estados brasileiros e Distrito Federal, onde liderou reestruturações estratégicas, campanhas integradas, projetos de inovação e equipes multidisciplinares. “Estou muito empolgado com esse novo momento na Frosty, que também passa por um plano de expansão ambicioso, o que só aumenta a minha responsabilidade e a honra por confiar em meu trabalho. Quanto a minha atuação, trago como compromisso a conexão de pessoas a marcas de forma autêntica, criando experiências de valor duradouro e construindo marcas que geram impacto real. Busco transformar marcas em agentes de transformação social, equilibrando criatividade, experiências e resultados". Recentemente, a corporação inaugurou a 16ª unidade em Pernambuco, que hoje é a segunda maior praça da marca no nordeste.

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"As populações pobres são mais excluídas do verde urbano"

Maurício Ferreira, professor da USP, fala de estudos que comprovam os benefícios dos parques para a saúde dos moradores das cidades e para amenizar o calor. Destaca que pessoas mais vulneráveis têm menos acesso a esses espaços e explica a regra 3:30:300, que serve como um norteador para arborizar zonas urbanas. Pesquisas científicas realizadas em várias partes do mundo demonstram que as áreas verdes das cidades proporcionam muito mais do que ambientes de lazer. Elas são verdadeiros remédios naturais por estimularem as pessoas a praticarem atividades físicas, além de contribuírem para prevenir uma série de doença – de hipertensão à diabetes, mas também beneficia a saúde mental e auxilia na redução do estresse. Não por acaso, hospitais como o Albert Einstein, em São Paulo, tem investido em ambientes com vegetação, devido aos benefícios proporcionados às pessoas hospitalizadas. Espaços arborizados também amenizam o calor, um benefício nada desprezível nestes tempos de aquecimento global. “Uma árvore grande pode transferir, do solo para a atmosfera, entre 100 e 300 litros de água. Imagina uma praça, um parque inteiro, quantas toneladas de água não vão para a atmosfera?”, ressalta o biólogo e ecólogo Maurício Ferreira, professor da USP (Universidade de São Paulo). Nesta conversa com Cláudia Santos, ele ressalva que essas vantagens dificilmente são usufruídas pelas populações mais pobres, já que os espaços verdes se concentram em maior proporção nos bairros mais nobres. E, mesmo quando há áreas arborizadas próximas a esse segmento populacional, elas não são qualificadas, isto é, não são acessíveis no formato de parques ou praças. Maurício Ferreira afirma, porém, que várias cidades do mundo estão atentas à necessidade de espaços arborizados e explica nesta entrevista o conceito da regra 3:30:300, usada como norteador para as zonas verdes urbanas. Como estão as cidades brasileiras em relação às áreas verdes que dispõem? Temos um retrato bastante heterogêneo. São Paulo, por exemplo, é uma megacidade e quase metade dela é só áreas verdes, mas extremamente mal distribuídas. Há um grande maciço florestal na Zona Sul, algumas manchas grandes na Zona Norte, bem como na Zona Leste, onde fica o Parque do Carmo, mas é uma distribuição muito heterogênea. Outro exemplo é a cidade do Guarujá, que tem quase 67% de áreas verdes, duas áreas protegidas e está discutindo a criação de uma terceira área protegida. Esses instrumentos de conservação são muito importantes pois tornam a distribuição do verde urbano mais homogênea, trazendo benefícios para a saúde física e mental das pessoas que passam a usufruir desses espaços. Já Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, tem um perfil diferente, é uma cidade que acabou de fazer o plano diretor de arborização, tem bastante espaço verde, mas com uma estrutura de distribuição de baixa densidade nos bairros. Assim, de uma forma geral, as cidades são muito heterogêneas, e o grande problema das áreas verdes urbanas é a distribuição. As áreas historicamente mais ricas são avantajadas em termos de verde urbano em detrimento das áreas pobres. Quando as áreas pobres têm bastante verde urbano, como na Zona Sul de São Paulo, são áreas não qualificadas, e as pessoas normalmente não usufruem desses espaços porque não há uma infraestrutura mínima. É uma área verde não qualificada para visitação. Quais benefícios as áreas verdes proporcionam para as populações urbanas? Há uma relação evolutiva de proteção dos seres humanos com as árvores no que se refere ao abrigo saudável, frescor, sombra, amenização de temperaturas. Áreas verdes, por si só, trazem benefícios diretos e indiretos. Um dos benefícios indiretos está na capacidade de frescor do ambiente, pois as árvores conseguem transpirar água. Uma árvore grande pode transferir, do solo para a atmosfera, entre 100 e 300 litros de água. Imagina uma praça, um parque inteiro, quantas toneladas de água não vão para a atmosfera? Isso ajuda a manter menor a amplitude térmica, nas horas mais quentes do dia em relação às horas mais frias, trazendo benefícios, principalmente para idosos ou recém-nascidos, que são um público mais vulnerável a essas grandes variações de temperatura. Essa amenização térmica está associada a menores taxas de hospitalização. Já os benefícios diretos consistem na possibilidade de as pessoas usufruírem da sombra nos parques para atividades esportivas, religiosas, de espiritualidade, meditação, por exemplo. Vale ressaltar essa relação de proteção e bem-estar da espécie humana com as árvores. Alguns hospitais em São Paulo, como o Albert Einstein, apresentam benefícios nos indicadores de saúde de pacientes tratados em quartos com vistas para árvores, tanto que o hospital passou a utilizar quadros de árvores nos quartos. Além disso, foi inteiramente repaginado, dispõe de muito verde, tem um jardim lindíssimo no ambiente onde as pessoas transitam, o que traz uma sensação de bem-estar maior. Daí a importância dos espaços verdes nas cidades. Estamos falando de equipamentos urbanos que podem oferecer, diretamente, um espaço para a prática de esportes, evitando o sedentarismo e as doenças dele decorrentes ou, eventualmente, para restauração de estresse, restauração mental e, assim, a pessoa tem mais qualidade de vida e mais saúde. Em 2018, o SUS gastou R$ 3,5 bilhões no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, que são hipertensão, diabetes e obesidade. Se tivéssemos mais espaços verdes qualificados, isso poderia ser reduzido em até 15%. Enfim, é uma situação mais confortável democratizar o verde urbano para que ele possa oferecer o seu serviço ambiental à população. O senhor poderia detalhar a relação entre algumas doenças e a ausência de verde nas cidades? Existe a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que está muito associada à poluição, mas também é uma doença ligada ao tabagismo. Ou seja, não se pode culpar a poluição, principalmente se a pessoa é fumante ou mora em uma casa com outras pessoas que fumam. Mas também já há estudos mostrando que, nas cidades mais poluídas, a incidência dessa doença é alta em não fumantes. Além da poluição do ar, existe um estudo da cidade de São Paulo que mostra vários outros fatores, inclusive sociais. Segundo esse estudo, as pessoas que moram na Zona Leste, que é o lugar mais cinza

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