Iperid – Página: 2 – Revista Algomais – a revista de Pernambuco

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Aprendizado por biografias e histórias de organizações

*Por Eduardo Carvalho, Harvard/IPERID Fellow A palavra “biografia” tem origem no idioma grego e é formada pelos termos bio (vida) e graphein (escrita). Historiadores acreditam que o filósofo Damáscio foi o responsável por criar o termo para referir-se a esse gênero textual. Surgiu durante as Civilizações Clássicas, ou seja, na Grécia e na Roma Antiga. As biografias têm como objetivo narrar fatos marcantes da vida de uma pessoa, destacando suas conquistas, desafios e legados. Não se limita apenas à narração de acontecimentos pessoais/íntimos, mas desenvolve uma análise de como as ações influenciaram ou foram influenciadas pelos acontecimentos da época em que a pessoa viveu. Contém dados e acontecimentos importantes, pode ou não ter fotos, ou entrevistas de pessoas próximas ao personagem. É construída com dados precisos, incluindo nomes, locais e datas dos principais acontecimentos importantes. Não precisa referir-se especificamente a personalidades que fizeram grandes feitos ou que estiveram em posições de poder e influência. Pode também abordar histórias sobre a vida de pessoas comuns, a exemplo do projeto desenvolvido pela StoryCorps nos Estados Unidos. A organização não tem fins lucrativos e compromete-se com a visão de que todos têm uma história importante para contar. A sua missão é ajudar as pessoas a terem conversas significativas sobre as suas vidas, gravando em estúdios localizados em pontos de fácil acesso ao cidadão. Desde a sua fundação em 2003, ajudou mais de 700 mil pessoas a narrar as suas histórias de vida. Essas gravações estão coletadas na Biblioteca do Congresso dos EUA, constituindo a maior coleção de vozes humanas já reunida. As histórias são transmitidas na NPR para mais de 12 milhões de ouvintes e também podem ser acessadas em plataformas digitais. A StoryCorps promove empatia, compaixão, e aprendizados relevantes sobre cidadãos da sociedade americana. O museu virtual da pessoa é outra organização que merece destaque para propósito semelhante. Quando se trata de líderes empresariais, as biografias oferecem uma visão aprofundada sobre suas trajetórias, filosofias e estilos de gestão. Revelam lições importantes de liderança, histórias de superação pessoal, a importância da resiliência, da empatia, da imaginação, da visão clara e inovadora, entre muitas outras habilidades. Há inúmeras biografias publicadas sobre líderes mundiais na política, artes, literatura, ciências, empreendedorismo, medicina. Os Estados Unidos têm uma cultura de registrar biografias dos seus líderes. A vida de Steve Jobs, por exemplo, demonstra a importância da paixão pelo produto, a busca incessante pela perfeição e a habilidade de criar uma visão clara e inspiradora. Jobs não apenas fundou a Apple, mas também redefiniu indústrias inteiras com produtos inovadores como o iPhone e o iPad. Sua história nos ensina sobre a importância da inovação, da resiliência e da capacidade de recomeçar após fracassos. Jobs enfatizou um princípio importante na sua palestra no evento de graduação (commencement) em Stanford em 2005: “Você não pode conectar os pontos olhando para frente, você só pode conectar olhando para trás”. Outros grandes exemplos de líderes mundiais são: Howard Schultz (cresceu em um bairro pobre de Nova Iorque e superou inúmeras adversidades para transformar a Starbucks em uma marca global), Oprah Winfrey (superou uma infância difícil e se tornou uma das mulheres mais influentes do mundo), Elon Musk (fundou várias empresas de sucesso e está, continuamente, desafiando e redefinindo indústrias inteiras. Sua capacidade de imaginar um futuro diferente e trabalhar incansavelmente para realizá-lo é uma lição poderosa sobre a importância da visão e da inovação). Enquanto as biografias focam em indivíduos, as histórias de organizações oferecem uma visão holística sobre o desenvolvimento e a evolução das empresas. Esses relatos não apenas documentam o crescimento e as mudanças internas, mas também contextualizam a organização dentro do cenário econômico e social em que operam. Compreender as histórias das organizações vai além de conhecer datas e eventos; trata-se de desvendar os valores, as estratégias e as culturas que levaram a entidade ao sucesso ou fracasso ao longo do tempo. Frequentemente compreendem momentos de crise e superação, que oferecem lições valiosas sobre resiliência. Também mostram a importância de valores e práticas consistentes que alinhem os objetivos da empresa com os comportamentos dos funcionários. Essas histórias de superação inspiram e mostram que dificuldades fazem parte da jornada de qualquer organização. Ensinam que, com liderança forte, visão clara e uma equipe dedicada, é possível superar obstáculos aparentemente intransponíveis. Biografias e histórias de organizações são fontes ricas de conhecimento e inspiração. Oferecem uma janela para o passado, permitindo-nos aprender com as experiências de outros e aplicar em nossos próprios contextos. Proporcionam insights valiosos que podem guiar futuros líderes e empreendedores em suas jornadas. Oferecem lições valiosas que podem ser aplicadas em diversos contextos profissionais e pessoais, ajudando-nos a navegar pelos desafios e oportunidades do mundo. É aprendizado relevante, logo muito importante de ser abordado nas escolas, universidades e empresas.

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“O foco da Eslovênia é apresentar-se como um país verde, criativo e inteligente”

Para a celebração dos 8 anos do Consulado da Eslovênia no Nordeste, com sede na cidade do Recife, ouvimos a embaixadora do país europeu, Mateja Kračun, sobre como andam as relações com o Brasil e quais as perspectivas para o Estado de Pernambuco. No Estado, o consulado é liderado pelo cônsul Rainier Michael. A sustentabilidade, a economia criativa e a preocupação com os direitos humanos são algumas das pautas ressaltadas pela diplomata nessa passagem pela capital pernambucana. Formada em direito pela Universidade de Ljubljana, ela ocupa o posto de embaixadora da República da Eslovênia no Brasil, Colômbia e Equador desde o ano passado. No Recife, Mateja Kračun cumpre uma série de agendas celebrando a atuação local do consulado, que promove negócios e intercâmbio cultural entre a Eslovênia e Pernambuco. Quais são as principais pautas atualmente nas relações entre o Brasil e a Eslovênia? Sinto-me honrada por servir num país com o qual a Eslovênia tem relações muito amigáveis ​​e que é o nosso parceiro econômico mais importante na região. O fluxo comercial cresce a cada ano. No ano passado, em dezembro, comemoramos 31 anos de estabelecimento de relações diplomáticas. O Brasil foi o primeiro país da região a reconhecer a Eslovênia depois que declaramos nossa independência em 1991. O Brasil também foi o primeiro país da região a abrir uma Embaixada residente em Ljubljana, e seguimos com a abertura da Embaixada da Eslovênia em Brasília em 2010. O ano de 2023 trouxe grande aceleração à dinâmica das relações bilaterais entre os dois países, e há muitos temas que estamos de acordo. Ambos os países partilham a paixão pela promoção da ecologia e da proteção ao meio ambiente. Os países mantêm um diálogo muito intenso em organizações multilaterais, onde muitas vezes temos um ponto de vista comum. A Eslovênia é agora membro do Conselho de Segurança da ONU e o Brasil completou o seu mandato em dezembro. Ambos promovemos a agenda de paz e segurança. Espero também um maior aumento da cooperação política. Qual a face que a Eslovênia se apresenta aí mundo nesse cenário contemporâneo, pós-pandêmico? A proteção do meio ambiente é uma questão importante para a Eslovênia e para os eslovenos, e este tema foi ainda mais acentuado durante e após a pandemia. Prestamos especial atenção à ligação entre os direitos humanos, as alterações climáticas e a degradação ambiental. O nosso objetivo é preservar um ambiente limpo, saudável e sustentável que seja essencial para o pleno gozo de uma ampla gama de direitos humanos, incluindo o direito à vida, à saúde, à alimentação, à água e ao saneamento. O foco principal da Eslovênia é apresentar-se como um país verde, criativo e inteligente, e este é também o slogan empresarial. A preservação do ambiente é de imensa importância e a Eslovênia está na vanguarda dos países em transição para a economia circular, que se centra na sustentabilidade, nas tecnologias verdes e na responsabilidade social corporativa. A criatividade tem sido um dos focos mais importantes das empresas eslovenas e muitas soluções de alta tecnologia mostram que a Eslovênia é um dos países líderes nesta área. Aqui é mostrada a importância de treinamento e educação de alta qualidade, bem como de pensar fora da caixa. Muitas das soluções estão sendo utilizadas também no Brasil, que devido ao seu tamanho necessita de uma abordagem adequada para enfrentar os desafios do dia a dia. Essa visita celebra os 8 anos do Consulado da Eslovênia aqui em Pernambuco. Quais os principais marcos dessa presença consular na região Nordeste? Estou feliz em cooperar com nosso Cônsul Honorário no Recife, Rainier. Os cônsules honorários são a espinha dorsal da diplomacia eslovena e temos uma excelente rede em todo o mundo. Rainier é uma pessoa muito importante no Recife e aproveita todas as oportunidades para promover a Eslovênia em Pernambuco e outros estados da região Nordeste. Quero comentar particularmente o seu trabalho na área da educação e da economia, especialmente no último ano, quando viajou duas vezes à Eslovênia. Nos 8 anos de atuação como cônsul honorário Rainier colocou a Eslovênia nas mentes e nos corações de Recife e de Pernambuco. Ele aproveita todas as oportunidades para promover nosso país em sua cidade, estado e região do Nordeste, e conseguiu criar uma pintura incrível da Eslovênia que é querida por todos. Sou extremamente grata pelo seu trabalho 24 horas por dia e admiro sua energia positiva e dedicação à promoção da Eslovênia. Durante minha estada aqui fiquei impressionada com o quão conhecido e apreciado Rainier é entre todos os seus colegas e amigos em toda a sociedade recifense e pernambucana. Ele é um membro valioso da sociedade e estou orgulhosa por ele ter concordado em ser cônsul honorário da Eslovênia, um país que pode ser menos conhecido aqui, mas que devido aos seus incansáveis ​​esforços e dedicação foi colocado no topo da agenda. É extremamente importante para a Eslovênia ter um cônsul tão ativo e dedicado e com a sua ajuda a Eslovênia, recebeu o reconhecimento como país amigo de Pernambuco há dois anos. Com este reconhecimento a Eslovênia foi reconhecida como um país com laços firmes com Pernambuco e estamos ampliando a opção de cooperação no futuro nas áreas de interesse mútuo.

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Cinema japonês em destaque na agenda cultural do Recife em janeiro

O Recife recebe esta semana o Mês de Filmes do Japão. A mostra de filmes contemporâneos já está em andamento até o dia 14, no Cinema da Fundaj – Porto. Além disso, entre os dias 25 e 31, ocorrerá a Mostra de Clássicos no Cinema da Fundaj – Derby. O evento é organizado pelo Consulado Geral do Japão no Recife. Destaque para o debate pós-exibição do filme de Akira Kurosawa, com a participação do jornalista Ernesto Barros e do professor Marcelo Costa da UFPE. Uma oportunidade imperdível para os amantes do cinema japonês. Os filmes são legendados, com entrada gratuita, e os ingressos são distribuídos uma hora antes das sessões. PROGRAMAÇÃO: De 26 a 27 de janeiro de 2024: O INTENDENTE SANCHO (山椒大夫 Sancho-dayuu) PAI E FILHA (晩春 Banshun) DESEJO PROFANO (赤い殺意 Akai Satsui) Dia 28 de janeiro de 2024: CONTOS DA LUA VAGA (雨月物語 Ugetsu monogatari) OS AMANTES CRUCIFICADOS (近松物語 Chikamatsu monogatari) Dia 30 de janeiro de 2024: O PROFUNDO DESEJO DOS DEUSES (神々の深き欲望 Kamigami no fukaki yokubo) DE ONDE SE AVISTAM AS CHAMINÉS (煙突の見える場所 Entotsu no mieru basho)

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Orquestra Sinfônica do Recife apresenta a Sinfonia n.º 9 de Beethoven

A parceria entre a Orquestra Sinfônica do Recife, o Conservatório Pernambucano de Música e o Consulado Geral da Alemanha no Recife, com o apoio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE) e da Biblioteca Pública do Estado, culmina no penúltimo evento do ano: a apresentação da Sinfonia n.º 9 em ré menor, Op. 125, do renomado compositor Ludwig Van Beethoven. Sob a regência do Maestro Lanfranco Marcelletti Jr., a Orquestra Sinfônica do Recife se une a quatro solistas – Lina Mendes, Lara Cavalcanti, Enrique Bravo e Sávio Sperandio – e ao Grande Coro do Conservatório Pernambucano de Música. Juntos, eles trarão à vida os quatro movimentos desta sinfonia magistral do compositor alemão. Os apreciadores da música clássica têm a oportunidade de testemunhar essa experiência única nos dias 13 e 14 de dezembro, às 20h, no Teatro de Santa Isabel, no Recife, e no dia 15 de dezembro, às 19h, na Praça do Arsenal da Marinha, também na capital pernambucana. Uma ocasião para celebrar a grandiosidade da obra de Beethoven. A entrada é gratuita, proporcionando a todos a chance de mergulhar na beleza e emoção dessa sinfonia atemporal.

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Recife recebe a 27ª edição da Feira Japonesa

No próximo dia 26 de novembro, uma vibrante conexão entre Brasil e Japão será celebrada durante a XXVII Feira Japonesa no Recife. O evento gratuito está programado para acontecer das 10h às 20h, ocupando as pitorescas ruas do Recife Antigo, incluindo as vias do Bom Jesus, do Observatório e da Guia. Os participantes poderão desfrutar de uma variedade de experiências, desde pratos autênticos da culinária japonesa até apresentações e oficinas cativantes. A cerimônia de abertura da 27ª edição será marcada pelo ritual do “Kagami Wari”, que consiste na quebra da tampa de um barril de saquê. Este gesto simbólico será seguido pela distribuição gratuita do saquê aos presentes. Durante todo o evento, barracas de alimentação, artesanato japonês e produtos relacionados a animes estarão disponíveis. A programação diversificada incluirá um desfile de cosplay, sessões de karaokê, apresentação de roupas japonesas tradicionais e exibições de artes marciais. Ao longo do dia, os participantes terão a oportunidade de participar de oficinas, como desenho de Mangá, origami, concurso de hashi, beads, Ikebana e furoshiki. A cada ano, a feira destaca um elemento específico da cultura japonesa como tema. Em 2023, o foco estará em “Kodomo-no-Hi (Dia das Crianças) e Hinamatsuri (Festa das Bonecas, ou Dia das Meninas)”. Este ano, o evento retorna em formato presencial e contará com a participação do Cônsul Geral do Japão no Recife, do presidente da Associação Nordestina dos Ex-bolsistas e Estagiários no Japão (ANBEJ), além de representantes políticos e membros da sociedade. A produção da XXVII Feira Japonesa é conduzida pela ANBEJ, com o valioso apoio do Consulado Geral do Japão no Recife, da Associação Cultural Japonesa do Recife (ACJR) e da Prefeitura do Recife.

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Prefeitura do Recife institui semana da Paradiplomacia

A Prefeitura do Recife encaminhou à Câmara Municipal um Projeto de Lei com o propósito de oficializar a Semana Municipal de Paradiplomacia no calendário de eventos da cidade. Essa semana seria celebrada anualmente na última semana de setembro e visa fortalecer o processo de internacionalização da capital. Como um importante hub consular do Norte e Nordeste, abrigando 44 consulados, o Recife reconhece na paradiplomacia uma ferramenta fundamental para fortalecer laços entre países, estados e municípios, além de aprofundar discussões globais sobre temas como sustentabilidade, planejamento urbano, migração e a implementação da Agenda 2030. “Estamos enviando para a câmara de vereadores um projeto de lei que cria a semana da paradiplomacia. Recife é o maior hub consular de todo o Nordeste. Vários países têm representação aqui. Esse diálogo institucional é muito importante para atrair grandes investimentos, parcerias importantes. Isso é uma grande conquista para a cidade. Traz para a nossa cidade chancelas importantes, a exemplo de instrumentos da ONU, UNICEF, UNESCO, instituições do mundo inteiro que reconhecem essa política do Recife e tem nos ajudado”, afirmou o prefeito João Campos. A ideia da Semana da Paradiplomacia, concebida pela vice-prefeita Isabella de Roldão, que também lidera a área de Relações Internacionais do Recife, tem como principal objetivo promover iniciativas de cooperação internacional para o desenvolvimento e capacitar profissionais na área de relações internacionais. Somos o segundo maior hub consular do país e é dentro dessas relações que vamos construir pautas importantes, sob o ponto de vista econômico, do meio ambiente, turístico, cultural, são tantas coisas para aprender no coletivo. É mais um passo importante do Recife nas relações internacionais”, declarou a vice-prefeita. Durante a última eleição, o tema da paradiplomacia foi defendido na Live Algomais com os candidados à Prefeitura do Recife. O assunto, que é uma vanguarda ainda nas gestões municipais e estaduais no País, foi pautado pelo então presidente do Iperid, Rainier Michael. É possível assistir a conversa no Youtube da Algomais.

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Debate sobre tendências globais marca I Conferência Internacional dos Guararapes

O Iperid realizou ontem (21), a I Conferência Internacional dos Guararapes. O evento contou com palestras de Francisco Saboya, presidente da Embrapii, João Henrique Franklin Neto, presidente da Eletrobras Chesf, e do economista Marcos Troyjo. A plenária foi conduzida pelo presidente do Iperid, o cônsul de Malta, Thales Castro, e pelo General José Luiz Jaborandy, chefe do Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE) do Comando Militar do Nordeste. Os três palestrantes discutiram principalmente sobre as oportunidades e desafios para o futuro do Nordeste, articulando os potenciais da região com as tendências que já são demandadas pelo mundo. Francisco Saboya, que atualmente preside a ANPROTEC, Associação Nacional de Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação, e é assessor de inovação e transformação digital na FIEPE, Federação das Indústrias de Pernambuco, destacou duas tendências para o planeta. “O mundo será digital e verde”, afirmou o gestor, sinalizando para as pautas da digitalização da economia e da transformação da economia para modelos mais sustentáveis ambientalmente. Ele criticou a desindustrialização do País nas últimas 4 décadas e destacou a necessidade de refletir sobre os riscos de soberania do País. “O Brasil perdeu todas as ondas tecnológicas nos últimos 50 anos. Mas não somos condenados a perder as próximas. Por isso é preciso entender esse mundo, numa geopolítica em que volte a fazer parte a visão estratégica e soberana de um País, de um futuro no qual se é um construtor ativo e não apenas a visão conduzida por um mercado. Nosso papel hoje é desenhar e promover uma nova industrialização do País, em novas bases” JOÃO HENRIQUE FRANKLIN NETO O presidente da Eletrobrás ressaltou o potencial da região diante da agenda da transformação da matriz energética e dos investimentos que já estão em desenvolvimento no Nordeste. “Graças a expansão da eólica e depois da fotovoltaica, nós temos uma situação mais favorável, especialmente na região Nordeste. Hoje 90% da geração eólica está situada no Nordeste. Nós tivemos um investimento de R$ 30 bilhões nessa geração. Mas hoje, se a gente olhar para os próximos anos, nós temos uma pratilheira aqui da região de R$ 150 bilhões de investimentos nos próximos anos aqui na região, por conta dessa vantagem que nós temos, da presença de ventos e também da presença de sol. Hidroelétrica não está nessa conta” MARCOS TROYJO Parceiro do Iperid desde a sua fundação, o economista Marcos Troyjo, ex-presidente do Banco dos BRICS, destacou em sua palestra o crescimento populacional de 2 bilhões de habitantes até o ano de 2048 ou 2050. Apesar desse avanço ser focado em um número reduzido de países africados e asiáticos, ele ressaltou que isso traz oportunidades ao Brasil, que é um grande exportador de alimentos. Além disso, o déficit de infraestrutura nacional, que é um problema atual, pode se tornar uma oportunidade de atração de investimentos nesse cenário global de maior demanda por alimentos. “Em 2048 e 2050, a população mundial será de 10,5 bilhões de pessoas, o que significa que nós vamos ter uma acréscimo líquido de 2 bilhões de pessoas sobre o nosso planeta. Imagina qual o tamanho do impacto sobre a demanda de alimentos, sobre a demanda de água, sobre a demanda por energia, a demanda por infraestrutura, resultante desse aumento populacional tão significativo que nós veremos nos próximos 25 anos”. Na conclusão do evento, o general Jaborandy explicou a criação dos Núcleos de Estudos Estratégicos do Exército Brasileiro pelo País, chegando neste ano ao Comando Militar do Nordeste, dedicado especialmente a questão da estratégia. “Quando a gente fala de estratégia, a gente fala de futuro. E foi exatamente o que nós vimos aqui, todos os três palestrantes falavam de futuro”, destacou o militar. O general destacou o potencial energético do País e da região neste cenário de debates das tendências globais. “Ficamos felizes aqui pelo potencial de energia que temos no Nordeste. Geração de energia é desenvolvimento, energia é produção. Se não tem energia, não pode se desenvolver. Então, realmente, eu fiquei muito feliz e nós estaremos, a partir de agora, mais integrados com tudo que se fala em estudos estratégicos. A minha missão, entre outras, é me aproximar de outros centros de estudos estratégicos, de todos os níveis, seja acadêmico, seja empresarial. Essa é uma das minhas missões que eu tenho no Núcleo de Estudos Estratégicos”. Além do presidente do Iperid, Thales Castro, a 1ª edição do Encontro Internacional dos Guararapes teve na sua organização o fundador e presidente de Honra, Rainier Michael, e o igualmente fundador, Gilberto Freyre Neto, bem como de vários militares do Comando Militar do Nordeste (CMNE).

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Intercâmbio entre Pernambuco e a Índia nesta semana

Uma delegação composta por estudantes e pesquisadores da Universidade MKU, na Índia, chegou ontem (2) ao Recife para um intercâmbio acadêmico-cultural com o estado de Pernambuco. O grupo fica na cidade até este final de semana. “O Iperid recentemente firmou convênio com a MKU, e já é possível ver os frutos concretos dessa parceria de internacionalização. É importante destacar que o Nordeste brasileiro precisa se aproximar e se relacionar mais com a Índia, que já ultrapassou a China em termos de população e se consolida como um dos protagonistas dos BRICS. Além disso, é interessante mencionar que a Índia e Malta são membros proativos do Commonwealth (Comunidade Britânica)”, afirmou o presidente do Iperid e Cônsul de Malta, Thales Castro. Pouco mais de 30 alunos, professores e um investidor indiano participam da missão em solo pernambucano. “Reunimos um epicentro muito produtivo e rico para futuras oportunidades no Estado”. Thales afirma que os indianos tem uma agenda intensa de visitas e de intercâmbios nesta semana.

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Talk de Relações Internacionais acontecerá no dia 17 de maio

O IV Talk de Relações Internacionais discutirá o futuro dos negócios, da cooperação internacional e da inovação. O evento será realizado em parceria com especialistas do IPERID no plenário da OABPE, às 19h, no dia 17 de maio. Os organizadores estão focados nos desdobramentos geopolíticos atuais, nos desafios do comércio internacional e da comunicação, além de buscarem entender melhor as exigências decorrentes da evolução dos processos de integração da economia e cooperação internacionais. O debate também abordará os condicionalismos políticos, jurídicos, econômicos, financeiros, sociais e culturais na crescente complexidade das Relações Internacionais, especialmente nos campos de Negócios e Inovação Internacionais.

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Carbono Zero, Hidrogênio Verde, Energia Nuclear e Biomassa (por Luíz Otávio Koblitz)

No próximo sábado 15 de abril, as últimas três usinas nucleares da Alemanha vão parar. Já foram 19 usinas. A mim parece uma decisão totalmente equivocada, atendendo a grupos verdes radicais, que querem carbono zero, mas sem nuclear. O resultado é ficar com 33% de carvão e 21% de gás natural. As usinas a carvão emitem 0,82 ton CO2/MWh. Os ciclos combinados a gás natural 0,39 ton CO2/MWh. Os outros 46% são renováveis: eólica, hidro, solar e biomassa. Pela ordem, da mais importante para a menos, que é a biomassa com menos de 2%. O consumo do país é cerca de 80% do Brasil, 560 TWh/ano. Durante o verão, muito sol e dias enormes, a Alemanha paga em média aos países vizinhos, 40 Euros/MWh, para que eles possam consumir os excedentes solares durante umas 4 horas por dia. É claro que no balanço final, a solar ela consumiu e a fóssil foi vendida. Já no inverno, compram energia, notadamente nuclear da França. Essa fome por hidrogênio verde se explica pela aparente falta de opção, apesar das dúvidas de preço, transporte e do uso do hidrogênio em turbinas a gás, pois atualmente o limite é de 50% H2 e 50% CH4. A solar e eólica, são sempre limitadas pela intermitência, precisando se apoiarem em parte na queima de diesel ou gás natural.É preciso considerar também a biomassa importada, para no início queimar juntamente com o carvão, e gradativamente ao longo dos anos, substitui-lo. São duas vantagens a serem consideradas: 1- As usinas geradoras estão prontas, necessitando de pequenas adaptações;2- As novas florestas plantadas irão sequestrar carbono.Em 2022 o mundo gerou 12% com solar + eólica; a União Europeia 22%, a Alemanha 32% e o Brasil 15,9%. Suprir os vazios criados pela intermitência dessas fontes, tem custos elevados!Ainda em 2022, o percentual de geração de energia elétrica renovável foi:Brasil 87,5%; OCDE 30,1%; Mundo 28,1%.Se considerarmos também a nuclear, que não é renovável, mas não emite CO2, fica:Brasil 89,6%; OCDE 48,5%; Mundo 38,4%Brasil: 63,8% Hidro + 11,6% Eólica + 7,8% biomassa + 4,3% solar + 2,1% nuclear = 89,6%.Vejam a importância da energia nuclear, sobretudo para países que têm muito pouca hidrelétrica e menos ainda a biomassa. Enquanto a OCDE aumentou em 61% a geração com fontes não emissoras de CO2, o Mundo 37%.Hoje muitos explicam como se deu a queda do Império Romano! *Luíz Otávio Koblitz é engenheiro eletricista e fundador há 48 anos da Koblitz Energia.

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