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Cultura e história

Vila de Nazaré recebe Feirinha de Natal e shows neste fim de semana

A Vila de Nazaré, trecho histórico do litoral do Cabo, receberá neste sábado, 14/12, shows, apresentações de poesias e a edição especial de natal da Feirinha do Vale da Lua. As atividades ocorrem a partir das 12h no Teju Bar Nazaré e a partir das 21h no Esperantivo – Casa, Comida e Cultura. De iniciativa das mulheres empreendedoras do litoral cabense, a Feirinha do Vale da Lua será realizada no Teju Bar Nazaré, na entrada da Vila de Nazaré, das 12h às 20h do sábado (14). Será a 4ª edição da Feira, que reúne em sua maioria expositores do município e agrega Gastronomia, Artes, Moda, Artesanato, Saúde e Sustentabilidade. “Será uma oportunidade especial para quem quer comprar o presente de natal ou incrementar a decoração com arte feita por empreendedores da cidade. Além disso, é uma ótima chance de experimentar delícias locais e cuidar da saúde”, destaca Denise Montenegro, morada de Enseada dos Corais e uma das organizadoras da Feirinha. Na programação, haverá ainda ainda lançamento de livros sobre cordel da penambucana Shirley Izabela, apresentação dos Pifados da Abelha e dos poetas potiguares Jadson Lima e Davi Lima (campeão da Olimpíada Brasileira de Língua Portuguesa na categoria Poema). Além de discotecagem de vinil com o DJ Marco Da Lata. A entrada na Feira é gratuita. Para fechar o sábado, a grande atração é a banda capixaba My Magical Glowing Lens, liderada pela multi-instrumentista Gabriela Terra Deptulski. Com uma sonoridade que mistura Indie Pop com elementos do Rock Psicodélico, o grupo fará show no Esperantivo – Casa, Comida e Cultura, a partir das 21h. A abertura contará com uma mesa de glosas com poetas de Pernambuco e Rio Grande do Norte. Será a primeira apresentação do My Magical Glowing Lens na cidade e o grupo promete apresentar ao público uma experiência intimista com canções do álbum “Cosmos”, aclamado pela crítica, e faixas de seus EPs e singles. Os ingressos antecipados custam R$ 10 estão disponíveis no Sympla: http://esperantivo.com.br/mmgl A venda de ingressos no local, na hora do evento, ocorrerá apenas se ainda houver vaga para um dos 50 lugares e custará R$ 15. SERVIÇO Show do My Magical Glowing Lens No Esperantivo Casa Comida e Cultura R. do Sol, S/N (ao lado do Museu do Pescador), na Vila de Nazaré (entre as praias de Calhetas e Suape), Cabo/PE Sábado, dia 14 de dezembro, 21h Feirinha do Vale da Lua No Teju Bar Nazaré R. do Sol, S/N (na esquina de entrada da Vila), na Vila de Nazaré (entre as praias de Calhetas e Suape), Cabo/PE Sábado, dia 14 de dezembro, a partir das 12h

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Encontro do Maracatu Nação Estrela Brilhante com a Orquestra Afrosinfônica

Por Yuri Euzébio Uma orquestra ancestral clássica, é assim que podemos definir o trabalho da Orquestra Afrosinfônica (BA), o grupo foi criado há 10 anos em Salvador, desconstruindo padrões mais tradicionais e evidenciando a cultura e a musicallidade afro-brasileira. Desde 2009, a orquestra resguarda a história por meio do canto.  São 22 integrantes que misturam a base da música clássica européia, em comunhão com a riqueza sonora do povo ao qual estão inseridos. É um dos grandes conjuntos musicais brasileiros, com um trabalho singular e que mantém viva a tradição e as características de um povo. Fundado em 1910, por ex-escravos entre os fundadores do Maracatu Nação Estrela Brilhante, destaca-se o Seu Cosme, pescador que cresceu em Igarassu na segunda metade do século XIX. Com residência no Alto José do Pinho, Marivalda Maria dos Santos, a famosa Dona Marivaldaque também é rainha da Nação é a atual presidente do Estrela Brilhante. Os grupos se encontram e dividem palco, no Alto José do Pinho, na próxima sexta-feira (20), a partir das 20h. Com regência do Maestro Ubiratan Marques, o encontro ocorre na Rua Severino Bernardino Pereira, 197 e é o segundo da série patrocinada pela chamada pública “Música em Movimento”,da Petrobras (o primeiro foi realizado em Salvador durante o Novembro Negro e contou com a participação do bloco afro Malê Debalê). O evento que é completamente aberto ao público também conta com o apoio da Prefeitura de Recife e realização da ONG Casa da Ponte. A Afrosinfônica faz uma abordagem erudita a pesquisas sonoras e conceitos intimamente ligados à música afro-brasileira, expressando-se sob forma de poemas sinfônicos. O conceito “afrosinfônico” cunhado pelo maestro, decorre da dissecação de elementos dessas expressões musicais para a composição de temas inéditos e tratamentos posteriores, como a criação de arranjos sinfônicos e orientação da expressão que se pretende extrair de cada instrumento da orquestra. Serão incorporadas ao repertório da orquestra, três músicas com arranjos sinfônicos criados especialmente para a ocasião: “Mãe D’água” e “Ponto de Oxalá” são adaptações de pontos de orixá das nações Ketu e Nagô, de domínio público, constantes do repertório do maracatu Nação Estrela Brilhante, e “Baião da Penha”, de Guio de Morais e David Nasser, foi a música escolhida para homenagear o pernambucano Luiz Gonzaga e seu repertório. Há também “Nação Maracatu do Amor”, que é mais que uma homenagem ao também pernambucano Maestro Moacir Santos, que assina a composição (com Nei Lopes) e arranjo. Essa música apresenta a tradição na qual está inscrito o trabalho de arranjo sinfônico do Maestro Ubiratan Marques, dada pela aproximação entre a música sinfônica e expressões da música popular, remontando a Moacir Santos e Heitor Villa-Lobos. Assim devem ser recebidas “Mãe D’água” e “1835” (apresentada no concerto de Salvador). A Orquestra Afrosinfônica ainda reserva para o concerto a música “Maracatu do Congo”, parceria entre o Maestro Ubiratan Marques e Mateus Aleluia. O Maestro criou um tema musical do cancioneiro popular que remete ao imaginário de uma filarmônica entrando na cidade, à frente de uma procissão, e Mateus Aleluia responde com a história de um Rei do Congo que se converte ao cristianismo, e depois, numa surpreendente reviravolta, o abandona para retornar a sua religião original. A música se relaciona com a religião de diversas maneiras, pernambuco já se estabeleceu como palco para festivais e shows de religiões cristãs, esse encontro serve como um reconhecimento e uma louvação da importância e da potência musical das religiões de matriz africana pro Estado, além de ser uma grande oportunidade para celebrar a riqueza espiritual e cultural do brasil, especialmente do Nordeste.  Mais uma vez, se eu fosse tu, não perdia por nada!! SERVIÇO ORQUESTRA AFROSINFÔNICA E O MARACATU NAÇÃO ESTRELHA BRILHANTE SE ENCONTRAM EM APRESENTAÇÃO INÉDITA NO RECIFE Na sexta-feira (20), às 20h, na Rua Severino Bernardino Pereira, 197, Alto José do Pinho. Entrada gratuita   —

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Martins estreia novo álbum no Teatro Luiz Mendonça

Poeta e um dos mais vigorosos compositores da nova geração, o músico pernambucano Martins irá apresentar no dia 17 de dezembro, às 20h30, no Teatro Luiz Mendonça, em Boa Viagem, o show de lançamento do seu primeiro álbum solo. Autointitulado “Martins”, o disco tem direção musical do consagrado Juliano Holanda e participações especiais de Isadora Melo e Zé Manoel. Conhecido pela atuação no grupo “Reverbo” e em bandas como “Sagarana”, “Marsa” e “Forró na Caixa”, esse novo projeto de Martins é diferente dos anteriores e traz a voz suave do artista com a sonoridade mais intimista e arranjos limpos, mas igualmente poéticos, com 11 faixas autorais que retratam crônicas cotidianas. Os temas variam entre experiências afetivas e influências vividas pelo artista e pessoas do seu convívio. “São canções de amores, desamores, coisas da existência, crônicas do nosso cotidiano que qualquer um pode se identificar. Lanço ‘Martins’ como quem declara amor ao pé do ouvido esperando apaziguar as ânsias da alma da nossa geração”, destaca ele. O disco foi lançado virtualmente e está disponível em todas as plataformas digitais de música. Aprendiz de Cláudio Rabeca e Mestre Luiz Paixão, Martins explorou o som da rabeca e a influência da poesia popular em projetos anteriores como “Sagarana” e Forró na Caixa. Os grupos carregam nítida influência das regiões mais distintas do interior pernambucano, de onde vem as raízes do artista. Já na “Marsa”, predominaram o estilo rock’n roll com banda elétrica, guitarra e linguagem urbana. Nesse álbum solo, Martins apresenta toda a sua totalidade como artista desenhando uma musicalidade mais madura. O novo álbum “Martins” foi gravado no Recife e parte na Europa durante turnê do artista pela região. Juliano Holanda que assina a direção do disco também é parceiro de Martins em três faixas da obra: “Um só ser”, “Olhos que afagam” e “Vértebra por vértebra”. Esta última foi gravada em Paris, na França, com arranjos da flautista argelina Amina Mezaache em harmonia com cordas (viola, violão e baixo), elementos marcantes em todas as canções do álbum. Entre as faixas mais dançantes do disco está a solar “Me dê”, que traz roupagem swingada com influências do ijexa e da música africana (com trombone, percussão e bateria), sendo a canção autoral mais forte da obra. Como compositor, Martins abraça e convive diariamente com músicos, poetas e outros profissionais que estão emergindo na cena artística atual. Além de Juliano Holanda, ele tem mais três parcerias no álbum: a música “Nossa Dança” com Paulo Neto, “Estranha toada” com PC Silva e a intensa melodia de “Aquém de mim”, (letra de Ju Valença e Martins) que recebe a sonoridade marcante do pianista Zé Manoel, de Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Além de cantor, músico, compositor e dono de um timbre inconfundível, Martins tem um olhar poético sobre as histórias cotidianas, fruto da sua trajetória na poesia que vem da formação artística. Pernambucano, natural do Recife, ele faz parte dessa nova geração de artistas que têm movimentado a cena cultural recifense como a mostra Reverbo. O grupo reúne músicos e parceiros que compõem e se apresentam juntos, entre eles a cantora Isadora Melo, que interpreta com a sua voz suave “Olhos que afagam”, canção de Martins e Juliano. Em sua passagem pela Europa, Martins também gravou a faixa romântica “Queria ter pra te dar”, que recebe arranjos inspirados na cultura árabe, e tem a produção musical de Rodrigo Samico, um dos primeiros parceiros de Martins. A faixa traz uma roupagem singular, delicada e totalmente acústica com viola, violão e bouzouki (instrumento típico da região). Entre as faixas do disco, ainda tem a leveza da canção de amor “A gente se aproveita”, de ritmo mais cadenciado e letra descontraída. A sensibilidade do canto de Martins fica ainda mais nítida na última canção “Por dentro”, que retrata o íntimo do artista de forma mais profunda. A letra faz referências aos lugares que passou e viveu, sendo tocada de forma arrebatadora apenas em voz e violão. A estética do álbum é da artista pernambucana Priscila Lins (criadora das artes dos discos de Vinicius Barros e Marcello Rangel), a imagem da capa é do fotografo André Sidarta e a realização, da Anilina Produções. O projeto tem incentivo do Funcultura, Fundarpe e Governo do Estado de Pernambuco e o disco será distribuído pela gravadora Deck. E o show do lançamento oficial será dia 17 de dezembro, às 20h, no Teatro Luiz Mendonça, no bairro de Boa Viagem, no Recife. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada) e estão disponíveis através do site Sympla e na bilheteria do teatro no dia do show. SHOW DE LANÇAMENTO “MARTINS” Data: 17 de dezembro de 2019 Local: Teatro Luiz Mendonça, Boa Viagem – Recife – PE. Hora: 20h30 Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$10 (meia-entrada) https://www.sympla.com.br/show-de-lancamento–martins__723244 * Os ingressos estarão disponíveis no site Sympla e na bilheteria do teatro no dia do evento.

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Baile do Menino Deus – Uma brincadeira de Natal celebra 16 anos

O Baile do Menino Deus é o verdadeiro natal pernambucano, capaz de levar turistas de todo o Brasil para Recife, a fim de assistirem, em meio a mais de 70 mil pessoas, o espetáculo dirigido por Ronaldo Correia de Brito e produzido por Carla Valença, da Relicário Produções. A edição de 2019, que acontecerá entre os dias 23 e 25 de dezembro, será a 36ª apresentação do grupo, sendo que há 16 anos a encenação é realizada, gratuitamente, no Marco Zero. O evento é uma tradição lúdica de final de ano, sendo que a cada nova montagem, são reveladas surpresas. Este ano, por exemplo, será a estreia do grupo Bongar, na peça dos Santos Reis, e também subirá ao palco o cantor Carlos Filho que interpretará a música Ciganinha. O corpo de baile, composto por onze bailarinos, também está renovado, bem como o figurino e a cenografia. Dentre todas as mudanças, a grande novidade é a estreia do Bongar, grupo de percussionistas e cantores do terreiro Xambá, que apresentará um percussionista de apenas cinco anos, o Guilherme, um talento precoce. Guitinho de Xambá, integrante do grupo originado em Olinda, comenta sobre a participação do artista mirim e a presença desta representatividade negra que vem do Quilombo Urbano do Portão do Gelo: “Para nós, da cultura negra, estar presente no Baile é muito simbólico e desafiador. E estamos levando conosco Guilherme, uma criança de apenas 5 anos, que toca os tambores da Xambá com muita propriedade, responsabilidade e respeito. Vai ser um momento lindo.” Quanto a expectativa para a apresentação, ele conta: “Participar do Baile do Menino Deus é uma honra e uma experiência ímpar, pois trata-se de uma das maiores produções cênicas de Pernambuco, que envolve também música, literatura, memória, com mais de três décadas de existência. O que mostra quão importante é o Baile para a população não só do Recife, mas de Pernambuco”. Ao longo dos seus 36 anos, a peça vem incorporando cada vez mais elementos da linguagem popular nacional na celebração do Natal, justamente uma data marcada por tantos símbolos de cultura estrangeira. A ressignificação que o Baile promove à data aproxima o público ainda mais da celebração. Carlos Filho, que em 2019 terá um novo papel ao cantar o solo da Cigana, ressalta a importância do evento para Recife e também para o desenvolvimento pessoal e convívio dos artistas: “A grande importância do Baile é sua potência de atingir um público de todas as idades e proporcionar o acesso a um espetáculo ao ar livre, num espaço público tão simbólico para o Recife. Internamente, o Baile também funciona como uma grande ‘companhia’ que seleciona artistas de diversas áreas. É bem rico esse convívio, mesmo que provisório, com parceiros tão diversos que, apesar de morarem na mesma cidade/região, não têm uma outra boa oportunidade de fazer arte juntos”. Estas interações entre linguagens artísticas são ressaltadas por Carlos, que também comenta sobre sua experiência de amadurecimento pessoal ao longo dos anos de espetáculo: “É um processo bem intenso pra mim. A direção de Ronaldo é bem criteriosa e ele sabe o que quer. Eu venho do universo da música e ter que dialogar com dança e teatro me coloca numa zona de fricção desconfortável, mas muito instigante. Tanto que ando bem viciado nisso de querer estar nesse lugar o tempo inteiro. Eu atuo em mais de um personagem, ora masculino (anjo), ora feminino (pastora), ora bicho (borboleta) e agora a novidade da cigana/cigano, tudo isso tem me exposto de uma forma que só com o tempo terei precisão para avaliar o crescimento. A sensação é que o Baile aqui não termina, o Baile aqui principia. Sempre”. Para a construção de seu novo personagem, o artista está em pleno processo de criação: “Farei um cigano/cigana que canta uma música belíssima que já estou apaixonado desde o momento que eu a ouvi. Estou em processo de desenvolvimento com Ronaldo para encontrar, no palco o sentido desta criatura, respeitando o texto, mas revelando ao público algo novo, como acontece a cada ano.” Dentre os solos da peça, outro destaque também é Silvério Pessoa, que estará em quatro atos, sendo que há 15 anos integra a rede de artistas do Baile: “Me sinto feliz e orgulhoso por fazer parte desta grande montagem, desta superestrutura e, ao mesmo tempo, por fortalecer e representar essa história lírica, milenar, que emociona”. Sobre fazer parte do evento há tantos anos, ele pontua: “É uma grande responsabilidade, convivemos com músicos eruditos dialogando com o popular, não deixa de ser uma experiência emocional, tem que estar bem para passar a emoção que o Baile exige, no sentido de ser algo marcante nas vidas das pessoas”. O dramaturgo Ronaldo Correia de Brito, que está em ritmo de preparação, destaca o coro infantil deste ano, dizendo que talvez seja o melhor que já tiveram. Depois de tantas histórias e montagens, Brito acredita que, apesar do Baile ter se atualizado bastante nos últimos dois anos, sempre houve um respeito para que jamais se afaste da sua dramaturgia original, que lhe dá unidade. Esta observação é corroborada pela Leda Alves (Secretária de Cultura de Recife). “Este é o milagre da encenação. A produção de Carla Valença, da Relicário Produções, transformou o Baile no acontecimento mais importante das festas natalinas do Recife. Como linguagem cênica, não existe nada comparável a este espetáculo, pois trata-se da mescla de várias culturas do nosso estado, numa força única de Pernambuco. Podemos ser vistos por qualquer público, em qualquer espaço do mundo. Pela qualidade de encenação que alcançamos, ganhamos reconhecimento e, hoje, pessoas dos mais diversos lugares do país e do mundo vêm ao Recife assistir ao Baile. Ainda assim, precisamos de um investimento maior para atrair mais turistas, como acontece no Carnaval e na festa de São João. Estamos na campanha e na luta por isso”, finaliza. SERVIÇO BAILE DO MENINO DEUS – UMA BRINCADEIRA DE NATAL Datas: 23, 24 e 25 de dezembro de 2019 Horário:sempre às 20h Local:Praça do Marco Zero Acesso

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Culto ecumênico, cantata e exposição no ciclo natalino da Fundaj

Integrando o calendário sociocultural e religioso da capital pernambucana, a Fundação Joaquim Nabuco promove hoje, dia 13 de dezembro a Cantata Natalina da Fundaj. O evento será realizado a partir das 16h no Solar Francisco Pinto Guimarães, localizado na sede da instituição, na avenida 17 de agosto, em Casa Forte, no Recife, e marca a estreia do Coral da Fundação. A entrada é gratuita, podendo ser levado um 1kg de alimento não perecível para contribuir com a Campanha Natal sem Fome, da qual a Fundaj é parceira neste ano. A celebração tem início com culto ecumênico, que contará com a presença do arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, e líderes de outras religiões, como evangélica, católica ortodoxa e umbanda. “Será um momento de orações, música e arte. Mas tendo como foco principal a união em torno da arrecadação de alimentos para a Campanha Natal sem Fome”, destaca o presidente da Fundaj, Antônio Campos. # A ação da Cidadania Pernambuco Solidário, que realiza a Campanha Natal Sem Fome no estado, será responsável pela celebração. “O Ato Ecumênico de Oração pela Paz Natal Sem Fome é inspirado numa iniciativa de Dom Helder Câmara, que realizou uma reunião de tradições cristãs e não cristãs pela primeira vez em janeiro de 1994, logo após a primeira edição pernambucana da campanha”, relembra o coordenador estadual, Anselmo Monteiro. Na ocasião, a campanha arrecada alimentos não perecíveis. Em seguida, às 17h, acontece a estreia oficial do Coral da Fundaj, formado por servidores e colaboradores da casa de Nabuco, sob a regência do maestro Jadson Oliveira. O repertório é composto de canções natalinas de domínio público, como “Noite Feliz”, “Jingle Bells”, e músicas como “A Paz”, da banda carioca Roupa Nova. Integrantes de outros grupos, como o coral da Chesf e da Banda Sinfônica de Paulista farão participações na apresentação. “O natal é um momento para confraternização. Por isso, são importantíssimas essas parcerias. A música também tem o poder de unir as pessoas. Esperamos despertar o verdadeiro espírito natalino neste dia”, destacou o maestro Jadson Oliveira. Na sequência, a Banda Sinfônica de Paulista realizará uma apresentação especial. Composta por instrumentos de sopro, vai do repertório natalino aos clássicos internacionais. Exposição Cartuns postais Para encerrar o evento, às 18h, a Fundaj lança a exposição “Um passeio por meio da arte nos monumentos históricos de Pernambuco”, do desenhista pernambucano Humberto. Composta por 12 cartuns, que passarão a integrar o acervo da Casa, a obra passeia por construções arquitetônicas marcantes do estado e, com bom humor, adiciona a estes cenários personalidades como Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto e Abelardo da Hora. “Os traços de Humberto levam a personalidades de nossa terra, como o patrono da Fundação, o abolicionista Joaquim Nabuco. Mas também a um passeio pelo Estado, retratado na beleza do carnaval de Olinda e do Forte Orange, marco da presença holandesa e portuguesa na Ilha de Itamaracá”, comenta Antônio Campos. A exposição será aberta na Sala Baobá, onde ficará em cartaz por um mês.

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Caminhada neste domingo celebra o título de Patrimônio da Humanidade de Olinda

O título de Patrimônio da Humanidade de Olinda, conferido pela Unesco, completa 37 anos neste sábado (14.12) e uma atividade pelas ruas históricas será realizada em comemoração. Apoiada pela Secretaria Executiva de Patrimônio, a Caminhada Domingueira sairá do Pátio do Mosteiro de São Bento, às 8h, neste domingo (15.12). Tendo como um dos organizadores o professor o Francisco Cunha, a ação já redescobriu diversos pontos de Pernambuco. No mês de novembro, por exemplo, mais de 100 caminhantes percorreram quatro quilômetros, saindo da Praça da República, no Recife. Patrimônio Cultural da Humanidade O título de Patrimônio da Humanidade foi concedido pela Unesco em 1982, depois de uma luta iniciada pela Prefeitura em 1978, com o apoio de personalidades como o embaixador olindense Holanda Cavalcanti, o então ministro Eduardo Portela, além de Aloísio Magalhães. Com esse título, Olinda inscreveu-se na lista de monumentos mundiais e figura ao lado de bens da humanidade como a Catedral de Notre-Dame, em Paris, o sítio arqueológico de Nemrut Dag, na Turquia, o Parque Nacional do Serengeti, na África, e a Cidade do Vaticano.

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Arte Transforma aporta na Torre Malakoff

Neste sábado, às 16h, a Torre Malakoff recebe o Arte Transforma. O evento reunirá música, feira Alley com ilustrações e um bate-papo sobre Protagonismo Musical Feminino e Gordofobia. Entre as atrações musicais, o púbico vai poder conferir os shows da cantora Dani Carmesim e as Bandas Devotos, Plugins, Saga HC e o Cão. “O evento vem para reunir música e transformação social e isso tem tudo a ver com a proposta da Devotos de utilizar a música como forma de quebrar preconceitos, barreiras e transformar as pessoas” afirma o vocalista da Banda Devotos, Cannibal. Já o debate contará com a presença da musicista, Joaninha Xeba, da Dj Bia Preta e dos coordenadores do Bonita de Corpo, Aline Sales e Júlio César. Além disso, o púbico também vai poder conferir o primeiro desfile do projeto Bonita de Corpo. “Através do diálogo queremos abordar questões relacionadas à saúde mental, auto-ódio, espaço de protagonismo dos corpos das mulheres gordas e emoções reprimidas que são resultados do preconceito que sofremos diariamente por não seguir os padrões estéticos impostos pela mídia” explica Aline. O evento é aberto ao público. Para participar, basta levar 2kg de alimentos não-perecíveis que será doado para as ongs Comunidade Assumindo Suas Crianças e Cores do Amanhã. Serviço Arte Transforma Data: Sábado- 14 de dezembro de 2019 Horário: 16h Local: Torre Malakoff- Praça do Arsenal, s/n – Recife, PE Entrada: 2kg de alimentos não-perecíveis

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Espírito natalino presente no fim de semana do Recife

O espírito natalino vai ganhando força nas programações da cidade. Recifenses e visitantes têm várias opções neste fim de semana. Realizado pela Prefeitura do Recife, o projeto Jornadas para Celebrar estimula encontros em diversas regiões da cidade. No Bairro do Recife, o Paço do Frevo também pastoril e coral. O Sextou no Cais promove as novas instalações do Cais de Santa Rita com shows culturais e outras atividades. O Olha! Recife terá roteiro noturno. Equipamentos ambientais do governo municipal celebram o cuidado humano e com a natureza. CULTURA Prefeitura do Recife promove Jornadas para celebrar a tradição do pastoril Em honra e graça a uma das mais antigas tradições culturais do Nordeste, a Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, realiza, até o próximo dia 19 de dezembro, o Projeto Jornadas para Celebrar, que promoverá encontros entre pastoris de diversas regiões da cidade, para fortalecer a tradição em suas geografias nativas. O objetivo das Jornadas, que integram o Ciclo Natalino do Recife, é promover a comunhão dos brincantes com suas próprias comunidades e também com outros grupos e outras localidades, para fortalecer a tradição em toda a cidade. Nesta sexta (31), o Pastoril Giselly Andrade comandará a brincadeira, convidando os pastoris Lindas Ciganas, Vovó Alzira e Estrela do Mar para a jornada, que será realizada na Rua Dr. Pereira da Silva, na altura do número 87, em Água Fria, a partir das 18h30. No dia 15, o Pastoril Sol Nascente receberá os brincantes do Estrela Brilhante, Viver a Vida e Jardim da Alegria, a partir das 18h, na Rua Pompeia, na altura do número 462, em Água Fria. O derradeiro encontro será no dia 19, em Santo Amaro, onde o Pastoril Tia Mariza receberá o Tia Nininha, o Tia Nininha 3ª idade e o Campinas Alegres, a partir das 19h. As jornadas encerram um processo de renovação e valorização da tradição dos pastoris, que começou no último mês de outubro, com a realização do Seminário sobre o Pastoril Religioso, também promovido pela Secretaria de Cultura e pela Fundação de Cultura Cidade do Recife, na Casa do Carnaval, no Pátio de São Pedro. Natal do Paço do Frevo tem coral e pastoril O Paço do Frevo, Centro de Referência no Patrimônio Imaterial da Humanidade, terá sua programação natalina dedicada não apenas ao frevo, como ao seu diálogo com expressões culturais do período. Começando na sexta (13), às 12h, a Hora do Frevo recebe os visitantes com o quinteto Augusto Silva & Frevo Novo. Reconhecido pela maestria na bateria, o músico e professor Augusto Silva une-se a Waltinho de Souza (tuba e baixo), Liêve Ferreira (guitarra), Beto Bala (percussão) e Leo Araújo (pífano), apresentando um show que incorpora ao frevo vários outros elementos e ritmos, como a percussão africana, o rock e o jazz. Também na sexta, às 17h, o Paço receberá o show de lançamento do CD DuoFrevando. Composto pela mineira Maria Aida Barroso e pelo pernambucano Nilsinho Amarante, o projeto DuoFrevando está na estrada desde 2014, com a proposta de ampliar os horizontes artísticos do frevo, unindo a expressão das ruas com a música erudita. Como resultado desse processo, a dupla apresenta o espetáculo “DuoFrevando – Frevos para trombone e piano”. As duas apresentações terão acesso gratuito, no hall de entrada do Paço. Já no sábado no Paço (14), celebrando o encerramento do ciclo de formação musical desenvolvido ao longo do ano, o grupo Recicoral, formado por estudantes do curso de Canto Coral do Paço do Frevo, apresentará um espetáculo cantado com músicas natalinas, frevo de bloco e frevo canção. A apresentação, marcada para as 17h no hall de entrada do museu, será acompanhada pelo músico e professor do grupo, Júlio César. Por fim, no domingo (15), a programação natalina tem sua apoteose com o Encontro de Tradições, realizado entre o Pastoril Estrela Brilhante, fundado em 1958 pela mestra e patrimônio vivo Cristina Andrade, e o Grupo Matulão de Dança, fundado em 2010 pela bailarina e coreógrafa Leila Nascimento e integrantes da quadrilha junina Raio de Sol. O evento, que ocorre às 16h em frente ao museu, oferecerá aos visitantes uma aula aberta da dança do pastoril, que culminará em um cortejo pelas ruas do Bairro do Recife, seguido da apresentação artística dos coletivos. O encontro tem objetivo de proporcionar ao público a experiência de participar da expressão natalina como integrante, para de somente assisti-la. Devido às festas de fim de ano, o Paço do Frevo estará fechado nos dias 24, 25 e 31/12, assim como no dia 01/01, retomando ao horário de funcionamento regular nos demais dias. Serviço: Hora do frevo: Augusto Silva & Frevo Novo 13/12, 12h | Acesso gratuito. Lançamento de CD: Duofrevando 13/12, 17h | Acesso gratuito. Sábado no Paço: Recicoral 14/12, 17h | Acesso gratuito. Encontro de tradições: Pastoril Estrela Brilhante e Grupo Matulão de Dança 15/12, 16h | Acesso gratuito. FERIADO 24, 25 e 31/12 e 01/01| Paço do Frevo fechado. Funcionamento Horários: Terça (entrada gratuita) a sexta, das 9h às 17h. Sábado e domingo, 14h às 18h (Última entrada até 30 minutos antes do encerramento das atividades do museu). Ingressos: R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia). Endereço: Praça do Arsenal da Marinha, s/nº, Bairro do Recife. Informações: 3355-9500 e http://www.pacodofrevo.org.br/programacao   Sextou no Cais vai animar Cais de Santa Rita Para movimentar o Centro de Comércio do Cais de Santa Rita, a Prefeitura do Recife, através da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano, realiza nesta sexta-feira (13) a primeira edição do Projeto Sextou no Cais. As atividades vão acontecer das 8h às 17h, incluindo música, dança, promoções e sorteios de brindes para o público. Entre as atrações culturais estão Orquestra Imperial da Bomba do Hemetério, Mendes e sua Orquestra com passistas, MC Bolado, Aulão de Dança com o Caminhão da Malhação da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer da PCR e Desfiles de Moda. Haverá ainda prestação de Serviços, como testes de glicemia, aferição de pressão arterial, Assistência jurídica, Palestras sobre higienização

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Quinteto Violado, Ravel Cerqueira e Ed Carlos são atração no jantar beneficente da APAF

A Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (APAF) realiza nesta quinta-feira (12), no The British Country Club, às 20h, jantar solidário para arrecadação de recursos. A instituição atua no trabalho socioassistencial aos pacientes atendidos pela Unidade de Transplante de Fígado (UTF/HUOC) e mantém casa de acolhimento, em suporte aos pacientes mais carentes em atendimento pelo programa de transplante. No quesito música, o evento conta com a energia e a participação voluntária do Quinteto Violado, de Ravel Cerqueira e de Ed Carlos, que prometem agitar a noite ao som de muita música nordestina, popular brasileira e hits internacionais. Já o menu do jantar leva a assinatura do cheff Antônio Lima (SP), transplantado do fígado pelo time da UTF/HUOC em maio de 2003, que vem ao Recife-PE exclusivamente para a missão beneficente. APAF – Instituição sem fins lucrativos, a Associação Pernambucana de Apoio aos Doentes de Fígado (APAF) funciona há 18 anos (maio de 2001) nas instalações do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), dando suporte aos pacientes atendidos pela equipe da Unidade de Transplante de Fígado (UTF/HUOC, 1999), um dos maiores programas de transplante de órgãos do mundo. Chefiada por Dr. Cláudio Lacerda, cirurgião e hepatologista à frente da UTF e presidente emérito da APAF, a unidade contabiliza quase 1.500 transplantes (via SUS) realizados e atende uma média de 15 mil pacientes por ano, entre adultos e crianças, com problemas hepáticos, clínicos ou cirúrgicos. Atualmente a instituição é presidida por Luiz Augusto Correia de Araújo, tendo Antônio Monteiro como vice-presidente. SERVIÇO – JANTAR POR ADESÃO EM PROL DA APAF DATA: Quinta-feira (12). LOCAL: The British Country Club. HORÁRIO: 20h. VALOR: R$ 100,00/individual (jantar e bebidas não alcoólicas). CONTATO: (81) 3184.1244 | 3222.8868.

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Terça Negra lança livro sobre identidade e empoderamento

Se um lugar representa os valores e a cultura da África preservados no Recife, esse seria o Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio, local onde há duas décadas acontece a Terça Negra. Essa é a conclusão a que chegou a educadora Lúcia dos Prazeres, analisando as relações visíveis e invisíveis possibilitadas pelo encontro de cultura negra na capital pernambucana, e registradas no livro “Terça Negra no Recife: Narrativas sobre Dança, Música, Espiritualidade e Sagrado”, que será lançado na próxima terça-feira, 17 de dezembro, em edição especial da Terça Negra, no Pátio de São Pedro. A noite, que marcará também o início das comemorações dos 20 anos do festejo, terá apresentações do Maracatu Estrela Dalva, do Afoxé Omô Inã e do grupo de samba reggae Raízes de Quilombo. A publicação, fruto do mestrado da pesquisadora em Ciências da Religião, na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), reúne histórias sobre o fortalecimento da identidade, cultura e espiritualidade de afro-pernambucanos, vividos a partir da Terça Negra. Dividido em cinco capítulos, o livro costura as narrativas de 12 personagens que transformaram a experiência do povo negro no Recife e tiveram suas próprias histórias fortalecidas pelos encontros de música e dança no Pátio de São Pedro. São nomes como Vera Baroni, militante do movimento negro e integrante da Casa de Religião de Matriz Africana, Ylê Obá Aganju Ocoloiá; Marta Almeida, militante negra, coordenadora do Movimento Negro Unificado de Pernambuco; Frei Tito, Doutor em Antropologia, com experiência em Antropologia da Religião; e Elza Maria Torres da Silva, sacerdotisa de matriz africana conhecida como Mãe Elza. Quando trata de música como território de ancestralidade, um dos relatos apresentados pela autora é o de Adeildo Araújo Leite, integrante do Movimento Negro Unificado (MNU), que reconheceu sua identidade negra a partir das festas que participava com seu pai, mestre de ciranda e cantador de coco de roda, quando ainda criança. “Foi esse ambiente que o fez descobrir sua negritude, a potência de seu corpo e dos ensinamentos repassados a partir daquela brincadeira”, explica Lúcia. Essa consciência possibilitou que Adeildo já adulto, enquanto presidente do MNU, tivesse a ideia de criar um espaço no centro da cidade que propiciasse o encontro e a troca de experiências entre quem atuava nas comunidades, com o povo e a cultura negros. Foi assim que no ano 2000 aconteceu a primeira edição da Terça Negra, então no Pagode do Didi. Com o tempo, o espaço ficou insuficiente para comportar a quantidade de pessoas, e depois de muito pleito, em novembro de 2001, a Terça Negra teve seu primeiro momento no Pátio de São Pedro. De lá pra cá, passaram pelo evento no Pátio de São Pedro mais de 300 grupos, entre afoxés, maracatus, grupos de samba, dança, hip hop, coco, bandas de samba reggae e mangue beat. Enquanto a Terça Negra possibilitou o encontro das pessoas com a força de sua cultura e o reconhecimento de sua identidade, isso reverberou no surgimento de mais iniciativas. Se no início, havia apenas cerca de cinco afoxés, atualmente são mais de 35 em plena atividade na cidade. Foi nessa efervescência de música e dança da Terça Negra que, em 2004, Vera Baroni teve um encontro transcendente com a sua ancestralidade. Na entrevista para Lúcia, registrada na pesquisa, Baroni contou que foi na apresentação do Afoxé Oyá Alaxé – posteriormente renomeado como Oyá Tokolê Owo -, que ela recebeu o Idé, bracelete utilizado por Iansã. “Por meio de sua música e dança, o afoxé transmite para as pessoas as energias da mitologia africana. É isso que o afoxé faz. No relato de Vera, ela confessa que antes ela tinha um certo receio com a religião de matriz africana, e naquele momento em que ela recebeu o elemento de Oyá todo o medo que ela tinha, acabou. Ela identifica que foi a dança que fez com que ela se reconectasse com uma história que havia perdido”, conta. Ao longo da pesquisa, Dos Prazeres percebeu que, embora os grupos tenham à frente homens, muitos são dirigidos pelas mulheres, e estas estão conectadas e fortalecidas pelas relações com a espiritualidade e o sagrado. A espiritualidade pode ser encontrada na história de Conceição dos Prazeres, filha de Yemanjá, fundadora do projeto cultural Terça Negra, que em suas vivências conseguia manter unidos e fortalecidos os grupos envolvidos com a realização do evento. Uma das narrativas do sagrado é a de Dona Janete, atual presidente do Maracatu Leão Coroado, que junto à sua calunga, “Dona Isabé”, encontra forças para conduzir o grupo, fundado nas imediações do Pátio de São Pedro. Ainda que a linha entre um e outro sejam tênues, Lúcia explica que a espiritualidade diz respeito a uma relação reconhecida pelos ambientes e códigos sociais. Já o sagrado, vai além: “Quando se fala da relação com o sagrado, se fala de como uma pessoa comunga, se conecta, com uma força que não é vista, que não é palpável, é sentida. Esse sagrado não está só no espaço religioso, ele permeia também o espaço de trabalho. O sagrado é qualquer movimento interior que lhe leve à transcedência. Então, uma música pode lhe elevar a tal ponto que você atinge outra dimensão. E esse sagrado eu encontrei na Terça Negra, já no percurso da pesquisa”, explica. A dissertação possibilitou que Dos Prazeres percebesse na Terça Negra o encontro de todos esses níveis de relações, de maneira integrada e complementar. Em um trecho do livro, a autora descreve o encontro como sendo um “laboratório de produção, realimentação e disseminação de conhecimentos e saberes artísticos, culturais e religiosos oriundos da herança africana de nossos ancestrais. Conhecimentos e valores ressignificados pelas experiências vivenciadas nos bairros/sedes das entidades participantes da Terça Negra, que se alimentam e ao mesmo tempo são disseminadoras dessas ações para todos os grupos do Recife/Região Metropolitana/Pernambuco na perspectiva da formação de um grande território de cultura negra, com base nos valores civilizatórios africanos”. A ESCRITORA – Nascida e criada e no Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, Lúcia dos Prazeres,

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