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Intensa programação cultural nos 70 anos da Fundaj

Uma semana com intensa programação cultural foi preparada para comemorar os 70 anos da  A Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco), juntamente com 40 anos do Museu do Homem do Nordeste (Muhne). Na programação estão atividades como a exibição do filme Veneza Americana, com raros registros do Recife na década de 1920; uma visita do bisneto de Joaquim Nabuco, Pedro Nabuco, que repassará para a instituição o restante do acervo do abolicionista, além de mostras, exposições e solenidades. Hohe, o Cinema do Museu, no campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, exibe Veneza Americana, na Sessão Cinemateca, a partir das 16h. Assinado pelos italianos Ugo Falangola e Jota Cambieri o filme é um dos raros registros do antigo Recife, mostrando as modernizações feitas durante o governo Sérgio Loreto (1922-1926), tendo o próprio governador em algumas cenas. O filme terá audiodescrição e música ao vivo com Alex Mono, cantor, compositor e produtor cultural especialista em fazer acompanhamentos musicais ao vivo.     No mesmo dia, o Muhne inaugura na Sala Mauro Mota, no mesmo campus, às 17h30, a exposição Um real, um real, um real expressão utilizada por trabalhadores informais. A proposta é exibir objetos antigos e atuais ligados à atividade ambulante e fotografias das décadas de 1960, 1970 e dos dias atuais, simbolizando a importância da economia informal para o Nordeste. “A Fundaj tem muito a contribuir para a sociedade. É necessário que a gente entregue um ano de comemoração para mostrar o que o Muhne e o Cinema têm, o que a Editora Massangana, os funcionários e pesquisadores oferecem”, afirma a presidente da Fundaj Ivete Lacerda. ACERVO NABUCO As marcas Fundaj 70 anos e Museu do Homem do Nordeste 40 anos serão lançadas na terça-feira (24) em solenidade, a partir das 9h, na Sala Gilberto Freyre, campus Casa Forte, com a presença do bisneto de Joaquim Nabuco, Pedro Nabuco. Representando a família, ele repassará o restante do acervo do bisavô, composto de fotografias, cartões-postais, manuscritos originais, documentos e diários de Nabuco. Em mãos, trará um diário escrito em 1888, ano da abolição da escravatura. A aquisição desses documentos completará o acervo que está desde 1974 em posse da Fundaj. A historiadora do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), Rita de Cássia Barbosa, explica que o acervo reunido cria melhores condições para avaliar como se construiu a figura do abolicionista. “Vamos ter documentos da completa atuação não só da família Nabuco e sua ancestralidade política, como da memória pessoal de Joaquim Nabuco, tudo reunido no mesmo lugar.” Pedro Nabuco está feliz em retornar a instituição que leva o nome da sua família. Segundo ele, doar o acervo é como “jogar uma garrafa ao mar”, dando a oportunidade dele ser estudado e preservado como deve. “Sou muito amigo da Fundação e do Recife. Vim algumas vezes e é sempre uma alegria retornar.” RECONHECIMENTO Ainda na terça-feira (24), a Sala do Conselho Deliberativo, no campus Gilberto Freyre, recebe a entrega de diploma de pesquisador emérito aos fundajianos Hélio Moura e Clóvis Cavalcanti. O título é concedido a pesquisadores de formação completa com valiosa contribuição acadêmica e técnica em suas áreas de atuação. Além disso, será entregue outorga aos servidores mais antigos da casa ainda na ativa, Isaura de Albuquerque Cesar, da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), e Manoel Soares de Sousa, do departamento de Recursos Humanos. À tarde ocorre a Mostra Exposição, na Sala de Leitura. NO DERBY Neste mesmo dia (24), às 15h, no campus Ulysses Pernambucano, no Derby, será aberta pelo Centro de Estudos da História Brasileira (Cehibra) e pela Biblioteca Central Blanche Knopf a mostra de publicações sobre a Fundaj e seu acervo ao longo dos 70 anos. “Procuramos publicações raras, que foram importantes para a instituição. Também vamos expor catálogos de exposições realizadas nas datas de aniversários da Fundação até os dias atuais”, esclarece Betty Lacerda, coordenadora do Cehibra. A Coordenação de Artes da Fundaj (COART) vai exibir trabalhos pertencentes à coleção de videoarte da Casa, formada por mais de 150 títulos nacionais e internacionais. Os vídeos serão exibidos em monitores colocados em alguns pontos no campus Ulysses Pernambucano. “Desde 2000 temos desenvolvido uma série de ações voltadas à promoção, reflexão e criação no âmbito da produção de vídeos e filmes de artistas. Esse compromisso teve início com a aquisição de um conjunto de mais de cem trabalhos dos pioneiros da videoarte em partes diversas do mundo. Tal coleção tem sido enriquecida ao longo dos anos com a aquisição de muitos outros trabalhos, sejam eles de artistas brasileiros que iniciaram essa prática no país ou de autoria dos mais jovens que continuam a expandir os limites da produção audiovisual.”, detalha Moacir dos Anjos, pesquisador e curador da Fundaj. OUTRAS AÇÕES A preocupação com o meio ambiente também faz parte da programação comemorativa dos 70 anos da Fundaj. Resultado de uma extensa pesquisa conduzida de 2013 a 2017 pela Fundaj e Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o “Atlas Das Caatingas” será lançado em 31 de julho, durante o Seminário Embrapa Semiárido, em Petrolina. O livro contém vários mapas, imagens de satélite, fotografias e levantamentos florísticos das áreas de conservação pesquisadas na Caatinga. Inédita no Brasil, a publicação bilíngue (português-inglês) é aguardada com entusiasmo pela comunidade científica que se dedica ao estudo do bioma e certamente irá preencher uma significativa lacuna no conhecimento desse tema. A Editora Massangana lança no segundo semestre da Gincana Literária, jogos pedagógicos com participação de alunos do ensino médio de escolas públicas de quatro municípios de diferentes regiões do Estado. O mês de agosto presencia lançamentos de livros como “Os Afro-Brasileiros” e Anais do III Congresso Afro-Brasileiro realizado pela Fundaj. “É um importante registro das discussões em 1982 com nacionais e estrangeiros no campo dos estudos sobre o negro no Brasil”, explica Tonico Magalhães, coordenador geral da Editora Massangana. Chegando outubro, será lançado o livro “Ecos de Clarice”, da escritora Márcia Basto, e em Novembro, a obra baseada nas andanças de Bruno Albertim por terras nordestinas, “Nordeste, Identidade Comestível”, será lançada por iniciativa

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Crítica| Próxima Parada: Apocalipse (Netflix)

A Netflix segue incessantemente em sua missão de encher o catálogo de produções originais. Às vezes acerta, outras erra feio. Sua mais nova aposta é o filme-catástrofe Próxima Parada: Apocalipse. Dirigido pelo desconhecido David M. Rosenthal, o longa traz no elenco o ganhador do Oscar, Forest Whitaker. E ainda que tenha acertado no bom nome para a composição do cast, a gigante mundial do streaming mais uma vez errou ao trazer uma história carregada de falhas. Após uma catástrofe ambiental de grandes proporções assolar o país, Will (Theo James) terá que cruzar os Estados Unidos com a ajuda do sogro Tom (Forest Whitaker) no intuito de resgatar a namorada grávida Samantha (Kat Graham). A difícil relação entre sogro e genro precisará ficar em segundo plano caso a dupla queira sobreviver aos desafios que surgirão no percurso. A proposta é até interessante e poderia abrir grandes possibilidades para um bom road movie apocalíptico. Mas não é o que acontece.     Próxima Parada: Apocalipse resume-se a um jogo de gato e rato, promovido por personagens que saem da trama tão rápido quanto entraram. Algumas vezes sem explicação, como no caso do suposto policial que passa a perseguir os protagonistas e, logo em seguida, morre sem entendermos muito bem suas verdadeiras intenções. O roteiro, escrito pelo estreante Brooks Mclaren, falha ao não apresentar uma conclusão convincente e nem explicar o que provocou a catástrofe. A escolha poderia funcionar para uma série ou alguma trilogia, pois haveria a possibilidade de solucionar tudo mais adiante em outro episódio ou longa. O caminho escolhido por Brooks resulta num filme incompleto. Mas nem tudo é ruim em Próxima Parada: Apocalipse. A fotografia, guiada aqui pelo finlandês Peter Flinckenberg, é um dos (poucos) pontos positivos. Chama também a atenção os bons efeitos visuais. Destaque para a última cena.

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Ciclistas buscam mais espaços nas ruas

O dia era de greve dos caminhoneiros. Sem combustível no carro e com um protesto fechando a Rua da Aurora e a Conde da Boa Vista. Foi nesse cenário de imobilidade que experimentei o sistema de bicicletas públicas do Bike PE no Recife pela primeira vez. A decisão veio de um desafio do coordenador do sistema e gerente de ciclomobilidade da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, Jáson Torres, após uma entrevista sobre o nascente movimento Bicicleta nos Planos. O trajeto à frente era de cinco quilômetros do Bairro de São José até a redação, no Espinheiro. A cidade parada, com poucos veículos nas ruas me impeliu a subir numa magrela após uns 20 anos sem pedalar. A breve experiência, que se repetiu em outras oportunidades, com trânsito mais intenso, me fez compreender algumas das bandeiras do movimento dos cicloativistas, como a construção de ciclovias. São reivindicações que têm menos de 300 dias para serem incluídas nos planos de mobilidade urbana brasileiros. Isso porque em abril de 2019 encerra-se o prazo para que todos os municípios com mais de 20 mil habitantes construam esse documento. Um horizonte de tempo que fez surgir a mobilização do Bicicleta nos Planos. O movimento tem por objetivo estimular a inclusão do modal nos novos marcos legais que serão aprovados em todo o País. “Estamos monitorando e ajudando na construção de diversos planos de mobilidade urbana municipais. Temos a meta de introduzir neles as diretrizes básicas para pensar a inclusão da bike”, afirma o coordenador nacional do Bike nos Planos, João Paulo Amaral, conhecido como JP. Ele esteve em Pernambuco para uma visita a Caruaru, onde aconteceram oficinas com diversos atores do poder público municipal e também foi lançada uma unidade do Bike Anjo (rede de ciclistas que ajuda pessoas a começarem a utilizar o modal). Entre as diretrizes, JP destaca como básica a priorização do transporte ativo, em detrimento do motorizado. E aponta três eixos específicos para fomentar o ciclismo como alternativa de mobilidade nas cidades. O primeiro é melhorar a infraestrutura cicloviária (abrangendo bicicletários, ciclovias e ciclofaixas). O segundo aspecto é a governança das bikes, que diz respeito ao desenvolvimento de novas leis que orientem uma transformação das cidades. Exemplo disso seria a obrigatoriedade de incluir bicicletários nos projetos de construção de grandes empreendimentos ou que as novas vias sejam projetadas com a faixa para os ciclistas. O terceiro aspecto refere-se a educação e marketing para o estímulo do uso desse modal. Na minha experiência com a bike nas ruas, a ausência de ciclovias e mesmo o desconhecimento (meu e dos motoristas) sobre o convívio dos diferentes modais no trânsito me colocaram em alguns sufocos. Dificuldades que foram superadas com um pouco de paciência no percurso concluído em 24 minutos. Para a articuladora estadual do Bike Anjo, Bárbara Barbosa, essa campanha por mais infraestrutura é voltada, principalmente, para novos ciclistas. “Defendemos esses investimentos para estimular mais pessoas a usar bicicletas. Nossa mobilização é para quem se sente inseguro no pedal. Assim teremos um trânsito mais humano e melhor para as cidades”. O aspecto cultural e educativo é outro entrave a ser superado. Disseminar a prática do uso desse modal em cidades construídas para veículos motorizados individuais e com uma cultura “carrocrata” nas grandes metrópoles, como no Recife, não é tarefa fácil. JP lembra que para além da mobilidade, há outros benefícios que a população deve considerar. “Bicicleta não é interessante apenas para a mobilidade. Mas traz benefícios para a saúde das pessoas e para a preservação ambiental, já que não gera poluentes. Também tem um uso turístico. Mas sabemos que nos grandes centros urbanos um grande desafio é promover a democratização do espaço público”. O Bike Anjo desenvolve vários projetos de estímulo ao uso do modal. O “De bike ao trabalho” e o “Bike da Escola”, por exemplo, incentivam profissionais e estudantes a se deslocarem com as magrelas até seus destinos. Em Caruaru o grupo fez uma pequena experiência de deslocamento com professores, alunos e representantes da Secretaria de Educação até a escola. Outro destaque é o “Bike na Periferia”, que tem a meta de promover a bicicleta nos bairros mais distantes do Centro. Há também a EBA (Escola Bike Anjo). Nela os ciclistas voluntários dão aula para ensinar os primeiros passos nas pedaladas ou para dar dicas sobre como pedalar nas ruas com segurança. O Bike Anjo pretende seguir interiorizando suas atividades ao longo de 2018. Hoje a maioria das ações se concentra no Recife. Mas a rede já conta com bases em Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru e tem proposta para começar também em Serra Talhada. E para os que pensam em aderir à “magrela”, a boa notícia é que o sistema de compartilhamento de bicicletas será ampliado. “Faremos a expansão do Bike PE. Hoje temos 80 estações, que foram renovadas recentemente. Nossa meta é ousada, temos condições de chegar a 500 estações e incluir dois novos municípios”, projeta Jáson Torres. As novas cidades que podem ser incluídas são Paulista e Cabo de Santo Agostinho. *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Música no ritmo dos negócios

Ciência, trilha sonora e business. Da equação desses três elementos nasceu o Projeto Musique, startup pernambucana que desenvolve um serviço de marketing sensorial por meio da música ambiente. Em apenas dois anos de atuação, ela conquistou mais de 100 clientes de todo o País, de vários segmentos. Após triplicar o faturamento em 2017, o CEO André Domingues projeta dobrar o desempenho em 2018. “É a primeira empresa do Brasil a usar ciência aplicada à música ambiente. Nosso objetivo é desenvolver uma programação musical capaz de influenciar comportamento e percepção do consumidor principalmente dentro de estabelecimentos comerciais”. Ao escolher uma playlist certeira, o serviço conseguiu aumentar em 10% o período de permanência dos clientes em algumas cafeterias. Outro objetivo atingido foi reduzir a percepção de 20% do tempo de espera dentro do setor de emergência de um dos maiores hospitais do País. Nas clínicas médicas e escritórios corporativos, houve um aumento de 300% na quantidade de elogios ao atendimento, após o uso do serviço. O produto principal da Musique é a construção de uma lista musical focada em atender aos interesses das empresas. Como o perfil do seu público alvo é muito variado – de concessionárias, hospitais até cafeterias, entre outros – as motivações para o uso da playlist são as mais diversas. Abrange desde colaborar na construção do recall da marca até diminuir a velocidade de caminhada dos clientes nos corredores de shoppings ou supermercados. “Não existe uma música para estimular o consumo, mas trilhas que vão trabalhar a experiência dos clientes. E a consequência disso pode gerar mais satisfação e compras”, esclarece Domingues. Para entregar a lista de músicas, a empresa utiliza uma metodologia científica própria. O estudo foi desenvolvido no período em que Domingues fez o MBA em Edimburgo, na Escócia, em 2015, onde ele se aprofundou em marketing sensorial. “O trabalho que a gente faz é 100% baseado em ciência. Temos uma metodologia com nove critérios que trabalham de forma independente e integrada para o atingir os objetivos”, afirma. O quadro técnico da Musique avalia os níveis de batida por minuto (bpm), a frequência sonora, o timbre das vozes, a popularidade e nacionalidade das canções, entre outros critérios. Além desse estudo, que é a primeira parte do trabalho, a Musique desenvolveu uma plataforma digital online. Nela os clientes precisam apenas fazer um login na internet para começar a tocar a playlist de 60h. O serviço é bastante apreciado pelas empresas de atuação nacional, que teriam dificuldades em monitorar a música ambiente de suas unidades espalhadas pelo País. Alguns dos cases de atuação nacional da Musique foram criados para concessionárias de grandes marcas de veículos, como a BMW, Volvo, Audi e Jeep Chrysler. Esses revendedores automotivos buscam qualificar a experiência do seu público na loja física e garantir que a sofisticação dessas empresas, já conhecida nos mobiliários e atendimento, chegue também no som ambiente. As músicas têm a hora certa para tocar. Uma canção selecionada para ser executada de manhã é diferente da que será veiculada no horário noturno, por exemplo. “Parte do nosso estudo é sobre a biologia do comportamento humano para entender qual a música certa para atingir a pessoa certa, no lugar certo e no horário certo. O corpo humano tem níveis de vibrações variáveis ao longo do dia. Um cliente que vai a um shopping às 9h tem um nível de vibração diferente quando visita o local às 17h30. Preciso trabalhar a música dentro desse nível de detalhe para conseguir potencializar essa influência sensorial”. Uma novidade do trabalho da empresa é a realização de uma pesquisa relacionando música e saúde, feita em parceria com a Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) e Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira). O estudo visa compreender como a música pode reduzir os níveis de ansiedade e tensão de pacientes em situações mais delicadas, como em hemodiálise, quimioterapia ou cuidados paliativos. “Outro viés é pesquisar também como os recursos sonoros, níveis de bpm e frequências específicas podem ativar determinadas regiões do cérebro que vão gerar mais foco e concentração para as pessoas. Essas informações ajudariam a usar a música de forma mais prática e não apenas emocional”, explica. Além de crescer de forma exponencial, o empresário e músico ressalta outra conquista da empresa. “Nossa taxa de desistência é zero. Fundamos a Musique no auge da crise. Mas nadamos contra ela e com os resultados do nosso trabalho nenhum cliente que fechou contrato conosco optou pelo cancelamento”. *Matéria publicada na seção Perfil Corporativo, da Revista Algomais, do mês de julho.

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Novas indústrias na berlinda

Com a aproximação das eleições, a pesquisa Empresas & Empresários aponta o futuro da nova indústria pernambucana como tema estratégico a ser vencido na próxima gestão estadual. A sobrevivência do setor naval e a consolidação da Refinaria Abreu e Lima e da Hemobrás foram mapeados pelo corpo técnico do estudo como fundamentais para acelerar a retomada da economia pernambucana e o desenvolvimento regional. A E&E é realizada pela TGI e pelo INTG, com patrocínio do Governo de Pernambuco. Com um renascimento veloz, a nova indústria naval brasileira teve em Suape um dos seus polos. Investimentos elevados, grandes contingentes de mão de obra empregada, muitos pedidos e expectativas de consolidação. Esse era o contexto otimista que foi sendo desmontado pouco a pouco nos últimos anos. Os estaleiros passaram a sofrer de forma mais aguda com a recente mudança abrupta na lei de exigência de conteúdo local na produção do setor. Para o economista e sócio da CEDES Ecio Costa, a indústria naval é a que atravessa um período mais problemático entre os players elencados pela pesquisa. “Sem a lei que exigia conteúdo de nacionalização no setor e com a ausência de incentivos, os estaleiros estão fadados a fechar as portas”, sentencia. Atualmente o Atlântico Sul e o Vard Promar empregam juntos em torno de 5 mil trabalhadores. No auge, o setor já empregou em torno de 18 mil pessoas. Além de absorverem muita mão de obra, segundo Ecio, eles são importantes para o setor metalmecânico pernambucano. “Seria fundamental a continuidade dessa indústria, pois demanda muitos serviços, inclusive de novas tecnologias que produzimos no Estado. Sem ela, haverá um sucateamento de todas as empresas que chegaram para fornecer insumos para a fabricação dos navios”. O deputado Tadeu Alencar (PSB-PE) argumenta que a indústria naval brasileira merece a continuidade da política de conteúdo local nacional e tem defendido outros mecanismos de apoio na Câmara Federal. “Essa política ajudou a dinamizar esse segmento que já teve tradição nos anos 70 e 80. Na época, o Brasil foi o maior produtor de navios do mundo. O setor em Pernambuco está sobrevivendo com o Estaleiro Atlântico Sul e Promar com qualidade inquestionável. É preciso mobilizar esforços para mantê-los”, conclama. Ele defende que seja garantido por lei pelo menos 40% de conteúdo nacional. A avaliação do ex-presidente de Suape, Marcos Baptista, é que o setor não teve tempo suficiente para ganhar competitividade frente aos concorrentes internacionais. E, portanto, não se consolidou de forma competitiva ainda. Por isso, ele também apoia a continuidade das políticas de incentivo do Governo Federal. “Os estaleiros pleiteiam um reconhecimento de que a sua atividade depende de um período mais longo para se desenvolver. China e Coreia do Sul têm capacidade e produção bem acima da nossa, mas passaram de 25 a 30 anos com políticas públicas que incentivaram sua indústria”. Fazendo uma comparação com o caso brasileiro, ele aponta que as empresas nacionais tiveram um período em torno de 10 anos para amadurecerem. RNEST Outro gigante que chegou ao Estado na década passada e que teve sua imagem e desempenho manchados com as denúncias da Lava Jato foi a Refinaria Abreu e Lima. A decisão da Petrobrás em trazer o investimento para Suape colocou Pernambuco na cadeia da indústria petroleira. Mas, mesmo após bilhões de investimento, a fábrica segue em obras. A refinaria foi incluída no programa de desinvestimento da Petrobrás, que pretende vender 60% de sua participação acionária. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, “falta ser concluída a unidade de abatimento de emissões (Snox) e demais obras de complementação do trem 1. Além disso, ficará para o investidor e novo parceiro a obra do trem 2 da refinaria”. A Rnest, segundo a assessoria, tem capacidade para refinar 100 mil barris de petróleo por dia. Após a finalização do trem 2, o processamento chegará a 230 mil barris de petróleo por dia. Consolidar a Rnest também é estratégico para setor logístico. “Quando se tem uma refinaria instalada aqui no Estado, há grandes demandas de logística internacional para importar o petróleo ou trazer equipamentos e plataformas. Além disso, há a comercialização interna e revenda para os demais Estados”, afirma Ecio Costa. Ele lembra que a unidade alimenta outras cadeias produtivas, como a petroquímica. Para o prosseguimento das obras, o economista afirma ser fundamental a chegada do investidor internacional. BIOTECNOLOGIA Esquecida do debate político e econômico dos últimos anos, a Hemobrás é apontada pelos especialistas como um dos empreendimentos mais estratégicos para Pernambuco. “A economia do século 21 é a da biotecnologia. Não se fabricará no futuro medicamentos novos a partir de substância químicas. As novas medicações serão a partir de fermentação bacteriana. A Hemobrás é o futuro”, defende o ex-secretário de Saúde de Pernambuco e do Recife, Guilherme Robalinho. No mundo, apenas sete players atuam no segmento de produção de medicamentos hemoderivados a partir do fracionamento do plasma. A continuidade do parque industrial de hemoderivados de Goiana ficou ameaçada durante a recente passagem de Ricardo Barros, no Ministério da Saúde. A pressão política dos parlamentares pernambucanos impediu os planos do ex-ministro de construir outra fábrica no Paraná, que esvaziaria a Hemobrás. A decisão da vinda da empresa para terras pernambucanas, ainda no Governo Fernando Henrique Cardoso, não foi apenas uma decisão política. De acordo com Robalinho, a história do Estado com o setor é antiga. “Pernambuco foi pioneiro em termos de hemocentro. O primeiro do País foi o Hemope. O Estado sempre teve uma liderança importante na criação dos bancos de sangue. Há muito tempo havia dentro do Hemope uma pequena unidade que fabricava albumina humana”. Ele afirma que a escolha por Goiana também foi técnica, porque a cidade tem no entorno três universidades federais (UFPE, UFPB e UFCG). O ex-secretário revela que a proposta dessa fábrica vem de várias gestões, mas encontrou um alinhamento político no final do Governo FHC para a tomada de decisão da vinda do empreendimento para o Estado. A princípio foi criada como Empresa Pernambucana de Hemoderivados. Já com Luís Inácio Lula da Silva

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Inovação para o passageiro

O contraste entre os milhares de carros no engarrafamento e os deslocamentos simples e eficientes dos pedestres ganhou o nome de “Paradoxo” na criação do arquiteto e artista plástico Luiz Rangel (quadro ao lado). Para sair dessa encruzilhada em que as grandes cidades entraram com o crescimento do transporte individual, a tecnologia tem sido uma aliada importante. Inovações são testadas com o objetivo de reduzir os impactos ambientais dos veículos motorizados. Outras, ancoradas em ferramentas digitais, auxiliam a rotina dos passageiros ao usar o serviço dos coletivos. Uma verdadeira corrida − empresarial e cidadã − em busca de melhor qualidade de vida urbana. Algumas inovações são mais visíveis na cidade, como o sistema de bicicletas compartilhadas ou o BRT. A oferta de serviços de compartilhamentos de carros, como o Uber, afeta não apenas os taxistas. Mas tem também incentivado parte dos motoristas a deixarem em casa seus veículos, um fenômeno que gera menor necessidade de vagas de estacionamentos. Outras novidades, porém, são mais discretas. Estão embarcadas dentro dos ônibus ou beneficiam os passageiros nos terminais ou mesmo por meio de celulares. As empresas de ônibus pernambucanas têm feito investimentos para acompanhar as novidades tecnológicas do setor. Hoje, a “menina dos olhos” dos grupos empresariais que atuam com transporte é a telemetria, de acordo com Gustavo Van Der Linden, diretor de engenharia e responsável pela gestão ambiental da Caxangá e Metropolitana. Trata-se de uma tecnologia de monitoramento e medição de várias informações em tempo real sobre os veículos para os motoristas e para as empresas de forma online. “A telemetria reduz bastante o consumo de combustível, pois auxilia os motoristas a dirigirem de forma mais eficiente. Chegamos a reduzir em 7%, em uma das linhas de teste. É uma economia que cobre os custos do investimento”, afirma Gustavo. Além dessa diminuição, que já traz uma grande vantagem para o meio ambiente, com a redução de poluentes, a tecnologia tem conseguido outros ganhos no trânsito, como a diminuição de acidentes e de custos operacionais com a manutenção. De acordo com Marcelo Bandeira, assessor executivo das empresas Pedrosa, Transcol e São Judas Tadeu, o grupo começou a usar a telemetria em agosto do ano passado. A gestão online da frota permite mapear eventos que ocorrem nos veículos, como freadas e acelerações bruscas, realização de curvas acentuadas ou mesmo problemas mecânicos. “Associada a essa tecnologia, temos um programa de condução ecológica, que atua no pilar da capacitação dos motoristas. Eles acompanham diariamente, por meio de um aplicativo, o resultado do consumo de combustível de suas viagens”, afirma. Para estimular que seus funcionários motoristas se engajem na redução do consumo, as empresas trabalham com programas de bonificação por desempenho. Aqueles que alcançam as metas, geram saldos que se transformam em premiação em dinheiro. Outras medidas que foram embarcadas no sistema de ônibus são relativas à bilhetagem eletrônica, que reduz a circulação de dinheiro nos coletivos, e a biometria facial, que registra a imagem dos usuários. Esta última tem como objetivo combater a evasão de passagens e a fraude no uso dos cartões do VEM. Uma mudança aparentemente simples nos coletivos, a troca das rodas dos veículos, também tem promovido melhorias. “Estamos substituindo as fabricadas com aço por alumínio forjado. Elas apresentam metade do peso da convencional e têm uma resistência cinco vezes maior”, afirma Marcelo Bandeira. Características que, segundo o empresário, traz dois benefícios imediatos: a diminuição de consumo de combustível, devido à redução direta do peso e a queda em até 25ºC da temperatura do cubo de roda. “Isso aumenta a vida útil dos pneus, já que o maior índice de avarias é provocado pelo calor”. O uso de GPS na administração das frotas de ônibus é outra novidade a favor dos usuários. “Esse sistema de rastreamento nos auxilia no controle da pontualidade e regularidade das linhas de ônibus”, afirma Gustavo. Com as informações desse sistema, é possível evitar que vários coletivos passem num mesmo horário nas paradas ou em intervalos de tempo muito grandes. Com os congestionamentos nas metrópoles, esse é um problema de difícil administração das empresas. INFORMAÇÃO De Pernambuco nasceu há quatro anos a tecnologia do CittaMobi. O aplicativo de apoio aos passageiros de ônibus está presente em 73 cidades e 11 Estados brasileiros. Só na Região Metropolitana do Recife ele é acessado mais de 3,4 milhões de vezes por mês. “Para os usuários do transporte público, a principal vantagem é ter um único app com diversas funcionalidades extremamente úteis no seu dia a dia: previsão de chegada dos ônibus em tempo real, canal para receber vagas de emprego geolocalizadas, compra de crédito para o bilhete eletrônico, e até possibilidade de informar sobre alagamentos e deslizamentos”, afirma o gerente de produtos, Fernando Matsumoto. Além dos benefícios para os usuários, a tecnologia permite também que os órgãos gestores do transporte aumentem o seu relacionamento com os cidadãos. “O app pode atuar como meio de comunicação de duas mãos: a prefeitura pode falar com o cidadão, e vice-versa, por meio de pesquisas e alertas de calamidade”. O universitário Renan Silva, que mora no bairro da Boa Vista e estuda na Universidade Federal Rural de Pernambuco, usa diariamente o CittaMobi. “Consigo otimizar o tempo de espera. Vejo também em qual parada virá a opção de ônibus que atenda o meu trajeto mais rápido”. Ele revela que ao saber que o transporte vai demorar um pouco mais, ele usa o tempo para resolver alguma questão no caminho, como pagar uma conta ou fazer uma compra rápida. Uma das novidades do setor é o monitoramento por meio de câmeras nos ônibus, estações e alguns corredores. Essa tecnologia atinge um dos principais receios da população no transporte público, que é a segurança. De acordo com o diretor institucional da MobiBrasil, Djalma Dutra, hoje todas as estações e veículos do BRT são monitoradas por câmaras e está em curso uma parceria com a Secretaria de Defesa Social para disponibilizar essas imagens. “Eles terão a oportunidade de acompanhar o que acontece no sistema de forma online. E com

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O mundo está chato ou você que perdeu a graça? (por Beatriz Braga)

*Por Beatriz Braga Minha fantasia de como é ser um homem...”, conta a comediante americana Chelsea Peretti, irônica, no show One of The Greats, “...é acordar todo dia, abrir os olhos e pensar ‘eu sou incrível!’”, completa exaltada, fazendo a plateia rir. Depois segue imitando os colegas de trabalho enquanto falam sobre suas conquistas sexuais com garotas. A prática de stand-up comedy sempre foi um terreno majoritariamente masculino. Cada vez mais, no entanto, mulheres sobem ao palco para provar que também são engraçadas. É uma mulher, inclusive, que vem sendo aplaudida por levar o mercado humorístico a um novo e inédito nível. “A nova grande voz da comédia”, foi assim que o The New York Times chamou o especial Nannette da australiana Hannah Gadsby lançado no Netflix em junho. “Transformador”, “revolucionário” e “catártico” foram outras alcunhas que recebeu dos mais reconhecidos portais de notícias. No esquete, Hannah começa fazendo piadas comuns das suas performances, como o relato sobre uma conversa constrangedora com sua avó. “Eu percebi que esqueci de contar para ela que sou lésbica” e relembra como a matriarca ainda tinha esperança do ‘Mr. Right’ (o cara ideal) aparecer na vida da neta. Esse show, porém, não é qualquer um. Hannah explica ao público a construção do “engraçado”. Em toda sua carreira, valeu-se da autodepreciação para fazer rir, pois foi assim que aprendeu a lidar com os aspectos de si mesma que não eram aceitos. “Você entende o que autodepreciação significa para alguém que já vive à margem? Não é humildade. É humilhação”. Hannah dá um soco no estômago e nos conduz por 70 minutos variantes entre riso, drama, choque e emoção. A australiana amplia as fronteiras do stand-up. Com um microfone e um palco vazio, faz uma obra de arte. A reação das críticas e do público sugere que a velha comédia, pejorativa e ofensiva, tem uma forte concorrente. O futuro, quem sabe, será mais interessante. “O mundo está chato”, lamentam por aí os nostálgicos - em sua maioria, brancos e héteros. Temos, agora, uma geração de pessoas que se considera vítima do politicamente correto. Senhores, o mundo não está chato. Talvez, lentamente, os alvos estejam mudando e quem não era incomodado passou a ser. Apontar quem tem “andar de viado” ou pele negra não será mais engraçado. Aquele que abusa é que se tornará o ridicularizado. A pesquisadora Djamila Ribeiro relatou em sua coluna na Carta Capital que, quando adolescente, era costume passar por grupos de meninos na rua e ouvir piadinhas por ser negra, fato que ela viu se repetir com sua filha. “Rir de mim porque sou distraída ou desastrada é uma coisa, por que raios deveria rir da minha pele ou do meu cabelo como se isso fosse um defeito?”, indaga. Hannah lembra do caso da estagiária de Bill Clinton, Monica Lewinsky, que virou chacota mundial por seu affair com o então presidente estadunidense em 1998. “Talvez se os comediantes tivessem feito seu trabalho certo e feito piada do homem que abusou do seu poder, agora tivéssemos uma mulher com experiência adequada na Casa Branca. Em vez disso temos um homem que admite ter assediado sexualmente jovens vulneráveis simplesmente porque podia”, diz em referência à ex-candidata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, e Trump, atual mandatário do país. Entre o poderoso show de Hannah e as lamentações de quem está cansado do politicamente correto, eu lembro de um colega que disse em uma mesa de bar: “meu melhor amigo é gay e tenho certeza de que ele não se importa que eu o chame de viado e fale coisas como viadagem”. Em resposta ao argumento, o sujeito da frase, presente na mesa, explicou didaticamente que ninguém gosta de ser referido com um apelido pejorativo. “Aceitamos porque você também acaba aprendendo que é o viadinho da escola”. A piada só chega depois que o ódio, a vergonha e o preconceito fizeram seu trabalho bem feito. Ela é o símbolo da naturalização da discriminação. Hannah fez a plateia rir da anedota da avó para introduzir o que antes era indizível: ela não esquecera de sair do armário como costumava brincar. Ela fizera de propósito, pois uma parte dela ainda tem vergonha de ser quem é. Talvez estejamos caminhando para o mundo onde Bill Clinton não passa mais incólume. Bill Cosby, Harvey Weinstein e outros não têm tido a mesma sorte depois das denúncias de assédio. O comediante Louis CK, que usava da sua autoridade para se masturbar na frente de mulheres, teve sua carreira arruinada ao ser desmascarado. Enquanto isso, Hannah Gadsby - mulher lésbica no auge dos seus 40 anos - é ovacionada ao dizer à plateia lotada do Sydney Opera House que não vai mais desfazer tensões com piadas. “Tensão é o que os ‘não normais’ carregam o tempo inteiro”, diz. “Os normais” precisam lidar com a merda no ventilador que eles próprios criaram. A tensão é responsabilidade de quem ensina às crianças a se odiarem simplesmente por serem quem são. Hannah foi criada na Tasmânia, estado australiano onde homossexualidade era crime até 1997. Aprenda com aquela que foi espancada na rua, estuprada mais de uma vez e humilhada durante toda a vida por ser a “mulher errada”. E que afirma que não há nada mais poderoso do que uma mulher destruída que foi reconstruída. E quem vai discordar? O show de Gadsby foi classificado pelo The Hollywood Reporter como “uma sensação do sucesso boca a boca” porque não apenas a mídia está falando sobre isso, mas as pessoas estão compartilhando eufóricas na internet. A humorista diz que esse show foi sua despedida da comédia. Mas será que a comédia vai deixá-la ir embora? O que dizer dos que classificam as críticas às piadas de mau gosto como censura? Pode fazer piada, mas não se pode reclamar dela? Aos donos da liberdade de expressão que, diante de tantos consertos a fazer no mundo, escolhem essa causa para lutar, eu diria: não foi o mundo que perdeu a graça. É você que está ultrapassado.

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Gente & Negócios: Refazenda inova ao lançar linha infantil e remodelar peças usadas

Em comemoração aos seus 29 anos, a Refazenda lançou um novo serviço dentro do seu perfil de sustentabilidade: a remodelação de peças antigas. Entre as novidades da marca estão também o lançamento de uma nova linha de produtos, a Chico e Bento, voltada para o público infantil. Conversamos com Magna Coeli sobre as inovações da empresa e sobre sua percepção da aceitação do público das marcas sustentáveis. Que novidades vocês estão trazendo para a comemoração dos 29 anos da Refazenda? A Refazenda está num novo momento. Lançamos uma nova marca, a Chico e Bento, para dar o devido espaço ao público infantil dentro do nosso mix de produtos. As peças terão o mesmo estilo do pai e da mãe. Com a proposta de trabalhar com materiais mais naturais, com um perfil vintage, retrô. Criança que se veste de fato como criança, de forma lúdica e alegre. Também estamos investindo numa coleção masculina, para seguir uma tendência de mercado da família se vestir de forma parecida, que é um conceito que foi deixado lá atrás, nos anos 70, e voltou com muita força. Já temos uma loja especificamente para o público infantil, no Casarão Toyolex, e em cada uma de nossas unidades da Refazenda há um corredor voltado para as crianças. Como funciona o novo serviço de remodelação de peças antigas da marca? Um dos nossos serviços novos é a remodelação de peças antigas da marca, que ganham novo layout. Fomos desafiados a fazer uma disrupção no processo de moda. Em geral, a moda é caracterizada por trabalhar com produtos que se acabam rápido. A moda convencional se retroalimenta por isso. Nossa proposta é slow. Mais lenta, calma e conservada. Nosso cliente tem um apaixonamento pelas peças e um comportamento de conservação. Uma forma de aumentar a durabilidade da peça é dando uma cara nova e renovando o guarda-roupa sem gastar tanto. O nome desse projeto é Realce, inspirado na música de Gilberto Gil. Ele tem o objetivo de fazer uma releitura e repaginação das peças. Engordou, emagreceu, quer usar de novo, mas precisa de uma renovação por quem fez. Aceitamos isso como desafio. Estamos lançando e será algo permanente. É como um serviço paralelo, uma oficina Refazenda dentro das lojas, adaptando peças antigas ao tempo atual. Percebemos que ao invés de diminuir a venda de novas peças, esse serviço aumenta o interesse dos consumidores. Quem consome essa moda sabe que pode ter um acompanhamento, não é um produto descartável. Esse setor de moda sustentável tem tendência de crescimento com o aumento do conhecimento das pessoas sobre os diretrizes da sustentabilidade? Quando lançamos a Refazenda, há quase três décadas, era como se falássemos sozinhos. Hoje diante da tomada de consciência e da reverberação do tema, tem se criado um ambiente mais confortável para as empresas que atuam nesse segmento. Enfim as pessoas estão querendo isso. Estamos prontos e com histórico de coerência. Diferente de quem está se adaptando ainda ao conceito da sustentabilidade agora. A conscientização da população representa um momento de chegada de novos clientes. Por outro lado, em momentos de crise econômica como o atual, esse é um público que também tem uma tendência de retração. Para o futuro a empresa tem novos planos? Vislumbramos ser mais agressivos na exportação em 2019. Fazemos vendas pontuais para Portugal, Itália e Espanha. Percentuais pequenos. Bruto de produção, hoje em torno de 20%. Queremos dobrar para 40%. Já temos mais de 20 anos com experiencia de exportação, mas com alguma dificuldade de crescer. Rainier Michael anuncia novo evento do Iperid no Recife O presidente do Iperid e cônsul da Eslovênia, Rainier Michael, anunciou para os dias 16 e 17 de outubro o seminário Global Trends 2018. O evento acontecerá em parceria e na UniFBV Wyden. Em breve será anunciado o país homenageado. O Iperid é o Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia. Em movimento, o Think Tank anunciou no mês passado João Canto, da AD Diper, como fellow e a diplomata Katia Gilaberte como senior fellow. Mais informações no site: www.iperid.org Isabella Jarocki em intercâmbio gastronômico nos Estados Unidos   Isabella Jarocki, coordenadora do curso de gastronomia do UniFBV, está nos Estados Unidos, a convite do Ministério da Agricultura americano participando do US Cuisine Immersion for Culinary Educators que acontece até o dia 9 de julho na Universidade Internacional da Florida e com visitas as cidades de Miami, Chicago e Nova Iorque. O evento, que tem como objetivo desmistificar a gastronomia americana, terá visita a escolas – como o Culinary Institute of America, em Nova Iorque; palestras com chefs e imersão nas tendências de negócios na área, inclusive o modelo de Food Halls, uma praça de alimentação fora de shopping já bem difundida nos EUA e Europa.     RM Express investe em cortes nobres de carne O mercado de cortes nobres está crescendo cada vez mais e com isso, aumenta a exigência do consumidor em adquirir produtos diferenciados e de qualidade. Pensando nisso, Marco Ferreira, sócio-presidente do Grupo RM, tem investido forte em cortes de primeira linha. Nas lojas RM Express os churrasqueiros de plantão podem encontrar novas linhas de linguiças gourmets, estilizadas com queijo coalho, pimenta biquinho e ervas. Além de carnes de carneiro, costela, pernil e filé mignon da linha angus. Segundo a Associação Brasileira de Angus (ABA), em 2015 o abate de animais da raça aumentou 21% em relação ao ano anterior, enquanto o abate total de gado caiu 9%.

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Seleção francesa vai da decepção à glória

*Por Houldine Nascimento Em certos casos, uma derrota ajuda a amadurecer. Em 10 de julho de 2016, a França decidiu com Portugal a Eurocopa, em Paris, e era favorita ao título. A atmosfera do Stade de France, com mais de 75 mil torcedores empurrando a seleção bleu-blanc-rouge, conspirava para tal. Um aditivo para a crença francesa no triunfo foi a saída precoce do principal nome português, Cristiano Ronaldo, lesionado aos 23 minutos de jogo. Naquele duelo, os franceses pressionaram muito, mas o goleiro Rui Patrício estava num dia inspirado. O tempo passava e a tensão aumentava. Portugal se segurava como podia. O cansaço abateu o time que mais atacou e a resistência lusitana foi premiada no segundo tempo da prorrogação, com o gol de Éder, que calou o estádio. O dolorido revés diante da torcida fez a seleção francesa crescer. Didier Deschamps, campeão mundial pelo país como jogador em 1998 (era o capitão), seguiu no comando técnico. Dos jogadores que atuaram naquela final, seis foram titulares durante a campanha na Copa do Mundo de 2018, conquistada nesse domingo (15): Lloris, Umtiti, Pogba, Matuidi, Griezmann e Giroud. Dois anos atrás não havia Varane, Hernandez, Pavard e Mbappé. O volante Kanté, um dos alicerces do bicampeonato, era reserva. No processo de ajustes até o Mundial, a Federação Francesa de Futebol deixou Karim Benzema fora da seleção por ter sido implicado em um escândalo, em que chegou a ser preso. O atacante do Real Madrid se envolveu numa chantagem ao jogador Mathieu Valbuena por conta de um suposto vídeo íntimo do colega. Sem Benzema, os franceses foram vice-campeões da Europa e terminaram na liderança do grupo A das Eliminatórias, com 23 pontos, assegurando vaga direta para a Copa. BICAMPEONATO NA RÚSSIA - Quis o destino que a nova conquista viesse na Rússia, em atrito diplomático com o governo francês. Numa final bastante movimentada, a França bateu a Croácia por 4 a 2, no estádio de Luzhniki, em Moscou. O primeiro gol da disputa nasceu de uma falta inexistente. Pivô do lance, Griezmann foi para a cobrança, aos 17 minutos, e Mandzucic desviou de cabeça para a meta do companheiro Subasic. Sim, o gol que abriu o placar na decisão foi contra. Os croatas demonstraram a valentia dos demais jogos e rapidamente chegaram ao empate com Perisic, aos 27. O autor do 1 a 1 cometeu pênalti ao interceptar um escanteio com a mão. Após mais de um minuto de paralisação para consultar o VAR, o árbitro argentino Néstor Pitana assinalou a infração. Aos 35 minutos, Griezmann deslocou Subasic e pôs a França de novo na frente. Apesar do desgaste das partidas anteriores, em que enfrentaram prorrogações, os croatas tinham a maior posse de bola e propunham o jogo. A primeira etapa terminou do jeito que os franceses queriam, com vantagem no marcador. No segundo tempo, a Croácia desmoronou com os gols de Pogba, aos 13, e Mbappé, aos 19 minutos. Virou goleada. A decisão ganhou contornos emotivos, aos 23, graças à falha do goleiro Lloris, que recebeu uma bola recuada de Varane e tentou driblar Mandzucic. Ligado, o centroavante croata interceptou a bola e deu um toque para o gol. Daí em diante, os franceses não correram riscos e administraram a vitória até o apito final. A CAMPANHA - Foi uma campanha convincente com seis vitórias e um empate. Na primeira fase, terminou na liderança do grupo C com sete pontos: 2 a 1 sobre a Austrália na estreia, 1 a 0 contra o Peru e empate sem gols contra a Dinamarca. Nas oitavas, eliminou a Argentina ao vencer por 4 a 3. Nas quartas, o adversário foi o Uruguai, mandado de volta para Montevidéu (2 a 0). Após despachar duas seleções bicampeãs mundiais, a França enfrentou a Bélgica e ganhou por 1 a 0. Os franceses se mantiveram focados até o título.

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Resistência à transformação digital?

Os próximos 10 anos serão muito diferentes do que estamos vivendo hoje. A transformação digital – baseada principalmente no avanço da inteligência artificial e da internet das coisas – está modificando governos, mercados, empresas e, principalmente, as profissões e os empregos. E cada vez mais rapidamente. Estudos mostram que 40% das empresas podem fechar as portas e que 65% dos empregos serão afetados diretamente nesse período. Contudo, mesmo esse processo estando avançado, nem sempre os profissionais conseguem perceber com clareza as mudanças e os impactos da transformação digital em um setor. Nesse caso, pode estar ocorrendo a “resistência ao novo”. Esse tipo de resistência é caracterizado pela negação do uso da tecnologia no futuro profissional. Principalmente porque altera diretamente a zona de conforto, aquela fase da vida em que os principais desafios de uma profissão já foram superados. Os principais sintomas do pensamento de resistência à transformação digital são: a) ainda tá muito longe de ocorrer na prática; b) isso vai demorar muito para chegar no Brasil; c) mesmo que ocorra, sempre vai ter espaço para quem sabe muito; e) já estou velho demais para mudar e vou continuar assim; f) isso é uma fase e vai passar; entre outros tantos exemplos. Essa forma de pensar pode levar muitos profissionais a perderem mercado. Um bom exemplo é o setor de diagnóstico por imagem. Como a tecnologia já consegue identificar diversas doenças usando inteligência artificial, a quantidade exigida de médicos para fazer o trabalho no futuro será bem menor do que atualmente. Isso não chega a eliminar o papel do médico no processo, mas o mercado para esse tipo de profissional vai diminuir bastante nos próximos anos, na medida do avanço tecnológico, do seu barateamento e de sua popularização. Se você ainda não parou para pensar como a transformação digital vai afetar sua carreira, dê agora o primeiro passo para não ficar para trás. Faça um diagnóstico do mercado onde você atua considerando os impactos da transformação digital. Procure na internet sobre os avanços da tecnologia no seu setor e na sua profissão. Observe as mudanças e os impactos no mesmo setor em mercados mais maduros e consolidados, como o norte-americano e o europeu. Busque livros e artigos sobre o tema transformação digital. Em alguns casos, a mudança se dará dentro da mesma profissão, buscando outras especializações, como no caso do médico radiologista. Em outros casos, a profissão pode deixar de existir e ser substituída totalmente pela tecnologia, exigindo uma mudança radical de carreira. Do ponto de vista estratégico, há duas direções para sobreviver diante dessas mudanças: busque profissões que estarão em alta no mundo digital ou use o seu conhecimento para criar ou aperfeiçoar tecnologias que serão adotadas no futuro.

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