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Chega ao Brasil mais uma obra do quadrinista Jeff Lemire

Por Wanderley Andrade Eleito duas vezes melhor quadrinista do Canadá pelo Schuster Award e indicado a oito Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos, Jeff Lemire está entre os maiores quadrinistas da atualidade. É criador da aclamada série Black Hammer, publicada pela Intrínseca, e que já vendeu mais de 60 mil exemplares no Brasil. Sem perder tempo, a editora lançou recentemente o primeiro volume de Royal City: Segredos em família, graphic novel escrita, roteirizada e ilustrada pelo canadense. A história acompanha o drama vivido pelos integrantes da família Pike, que carregam, cada um a seu modo, o trauma da morte do caçula, Tommy. Anos depois do fatídico acontecimento, o patriarca, Peter, sofre um derrame, fato que põe outra vez frente a frente a mãe, Patti, e os filhos Patrick, Tara e Richie. Cada membro da família se relaciona regularmente com Tommy, que se materializa conforme a visão particular de cada um, ora um padre, ora um alcoólatra ou na forma de um adolescente. Royal City: Segredos em família tem pegada cinematográfica, até poderia ser roteiro de um filme ou série. Diálogos afiados, que imprimem bem todo trauma e dor entranhados nas relações dessa família disfuncional. A cidade retratada no papel também assume a função de personagem, emanando todo o pessimismo e amargura dos Pike. Voltando a Jeff Lemire, o quadrinista participou recentemente da CCXP Worlds, considerado o maior evento de cultura pop do mundo, que este ano teve edição 100% online. Tem também no currículo passagens por grandes editoras americanas como a Marvel e a DC. Mais detalhes da graphic novel no site da Intrínseca.  

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Demorval dos Santos: "A recuperação da economia local virá do pequeno produtor"

Em um período de alta do desemprego e de fim do auxílio emergencial, conversamos com o economista e mestre em Administração e Desenvolvimento Rural Dermorval dos Santos. Ele que é professor do Centro Universitário de Vitória de Santo Antão (Univisa), comenta os desafios dos novos prefeitos na gestão das cidades a partir da ótica do enfrentamento à pandemia e do combate à desigualdade social. Quais as perspectivas para o cenário do emprego e desemprego em Pernambuco em 2021? Demorval: O Governo de Pernambuco criou alguns programas de enfrentamento à crise econômica promovida pela pandemia da Covid-19. Dentre eles, o que ganhou nova tendência para 2021 foi o programa de crédito popular que teve seus juros reduzidos e o valor do crédito aumentado. Esta ação do Governo do Estado é fundamental para o aquecimento do mercado e pode resultar na criação de novos postos de trabalho. Em 202o, Pernambuco apresentou taxas de desempregos altas, de acordo com os dados da Pnad Covid, chegando a ocupar, no terceiro trimestre, a quinta posição entre os Estados com as maiores taxas de desemprego, superando a média nacional. Normalmente em dezembro ocorrem as contratações temporárias e em 2020 não foi diferente. O Auxílio Emergencial também promoveu um aquecimento da economia e com isso elevou o nível de confiança dos empreendedores ao ponto de realizarem as contratações. No entanto resta saber qual a taxa de conversão destes empregos temporários em empregos permanentes. . Qual o impacto das eleições nesse cenário de combate ao desemprego? As eleições municipais são um dos fatores que motivam a superação do cenário de desemprego nas localidades. Os novos líderes chegam com vontade de fazer o melhor pelo seu povo. Nos primeiros dias de janeiro de 2021 percebemos que algumas prefeituras, como a cidade do Recife, fizeram reformas administrativa. Tais reformas são fundamentais para a melhoria no nível de emprego da Cidade do Recife e dos demais municípios do Estado. Elas ajudam a dar eficiência a muitos programas foram criados em 2020, mas que tinham uma burocracia tão grande que os microempreendedores não conseguiam acesso ao dinheiro e acabaram fechando. Não basta apenas criar um programa, mas também ter a certeza de que ele “alimentará” os agentes alvos de sua finalidade de criação. . . Com processos menos burocráticos, recursos com verbas maiores, redução na taxa de juros e facilitações para prazo de pagamentos, estima-se que haja uma leve recuperação do cenário econômico Pernambucano. É chegada a hora de investimentos no Microempresário Individual (MEI), estimulando sua capacidade de gestão através de programas de capacitação e acessoria. A recuperação da economia local virá do pequeno produtor e das análises individuais de mercado respeitando as características particulares de cada local. Cada governante local deve entender quais as características produtivas de suas localidades, buscando investimentos internos e externos. A política cambial brasileira (com foco no dólar) tem favorecido as comercializações dos nossos produtos nos mercados externos. Na medida certa, este pode ser um dos caminhos para o aumento da renda estadual. Nosso Estado está dividido em cadeias produtivas interessantes e distintas e cada localidade deve focar no que melhor produz com o menor custo e almejar o mercado externo, sem desabastecer o mercado interno. . Sobre o Recife quais são as principais apostas? O prefeito João Campos já anunciou investimentos no setor de tecnologia da cidade do Recife. Ele vem buscando parcerias importantes na área de formação para dar suporte ao crescimento do setor. Pois não basta apenas aumentar as vagas no setor de tecnologia, se não há um processo de qualificação profissional para as oportunidades que surgirem. Com tais investimentos, acredita-se que a área de tecnologia da informação, para a Cidade do Recife, seja a grande promessa empregatícia. . O combate ao desemprego e a desigualdade social foi apontado como a prioridade pelo prefeito João Campos, no Recife. O que cabe a cada poder (federal, estadual e municipal) no combate à esses dois problemas tão crônicos de PE e do Brasil? Em primeiro momento, deve se buscar o alinhamento das políticas públicas, das suas diversas esferas, e privadas. Há anos estas esferas federal, estadual e municipal não têm se mantido alinhadas e os propósitos políticos estão sempre à frente do pensamento da construção de uma sociedade sustentável. O exemplo mais recente está na aquisição da vacina contra o Covid-19. Os governos locais estavam tendo que recorrer a meios jurídicos para a compra da vacina. O Presidente do Brasil já deixou clara suas ideologias sobre a aquisição da vacina. Sem vacinação em massa todos os mercados estão em risco e não existe a possibilidade de combater o desemprego e a desigualdade social. Em segundo momento, notoriamente existem barreiras entre as esferas pela discriminação territorial. Um tema bem antigo. Em 2019, o então Presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, em um café da manhã com seus ministros e jornalistas refere-se a todos os Governadores Nordestinos como Governadores Paraíbas, uma forma “pejorativa” utilizada por outras regiões do Brasil para qualificar quem no nordeste reside. É fato que discriminações territoriais leva a desigualdade social. O maior desafio para todos os Estados do Nordeste vem da relação destas esferas com o Governo Federal. . Começamos o ano com o fim de auxílio emergencial que foi importante para o País atravessar o pior momento da pandemia e que reduziu a desigualdade nesse período. Alguma coisa pode ser feita no curto prazo para reduzir o impacto do fim desse programa? Chegamos ao momento de falar que a vacina é a estratégia de curto prazo. Os países que estão aplicando a vacina estão apresentando bons resultados com o uso da mesma. Além disso, o Governo Federal precisa controlar seus gastos. Não falta dinheiro. O que falta é a responsabilidade no equilíbrio das contas públicas. Veja bem, com base nos dados do Secom (2021) – Secretaria Especial de Comunicação Social- o Governo Bolsonaro já gastou 17 vezes a mais com propaganda no exterior do que todos os últimos Governos no período de 10 anos. Além disso o Governo fez compra de cloroquina numa quantidade

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Euclides da Cunha uniu ciência à arte e denunciou diversas violências

Da Agência Brasil A escolha das palavras certas para descrever o ambiente e revelar tragédias. Descortinar violências, "Brasis" diferentes e até a própria consciência. Nas mesmas frases e páginas, misturas de ciências e arte literária. O espírito combativo, curioso e metódico de Euclides da Cunha é anunciado desde as primeiras páginas de Os Sertões (1902), obra monumental da literatura e do jornalismo brasileiro (disponível para leitura em domínio público), segundo explicam estudiosos do consagrado escritor, que nasceu em 20 de janeiro de 1866 (há 155 anos). Mesmo depois de tanto tempo - a primeira edição do livro saiu em 1902 -, os especialistas ouvidos pela Agência Brasil argumentam que a profundidade do trabalho do brasileiro, marcado pelo olhar científico e ao mesmo tempo artístico, explica a atualidade dos seus escritos e a necessidade de ser revisitado no século 21. O autor, ex-oficial do Exército e engenheiro, escrevia para o jornal O Estado de S. Paulo, e foi para a Bahia reportar o que acontecia na Guerra de Canudos (que durou entre novembro de 1896 a outubro de 1897). Euclides esteve na região entre 10 de setembro e 3 de outubro (23 dias) e publicou suas impressões no jornal como Diário de Uma Expedição, a partir das 22 cartas e 55 telegramas escritos. Os trabalhos seriam a inspiração para o livro que seria publicado cinco anos depois, dividido em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. Euclides se surpreendeu bastante com o que viu e vivenciou. “Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo”, escreveu ele logo na nota preliminar. Segundo pesquisadores, diante do que flagrou, ao invés de compilar relatos e se ater a uma versão do governo central, Euclides mergulhou nas histórias dos sertanejos (sob a liderança polêmica do religioso Antônio Conselheiro), nos contextos amplos do cenários e do ambiente da caatinga e buscou as causas do acontecimento. “Ele sempre acreditou no consórcio entre a ciência e a arte”, afirma o professor de literatura brasileira e hispânica na Universidade da Califórnia, Leopoldo Bernucci, em entrevista por videoconferência. “Euclides tinha uma mente extremamente curiosa em um período marcado pelo culto à ciência”. Obra de arte Bernucci publicou em 2001 versão comentada de Os Sertões e, em 2021, chegará à sexta reimpressão, sempre com novas revisões para facilitar o entendimento de um livro que mexe com a cabeça do leitor. “A obra de Euclides é um conjunto extraordinário de conhecimentos. Trata-se de uma leitura difícil, com saberes técnicos e científicos. Mas ele se propôs a tratar do fenômeno de Canudos. A partir do momento que se lê essa grande obra, pode-se verificar que tudo ali está organizado e articulado”. O livro é considerado uma obra de arte desde a sua publicação. Em 1903, o crítico Araripe Júnior escreveu que não era possível criticar o trabalho. “A emoção por ele produzida neutralizou a função da crítica. E, de fato, ponderando depois calmamente o valor da obra, pareceu-me chegar à conclusão de que Os Sertões são um livro admirável, que encontrará muito poucos, escritos no Brasil, que o emparelhem”. José Veríssimo destacou que o livro revelava “um homem de ciências”, “um homem de pensamento”, e um “homem de sentimento”. A obra lhe valeu a indicação à Academia Brasileira de Letras, em 1903. Além de dispôr a história da revolta e do papel de Antônio Conselheiro, Euclides utilizou um grupo de saberes que incluiu botânica, geologia, sociologia, antropologia, história das religiões e conhecimentos amplos sobre a vida e história militar. Aliás, a formação de Euclides em escolas militares tem influência decisiva, segundo pesquisadores, em seu desenvolvimento intelectual. “As escolas e a carreira militar são decisivas na vida dele. O Exército estava na vanguarda do processo histórico daquele período. Claro que os professores e as referências que ele teve influenciam na obra, que é alta literatura”, afirma a professora Walnice Galvão. Ela pesquisa vida e obra de Euclides da Cunha há mais de 50 anos. A intelectual, docente emérita da Universidade de São Paulo (USP), publicou 12 livros sobre o autor. “Além da formação, outro fato transformador na vida dele é a cobertura em Canudos”, salientou. Para os pesquisadores da obra de Euclides da Cunha, o escritor foi para Canudos certo que encontraria ali uma revolta estimulada pelos monarquistas contra a recém-nascida república, proclamada em 1889. Mas o autor descobre que essa não é a história verdadeira. Não havia relação com disputa política e Euclides mudou de ideia e de foco durante a expedição. “Está estampada em todas as páginas o dilaceramento de consciência que ele viveu ao presenciar a violência do Estado contra os sertanejos”, afirma a professora Walnice Galvão. É nesse contexto que ele considera um crime o que ocorreu ali, com o massacre dos moradores e das cinco mil casas do lugarejo. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”, escreveu na abertura do capítulo três. Essa mudança de ideia, segundo Leopoldo Bernucci, revela-se como um ato de humildade por parte de Euclides, ao deixar o acampamento da expedição promovida pelo governo para se embrenhar na caatinga. A historiografia registra que pelo menos 20 mil pessoas morreram no episódio. Walnice Galvão destaca que Euclides teve uma virada de consciência rápida. “Ele ficou um pouco menos de um mês em Canudos, mas foi o suficiente para ter uma nova percepção do que ocorria. Na verdade, ele levou um choque diante do que descobriu. É um trauma da vida dele”. Preocupação ambiental O professor de literatura Leopoldo Bernucci prepara, junto com o pesquisador Felipe Rissato, uma obra sobre 1,4 mil correspondências enviadas e recebidas por Euclides da Cunha. A estimativa é de pelo menos mais um ano de coleta dessas cartas oficiais e também de cunho pessoal do autor. Chamam a atenção nos materiais a preocupação de Euclides com o meio ambiente. Inclusive, após publicar Os Sertões, o escritor foi convidado para chefiar a Comissão Mista Brasileiro-Peruana de Reconhecimento do Alto Purus, na Amazônia. Nas cartas enviadas para o Barão do

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Juliana Notari: “A arte tem que criar perguntas e reflexões.”

A imagem de uma grande vulva, em tom vermelho intenso, encravada no terreno do Parque Artístico Botânico da Usina de Arte foi um dos assuntos mais comentados nas redes sociais do País este mês e reverberou até na mídia internacional. A obra Diva, da artista plástica recifense Juliana Notari, causou controvérsia num amplo espectro ideológico de pessoas: desde conservadores, até militantes que lutam contra a transfobia, além do movimento negro. Nesta entrevista a Cláudia Santos, Juliana analisa essas críticas, defende a força da obra, que segundo ela vai além da representação de uma vulva, mas expõe as feridas que as mulheres e a natureza sofrem na sociedade patriarcal. A artista comenta também a sua trajetória e a sua concepção de que a arte deve provocar as pessoas a refletirem. Por que a obra Diva causa tantas controvérsias nas redes sociais, provenientes de pessoas da direita e da esquerda? Eu acho que é porque o que está colocado na obra é a representação de uma parte do corpo da mulher que, ao longo da história, nestes dois mil anos de patriarcado, sempre foi um tabu, sempre foi reprimida. A vulva é o lugar onde a mulher sente prazer, não tem uma função reprodutiva, como a vagina, o canal vaginal, onde passa o espermatozoide.A repressão começa pela linguagem, até o nome vulva foi deixado de ser falado, porque chamar uma vulva de vagina, é a mesma coisa que chamar pênis de uretra. Há um silenciamento do corpo da mulher, que vem ao longo dos séculos, e a mulher precisa ser vista como a recatada e do lar, a que está em casa, fazendo o trabalho da reprodução, cuidando dos filhos, que não tem o trabalho reconhecido. Grande parte desses ataques que, se partiram da direita, é proveniente de pessoas que pensam dessa forma. Eu sabia a todo momento que a obra iria provocar críticas, mas não dessa envergadura que foi. Mas antes de tudo, é preciso estabelecer que Diva não pode ser reduzida a uma vulva. Diva é uma grande ferida. Caso ela fosse apenas uma vulva, eu teria feito os grandes lábios, o clitóris. Essa dimensão traumática, expressa em sua forma de ferida aberta, é a mais importante para mim, fica mais agressiva esteticamente na minha obra. A obra não centra o discurso na questão genital, mas abre feridas históricas, coloniais, que estão para além das questões de gênero. Há também uma discussão e questionamentos das feminilidades, da violência contra os corpos, incluindo o da Terra, na nossa sociedade patriarcal e capitalista. As críticas da esquerda que foram em torno da questão racial e de classe social surgiram a partir de uma foto, postada por mim no Facebook e no Instagram, em que é mostrado o processo de construção da obra. Nela, eu, a artista, uma mulher branca, apareço em primeiro plano e os trabalhadores – na maioria negros – trabalham na obra ao fundo. A foto é um retrato da nossa sociedade brasileira. A arte não está apartada da sociedade, ela reflete a sociedade e a arte também é um lugar muito elitizado. Mesmo entendendo que, enquanto imagem, ela possa endossar o racismo estrutural que molda o Brasil desde sua colonização, ela  também denuncia as feridas coloniais que persistem e nos traumatizam até os dias atuais. Esses sintomas históricos não são causados apenas por mim, mas são responsabilidade de todos nós que deixamos essas feridas históricas inflamarem. Feridas como a escravidão, sexismo, o extermínio dos povos indígenas e a ditadura militar não foram tratadas e, por isso, o Brasil segue doente. Os trabalhadores da construção civil contratados pelo engenheiro para construir Diva são sintomas dessas feridas, são descendentes de escravizados negros, de indígenas, como a grande maioria dos trabalhadores urbanos e rurais do Brasil. Então, é uma questão estrutural. Como a gente sabe, os escravos não tiveram acesso à terra, à reparação, à educação, ou seja, não tiveram acesso à sociedade. Foram apartados; foram para as periferias, os subúrbios, as favelas. A outra crítica partiu de mulheres trans que acham que uma vulva reforça o binarismo, a ideia de que só existem dois sexos. Na verdade, não é nada disso, acho que existem várias sexualidades, vários femininos e que todo mundo pode falar. A questão é que elas também têm que ocupar espaço de fala, de colocar a arte delas nos espaços de arte. Aí, são necessárias políticas públicas de inclusão. A todo momento eu não quero anular, eu quero abranger e também quero defender meu direito de falar. Eu sou uma mulher que acha que eu posso falar de uma parte do meu corpo. Eu sou artista, eu sou livre para falar, isso não quer dizer que eu vou anular outras formas de viver a sexualidade, muito pelo contrário, acho que tem que ser multi. Você explicou que a obra busca questionar a relação entre a natureza e a cultura numa sociedade falocêntrica e antropocêntrica. Você poderia detalhar essa ideia? Falocêntrica é essa questão do patriarcado. Vivemos dois milênios de patriarcado, que é justamente essa questão de o homem ter o protagonismo, que ocupa o poder, de usar os corpos dos negros, das mulheres, dos indígenas, reprimindo-os para transformá-los em subalternos a esse poder. É, principalmente, o macho, hétero, branco, que é esse homem, símbolo desse patriarcado, que acha que está no topo do poder e se acha superior e que os outros, todos os diferentes, precisam ser seus serviçais. O sentido antropocêntrico está relacionado à espécie humana em geral (homens e mulheres), que se acha acima de todas as espécies, que tem o direito de desmatar, de matar os animais, de remover montanhas e “comer” a terra, por meio do extrativismo de que o consumismo necessita para poder mover a máquina. A espécie humana se acha o centro da Terra e está acabando com tudo. Então, essa separação, natureza e cultura, em que o homem que se coloca acima da natureza com sua cultura, é que faz com que o antropocentrismo seja uma praga que está nos levando

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Prefeitura do Recife inicia vacinação de grupos prioritários contra covid-19

Da Prefeitura do Recife A manhã desta terça-feira (19) já é considerada um marco para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Desde cedo, equipes itinerantes da Secretaria Municipal de Saúde começaram a imunizar as pessoas dos grupos prioritários contemplados nesta etapa do Recife Vacina, o plano montado pela Prefeitura. A capital pernambucana recebeu, do Ministério da Saúde, 66,2 mil doses, o que garante o esquema vacinal completo para 33,1 mil pessoas. Estão sendo vacinados os trabalhadores de saúde da linha de frente; idosos acima de 60 anos que vivem nas Instituições de Longa Permanência e os trabalhadores desses locais; e pessoas com mais de 18 anos com deficiência severa que moram em residências inclusivas. Ao longo dos próximos dias, 13 equipes itinerantes seguirão um cronograma para vacinar o público-alvo. Por volta das 6h, uma das equipes chegou ao Hospital Provisório Recife 1, onde atuam quase mil profissionais aptos para receberem a vacina CoronaVac, produzido em parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac. A técnica de enfermagem Maria José da Silva, de 32 anos, estava de plantão e foi a primeira a ser imunizada. Ela dedicou o momento para todos os colegas da enfermagem. “Ontem, recebi a notícia de que a vacina ia chegar hoje, e hoje recebi a notícia de que eu seria a primeira. Por tudo que a gente vive no dia a dia, no hospital, dá medo, muitas vezes, mas agora estou mais aliviada. A gente esperava há muito tempo por esse momento. A vacina é para o bem de todos, para tudo voltar ao normal”, declarou a profissional, que mora na comunidade do Detran, na Iputinga. De acordo com a secretária de Saúde do Recife, Luciana Albuquerque, a previsão é concluir a primeira etapa em até três semanas. “Pela característica do público desse primeiro momento, vamos até essas pessoas, para dar melhor acesso aos idosos e as pessoas com deficiência, e para evitar que os profissionais saiam dos postos de trabalho. É um passo importante no enfrentamento à pandemia, e uma alegria saber que começamos a proteger nossa população, mas também é fundamental que as pessoas continuem seguindo as recomendações como distanciamento social, uso de máscara e higienização das mãos”, disse a secretária. Ainda de acordo com ela, a segunda dose para quem começou a ser imunizado, hoje, está garantida e começará a ser aplicada a partir de 15 dias da administração da primeira dose. Já o início da próxima fase da campanha dependerá do envio de novas doses pelo Ministério da Saúde. PRÓXIMA FASE - Com a chegada de mais doses e a possibilidade de ampliar o público, a Prefeitura do Recife passará a dispor de 65 salas de vacinação em nove pontos espalhados pela cidade. Os pontos de vacinação estarão localizados no Compaz Dom Helder Câmara, Coque; Escola Mário Melo, no bairro de Campo Grande; Escola Nilo Pereira, em Casa Amarela; Compaz Miguel Arraes, na Caxangá; Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro; Escola Miguel Arraes de Alencar, na Estância; Ginásio Geraldão, na Imbiribeira; Escola Nadir Colaço, na Macaxeira; e UPA-E Fernando Figueira, no Ibura. Os pontos do drive-thru serão no Parque da Macaxeira, Geraldão e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com o aumento das doses enviadas pelo Ministério da Saúde, o Plano tem a capacidade de estender a quantidade de salas para mais de 200 em um total de 26 pontos. Esse formato permite a manutenção do funcionamento da Saúde Básica, com as 114 Unidades de Saúde da Família servindo de retaguarda para a vacinação. A Prefeitura do Recife já dispõe de toda a estrutura disponível para a vacinação de toda a população prevista para a primeira fase, estimada em 165 mil pessoas. Tanto nos insumos, como as seringas, como na capacidade de armazenamento e refrigeração.

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Vacina, vacina, vacina! (por Francisco Cunha)

Na situação em que a pandemia chegou, de escalada de casos e mortes, só há uma alternativa para enfrentá-la com possibilidade de êxito, tanto do ponto de vista sanitário quanto econômico: cobertura vacinal ampla da população. Ou seja, “imunização de rebanho” com a vacina (e ainda bem que as vacinas foram desenvolvidas com a eficiência necessária, numa corrida científica notável, menos de um ano depois do aparecimento do vírus). Pelo fato de várias dessas vacinas, felizmente, terem mostrado, pelo mundo afora, níveis de eficiência adequados, embora com diferenças entre eles, muita gente está, no momento, fazendo a pergunta: qual a melhor vacina a tomar? A resposta, infelizmente, é uma só: a melhor vacina é a que podemos ter! Ou seja, como diz o médico Marcio Bittencourt, pesquisador da USP: “A melhor vacina é a que eu possa tomar logo, a pior é a que demore para chegar. A melhor estratégia é tomar o quanto antes a primeira vacina a que a gente tiver acesso, desde que aprovada pela agência reguladora”. E, aí, temos que considerar dois condicionantes muito importantes. O primeiro deles, desfavorável, é que as vacinas mais avançadas do mundo, as que acusam eficiência acima de 90%  (feitas com o chamado RNA mensageiro, da BioNTech e da Moderna) são inalcançáveis para nós (tecnologia nova, temperatura de armazenamento muito baixa, pouca capacidade de fabricação, produção já vendida aos países desenvolvidos). O segundo condicionante, favorável, é que o Brasil tem duas instituições públicas de excelência na produção vacinal (Fiocruz e Butantan) que fizeram parcerias com organizações de pesquisa, duas inglesas (Oxford/AstraZeneca) e outra chinesa (Sinovac), e conseguiram desenvolver duas vacinas eficazes para produção local em escala. Moral da história: não podemos sonhar com as vacinas que não temos e temos que usar aquelas que estão à mão, o mais rápido possível, sem atrasos desnecessários! Portanto, a nossa prioridade, seja como pessoas físicas seja como pessoas jurídicas, deve ser só uma: vacina, vacina, vacina! Sem elas, só nos resta esperar pelo pior na saúde e na economia. *Francisco Cunha é sócio da TGI e da Revista Algomais. Esse artigo foi publicado na coluna Última Página, da Revista Algomais, publicada no dia 15 de janeiro de 2021.

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Primeira vacinada do país, enfermeira Mônica Calazans ajuda a salvar vidas em SP

Do Governo de São Paulo A enfermeira Mônica Calazans, 54, é a primeira brasileira imunizada com a vacina do Butantan contra a COVID-19 no país. Mulher, negra e com perfil de alto risco para complicações provocadas pelo coronavírus, não deixou de atuar nos hospitais da capital paulista para ajudar a salvar vidas. Para Mônica, a campanha de imunização é uma oportunidade de recomeço para toda a população do Brasil. “Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, afirmou a enfermeira, que é obesa, hipertensa e diabética. Em maio, quando a primeira onda da pandemia entrava na fase de pico em São Paulo, Mônica decidiu se inscrever para vagas de enfermagem com contrato por tempo determinado. Entre vários hospitais, escolheu trabalhar no Instituto de Infectologia Emílio Ribas mesmo sabendo que estaria no epicentro do combate ao coronavírus. “A vocação falou mais alto”, afirmou. Residente em Itaquera, na zona leste da capital, Mônica trabalha em turnos de 12 horas, em dias alternados, na UTI do Emílio Ribas, hospital de referência para casos graves de COVID-19. O setor tem 60 leitos exclusivos para o atendimento a pacientes com coronavírus, com taxa de ocupação média de 90%. Mulher de muitos recomeços, Mônica atuou como auxiliar de enfermagem durante 26 anos e decidiu fazer faculdade já numa fase mais madura, obtendo o diploma aos 47 anos. “Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. É lógico que eu tenho me cuidado muito na pandemia toda. Preciso estar saudável para poder me dedicar. Quem tem um dom de cuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona,” disse. Viúva, ela mora com o filho, de 30 anos, e cuida da mãe, que aos 72 anos vive sozinha em outra casa. Por isso, Mônica é minuciosa nos cuidados de higiene e distanciamento tanto no trabalho quanto em casa – até agora, nenhum dos três foi contaminado pelo coronavírus. Apesar disso, Mônica viu a COVID-19 afetar sua família quando o irmão caçula, que é auxiliar de enfermagem e tem 44 anos, ficou internado por 20 dias devido à doença. Apesar da rotina intensa, a enfermeira mantém o otimismo e o equilíbrio emocional. Torcedora do Corinthians, Mônica aproveita as folgas no hospital para assistir aos jogos do clube de coração. Ela também é fã de de séries de TV e das canções de Seu Jorge, artista favorito da enfermeira. Mônica se apoia na fé para manter a confiança e faz orações diariamente por si própria, familiares, colegas do trabalho e, principalmente, pelos pacientes. “Eu tenho sempre em mente que não posso me abater porque os pacientes precisam de mim. Tenho sempre uma palavra de positividade e de que vamos sair dessa situação. O que também me ajuda é o prazer que sinto com o meu trabalho”, concluiu. Primeira vacinadora A primeira vacinadora do Brasil também é mulher e enfermeira. Jéssica Pires de Camargo, 30, atua na Coordenadoria de Controle de Doenças e mestre em Saúde Coletiva pela Santa Casa de São Paulo. Com histórico de atuação em clínicas de vacinação e unidades de Vigilância em Saúde, Jéssica já aplicou milhares de doses em campanhas do SUS contra febre amarela, gripe, sarampo e outras doenças. Para Jéssica, o início da vacinação contra a COVID-19 é um marco histórico na própria carreira e, sobretudo, para o Brasil. “Não esperava ser a pessoa a aplicar esta primeira dose. Isto me enche de orgulho e esperança de que mais pessoas sejam protegidas da COVID-19 e que outros colegas de profissão possam sentir a mesma satisfação que sinto ao fazer parte disso. São mais de 52 mil profissionais de saúde mobilizados nesta campanha e cada um deve receber o devido reconhecimento”, afirmou Jéssica. Fonte: Governo do Estado de São Paulo

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PCR instala Sala de Situação e contrará 745 profissionais para vacinação

Da Prefetura do Recife Como parte da preparação da cidade para a vacinação contra a covid-19, o prefeito João Campos autorizou a contratação de até 745 profissionais de saúde para atuar diretamente na imunização dos recifenses. A decisão faz parte do Plano Recife Vacina e foi anunciada pelo gestor municipal durante reunião de instalação da Sala de Situação do plano, um espaço permanente de monitoramento das ações da vacinação no Recife, agregando todos os órgãos do município ligados ação, coordenada pessoalmente pelo prefeito. “A gente vai ter nesta sala representantes das secretarias envolvidas para coordenar a logística, a infraestrutura, a comunicação, tudo o que tange a logística da saúde neste momento. Nós estamos fazendo a nossa parte. Autorizei também a contratação de até 745 profissionais da saúde, entre técnicos de enfermagem e enfermeiros, para a gente poder garantir que a vacinação no Recife ocorra da melhor forma. Mesmo com tantas incertezas e dúvidas por parte do Governo Federal  de quando chegará a vacina, de qual será o volume que vai chegar neste primeiro momento, nós estamos prontos para receber e para vacinar a nossa cidade. Afinal de contas, a vacina é a única alternativa definitiva para a gente poder consagrar a vitória à pandemia e conseguir restabelecer a volta do convívio nas relações e do funcionamento dentro da normalidade da nossa cidade”, explicou o prefeito João Campos. Os profissionais serão convocados do concurso público realizado em 2019 pela Secretaria de Saúde do Recife e atuarão diretamente nos pontos do Recife Vacina. Uma parte das vagas será destinada a pessoas com deficiência. Após a contratação, os profissionais serão capacitados pela Escola de Saúde do Recife, por videoaula, para garantir os cuidados com o distanciamento social. As contratações serão temporárias, com vigência de seis meses, podendo ser prorrogadas por até dois anos. O contrato também pode ser rescindido, a qualquer momento, caso não haja mais necessidade. Não podem participar do processo pessoas com mais de 60 anos de idade, gestantes, lactantes ou que se enquadrem em outro grupo de risco da covid-19. Sobre a Sala de Situação do Recife Vacina, o prefeito João Campos explicou que, além dele, participam da Sala de Situação os secretários com ações diretamente ligadas às demandas necessárias, assim como assessores e demais técnicos que precisem dar a sua contribuição. “Nesse momento, todo o nosso foco está voltado para a vacinação das pessoas e vamos fazer isso com rapidez, atendendo a todos os protocolos necessários”, afirmou. A Sala está dividida em quatro frentes de trabalho: Infraestrutura, Logística e Segurança, Contratação e Treinamento de Pessoal, e Cadastramento, Agendamento e Comunicação. O prefeito fará o monitoramento das ações da sala diariamente.

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Vacinação em massa é fundamental para a retomada da atividade econômica, afirma presidente da CNI

Da CNI A vacinação em massa da população brasileira contra a Covid-19 será fundamental para a melhoria do ambiente de negócios e a retomada da economia brasileira de modo sustentado. A imunização permitirá o retorno seguro dos brasileiros às atividades diárias e ao trabalho, a recuperação do mercado consumidor e dos investimentos e, consequentemente, a reativação de todos os setores da economia. Mais importante, permitirá que a população brasileira possa, enfim, contar com a proteção contra um vírus que tem trazido enorme custo humano para o país e para o mundo. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, avalia que, à medida que a vacinação for avançando, as incertezas econômicas, políticas e sociais relacionadas à pandemia se dissiparão. Afastado o risco da doença, as pessoas e as empresas se sentirão mais seguras para retomar plenamente suas atividades. “A confiança trará novo fôlego ao consumo e à produção, o que acelerará a recuperação das perdas deixadas por esta que é uma das mais graves crises sanitária e econômica enfrentadas pela humanidade”, afirma. Para o presidente da CNI, as incertezas com relação à economia diminuirão significativamente com a vacinação da maior parcela da população. “Com isso, poderemos concentrar esforços nas ações necessárias para iniciarmos um ciclo de crescimento sustentado”, acrescenta Robson Andrade. Projeções da CNI indicam que, depois de amargar uma queda estimada em 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, o Brasil deverá crescer 4% este ano, e a indústria registrar uma expansão de 4,4%. Embora o crescimento econômico venha acompanhado da criação de empregos, mais pessoas voltarão a procurar uma vaga este ano, o que pressionará a taxa de desocupação, que deverá permanecer elevada, próxima a 15%. “O nosso grande desafio é fazer o Brasil voltar a crescer acima de 2% ao ano de maneira sustentada, isto é, por um longo período. Para isso, o Brasil precisa eliminar o Custo Brasil e garantir um ambiente que favoreça a atração de novos investimentos”, diz o presidente da CNI. Segundo ele, a redução efetiva do Custo Brasil requer, sobretudo, a realização de uma reforma tributária ampla. A implantação de um sistema de arrecadação de impostos mais simples, eficiente, sem cumulatividade e alinhado às boas práticas internacionais aumentará a competitividade das empresas e estimulará investimentos na produção. “O Brasil também precisa atrair investimentos em infraestrutura por meio de uma modernização dos marcos regulatórios que dê segurança jurídica e garanta o respeito aos contratos", ressalta. Na avaliação da CNI, outro grande desafio do país para 2021 é o reequilíbrio das contas públicas e a manutenção do teto de gastos. Para a entidade, o ajuste fiscal ajudaria a elevar a confiança dos investidores e a reduzir as pressões sobre os juros, além de aumentar a capacidade do Estado de investir. “Um passo decisivo nessa direção seria a aprovação de uma reforma administrativa, que racionalize os gastos públicos e melhore a qualidade dos serviços prestados à população”, conclui Robson Andrade.

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Novas indústrias do polo automotiva avançam em Pernambuco

Do Governo de Pernambuco Pernambuco se consolida cada vez mais como polo atrativo de investimentos. O governador Paulo Câmara visitou dois empreendimentos que ajudarão a desenvolver ainda mais a indústria automotiva no Estado. Localizadas no município de Igarassu – Região Metropolitana do Recife – a fábrica da Benteler, multinacional alemã já em operação, e a planta da Itaesbra, ainda em fase de construção, farão parte do parque de fornecedores do Polo Automotivo Jeep, em Goiana, atuando na área de confecção de peças para a fabricação dos veículos. Ao todo, foram realizados investimentos da ordem de R$ 357 milhões, e cerca de 380 postos de trabalho foram criados nas duas fábricas. “Tivemos a oportunidade, hoje, de visitar dois empreendimentos em Pernambuco: a fábrica da Itaesbra, que fica pronta agora em abril, e a da Benteler, que já é uma realidade desde 2020. Ambas são fornecedoras da fábrica de automóveis da Jeep e geram muito emprego e renda. Trabalhando com alta tecnologia e produtividade, a instalação dessas empresas mostra claramente que o planejamento que Pernambuco fez lá atrás na atração de um polo automobilístico está dando certo, com muitas empresas vindo se instalar para serem fornecedoras desse polo”, afirmou Paulo Câmara. Atualmente, a fábrica Benteler conta com 110 funcionários, todos moradores de Pernambuco. O gerente da planta, Vinicius Feresin, no entanto, prevê que o número de postos de trabalho chegará a 156. “Estamos trabalhando 24 horas, pelos sete dias da semana, e posso dizer que temos experiências muito positivas com o povo pernambucano, pois é um povo muito trabalhador”, disse Feresin, destacando que a fábrica irá ajudar a Jeep a produzir 263 mil carros por ano. Segundo o gerente, a mão de obra, aliada ao incentivo fiscal, foram decisivos para a implantação da empresa em Pernambuco. “Além disso, também existe o incentivo para a compra de matéria-prima. Estamos trazendo tecnologias não vistas antes aqui. Então, acredito que nós vamos contribuir muito com o desenvolvimento de Pernambuco”, concluiu. CEO da Itaesbra, Giuseppe Luigi Quarta informou que as atividades da fábrica estão previstas para começar até o mês de abril. “Já temos projetos juntos à FCA. Então, iremos iniciar a operação em abril. Para isso, a geração de empregos nessa primeira fase é de 200 funcionários, mas prevemos uma expansão em três etapas, que deve alcançar até 700 postos de trabalho”, calculou. BENTELER – A Benteler de Pernambuco é a sétima fábrica da empresa em operação no Brasil, sendo a segunda no Nordeste. A primeira na região foi instalada em Camaçari, Bahia. A nova filial foi construída em uma área de 30 hectares e concentrará as demandas da planta FCA/Jeep em Pernambuco, na confecção de estamparia quente. A indústria automobilística tem usado peças estampadas a quente na fabricação de veículos, tanto para aumentar a segurança dos carros como para reduzir a emissão de CO², além de ser uma maneira econômica de obter significativas melhorias em termos de redução de peso e segurança veicular. ITAESBRA – Já a unidade da Itaesbra, empresa familiar de origem brasileira, fabricante de componentes automotivos fundada em 1956, atuará no processo de estamparia a frio, operando com prensas modernas e totalmente automatizadas com alimentadores e desbobinadores eletrônicos, que processam estampagem convencional de peças (corte, dobra e repuxo), conformação de tubos e fine blank com equipamentos de 40 a 1000 toneladas. Nesse aspecto, para sua planta em Pernambuco, a Itaesbra produzirá peças estampadas pequenas e médias e conjuntos soldados (seis projetos de carros).

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