Arquivos Z_Exclusivas - Página 94 De 363 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Noronha começa reabertura do turismo amanhã

O arquipélago de Fernando de Noronha vai iniciar o processo de reabertura para o turismo a partir de amanhã (1º de setembro), quando começam a ser permitidas as visitas de turistas que tiveram diagnóstico de Covid-19 e já estão comprovadamente curados. A medida foi anunciada na última quinta-feira (27.08), pelo Governo de Pernambuco, que também autorizou – após análises feitas pelo Gabinete de Enfrentamento à Covid-19 – a retomada do comércio de praia e a reabertura dos museus e espaços de exposições, a partir de hoje (31.08), sempre seguindo novos protocolos de higiene, saúde e comunicação. A medida representa o avanço para a Etapa 8 do Plano de Convivência com a Covid-19 nos municípios da Macrorregião de Saúde 1, que contempla a Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata. Além disso, os escritórios localizados nessa área do Estado poderão voltar a operar com 100% da capacidade. “Nesta primeira etapa de reabertura, vamos autorizar a entrada dos turistas em Fernando de Noronha respeitando um protocolo para aqueles que já tiveram a Covid-19. Ou seja, o turista que teve a doença e já está curado vai poder voltar a frequentar Noronha a partir do dia 1º de setembro”, explicou o administrador da ilha, Guilherme Rocha, em entrevista à imprensa no Palácio do Campo das Princesas. Segundo ele, antes de desembarcar será exigido do turista a apresentação de exames, seja o RT-PCR positivo realizado há mais de 20 dias, seja o exame sorológico (IgG) positivo, que indica a presença de anticorpos contra a Covid-19. Os exames serão encaminhados à Administração, juntamente com o pagamento da Taxa de Permanência (TPA), que a partir de agora só será feito via online, reforçou Guilherme Rocha. Por sua vez, o secretário de Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes, esclareceu, na entrevista, os protocolos para reabertura do comércio nas praias na RMR. “É importante ressaltar que as prefeituras terão que fiscalizar o comércio de praia, para que sejam respeitados os protocolos. Teremos uma área de 4m x 4m para cada conjunto com um guarda-sol e quatro cadeiras, em respeito aos consumidores e turistas e aos prestadores de serviço. Os frequentadores e comerciantes têm a obrigação de usar máscaras”, advertiu Lopes, adiantando que a liberação do comércio vai aquecer a economia local, beneficiando 35 mil pessoas. Somente na área compreendida entre Recife e Jaboatão serão 815 pontos de comércio. A Macrorregião 2 – que engloba a IV Gerência Regional de Saúde (Geres), no Agreste, e tem Caruaru como cidade polo – vai passas para a Etapa 7 do Plano de Convivência com a Covid-19. Os serviços de alimentação e shopping centers poderão ampliar seu horário de funcionamento para as 22h. Até o momento, esses estabelecimentos funcionam das 10h às 20h (centros de compras) e das 6h às 20h (alimentação). O anúncio foi feito pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, na entrevista desta quinta-feira. Na mesma Macrorregião 2, a cidade de Garanhuns e os demais municípios que integram a V Geres continuarão na Etapa 6 do Plano de Convivência. Na região, já estava autorizado o funcionamento de serviços de alimentação, com 50% da capacidade, além de academias de ginástica, Feira e Polo de Confecções, com novos protocolos. Nessa etapa, também estava autorizada a reabertura dos shoppings e comércio varejista de rua, com limite de 10 metros quadrados para cada cliente. Também não haverá avanço das regras de flexibilização, na próxima semana, para as Macrorregiões 3 e 4, que contemplam as seis regionais de saúde das cidades do Sertão. As IV, X e IX Geres – que têm como cidades polo Arcoverde, Afogados da Ingazeira e Serra Talhada, respectivamente – seguem na Etapa 6. Já a Macrorregião 4 permanece dividida: a VII e a VIII Geres, nas regiões de Salgueiro e Petrolina, respectivamente, continuam na Etapa 6, enquanto a IX Geres, em Ouricuri, permanece na Etapa 4. O Governo de Pernambuco reforçou que o cronograma é dinâmico e a aplicação de novas regras para evitar a disseminação da Covid-19 depende dos dados epidemiológicos registrados pela Secretaria Estadual de Saúde. Para conferir os setores que já tiveram autorização para funcionar, com novos protocolos, é só acessar o site www.pecontracoronavirus.pe.gov.br.

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Jovem cineasta do interior de PE é selecionado para maior escola de cinema da América Latina

Alysson Souza é um realizador audiovisual do interior de Pernambuco e foi selecionado para o Curso Regular de Roteiro, com duração de 3 anos, na Escuela Internacional de Cine y TV, em Cuba. A EICTV é considerada a maior escola de Cinema da América Latina e reconhecida por sua importância mundial. O governo brasileiro não apoia mais os ingressados na EICTV, deixando os brasileiros selecionados sem bolsas. Da cidade de Vitória de Santo Antão, Alysson Souza se formou em Rádio, TV em Internet pelas Faculdades Integradas Barros Melo. Diariamente, enfrentando uma distância de 60 km entre o município vitoriense e Olinda, sempre se dedicou muito aos estudos da dramaturgia cinematográfica. “Durante a graduação, tive uma rotina bastante cansativa e um trajeto também bastante difícil. Eu me acordava de madrugada, às 4h da manhã, pra poder pegar um ônibus às 5h, da prefeitura, pra poder economizar a passagem, e pegava um outro ônibus, no centro do Recife, até a faculdade pra poder assistir as aulas a partir das 7h30. Chegava na faculdade às 7h30. E à tarde eu estudava bastante, procurava estágio. Sempre me dediquei muito aos estudos, e chegava em casa às 11h da noite pra poder, no outro dia, acordar às 4h novamente. Foi assim por 4 anos. No meio do caminho, eu acabei enfrentando uma depressão, que deixou tudo muito mais difícil. Mas, enfim, eu não tenho vergonha nenhuma de falar sobre isso, porque é o que fez parte da minha vida”, declara Alysson. A Escuela Internacional de Cine y TV, em Cuba, teve como um de seus fundadores o Prêmio Nobel Gabriel García Márquez. Desde sua fundação, alunos de 50 países se formaram na instituição, muitos dos quais já exibiram filmes em festivais como o Festival da Cannes e outros festivais importantes. Ao longo dos anos, grandes nomes como Steven Spielberg (Jurassic Park), George Lucas (Star Wars) e Francis Ford Coppola (Apocalypse Now) já ensinaram na instituição. Além do reconhecimento formal, a EICTV é uma escola com filosofia que respira cinema. A cada dois anos, apenas 5 alunos de todo o mundo são selecionados para cursar cada uma das especialidades que a escola oferece, ou seja, é uma instituição muito concorrida. Por ser uma escola internacional, ao longo dos três anos de curso, os alunos têm contato com diversos professores de diversos países que atuam no mercado e vão para Cuba apenas para ministrar EICTV. “É uma oportunidade única e é meu sonho. Me esforcei muito a vida toda para estudar e trabalhar. Fiz a prova para estudar na EICTV 4 vezes. Dessa vez que fui aprovado, fui para Fortaleza realizar a seleção, sem dinheiro, mas com apoio dos amigos, e consegui passar. Sou o único pernambucano aprovado neste ano e infelizmente não tenho o dinheiro para pagar. Existem outros brasileiros na mesma situação de não ter o dinheiro para poder ir.”, afirma Alysson. “Trabalho na Mostra de Cinema da Vitória de Santo Antão como um dos curadores e diretores artísticos, fazemos a Mostra com sessões gratuitas e ações formativas gratuitas para todo o público. Tive um filme aprovado no edital do Funcultura Audiovisual, na categoria ‘Revelando os Pernambucos’, porém o projeto precisou ser paralisado devido à pandemia de Covid-19, tem pessoas da minha cidade na equipe do filme. Faço questão de andar junto com elas nesses trabalhos, pois cinema não só se faz nas capitais. Essa é uma forma construir um cinema mais democrático.”, completa. Desde 2017, durante o governo Temer, o apoio aos brasileiros ingressados na EICTV foi interrompido. O governo brasileiro não apoia mais os ingressados na EICTV. O governo cubano financia as mensalidades em 75%, o restante o Brasil não honra mais, tendo retirado as bolsas dos brasileiros para que os alunos possam estudar na instituição cubana. Isso significa desembolsar o valor de 6 mil euros por ano para arcar com os custos do curso. Fora isso, o valor de 6 mil euros não inclui passagens aéreas e seguro saúde (obrigatório para entrada no país). Como as aulas são em período integral, e por questões de visto de estrangeiro, não é possível trabalhar no país. O vitoriense precisa de um valor de R$ 50.000,00 para poder estudar o primeiro ano de curso, que tem início em janeiro de 2021. Neste valor estão inclusos o curso, passagens aéreas, seguro saúde, roupas de frio e um valor para poder se manter por mês e comprar alguns produtos de higiene. “Mesmo com a alimentação sendo oferecida pela escola, os brasileiros que já estudaram na Escuela recomendam que tenhamos como fazer nossa própria comida, pois as aulas são das 9h às 17h. Às vezes das 9h às 23h. É importante para podermos comprar e cozinhar nossa própria comida para seguir aulas sem chocar os horários”. Em um momento em que o cinema brasileiro se encontra em crise, e sem perspectivas de bolsas, Alysson busca apoio através de uma “vaquinha” na internet (link: https://benfeitoria.com/alyssonemcuba). “As doações pela vaquinha são minha única forma, no momento, de poder arcar com, pelo menos, o primeiro ano de curso em Cuba, pois devido às minhas condições financeiras fica impossível arcar com custos tão altos. Quanto aos dois anos seguintes de curso, não sei como vou como vou pagar. Tenho medo de não ir, assim como também tenho medo de não conseguir terminar o curso. Se eu não conseguir atingir a meta da vaquinha, não será possível ir. Fiz essa prova 4 vezes, é meu sonho estudar lá. Não quero morrer e nadar na praia.” O desejo de quando retornar ao Brasil é compartilhar o conhecimento adquirido na Escuela Internacional de Cine y TV com trabalhadores da área do cinema das cidades interioranas e das periferias das capitais por acreditar que esses profissionais encontram dificuldade em trabalhar no mercado que se concentra nos grandes centros. “Eu sinto que muita coisa incrível pode acontecer se eu receber essas doações para poder estudar na EICTV. Eu vou estar realizando um sonho, um sonho imenso da minha vida. Quando eu voltar, eu preciso compartilhar o conhecimento

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Um ano da coluna Cabra Nerd. Vamos festejar, dançar e até abraçar jogando games!

Olhe, as coisas estão tão rápidas que você dá uma piscada e quando percebe, já passou o ano. Quem diria que o Cabra Nerd estaria fazendo um ano de vida. Pois é ‘meu vei’, ‘minha veia’, num é isso mesmo?! O tempo passa rápido ‘pra dedéu’ e celebrar essa data, vem logo na cachola, juntar os amigos. Pensando em nosso contexto, por conta dessa pandemia ‘miserávi’ que parece ter gostado de ficar no País, de que maneira a gente poderia se conectar, se juntar para dar um abraço, apertar as mãos, dar aquele cheiro no ‘cangote’ e fazer tantas outras coisas de maneira segura? Pois bem, diversas empresas e profissionais têm utilizado ferramentas como o Zoom e o Google Meet para estabelecer encontros virtuais, e por meio da câmera e do microfone do celular ou do computador, tome conversa pra dar e vender. Meio mundo de gente tem atusado é o Whatsapp para mandar um abraço, para bater palmas e até brindar com os amigos, justamente, como forma de respeitar o distanciamento social. Mas para quem é nerd e gamer como nós, a interação virtual vai além de se ver, queremos mesmo é estar junto para travar batalhas, conquistar territórios, medalhas, fazer uns ‘breakdance’, eita gota, e, também, conversar ‘potoca’. Cá comigo, comecei a recordar de um tal de MMO (Massive Multiplayer Online), eita diacho, quer dizer ‘Multijogadores Massivos Online’. O primeiro deles com mundo tridimensional foi Meridian 59, projetado por Brian Green em 1995, mas não caiu na graça popular. Mais tarde surgiu o famoso Ultima Online, criado por Richard Garriott, em 1997, e foi esse cabra que usou pela primeira vez o termo MMORPG (Massively multiplayer online role-playing game), traduzindo, jogo de representação de papéis online, multijogador em massa, eita coisa complicada da gota! Esses jogos com personagens e mundos 3D fizeram muito sucesso e permitiu o surgimento de tantos outros, pois além de batalhar, a galera gamer passava o tempo conversando besteira afora nas madrugadas dos finais de semana. Dentre alguns exemplos temos Everquest (1999), Mabinogi (2004), World of Warcraft (2004), Dungeons and Dragons Online (2006), League of Legends (2009), mundos virtuais onde os jogadores se encontravam ou continuam se encontrando para travar lutas épicas, e, em alguns deles, ficar, literalmente, matutando, passando o tempo, mostrando as habilidades e dando muita risada. Minecraft (2011) também é outro exemplo de um mundo virtual em que a gente pode estar jogando com os amigos, criando a casa ou arrumando o espaço para festejar a vida, as conquistas no jogo ou na vida real, seja profissional ou amorosa, é bom demais! Oxe, o São João daqui de casa foi todinho no Minecraft, reparem que coisa boa danada! Um outro jogo que lembrei aqui e que não é tão utilizado no Brasil atualmente, mas já foi em 2005, o Second Life permitia usar avatares de pessoas e até virar um minotauro, como também era possível fazer eventos de lançamento de livros, peças teatrais, realizar até um casamento com a galera, ‘mas tá!’ Tudo isso junto, mais separado, kkk. Mais recentemente tem aí a coqueluche do Fortnite Battle Royale (2017), que agora começou o passe de batalha dos Vingadores, com o Thor, Tempestade, Homem de Ferro, Wolverine, a Mulher Hulk. O engraçado do Fortnite é poder ficar dançando com os amigos, exibindo as roupas e os passes, um mais doido que o outro, kkk. Mas estava aqui pensando nessa celebração de um ano da coluna Cabra Nerd e lembrei de duas plataformas que recentemente me foram apresentadas, uma delas pelos meus filhos e outra por meus alunos. A primeira delas é chamada de Roblox. Desenvolvida pelos engenheiros David Bazucki e Erick Cassel em 2005, a proposta era chamar a atenção das crianças que física é coisa boa pra dedéu. Como o Roblox é gratuito e permite criar ambientes e vários objetos com uma estética diferente dos quadradões do Minecraft, logo explodiu de tanto bruguelo. Só pra você ter idéia, em agosto do ano passado chegou a ter 100 milhões de usuários ativos. Pense!!! E tem mais, além de criar ambientes, a pirraiada começou a fazer jogo, e não é que já existem 15 milhões de títulos. Essa galera é criativa com a gota mesmo. O outro ambiente que achei bem interessante é o VRChat, plataforma de jogos, também gratuita, foi desenvolvida pela dupla dinâmica Graham Gaylor e Jesse Joudrey em 2017 para ser jogado com uns trecos que bota nos ‘óios’, chamado de óculos de realidade virtual, como o Oculus Rift ou o HTC Vive, pense num negócio caro da murrinha! Porém, o VRChat pode ser jogado no computador sem a necessidade desses óculos. Você pode ser o personagem do mundo da cultura pop, nerd e geek que imaginar, de quadrinho a games, literalmente você pode ser Yoda, Titio Avô e até Neo de Matrix. E para inteirar a brincadeira, o mais legal é você criar você mesmo em 3D e usar no VRChat, como é, desenrolado?!! Oxe, e tem mais, tu pode recriar sua casa, seu escritório, sua rua igualzinha ao mundo real e usar dentro dessa plataforma, pense na doidera!. Recentemente alunos do curso de Jogos Digitais da Unicap fizeram a Colação de Grau Virtual, onde a turma interagiu com professores, houve apresentação de projetos finais de conclusão do curso, juramento, discurso, homenagem aos pais e até entrega de diploma, tudo isso recheado com acrobacias, breakdance e muita diversão, pense numa coisa arretada, até bomba de breu teve! Mas tudo virtualmente, de maneira segura. Então, se você está pensando em comemorar o Dia do Gamer, neste sábado, dia 29, chame seus compadre e comadre e acesse essas plataformas, abrace, dance e comemore o aniversário da coluna Cabra Nerd, tenho certeza que esse dia será muito arretado e totalmente seguro.

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"A renda básica universal pode reduzir a pobreza e a desigualdade no Brasil"

No debate sobre a possibilidade do Brasil construir um programa de Renda Básica Universal, conversamos com Rozane Siqueira, doutora em Economia pela University of London e professora do departamento de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com experiência na área de Economia do Setor Público, com ênfase na análise distributiva de tributos e benefícios sociais utilizando modelos de microssimulação, ela explicou as diferenças do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial em relação a um programa mais amplo de distribuição de renda e indicou os custos e caminhos para a sua implantação. Para a economista, trata-se de uma alternativa para "reduzir drasticamente a pobreza e a desigualdade no Brasil". Confira! Uma matéria recente da Folha de S. Paulo afirmou que uma pesquisa sua apontava para a possibilidade de uma renda básica na ordem de R$ 406. Seria para todos os brasileiros? Qual seria o desembolso mensal desse programa?  O valor de R$ 406 por mês era em 2017 (ano de referência de nosso estudo/base de dados) igual à linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial para países de renda média-alta (US$ 5,5 por dia). Em uma de nossas simulações de esquemas alternativos de Renda Básica Universal para o Brasil, esse valor é pago a todos os brasileiros (inclusive crianças). O custo anual deste programa seria R$750 bilhões. . Seria um aperfeiçoamento do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial, ou são programas com naturezas diferentes? Uma Renda Básica Universal é um montante de dinheiro pago regularmente a todo o indivíduo na sociedade de forma totalmente incondicional (por exemplo, independente de sua renda ou condição no mercado de trabalho). Seu objetivo é garantir a segurança de uma renda mínima, que nenhum cidadão jamais caia abaixo deste mínimo, que nunca precise abrir mão de sua liberdade ou de sua dignidade para sobreviver. Não é apenas um programa de combate a pobreza. É defendido também em países ricos, que já superaram o problema da pobreza absoluta, mas que percebem o aumento da insegurança de renda no mundo moderno, não só no mercado de trabalho, devido à globalização e ao desenvolvimento tecnológico (automação, digitalização, fenômeno de ‘uberização’), mas também associada ao risco cada vez maior de desastres relacionados a mudanças climáticas e pandemias. Portanto, uma renda básica universal tem natureza distinta do Bolsa Família e do Auxílio Emergencial, que não são universais nem incondicionais. Qual a possibilidade de financiamento de um programa desse porte? A introdução de uma renda básica universal no Brasil só se viabiliza financeiramente se inserida em uma reforma mais geral do estado brasileiro: reforma tributária, previdenciária e administrativa. Há muito espaço para aumentar a eficiência do estado e redirecionar recursos. A renda básica universal poderia facilitar a aprovação dessas reformas, ao combinar objetivos de equidade e de simplicidade administrativa. Quais os principais impactos socioeconômicos ao se instituir uma política de distribuição de renda nesse formato? Um programa de renda básica universal tem potencial para reduzir drasticamente a pobreza e a desigualdade de renda no Brasil. Na simulação que realizamos com o valor de R$ 406 reais, a pobreza seria eliminada. A desigualdade de renda seria reduzida em um quarto (o coeficiente de Gini, que mede desigualdade, cairia de 0,51 para 0,38). Mas uma Renda Básica Universal não tem só um impacto imediato sobre a renda das famílias, ela também afeta as relações de poder no mercado de trabalho, aumentando o poder de barganha do trabalhador mais vulnerável, que muitas vezes tem que se submeter a condições degradantes para sobreviver. A tendência é que salários e/ou condições trabalho melhorem. A garantia de uma renda mínima também tende a encorajar o empreendedorismo. Estudos também mostram efeitos positivos sobre a saúde dos beneficiários e o aumento do tempo na escola, entre outros benefícios. Existe alguma referência de um programa desse porte em execução em outros países? Nenhum país hoje tem um programa de renda básica universal com abrangência nacional. Mas há experimentos em várias localidades e cidades com resultados bastante positivos. Como você avalia essa experiência atual do Auxílio Emergencial? O benefício emergencial foi uma medida necessária diante da crise da pandemia. Mas no valor inicialmente pago (R$ 600), o custo anual seria em torno de R$600 bilhões, e também não é sustentável sem as reformas que mencionei. O Brasil já tem uma despesa muito elevada com previdência, só que 50% do gasto previdenciário vai para os 20% mais ricos da população. O sistema tributário também tem favorecido as rendas mais altas, através de subsídios e isenções. Então, como falei, a renda básica universal deve fazer parte de uma estratégia de longo prazo para tornar o gasto público mais equitativo e eficiente.

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Campanha marca um ano do derramamento de petróleo no litoral

Neste domingo (30), completa-se um ano que manchas de petróleo começaram a surgir no litoral de Pernambuco e de outros estados do Nordeste e Sudeste do Brasil. Para marcar a data e pedir justiça, está sendo lançada a campanha Mar de Luta - Justiça Social aos Povos das Águas Atingidos pelo Petróleo. A iniciativa é de movimentos sociais de pescadores artesanais e de organizações de defesa aos direitos humanos e socioambientais, com o apoio do Greenpeace Brasil. O objetivo é continuar divulgando informações sobre os impactos nefastos que as comunidades pesqueiras estão sofrendo até hoje e reivindicar respostas e reparações do governo. O lançamento da campanha será marcado por uma Live, neste domingo (30) e, na segunda-feira (31), haverá uma série de mobilizações online com postagens nas mídias sociais e, ainda, um tuitaço. “O aparecimento das manchas de petróleo em mais de mil localidades dos nove estados do Nordeste e dois do Sudeste é o maior desastre ambiental em extensão que o Brasil já viveu. Apesar disso, os responsáveis ainda não foram identificados”, afirma o educador social do Conselho Pastoral dos Pescadores – Regional Nordeste, Severino Santos. Além dos impactos socioeconômicos provocados pelo derramamento petróleo no litoral pernambucano, muitos pescadores artesanais também não conseguiram receber o auxílio emergencial durante a pandemia do coronavírus neste ano, aumentando sua situação de vulnerabilidade. Entre as demandas da campanha estão a responsabilização do Estado pela falta de respostas e pesquisas sobre o impacto na saúde da população e sobre os efeitos socioeconômicos e ambientais. A ação também pede um processo rigoroso de avaliação e monitoramento das praias, mangues e oceanos atingidos e se opõe à abertura de novos poços de petróleo nos mares e oceanos. Fazem parte da Campanha Mar de Luta: O Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), o Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), Articulação Nacional das Pescadoras (ANP), Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros Marinhos (Confrem), Rede Manguemar e Núcleo de Estudos Humanidades, Mares e Rios da Universidade Federal de Pernambuco (Nuhumar-UFPE), Coletivo de Comunicação Intervozes. CULTURA TRADICIONAL –Em todo o Nordeste, cerca de 500 mil pescadores artesanais produzem mais de 70% do pescado que chega à mesa de um milhão de famílias da Região. Pertencente a uma das culturas tradicionais mais importantes do Brasil, o grupo emprega vinte e cinco vezes mais trabalhadores do que a pesca industrial. Ao todo, são mais de um milhão de pescadores credenciados no Registro Geral de Atividade Pesqueira (RGP). Segundo cadastro realizado pelas comunidades pesqueiras, associações e colônias de pescadores, em 2019, o número de pescadores artesanais no litoral pernambucano é de mais de 11 mil. Na Zona da Mata, Agreste e Serão são aproximadamente 5 mil pescadores artesanais.

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Prefeito Geraldo Julio vistoria obra de restauro do Teatro do Parque

Da Prefeitura do Recife O prefeito Geraldo Julio conferiu pessoalmente, na tarde desta quinta-feira (27), a grande obra de restauro que está sendo executada pela Prefeitura do Recife no Teatro do Parque. O equipamento, que completou 105 anos de história na última segunda-feira (24), está recebendo uma intervenção que será concluída neste ano e combina obras civis com o trabalho minucioso de restauro de toda a estrutura predial e dos elementos arquitetônicos e históricos, presentes no prédio em 1929. Além do resgate histórico, a obra inclui instalações de projeção, iluminação e som de última geração, garantindo à cidade o retorno de um equipamento cultural capaz de atender a sua rica cena cultural. “O Teatro do Parque completa 105 anos e durante todo esse tempo ele passou por muitas obras e muitas transformações. A gente agora está fazendo um restauro completo trazendo-o para a realidade de 1929, colocando os equipamentos modernos, da inovação, que existem hoje. Uma grande transformação. Esse restauro aqui valoriza um imóvel especial de preservação, decretado pela Prefeitura e que está em processo de tombamento pela Fundarpe. Então é uma obra histórica que vai ser entregue ao lazer, à convivência, à cultura, à arte pernambucana e recifense mas é também um equipamento que valoriza a história da nossa cidade”, detalhou o prefeito Geraldo Julio. Dessa forma, a proposta da obra é devolver as características de 1929 do projeto arquitetônico à casa de espetáculos, que se sagrou unanimidade entre públicos de todos os estilos e preferências estéticas, idades e perfis socioeconômicos. Do ponto de vista técnico, o Parque será um dos mais bem equipados equipamentos culturais da capital pernambucana, com maquinário cênico de última geração, climatizado, com acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção ou deficiência, câmeras, sistema e cortina de prevenção contra incêndio. Entre outras intervenções, foram recuperados alicerces e sistema de drenagem do prédio histórico, já bastante danificados, além de retiradas as tubulações de refrigeração aparentes e muitas camadas de gesso e pintura, que escondiam a beleza do projeto arquitetônico. Com isso, devolve-se à casa de espetáculos as características de 1929, com direito a afrescos recuperados, pisos e cores nas paredes e colunas reproduzidas com rigor histórico. Sendo um dos únicos teatros-jardim do Brasil, o Parque também ganhará um projeto de paisagismo. Além de ser um espaço que promoverá o encontro de pessoas, o jardim do Teatro será uma extensão do palco, podendo ser cenário para apresentações ao ar livre. O trabalho de recuperação da estrutura predial do teatro foi executado pelo Gabinete de Projetos Especiais, em articulação com a Fundação de Cultura Cidade do Recife. A primeira fase da obra teve como objetivo sanar os problemas mais urgentes encontrados na estrutura da edificação para cessar a degradação crescente que vinha acontecendo. Todo o madeiramento, além de telhas, calhas e rufo do telhado tiveram que ser substituídos. Tubulações e fiações das instalações elétricas também precisaram ser completamente refeitas, além das instalações hidrossanitárias e do sistema de drenagem do teatro. Em seguida, foi iniciado o trabalho de pesquisa histórica para identificação dos registros mais antigos da aparência do Teatro ao longo de sua existência, que levou em consideração fotografias e documentos, além dos elementos encontrados no próprio prédio, encobertos por muitas décadas de intervenções superficiais e pouco cuidadosas. O resultado das prospecções foi a escolha do ano de 1929, quando o Parque ganhou status de cine-teatro, como referência para a requalificação do prédio. A partir daí, o restauro foi iniciado, em paralelo às obras civis. Neste momento, estão sendo executadas obras complementares, relativas à subestação, instalações elétricas, acústica, paisagismo e climatização, dentre outras, em estágio bem avançado. Outra frente de trabalho está relacionada à confecção de varas de luz e cênicas e o Gabinete de Projetos Especiais já começa a receber os equipamentos de luz, som e cinema.

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Escolas reabrem nos EUA e cresce número de contaminados nessas instituições

Uma pesquisa realizada pelo New York Times, com 1.500 alunos e professores de 750 escolas e universidades norte-americanas, mostrou que houve um aumento no número de casos de Covid-19 nessas instituições, nas últimas semanas, quando as aulas recomeçaram. Desde o final de julho, foram mais de 20 mil contaminados. O surpreendente é que desde o início da pandemia foram registradas 26 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus nessas universidade e escolas pesquisadas. Portanto, em menos de um mês, com o surgimento desses casos adicionais, saltou para 46 mil o total de infectados nessas instituições, em razão da volta às aulas. Somente no Estado da Flórida, aumentou para 9 mil o número de crianças diagnosticadas com o novo coronavírus, duas semanas depois que as aulas recomeçaram. Os dados são do Florida Department of Health, mencionados numa reportagem da Newsweek. Para o professor e epidemiologista Jones Albuquerque, esses dados mostram o rigor que se deve ter ao retomar as atividades do setor de educação. O especialista, que participou, na última segunda-feira, da live “É hora de reabrir as Escolas?”, realizada pela Revista Algomais, ressaltou que a realidade norte-americana revela o perigo de adotar a volta às aulas num país com um número de casos de Covid-19 ainda elevado. “Precisamos redefinir completamente o que conhecemos como 'ambiente escolar, sala de aula', o nível atual de conhecimento da dinâmica da doença e os atuais riscos altos de infecção por COVID-19 em Pernambuco e no Brasil ainda não nos permite quaisquer tipos de aglomerações”, alerta o epidemiologista.

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UPE pesquisa remédio para cura do Covid-19

Com o objetivo de criar um programa de cooperação técnica e intercâmbio científico, abrangendo atividades de Pesquisa Desenvolvimento e Inovação (PD&I) nas áreas saúde e Estudos de Terapias complementares, a Universidade de Pernambuco (UPE) e a ofJoseph PB&T Brasil firmaram um convênio que tem rendido ótimos frutos a população. Atualmente o maior esforço dessa parceria é o desenvolvimento de uma terapia antiviral e atividade anti-inflamatória com foco na Covid-19. De acordo com a professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UPE, Patrícia Moura, a escolha por um tratamento alternativo é um grande desafio. “Até o momento, todas as vacinas desenvolvidas têm ação limitada e nenhuma comprovou ter imunidade eficiente ou levar efeito prolongado, então decidimos optar por uma linha de terapia que atingisse justamente pontos chave que envolvem a doença. Nossa solução em desenvolvimento se baseia nas proteínas naturais do corpo melhoradas. Trata-se de uma solução baseada nas defesas naturais do ser humano, sendo muito promissora com resultados iniciais encorajadores” afirma. A proteína estudada é a Lectina Ligadora de Manose (MBL), encontrada no soro humano, secretada pelo fígado e dependente de cálcio. A MBL é um importante elemento do sistema imune inato e está associada a doenças infecciosas e auto-imunes, com interferência tanto na susceptibilidade quanto na severidade das patologias. “Com base, nesses estudos o uso da proteína deve reduzir notavelmente o número de casos graves da doença em um curto período de tempo. Além disso este medicamento também poderá ser aplicável a outras doenças que afetam o sistema respiratório” explica a coordenadora da pesquisa. A equipe formada por mais de 30 pesquisadores de diversas instituições está empenhada no desenvolvimento de uma molécula antiviral eficaz e pretende, em breve, começar os testes em humanos. O objetivo é entregar o produto ainda este ano. “Seguiremos todos os testes de qualidade e segurança no desenvolvimento da terapia. Na área de saúde um produto inseguro pode ser um risco tão grande quanto a doença e este é um risco inaceitável", conclui a professora. Hackathon Mimesis- Para incentivar o fomento de pesquisa de ponta por jovens pesquisadores no Brasil, a UPE e a ofJoseph PB&T Brasil realizaram o Hackathon Mimesis. O evento on-line aconteceu entre 30 de julho e 2 de agosto e reuniu mais de 500 inscritos de todo o Brasil com o objetivo de inovar e aplicar sua criatividade em busca de soluções para grandes problemas que afligem a humanidade, como COVID19, Câncer, HIV entre outras. Durante o evento tiveram a oportunidade de aprender e desenvolver projetos nas áreas de biotecnologia e Inteligência Artificial, com apoio de grandes especialistas como mentores nacionais e internacionais. A atividade contou com dois dias de palestras e workshops e outros dois dias dedicados a colocar em prática, desenvolver ideias e projetos inovadores, de maneira coletiva e criativa, com participantes de diversas partes do mundo. “O objetivo do evento foi incentivar jovens pesquisadores a inovar e buscar respostas a grandes problemas da área de saúde, através da tecnologia e ciência aplicada. Os participantes tiveram de propor, de maneira coletiva, projetos e ideias inovadoras baseadas em biotecnologia e inteligência artificial” explicou o coordenador do evento, Gabriel Lins. Os três projetos que mais se destacaram receberam premiações em dinheiro, oportunidades de estágio em grandes empresas na área da biotecnologia e mentoria por 2 meses com acompanhamento digital pelo LivingLab (Sebrae-MS). Um dos destaques, foi o Kevyt- UVC, um robô germicida para combate o COVID-19, que atua na higienização de ambientes eliminando até 99,9% de vírus e bactérias, em aproximadamente 15 minutos.

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Recife tem menor número de pacientes em UTI para tratamento de covid-19

Da Prefeitura do Recife Os hospitais de campanha montados pela Prefeitura do Recife para tratar pacientes com covid-19 têm hoje o menor número de pacientes internados em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), desde o início de junho. Ontem (24), o prefeito Geraldo Julio anunciou que há 107 pessoas em estado grave nos leitos municipais, sendo 60% de outros municípios. “Nós chegamos ao menor número de pacientes internados nas UTIs dos nossos hospitais de campanha. São 107 pessoas que estão internadas, sendo 43 aqui da nossa cidade. Esse resultado é fruto do esforço de todos os que fizeram o isolamento social e também todos os que estão fazendo a prevenção. A pandemia não acabou, não é hora de abandonar a prevenção. Nós devemos continuar usando a máscara e sempre limpar as mãos com álcool. Seria muito ruim para todos ver a pandemia voltar a crescer na nossa cidade. Nós devemos continuar priorizando a prevenção”, comentou o prefeito. A Prefeitura do Recife tem registrado as menores quantidades de pacientes internados em leitos de UTI dos hospitais de campanha municipais, atingindo hoje o mesmo patamar do início de junho. A ocupação de leitos de UTI é um dos indicadores monitorados pelas equipes da Prefeitura do Recife na avaliação da retomada das atividades e na reorganização da estrutura emergencial montada para a covid-19. Com a baixa ocupação, está sendo possível, por exemplo, desativar o Hospital Provisório Recife (HPR) 2, nos Coelhos, que entrou na sua fase final nesta semana, com a alta do último paciente registrada. Com o fechamento do HPR2, a PCR desativou um total de 560 leitos - 100 deles de UTIs. A capital pernambucana tem, atualmente, 466 leitos em funcionamento, sendo 244 de UTI e 222 de enfermaria. Maior dos sete hospitais de campanha construídos pela PCR, o HPR2 registrou a última alta no fim de semana, após cerca de quatro meses de funcionamento. Desde o dia 22 de abril, o hospital dos Coelhos chegou a ter 350 leitos ativos, sendo 100 de UTI, e chegou a receber cerca de 1.600 pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. Após o início da retirada de equipamentos médico-hospitalares, nos últimos dias, agora estão sendo desmontadas as estruturas das paredes, teto e pisos. Desde o anúncio do fechamento gradativo da unidade, no último dia 12, o hospital administrado pela Fundação Martiniano Fernandes, ligada ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), deixou de receber novos pacientes. No início de julho, a Prefeitura desmobilizou 90 leitos de uma das enfermarias do HPR 2. Nas últimas semanas, foram desativados os 260 leitos restantes, sendo 100 de UTI. As equipes da Sesau retiraram camas, respiradores, concentradores de oxigênio, desfibriladores cardíacos, monitores de sinais vitais e outros equipamentos médico-hospitalares que estão sendo levados para outras unidades de saúde municipais, como as maternidades e o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, em Areias. Parte dos materiais ficará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e a Prefeitura do Recife identifique a necessidade de voltar a abrir mais leitos municipais. Depois de abrir cerca de mil leitos em sete hospitais de campanha e leitos de covid-19 em outras duas unidades de saúde, a Prefeitura do Recife desativou um total de 560 leitos - 100 deles de UTIs. Além do HPR2, também foram desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR - Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de covid-19 nas áreas internas. QUEDA NOS INDICADORES - A redução do número de pacientes com síndrome respiratória aguda grave (srag) internados dos hospitais de campanha e o baixo percentual de moradores do Recife são reflexo de mais de cem dias de queda nos indicadores da pandemia na capital pernambucana. Em julho, o Recife foi responsável por apenas 16% de todos os novos casos de Pernambuco, enquanto, em abril, a cidade chegou a ser responsável por 54% dos casos do Estado. Além da queda no número de pacientes internados, de óbitos e de casos de srag por covid-19, a Secretaria de Saúde do Recife também registrou queda de 60% no número de atendimentos nas emergências das policlínicas em cujas áreas externas foram construídos hospitais de campanha. Enquanto em abril a rede registrou mais de cinco mil atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios, no último mês, esse número caiu para cerca de dois mil.

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Luis Paiva: "Se quisermos uma proteção social mais robusta, temos que pensar em algo mais generoso que o Bolsa Família"

Luis Henrique de Paiva, sociólogo e pesquisador do Ipea, foi um dos entrevistados da última edição da Revista Algomais. Ele avaliou a importância do auxílio emergencial e tratou sobre a possibilidade do País construir um programa de longo prazo que garanta uma proteção social mais robusta no País. Mais generosa que o atual Bolsa Família, mas sustentável no médio e longo prazo, diferente do auxílio emergencial. Confira a entrevista. Como você avalia essa experiência brasileira de distribuição do auxílio emergencial?  O Auxílio Emergencial tem sido fundamental no período de pandemia. Do ponto de vista social, tem contribuído para manter dezenas de milhões de famílias protegidas contra a extrema pobreza. Do ponto de vista econômico, tem mantido a economia em movimento e evitando que muitos negócios fechem as portas. É algo sustentável no médio e longo prazo? Embora o papel do Auxílio Emergencial seja fundamental no curto prazo, ele não será o modelo de proteção social não contributiva de médio e longo prazo que o País precisa, porque seu custo é muito alto. Ele custaria mais de 7% do PIB se pago por um ano, e esse não parece ser um custo que possa ser absorvido pela sociedade brasileira. Se quisermos uma proteção social mais robusta, teremos pensar em algo que seja mais generoso que o Bolsa Família, mas que possa ser financiado no médio e longo prazos. Qual a proposta de renda básica que você faria para o Brasil? Conceitualmente, a renda básica tem alguns princípios. O primeiro, ela deve ser paga a todos, com base na cidadania ou residência, de forma indistinta. Ninguém precisaria ser pobre para receber a renda básica. O segundo princípio é que ela deveria ser incondicional. Não haveria obrigações das famílias beneficiárias para manter o recebimento do benefício. Do ponto de vista conceitual, portanto, a renda básica é muito diferente do Bolsa Família. O Bolsa é pago a famílias pobres e, para receber, as famílias precisam enviar seus filhos para a escola e frequentar os postos de saúde regularmente. A renda básica é um conceito. Nenhum país do mundo adotou um programa como esse. O Bolsa Família, ao contrário, é uma experiência bem sucedida. Uns 70 países do mundo já adotaram um modelo semelhante. Isso não significa que a gente tenha que ficar preso ao modelo do Bolsa Família para sempre. Podemos caminhar na direção de um programa mais generoso e universal. Um grupo de pesquisadores do Ipea, do qual eu faço parte, tem discutido muito sobre um modelo híbrido, que seja universal para as crianças, mas focalizado para os adultos. Esse modelo tem algumas vantagens, como proteger melhor as crianças da pobreza e lembrar aos mais ricos que seus filhos recebem o seu Bolsa Família, com o desconto por dependente no Imposto de Renda. As crianças formam o grupo social mais desprotegido. Um programa como esse seria mais caro que o Bolsa Família e, provavelmente, um pouco menos eficiente. Mas será mais eficiente que vários outros programas sociais, que são muito mal desenhados. O orçamento desses programas pode ajudar a financiar um novo benefício. A perda de eficiência em relação ao Bolsa seria compensada com o ganho de eficiência em relação aos outros programas. O resultado poderia ser positivo, e ainda seríamos mais efetivos no combate à pobreza. Quais os benefícios socioeconômicos dela? E qual a viabilidade de financiamento? Tudo depende do desenho e do tamanho do programa. Se o princípio for utilizar apenas recursos dos benefícios existentes, teremos algum ganho. Mas a ampliação seria pequena. Hoje, o Bolsa custa 0,45% do PIB. O novo programa teria algo como 0,70% do PIB. É um aumento importante, mas vamos lembrar que o Auxílio Emergencial custaria 7% do PIB ao ano. Ou seja, o novo programa seria 10 vezes menor do que o Auxílio Emergencial. Do ponto de vista institucional, seria muito complicado. Teríamos que acabar com o Abono Salarial, o que exige uma reforma constitucional, e equacionar a questão das deduções do imposto de renda, que não são uma despesa orçamentária, mas um gasto tributário. Trazer esses recursos para o novo programa afetaria a regra do teto de gastos. Enfim, o desafio institucional é enorme. Se o desafio é tão grande, o melhor seria ter um pouco mais de ambição. Um programa um pouco maior, que alcançasse, por exemplo, 2% do PIB, teria um impacto muito maior. Ele exigiria aumento da carga tributária, mas isso poderia ser feito de maneira suave, aproveitando a criação de um imposto sobre bens e serviços moderno, como o que está sendo examinado no Congresso, complementada pela elevação da alíquota marginal do Imposto de Renda e pelo fechamento de brechas que permitem que os muito ricos paguem poucos impostos.

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