Arquivos Notícias - Página 533 De 676 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Cuidado com os fogos no São João

Atenção responsáveis de plantão! A época dos fogos e fogueiras chegou e com ela aumenta o risco de queimaduras. Para garantir uma diversão tranquila durante as festas juninas, as crianças precisam ter a brincadeira com fogos sempre supervisionada por um adulto. O cirurgião plástico Marcelo Borges, coordenador do SOS Queimaduras e Feridas do Hospital São Marcos, alerta que não há fogos inocentes: “todos são prejudiciais à integridade física e merecem atenção redobrada, sobretudo quando manuseados por crianças”. O médico lembra que até o traque de massa, aparentemente inofensivo, pode causar acidentes, pois é difícil a criança manusear apenas um traque de massa. “Quando há um somatório da carga de pólvora, esses fogos se tornam tão perigosos quanto bombas ou rojões”, explica. Para evitar acidentes, o cuidado inicia na compra dos fogos. É preciso observar a data de validade e a condição de armazenamento, bem como não utilizar materiais de fabricação caseira. Na hora de soltar os fogos, eles devem ser segurados com as mãos e disparados ao ar livre, longe de árvores e da rede elétrica. Também é importante não tentar acender os fogos que falharem e não apontá-los na direção de outras pessoas. E o cuidado não se resume apenas à noite de festa. No dia seguinte, as cinzas que restaram da fogueira ainda podem causar queimaduras. Remova-as com atenção e longe das crianças. Mas se mesmo com todos os cuidados ocorrer queimadura, deve-se lavar imediatamente o local com água corrente. “Não utilize gelo, pois queima tanto quanto o calor”, reforça. Também não é indicado utilizar sabão, manteiga, pomada ou qualquer outro produto sem orientação médica, pois pode agravar o ferimento. “Oriente criança a não tocar a área queimada e procure atendimento médico o quanto antes para que o profissional possa avaliar o quadro e determinar o tratamento correto”, diz o cirurgião.  

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Incentivo à construção de moradias populares

O governador Paulo Câmara assinou, nesta segunda-feira (12.06), em evento no Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (SINDUSCON/PE), no Recife, decreto que cria a Câmara de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais (CAPHAB). Com o intuito de incentivar o setor a investir na construção de moradias populares, a iniciativa prevê a redução do tempo de análise dos projetos, no âmbito estadual, de oito meses para até 30 dias úteis. O objetivo é agilizar e desburocratizar os pareceres técnicos de projetos habitacionais através da centralização da tramitação em seis órgãos estaduais e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe). “Essa ferramenta vai permitir que a gente avance nas análises de projetos habitacionais tão necessários e importantes para grande parte da população que precisa dessas moradias de baixo custo. Essa ação é fruto de uma série de reuniões, de um grande consenso e da necessidade de desburocratizar esses processos que demoram meses. Então, é muito importante no momento que nós estamos vivendo que hajam, por parte do Estado, os devidos encaminhamentos para que esses projetos possam sair do papel com a maior celeridade possível”, destacou o governador. Integram a CAPHAB a Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco (CONDEPE/FIDEM), a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), a Agência Pernambucana de Águas e Climas (APAC), o Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE), o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e a Celpe. A CAPHAB será responsável pelo recebimento e envio simultâneo aos órgãos competentes dos documentos e plantas dos empreendedores, além do acompanhamento de toda a tramitação até a conclusão dos processos. Dividido em duas fases, o processo se inicia com a consulta prévia, etapa opcional, que terá 15 dias úteis para realizar o estudo de viabilidade do empreendimento. A segunda etapa, que analisa se o projeto obedece a legislação vigente, é obrigatória e deverá ser concluída em até 30 dias úteis. Após obter os pareces técnicos estaduais através da CAPHAB, o construtor deverá encaminhar o projeto para validação do município no qual será implantado o habitacional. O secretário estadual de Habitação, Bruno Lisboa, explicou como vai funcionar a integração das órgãos responsáveis no cumprimento dos novos prazos estabelecidos. “Com o funcionamento da Câmara, todos os órgãos se reunirão mensalmente em conjunto para avaliar as deliberações. E a partir de todas as informações já coletadas e previamente consultadas por cada estrutura interna envolvida no processo de análise, a gente vai conseguir cumprir com o prazo máximo de 30 dias”, afirmou. “O Estado tem sido um parceiro importante desde o início deste projeto, quando ainda não se tinha nada concretizado, e nos mostrou que isso poderia ser uma realidade. Acredito que a câmara seja um ganho importante para o setor e chega num momento que se consegue um alinhamento perfeito. O nosso objetivo é saber quais são as prioridades, saber o que o governo precisa para que nós possamos construir e garantir o sucesso das parcerias”, ressaltou o presidente da SINDUSCON, José Antônio Alvarez de Lucas Simón. ATENDIMENTO - A Câmara de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais irá atender, nos primeiros 30 dias úteis, empreendimentos com até 100 unidades habitacionais. Após os 60 dias úteis de vigência do decreto, o atendimento da Câmara será ampliado para projetos com até 200 unidades. E, por fim, após os 90 dias úteis da publicação da medida, a CAPHAB atenderá empreendimentos com mais de 200 unidades. A partir da publicação do decreto, a Secretaria de Habitação terá 30 dias para instalar o serviço. (Governo do Estado de Pernambuco)

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Pesquisa da TGI e Amcham-Recife revela desafios dos pequenos e médios empresários

Em tempos turbulentos causados não apenas pelas incertezas da economia, como também em razão do cenário político nacional, é importante que os pequenos e médios empresários não se rendam ao desânimo e tampouco ao desespero. A recomendação é do consultor e sócio da TGI Fábio Menezes. “Mesmo com toda a instabilidade, o consumidor continua a adquirir produtos e serviços. Os namorados, por exemplo, não vão deixar de presentear no dia 12 de junho”, justifica o consultor que apresentou durante o Encontro de Pequenas e Médias Empresas da Amcham, realizado em maio, os resultados da pesquisa produzida pela TGI e pela Câmara Americana de Comércio Recife (Amcham-Recife) sobre o setor. Entre outros temas, a sondagem revelou os principais desafios dos pequenos e médios empresários pernambucanos para superar o atual período de crise. Em relação ao mercado, o setor enfrenta a necessidade de ampliar os negócios e retomar o crescimento com rentabilidade, garantir a receita mantendo os clientes atuais e administrando a inadimplência, além de investir em inovação e em comunicação. “A pesquisa trouxe também conteúdos importantes relacionados aos desafios da gestão, como ampliação da eficiência e da produtividade”, acrescenta Fábio. Quanto à equipe, os entrevistados salientaram a necessidade de capacitar os funcionários para estarem bem preparados para a retomada da economia. “Esse é um ponto relevante, porque o movimento inicial dos empresários é reduzir equipe quando a crise se instala. Porém, se o corte não for realizado de forma criteriosa, pode-se prejudicar muito as condições de competitividade não só no momento atual mas, quando o mercado começar a se recuperar, a empresa não terá condições de atender a demanda”, adverte Fábio. Em síntese, segundo o consultor, a pesquisa mostrou que os esforços estão concentrados na readequação para superar a crise. É natural, sobretudo em períodos de dificuldades econômicas, haver um achatamento das margens de lucros, os preços caem, em razão da queda da demanda (o consumidor fica mais receoso de comprar), a concorrência torna-se mais acirrada, tornando mais difícil elevar a rentabilidade com aumento das vendas. Uma ferramenta valiosa para enfrentar essa situação, revela o consultor, é a Matriz Produto x Mercado, também conhecida como Matriz de Ansoff (nome do estudioso que a concebeu). Uma das alternativas recomendadas pela ferramenta é desenvolver um novo produto ou serviço para os clientes atuais. Outra solução seria investir na ampliação de mercado: vender os produtos e serviços já produzidos para novos clientes com perfil diferenciado do atual público-alvo. Melhor ainda, recomenda o consultor, seria a completa diversificação, isto é, o desenvolvimento de um novo produto ou serviço para um novo cliente. “Não é fácil conceber e implementar essas inovações, afinal sempre há uma resistência natural, quando se está acostumado a trabalhar com determinado produto e um segmento de clientela. Mas recomendo que haja um esforço nesse sentido”, aconselha o sócio da TGI. A sondagem entrevistou 168 pessoas, a maioria dos entrevistados (79%) eram sócios das empresas. A pesquisa foi realizada entre os meses de março e abril deste ano. Os resultados coletados mostraram ainda que 81% das empresas ouvidas são do segmento de serviços; seguido de comércio (10%); indústria (7%); e 2% de agronegócio. ENCONTROS Lançado em maio, o Encontro de PMEs da Amcham passará a ter reuniões bimestrais e abordará temáticas estratégicas para o mercado local. É uma parceria da câmara de comércio e a TGI, com patrocínio da Queiroz Cavalcanti. “Noventa por cento da nossa base de associados é composta de pequenas e médias empresas. Elaboramos esse encontro porque queríamos muito um programa que falasse diretamente para os gestores desse setor”, explica Alessandra Andrade, gerente regional da Amcham-Recife. O grande percentual de pequenas e médias empresas associadas à Amcham é um reflexo da realidade de Pernambuco e do Brasil. Manuela Moura, sócia-diretora da Queiroz Cavalcanti, ressalta que o setor representa 27% do PIB brasileiro (de acordo com dados do Sebrae) e 52% dos empregos formais do País (IBGE/2015). “Pesquisa da Deloitte revelou que o número dessas empresas abertas no Nordeste registrou um aumento de 34% no período de 2013 a 2015”, salienta Manuela, acrescentando que a região foi a que apresentou o maior crescimento no País. Ela lembra que esse segmento teve um importante incentivo em 2016 com a mudança na legislação do Simples Nacional que permitiu que empresas que faturassem até R$ 4,8 milhões por ano pudessem entrar nesse regime tributário. Entretanto, ela ressalta que no Brasil ainda há dificuldade para atrair investimentos para as pequenas e médias empresas. Uma possibilidade que começa a ser construída é a obtenção de recursos por meio do mercado de capitais. “A B3 (antiga Bovespa) está procurando criar um mercado de small caps (como é conhecida a negociação de ações de PME)”, informa Manuela. Um outra empresa, a ATS, acrescenta a advogada, está em processo de autorização do Cade para criar uma bolsa de valores específica para esse segmento que funcionaria no Rio de Janeiro e seria afiliada à Bolsa de Nova Iorque. “Se a economia melhorar e se o Cade aprovar, há grandes chances que ela venha a se instalar no País” estima Manuela. *Por Cláudia Santos

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A transformação digital pode mudar até o modo de governar (Por Bruno Queiroz)

Em meio à conturbada cena política vivida atualmente no Brasil, com problemas graves de corrupção e uma grande necessidade por reformas, o processo de transformação digital, resultante da combinação do uso do smartphone com a internet, vem impactando não só as empresas, mas também os governos e, sobretudo, a vida dos cidadãos. Parece que filas, autenticações, carimbos e assinaturas vão ficando cada vez mais no passado. Grandes exemplos já são conhecidos, como a declaração de imposto de renda e a escolha das vagas para uma universidade federal, entre outras ações. Nesse sentido, o grande avanço da tecnologia pode vir a transformar até regimes de governo, como a democracia. Costumeiramente caracterizada pela representatividade, na qual os cidadãos escolhem representantes (vereadores, deputados, senadores) para legislar, o aplicativo Mudamos (www.mudamos.org), idealizado por um ex-juiz e lançado em março deste ano, está se propondo a colocar em prática o modelo de democracia direta, pela qual o cidadão pode requerer sem intermediários o aperfeiçoamento e a criação de leis. Pensado para usar o recurso do Projeto de Iniciativa Popular, previsto desde a Constituição de 1988, que permite a apresentação de projeto de lei diretamente pelos cidadãos, o aplicativo resolveu um dos grandes empecilhos para transformar o projeto em realidade: a exigência de 1% de assinaturas dos eleitores, cerca de 1,4 milhão atualmente. Além da dificuldade de coletar as assinaturas no papel, ainda havia o problema da verificação da autenticidade. Para ser um ideia do tamanho do problema, desde que a constituição foi promulgada há 29 anos, apenas quatro projetos foram apresentados nesse período e todos eles precisaram ser apadrinhados por um deputado federal para ter prosseguimento, desfigurando a proposta original da lei. Atualmente, menos de dois meses após o lançamento do Mudamos, o aplicativo já possui três projetos na fase de captação das assinaturas para serem apresentados à Câmara dos Deputados: pelo fim da compra de apoio político, reforma política  e segurança pública. O Mudamos usa a mesma tecnologia adotada pelos bancos (blockchain) que possibilita auditar a veracidade das informações do cidadão. Isso resolveu a alegação da Câmara dos Deputados de que não tinha condições técnicas de checar todas as assinaturas para dar andamento ao projeto. Seguindo essa tendência, o próximo passo da tecnologia é permitir um maior nível de interação entre o eleitor e o governo. Um exemplo é dispensar a urna eletrônica e usar o smartphone em plebiscitos, referendos e, até mesmo, nas eleições gerais (num futuro breve) para os representantes municipais, estaduais e federais, assim como para os cargos executivos: prefeito, governador e presidente. Além de simplificar a vida do eleitor, haveria uma grande redução de despesas para o governo.

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Futebol feminino pode crescer com nova legislação para a modalidade

O futebol feminino no País pode apresentar um desenvolvimento mais acelerado nos próximos anos. Tudo porque a Fifa (Federação Internacional de Futebol), a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) decidiram que para participar dos campeonatos, os clubes precisarão ter uma equipe de categoria de base feminina ou se associar a um que já a tenha e seja estruturada. O prazo estabelecido para os times da série A foi até 2018 e os de outras divisões até 2019. “Com essa medida vai ser possível que em, aproximadamente quatro anos, tenhamos o mesmo nível de competitividade e qualificação do futebol feminino americano, que foi o que despontou mais rapidamente no mundo”, prevê o presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho. Ele acredita que a Copas do Mundo feminina impulsionaram a decisão da Fifa, uma vez que houve um bom índice de audiência. A quantidade de times femininos, porém, ainda é pequena. Dos 20 clubes que irão disputar a Série A do Campeonato Brasileiro em 2017, somente oito possuem equipes formadas por mulheres. No Recife, dos três times principais, apenas Náutico e Sport estão com o feminino atuando. Em março de 2014, as jogadoras do Sport tinham encerrado os treinos e as competições devido à dificuldades financeiras. Elas só treinavam aos sábados e a maioria tinha outro emprego, porque não conseguia se sustentar como atletas. Em janeiro deste ano, o clube rubro-negro retornou com o feminino, por meio de investimentos (alimentação, hospedagem, pagamento − que antes não era oferecido). “Hoje, posso afirmar que o melhor time, em relação à estrutura no Nordeste, é o Sport”, assegura Djanira Ricardo dos Santos, coordenadora da equipe feminina de futebol do time. “As jogadoras estão profissionalizadas, com carteira assinada”, completa. Para Nira, como é conhecida, os investimentos não têm relação direta com as exigências da Fifa, mas ela acredita que a medida foi a melhor coisa que aconteceu para o futebol protagonizado pelas mulheres. O Santa Cruz, por sua vez, está desde o final de 2016 sem equipe feminina. A decisão de encerrar o time foi tomada após problemas estruturais e financeiros. Segundo o diretor de comunicação do clube, Inácio França, a previsão é que no próximo ano elas voltem a treinar e disputar campeonatos. “Vamos elaborar projetos, fazer um orçamento, identificar as profissionais para contratação, decidir o local onde serão os treinos, até mesmo quem será o treinador”, explica França. Já o Náutico, tem buscado parcerias e pensa em profissionalizar as jogadoras no futuro. O técnico do Futebol Feminino do Náutico, Jeronson de França Neto ou Zera, como é conhecido, avalia a necessidade de alguns ajustes para que a equipe volte a competir como nos anos anteriores. “Infelizmente o apoio que recebemos do clube não é suficiente para mantermos um time forte, que possa competir nacionalmente. O suporte é mais focado em assistência médica, treino, e inscrições em torneios”, relata. Por enquanto, como o Estádio dos Aflitos passa por reforma, o time está treinando no espaço cedido pela Marinha do Brasil e no Quartel do Derby. “Mas buscamos nos reestruturar, procurando financiamentos de parcerias que possam arcar com ajuda de custo”, espera o técnico. “A ideia é que a partir do segundo semestre estejamos mais organizados, para assim nos adequarmos às novas exigências”, projeta Zera. Para o técnico do Náutico, a medida da Fifa e das federações veio para suprir algumas lacunas na modalidade. “Falta investimento nos times femininos. Os clubes também entendem o futebol feito por mulheres como uma despesa, ao invés de ser investimento”, afirmou. “É um mercado que hoje, fora do País, está bem consolidado em relação a estrutura, investimento e qualidade das jogadoras”, adverte o técnico. Atualmente os clubes brasileiros participam dos torneios femininos sem terem qualquer despesa. No período de competição, normalmente a CBF em parceira com a Caixa Econômica Federal, custeia hospedagem, alimentação e passagem aérea. Além desse auxílio, os clubes ganham cotas para investir nas equipes: Sport e Vitória, por exemplo, que estão na Série A, recebem em torno de R$ 15 mil a R$ 20 mil. Já para os times da Série B, na faixa dos R$ 10 mil. Bárbara Micheline, goleira do Sport, começou aos 12 anos jogando futsal. Após um treino no campo, em 2005, foi chamada para a categoria Sub-20 da seleção brasileira e desde 2007 está na seleção principal, com algumas passagens em outros times do Brasil e do mundo. A goleira observa o futebol feminino no País ainda engatinhando para um maior reconhecimento, mas começa a se popularizar. “Lembro que em 2007 a seleção disputou o final do Pan-Americano no Rio de Janeiro e levou ao estádio mais de 50 mil pessoas, assim como, no ano passado, quando disputamos as Olimpíadas na Arena Manaus, 60 mil pessoas foram assistir à partida. Isso é um feito muito grande para o futebol feminino”, comemora. Bárbara ainda acredita que a nova medida vai ser fundamental para o crescimento do futebol feminino e a valorização das jogadoras. “Futuramente, vai ser muito difícil encontrar uma atleta de futebol feminino desempregada, que é uma coisa muito frequente ainda hoje”. Veja também: Vitória, um case de sucesso do futebol feminino   *Por Paulo Ricardo

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Veio a demissão. E agora?

Num período de crise prolongada como a que o Brasil enfrenta, o desemprego é um dos efeitos colaterais que mais afeta a população. Hoje são nada menos que 14 milhões sem emprego no País, segundo dados de abril do IBGE. É normal para quem está nessa condição sentir-se triste e até apreensivo. É preciso um tempo para assimilar essa situação difícil, porém o profissional não pode sucumbir ao desânimo e desespero, que podem atrapalhar na busca por uma recolocação no mercado de trabalho. Carla Miranda, sócia da ÁgilisRH, recorda-se de um candidato a uma vaga num processo de seleção que se colocava pouco confiante, que mal se ouvia sua voz na entrevista. “Por mais talentoso que fosse, as empresas tendiam a não contratá-lo em razão da sua postura”, alerta Carla. A saída é levantar a cabeça e traçar algumas estratégias para conseguir voltar a trabalhar. Um passo importante é estar atento às oportunidades, recorrer a sites de empregos e a redes sociais como o Likedin. Um cuidado importante: procurar empresas idôneas para enviar o currículo. Uma pesquisa nos sites de busca da internet ajuda a identificar organizações sérias. Essa pesquisa também será muito útil no momento da entrevista do processo de seleção. É possível conhecer como as organizações estão atuando, seus investimentos, o perfil do seu consumidor, etc, por meio do site das empresas onde se pretende trabalhar, da fanpage no Facebook e do noticiário. De posse dessas informações, o candidato à vaga, ao ser entrevistado, pode adaptar o seu discurso à realidade da organização. Outra dica preciosa é aproveitar o tempo vago para estudar para concurso e avisar aos amigos e às pessoas do seu network que está disponível para o mercado de trabalho. E nada de sentir-se constrangido por solicitar essa ajuda. Afinal, como ressalta Carla, as empresas não empregam para atender ao pedido de um amigo, mas sim em razão da competência do profissional e da disponibilidade de vaga. E, falando em network, uma boa forma de fazer relacionamentos é matricular-se num curso, oportunidade que permite conhecer pessoas de várias empresas. Além, claro, de se reciclar e ficar atualizado com as inovações da área em que se atua. Enquanto não aparece uma contratação, deve-se estar aberto a trabalhos como freelancer. “Fazer prestação de serviço de forma não continuada é uma maneira de manter-se no mercado e ainda obter renda”, aconselha a sócia da ÁgilisRH. Na hora de fazer o currículo todo cuidado é pouco. Nada de fotos – porque nem sempre a imagem é adequada, ainda mais se for um retrato três por quatro. A regra é ser objetivo. “Não precisa colocar molduras, cores, nem enfeites. Deve ser limpo e direto”, alerta Carla. Seguindo essa linha, as informações devem ser enxutas, mas não tão sucintas a ponto de não revelarem as habilidades do candidato. Por isso, é importante informar as atividades desenvolvidas nos empregos anteriores e os cursos como os de extensão e pós-graduação. Mas deve-se evitar colocar no currículo aqueles com matrícula trancada ou incompletos. Da mesma forma, não mencionar que possui inglês ou qualquer outro idioma em nível intermediário. “Caso a pessoa não seja fluente não vai conseguir executar a função exigida pela empresa”, recomenda Carla. Também estão descartadas frases subjetivas do tipo: “tenho liderança e empatia”. Deve-se evitar, ainda, dados relativos à documentação, como RG, CPF, o que é até perigoso. Bastam as informações essenciais para contatar o candidato, como endereço, telefone e e-mail. Nesse período de busca por uma colocação no mercado de trabalho torna-se imprescindível ficar de olho no bolso. Afinal, sem a renda proveniente do salário, a saída é “esticar” ao máximo o dinheiro da indenização e do seguro desemprego. É hora de liquidar o cartão de crédito, as prestações, não fazer novas dívidas e reduzir os gastos. “Sempre há gordura para cortar”, assegura Carla Miranda. Por fim, é interessante abrir os olhos para outras possibilidades de atuação em áreas distintas das que trabalhava. Muitas pessoas chegam até a abrir um negócio próprio. Veja na próxima edição da Algomais dicas para quem quer empreender.

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Por que os brasileiros jogam lixo na rua?

O Brasil é o quarto mercado mundial em produtos de limpeza, depois dos EUA, China e Japão, segundo pesquisa realizada pelo Euromonitor. Isso significa que o brasileiro é muito cioso da limpeza da sua casa. O mesmo, porém, não acontece da porta para fora. Basta observar as ruas das cidades brasileiras e constatar a grande quantidade de lixo acumulada. Para se ter ideia, no Recife, em vias como as Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes, o trabalho de varrição chega a acontecer sete vezes por dia. Para o antropólogo Roberto DaMatta, esse comportamento tem origem na conflituosa relação que o brasileiro tem com as áreas privadas e públicas. A rua, sendo de todos, é tratada como se fosse de ninguém. “A representação da casa denota uma apropriação de um espaço que você possa chamar de seu. Já a rua é o lugar onde cada um deve zelar por si”, explica o estudioso que abordou o assunto na obra A Casa & a Rua. DaMatta ainda explica que o descaso com o que é público tem origens históricas. “Surge desde a época dos grandes impérios, onde se tinha uma lei para os nobres e, outra, para o povo, e um mesmo crime era julgado de forma diferente”, explicou. Para o professor, essa ideia de impunidade foi se perpetuando por gerações resultando no chamado “jeitinho brasileiro”. “A diferença é que hoje na Europa, por exemplo, existam multas severas para quem despeja o lixo no lugar inadequado. Mas nós brasileiros vamos sempre achar que podemos driblá-la ou que a punição não vai acontecer com a gente, então continuamos mantendo esse hábito e jogando a responsabilidade para o outro”, destaca. Cidades como o Rio de Janeiro e Jaboatão dos Guararapes já dispõem dessa legislação. Mas, em outras localidades, essas ações punitivas não ganharam tanto alcance por falta de regulamentação. A psicóloga social, Helenilda Cavalcanti, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), também acha, como DaMatta, que leis são importantes, mas não resolvem o problema. “Acredito ser fundamental uma formação como cidadão, que não se aprende necessariamente na escola”, afirmou. “Muitas vezes não temos uma atenção com o espaço público, por pensarmos que a responsabilidade é do outro, mas não damos conta de que vivemos em sociedade e nossas atitudes, por menores que sejam, como realizar a coleta seletiva, pode mudar tudo”, avaliou. “As leis podem ser importantes, mas também tem que partir de nós mesmos querer ajudar”, concluiu. Implicações históricas também são o ponto de partida da análise de Tiago César, professor de história da Universidade Católica (Unicap). A falta de atenção do poder público, segundo o acadêmico, levou as populações a jogarem seus lixos em locais baldios ou desabitados. “Essa prática era comum desde o Brasil Colônia e, embora as Câmaras Municipais legislassem sobre o assunto, sabemos que, mesmo sob o risco de multas, a população continuava a jogar seus dejetos em locais inapropriados. Estamos falando de um costume de longa duração que necessita de tempo e de um trabalho intensivo de parceria dos políticos com a sociedade”, analisa. “Hoje se quisermos mudar essa prática precisaríamos ter, primeiramente, reformas básicas e inteligentes nos locais mais degradados de nossas cidades, permitindo com que as classe sociais mais atingidas se sintam parte dela, começando por ter acesso a uma infraestrutura de qualidade, além de se potencializar uma escolarização de nível, paralelamente, e um trabalho de conscientização”, sugeriu o professor Tiago. Entretanto, ele explica que o descuido com o que é público não é um fenômeno associado unicamente a um grupo ou classe social. “Já vi gente muito instruída, estudando em ótimos colégios, jogando o papel do sanduíche no chão, tendo ao lado uma lixeira”, ressalva. DaMatta também acredita que a alternativa para resolver o problema seriam medidas de conscientização. “Possíveis programas educacionais, aliados a campanhas eficientes que incentivem a população e atendam as camadas mais necessitadas”, explicou. Já o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, salienta que se deve levar em conta a dimensão cultural em relação a políticas públicas voltadas para os resíduos. “Nós convivemos com o lixo e não ficamos indignados. Os japoneses, por exemplo, se sentem incomodados, porque já faz parte da cultura deles. O brasileiro vai para o estádio, vê a sujeira no chão e pode até não ficar confortável, mas não toma nenhuma iniciativa para mudar aquilo”, destaca. Entre as soluções apontadas por Sérgio Xavier está um sistema de coleta seletiva eficiente, uma economia que valorize o resíduo – através da reciclagem, por exemplo, campanhas de integração com cooperativas, uma logística que facilite a entrega do material para reciclar. No entanto, Xavier ressalta as dificuldades de efetivar medidas que visem a conscientização da população. “Temos um grande analfabetismo ambiental no nosso País e no mundo, muitas vezes as pessoas não sabem que o lixo pode ser reaproveitado, que uma casca de uma fruta pode virar um adubo, por exemplo”, observa. *Por Paulo Ricardo

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Pessoas aderem ao consumo consciente para reduzir impacto ambiental

“Nós somos a cidade. Nós somos o trânsito, nós produzimos o lixo, a energia. Portanto, nós somos, ao mesmo tempo, o problema e a solução. A partir do momento em que eu sou sustentável, estou fazendo uma cidade mais saudável”. A provocação do arquiteto Roberto Montezuma sobre a participação cidadã nas transformações urbanas indica um caminho que passa pela conscientização popular e por atitudes transformadoras. E, de forma geral, elas começam em um novo modelo de consumo. De acordo com a vice-coordenadora do curso de Ciências do Consumo da UFRPE, Laurileide Silva, o incentivo ao consumismo que existia no mundo anos atrás começa a ser repensado. “A partir do início desta década, o mundo compreendeu que os nossos recursos são finitos e que o modelo de vida norte-americano é insustentável. Temos que repensar nossas formas de produzir e consumir, com ênfase para reaproveitar, reciclar e reutilizar”, sugere a acadêmica. O servidor público Sérgio Andrade Lima, 49 anos, é um adepto da permacultura. Esse sistema propõe a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza. “Estou preocupado com tudo o que consumo, seja roupa ou alimentos. Procuro saber de onde vem esses produtos”, explica. Na prática, ele prioriza adquirir alimentos que são produzidos regionalmente e, quando possível, consome produtos de feiras agroecológicas. Ele tem como costume comprar o tecido no mercado e encomendar as roupas por lá mesmo. “Isso não quer dizer que eu nunca compre em um shopping. Mas essa é uma forma de estimular um desenvolvimento local e sustentável, com menos gastos de energia e de combustíveis fósseis na sua cadeia de produção”, afirma Sérgio, que é agrônomo de formação. Outras práticas sustentáveis são a reciclagem e realização anual do plantio de árvores em um sítio que possui. Mestranda em Extensão Rural na UFRPE, Maria Clara Dias, 32, também mede sua forma de consumo e de usar a cidade a partir de princípios da sustentabilidade. Uma das práticas que entraram no seu hábito diário é o uso da bicicleta para a maioria dos seus deslocamentos urbanos. “Hoje vejo a bike como um meio de andar no Recife sem perder tanto tempo no trânsito. Conseguimos nos deslocar mais rápido. Além de garantir uma condição mais saudável de vida”, afirma Clara. Ela mantém algumas práticas de compras dentro do viés da sustentabilidade. “Procuro comprar em feiras e estabelecimentos próximos a minha casa”, afirma. Antes, quando morava em Mossoró (RN), Clara comprava produtos agroecológicos. Uma prática que ficou difícil na capital pernambucana, devido aos horários e à distância para as feirinhas. Além das compras conscientes, da reciclagem e do deslocamento com meios não poluentes, uma série de outras práticas tem sido introduzida no cotidiano da população. Para Laurileide, o avanço dessa atitude sustentável acontece pela própria necessidade de cada local enfrentar os seus problemas mais agudos. “Quanto mais o recurso é escasso, mais existe essa mudança no comportamento. No Sertão, por exemplo, várias metodologias para reaproveitamento da água estão em uso. Aqui no Recife há uma grande motivação em usar energia solar, porque o consumo da eletricidade é muito alto. Várias pessoas estão recorrendo a essa matriz energética porque a conta de luz é absurda”, exemplifica. A maior motivação cidadã pelas práticas sustentáveis tem sido o pontapé para o surgimento de vários negócios para atender essa demanda. A Less is More, por exemplo, nasceu com a proposta de ser uma loja virtual de moda que aposta no consumo consciente. “Nossa proposta vai de encontro ao fast fashion, que é aquele tipo de consumo de roupas legais, mas que não têm durabilidade nem qualidade, que são extremamente descartáveis”, afirma a proprietária Márcia Botelho. A loja comercializa roupas, bolsas, sapatos e outros produtos, em sua maioria de designers brasileiros, com perfil de médios e pequenos empreendedores. Ela aposta ainda numa seção chamada Armário Enxuto, que é um espaço de troca de peças. Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Sérgio Xavier, introduzir o paradigma da sustentabilidade passa pela transformação do perfil econômico dos municípios. “É a economia que define os rumos da cidade. Nosso modelo é baseado na geração de muito resíduo, que desperdiça muita energia, emite muita poluição de gases. Sem mexer nesse modelo fica difícil buscar uma solução”, adverte. A economia do compartilhamento e as energias renováveis são algumas das tendências que estão se consolidando. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais

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São João para todos os gostos

Famosa por ser a Capital do Forró, a cidade de Caruaru, localizada no Agreste do Estado, conta com novidades na programação dos festejos juninos. A começar pelo São João da Roça, que trará de volta a tradicional festa rural nas comunidades de Gonçalves Ferreira, Pau Santo, Terra Vermelha e Vila Rafael e ainda trazendo atrações musicais, como Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Amazan e Josildo Sá. Outra novidade é a aposta na temática associada à sustentabilidade e acessibilidade. Durante o São João, o público poderá participar de atividades, como o plantio de mudas para compensar a pegada de carbono (quantidade total das emissões de gases do efeito estufa causadas pelo evento), campanha de educação ambiental com foco em água, energia e resíduos; ações de boas práticas ligadas ao polo hoteleiro; além de ações de combate à exploração sexual e trabalho infantil. Já no Pátio de Eventos, além do camarote reservado para portadores de necessidades especiais, intérpretes de libras estarão traduzindo tudo o que acontece no palco. A festa vai até o dia 29 deste mês e contará com mais de 400 atrações que atenderão a todos os gostos, inclusive para os que querem escapar da tradição. O Polo Azulão, por exemplo, localizado na Avenida Rui Barbosa, contará com um som mais alternativo, e entre os escalados para animar a festa estão Lenine, Almério, Eddie, Chico César e Siba. Para quem quiser curtir outros estilos musicais, o Som da Rural, conhecido por animar as noites na capital pernambucana, estará na Rua Silvino Macêdo, popularmente chamada de Má Fama, entre os dias 22 e 25 de junho. Já no Alto do Moura, no Polo Mestre Vitalino, a festa junina será representada pelo bom e tradicional forró pé-de-serra e das bandas de pífanos. No Polo Mestre Galdino, situado na Praça do Artesão, algumas manifestações culturais da região como Mazurca, Reisado, Maracatu e Bumba Meu Boi apresentam-se entre os dias 22 e 25. E para quem não dispensa uma mistura de ritmos, com artistas locais e nacionais, o Pátio do Forró irá sediar atrações como Fulô de Mandacaru, Matheus e Kauan, Gusttavo Lima, Bell Marques, Aviões do Forró, Dorgival Dantas, e grandes nomes da música nordestina como Alceu Valença, Flávio José, Jorge de Altinho, Elba Ramalho, Petrúcio Amorim e Alcymar Monteiro. Além das atrações musicas os pratos típicos são um show à parte. Nos polos gastronômicos da cidade, no Alto do Moura, Rua da Má Fama e na Feira de Artesanato, o público poderá experimentar as tradicionais comidas típicas. NO SÃO FRANCISCO Em Petrolina, localizada no Vale de São Francisco, os festejos juninos começaram desde o dia 19 de maio com o São João dos Bairros. Assim como Caruaru, a cidade terá uma atenção voltada para portadores de deficiência por meio de um espaço inclusivo próximo ao palco das 71 apresentações musicais durante os 17 dias de shows. A novidade deste ano será trazer de volta as festas juninas dos bairros, que acontecem em quatro finais de semana antecedente ao evento no palco principal. Isso porque, diferentemente de outros locais, Petrolina conta com duas fases de circuitos juninos, a primeira conhecida como festas nos bairros e no segundo momento artistas nacionais e locais se apresentam no Pátio de Eventos Ana das Carrancas. A primeira etapa, conta com os arraiais montados nos bairros José e Maria, Rio Corrente, Areia Branca e na Avenida dos Tropeiros, e com shows de artistas locais e convidados, além de quadrilhas juninas, festas na Zona Rural e 46ª Jecana – evento de Petrolina caracterizado pela corrida de jegues, além de celebrações religiosas e apresentações culturais. Já a segunda fase acontece nos dias 16 a 24 de junho, no pátio Ana das Carrancas, com apresentações de shows, como Wesley Safadão, Jorge e Mateus, Bruno e Marrone, Magníficos, Marília Mendonça, além do forró de raiz, como Flávio José e Maciel Melo. Serviço: São João de Caruaru acontece até o próximo dia 29 e o de Petrolina até dia 24. de junho. Veja a programação de outras cidades no site da Algomais. *Pelo repórter Paulo Ricardo 

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Nossa música deveria ser valorizada

Autor de sucessos como Confidência, Jorge de Altinho conta, nesta entrevista a Cláudia Santos, como passou de fã da Jovem Guarda para artista de música regional. Também fala sobre o forró estilizado e a estratégia que construiu para sua música tocar nas rádios FMs. Você é Jorge de Altinho, mas nasceu em Olinda? Sim, mas aos 5 anos meus pais se mudaram para Altinho. Meu pai abriu uma mercearia por volta de 1956. Toda a minha infância e adolescência foi na cidade. Era uma infância maravilhosa, como não existia essa degradação da natureza, nem o aquecimento global, costumo dizer que os invernos eram certos, chovia muito, a gente brincava de fazer açudes nas ruas. Tomávamos banho nos rios Una e Taquara. A gente chegava da escola e ia pescar e tomar banho. Quando tinha lá pelos meus 15 anos eu tinha o hábito de copiar minhas matérias escola ouvindo rádio e um dia achei interessante uma música da banda Renato e Seus Blue Caps, Menina Linda. Tocava muito no rádio. Aí, copiei um pedacinho da música, no outro dia outro pedaço. Antes de começar a aula os meninos se reuniam para ouvir Zé Maria, filho de um seresteiro, tocar na porta da escola. Eles estavam malucos pra tocar Menina Linda, mas não conheciam a letra. Eu disse a eles que tinha a letra, mas não sabia cantar. Eles insistiram pra eu cantar, aí cantei e agradei. Comecei a liderar o grupo. Nós fazíamos muito piquenique com a escola e cantávamos muito nesses encontros. Foi o seu primeiro contato com a música? Sim. Com a febre da Jovem Guarda queríamos formar um grupo de guitarra, baixo e bateria, mas o poder aquisitivo não ajudava. Então pegamos uma caixa de tocar no desfile do 7 de setembro e três violões e improvisamos um grupo imitando uma banda da Jovem Guarda. A gente cantava em aniversário, piquenique, festa dos distritos. Mais tarde, o presidente do Clube Altinense, Homero, comprou uns instrumentos usados, mas de boa qualidade, em Belo jardim. Ele adquiriu uma bateria, contrabaixo e guitarra nacional da Giannini. Foi uma festa quando chegaram os instrumentos. Ensaiávamos todos os dias. O repertório era Roberto Carlos, Tim Maia, Renato e Seus Blue Caps. Por que começou a cantar forró? A Jovem Guarda acabou nos anos 70, o programa saiu do ar, Roberto Carlos seguiu a linha da canção, e até o os Beatles acabaram. O pessoal da Jovem Guarda ficou órfão. Altinho é uma cidade muito próxima a Caruaru. Sofri muito a influência das rádios da cidade que tocavam muito a música nordestina, especialmente a Rádio Cultura do Nordeste, que pertencia aos irmãos Almeida (Onildo e José). Onildo era um compositor gravado por artistas como Luiz Gonzaga. Também sofri a influência da cultura local. A feira de Caruaru na época era dentro da cidade, em cada esquina havia uma manifestação popular: dois emboladores com pandeiro fazendo verso, várias pessoas lendo literatura de cordel, violeiros, sanfoneiros, artesanato. Enfim era um caldeirão cultural. Quando a Jovem Guarda acabou, culminou também que eu fui morar no Sertão. Em que cidade? Em várias: Salgueiro, Parnamirim, Ouricuri, Bodocó, Serrita, Cabrobó, Floresta, Belém do São Francisco. Nesta época eu trabalhava no sistema de rádio do Governo do Estado, minha função era operador. Eu tirava as férias dos colegas. Era itinerante. Depois passei três anos morando em Petrolina, mas no sistema de televisão do Governo de Pernambuco, também como operador. Aí surgiu a oportunidade de gravar meu primeiro disco no início dos anos 80 pela Odeon. Gravei com 12 músicas de minha autoria. Como foi a repercussão? Eu gravei meu primeiro disco, mas ele não teve o acompanhamento da gravadora que eu desejava. Eu também tirei seis meses de licença sem vencimentos para me dedicar à música, mas o disco não atingiu a vendagem que a gravadora estava esperando. Voltei para o meu emprego. Em 1981 fiquei sem gravar. Quando foi em 1982, João Florentino (proprietário da rede Aky Discos e da distribuidora Condil), me chamou pra fazer um LP. Ele também era atacadista de discos e me disse: “rapaz, você fez um bom disco e a gravadora não acreditou, não investiu”. Disse a ele que só gravaria se fosse no Rio de Janeiro, com um trabalho de divulgação nas rádios. Ele respondeu: “vou tentar o possível para realizar o trabalho nas rádios, mas tenho uma rede de lojas de Manaus a Salvador, que é melhor do que rádio porque o povo vai lá comprar. Então nós fechamos. Só que João mandou fabricar o disco na Tapecar no Rio e a capa no parque gráfico da Continental em São Paulo. O disco chegou primeiro que a capa. Olha a confusão armada! Quando o disco chegou em Caruaru, de cara estouraram cinco músicas, as rádios começaram a tocar e o povo começou a querer o disco. As pessoas chegavam nas lojas e levavam o disco e um papel que valia uma capa, que era entregue posteriormente. Teve gente que vendeu o LP embalado em cartolina (risos). Foram vendidos em um mês e 20 dias 58 mil discos sem capa, um fato inédito no País (risos). Qual foi seu primeiro sucesso? Confidência. Ela entrou na cabeça do povo. Veja, isso foi em 1982 e tenho sempre que abrir o show cantando essa música e se eu não cantá-la não é Jorge de Altinho. Para você ver como ela marcou. Bem, quando o disco estourou – chegou a vender mais de 100 mil cópias – aí o presidente da RCA Victor veio aqui e me convidou para a gravadora que também trabalhava com Dominguinhos e Luiz Gonzaga. Assinei um contrato de 10 anos. Sua música era tocada nas FMs? O espaço para a música regional só era na AM, onde tocava entre 4h e 5h da manhã quando todo mundo estava dormindo. Só os tiradores de leite ou o pessoal da roça escutavam. Nessa época, o Recife só tinha uma emissora FM, a Manchete, e a ordem da direção era só tocar MPB.

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