Arquivos Notícias - Página 66 De 678 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Notícias

Juliana Luiz e Fotos Anna Carolina Negri Arquivo

"A agricultura urbana atinge a dupla crise: a da fome e a climática"

Juliana Luiz, gerente Projetos de Instituto Escolhas, afirma que o Recife produz 700 toneladas de alimentos/ano. Ela fala de como essa atividade é invisibilizada e do estudo que mostra os gargalos e o potencial da cidade, e também do Rio de Janeiro e Curitiba, de ampliar essa produção. Poucos recifenses sabem que agricultores familiares produzem em pleno Recife 700 toneladas de alimentos/ano. Na cidade existem 242 estabelecimentos que cultivam hortaliças como quiabo, milho e alface. Esses dados constam no último Censo Agropecuário, mas estão invisibilizados. Reverter essa invisibilidade da agricultura praticada nos centros urbanos e aumentar as áreas produtivas são objetivos perseguidos pelo Instituto Escolhas. Essa seria uma estratégia para promoção da segurança alimentar nas cidades e para torná-las mais resilientes às mudanças climáticas. A organização acaba de lançar o estudo Como o Governo Federal pode apoiar os municípios no fomento à produção local de alimentos?. A pesquisa traz dados sobre a produção de alimentos no Recife, em Curitiba e no Rio de Janeiro, os gargalos que enfrentam para consolidar a atividade, além de uma proposta para elevar a produção de hortaliças nas três cidades e recomendações para a União. Foi desenvolvida em parceria com as prefeituras dos três municípios e com a Cátedra Josué de Castro do Nupens/USP. Nesta entrevista a Cláudia Santos, a gerente de Projetos do Instituto Escolhas, Juliana Luiz, fala do estudo, dos benefícios e desafios para a produção de alimentos nos espaços urbanos e elogiou a iniciativa da Prefeitura do Recife de criar a Secretaria de Agricultura Urbana dentro da Secretaria de Planejamento Urbano. Antes de falar do estudo, gostaria que a senhora explicasse os benefícios da agricultura urbana e periurbana. Agricultura urbana e periurbana podem parecer uma novidade, mas não são. A produção perto das cidades é histórica. Elas foram constituídas ao redor do cultivo de alimentos. Mas as longas cadeias de produção fizeram com que esses alimentos ficassem cada vez mais distantes dos consumidores. Só que agora, as cidades estão cada vez maiores, com mais pessoas e esse alimento está cada vez mais distante, mais caro, pouco variado, que é a chamada monotonia alimentar. Quando olhamos para a produção perto das cidades, falamos, sobretudo, de horticultura. O último Censo Agropecuário, de 2017, mostra que no Recife existem 242 estabelecimentos agropecuários, mais de 50% deles tem até 20 hectares, um número considerado dentro do módulo rural em que se enquadra um agricultor familiar. Mais de 50% são considerados com parentesco, ou seja, mais uma vez estamos falando de agricultores familiares. Eles existem na cidade, mas são invisibilizados. No Censo, existe ainda uma categoria que são produtores de horticultura, quase 80% deles são agricultores familiares que produzem muito pouco no Recife, mais ou menos 700 toneladas por ano. A maior parte, quiabo, milho verde e alface. Um movimento positivo da Prefeitura do Recife começou em 2021, quando criou uma secretaria para olhar a agricultura urbana porque ela se confunde, tanto com agricultores familiares – que são esses números que informei – mas há, também, agricultores comunitários que, não necessariamente, têm um vínculo familiar mas produzem dentro da cidade. Quanto aos benefícios, estamos falando de uma produção próxima do consumidor, de um aumento da disponibilidade de legumes e verduras. O Nordeste consome apenas 31% do recomendado de frutas, legumes e verduras, só não é pior do que o Norte. Na nossa pesquisa ouvimos muitos agricultores, produtores e grupos comunitários que produzem em cidades satélites à capital, então há essa interação com outras cidades, o que é extremamente benéfico. Outro benefício é conter os choques de abastecimento. Vimos isso acontecer na pandemia, quando a circulação dessa produção mais distante começou a ser afetada. A greve dos caminhoneiros foi um outro exemplo. Quando se produz perto, esses riscos são reduzidos. Outro ponto positivo é o uso de áreas abandonadas consideradas como perigosas na cidade, como terrenos baldios usados como lixões que ficam improdutivos porque sofreram despejo inapropriado de resíduos. Mas ao recuperar a qualidade do solo para a produção, geram o benefício de aumentar a infiltração do solo, evitando outro problema nas cidades que são os alagamentos. E, óbvio, existem dois grandes benefícios associados aos efeitos das mudanças climáticas: quanto mais áreas verdes, menor é o calor que sentimos, além disso, teremos mais alimentos disponíveis. Estamos falando de um país que passa fome, dos 33 milhões que estão nessa situação, 27 milhões estão nas cidades. Então ter mais alimentos próximos das pessoas que passam fome também é uma estratégia de política pública. Qual a proposta do estudo do Instituto Escolhas e por que o Recife foi uma das cidades analisadas? O Escolhas trabalha com o tema da produção local de alimentos há vários anos. Começamos em 2019, falando sobre a produção metropolitana de São Paulo, depois fomos para o Norte, para olhar a produção em Belém e, aí, demos um novo passo, que é olhar a produção em três cidades em diferentes regiões do País para sugerir propostas ao Governo Federal. Curitiba, Rio de Janeiro e Recife foram escolhidas porque possuem políticas públicas voltadas para o tema. O Recife tem a Secretaria de Agricultura Urbana dentro da Secretaria de Planejamento Urbano. Embora a agricultura urbana esteja institucionalizada nessas cidades, há inúmeros desafios. O orçamento dessas políticas públicas é sempre muito baixo e elas são vistas como projetos pilotos ou pontuais, dialogam pouco com o planejamento urbano. Poderíamos olhar para os estados mas eles têm muitas áreas rurais e o desafio dessa produção local de alimentos são das cidades que é onde as pessoas moram e consomem. Também é onde as regras do planejamento urbano são aplicadas, como o plano diretor, o zoneamento, a lei de uso do solo, isso tudo é competência da cidade. Não é à toa que o pontapé inicial para esse debate sobre produção de alimentos e resiliência dos centros urbanos veio com o Pacto de Milão, que é um acordo internacional que várias cidades, o Recife inclusive, assinaram, com o compromisso de fomentar e melhorar a produção, o acesso e o consumo de

"A agricultura urbana atinge a dupla crise: a da fome e a climática" Read More »

carnaval2

Reflexões do carnaval (por Edgard Leonardo Lima)

(Escrito em uma terça-feira de carnaval, dia 13/02/2024) Hannah Arendt, uma filósofa política e teórica social alemã-judaica escreveu no início dos anos 60 o livro: "Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal", uma obra acerca do julgamento de Adolf Eichmann, um dos arquitetos do Holocausto. Todavia, minha reflexão e lembrança da obra ocorreu, inusitadamente, após, assistindo a transmissão do carnaval pela televisão, deparar-me com a propaganda de um banco estatal, alertando para que o folião não use o celular nos blocos de carnaval e anunciando que tem um site onde ensina a não cair em golpes. Fiquei pensando, desde quando o folião está errado em usar seu celular em um bloco de carnaval? Na TV, uma jornalista alertou (corretamente) sobre o calor que fazia em Olinda e indicou ir para a folia, mas não sem antes vestir uma roupa confortável, levar água e trazer uma “doleira”, para esconder seus pertences, enquanto aproveita a folia de Momo. Independente de onde você passa o carnaval; seja no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador ou em meu amado Pernambuco (Onde, preciso comentar, temos inúmeras opções maravilhosas para festejar. Começando com o Galo da Madrugada, depois subindo e descendo as famosas ladeiras de Olinda, ou nos Blocos do Recife Antigo, sem contar o interior do estado). Seja qual for sua escolha, certamente já escutou alguém dizer: “tira esse relógio”, “deixa a aliança”, ou ainda, “esconde o celular”, eu mesmo já disse inúmeras vezes para minha filha, coisas bem parecidas. E antes que comecem a me xingar, vou logo lembrando que não estou aqui criticando o carnaval, ou mesmo dizendo que indico que não sejam tomadas as devidas precauções. Não é essa a questão, acho o carnaval lindo, minha reflexão é outra. Minha reflexão foi: quando passamos a acreditar que é errado tirar uma selfie com os amigos? Quando começamos a culpar o turista que foi assaltado por tirar uma foto de um ponto turístico em uma “área” considerada perigosa? Quando passamos a banalizar o mal de tal forma, que comemoramos quando nosso carnaval tem menos “incidentes”, como se aceitássemos que deve ser normal tê-los. O problema do mal foi muito discutido ao longo da história da filosofia, a partir de várias abordagens possíveis, mas lembrei-me apenas que Hanna Arendt apontava em sua obra que Adolf Eichmann era incapaz de refletir sobre sua atuação e que, havia um mecanismo que normatizava a banalização do mal. Pergunto-me, até quando, estaremos dentro deste mecanismo, banalizando o mal a ponto de aceitar como normal, que o errado é que alguém deseje registrar em uma foto a alegria do carnaval.

Reflexões do carnaval (por Edgard Leonardo Lima) Read More »

porta

Sete atitudes podem evitar e dificultar o roubo de carros no Carnaval

Quem vai optar ir de carro para o Carnaval precisa tomar alguns cuidados. Experiências e dados de anos anteriores mostram que a maior quantidade de roubo a veículos acontece principalmente no sábado de Zé Pereira e no entorno de pólos de folia. Precaução é a palavra para evitar transtornos. Para o advogado especialista em  Direito do Seguro do escritório Queiroz Cavalcanti Advocacia, Thiago Pessoa, é importante os motoristas adotarem algumas medidas básicas para dificultar a ocorrência desses crimes. Mas, ocorrendo roubo ou furto do veículo, o proprietário ou motorista deve ir à delegacia e fazer um Boletim de Ocorrências (BO) para registro e ajudar a polícia nas buscas. Se o veículo tiver rastreador e foi levado de uma área onde havia câmeras ajudará mais a polícia na localização do quatro rodas. Seguro O advogado sugere também fazer um seguro para que o carro ou moto esteja mais protegido e o proprietário receba a indenização, em caso de furto ou roubo. Thiago orienta que é importante preencher as informações de maneira correta e verídicas do contrato. Caso aconteça furto ou roubo, o segurado deve procurar a seguradora para informar o fato, chamado sinistro e que será analisado e investigado pela seguradora.  O especialista enumera sete atitudes que podem ajudar os motoristas: 1-Escolha um local seguro para estacionar. Se possível, em local coberto, seguro, com mais iluminação. Caso não haja, opte deixar o carro em frente a alguma portaria ou onde há grande circulação de pessoas; 2-Evite deixar objetos à mostra dentro do carro e que chame a atenção. Já evite levar de casa muitos itens; 3-Antes de deixar o carro, confira bem se trancou as portas e vidros, mesmo o fechamento sendo automático; 4-Caso fique na rua, não passe seu itinerário e nem quanto tempo vai ficar na folia; 5-Usar alarmes, travas e outros equipamentos de segurança podem inibir ação de criminosos; 6-Ao parar no sinal, deixe o veículo ligado e com marcha engatada para, se necessário, realizar uma saída de imediato; 7-No semáforo, mantenha distância do veículo da frente. E, de preferência, ficar nas faixas do meio e da direita, onde a incidência de roubos tende a ser menor.

Sete atitudes podem evitar e dificultar o roubo de carros no Carnaval Read More »

cartoes credito

Carnaval: especialista em cibersegurança dá dicas para se prevenir fraudes

Pagamentos com cartão, seja por aproximação, seja digitando a senha, devem ser cercados de cuidados As facilidades de movimentações financeiras, com pagamentos por meio de cartões ou de aplicativos, podem expor os consumidores a riscos de fraudes no carnaval. Mas, algumas medidas preventivas podem dificultar a ação de criminosos, nas aglomerações geradas pela folia. De acordo com a especialista em cibersegurança Flávia Brito, da Bidweb, é importante que o consumidor mantenha-se atento no momento de pagar com cartão. Segundo ela, um golpe comum nesta época do ano é a troca do cartão por golpista que se passa por ambulante. “O golpista usa algum truque e desvia a atenção do folião para que a vítima digite a senha no campo destinado ao valor da compra. Isso permite que bandido descubra o código secreto. É importante ressaltar que o campo de senha deve mostrar apenas asteriscos", destaca. "Também é muito importante que a própria pessoa insira o cartão na maquininha e confira se o cartão devolvido é realmente o seu", acrescenta Flávia. O folião deve também digitar a senha de modo que não seja vista por outros, verificar o valor digitado na maquininha, pedir o comprovante impresso e conferir a operação pelo aplicativo do banco. Há ainda casos de golpistas que entregam a maquininha para o cliente digitar a senha do cartão e observam os números marcados. Também é comum que o falso vendedor entregue para o comprador a máquina com o campo destinado ao valor da compra e não ao código secreto, fazendo com que se descubra a senha. Pagamento por aproximação A especialista em cibersegurança alerta também que o pagamento por aproximação requer cuidados. Um golpista pode se aproximar de bolsos, mochilas e pochetes para debitar valores em cartões. Para maior segurança, os seguidores de blocos de rua devem optar por levar dinheiro trocado. Mas se quiserem levar o cartão, além de reforçar a proteção, é aconselhável diminuir o limite de transação diária. "Além da possibilidade de máquinas com vírus no comércio, o uso com a função ativada em locais de grande circulação de pessoas pode resultar na realização involuntária de transações, por conta de golpistas que programam as maquininhas para leitura de valores aleatoriamente", aponta Flávia Brito. Um meio de proteção é o uso de placas ou cartões com frequência de ondas magnéticas que bloqueiam a comunicação do cartão quando não estão em uso. Pix A especialista aconselha as pessoas a reduzirem os valores de cada transação do Pix. Para isso, basta acessar a função Meus Limites Pix, no aplicativo de cada banco. No caso de pagamento via QR Code ou transferência, conferir o valor e o destinatário do dinheiro. Celulares Mais um alerta de Flávia é para o caso de o folião ter o celular furtado. Como prevenção, o usuário não deve ter senhas de bancos e cartões de pagamento salvas no aparelho, por exemplo, em blocos de notas, e-mails, mensagens de Whatsapp ou em outros locais do celular. Outro mecanismo de proteção é ativação do bloqueio automático de tela inicial e biometria facial/digital para acessar o celular e os aplicativos. “Se mesmo com todos os cuidados, o roubo ou golpe for consumado, o banco deve ser comunicado imediatamente, para que medidas extras de segurança sejam adotadas pela entidade, como bloqueio do app e senhas de acesso. A vítima do crime deve, ainda, registrar um boletim de ocorrência na polícia local”, conclui Flávia Brito.

Carnaval: especialista em cibersegurança dá dicas para se prevenir fraudes Read More »

Giovanni Papaleo

"Nosso povo gostaria de música de qualidade, se os políticos oferecessem"

Refúgio de milhares de pessoas que dispensam a agitação do Carnaval, o Garanhuns Jazz Festival consolidou-se como evento musical e atrativo turístico para a cidade do Agreste. Seu curador e produtor fala da atrações desta edição, dos desafios enfrentados e como concebeu o GJF. Há mais de uma década, o Garanhuns Jazz Festival se consolidou como uma alternativa para aqueles que desejam passar o período carnavalesco longe do agito dos foliões. A edição deste ano, que vai de 10 a 13 deste mês, traz uma programação que une os diferentes estilos jazzísticos, ao rock, ao chorinho, ao blues e à soul music, com shows gratuitos na Praça Mestre Dominguinhos. São mais de 40 artistas entre atrações nacionais e internacionais, como Marcel Powell, Nasi, vocalista do Ira!, George Israel, Roberta Campos, Serial Funkers, Leo Gandelman, Uptown Band, Ivan Barreto — vencedor do The Voice Brasil 2023 — e a blueswoman Laretha Weathersby. O curador e produtor do evento Giovanni Papaléo conversou com Cláudia Santos sobre as novidades desta edição do Garanhuns Jazz Festival, contou como surgiu a ideia do evento e como ele contribui para movimentar a economia da cidade. Como e surgiu a ideia do Garanhuns Jazz Festival? Está comprovado que mais de 50% da população no Brasil não quer brincar Carnaval. Ao mesmo tempo, a cidade de Garanhuns tinha uma ocupação histórica na sua rede hoteleira de 15% no período da folia. Todo mundo ia para as praias. Então, o pessoal da prefeitura, na gestão de Luiz Carlos de Oliveira (que agora é nome de praça) perguntou a meu irmão Francisco Papaléo que projeto pode atrair turistas para Garanhuns na época do Carnaval. Eles já tinham tentado tudo: Garanheta, fuleiragem music e nada dava certo. Meu irmão falou comigo e eu disse uma frase que li nos Estados Unidos e se aplica no Brasil: “música de qualidade é um fator de aquecimento do turismo em nível mundial”. O prefeito, na época, não estava acreditando mas me apoiou pois nós tínhamos a paixão pelo Náutico em comum (risos). O produtor executivo do evento é meu sócio, Jackson Rocha Júnior. Logo na primeira edição do festival, em 2008, e na segunda e terceira edições conquistamos o prêmio Mestre Salustiano, do turismo estadual, superamos o Carnaval do Recife e de Olinda. O prêmio era da Empetur, destinado a projetos que ajudassem a incentivar o turismo. Na primeira vez fomos segundo lugar, depois fomos primeiro lugar duas vezes. Isso foi importante porque a gente faz um projeto que nem sempre é apoiado pelo poder público, quer dizer, a prefeitura sempre apoiou mas só agora, por exemplo, depois de vários anos, o Governo do Estado voltou a apoiar, o que é uma coisa muito boa. É um tipo de festival que, se por acaso, não tivesse razão de ser, não estava acontecendo mais porque a gente conseguiu sobreviver a vários fatores, como o humor do gestor político de outras épocas. O evento começou em 2008 e a gente fez todos os anos, até 2015, quando foi o ápice do sucesso, pois não tinha mais vaga na rede hoteleira naquele ano. Mas, o prefeito da época, por motivos que prefiro não comentar, resolveu achar que o evento não funcionava mais e aí tivemos o apoio de Felipe Carreiras que, na época, estava participando da intervenção na prefeitura de Gravatá e levamos o evento para lá, o Gravatá Jazz Festival, que funcionou de 2016 a 2020. Quando teve a pandemia, a gente parou. Agora, em 2023, em Garanhuns, foi a retomada com a gestão de Sivaldo Albino que teve a coragem de trazer esse festival de volta à cidade. Não sou ligado à política, não tenho ideologia. Para mim, cultura não tem partido. O que eu quero ressaltar é uma coisa muito importante: tanto em Gravatá em 2020, quanto em Garanhuns em 2023, em função do festival de jazz, essas duas cidades tiveram a maior taxa de incremento de novos turistas durante o Carnaval de Pernambuco. Isso foi uma pesquisa feita pela Empetur. Qual o atrativo que o jazz exerce para atrair turistas? É o estilo musical mais antigo da cultura pop ocidental em nível mundial mas, nem por isso, as pessoas, principalmente do Brasil, conseguem entender qual é a proposta do festival e no Nordeste não seria diferente. Quando falamos em festival de jazz, não nos referimos apenas à música alienígena, estrangeira ou música para intelectual, mesmo porque o jazz, na década de 1930, era a música que se usava para dançar, que tocava no rádio. Para você ter uma ideia, se não fosse o instrumento bateria, que foi criado para o jazz, não haveria, hoje em dia, a bateria do rock, do pop, e do funk, e por aí vai. Mas quando falamos em festival de jazz, estamos dizendo que é um festival com música de qualidade. Isso é uma tendência em todos os festivais de jazz do mundo. Eu e minha esposa passamos 20 dias nos Estados Unidos percorrendo alguns dos principais festivais de jazz e vimos que não estamos longe do que eles estão fazendo. Eu fiquei muito feliz com isso pois, com o pouco recurso que temos, conseguimos fazer algo que tem uma repercussão muito positiva, um resultado muito bom. O nosso festival só não tem música apelativa, fuleragem music, isso aí a gente deixa para outras propostas. Era justamente o que eu ia perguntar: o jazz é um ritmo que já há algum tempo tem acolhido outros ritmos. E essa parece ser uma característica também do festival cuja programação inclui nomes como Nasi, da banda de rock Ira! Para montar um festival, não penso simplesmente naquela atração que vai trazer gente para a cidade ou vai animar o público. É tudo muito equilibrado, pois venho fazendo eventos há mais de 30 anos nessa área. Eu nunca me aventuraria a fazer uma coisa numa área musical que eu não domino como músico, como produtor. Então, tem uma coerência. O jazz e o blues são as raízes da música pop ocidental,

"Nosso povo gostaria de música de qualidade, se os políticos oferecessem" Read More »

carnaval brasileiro

Carnaval, diversão e muita atenção!

*Por Antônio de Azevedo Maia Nesse período de Carnaval, em que são realizadas festas nos quatro cantos do país, alguns cuidados devem ser redobrados para a segurança de todos os foliões. Quando falamos de segurança pública, alguns detalhes precisam ser observados. Muitas pessoas não sabem o que caracteriza um crime de Importunação Sexual. O crime foi inserido em nosso ordenamento jurídico em 2018 e consiste na forma de o agressor ou agressora satisfazer a sua própria “necessidade”, sem a permissão da vítima. Vários exemplos podem ser usados para esclarecer o que é importunação sexual. Exemplos: - Beijo roubado - Toque sem permissão Durante esse período, infelizmente, é comum mulheres serem tocadas no meio da folia. Aqui, a máxima do "não é não" pode, em muitos casos, nem ser aplicada, já que as vítimas nem sabem que estão sofrendo um crime. E esse crime tem uma pena de até 5 anos de reclusão. Mas isso não é tudo. Se após tal conduta, a vítima se manifestar e disser não, a história muda de contexto e passa a ser um crime mais grave, o de estupro. O estupro, diferente do que muitos imaginam, não necessita da conjunção carnal!!! Além da violência ou grave ameaça em ter a conjunção carnal, o crime de estupro também é caracterizado pela prática de qualquer outro ato libidinoso, ou seja, aquele que tem a finalidade de satisfazer o desejo sexual do agressor ou da agressora. É importante destacar que qualquer conjunção carnal ou ato libidinoso, mesmo com a permissão de um menor de 14 anos, é crime! O carnaval é uma festa que requer cuidados básicos o tempo todo, para garantir que a folia seja animada do começo ao fim. Os foliões devem redobrar a atenção para aproveitar a festa de forma segura e, claro, respeitando as leis, como em qualquer outra época do ano.  Antônio de Azevedo Maia  é  professor do curso de Direito da Wyden. É bacharel em direito, advogado  e mestre em direito ambiental pela universidade do estado do Amazonas.

Carnaval, diversão e muita atenção! Read More »

igrejas

Quais os municípios pernambucanos com mais templos religiosos?

De acordo com dados revelados pelo IBGE, a partir do Censo, o Recife é a cidade com mais templos religiosos no Estado (2.575), sendo seguida por Jaboatão dos Guararapes (1.850) e por Caruaru (943). Confira abaixo a tabela com os 15 municípios com mais espaços dedicados à religião em Pernambuco. O estudo não indicou qual o tipo de igreja, centro espírita ou terreiro, nem o porte desses espaços. Cidade | Templos Recife (PE) 2575 Jaboatão dos Guararapes (PE) 1850 Caruaru (PE) 943 Petrolina (PE) 901 Paulista (PE) 798 Cabo de Santo Agostinho (PE) 721 Olinda (PE) 720 Vitória de Santo Antão (PE) 413 Camaragibe (PE) 402 Ipojuca (PE) 377 Igarassu (PE) 347 São Lourenço da Mata (PE) 303 Garanhuns (PE) 299 Serra Talhada (PE) 278 Entre os municípios mais populosos, a maior proporção de templos por habitantes é em Ipojuca (que abriga 1 templo para cada 264,4 pessoas). O Cabo de Santo Agostinho (com 1 templo para 281,8 pessoas) e Vitória de Santo Antão (1 templo para 324,7 pessoas), completam os primeiros lugares. Município / Proporção templo por habitantes (entre as cidades mais populosas de PE) Fora dessa lista dos municípios com a maior população, outras cidades da mata sul se destacam, como Sirinhaém (1 templo para 185,2 habitantes), Ribeirão (1 templo para 185,2 habitantes), Rio Formoso (1 templo para 217,4 habitantes) Escada (1 templo para 256 habitantes) e Palmares (1 templo para 262 habitantes). Todos estariam a frente no ranking do Estado. Confira abaixo a lista completa do IBGE NOME_MUN Estab. Relig. Recife (PE) 2575 Jaboatão dos Guararapes (PE) 1850 Caruaru (PE) 943 Petrolina (PE) 901 Paulista (PE) 798 Cabo de Santo Agostinho (PE) 721 Olinda (PE) 720 Vitória de Santo Antão (PE) 413 Camaragibe (PE) 402 Ipojuca (PE) 377 Igarassu (PE) 347 São Lourenço da Mata (PE) 303 Garanhuns (PE) 299 Serra Talhada (PE) 278 Abreu e Lima (PE) 269 Goiana (PE) 263 Gravatá (PE) 256 Escada (PE) 233 Carpina (PE) 215 Palmares (PE) 208 Araripina (PE) 207 Ouricuri (PE) 205 Santa Cruz do Capibaribe (PE) 204 Sirinhaém (PE) 203 Moreno (PE) 195 Belo Jardim (PE) 184 Paudalho (PE) 181 Bezerros (PE) 178 Salgueiro (PE) 178 Arcoverde (PE) 175 Surubim (PE) 169 Ribeirão (PE) 165 Pesqueira (PE) 162 Brejo da Madre de Deus (PE) 160 Buíque (PE) 151 Santa Maria da Boa Vista (PE) 150 Bom Jardim (PE) 148 Barreiros (PE) 140 Limoeiro (PE) 139 Timbaúba (PE) 135 Água Preta (PE) 132 São José do Belmonte (PE) 131 São Bento do Una (PE) 126 Aliança (PE) 122 Bonito (PE) 122 Pombos (PE) 122 Bodocó (PE) 118 Cabrobó (PE) 112 Exu (PE) 111 Catende (PE) 109 João Alfredo (PE) 108 Taquaritinga do Norte (PE) 107 Águas Belas (PE) 105 Custódia (PE) 105 Passira (PE) 105 Bom Conselho (PE) 102 Nazaré da Mata (PE) 99 São Caitano (PE) 98 Sertânia (PE) 98 Lajedo (PE) 97 São José do Egito (PE) 97 Vicência (PE) 97 Lagoa Grande (PE) 96 Rio Formoso (PE) 92 Glória do Goitá (PE) 89 Riacho das Almas (PE) 89 Itambé (PE) 86 Flores (PE) 85 Tacaratu (PE) 85 Toritama (PE) 85 Carnaubeira da Penha (PE) 84 Feira Nova (PE) 84 Gameleira (PE) 84 Orobó (PE) 84 Petrolândia (PE) 82 Itapissuma (PE) 81 Panelas (PE) 81 Cupira (PE) 79 Trindade (PE) 79 Ipubi (PE) 78 Ilha de Itamaracá (PE) 77 Joaquim Nabuco (PE) 74 Serrita (PE) 73 Macaparana (PE) 72 Parnamirim (PE) 72 Quipapá (PE) 72 Floresta (PE) 71 Itaíba (PE) 71 Canhotinho (PE) 70 Ibimirim (PE) 70 Amaraji (PE) 69 Betânia (PE) 69 Caetés (PE) 69 Condado (PE) 69 Cumaru (PE) 69 Jataúba (PE) 69 Manari (PE) 68 Afogados da Ingazeira (PE) 67 Lagoa dos Gatos (PE) 67 Vertentes (PE) 67 Lagoa de Itaenga (PE) 66 São José da Coroa Grande (PE) 65 Tamandaré (PE) 65 Agrestina (PE) 64 Orocó (PE) 64 Altinho (PE) 63 Carnaíba (PE) 63 Casinhas (PE) 63 Dormentes (PE) 63 Mirandiba (PE) 63 Sanharó (PE) 63 São João (PE) 63 Tabira (PE) 62 Tracunhaém (PE) 61 Lagoa do Carro (PE) 60 Lagoa do Ouro (PE) 59 Santa Cruz (PE) 59 São Joaquim do Monte (PE) 59 Triunfo (PE) 59 Tupanatinga (PE) 58 Vertente do Lério (PE) 58 Jatobá (PE) 57 Araçoiaba (PE) 56 Santa Maria do Cambucá (PE) 56 São Vicente Férrer (PE) 56 Afrânio (PE) 55 Verdejante (PE) 54 Saloá (PE) 53 Iati (PE) 52 Capoeiras (PE) 51 Frei Miguelinho (PE) 50 Ferreiros (PE) 49 Pedra (PE) 49 Buenos Aires (PE) 47 Chã Grande (PE) 47 Iguaracy (PE) 47 Inajá (PE) 47 Xexéu (PE) 47 Itapetim (PE) 45 Itaquitinga (PE) 45 Jupi (PE) 45 Primavera (PE) 45 Barra de Guabiraba (PE) 44 Belém do São Francisco (PE) 44 Chã de Alegria (PE) 44 Jurema (PE) 44 Machados (PE) 44 Jaqueira (PE) 43 Santa Cruz da Baixa Verde (PE) 43 Cortês (PE) 41 Moreilândia (PE) 41 Alagoinha (PE) 40 Angelim (PE) 40 Correntes (PE) 40 Jucati (PE) 40 Venturosa (PE) 40 Cedro (PE) 39 Ibirajuba (PE) 39 Paranatama (PE) 39 Santa Filomena (PE) 39 Camocim de São Félix (PE) 38 Maraial (PE) 38 Cachoeirinha (PE) 37 São Benedito do Sul (PE) 37 Sairé (PE) 36 Tacaimbó (PE) 36 Belém de Maria (PE) 34 Santa Terezinha (PE) 32 Poção (PE) 31 Salgadinho (PE) 31 Calumbi (PE) 29 Terra Nova (PE) 29 Granito (PE) 27 Brejão (PE) 26 Camutanga (PE) 26 Palmeirina (PE) 26 Ingazeira (PE) 25 Brejinho (PE) 24 Calçado (PE) 23 Tuparetama (PE) 23 Quixaba (PE) 21 Terezinha (PE) 21 Solidão (PE) 14 Itacuruba (PE) 13 Fernando de Noronha (PE) 6 *Imagem de abertura produzida por IA, no Bing Creator

Quais os municípios pernambucanos com mais templos religiosos? Read More »

cdl paulista

Parceria entre a CDL Paulista e a Uninassau vai promover qualificação profissional

Ação será voltada para funcionários da iniciativa privada e concluintes do ensino médio do município A CDL Paulista e a Uninassau estabeleceram uma parceria com o objetivo de promover a qualificação profissional para o mercado de trabalho da cidade. O foco da ação será direcionado aos funcionários da iniciativa privada e aos concluintes do ensino médio no município. A partir da segunda quinzena de maio, será implementado um programa de formação continuada em gestão e negócios, proporcionando certificados digitais Uninassau aos participantes. Além do público inicial, micro e pequenos empreendedores, bem como setores ligados à CDL - Paulista, terão a oportunidade de participar das capacitações, que abordarão as novas habilidades exigidas pelo mercado, conforme destacado por Carlos Souza, coordenador dos cursos de Gestão e Negócios da instituição de ensino. O consultor comercial da Uninassau-Paulista, Bruno Gomes, ressaltou a política de responsabilidade social ativa da instituição de ensino, destacando que os cursos serão gratuitos, com diversas durações, e serão realizados no período noturno, nas dependências do centro universitário, das 18:30h às 21:30h. “A instituição de ensino universitário tem o exercício de uma política de responsabilidade social ativa que dentro de suas ações devolva à sociedade um trabalho que busca o bem-estar humano. Os cursos serão gratuitos e terão duração variada. Serão realizados no período noturno, nas dependências do nosso centro universitário, no horário das 18:30h até 21:30h. Destacamos o entendimento e recepção da CDL Paulista para formalização da parceria e damos os parabéns a entidade pelo seu posicionamento, compromisso e contribuição”, ressaltou o consultor comercial da Uninassau-Paulista, Bruno Gomes. “A partir da segunda quinzena de maio vamos implementar um programa de formação continuada em gestão e negócios onde os participantes terão direito a certificado digital Uninassau incluso. Ainda além do público inicial, os micro e pequenos empreendedores e setores ligados ao CDL - Paulista poderão participar das capacitações para novas habilidades exigidas pelo mercado”, disse o coordenador dos cursos de Gestão e Negócios da entidade de ensino, Carlos Souza.

Parceria entre a CDL Paulista e a Uninassau vai promover qualificação profissional Read More »

sustentabilidade

Pesquisa da CNI revela que 81% dos brasileiros adotam hábitos sustentáveis

A adesão de brasileiros a práticas sustentáveis no cotidiano tem crescido, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo revela que 81% dos entrevistados incorporam hábitos sustentáveis sempre ou na maioria das vezes, um aumento em relação aos 74% registrados em 2022. Nos últimos seis meses, as ações sustentáveis mais comuns incluíram evitar o desperdício de água (90%), energia (89%), reduzir a produção de lixo (78%), reutilizar água (74%), separar lixo para reciclagem (65%), reutilizar ou reaproveitar embalagens (60%) e reutilizar o uso de embalagens (70%). No entanto, obstáculos persistem. Encontrar produtos sustentáveis é desafiador para 62% dos entrevistados, e 45% não verificam se os produtos foram produzidos de maneira ambientalmente sustentável. A falta de campanhas de conscientização (19%), hábitos prejudiciais (15%) e desconhecimento (15%) foram citados como principais entraves para a adoção de práticas sustentáveis. O preço ainda é uma barreira significativa, especialmente para produtos orgânicos e que preservam o bem-estar animal. Cerca de 32% dos entrevistados optam por alimentos orgânicos apenas se o preço for equivalente aos não orgânicos, enquanto 33% escolhem produtos que respeitam o bem-estar animal somente se o preço for o mesmo que outros produtos de origem animal. O perfil dos brasileiros que separam lixo para reciclagem destaca-se em moradores de cidades do interior, com idade mais avançada e menor escolaridade. A região Sudeste lidera com 57% de separação de lixo para reciclagem, seguida pelo Sul (55%), Nordeste (36%) e Norte/Centro-Oeste (32%). Dificuldades comuns incluem falta de costume e esquecimento (29%), ausência de coleta seletiva (20%) e falta de informação sobre reciclagem (11%). Ricardo Alban, presidente da CNI “Todos temos de fazer a nossa parte: governo, sociedade e setor produtivo juntos, no que cabe a cada um para viabilizar a descarbonização da economia. Temos de entrar em um ciclo virtuoso para impulsionar o país para uma economia mais sustentável e alinhada à conservação do planeta e à promoção do bem-estar social”.

Pesquisa da CNI revela que 81% dos brasileiros adotam hábitos sustentáveis Read More »

Guilherme cavalcanti andrea rebo barros 1

"Temos que olhar o mapa do Nordeste sem as fronteiras que nos separam"

Um conjunto de entidades empresariais ligadas à engenharia de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte se reuniu na sede do Sinduscon-PE para articular a defesa da recuperação da antiga Malha Nordeste que conectava por trilhos os quatro Estados. Sem operações há mais de 10 anos, ela pode agora ser devolvida pela concessionária FTL (Ferrovia Transnordestina Logística) que entrou com um pedido de devolução junto à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Guilherme Cavalcanti, secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, esteve presente no evento e integra também o esforço de recuperar o modal considerado indispensável para a economia regional. Nesta entrevista a Rafael Dantas, ele faz também um balanço da sua pasta no primeiro ano de gestão do Governo Raquel Lyra e comenta sobre os planos para 2024. Ele prevê, por exemplo, que as obras para o primeiro trecho do Arco Metropolitano podem começar ainda este ano, já que o projeto executivo fica pronto em abril, o que abre caminho para realizar a licitação. O que o Estado pretende fazer diante de mais uma iniciativa prejudicial da concessionária que, depois de excluir Suape da Transnordestina, agora quer abandonar a Malha Nordeste? Esse é um movimento que deixa evidente que a atual Transnordestina incompleta deixou de ser um projeto de nação e passou a ser, exclusivamente, um projeto de quintal da empresa A ou B ou C. É lamentável que o País esteja se submetendo ao capricho individual de uma empresa. A certeza que temos é que estamos na defesa do que é correto e isso é o que alimenta a força da nossa luta. Vamos, cada vez mais, expor a realidade de que o Nordeste, principalmente o Nordeste Oriental, com os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, está sendo alijado da possibilidade de ter, de fato, uma maior competitividade. Em Pernambuco vamos seguir firmes na cobrança dos compromissos reforçados pelo Governo Federal no que diz respeito ao trecho Salgueiro-Suape. Mas, agora, integraremos também essa luta para a reativação de uma conexão das regiões econômicas mais pujantes do Nordeste Oriental. Isso significa ligar o norte do Rio Grande do Norte ao sul de Alagoas e fazer isso dentro de uma concessão que possa privilegiar a integração dessas regiões. Por fim, a gente já tem dito isso, mas gosto de ressaltar sempre: não estamos falando do trecho Salgueiro-Suape, mas do trecho Suape-Ferrovia Norte e Sul [com a conclusão da Transnordestina fica mais factível a possibilidade de conectar o porto pernambucano com essa importante ferrovia que é a Norte Sul]. Se o Brasil quiser levar a sério o desafio de ter uma integração ferroviária que entrega competitividade, precisamos conectar o Porto de Suape, que é o hub port do Nordeste, às regiões produtivas do Matopiba (sigla para Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia) e ao País como um todo através da Ferrovia Norte-Sul. Temos uma oportunidade de fazer isso. Os planos do Brasil sempre apontaram nessa direção e não faz nenhum sentido que as pessoas abandonem essa linha estratégica. Então, é isso que a gente vai cobrar permanentemente. Qual a importância dessa articulação regional das entidades empresariais para retomada da antiga Malha Nordeste? A área de influência de Suape vai de Natal à Maceió. A gente serve às principais áreas metropolitanas de todo o Nordeste Oriental, servimos às grandes cidades do interior e é isso que tem sustentado a demanda. Nesse embate em defesa da Transnordestina, o Porto de Suape, em parceria com a Federação das Indústrias e o Senai, está realizando estudos de cargas e ampliando o raio desses estudos para alcançar todas as regiões produtivas aqui no Estado e prospectando cargas muito além do limite de Pernambuco e do Nordeste Oriental. Então, é fundamental o fato de o governador da Paraíba [João Azevêdo] ser o presidente do Consórcio Nordeste, o ministro dos Transportes ser alagoano, termos no Rio Grande do Norte talvez o maior potencial das energias renováveis do Brasil e quiçá do mundo. Há uma revolução se iniciando que começa pela capacidade dos ventos e do sol, que tem brilhado um pouco mais forte no Rio Grande do Norte. Tudo isso vai se integrar numa economia pujante que está, sim, ao longo das nossas capitais. Precisamos defender que essa integração se faça de uma forma que fiquemos cada vez mais perto em vez de cada vez mais longe. Temos que começar a olhar o nosso mapa sem as fronteiras que nos separam. O Estado da Paraíba, por exemplo, de forma muito inteligente abraçou o polo automotivo da Stellantis, como sendo o polo da Paraíba também. Essas grandes obras e grandes investimentos que integram e desenvolvem o Nordeste têm impacto que repercute na região toda e tem que ser objeto de defesa radical da gente. No ano passado o Governo Federal fez um gesto de incluir no PAC o trecho pernambucano da Transnordestina até Salgueiro. O que foi feito de lá para cá? Primeiro, estava correndo o prazo do levantamento de haveres, ou seja, uma auditoria final para que possam ser recebidos os trechos que estão principalmente entre Salgueiro e Custódia. Trata-se de levantamento de ativos, a valoração disso para que possa concluir o processo que teve início no Aditivo Nº 1. Isso é o processo que andou, a companhia fez a sua parte, a ANTT fez a sua também, isso agora está em análise pelo ministério e ele tem um prazo para concluir e estamos acompanhando. Além disso, criamos um grupo de trabalho entre o Governo de Pernambuco e o Federal para desenhar uma nova modelagem de concessão. Já vimos três modelos possíveis que estão sendo explorados e serão aprofundados para que possamos propor isso mais adiante. Também foi colocada à mesa a possibilidade de invertermos parte dessa obra, tendo seu início a partir do Porto de Suape. Isso ainda está em fase de estudo, é cedo para dizer se esse será ou não o caminho a ser trilhado. Mas, o fato é que como não há devolução de ativos nesse trecho, seria uma obra nova,

"Temos que olhar o mapa do Nordeste sem as fronteiras que nos separam" Read More »