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Autismo em Pernambuco é caso de CPI

*Por Bruno Moury Fernandes Imagine um Estado que simplesmente ignora o sofrimento de milhares de crianças. Imagine mães que percorrem quilômetros em busca de uma avaliação médica. Imagine a frustração, o luto silencioso, o cansaço de uma batalha diária que poderia ser suavizada – não por milagres, mas por políticas públicas. Esse Estado tem nome: Pernambuco. O Tribunal de Contas do Estado escancarou a tragédia. Não é exagero, é diagnóstico técnico. Um relatório recente sobre os serviços públicos voltados ao TEA (Transtorno do Espectro Autista) revelou o que as famílias já sabiam – e sofriam na pele: a rede pública de saúde para pessoas com autismo está em colapso! Na verdade, ela nunca existiu. A radiografia é chocante: A esmagadora maioria dos municípios não oferece nem mesmo o básico – uma equipe mínima com psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo. E mesmo quando existentes esses profissionais, apenas uma minoria é capacitada para lidar com TEA: 9,45% possuem capacitação para atender essa complexa demanda. Apenas 25 municípios realizaram treinamentos com os profissionais para aplicação do protocolo para detecção do autismo em crianças de 0 a 30 meses. Somente 15 municípios realizaram treinamento relacionado ao TEA direcionado aos pais. Dentre todos os municípios do Estado, 6 possuem equipamento de saúde exclusivo para o público autista. Mais de 45 mil pessoas estão na fila para diagnóstico. O Governo do Estado tinha orçamento de R$ 27 milhões para gastar com esse público em 2024, mas apenas R$ 70 mil foram investidos. Um escárnio! Um escândalo! Se fosse apenas descuido, já seria grave. Mas não. É omissão sistemática, institucional e persistente. A Secretaria Estadual de Saúde foi diversas vezes provocada. Recebeu relatórios, alertas, dados, recomendações. Nada fez. Ou melhor, fez o que o Estado brasileiro, infelizmente, faz tão bem: ignorou, engavetou, arrastou. Essa omissão não é técnica, é política. O desenvolvimento cerebral de uma criança autista não se congela até que a máquina pública funcione. E quando a política falha nesse grau, estamos diante de algo que ultrapassa a fronteira da incompetência. Estamos no território da negligência institucionalizada. Pernambuco precisa de uma CPI. Sim, uma Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa. Que convoque gestores, revele documentos, exponha as entranhas da negligência. Não para fazer espetáculo. Mas para produzir consequências. *Bruno Moury Fernandes é advogado

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Festa Junina Sensivel e Alegre

Como tornar o São João mais acolhedor para pessoas neurodivergentes

Segundo a psicoterapeuta da Clínica Mundos, Ana Paula Calado, Neurodivergentes podem ter desconfortos e até crises, mas é possível ajudá-los O colorido vibrante das bandeirinhas, o cheiro inconfundível das comidas típicas, as batidas da música, o calor das fogueiras e o estrondo dos fogos: o São João é uma celebração rica em sensações. Para muitos, essa mistura é parte da mágica da festa. Mas, para pessoas neurodivergentes — como aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), TDAH ou outras condições —, esse turbilhão sensorial pode gerar sobrecarga, ansiedade e até crises. A alegria das quadrilhas e brincadeiras de grupo pode rapidamente se tornar um desafio para quem lida com hipersensibilidade a ruídos, cheiros, toques ou luzes. A fumaça da fogueira, os tecidos das roupas típicas e o inesperado dos sons e movimentos são apenas alguns dos gatilhos que podem afetar crianças, adolescentes e adultos neurodivergentes. Especialistas alertam que, com pequenas adaptações e uma dose generosa de empatia, é possível fazer do São João uma experiência mais inclusiva e respeitosa para todos. “O que acontece é que, para o cérebro neurodivergente, esse é um momento de sobrecarga de informações, que gera ansiedade”, explica Ana Paula Calado, psicoterapeuta da Clínica Mundos, que atua no tratamento terapêutico das neurodiversidades.  Um dos ícones mais tradicionais das festas juninas, a fogueira, pode ser também um dos maiores desafios para pessoas neurodivergentes. O calor intenso, a fumaça densa e o cheiro característico são estímulos fortes que nem todos conseguem processar com facilidade. Além disso, o barulho dos fogos de artifício, tão comum durante o São João, pode provocar sustos, desconforto e até crises sensoriais, especialmente em crianças com hipersensibilidade auditiva. “O cheiro intenso da fogueira ou o som abrupto dos fogos pode ser extremamente desconfortável para pessoas com hipersensibilidade sensorial. Por isso, adaptar os ambientes e oferecer espaços mais tranquilos é essencial”, orienta Ana Paula Calado. Quando o arraiá vira desafio, o jeito é antecipar, ensaiar, respeitar Para tornar o São João mais acessível e acolhedor, a preparação pode fazer toda a diferença. Criar roteiros visuais com fotos do ambiente, mostrar vídeos das quadrilhas ou fazer pequenos ensaios com amigos e familiares são estratégias que ajudam a antecipar os estímulos da festa. Essa previsibilidade traz mais segurança emocional e reduz as chances de sobrecarga sensorial. Outra medida importante é respeitar o ritmo de cada criança: se ela preferir apenas observar, sem participar ativamente, isso também deve ser valorizado. Muitas famílias recorrem a fones abafadores de som e conversas prévias sobre o que esperar da celebração, estratégias simples que promovem conforto. E já começam a surgir boas práticas em festas e escolas, como os chamados “horários tranquilos”, com sons e luzes reduzidos — uma alternativa inclusiva que acolhe não só pessoas neurodivergentes, mas também idosos e bebês. “Uma dica importante é respeitar o tempo da criança. Ela não precisa estar na quadrilha se isso causar sofrimento. Ela pode estar ali de outro jeito, no seu tempo, com acolhimento e apoio”, orienta Ana Paula. Adaptações que fazem a diferença “A inclusão é um processo contínuo e afetuoso. Quando pensamos nas necessidades sensoriais e emocionais de cada um, estamos dizendo: você é bem-vindo, do seu jeitinho. E isso é o que realmente importa numa festa popular como o São João” - Ana Paula Calado.

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Maio Amarelo destaca os desafios de pessoas neurodivergentes no trânsito

Campanha amplia debate sobre mobilidade inclusiva e alerta para impactos sensoriais em autistas e outros neurodivergentes A campanha Maio Amarelo, voltada à segurança no trânsito, amplia seu foco em 2025 ao abordar os desafios enfrentados por pessoas neurodivergentes — como autistas e indivíduos com TDAH — nas ruas, estradas e meios de transporte. A discussão é urgente: o mais recente relatório do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), divulgado em abril deste ano, aponta que 1 em cada 31 crianças está no espectro autista, o que reforça a necessidade de repensar políticas públicas, estruturas urbanas e práticas sociais que favoreçam uma mobilidade mais empática e segura. Barulhos intensos, trânsito imprevisível e longos engarrafamentos podem causar sobrecargas sensoriais em pessoas neurodivergentes, afetando diretamente seu bem-estar. “O barulho constante, a imprevisibilidade dos engarrafamentos e o confinamento dentro de carros ou transportes públicos podem gerar sobrecarga sensorial. Isso afeta o comportamento, causa ansiedade, irritabilidade e, em alguns casos, crises intensas de desregulação emocional”, explica a psicóloga Ednalva Mariano. Ambientes urbanos mal planejados dificultam ainda mais a experiência de deslocamento e exigem estratégias específicas de acolhimento e preparação. No transporte individual, criar um ambiente previsível faz toda a diferença. A psicóloga recomenda que os responsáveis antecipem o trajeto, mostrem o percurso no GPS, evitem mudanças de rota e ofereçam itens de conforto sensorial, como abafadores de ruído, brinquedos táteis e músicas familiares. “Se a criança, ou o adolescente se desregular no carro, o ideal é parar o veículo em local seguro, reduzir os estímulos e ajudá-la a recuperar o equilíbrio emocional. O acolhimento é o primeiro passo”, enfatiza. Nos transportes coletivos, os desafios se intensificam. Ônibus e metrôs lotados, cheiros, luzes e sons intensos podem ser gatilhos para crises emocionais. Para minimizar o impacto, é recomendado evitar horários de pico, carregar objetos sensoriais de apoio e combinar sinais que alertem sobre o desconforto. “Muitas pessoas não conseguem usar transporte público por causa do excesso de estímulos. Mas, quando não há opção, é importante preparar a pessoa com informações sobre o trajeto e o que pode acontecer”, orienta Ednalva. A cidade também impõe obstáculos aos pedestres neurodivergentes. Buzinas, travessias rápidas e estímulos visuais inesperados dificultam a locomoção a pé. Medidas simples como ensinar rotas seguras, usar pulseiras de identificação e sinalizações como o cordão de girassol ou adesivos com o símbolo do autismo ajudam a garantir mais segurança e respeito. Em caso de crise, é essencial oferecer ajuda com calma, respeitando limites e promovendo empatia. No Recife, a inclusão ganhou reforço com a emissão de credenciais específicas para pessoas com TEA, válidas em todo o Brasil por cinco anos. A credencial permite o uso de vagas especiais em vias públicas e estabelecimentos privados. Espaços como a Clínica Mundos também contribuem com esse ecossistema de apoio: referência no tratamento multidisciplinar de crianças e adolescentes neurodivergentes, já realizou mais de 1 milhão de atendimentos desde 2023 e está em plena expansão em Pernambuco. Dicas para um trânsito mais inclusivo e seguro 1. Respeite o tempo dos pedestres: Nem todos reagem com rapidez aos sinais. Seja paciente. 2. Evite buzinas desnecessárias: Sons altos podem ser gatilhos para pessoas com hipersensibilidade auditiva. 3. Dê preferência na faixa: Pedestres neurodivergentes podem ter dificuldade para avaliar o tempo de travessia. 4. Adesivo com identificação de neurodivergência importa: Os símbolos como o quebra-cabeça colorido ajudam a sinalizar vulnerabilidade e incentivar a empatia. 5. Estacione corretamente: Rampas e calçadas livres garantem acessibilidade. E não esqueça de usar a identificação de vaga especial. 6. Fique atento a comportamentos diferentes: Em caso de crise visível, ofereça ajuda de forma calma e respeitosa. 7. Transporte escolar: exija capacitação: escolas e motoristas devem saber lidar com crianças neurodivergentes.

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Acesso à educação: direitos dos autistas e os desafios da inclusão escolar

*Por Robson Menezes O direito à educação das pessoas autistas é garantido por lei e deve ser assegurado sem qualquer tipo de discriminação. No entanto, muitas famílias ainda enfrentam desafios, como a recusa de matrícula, a falta de adaptação curricular e a ausência de suporte adequado dentro das instituições de ensino. Qualquer negativa de matrícula baseada no diagnóstico de autismo é crime e pode gerar punições à instituição de ensino. A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e a Lei nº 12.764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, determinam que escolas públicas e privadas não podem recusar alunos autistas sob nenhuma justificativa. Expressões como “não estamos preparados”, “já atingimos o limite de alunos autistas” ou “não temos estrutura” são ilegais e podem levar à aplicação de multas, além da perda do cargo de diretoria do gestor responsável em casos de descumprimento reiterado. Se há vaga para um aluno neurotípico, a mesma vaga deve estar disponível para um aluno atípico, sem qualquer distinção. Além da matrícula garantida, a escola deve elaborar um Plano Educacional Individualizado (PEI) para cada aluno autista. Esse plano deve prever todas as adaptações curriculares necessárias, considerando as particularidades de aprendizagem do estudante. Outro direito essencial é o acesso à sala de recursos, um espaço dentro da escola onde o aluno pode receber reforço pedagógico, utilizar materiais adaptados e contar com profissionais especializados. O uso dessa sala pode ocorrer no contraturno ou durante o horário escolar, de acordo com as necessidades do estudante e seu PEI. Os alunos autistas também têm direito ao profissional de apoio escolar, que auxilia no acompanhamento das atividades diárias dentro da instituição. Esse profissional deve ser disponibilizado pela própria escola, sem custos adicionais para a família. Além disso, as instituições não podem impedir a presença de um assistente terapêutico, que é um profissional de saúde responsável por aplicar terapias comportamentais dentro do ambiente escolar. Muitas crianças autistas precisam desse suporte para desenvolver habilidades sociais e acadêmicas, e a proibição da entrada desse profissional configura violação dos direitos do aluno. Se uma escola negar matrícula, se recusar a fornecer adaptações curriculares ou impedir o acesso de profissionais de apoio, os responsáveis podem denunciar a situação para os seguintes órgãos: Secretarias de Educação (municipais ou estaduais, conforme a série do aluno), Ministério Público, PROCON e OAB (Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência ou Comissão dos Autistas). Além disso, associações que defendem os direitos dos autistas podem oferecer suporte para formalizar as denúncias e pressionar as autoridades por providências. Outro aspecto fundamental para a inclusão educacional dos autistas é o acesso ao transporte escolar adaptado. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) e o Estatuto da Pessoa com Deficiência estabelecem que o transporte deve ser acessível e adequado às necessidades dos alunos com deficiência. Isso inclui veículos adaptados, motoristas capacitados e monitores treinados para oferecer suporte durante o trajeto. Se o transporte acessível não for oferecido, a família pode recorrer ao Ministério Público e às Secretarias de Educação para garantir esse direito. A educação inclusiva é um direito fundamental dos autistas, e seu cumprimento depende do compromisso das escolas e da fiscalização por parte das famílias e da sociedade. Conhecer a legislação e exigir seu cumprimento é essencial para garantir que as crianças autistas tenham acesso à escola de forma plena, com todos os recursos necessários para seu aprendizado e desenvolvimento. Robson Menezes é advogado especialista em Direito dos Autistas e pai atípico.

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Festival “Viva as Diferenças” celebra neurodiversidade com arte, música e cinema no Recife

Evento gratuito no Parque da Jaqueira reforça inclusão durante o Abril Azul, mês de conscientização sobre o autismo A capital pernambucana será palco, no próximo sábado (12), da segunda edição do Festival “Viva as Diferenças”, iniciativa que propõe um olhar mais inclusivo sobre as pessoas neurodivergentes. O evento, gratuito e aberto ao público, será realizado no Parque da Jaqueira, das 15h às 19h, reunindo apresentações artísticas, música ao vivo e sessões de cinema ao ar livre. Promovido pela clínica Aprimore Terapia Integrada, o festival integra a programação do Abril Azul, mês de sensibilização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), promovido mundialmente pela ONU. A programação inclui atrações como a Escola de Circo do Recife, a banda Fim de Feira e a bailarina Amanda Lima, primeira dançarina de ponta com Síndrome de Down do Norte/Nordeste. O evento também exibirá um documentário produzido por alunos da Oficina de Cinema da Aprimore, além de filmes que abordam inclusão e diversidade. Com foco na convivência e na empatia, o festival visa desconstruir estigmas e valorizar as múltiplas formas de existência. “Acreditamos que espaços como este são essenciais para promover a aceitação e garantir que todas as pessoas tenham a oportunidade de se expressar e participar plenamente da vida em comunidade. Através da arte, do esporte e da cultura, queremos mostrar que as diferenças não são barreiras, mas sim riquezas que tornam nossa sociedade mais plural e humana", afirma Juliana Maia, fonoaudióloga, terapeuta DIR Trainer e sócia fundadora da Aprimore. Segundo estudo da Universidade de Stanford, entre 15% e 20% da população mundial é considerada neurodiversa. No Brasil, esse debate ganha força diante do crescimento no número de diagnósticos. Dados do Censo da Educação Básica revelam que, entre 2022 e 2023, o número de estudantes com TEA em sala de aula aumentou 50%. Fundada há nove anos, a Aprimore atua como referência no atendimento a crianças e adolescentes neurodivergentes, promovendo terapias integradas e atividades que fortalecem competências socioemocionais, motoras e cognitivas. Serviço:Festival Viva as Diferenças – 2ª edição📍 Parque da Jaqueira – Recife (PE)📅 Sábado, 12 de abril🕒 Das 15h às 19h🎟️ Entrada gratuita

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Recife ganha primeira Sala Multissensorial do Nordeste para acolher passageiros neurodivergentes

Ambiente no Aeroporto Internacional do Recife oferece conforto e bem-estar a pessoas com autismo e outras neurodivergências O Aeroporto Internacional do Recife agora conta com a primeira Sala Multissensorial do Nordeste dedicada a passageiros com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras neurodivergências. Inaugurado pela Aena na última sexta-feira (4), o espaço foi desenvolvido para oferecer um ambiente acolhedor, reduzindo estímulos sensoriais que costumam gerar estresse durante a experiência de viagem. A ação faz parte do Programa de Acolhimento ao Passageiro com TEA, do Ministério de Portos e Aeroportos, e reforça o compromisso com a inclusão nos aeroportos brasileiros. Com 35 metros quadrados, a sala comporta até quatro famílias simultaneamente e inclui recursos como iluminação suave, sons relaxantes, colunas de bolhas, piscina de bolinhas iluminada e almofadas com tecidos especiais. O espaço foi idealizado em parceria com a Neurobrinq e planejado para oferecer alívio sensorial e previsibilidade. “É um espaço que ajuda a regular o estresse, trazendo alívio em relação aos estímulos externos e promovendo bem-estar", explica Greg Marques Pereira, CEO da Neurobrinq. A iniciativa, celebrada em solenidade com autoridades como o ministro Silvio Costa Filho e o prefeito do Recife, João Campos, também marca o lançamento da cartilha “Inclusão Dentro e Fora do Avião”, de Aline Campos. A publicação orienta sobre as necessidades de passageiros neurodivergentes, contribuindo para a construção de um transporte aéreo mais acessível. “Abrimos as portas de um ambiente inclusivo, capaz de proporcionar uma viagem tranquila a passageiros que, de outro modo, teriam muita dificuldade em usar o transporte aéreo”, destacou Joaquín Rodríguez, diretor-geral da Aena Brasil. Outros terminais administrados pela Aena também receberão espaços semelhantes até o fim de 2025. Em funcionamento, além do Recife, está o Aeroporto de Congonhas (SP). Maceió, João Pessoa, Aracaju, Campo Grande e Uberlândia estão entre os próximos na fila de implantação. Serviço📍 Local: Aeroporto Internacional do Recife – Embarque Norte, em frente ao portão B12🕐 Funcionamento: 24 horas por dia👨‍👩‍👧‍👦 Capacidade: até quatro famílias simultaneamente

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Diagnóstico de TEA em meninas

*Por Juliana Maia O Abril Azul foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre o autismo, principalmente sobre a importância do diagnóstico dessa neurodivergência.  A escolha da cor foi resultado da maior prevalência do autismo em meninos que em meninas, numa proporção de 4:1. Dentro desse cenário, é importante lembrar que o diagnóstico tardio é muito comum em mulheres, pois muitas vezes, as meninas não apresentam as características mais comumente conhecidas no autismo, não sendo, assim, facilmente reconhecidas pelos pais ou responsáveis. Mas há uma explicação para esse fato. Os primeiros sinais do Transtorno do Espectro Autista (TEA) começam a surgir na infância e, os mais marcantes são: atraso de fala e ausência de contato visual. Mas o autismo é um Espectro, e muitas vezes nas meninas sua manifestação não inclui atraso de fala. Em comparação com os meninos que recebem o diagnóstico, as meninas têm mais habilidade para a imitação e a percepção das regras e condutas sociais na interação, podendo mascarar suas dificuldades. Infelizmente, é comum haver relatos de mulheres que não conseguiam entender suas condições quando crianças e que, muitas vezes, eram submetidas a intervenções que não apresentavam resultados efetivos. Isso se deve ao fato de que, historicamente, pesquisas sobre autismo são concentradas no âmbito masculino e, portanto, há uma carência de estudos sobre o comportamento feminino nesse tipo de neurodivergência, criando padrões que não representam a subjetividade das mulheres.  Além disso, as mulheres e meninas apresentam a habilidade de camuflagem social e aprendem a imitar comportamentos e padrões para evitar discriminação e estresse psicológico. Essa estratégia é denominada de “masking” e faz com que elas reproduzam as atitudes de pessoas neurotípicas e assim consigam se adequar às expectativas e ter interações de qualidade. Infelizmente, por causa dessa habilidade, o diagnóstico nas meninas autistas acaba sendo tardio e isso pode gerar dificuldades ao longo da vida, como desenvolvimento de ansiedade e transtornos.  É fundamental que pais e responsáveis fiquem atentos aos primeiros sinais das crianças, pois o diagnóstico tardio implica em dificuldades na aprendizagem e desenvolvimento e os indivíduos podem crescer sem o suporte necessário para desenvolver habilidades emocionais e sociais.   *Juliana Maia é Fonoaudióloga, Terapeuta DIR Trainer e Sócia fundadora da Aprimore Terapia Integrada

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Abril: mês para celebrar a saúde

No dia 06 de Abril será celebrado o Dia Mundial da Atividade Física, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para incentivar o combate ao sedentarismo e promover mais qualidade de vida. No entanto, grande parte dos brasileiros ainda não inseriram a prática de atividade física nos níveis recomendados pela OMS. A pesquisa “Saúde e Trabalho”, divulgada pelo Serviço Social da Indústria (SESI) em 2023, com pessoas de todos os estados brasileiros acima de 16 anos, mostrou que 39% das pessoas nunca fazem atividade física e outras 13% as fazem raramente. Apenas 22% fazem atividade física de forma diária. O número é referente a exercícios no tempo livre, excluindo deslocamento para trabalho ou escola e atividades ocupacionais. “A falta da prática regular de exercícios é uma questão preocupante, pois o sedentarismo está entre os principais fatores de risco para doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade, problemas cardiovasculares e osteoporose, reduzindo a expectativa e a qualidade de vida”, alerta o personal trainer Hilto Garcia. Conforme destaca o especialista, a OMS recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividade moderada ou 75 minutos de exercícios intensos. Atividades como caminhada, natação, ciclismo, musculação são alternativas para quem quer iniciar, promovendo melhorias na saúde e no bem-estar. “O mais importante é começar respeitando os limites do corpo e, se possível, com a orientação de um profissional de educação física. A progressão deve ser gradual, para evitar lesões e garantir uma adaptação saudável à nova rotina”, orienta Hilto Garcia. Musculação: por que incluir atividades de força na sua rotina? Com o passar dos anos, a perda de massa muscular se torna inevitável, mas os treinos de força podem desacelerar ou até reverter esse processo. Os músculos vão muito além da função motora e da manutenção da autonomia para as atividades diárias, eles são fundamentais para o armazenamento de glicose, o metabolismo de lipídios e até para a imunidade. "Os exercícios aeróbicos são essenciais para a saúde cardiovascular e pulmonar, mas, sozinhos, não proporcionam o estímulo necessário para o ganho de força e massa muscular. O ideal é combinar ambas as modalidades para obter benefícios completos”, orienta Hilto Garcia. Procure sempre a orientação do personal trainer da sua academia. Como dar os primeiros passos em direção a uma vida mais ativa? Escolha um esporte ou exercício que você goste: dar o primeiro passo é sempre um desafio, mas encontrar uma atividade prazerosa pode tornar essa transição mais fácil. Experimentar diferentes modalidades até encontrar algo que goste é uma boa estratégia. O mais importante nesse início é criar o hábito, manter a regularidade e permitir que o corpo se adapte gradualmente ao exercício. Conte com a orientação de um profissional: buscar a ajuda de um profissional de educação física é relevante para elaborar um plano de treino adequado às suas necessidades e limitações. O acompanhamento correto reduz o risco de lesões e garante que os exercícios sejam realizados de forma eficiente. Estabeleça metas realistas: definir objetivos alcançáveis é fundamental para manter a motivação. O foco deve estar na consistência, e não na intensidade extrema. Pequenos avanços diários são mais eficazes do que grandes esforços esporádicos. Cuide do seu bem-estar de forma integral: cuidar da saúde vai além do treino e da alimentação. Uma rotina equilibrada envolve boas noites de sono, hidratação adequada e momentos de lazer. O bem-estar mental e físico caminham juntos. Se um dia não sair como planejado, não se culpe. Retome seus hábitos saudáveis no dia seguinte e siga em frente. Ajuste sua alimentação para ter mais energia: as pequenas mudanças nos hábitos alimentares fazem toda a diferença. Priorizar alimentos naturais, como frutas, legumes e verduras, e reduzir o consumo de industrializados, embutidos e açúcares ajuda a melhorar a disposição e o desempenho físico. Além disso, manter uma boa hidratação é essencial para o bom funcionamento do organismo. Uma das maiores mudanças para a qualidade de vida acontece quando alguém deixa o sedentarismo e passa a se movimentar regularmente, atingindo pelo menos as recomendações mínimas. No entanto, quanto maior a frequência, a duração e intensidade na prática de exercícios, sempre respeitando os limites do corpo e a importância do descanso, maiores serão os benefícios para a saúde”, destaca o personal trainer Hilto Garcia. Hilto Garcia é formado em Educação Física pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - @hiltopersonal Abril Verde: mês de combate ao sedentarismo O Sistema CONFEF/CREFs (Conselho Federal de Educação Física e Conselhos Regionais de Educação Física) promove, anualmente, o Abril Verde: mês de combate ao sedentarismo  – aproveitando o Dia Mundial da Atividade Física (6 de abril) e o Dia Mundial da Saúde (7 de abril). A campanha traz, durante todo o mês de abril, informações sobre o sedentarismo, como seus impactos em diversos aspectos da saúde física, mental, social e financeira do país. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais sedentário da América Latina e ocupa a quinta posição no ranking mundial. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 47% dos brasileiros são sedentários. Já entre os jovens, o número é maior e ainda mais alarmante: 84%. Os gastos diretos com cuidados de saúde devido à inatividade física chegam a quase 4 bilhões de dólares anuais no Brasil, evidenciando a necessidade de políticas públicas eficazes para incentivar a prática de atividades físicas. O sedentarismo está ligado à maior parte das doenças crônicas, como obesidade, diabetes, demência, câncer, hipertensão e dislipidemia, que são os fatores de risco principais da doença cardiovascular. O exercício físico sistematizado e orientado por profissional de Educação Física combate doenças metabólicas, cardiovasculares, pulmonares, musculoesqueléticas, psiquiátricas e neurológicas. O Guia de Atividade Física para a População Brasileira, documento de 2021 do Ministério da Saúde, recomenda que devem ser oferecidas, pelo menos, três aulas de educação física de 50 minutos cada, por semana, ao longo de todos os anos da Educação Básica, incluindo a Educação Infantil. Ministério e Secretarias de Educação, lamentavelmente, ignoram tais evidências. É imprescindível pensarmos em políticas transversais. A articulação de diferentes políticas,

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Congresso tem 278 PLs sobre autismo, mas maioria carece de embasamento científico

Especialistas apontam sobreposição de leis e influência de interesses privados na formulação das propostas Atualmente, 278 Projetos de Lei (PLs) sobre autismo tramitam no Congresso Nacional, sendo 22 no Senado e 256 na Câmara dos Deputados. No entanto, grande parte dessas propostas carece de embasamento científico e se sobrepõe a legislações já existentes, segundo levantamento da Frente Parlamentar Mista pela Promoção da Saúde Mental (FPSM). Para Filipe Asth, secretário executivo da FPSM, a quantidade expressiva de PLs reflete a crescente presença do tema no debate público, mas também levanta questões sobre a influência de interesses privados. Um relatório do Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas de Saúde Mental do Instituto de Psiquiatria da UFRJ sugere a existência de um complexo industrial do autismo, que impulsiona a formulação de políticas e a expansão de serviços especializados. A professora Cristina Ventura, coordenadora do núcleo, alerta que o direcionamento de recursos para esses projetos não garante, necessariamente, a melhoria da qualidade do atendimento às pessoas com TEA. Asth também destaca a relação entre o aumento da produção legislativa sobre o tema e um fenômeno chamado “patologização da vida”, que traduz a crescente intolerância a comportamentos fora dos padrões considerados normais. “A utilização crescente de diagnósticos como parâmetro para a elaboração de PLs nos dá muitas pistas sobre o modo como tem sido abordado o tema da saúde mental no Congresso Nacional”, avalia.

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Passeio de catamarã promove inclusão na Semana Mundial de Conscientização do Autismo

Espaço Vida Multiterapias realiza evento para autistas e familiares, reforçando a importância do respeito e da acessibilidade Como parte da Semana Mundial de Conscientização do Autismo, o Espaço Vida Multiterapias promove no próximo sábado (5) um passeio de catamarã pelos rios Beberibe e Capibaribe, no Recife. A iniciativa reunirá cerca de 100 participantes, entre pacientes, familiares e profissionais da clínica, além de crianças atendidas pelo Instituto Amor Pelo Que Faz (IAPF), proporcionando um momento de lazer, interação e acolhimento. O embarque está marcado para as 16h, no Cais Santa Rita. Mais do que um passeio, a ação simboliza um convite à reflexão sobre inclusão e respeito às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é um momento de reflexão e luta. Não é um dia de festa, mas de conscientização, um dia para lembrar que o autismo não é uma condição que deve ser romantizada, mas uma realidade que exige respeito, compreensão e, principalmente, ação”, destaca Monique Melo, neuropsicóloga e diretora do Espaço Vida Multiterapias. Criada pela ONU em 2007, a data de 2 de abril visa informar a população sobre o TEA e combater o preconceito. A Semana de Celebração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo amplia essa mobilização, promovendo debates e eventos de integração. “Essa data nos chama a refletir sobre o quanto ainda precisamos avançar na inclusão de pessoas autistas em todos os âmbitos da sociedade. Não se trata apenas de tolerância, mas de aceitação e de garantias reais de direitos”, pontua Monique Melo. Serviço 📅 Passeio de catamarã – Semana Mundial de Conscientização do Autismo🗓 Data: Sábado (05/04)⏰ Hora: A partir das 16h📍 Local: Catamaran Tour (Cais Santa Rita, s/n - São José, Recife)ℹ Mais informações: @espaçovidamultiterapias (Instagram)

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