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Passeio de catamarã promove inclusão na Semana Mundial de Conscientização do Autismo

Espaço Vida Multiterapias realiza evento para autistas e familiares, reforçando a importância do respeito e da acessibilidade Como parte da Semana Mundial de Conscientização do Autismo, o Espaço Vida Multiterapias promove no próximo sábado (5) um passeio de catamarã pelos rios Beberibe e Capibaribe, no Recife. A iniciativa reunirá cerca de 100 participantes, entre pacientes, familiares e profissionais da clínica, além de crianças atendidas pelo Instituto Amor Pelo Que Faz (IAPF), proporcionando um momento de lazer, interação e acolhimento. O embarque está marcado para as 16h, no Cais Santa Rita. Mais do que um passeio, a ação simboliza um convite à reflexão sobre inclusão e respeito às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). “O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é um momento de reflexão e luta. Não é um dia de festa, mas de conscientização, um dia para lembrar que o autismo não é uma condição que deve ser romantizada, mas uma realidade que exige respeito, compreensão e, principalmente, ação”, destaca Monique Melo, neuropsicóloga e diretora do Espaço Vida Multiterapias. Criada pela ONU em 2007, a data de 2 de abril visa informar a população sobre o TEA e combater o preconceito. A Semana de Celebração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo amplia essa mobilização, promovendo debates e eventos de integração. “Essa data nos chama a refletir sobre o quanto ainda precisamos avançar na inclusão de pessoas autistas em todos os âmbitos da sociedade. Não se trata apenas de tolerância, mas de aceitação e de garantias reais de direitos”, pontua Monique Melo. Serviço 📅 Passeio de catamarã – Semana Mundial de Conscientização do Autismo🗓 Data: Sábado (05/04)⏰ Hora: A partir das 16h📍 Local: Catamaran Tour (Cais Santa Rita, s/n - São José, Recife)ℹ Mais informações: @espaçovidamultiterapias (Instagram)

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Shopping Patteo Olinda recebe exposição do Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Iniciativa da Clínica Espaço Evolução destaca talentos de crianças autistas e promove inclusão social No dia 2 de abril, o Shopping Patteo Olinda será o cenário de uma exposição especial organizada pela Clínica Espaço Evolução, em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O evento tem como objetivo mostrar as habilidades de crianças dentro do espectro autista e promover a inclusão social, reunindo a comunidade em torno dessa causa importante. A exposição acontecerá no Piso L1 do shopping, próximo ao Bradesco, das 9h às 16h30, e será aberta ao público. Os visitantes poderão conferir uma variedade de produtos artesanais feitos pelas crianças durante suas atividades terapêuticas, como velas aromáticas, cadernos artesanais, máscaras, itens temáticos de carnaval e bonequinhos de bexiga. Essa apresentação não só valoriza o talento dos pequenos, mas também proporciona uma experiência enriquecedora para todos os envolvidos. A ação busca sensibilizar o público sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e destacar a importância da inclusão e do reconhecimento das potencialidades de cada indivíduo. Além disso, o evento cria um espaço propício para a interação e troca de experiências entre familiares, terapeutas e visitantes, promovendo um diálogo sobre a importância da aceitação e do apoio às crianças neurodivergentes. Serviço 📅 Data: 2 de abril📍 Local: Shopping Patteo Olinda – Piso L1 (próximo ao Bradesco)⏰ Horário: 9h às 16h30🎟 Entrada gratuita📌 Endereço: Rua Carmelita Soares Muniz de Araújo, nº 225, Casa Caiada – Olinda

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Parque Dona Lindu Luciano Ferreira

Evento no Parque Dona Lindu celebra inclusão e diversidade no Mês do Autismo

Atividade gratuita reúne famílias para promover acolhimento e conscientização sobre neurodivergências A Clínica Despertar promove, no dia 5 de abril, um evento especial para celebrar o Mês do Autismo, da Síndrome de Down (T21) e das Neurodivergências. A programação gratuita, realizada no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, a partir das 9h, trará uma manhã de acolhimento, lazer e troca de experiências entre famílias de crianças neurodivergentes. O evento contará com um show da artista Ilana Ventura, pintura infantil, pipoca, algodão doce, atividades recreativas e uma roda de conversa. “Este evento representa a união entre a Clínica Despertar e as famílias que caminham conosco todos os dias. Mais do que uma celebração, é um espaço para refletirmos sobre a importância de construirmos uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todas as crianças neurodivergentes”, destaca Dryelle Azevedo, fonoaudióloga e sócia-fundadora da Clínica Despertar. Além de proporcionar momentos de diversão, a iniciativa busca reforçar a conscientização sobre a diversidade e a necessidade de inclusão. A roda de conversa será um momento de compartilhamento e aprendizado, permitindo que os participantes troquem informações e fortaleçam suas redes de apoio. Serviço 📅 Data: 5 de abril📍 Local: Parque Dona Lindu – Boa Viagem, Recife⏰ Horário: 9h às 12h🎭 Atrações: Show com Ilana Ventura, atividades recreativas, pipoca, algodão doce, pintura infantil e roda de conversa.📢 Evento gratuito e aberto ao público!

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Autismo ao longo da vida: Da infância à velhice e os desafios na sociedade

*Por Elizete Maria Viana Maciel e Marcos Emmanuel Viana Lima Embora possamos apenas reconstruir ou especular sobre a forma como a criança autista experimenta o mundo, sabemos que elas crescem, se desenvolvem e conseguem se integrar à sociedade. No entanto, ainda são frequentemente vistas como incapazes. Durante todo o mês de abril, abrimos espaço para falar sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Caminhadas, palestras e atividades são algumas das formas de chamar a atenção para o tema, que ainda enfrenta muitas dúvidas, incertezas e dificuldades na obtenção de um diagnóstico. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), o TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social, além de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Sua identificação pode ocorrer de forma precoce, sendo a dificuldade na interação pelo olhar e o atraso na fala alguns dos critérios mais comuns. No entanto, é essencial não generalizar: a falta de estimulação cognitiva pode levar a atrasos no desenvolvimento que não necessariamente indicam TEA. Desde o nascimento, é fundamental orientar os pais sobre como contribuir para o desenvolvimento de seus filhos, compreendendo os marcos do desenvolvimento e as etapas esperadas para cada faixa etária. Isso possibilita a identificação de possíveis atrasos na aprendizagem. As crianças precisam de espaço, contato com a natureza, experimentação e exploração: brincar funcionalmente, imitar, desenvolver a coordenação, tocar e sentir diferentes texturas, explorar os alimentos, as cores, as letras, os números e a música. Embora amplamente estudado na infância, o autismo persiste na adolescência, na vida adulta e na velhice, apresentando desafios e potencialidades em cada fase do desenvolvimento. O Diagnóstico e os Primeiros Desafios Antes do diagnóstico, os pais se deparam com inúmeras preocupações, especialmente em relação a como chegar ao diagnóstico correto. Encontrar profissionais capacitados e que conheçam profundamente o transtorno é essencial, mas é igualmente importante que esses especialistas saibam reconhecer as características individuais do autismo, sem ignorar as habilidades da pessoa. O diagnóstico não deve carregar um estigma de incapacidade, mas sim abrir caminhos para a busca da autonomia e independência. Na infância, fase em que o TEA é mais identificado, os principais sinais incluem dificuldades na interação social, padrões restritos de comportamento e interesses intensos (como o hiperfoco). O diagnóstico precoce é essencial para estimular habilidades de comunicação e interação social, promovendo uma melhor adaptação no ambiente familiar, escolar e social. Além disso, compreender o comportamento autista é crucial para lidar com desafios emocionais, baixa autoestima e dificuldades com mudanças e frustrações. Nessa fase, também se destacam questões como seletividade alimentar, deficiência de vitamina D, excesso de ferro e outros fatores que podem influenciar o comportamento e devem ser analisados por meio de exames e acompanhamento médico. Adolescência: Novas Demandas e Desafios Na adolescência, surgem novas questões e desafios que diferem da infância. As demandas escolares, sociais e familiares aumentam, e a adaptação a essas mudanças pode ser complexa. No ambiente escolar, o adolescente autista pode ser visto como “estranho”, “chato” ou “difícil”, e sua resistência a contatos físicos pode ser mal interpretada. Entretanto, essas dificuldades frequentemente estão ligadas a questões sensoriais. O excesso de barulho, luzes intensas, mudanças hormonais e a necessidade de compreender o próprio comportamento podem gerar uma sensação de inadequação. No entanto, o problema não está na pessoa autista, mas na falta de compreensão do mundo ao seu redor. O diálogo precisa ser claro, objetivo e adaptado às necessidades individuais. Com o aumento do número de adolescentes autistas nas instituições de ensino, é essencial que os profissionais estejam preparados para oferecer um atendimento humanizado e acolhedor. Autismo na Vida Adulta: Reconhecimento e Desafios Profissionais Atualmente, há um crescimento significativo na busca pelo diagnóstico de TEA em adultos. Muitas pessoas procuram compreender seu próprio comportamento e encontrar uma explicação científica para características como a aversão ao toque, a preferência pelo isolamento social e a dificuldade de interação em ambientes convencionais. Muitos adultos são diagnosticados tardiamente e se perguntam se um diagnóstico precoce na infância poderia ter feito a diferença. O avanço das pesquisas e a capacitação de profissionais permitiram um maior conhecimento sobre o TEA, possibilitando diagnósticos mais precisos e reduzindo a marginalização de comportamentos autistas, que antes eram rotulados como “inconvenientes”, “mal-educados” ou “sem noção”. No contexto profissional, a rotina laboral e as cobranças sociais são frequentemente os gatilhos para a busca de um diagnóstico. Isso não significa que a pessoa autista está em busca de uma justificativa para suas dificuldades, mas sim de uma melhor compreensão de si mesma e do seu relacionamento com o mundo. Quando suas habilidades são reconhecidas e valorizadas, autistas podem se destacar em diversas áreas, como tecnologia, artes e ciências. Em muitos casos, indivíduos autistas apresentam altas habilidades e superdotação, mas esse é um tema que merece ser tratado separadamente. A inclusão no mercado de trabalho exige o reconhecimento das particularidades do TEA, garantindo oportunidades equitativas e promovendo um ambiente profissional mais diverso e acessível. Autismo na Velhice: Um Campo Ainda em Exploração O autismo na velhice ainda é um tema pouco explorado, mas estudos recentes começam a investigar seus impactos. O processo de envelhecimento traz desafios que podem se sobrepor ao TEA, como a relação com transtornos neurodegenerativos, incluindo a doença de Alzheimer. É fundamental diferenciar os sinais do declínio cognitivo natural daqueles relacionados ao autismo, e para isso, uma avaliação multidisciplinar se faz necessária. Além disso, garantir a qualidade de vida, reconhecer habilidades e oferecer suporte em todas as fases do desenvolvimento são elementos essenciais para promover um envelhecimento saudável e digno para a pessoa autista. *Por Elizete Maria Viana Maciel é psicóloga e mestranda em Psicologia (UFPE), especialista em gerontologia (UNICAP), em neuropsicologia (FPS) e neuropsicologia pelo Conselho Regional de Psicologia. *Marcos Emmanuel Viana Lima é pedagogo, com pós-graduação em psicanálise, psicopedagogia, em Análise do Comportamento Aplicada (ABA), em educação especial e neuropsicopedagogia.

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RioMar Recife promove ação de conscientização sobre autismo com especialistas e entrega de cordão de identificação

Iniciativa da Clínica Mundos oferece informações e suporte para inclusão de pessoas com TEA No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, o RioMar Recife recebe a ação Abril do Autista, promovida pela Clínica Mundos. Das 9h às 22h, um estande no Piso Térreo, próximo à escada rolante da entrada principal, oferecerá materiais educativos, orientações especializadas e a entrega gratuita do cordão de identificação para autistas, um item essencial para mais segurança e acolhimento em espaços públicos. Profissionais da Clínica Mundos estarão disponíveis para esclarecer dúvidas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e reforçar a importância da inclusão. “Nossa intenção com o Abril do Autista é promover empatia, respeito e inclusão. O autismo ainda é rodeado de mitos e desinformação e conscientizar a sociedade é fundamental para podermos construir um mundo mais acolhedor para essas pessoas e suas famílias”, destaca Paula Chaves, psicóloga e coordenadora técnica da clínica. O RioMar Recife reforça seu compromisso com a acessibilidade ao oferecer, ao longo de todo o ano, iniciativas como o empréstimo de abafadores de ruído, vagas exclusivas de estacionamento e áreas prioritárias na Praça de Alimentação. "Reconhecemos a importância desta iniciativa para ampliar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), um tema que merece atenção e cuidado", afirma Henrique Medeiros, superintendente do shopping. Serviço Abril do Autista📅 Data: 2 de abril📍 Local: RioMar Recife, próximo à escada rolante da entrada principal⏰ Horário: 9h às 22h

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Uninassau promove mutirão para autistas e inaugura novo espaço de atendimento especializado

Ação gratuita oferece suporte multidisciplinar para pessoas com TEA e serviços de bem-estar para cuidadores No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, o Uninassau– Centro Universitário Maurício de Nassau Recife realiza o mutirão TEAmo, voltado para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seus cuidadores. A iniciativa acontece das 13h às 17h, na unidade Graças, oferecendo atendimento multidisciplinar gratuito, incluindo suporte psicológico, nutricional, fisioterapêutico e de terapia ocupacional. Além do acompanhamento especializado para os autistas, os cuidadores também receberão serviços voltados ao bem-estar, como atendimentos nas áreas de estética e odontologia. No mesmo dia, a UNINASSAU inaugura um novo espaço de atendimento ao TEA na Clínica-Escola de Psicologia, ampliando o suporte às famílias. “Criar um ambiente preparado para acolher pessoas atípicas e seus cuidadores é um passo importante para garantir uma assistência humanizada e eficaz”, destaca a reitora da Uninassau Recife, Nilzete Santiago. A participação no mutirão TEAmo é gratuita e não requer inscrição prévia. Os interessados devem comparecer à Clínica-Escola de Psicologia da Uninassau, na Rua Ana Angélica, 25, Derby – Recife. Além da unidade Graças, os campi Boa Viagem e Caxangá também oferecerão atendimentos especializados no dia 2 de abril. Em Boa Viagem, o atendimento acontece das 14h às 17h, na Rua Jonathas de Vasconcelos, 316. Já na unidade Caxangá, os serviços serão prestados das 9h às 12h, na Av. Joaquim Ribeiro, 1080.

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Por que minha filha vai continuar usando o símbolo do quebra-cabeça para se identificar como autista

*Por Robson Menezes Em 1999, especialistas se reuniram para criar um símbolo que pudesse representar o autismo e servir como uma forma de identificação para os autistas. Assim nasceu a fita com o quebra-cabeça colorido. Porém, com o tempo, diversas críticas surgiram sobre esse símbolo, questionando sua adequação e origem. Entre as mais comuns estão: "Autista não tem peça faltando", "Autista não é mistério a ser desvendado" e "A fita foi criada sem a participação de autistas". Esses argumentos, por mais relevantes que sejam para um debate saudável, ignoram alguns pontos importantes sobre o significado do quebra-cabeça. É necessário esclarecer o que ele realmente simboliza. O quebra-cabeça não representa o autista como uma pessoa incompleta ou enigmática, mas, sim, as incógnitas que ainda cercam o autismo como condição. Questões como "Qual é a sua causa?", "Qual a sua origem?" e "Qual o melhor tratamento?" continuam sem respostas claras. O símbolo reflete os desafios que a ciência ainda enfrenta para entender plenamente o autismo. Já as cores presentes no símbolo do quebra-cabeça representam a diversidade do espectro autista. Sabemos que cada autista é único, com características e necessidades específicas. A pluralidade de cores traduz essa singularidade que faz parte da comunidade. Além disso, há um ponto histórico importante: Thomas A. McKean, diagnosticado com autismo aos 14 anos, participou das discussões que levaram à criação do símbolo, como relatou em uma publicação na plataforma medium.com Medium: Read and write stories.On Medium, anyone can share insightful perspectives, useful knowledge, and life wisdom with the world.medium.com . Isso demonstra que, ao contrário do que muitos acreditam, o símbolo não foi elaborado de forma unilateral ou sem a contribuição de quem vivencia o autismo. Ainda assim, muitas famílias e autistas passaram a adotar outros símbolos, como o infinito nas cores do arco-íris, que representa a neurodiversidade, abrangendo não apenas o autismo, mas todas as condições neurodivergentes, como TDAH, síndrome de Down e deficiências intelectuais. Em 2023, a Lei Federal 14.624/2023 oficializou o girassol como símbolo das deficiências invisíveis, incluindo o autismo, mas também outras condições, como a surdez, por exemplo. Apesar dessas alternativas, minha filha, Izabela Menezes, autista de 10 anos, continuará utilizando o símbolo do quebra-cabeça como forma de identificação. Para nós, ele representa não apenas sua história, mas também o reconhecimento global de que o quebra-cabeça é o símbolo principal da comunidade autista.  A mudança para outros símbolos, embora bem-intencionada, pode dividir esforços e enfraquecer a representatividade conquistada ao longo dos anos. O quebra-cabeça já é amplamente reconhecido e facilita a identificação imediata, o que pode ser crucial em situações práticas do dia a dia. A luta pela inclusão e pelos direitos dos autistas deve ser coletiva, com foco na união. Investir no fortalecimento de um símbolo que já possui alcance global é uma estratégia que beneficia toda a comunidade. Por isso, enquanto for possível, continuaremos levantando a bandeira do quebra-cabeça, não por falta de consideração aos outros símbolos, mas por acreditar que ele ainda é o mais eficiente em representar e dar visibilidade aos autistas. Robson Menezes, advogado especialista em Direito dos Autistas e pai atípico

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Cresce o número de diagnósticos de neurodivergências

Especialistas apontam que crescimento se deve ao avanço dos critérios diagnósticos, ao maior acesso aos técnicos de saúde e à conscientização da população. Mas há profissionais que enxergam nesse aumento uma tendência à medicalização do comportamento humano e a transformação das emoções em transtornos. *Por Rafael Dantas Talvez você tenha percebido uma presença maior de estudantes no espectro autista nas escolas ou mesmo nas ruas. Ou notado mais diagnósticos de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e dislexia, inclusive em adultos. Essas são algumas das principais condições neurodivergentes representadas pelo símbolo do infinito colorido ou pelo quebra-cabeça, este último associado ao autismo. Enquanto essas imagens ganham espaço em campanhas na mídia, essa população também se destaca em produções audiovisuais de sucesso, como The Good Doctor ou Uma Advogada Extraordinária. Mas, afinal, onde estavam essas pessoas décadas atrás? Em apenas um ano, o número de alunos com autismo matriculados nas escolas brasileiras aumentou 48%, de acordo com o Censo Escolar de 2023. O crescimento dos diagnósticos dessa condição é uma tendência global, conforme aponta o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Na década de 1970, o autismo era identificado em cerca de 1 em cada 10 mil crianças. Em 1995, essa proporção subiu para 1 em cada 1.000 e, em 2023, alcançou 1 em 36, evidenciando uma evolução significativa nos índices. Os dados referentes ao tamanho da população no TEA (Transtorno do Espectro Autista), por exemplo, ainda são desconhecidos. Porém, esse tema foi incluído na última pesquisa do Censo Demográfico 2022, ainda não divulgado. A população neurodivergente é formada por pessoas que apresentam autismo, TDAH, dislexia, síndrome de Tourette, entre outras condições. Esses grupos são caracterizados por apresentarem diferenças no funcionamento cerebral que afetam áreas como percepção, processamento de informações, comportamento e interação com o ambiente. Essas diferenças podem incluir desafios em algumas habilidades, como atenção, leitura ou interação social mas, também, pontos fortes únicos, como criatividade, memória ou resolução de problemas. Apesar da maior percepção da presença dessa população na sociedade e dos expressivos números de novos diagnósticos, há diferentes interpretações para explicar esse crescimento. A corrente científica majoritária considera três fatores principais: a amplitude dos diagnósticos, o maior acesso aos profissionais de saúde e a conscientização da população. “Neurodiversidade é um conceito que reconhece a variabilidade do nosso funcionamento neurológico. Temos os marcos do desenvolvimento mas todos não seguem o mesmo padrão”, afirma Victor Eustáquio, sócio-fundador da Somar Special Care, psicopedagogo e especialista em neurociência. “Eles sempre existiram. O que mudou foi a percepção”, avalia. Os pilares apontados pelo especialista são os avanços dos critérios de diagnósticos. Esse aperfeiçoamento seria uma das razões para o crescimento do número de pessoas diagnosticadas, incluindo os casos mais leves. Anteriormente, por exemplo, só seriam reconhecidos como autistas os quadros mais severos. Hoje percebe-se um panorama que considera perfis moderados e leves. Os outros pilares apontados pelo psicopedagogo são justamente o maior acesso da população aos profissionais de saúde. Se anteriormente o comportamento distinto do filho era negligenciado pela família ou, nos casos mais graves, até escondido da sociedade, a procura pelos médicos foi ampliada nas últimas décadas. Os investimentos mais massivos em comunicação midiática, seja pelo jornalismo ou no entretenimento, e nas campanhas educativas teriam levado também a sociedade a enxergar essa população que era invisibilizada. O Dia do Autismo, do TDAH, da Dislexia… entre tantas outras datas ajudaram a popularizar o tema. No caso brasileiro, um marco importante foi a entrada em vigor da MBI (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), no ano de 2015. Considerada decisiva para a visibilidade e os direitos das populações neurodivergentes no Brasil, a lei reconhecia as pessoas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições neurodivergentes como parte do grupo de indivíduos com direitos ao acesso mais amplo a políticas de inclusão e suporte. “Havia muitas pessoas neurodivergentes, sim, antes disso. Mas, elas não estavam abraçadas por essas leis de proteção, pelo direito ao tratamento. Além disso, só era considerado com TEA aquele paciente bem caracterizado. Mas hoje a gente sabe que o espectro autista é muito mais abrangente”, declarou o fundador e diretor executivo da Clínica Mundos, Leonardo Lyra. Antes das leis e do avanço da comunicação, essa população não era percebida pela sociedade. “Muitas vezes essas pessoas estavam escondidas em casa pelas famílias, sofrendo em silêncio, ou eram aqueles indivíduos que tinha uma série de limitações mas tinham que se adequar ao ambiente normal. Isso não é incomum. Se fizermos esse exercício de parar um pouquinho e refletir, vamos lembrar daquele amiguinho da escola ou alguma pessoa próxima que poderia ser neurodivergente. Os dados atuais indicam que em cada sala de aula vamos ter pelo menos uma criança com essa característica”, afirmou Leonardo. DESAFIOS EDUCACIONAIS O avanço da população neurodivergente nas escolas é perceptível aos pais e um desafio às instituições. Se antes eram invisíveis, não chegavam às escolas ou dentro das salas de aula não tinham o devido apoio, hoje, a atenção educacional voltada para essas crianças está muito mais sofisticada. “Agora a gente tem muito mais conhecimento, mais embasamento e mais diagnóstico. Entendemos que essa quantidade de crianças já existia. Mas elas sofriam bullying, eram repetentes. Elas estavam lá, mas não eram vistas dentro da sua necessidade”, avalia a Gabriela Camarotti, diretora pedagógica da Escola Vila Aprendiz. Com 16 anos de atuação, a escola percebeu o aumento da procura das famílias com diagnósticos de autismo, TDAH, entre outras neurodivergências. “A Vila nasceu com o pilar da personalização da educação. Nosso objetivo lá atrás já era conseguir fazer a trilha de desenvolvimento mais personalizada por aluno. Mas percebemos, sim, um aumento significativo das crianças neurodivergentes com as mais diversas necessidades”, constata a diretora. 7A instituição, portanto, desenvolveu uma abordagem pedagógica personalizada, que integra psicologia e educação especial, promovendo um ambiente acolhedor e inclusivo. O maior vínculo com as famílias das crianças e o investimento em capacitação contínua em neurociências e educação especial, inclusive com visitas anuais a escolas em São Paulo, para

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Autistas: abertas inscrições gratuitas para colônia de férias

Realizada pela ONG Amigos da Inclusão em parceria com o Instituto do Autismo, a iniciativa oferece 9 mil vagas gratuitas para crianças e adolescentes com TEA em várias regiões de Pernambuco A ONG Amigos da Inclusão, em parceria com o Instituto do Autismo (IDA), abriu as inscrições para colônia de férias para crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com 9 mil vagas gratuitas, o evento será realizado entre os dias 6 e 24 de janeiro. A colônia contará com unidades no Recife, Olinda, Igarassu, Carpina, Timbaúba e Caruaru, atendendo famílias da Região Metropolitana, da Mata Norte e do Agreste do estado. Programação A programação contará com brinquedos infláveis, contação de histórias, musicalização, piscina e esportes diversos. Todo o planejamento foi elaborado para atender às necessidades específicas dos participantes, respeitando os diferentes níveis do espectro autista. Horário As atividades acontecerão em dois turnos: das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 16h30, em estruturas adaptadas para garantir conforto e segurança. Durante o evento, os participantes terão acesso a lanches, como pipoca e algodão-doce. Apoio multidisciplinar e inclusivo Para oferecer suporte adequado, a colônia terá equipe multidisciplinar composta por terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos, educadores físicos, fisioterapeutas e psicomotricistas. Crianças que necessitam de acompanhamento individualizado, como aquelas não verbais, terão suporte especializado para participar plenamente das atividades. A iniciativa reforça o compromisso com a transformação social e a valorização da diversidade. “Nosso objetivo é simples: queremos que essas crianças possam brincar, sorrir e se sentir acolhidas exatamente como são. Para as famílias, é uma chance de se sentirem informados, de criarem memórias felizes e, principalmente, de perceberem que não estão sozinhas nessa jornada”, afirmou Kadu Lins, diretor da ONG Amigos da Inclusão e do Instituto do Autismo. Como se inscrever? As inscrições estão disponíveis por meio de uma postagem fixada no Instagram da ONG Amigos da Inclusão (@amigosdainclusao.ong) ou pelo site Para validar a inscrição, é necessário apresentar o laudo médico de TEA. Cada família pode inscrever mais de uma criança ou adolescente, desde que todos os documentos exigidos sejam entregues. Além das atividades para as crianças, os responsáveis terão acesso ao curso online gratuito "De férias com meu filho autista", que ensinará estratégias para estimular o desenvolvimento motor, cognitivo, social e de comunicação. O curso será disponibilizado em uma plataforma digital, sem limite de vagas. Serviço:

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Inclusão em movimento: a importância dos esportes e atividades físicas para a pessoa autista

Mais de 83% dos autistas apresentam algum déficit motor, que pode variar desde falta de força, coordenação, equilíbrio. O que pouca gente sabe é que, quando se trabalha o desenvolvimento motor do autista, essa prática ajuda não só na questão física, mas também na comunicação, na sociabilização e nas questões cognitivas, sendo assim imprescindível o acompanhamento desse desenvolvimento. Conversamos com o prof. Kadu Lins, referência nacional quando o assunto é a pessoa autista nos esportes, atividades físicas e psicomotricidade, para essa edição especial da "Algomais Fitness e Welness" sobre a campanha Abril Azul - mês de conscientização do autismo. Por jornalista Jademilson Silva Segundo o Profissional de Educação Física e Diretor Geral do Instituto do Autismo (IDA), Kadu Lins, as práticas esportivas são aceitas pela ciência para desenvolvimento das pessoas autistas. “Hoje em dia já temos a ciência mostrando os benefícios em diversas modalidades, desde os esportes coletivos, aos treinos aeróbios de corrida, com bicicleta, treino de musculação, natação, lutas, entre outros. O importante é que seja algo que vamos conseguir dar sequência, que a criança demonstra interesse e tenha prazer em praticar”, diz Kadu Lins. O ambiente aquático tende a ser muito reforçador para o autista, principalmente para aqueles que têm déficits motores. Além dele ter uma maior liberdade, o autista se sente mais livre e relaxado. “Porém, é importante ressaltar que o risco de afogamento também aumenta, caso não acompanhado. É preciso entender que a água também é um ambiente de treino, e não só de brincadeiras, para que ele se desenvolva. Mas de maneira geral, a água ajuda bastante o tônus muscular e a capacidade cardiorrespiratória”, revela. A prática de artes marciais ajuda a melhorar a coordenação motora, o equilíbrio, a concentração e a autoconfiança, além de proporcionar uma atividade física divertida e socialmente estimulante. No entanto, é importante considerar as necessidades individuais da pessoa com autismo e garantir que a prática da arte marcial seja adaptada e supervisionada por profissionais qualificados. “Os esportes de luta, além de ajudarem no desenvolvimento da força, da consciência corporal, e de outras capacidades físicas, tendem a ajudar muito nas questões sensoriais, de contato físico, suor, roupas diferentes, com o uso do Kimono”, informa Kadu Lins. A criança deve ter a orientação do profissional de educação física. Sobre psicomotricidade Psicomotricidade é uma ciência que estuda o ser humano em relação ao movimento, ao mundo interno e externo, as suas emoções e habilidades interpessoais. “Para o autista, é de grande importância a psicomotricidade, justamente por trabalhar desde a parte motora, como também a parte relacional, de sociabilização, do desenvolvimento socioafetivo e do controle de emoções. É saber ganhar, saber perder, buscar soluções para os problemas, aprender a usar seu corpo da melhor forma com eficiência”, diz Kadu Lins. A atividade esportiva deve ser adequada, segura e prazerosa para a pessoa autista, de modo a promover não apenas o desenvolvimento da psicomotricidade, mas também a socialização, a autoconfiança e o bem-estar geral. Desafios e conquistas O prof. Kadu Lins elenca os principais desafios enfrentados sobre a inserção da criança atípica para praticar esportes e atividades físicas. “O desafio começa pela falta de locais e de profissionais capacitados. Depois vem o preconceito dos outros participantes. Esse desafio segue com a falta de conhecimento da própria família sobre os benefícios do esporte. Mas todos esses podem ser superados, com muita informação. Eu sempre falo da educação parental. Quanto mais os pais souberem dos benefícios, mais poderão ajudar seus filhos. Não desistir quando seu filho não quiser ir depois da primeira vez. É preciso tentar entender o porquê ele não quer ir, para ir solucionando os problemas, até ele sentir vontade de não parar mais”. Para Kadu Lins, existem várias adaptações às necessidades específicas de cada pessoa autista, no tocante às atividades multidisciplinares desenvolvidas por profissionais especializados. “Podemos dizer que há várias adaptações. Autismo não tem apenas uma característica. Falo muito de adaptar para o autista e não para o autismo. No geral, estabelecer rotinas visuais do que vai acontecer para mostrar a ele previsibilidade, fazer adaptações para diminuir o toque, caso ele se incomode com o sensorial no início, diminuir o volume da música, imitar o movimento e não só falar, respeitar o tempo de descanso dele que pode ser maior. É dar opções que se adequem ao seu cognitivo, e sempre oferecer suporte necessário”, revela Kadu. Os pais ou responsáveis fisicamente ativos são modelos para crianças autistas se espelharem e optarem também por atividade esportiva ou física. “Falo muito que o exemplo começa em casa. Pais fisicamente ativos tendem a ajudar ainda mais seus filhos a gostarem de esportes e de atividades físicas. Fora isso, dar todo o suporte necessário, não desistir na primeira atividade. Às vezes, os pais escolhem um esporte, a criança não se adapta, e daí não tentam outras práticas esportivas. Incentive, dê exemplos, tente várias atividades e sempre comemore as evoluções”, diz Portanto, a família tem ação crucial para o desenvolvimento do autista no contexto esportivo. Depoimento de um caso sobre esportes e desenvolvimento do autista Kadu Lins cita o caso de gêmeos autistas que melhoraram a sociabilidade, a condição motora e emocional, ao começar a praticar esportes e atividades físicas. “Temos várias crianças e adolescentes que mudaram de vida depois do esporte. Temos gêmeos autistas, Pedro e Ângelo, que só conseguiram escrever depois que praticamos diversas modalidades, como tênis, natação e musculação, e conseguiram desenvolver a força e a coordenação que as mãos precisavam para a escrita. Já no treino de futebol, conseguimos fazer com que tocassem as pessoas, aprendessem a perder, tolerassem o barulho. Até de campeonato eles participaram. De atletas famosos, temos jogadores de futebol, de basquete, de dança, corredores, todos com relatos de que entraram no esporte por serem introspectivos, com dificuldade de comunicação, questões sensoriais e hoje superaram para poder se tornar mundialmente conhecidos”, informa. Para tornar a sociedade mais inclusiva e acolhedora em relação à participação de pessoas com autismo em atividades esportivas e de treinamento, se faz necessário respeitar as diferenças. “Primeiro entendendo

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