Arquivos Coronavírus - Página 5 De 8 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Coronavírus

Veja epidemias do passado em jornais digitalizados no Acervo Cepe

Se você pensa que fake news nasceu nos tempos modernos, saiba que está redondamente enganado. Desde o século passado a população convive com a disseminação de notícias falsas na imprensa. Tal como acontece agora com o novo coronavírus - a maior crise sanitária que o mundo atravessa em muitos anos - também havia disparos de boatos na década de 1930, quando localidades do Brasil enfrentavam surto da peste bubônica. Você pode resgatar essas histórias em jornais antigos digitalizados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). O acessso ao portal é fácil (www.acervocepe.com.br) e a ferramenta é gratuita. Um exemplo de fake news das antigas pode ser conferido na edição do Diário da Manhã do dia 9 de junho de 1935. A nota com o título "Contra o derrotismo" reproduz um telegrama enviado pelo então prefeito do município pernambucano de Alagoa Grande (denominado Sertânia desde 1943), Possidônio Gomes, e pelo então juiz de direito Ascendino Neves. Eles negam o surto de peste bubônica no município e atribuem a informação a terceiros. No telegrama, o prefeito e o juiz afirmam se tratar de uma notícia falsa e ressaltam que, se o lugar estivesse passando pelo problema, eles seriam os primeiros a pedir providências às autoridades sanitárias. Os boatos, de acordo com o prefeito e o juiz, circulavam na capital. Sertânia, distante 316 quilômetros do Recife, fica no Sertão do Estado. O surto da peste bubônica era falso em Alagoa Grande, mas a epidemia chegou a outros municípios sertanejos. A edição de 23 de julho de 1935 do Diário da Manhã publica mensagem do governador Carlos de Lima Cavalcanti (interventor federal em Pernambuco de 1930 a 1935 e governador de 1935 a 1937) à Assembleia Legislativa solicitando abertura de crédito especial para combater o surto em Novo Exu e Granito. Na ocasião havia 40 casos confirmados da doença e 14 óbitos na duas localidades. Em 19 de setembro do mesmo ano, o governador pede mais verba para debelar a peste bubônica em Novo Exu, Ouricuri e Granito. Uma das medidas profiláticas adotadas na época, segundo as edições de 4 de setembro e de 20 de novembro de 1935 do mesmo jornal, foi o isolamento de lugares para evitar que a doença se alastrasse (tá vendo a importância de ficar em casa em tempos de coronavírus?) , o saneamento de Novo Exu para acabar com os focos de ratos (transmissor do mal), e a imunização da população. A campanha durou três meses e terminou em novembro de 1935, tendo à frente o higienista Lessa de Andrade (sim, o homem que dá nome a uma das policlínicas mais conhecidas do Recife), que exercia a função de inspetor de higiene municipal. Graças às medidas adotadas, a peste não causou mais vítimas em Novo Exu, segundo relatos no jornal. Em 1926, o surto epidêmico da peste no município de Triunfo, possivelmente o maior da América do Sul, conforme avaliação de especialista da época, deixou mais de dois mil mortos. Serviço único no Nordeste, o website www.acervocepe.com.br tem navegação intuitiva e é acessível em computador, tablet e smartphone. Nele você vai encontrar manuscritos, impressos e fotografias de diferentes épocas. "Não conheço nenhum projeto semelhante a esse no Brasil, um portal voltado exclusivamente para a população, gratuito e que tenha o objetivo de difundir a cultura, a história, a literatura e a música", declara o superintendente de Digitalização, Gestão e Guarda de Documentos da Cepe, Igor Burgos. Inaugurado em 1º de outubro de 2014, o portal abriga edições do Diário da Manhã, jornal fundado na década de 1920 no Recife, e jornais do século 19, todos do acervo do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. "Lá tem mais de 600 jornais dessa época e mais de 14 mil folhas; tem o primeiro jornal com charge no Brasil, O Marimbondo; e a primeira versão do Diário de Pernambuco", destaca Igor Burgos. "É uma coleção bem importante e que não está mais disponível para manuseio de pesquisadores no Arquivo Público, todos os pesquisadores que vão lá são orientados a fazer a consulta no site do Acervo Cepe", observa. Também estão disponíveis documentos da Comissão Estadual da Verdade sobre violação de direitos humanos e documentos do Instituto Dom Helder Camara (mais de 120 mil páginas, incluindo pensamentos do Dom da Paz), além de produtos criados pela Cepe, como a coleção do Suplemento Cultural (atual Pernambuco) de 1986 a 2006. Igor Burgos também cita uma seção para a Revista Continente Documento (54 edições digitalizadas) e o Almanaque Centenário, lançado pela Cepe nos 100 anos da Imprensa Oficial. Em todo o Acervo Cepe há dez seções de documentos com mais de 800 mil páginas digitalizadas. "É uma boa opção gratuita para as pessoas que estão de quarentena em casa nese momento", sugere Igor Burgos. Aproveite a dica e boa leitura!

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Governo de Pernambuco e Porto Social lançam campanha para mobilizar doações no combate à Covid-19

O Governo de Pernambuco adotou mais uma frente de ação para combater a disseminação do coronavírus no estado. Em parceria com a entidade sem fins lucrativos Porto Social, lança uma campanha emergencial para arrecadar doações com o objetivo de custear bens e insumos para atender a rede pública de saúde e auxiliar pessoas em situação de vulnerabilidade. Com a nova medida, será possível agilizar a compra e reposição de materiais utilizados pelas unidades públicas de saúde durante o período de duração da pandemia. As contribuições voluntárias não têm valor mínimo ou teto máximo e podem ser efetuadas tanto por pessoas físicas quanto jurídicas. A fim de viabilizar os depósitos e sua destinação de forma mais rápida possível, um termo de cooperação foi firmado pelo Poder Executivo com a aceleradora e incubadora de iniciativas sociais, que será a operadora dos recursos arrecadados durante o período da campanha. As contribuições devem ser depositadas em nome da Associação Incubadora Porto Social (CNPJ: 25.087.812/0001-47), em conta corrente do Bradesco (AG: 1164 e CC: 50071-2). “A pandemia do coronavírus só será vencida com a união de todos os setores, do primeiro ao terceiro. A convite do Governo de Pernambuco, nós estamos entrando nessa campanha, convocando toda a sociedade para participar e doar. Esses recursos serão utilizados da melhor forma possível para que esses materiais de saúde sejam adquiridos o quanto antes e ajudem no combate a essa doença”, reforça o presidente do Porto Social, Fábio Silva. Embora a arrecadação tenha ficado sob responsabilidade da entidade, a utilização dos recursos será definida pelo Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento à Covid-19, implementado pelo governador Paulo Câmara por meio do Decreto n° 48.810, publicado no dia 16 de março. As secretarias de Desenvolvimento Econômico, de Saúde e de Planejamento e Gestão encabeçarão a gestão. Um site será criado e posto no ar, dentro em breve, para informar a população sobre as doações e emprego dos valores arrecadados. “Precisamos do envolvimento de toda a população no combate à Covid, pois a situação é inédita em todo o mundo e precisamos dar respostas rápidas para evitar a propagação do coronavírus. Este é mais um mecanismo que se criou para auxiliar no atendimento às pessoas infectadas. Faremos a prestação de contas aos moldes do setor privado, no final do período de crise, com o máximo de transparência possível”, reforça o secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach. Segue o link com o depoimento do secretário de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach: https://we.tl/t-f1p9gmfPE1

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Saúde libera R$ 600 milhões para combate ao coronavírus

Mais R$ 600 milhões estão sendo liberados para estados e municípios a fim de reforçarem o plano de contingência para o enfrentamento da pandemia de coronavírus (covid-19). Além disso, R$ 400 milhões já haviam sido enviados a todos os estados este mês. A orientação do Ministério da Saúde é que cada estado defina com as prefeituras os valores destinados a cada município. O dinheiro poderá ser utilizado em ações de assistência, inclusive para abertura de novos leitos ou custeio de leitos já existentes nos estados e municípios. “Nós vamos repassar R$ 600 milhões aos municípios de acordo com a pactuação local. Cada estado vai fazer hoje a sua divisão, de como vai fazer a alocação dos recursos”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Segundo ele, a partir desta quinta-feira (26), os estados devem informar o ministério sobre os municípios com atendimento de maior complexidade. “A partir disso, a gente repassa o recurso para que os municípios utilizem da melhor forma possível no que houver necessidade”, explicou o ministro. De acordo com o ministério, a distribuição do recurso é proporcional ao número de habitantes de cada estado, que deverá definir os locais de atendimento de maior complexidade e, assim, maior necessidade de reforço orçamentário. “São, no mínimo, R$ 2 e, no máximo, R$ 5 por habitante. Na semana passada, o Ministério da Saúde já havia destinado R$ 432 milhões para auxiliar os estados e municípios no enfrentamento da pandemia.” Isolamento social Sobre as medidas para contenção do coronavírus, o ministro Luiz Henrique Mandetta destacou a necessidade de um trabalho coletivo, com órgãos diversos. “Quarentena sem prazo determinado para terminar vira uma parede na frente das necessidades das pessoas que precisam comer, que precisam abastecer suas casas, que precisam ir aos supermercados e que precisam ir e vir, porque isso faz parte da própria sobrevivência”, disse. *Com informações do Ministério da Saúde (Da Agência Brasil)

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Sociedade médica alerta para direitos do paciente em meio à pandemia

Em meio à pandemia de coronavírus (Covid-19) no Brasil e à corrida às clínicas e hospitais por parte da população com possíveis sintomas da doença, é preciso atenção, em especial no resguardo dos direitos dos usuários de planos de saúde. Ao menos é o que enfatiza o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Dr. Raul Canal. É o caso, por exemplo, do arqueio dos custos dos exames que detectam o novo vírus. As empresas de plano de saúde são obrigadas a arcar. “Caso não o façam, o consumidor deve procurar a Defensoria Pública, que está em sistema de plantão judiciário, ou um advogado, e solicitar ao juiz a emissão de uma medida cautelar”, enfatiza Canal. Contudo, ele também observa que na hipótese do caso ser grave, o consumidor pode arcar com a despesa do exame e depois solicitar reembolso à operadora do plano de saúde. Outro item importante elencado pelo presidente da Anadem tem relação com taxas abusivas. “Os planos de saúde estão proibidos de cobrar uma taxa extra ou a reajustar o valor do plano. Caso isso aconteça, o consumidor não deve pagar e deve entrar com uma medida judicial”. O plano de saúde só pode reajustar o valor no aniversário do plano e mediante autorização da Agência Nacional de Saúde (ANS). Canal lembra ainda que os laboratórios não podem se negar a fazer o exame aos consumidores do plano de saúde, alegando que só atendem consumidores particulares. “Nestes casos o consumidor deve chamar a polícia”, pontua. Sobre a ANADEM Criada em 1998, a Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (ANADEM) promove o debate sobre problemas relacionados ao exercício profissional da medicina. Por meio da análise de discussões relacionada a esse tema, a ANADEM apresenta soluções não só no campo jurídico, mas em todas as áreas de interesse do médico associado.

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Prefeitura usa sistema de geolocalização para combater o coronavírus

A Prefeitura do Recife divulgou, como estratégica do Plano Municipal de Contingenciamento Covid-19, o uso da tecnologia de geolocalização Desenvolvida em parceria com a empresa recifense In Loco, a Prefeitura terá acesso a uma ferramenta de mapeamento de maior ou menor isolamento social. Assim a gestão municipal vai poder atuar de forma direcionada com ações educativas a medidas de fiscalização, quando couber. “O Plano de Contingência, que já conta com 145 medidas. Trata-se de um projeto de monitoramento utilizando uma ferramenta de tecnologia de geolocalização, numa parceria com a empresa recifense In Loco, que vai monitorar bairro a bairro as pessoas que estão ficando em casa ou não. Os dados são gerais, coletivos e a privacidade das pessoas é respeitada, mas o monitoramento vai permitir uma série de ações do poder público, para ampliar o número de pessoas que ficam em casa”, disse o prefeito Geraldo Julio. O gestor explicou como vai poder usar essas informações. “Com esses dados vamos poder orientar melhor os carros de som, por exemplo. A Prefeitura tem hoje, em uma parceria com os vereadores, 20 carros de som que estão rodando a cidade, levando informação à população. Sabendo os bairros que estão descumprindo as medidas, nós vamos poder direcionar esses carros para essas regiões. Esperamos que com esse aplicativo a gente possa monitorar ainda mais a cidade e garantir que as pessoas fiquem em casa, o que é fundamental neste momento. Quanto mais rápido esse vírus se espalhar pelo Brasil, mais difícil vai ser para o sistema de saúde atender a essa enorme demanda que pode ser gerada”, avaliou o prefeito. Para acompanhar os casos e conter a propagação do vírus, a solução tecnológica será a partir da geolocalização de smartphones, que vai acompanhar de forma coletiva o isolamento social e gerar um índice de isolamento por bairro. O índice vai responder quais bairros estão respeitando a quarentena e quais ainda mantém um fluxo intenso de passantes. Ao todo 145 ações do Plano Municipal de Contingenciamento COVID-19 já foram anunciadas pelo Comitê Municipal de Resposta Rápida, instalado pela Prefeitura do Recife desde janeiro. A iniciativa vai permitir que a Prefeitura possa planejar e direcionar suas ações e concentrar os esforço de forma onde necessário, desde medidas educativas, através de notificação pela internet, uso de carro de som e fiscalização, quando for necessário. O uso de Carros de Som como ferramenta de comunicação das medidas de restrição e do reforço da importância dos recifenses ficarem em casa já está sendo utilizado e agora vai poder ser direcionado a partir dos dados de onde está a maior concentração de pessoas. Ao todo, 20 carros de som já estão circulando por dia, sete dias da semana, pelas ruas do município divulgando sobre a importância de ficar em casa e evitar aglomerações, atitude indispensável para combater a disseminação da doença. Bairros como Ibura, Jordão, Afogados, Córrego do Jenipapo, Vasco da Gama, Casa Amarela, Beberibe, Água Fria e UR-11 já receberam a ação. In Loco - Empresa pernambucana de tecnologia que fornece inteligência a partir de dados de localização. Suas soluções permitem que empresas entreguem mais relevância, garantindo o anonimato dos seus consumidores. Recentemente anunciou a ampliação da operação para os Estados Unidos, com bases em São Francisco e Nova Iorque. Movimenta Recife - Lançado na última quinta-feira (19) pela Prefeitura do Recife para estimular e orientar a população a praticar exercícios físicos sem sair de casa, o aplicativo Movimenta Recife já é o mais baixado do Brasil na área de Saúde e Bem Estar. Os dados são do AppBrain, plataforma do sistema Android que divulga e avalia os apps. Até esta terça-feira (24), o Movimenta Recife já tinha sido baixado por 13.400 pessoas em todo o mundo, estando não apenas na liderança do ranking no Brasil, mas também em quinto lugar na Áustria e na Bélgica. O Movimenta Recife foi elaborado para minimizar o impacto da suspensão do funcionamento das Academias Recife, das Academias da Cidade e do Caminhão da Malhação, além da recomendação da suspensão do funcionamento das academias de ginástica privadas. O aplicativo está disponível no sistema Android e contém videoaulas de ginástica e dança para serem praticadas em casa, nos níveis básico, intermediário e avançado. ASSUNTOS: gabinete de imprensa tecnologia coronavírus covid19 juntos pela vida prefeitura do recife portal

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Alepe reconhece estado de calamidade pública e aprova ações de enfrentamento à Covid-19

O Plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco aprovou, nesta terça (24), em única votação, os Projetos de Decreto Legislativo nºs 2 e 3/2020, reconhecendo estado de calamidade pública em Pernambuco e no Recife, respectivamente, por conta da emergência de saúde internacional decorrente do coronavírus. As propostas são de autoria da Mesa Diretora e atendem às solicitações encaminhadas pelo governador Paulo Câmara e pelo prefeito Geraldo Julio, conforme prevê o Artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo os gestores, a iniciativa possibilitará a mobilização de recursos financeiros para reforçar ações de assistência à população e assegurar a continuidade dos serviços públicos. A Alepe também deu aval ao Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 1.006/2020 e ao Projeto de Lei Ordinária (PLO) nº 1.007/2020, ambos de autoria do Poder Executivo, que dispõem sobre medidas de combate à pandemia. O primeiro flexibiliza os procedimentos para a contratação de serviços e aquisição de bens pelo Poder Público Estadual, além de autorizar a nomeação de candidatos aprovados em concursos em vigor, entre outros. Já o segundo cria o Fundo Estadual de Enfrentamento ao Coronavírus (Feec), com o objetivo de financiar projetos, pesquisas e ações nas áreas de saúde e de vigilância sanitária. As matérias foram acatadas, pela manhã, nas Comissões de Justiça, Finanças e Administração Pública. À tarde, passaram em Primeira e Segunda Discussões no Plenário, com 45 votos favoráveis ao PLC 1.006 e 46 ao PLO 1.007 nesta última. Nenhuma das duas recebeu votos contrários, mas houve abstenções. Toda a tramitação foi feita por meio do Sistema de Deliberação Remota (SDR), desenvolvido com o propósito de reduzir a necessidade da presença dos parlamentares e servidores na Casa e, assim, evitar o contágio pelo coronavírus. Saiba mais sobre as proposições aprovadas nesta terça (24) PRIORIDADE – “Estamos na expectativa de que o Governo do Estado envie novos projetos que visem resguardar o setor produtivo e manter os empregos”, frisou Isaltino Nascimento. Foto: Roberta Guimarães Reunião virtual – Por meio do Projeto de Resolução nº 1.008/2020, da Mesa Diretora, a Alepe instituiu o Sistema de Deliberação Remota (SDR), que prevê reuniões virtuais em situações excepcionais, com a discussão e a votação remota de matérias sujeitas à apreciação do Plenário. O texto foi aprovado em Primeira e Segunda Discussões com 46 votos a favor e nenhum contrário. O mecanismo pôde ser utilizado antes da votação da proposta em Plenário graças ao Ato nº 2/2020, também de autoria da Mesa Diretora, autorizando a adoção urgente do sistema. O SDR destina-se a assegurar, de forma excepcional, o funcionamento do Poder Legislativo diante de situações de guerra, convulsão social, calamidade pública, pandemia, emergência epidemiológica, colapso do sistema de transportes e outras circunstâncias de grave comoção no Estado ou em âmbito nacional. O dispositivo determina que as reuniões das Comissões Parlamentares Permanentes também ocorrerão em ambiente virtual. O sistema está sob a responsabilidade da Superintendência de Tecnologia da Informação da Casa e sua utilização poderá ser prorrogada pela Mesa Diretora, caso as circunstâncias se prolonguem. Líder do Governo na Casa, o deputado Isaltino Nascimento (PSB) afirmou que, apesar das dificuldades, a Assembleia vive um momento histórico ao inaugurar o Sistema de Deliberação Remota. “O dispositivo permite que os parlamentares permaneçam em atividade com a devida segurança”, frisou. Em relação às propostas encaminhadas pelo Poder Executivo, o socialista destacou a importância das medidas para a obtenção de mais recursos para enfrentar a pandemia. “Estamos na expectativa de que o Governo do Estado envie novos projetos que visem resguardar o setor produtivo e manter os empregos”, enfatizou. CONSENSO – “Na representação popular que cabe a este Poder Legislativo, estamos firmes e ativos na defesa do interesse público dos pernambucanos”, pontuou Priscila Krause. Foto: Roberta Guimarães Por sua vez, a oposicionista Priscila Krause (DEM), na justificativa do voto favorável ao PLC 1.006, lembrou que, “diante dos seus 180 anos de história, a Alepe vivencia rotinas de trabalho completamente novas, não imaginadas, preocupações inquietantes, convivendo com muitas dúvidas e poucas respostas”. “Mas, na representação popular que cabe a este Poder Legislativo, aqui estamos, firmes e ativos na defesa do interesse público dos pernambucanos”, pontuou a deputada, destacando a disposição da classe política de buscar “a construção de consensos e soluções” e “a soma de esforços para atenuar os efeitos da crise”.

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Coronavírus: Saiba como economizar gás de cozinha durante período de isolamento

Desde o anúncio da chegada da pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil, o Governo, empresas públicas e privadas anunciam medidas para estimular a população a ficar em casa, privando-se do contato social, uma medida de extrema importância para reduzir a velocidade do contágio e os impactos em nosso sistema de saúde. Com o aumento do tempo em casa, podem surgir aumentos nos gastos básicos, como energia elétrica, água e gás. Este último que já preocupa bastante os consumidores uma vez que tem sofrido altas variações nos preços nos últimos meses. A última elevação do valor aconteceu no final de dezembro, com o acréscimo de cerca de 5% anunciado pela Petrobrás. Nessa hora, várias práticas passadas de geração em geração podem ajudar na redução do consumo, mas a mais eficiente delas é, sem dúvidas, a pesquisa de preços. Levantamento realizado através do aplicativo Chama, ferramenta que conecta revendas de botijão a consumidores, mostram que os preços em Porto Alegre variam entre R$ 63,29 a R$ 80 -- oscilação de 26.40%. Ainda na região Sul do país, em Curitiba, os valores vão de R$ 65,57 e R$ 80,33 -- diferença de 22,50%. Em Belo Horizonte, capital mineira, os preços começam em R$ 65,84 e alcançam R$83 -- variação de 26,06%. Já na capital paulista é onde se encontram as maiores variações de valores e também os preços mais baixos e elevados do país: de R$62,16 a RS 95 -- diferença de 52%. O Chama é uma ferramenta que ajuda o consumidor a pesquisar preços e efetuar a compra de maneira fácil e rápida. Em sua rede, mais de 2000 revendedores de gás publicam suas ofertas, e o consumidor pode escolher com base na marca, preço e tempo de entrega. Todos os revendedores disponíveis no aplicativo são autorizados pela Agência Nacional de Petróleo e por isso seguem as mais rígidas normas de qualidade e segurança. Este fato dá ao consumidor a garantia de estar comprando um produto em perfeito estado, outro fator que impacta na economia do gás. Economizando na hora de cozinhar Durante o isolamento, adultos e crianças ficarão o tempo todo em casa, aumentando assim, a frequência das refeições. Mesmo assim, é possível fazer com que o botijão de 13kg dure mais. Confira algumas dicas produzidas por especialistas do aplicativo Chama para economizar no uso do botijão de gás: 1 -- Pré-aqueça o forno pelo tempo necessário: Alguns alimentos, como assados, requerem o pré-aquecimento do forno, mas não é preciso fazer isso por um longo período. Geralmente 10 minutos antes a 200 ºC fará com que a temperatura fique média e ideal para boa parte dos alimentos. 2 - Use panelas proporcionais à boca do fogão: O uso da panela deve ser equivalente ao tamanho da boca do fogão ou há desperdício de gás, pois parte do calor gerado acaba passando para o ar e não para a panela. 3 - Use o vapor: Enquanto cozinha outros alimentos, é possível utilizar o vapor do preparo colocando uma escorredeira metálica sobre a panela para cozinhar legumes. 4 - Use a tampa da panela: O preparo de pratos como macarrão, por exemplo, permite que o cozimento seja feito com o fogo desligado ao usar a tampa. Para isso, basta deixar a água ferver, adicionar a massa, desligar o fogo e tampar. 5 - Forno fechado e cheio: Abrir e fechar a porta do forno muitas vezes é a receita para o desperdício de gás. Tente observar os alimentos utilizando a luz interna e, sempre que possível, asse mais de um alimento ao mesmo tempo. 6 - Evite colocar o fogão perto de lugares que corre muito vento, como: janelas, portas, ventiladores para que assim as chamas não apaguem e o gás escape. 7 - Corte em pedaços menores: Alimentos cortados em partes pequenas cozinham mais rápido, fazendo com que o gás seja menos utilizado. 8- Atenção aos sinais de que o gás está acabando: quando o botijão está no fim, as chamas ficam com as pontas avermelhadas, o que demonstra que a combustão não está sendo eficaz e que a pouca quantidade de GLP "queima" com dificuldade em reação com o oxigênio. 9 - Uma grande aliada na economia de tempo é a panela de pressão, que além disso reduz os gastos com gás. A pressão faz até os alimentos mais difíceis cozinharem com mais facilidade, sem que eles precisem ficar por tempo prolongado na panela. 10 -- Se acabar o gás, baixe o aplicativo Chama, no qual os usuários podem fazer pesquisa de preço para escolher o revendedor mais barato e têm acesso às várias facilidades como fazer o pagamento pela ferramenta ou no momento da entrega em dinheiro, cartão ou débito e tempo de entrega. Também é possível escolher o revendedor ou marca preferidos e ainda ver avaliação de outros usuários que já compraram naquela unidade. Acompanhar a entrega em tempo real é outra das vantagens do aplicativo. Sobre o Chama Disponível no Google Play e na App Store, o Chama é um marketplace que conecta revendedores de botijões de gás a clientes. Lançada em dezembro de 2016, a empresa reúne em um único ambiente mais de 2.000 revendedores regulamentados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em apenas alguns cliques o usuário pode solicitar o serviço oferecido pela empresa e escolher o fornecedor que mais lhe agradar - selecionando informações como: valor cobrado, tempo de entrega e marca do produto. O serviço está presente em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Recife, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre

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O coronavírus pode ser transmitido pelos olhos?

Nessa época do ano, de muita umidade e calor, algumas doenças oculares são mais comuns, no Brasil. Dentre elas, conjuntivite, ceratite, alergias e especialmente viroses. Diante de um desses quadros, o oftalmologista deve verificar se o paciente apresenta outros sintomas, como problemas respiratórios, e ouvi-lo sobre viagens recentes para países ou regiões com casos de coronavírus. Isso porque é possível contrair a doença pelos olhos. Como o contágio do coronavírus é direto, mais pelo contato entre as pessoas, há uma probabilidade de que o paciente seja contaminado pelos olhos. “Sabemos que a transmissão acontece pelos olhos, nariz e boca, mas os estudos ainda estão sendo desenvolvidos, pois a pandemia é recente. No entanto, é perfeitamente plausível que o coronavírus seja contraído pelos olhos”, alerta a doutora Marília Coutinho, especialista em oftalmologia geral, vias lacrimais e plástica ocular e orbita, no Instituto de Olhos do Recife. Segundo a médica, isso pode ocorrer quando o paciente toca os olhos com as mãos infectadas da doença. “É por isso que a máscara não oferece uma proteção completa. As pessoas devem evitar o contato físico, o aperto de mão, o beijo, o abraço”, orienta. É importante, ainda, evitar tossir ou espirrar na mão. O ideal é usar um lenço de papel descartável e, se não tiver, usar o braço. Se a pessoa estiver infectada, as gotículas da tosse ou do espirro vão ficar na palma da sua mão e, ao tocar os olhos, contaminá-los com o vírus ou, pior, contagiar outras pessoas ao fazer contato. “Gripes e outras viroses podem ser transmitidas assim. Inclusive, algumas infecções respiratórias têm chances de serem contraídas pelos olhos”, explica a oftalmologista. CUIDADOS – A suspeita de que o coronavírus pode ser transmitido pelos olhos já foi aventada, no último mês de janeiro, pelo médico chinês Wang Guangfa, chefe do departamento de medicina pulmonar do Primeiro Hospital da Universidade de Pequim, que investiga a pandemia. O médico, inclusive, acredita ter contraído a doença por não usar óculos protetores durante uma visita a Wuhan, epicentro da doença. Pesquisadores do Imperial College of London e da Universidade de Southampton, na Inglaterra, também consideram que essa forma de contágio é possível. Frente a essa possibilidade, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), está orientando os oftalmologistas a serem criteriosos na anamnese e, diante de suspeita de paciente contaminado, proteger os olhos, o nariz e a boca e encaminhar o paciente para testes e observação. Outros cuidados indicados pelo CBO, tanto para as pessoas quanto para oftalmologista e médicos em geral, é lavar bem as mãos e completar a higienização com álcool etílico a 70%. Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar. Evitar aglomerações e ambientes fechados. Não compartilhar objetos de uso pessoal. Evitar contato próximo a pessoas com a doença.  

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Estratégia usada em vacina contra ebola pode ser aplicada para coronavírus

Estratégia usada para desenvolver uma candidata à vacina contra o ebola, elaborada pela farmacêutica americana Flow Pharma em parceria com pesquisadores brasileiros, pode orientar a criação de um imunizante contra o novo coronavírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19. Em testes com camundongos, a vacina experimental contra o ebola demonstrou ser capaz de conferir, com uma única dose, imunidade contra o vírus hemorrágico que se propagou na África Ocidental entre 2013 e 2016. Os resultados dos testes do imunizante em modelo animal foram descritos em um artigo publicado no final de fevereiro no bioRxiv – um repositório de acesso aberto de artigos em fase de pré-print na área de ciências biológicas. “Uma abordagem semelhante à usada para desenvolver essa vacina contra o ebola pode ser possível de ser aplicada contra o novo coronavírus”, disse à Agência FAPESP Edécio Cunha Neto, professor do Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores da plataforma. O projeto também tem a participação de Daniela Santoro Rosa, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Daniela e eu somos autores da busca da sequência para a vacina contra o ebola”, contou Cunha Neto, um dos pesquisadores principais do Instituto de Investigação em Imunologia – um dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) financiados pela FAPESP no Estado de São Paulo. A vacina contra o ebola é composta por fragmentos de proteínas (peptídeos) do vírus – capazes de estimular o sistema imune e de induzir uma resposta potencialmente protetora – encapsulados em partículas micrométricas. Para mapear regiões da estrutura do vírus ebola mais promissoras para identificação desses peptídeos capazes de serem usados como antígenos para o desenvolvimento da vacina, os pesquisadores usaram algoritmos computacionais. Um dos critérios que estabeleceram para os algoritmos localizarem essas potenciais regiões na estrutura do vírus é que tinham de ser muito conservadas, ou seja, não poderiam variar muito de um isolado viral para outro. Isso garante que a vacina será eficaz mesmo contra variantes do patógeno. Outro critério é que as regiões escolhidas sejam capazes de serem reconhecidas pelo sistema imune da maioria das pessoas. “Esse critério é muito importante porque garante a cobertura ampla da vacina, uma vez que essas regiões do genoma viral mudariam muito pouco de um microrganismo que circula em um determinado local em relação ao que está aparecendo em outro, e o sistema imune dos pacientes induzirá resposta contra a vacina”, explicou Cunha Neto. Os potenciais peptídeos localizados em regiões mais conservadas do vírus foram testados em células de 30 pacientes sobreviventes do surto do ebola no Zaire, entre 2013 e 2016. As análises indicaram que células do sistema imune, chamadas linfócitos T CD8+, de 26 desses 30 pacientes sobreviventes ao ebola responderam a uma proteína denominada NP44-52. Com base nessa constatação, foi fabricada uma vacina experimental com a NP44-52 encapsulada em microesferas, na forma de um pó seco, estável à temperatura ambiente e biodegradável. A vacina experimental foi inoculada em camundongos geneticamente modificados (C57BL/6), usados como modelo de doenças humanas. Os resultados do estudo indicaram que a vacina produziu uma resposta imune protetora nos animais 14 dias após uma única administração. “A plataforma que desenvolvemos possibilita a fabricação e a implantação rápida de uma vacina de peptídeo para responder a uma nova ameaça viral”, afirmam os autores no artigo. Vacina contra a COVID-19 Na avaliação dos autores do estudo, a mesma abordagem poderia ser aplicada à COVID-19, uma vez que o vírus também possui regiões conservadas e é possível identificar peptídeos potenciais para o desenvolvimento de uma candidata à vacina. “Se agirmos agora, durante a pandemia de COVID-19, talvez seja possível coletar e analisar amostras de sangue e criar rapidamente um banco de dados de peptídeos ideais para inclusão em uma vacina com cobertura potencialmente ampla, com desenvolvimento e fabricação rápidas”, afirmam. Cunha Neto também trabalha em outra estratégia de vacina contra a COVID-19, desenvolvida no Laboratório de Imunologia do Incor, com apoio da FAPESP. “A ideia de usar a mesma estratégia da candidata à vacina do ebola para desenvolver um imunizante contra a COVID-19 é da farmacêutica americana, com quem continuamos a colaborar em outros projetos. A estratégia da vacina que estamos nos baseando aqui, no Brasil, é um pouco diferente”, disse. O pesquisador e algumas das maiores autoridades mundiais em vacina, como Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID, na sigla em inglês), têm ponderado, contudo, que o desenvolvimento de uma candidata à vacina contra a COVID-19 deve demorar de um ano a um ano e meio. Esse tempo é necessário para a realização de todas as fases de testes, inicialmente em animais e depois em humanos, a fim de assegurar a segurança e a eficácia do imunizante, ressaltam os especialistas. O artigo An effective CTL peptide vaccine for ebola Zaire based on survivors’ CD8+ targeting of a particular nucleocapsid protein epitope with potential implications for Covid-19 vaccine design, (doi.org/10.1101/2020.02.25.963546), de CV Herst, S Burkholz, J Sidney, A Sette, PE Harris, S Massey, T Brasel, E Cunha Neto, DS Rosa, WCH Chao, R Carback, T Hodge, L Wang, S Ciotlos, P Lloyd e R Rubsamen, pode ser lido no bioRxiv em www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.02.25.963546v2.abstract. E o artigo Coronavirus infections – more than just the common cold (10.1001/jama.2020.0757), de Catharine I. Paules, Hilary D. Marston e Anthony S. Fauci, pode ser lido no Journal of the American Medical Association (JAMA) em jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2759815. Elton Alisson  da Agência FAPESP

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Presidente do Banco Central anuncia que tem arsenal para enfrentar crise

O Banco Central (BC) tem um arsenal muito grande para fazer frente a qualquer tipo de crise, afirmou o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, ao anunciar medidas de enfrentamento aos efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia. “O arsenal que o Banco Central tem é muito grande pra combater qualquer tipo de crise. O Banco Central está absolutamente tranquilo e o sistema financeiro nacional vai funcionar perfeitamente. Estamos aqui para prover qualquer tipo de incentivo que for necessário”, disse, em entrevista, transmitida pela internet. Ontem, o BC anunciou redução de depósitos compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no Banco Central) e linha de empréstimos a instituições financeiras, com garantia de debêntures (títulos privados). Além disso, foi autorizada a captação de depósito a prazo com garantia especial do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o que permite expansão na concessão de crédito em cerca de R$ 200 bilhões, entre outras medidas para liberar recursos na economia. Campos Neto afirmou que não está descartada nova redução de compulsório e que o BC estuda ainda outra medida, que seria o empréstimo do BC aos bancos, tendo como garantia a carteira de crédito. Segundo ele, o valor pode chegar a R$ 670 bilhões. Segundo Campos Neto, o conjunto de medidas de liberação de liquidez (recursos disponíveis no mercado) anunciadas até agora pelo BC correspondem a 16,7% (R$ 1,2 trilhão) do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Na crise financeira internacional, de 2008, esse percentual foi menor: 3,5% (R$ 117 bilhões) do PIB. Campos Neto classificou as medidas anunciadas até agora como “o maior plano de injeção de liquidez e capital da história do país”. Corrida por ativos seguros Campos Neto avaliou que, com a crise, houve uma migração de investimentos de maior risco pra os de menor risco, ou seja, uma “corrida por ativos mais seguros”. “Houve grande saída de dinheiro de mercados emergentes, uma grande saída de todos os ativos de risco no mundo, com grande parte das moedas desvalorizando, principalmente as moedas de países emergentes. E a gente tem então esse fator incerteza que tem dominado o cenário nas últimas semanas. As reações dos mais diversos governos nesse ambiente de incerteza tem indicado esse grau de gravidade e nós entendemos que essas turbulências financeira vão estar conosco durante um tempo”, afirmou. Campos Neto disse que, enquanto para os consumidores a incerteza os leva a querer estocar comida e álcool em gel, as empresas buscam ter recursos para atravessar a crise. “O mundo empresarial não é muito diferente. As empresas, principalmente as pequenas e médias, têm incerteza de quanto tempo elas vão ter que navegar nessa crise, quanto tempo vão ter que ficar sem receber o dinheiro das atividades do dia a dia. Então, tem uma busca por liquidez. Do mesmo jeito que as pessoas se comportam tentando estocar produtos, no mundo financeiro tem uma procura maior por liquidez. É muito importante entender isso. O Banco Central tem que ter condições para garantir liquidez para ter certeza que vamos atravessar isso sem maiores problemas”, disse Campos Neto. Ondas Campos Neto afirmou que a crise veio em “ondas”. “Tivemos primeiro uma grande onda, com efeito mais localizado na Ásia. Existia um entendimento de que teria problema de oferta. Vários componentes produzidos na Ásia não chegariam às nossas fábricas e poderia atrapalhar a produção de bens. Era um choque de oferta. Existia uma preocupação que isso fosse criar uma ruptura no processo produtivo, que fosse ter alguns impacto na parte de emprego. Mas a economia do Brasil é relativamente fechada, então o efeito disso no Brasil seria pequeno” Segundo o presidente do BC, a segunda onda é a que veio com o isolamento social no Brasil, impactando “fortemente” o setor de serviços, responsável por 63% do PIB. Segundo ele, esse cenário foi antecipado pelo BC que começou a prover o mercado de liquidez. De acordo com Campos Neto, a recuperação do setor de serviços é diferente da indústria, por exemplo, que passada a crise, pode aumentar as horas trabalhadas para produzir. “Quando deixa de consumir serviços, é difícil compensar a perda. A indústria pode recuperar o que foi perdido”, disse citando como exemplo, que não se corta o cabelo várias vezes para recuperar os dias em que não foi possível ter acesso ao serviço. Campos Neto disse ainda que a crise atual é diferente da de 2008. “Foi uma crise de alavancagem financeira. Alavancagem gerou a percepção de que o sistema financeiro tinha problemas. Isso permeou para a economia real. Essa crise agora é totalmente diferente. A gente tem um cenário em que os bancos estão muito menos alavancados no Brasil e no mundo. O sistema financeiro passou por uma reformulação completa. O sistema bancário está muito mais sólido. É uma crise muito mais da economia real”. Questionado sobre o tempo de duração da crise, Campos Neto afirmou: “é uma incógnita para todo mundo”. “Esse é um tema do Ministério da Saúde. O que eu preciso é ter amplas condições de liquidez e capital para atravessar essa crise, de ter condições estimulativas para que a economia se recupere. As medidas que nós tomamos estão atendendo essas exigências”, afirmou. (Da Agência Brasil)

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