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DIABETES

Fique em casa, mas não fique parado

Entre os efeitos colaterais das medidas de isolamento social adotadas para conter a COVID-19 está o aumento do sedentarismo, que pode contribuir para a deterioração da saúde cardiovascular mesmo em curtos períodos de tempo. Idosos e portadores de doenças crônicas tendem a ser os mais afetados. O alerta foi feito por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP) em artigo de revisão publicado no American Journal of Physiology. Segundo os autores, o apelo feito por governantes e profissionais da saúde para que as pessoas “fiquem em casa” é válido na atual conjuntura, sem dúvida. Mas deve vir acrescido de uma segunda recomendação: “não fiquem parados”. “Uma pessoa precisa fazer ao menos 150 minutos de atividade física moderada a intensa por semana para ser considerada ativa, de acordo com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde [OMS] e das sociedades médicas. O uso de academias e centros esportivos ficará limitado nos próximos meses, mesmo após o fim da quarentena. A atividade física realizada no ambiente domiciliar surge como uma alternativa interessante”, afirma Tiago Peçanha, bolsista da FAPESP de pós-doutorado e primeiro autor do artigo, que apresenta uma série de evidências científicas relacionadas ao impacto de curtos períodos de inatividade física sobre o sistema cardiovascular. Alguns dos estudos avaliados mostraram, por exemplo, que manter uma pessoa acamada durante 24 horas pode induzir atrofia cardíaca e redução significativa no calibre dos vasos sanguíneos em um período que variou entre uma e quatro semanas. Peçanha ressalta se tratar de um modelo agressivo, que não representa o que ocorre durante a quarentena. “Mas há outros experimentos relatados no artigo que são bastante representativos”, diz o pesquisador. Em um deles, voluntários foram induzidos a reduzir de 10 mil para menos de 5 mil o número de passos diários durante uma semana. Ao final, notou-se redução no diâmetro da artéria braquial (principal vaso do braço), perda da elasticidade dos vasos sanguíneos e danos ao endotélio (camada de células epiteliais que recobre o interior das veias e artérias). Há ainda experimentos em que os voluntários foram mantidos sentados continuamente durante períodos que variavam entre três e seis horas. O tempo de inatividade foi suficiente para promover alterações vasculares, aumento nos marcadores de inflamação e no índice glicêmico pós-alimentação. “Essas primeiras alterações observadas nos estudos são funcionais, ou seja, o coração e os vasos sanguíneos dos voluntários saudáveis passaram a funcionar de forma diferente em resposta à inatividade física. Caso a situação se prolongue, porém, a tendência é que se transformem em alterações estruturais, mais difíceis de reverter”, explica o pesquisador. Se indivíduos saudáveis podem correr atrás do prejuízo – literalmente –, o impacto do sedentarismo prolongado tende a ser nefasto para pessoas com doenças cardiovasculares e outras condições crônicas de saúde, como diabetes, hipertensão, obesidade e câncer. No caso dos idosos pode também agravar a perda generalizada de massa muscular – quadro conhecido como sarcopenia – e aumentar o risco de quedas, fraturas e outros traumas físicos. O grupo da FM-USP publicou artigo a respeito no Journal of the American Geriatrics Society. “Essas populações mais vulneráveis aos efeitos do sedentarismo também integram o grupo de risco da COVID-19 e, portanto, precisarão se resguardar em casa durante os próximos meses. O ideal é que encontrem estratégias para se manterem ativas, seja realizando tarefas domésticas, caminhando até o jardim, subindo escadas, brincando com os filhos ou dançando na sala. As evidências científicas indicam que a prática de exercícios no ambiente domiciliar é segura e eficaz para controlar a pressão, melhorar as taxas lipídicas, a composição corporal, a qualidade de vida e de sono”, afirma Peçanha. Para os pacientes de maior risco, principalmente aqueles não habituados à prática de exercícios, o pesquisador recomenda supervisão por profissionais de saúde, ainda que a distância, por meio de câmeras, aplicativos de celular e outros dispositivos eletrônicos. “Estudos mostram que as pessoas tendem a aderir melhor à atividade física quando se cria um ambiente on-line que favoreça o suporte social e a interação entre os praticantes.” Novas evidências Dados divulgados nos últimos meses por empresas que comercializam relógios inteligentes e aplicativos para monitoramento de atividade física indicam queda no número de passos diários de seus usuários desde o início do confinamento. “A norte-americana Fitbit, por exemplo, apresentou em seu blog, em 22 de março, dados de 30 milhões de usuários que mostraram uma redução entre 7% e 33% no número de passos dados por dia. No Brasil, há um levantamento feito pelo pesquisador Raphael Ritti-Dias pela internet com mais de 2 mil voluntários. Mais de 60% afirmam ter reduzido seu nível de atividade física após o início da quarentena”, conta Peçanha. “Essas ainda são evidências preliminares, mas há estudos em andamento que visam medir o efeito para a saúde da inatividade física durante a quarentena.” Uma dessas iniciativas está sendo conduzida na FM-USP, pelo grupo vinculado ao Projeto Temático “Reduzindo tempo sedentário em populações clínicas: o estudo take a stand for health”, coordenado pelo professor Bruno Gualano, coautor do artigo publicado no American Journal of Physiology. “Acompanhamos alguns grupos clínicos no âmbito do Temático, como mulheres com artrite reumatoide, pacientes submetidos a cirurgia bariátrica e idosos com comprometimento cognitivo leve. O objetivo é induzir o aumento da atividade física nessas populações por meio de ações do cotidiano, como passear com o cachorro ou descer dois pontos antes ao andar de ônibus, e avaliar os efeitos na saúde”, conta Peçanha. Agora, durante a quarentena, os pesquisadores têm monitorado mais assiduamente o grupo das mulheres com artrite reumatoide para medir o nível de atividade física e comparar com o do período anterior ao confinamento. “As pacientes estão usando acelerômetros [dispositivo que permite medir a atividade física e distância percorrida pelo indivíduo durante um período de tempo] em casa e ligamos com frequência para saber como está a qualidade de vida e a nutrição. Um grupo de pesquisadores vai até a residência para fazer medidas de peso, composição corporal, pressão e coleta de sangue”, explica. Metade das voluntárias será submetida a uma intervenção

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Diabetes e Covid-19: tire suas dúvidas

Pacientes com comorbidades, como diabetes, podem ter seu quadro de saúde agravado no caso de contrair o coronavírus. A endocrinologista Lorena Lima Amato responde algumas dúvidas e faz orientações para pessoas que têm diabetes. Pacientes com diabetes estão no grupo de risco para Covid-19. Por que essas pessoas podem ter agravamento da doença? O paciente diabético já tem a imunidade alterada para outras doenças também, inclusive para outros vírus respiratórios e, por isso, o calendário vacinal dessas pessoas é diferenciado. No caso do coronavírus, está sendo investigado como esse vírus reage na célula da pessoa infectada com alguns receptores que, em teoria, estariam mais presentes no diabético. O que a pessoa com diabetes pode fazer neste momento de pandemia pelo coronavírus para melhorar a imunidade? Além do orientado para a população em geral, manter a alimentação saudável, fazer a higiene das mãos de forma correta, beber muita água e ficar em casa, alerto aqui para dois focos principais para o paciente com diabetes: estar com as vacinas em dia e manter o controle glicêmico, agora ainda mais do que nunca isso é muito importante. Qual é a indicação para quem tem dificuldade em manter o nível glicêmico? Importante continuar usando as medicações e tratamentos orientados pelo médico endocrinologista. Se faz mais de três meses que não vai a uma consulta com o médico, agende o mais rápido possível por meio da telemedicina, para evitar sair de casa. A telemedicina é o melhor canal neste momento para os médicos apoiarem e orientarem seus pacientes. Outro item é o controle alimentar. Estando em casa, a ansiedade e preocupação podem fazer a pessoa comer mais do que o habitual e isso caracteriza um perigo não só aos pacientes diabéticos, mas a todos.  

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Sociedade Brasileira de Diabetes dá dicas para alimentação das crianças, neste período

Com o fechamento de grande parte das escolas privadas e públicas e o aumento exponencial de casos de Coronavírus confirmados no Brasil, muitas crianças tiveram de ser afastadas de suas atividades, alterando também a rotina de pais e cuidadores. Para ajuda-los com a alimentação, considerando possível cenário restrições à prática de atividades físicas, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) organizou uma série de dicas para facilitar nutrição saudável de crianças com e sem diabetes. De acordo com a nutricionista Dra. Silvia Ramos, coordenadora do Departamento de Nutrição, Exercício e Esportes em Diabetes da SBD, nesses dias atípicos, é de fundamental importância planejar os itens a serem ofertados. Desta forma, evita-se um erro comum: refeições e lanches com excesso de um grupo de nutrientes e falta de outros importantes para o desenvolvimento infanto-juvenil. “É fundamental lembrar que as crianças e jovens, independente de terem ou não diabetes, necessitam de uma boa alimentação. Ao considerar este cenário de pandemia, esse cuidado torna-se ainda mais importante, visto que ajuda a manter a imunidade elevada e, nos casos de crianças e jovens com diabetes, evita-se maior vulnerabilidade ao Covid-19”. A quantidade de alimentos ofertados deve variar conforme a faixa etária. A especialista lembra que o Ministério da Saúde possui guias orientativos com informações sobre as quantidades indicadas para cada idade e níveis de atividade física. Em casos especiais em que a criança precise de contagem de carboidratos, a orientação nutricional passa a ser baseada na recomendação diária para aquela refeição. “Com a redução da atividade diária – mesmo que seja a atividade escolar, educação física, aulas extras e brincadeiras fora de casa – as crianças e jovens passam ter uma necessidade menor de alimentos. Por outro lado, a ansiedade com a situação pode gerar vontade de comer e, por este motivo, mesmo sem aulas a rotina em casa deve ser planejada e se possível com a supervisão de um adulto”, complementa a nutricionista. Durante o preparo e montagem de pratos e lanches, a interação entre adultos e crianças pode auxiliar também na melhor aceitação dos alimentos, socialização dos pequenos e autonomia – além dos potenciais aspectos lúdico e educacional. Para as crianças, é importante que as refeições sejam feitas à mesa e que o momento seja focado na alimentação sem outras distrações. A Dra. Silvia aponta ainda a necessidade de atenção a alimentos que parecem saudáveis, mas podem ser pouco nutritivos. É o caso dos bolinhos prontos, biscoitos com ou sem recheio, achocolatados prontos, refrigerantes, sucos de caixinha e salgadinhos. Alimentos industrializados e ultraprocessados, de modo geral devem ser evitados. Suas formulações, na maior parte das vezes, são ricas em açúcares, gorduras saturadas e aditivos químicos. Por isso, a busca por alimentos naturais deve ser o primeiro passo. Para facilitar no dia-a-dia, Dra. Silvia aponta que a melhor forma de organização é dividir os alimentos em três grupos: -Grupo de Carboidratos: fornecem energia e disposição para as atividades rotineiras. Exemplos: pães, torradas, bolos simples, cereais integrais, tapioca, panqueca, biscoitos integrais, tortas, pipoca, dentre outros; - Grupo de Proteínas: responsáveis pela formação de tecido e músculos fundamentais para o crescimento. E o caso do leite, iogurte, coalhada, queijos e ovos. - Grupo das frutas e hortaliças: possuem alto teor nutricional e ajudam na de saciedade. Além disso, são práticos para transportar e consumir. Ex.: Frutas frescas ou secas, tomate, cenoura e pepino. Sobre a SBD Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no Brasil. Conheça nosso trabalho: www.diabetes.org.br.

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Café da manhã equilibrado previne diabetes e doenças cardiovasculare

O café da manhã é uma das refeições mais importantes do dia. Responsável por conceder a energia necessária para a realização das atividades diárias, a refeição também mantém a pessoa alerta, disposta e com o metabolismo funcionando bem — durante a noite, para que o corpo consiga descansar, o metabolismo se torna mais lento e a partir do desjejum, volta ao funcionamento normal. Um estudo da Universidade Columbia, nos Estados, constatou que pessoas que pulam o café da manhã, tendem a beliscar mais durante o dia e principalmente à noite, o que pode favorecer o exagero de comida e consequentemente resultar em ganho de peso, inflamação e resistência à insulina favorecendo assim a diabetes e doenças cardiovasculares. A especialista em Nutrição e Educação Física Sue Lasmar aponta que para que o café da manhã cumpra seu papel, ele precisa ser completo, rico em proteínas, minerais, vitaminas e carboidratos. “Comer bem durante a manhã evita que haja exageros na hora do almoço pois, ajuda a prolongar a sensação de saciedade”, explica. Sue Lasmar aponta ainda que pular essa refeição também atrapalha o processo de emagrecimento. “Ao ficar sem comer, o corpo começa a fazer reservas de gordura e dificulta o ganho de massa muscular”, garante. O que comer? Mamão papai: Rico em fibras, essa fruta ajuda a fazer um desjejum correto, além de ser rico em vitamina C Leite Desnatado: Com uma concentração baixa de gordura, o leite supre as necessidades de cálcio diárias. Cereais e pães: Opte por integrais, que fornecem fibras e antioxidantes para a dieta. O consumo também garante o bom funcionamento intestinal e previne doenças. Ricota: Além de não ter altos teores de sódio, o queijo é rico em cálcio, vitaminas A, B, D e E, e outros minerais como zinco e iodo. Frutas ou sucos de fruta naturais: fonte de vitaminas e minerais. O ideal é evitar colocar açúcar.

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Pé diabético no verão: caminhada na praia requer proteção

No verão, caminhar pela praia é uma das atividades mais prazerosas para se fazer ao ar livre. Mas para quem é portador de diabetes, o ato pode trazer sérias implicações, se alguns cuidados não forem tomados. Um dos problemas mais graves nos diabéticos é a neuropatia que diminuiu ou elimina a sensibilidade protetora e deixa-os propensos a desenvolver lesões decorrentes de trauma ou contato com superfícies muito quentes, como a areia da praia. “As bolhas decorrentes de uma simples caminhada na praia são comuns em pacientes diabéticos e, frequentemente, evoluem com lesões sérias mais profundas, que se não forem bem conduzidas, podem terminar em infecção e, eventualmente, na amputação do pé”, explica o presidente da ABTPé, Dr. José Antônio Veiga Sanhudo. O número de brasileiros portadores de diabetes mellitus aumentou mais de 60% nos últimos 10 anos, estimando-se que hoje a doença afete quase 9% da população geral e 27% das pessoas com mais de 65 anos de idade. Dados do Ministério da Saúde, referentes aos meses de janeiro a julho de 2019, dão conta de que, no período, foram realizadas 9.019 cirurgias de amputações de membros no SUS (Sistema Único de Saúde), em decorrência do diabetes. A enfermidade apresenta dois impactos à saúde dos pés: fluxo sanguíneo reduzido para membros inferiores e neuropatia periférica - danos nos nervos, sendo essa consequência apontada como causadora da típica redução de sensibilidade nas pernas e nos pés. “Com a perda da sensibilidade, os machucados, normalmente, não são sentidos. Então, é indispensável o uso de calçado quando for à praia e evitar andar, especialmente, sobre a areia quente ou pedras. O mesmo serve para piscina, nunca andar descalço em superfícies que podem estar superaquecidas”, ressalta o Dr. Sanhudo. “É importante, inclusive, o uso de uma proteção mesmo dentro da água, como sapatos próprios para desportos náuticos ou meias de surfista”, completa o especialista. Evitando problemas Além das recomendações mencionadas por Dr. Sanhudo, outras ações devem ser executadas para prevenir problemas e manter a saúde do pé diabético: - Diariamente, examine os pés em um ambiente bem iluminado ou peça a ajuda de alguém para verificar a existência de frieiras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou alterações de cor. Mediante qualquer observação diferente, procure um médico imediatamente. -Mantenha os pés sempre limpos e, antes de banhá-los, teste a temperatura da água com o seu cotovelo para evitar queimaduras. - Ao enxugar os pés, a toalha deve ser macia e, ainda sim, não a esfregue na pele. - Mantenha a pele hidratada para evitar rachaduras, mas seque bem entre os dedos e ao redor das unhas para evitar macerações. - Use meias sem costura, de algodão ou lã e evite sintéticos, como nylon. Dê preferência por meias brancas, pois facilitam a identificação de sangramentos ou drenagem de secreção. - Antes de cortar as unhas, é preciso lavá-las e secá-las bem. Para cortar, usar um alicate apropriado ou uma tesoura de ponta arredondada. O corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional especializado, como o podólogo, o qual deve ser avisado do diabetes. - O ideal é não cortar os calos, nem usar lixas. - Os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. Para as mulheres, recomenda-se os sapatos com saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura. Também é importante não utilizar calçados novos por mais de uma hora por dia, até que estejam macios.

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Diabetes: doença crônica e silenciosa

Pé diabético, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, retinopatia, nefropatia, neuropatia, entre outras, são complicações que podem surgir se o diabetes não for tratado de forma adequada. No dia 26 de junho, comemora-se o Dia Nacional do Diabetes, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da prevenção e educação sobre a doença. Uma pesquisa do Ministério da Saúde indicou que entre 2006 e 2016 foi registrado um aumento de 61,8% nos casos de diabetes no país. Em paralelo, o número de casos de obesidade cresceu 60%. O diabetes é uma doença crônica e silenciosa, com a qual a pessoa deverá conviver durante a vida toda, podendo causar inúmeras complicações ao longo de seu desenvolvimento, comprometendo a qualidade de vida do paciente. Especialistas ressaltam que o aumento da incidência da doença deve-se a vários fatores, entre eles a falta de cuidados com a saúde, estilo de vida cada vez mais acelerado, e baixa atenção com a alimentação. De acordo com Henrique Eloy, médico especialista em cirurgia, endoscopia bariátrica e gastroenterologia, o sobrepeso e a obesidade também são fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes. “ O diabetes tipo 1 é mais comum em pessoas com idade abaixo dos 35 anos, já o tipo 2 acontece por resistência à ação da insulina, sendo que a obesidade é uma das principais responsáveis”, diz. Para os pacientes portadores de obesidade associada a diabetes, o tratamento é fundamental para o controle da doença. A perda de peso nesses pacientes pode ser tanto através de dietas, atividades físicas ou mesmo procedimentos endoscópicos, como o balão intragástrico, sutura endoscópica e cirurgias. “A indicação cirúrgica é de suma importância para que haja um bom controle a longo prazo do diabetes. Tanto é necessária que já existe uma orientação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, para que possam ser indicados para a cirurgia bariátrica, aqueles pacientes que apresentam obesidade leve associada ao diabetes, dado o grande benefício que a intervenção cirúrgica resulta para o controle da doença”, ressalta Henrique Eloy. O diabetes não pode ser dissociado de outras doenças glandulares. Além da obesidade, outros distúrbios metabólicos (excesso de cortisona, do hormônio do crescimento ou maior produção de adrenalina pelas adrenais) podem estar associados à doença.

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Pessoas com diabetes têm o dobro de risco para infarto agudo do miocárdio

Você sabia que as doenças cardiovasculares são as principais complicações decorrentes do diabetes? De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem por causas relacionadas a problemas cardíacos: mundialmente, os índices são superiores aos óbitos ligados ao HIV, à tuberculose e ao câncer de mama. Contudo, a pessoa com diabetes precisa diminuir o risco de infarto com um programa de prevenção que inclui alimentação saudável, atividade física, eliminando o hábito de fumar,  fazendo exames periódicos e usando medicações preventivas que devem ser prescritas pelo médico. A incidência de complicações cardiovasculares é grande no diabetes devido ao aumento dos níveis de glicose no sangue, que, juntamente ao colesterol e à pressão arterial, promovem a formação de placas de colesterol que entopem as artérias, como explica o Dr. Marcello Bertoluci, médico endocrinologista, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e coordenador do Departamento Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). “Com níveis muito altos de glicose no sangue, várias coisas acontecem: o colesterol torna-se mais agressivo, formando maior número de placas nas artérias coronárias. Além disso, o aumento excessivo da glicose no sangue favorece a maior produção de coágulos que também podem obstruir as artérias. Quando uma artéria sofre uma obstrução o coração entra em sofrimento por falta de oxigênio e o tecido sadio morre sendo substituído por cicatriz. Dependendo do tamanho da área afetada pode ser fatal ou deixar sequelas irreversíveis, como a insuficiência cardíaca". O especialista reforça que esses fatores se somam a outros fatores de risco que elevam os riscos de doenças cardíacas, como a hipertensão, colesterol alto, obesidade, sedentarismo, tabagismo e o histórico familiar de casos precoces de infarto agudo do miocárdio. “Esses fatores se potencializam quando a pessoa tem diabetes e devem ser rigorosamente controlados. Por isso é fundamental o acompanhamento médico e a realização de exames preventivos periódicos”. Atenção: sintomas do infarto agudo do miocárdio podem ser diferentes no diabetes Na pessoa com diabetes, os sinais clássicos de infarto agudo como a dor forte no peito, irradiando para o braço podem não ser muito evidentes. Em algumas pessoas, os sintomas de falta de ar (dispneia) surgida sem explicação, uma sensação de mal estar generalizado com sudorese, náuseas e vômitos, um desmaio inexplicável e até mesmo uma descompensação  da glicose podem ocorrer. De acordo com Bertoluci, isso, em parte, acontece por conta de outra complicação do diabetes: a neuropatia autonômica, uma disfunção que afeta o sistema nervoso simpático e parassimpático. “Essa condição resulta em menos dor torácica ou ainda ausência de dor típica e o quadro clínico do infarto fica mascarado. É, portanto, importante que, quando sintomas estranhos surjam repentinamente a pessoa deva procurar ajuda imediatamente em uma unidade médica de emergência, aparelhada para atender este tipo de problema”. Outra complicação importante é o acidente vascular cerebral (AVC). No AVC, os sinais mais comuns são a perda ou diminuição súbita da força ou surgimento de dormência em apenas um lado do corpo, como o braço ou a perna. Pode haver o surgimento súbito de uma fala arrastada, de confusão mental com troca de palavras ou mesmo um desvio na boca, ou ainda um desmaio. O atendimento precisa ser imediato, pois a reversão tardia do fluxo sanguíneo cerebral pode deixar sequelas irreversíveis ou mesmo ser fatal. Outra complicação vascular que pode ocorrer é a insuficiência arterial  periférica, quando artérias que nutrem os membros  são obstruídas, levando à gangrena e a amputações dos membros inferiores. É importante, por isso, que o paciente com diabetes faça exame periódico dos pés. “É fundamental também destacar que, na população geral, estas complicações vasculares tradicionalmente afetam mais os homens do que as mulheres. Entretanto, quando se trata de diabetes, estas diferenças desaparecem. Homens e mulheres têm incidências semelhantes de infarto agudo do miocárdio e AVC, mas representam o dobro quando comparados a pessoas sem diabetes. Outra coisa importante é que quando ocorre em mulheres tende a ser mais grave, com maior mortalidade”, analisa Bertoluci. Movimento Para Sobreviver quer mudar esse cenário O diabetes tipo 2 é uma das doenças de maior crescimento mundial – ainda segundo a IDF, nos próximos 30 anos, o número de casos deve dobrar no Brasil. Para prevenir seu avanço, bem como de suas complicações cardiovasculares, por meio do debate acerca da oferta de medicamentos modernos, criou-se a coalizão Para Sobreviver, cuja pauta também engloba o compromisso em reduzir a mortalidade e evitar alto custo do tratamento. A Sociedade Brasileira de Diabetes integra o movimento, ao lado das ONGs Associação Diabetes Brasil (ADJ), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), Instituto Lado a Lado Pela Vida, Rede Brasil AVC, Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e as farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly do Brasil. Sobre a SBD Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no Brasil. Conheça nosso trabalho: www.diabetes.org.br

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Grãos integrais diminuem risco de diabetes tipo 2, diz estudo

Estudo publicado recentemente no Journal of Nutrition, da Oxford Academic, relacionou a redução do risco para diabetes tipo 2 com o maior consumo de grãos integrais. Os achados embasam a orientação para a troca farinha branca pela integral durante o aconselhamento dietético. Debora Bohnen Guimarães, nutricionista coordenadora do Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), comenta o artigo e fala sobre como a dieta, inclusive a ingestão de grãos, contribui para prevenção e controle da doença. Confira abaixo a entrevista na íntegra! O estudo concluiu que uma dieta rica em grãos integrais pode reduzir os riscos para desenvolver diabetes tipo 2. Como eles agem no organismo e qual relação na prevenção da doença? Os grãos integrais são boas fontes de fibras, tanto solúveis quanto insolúveis. As solúveis, principalmente, favorecem o esvaziamento gástrico mais lento, fazendo com que o carboidrato ingerido na alimentação seja absorvido lentamente em forma de glicose. Tal processo reduz o índice glicêmico do alimento e o pico glicêmico após a refeição. Essa ação no organismo, por si só, já ajuda a controlar o peso, pois prolonga a sensação de saciedade após a refeição – além disso, uma dieta de menor índice glicêmico também pode favorecer o menor depósito de gorduras corporais, por não estimular grandes secreções de insulina. Os grãos integrais podem reduzir o risco de diabetes tipo 2 melhorando a sensibilidade à insulina, diminuindo a resposta pós-prandial à glicose e possivelmente também abaixando a inflamação no organismo. Existe uma quantidade mínima e máxima para a ingestão de grãos integrais a fim de prevenir o diabetes tipo 2? Não há uma quantidade mínima ou máxima de grãos recomendada. O que o estudo mostrou foi que quanto maior o consumo de grãos integrais (trigo, centeio, aveia) ou produtos feitos com esses grãos, menor foi o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Os indivíduos que consumiam maior quantidade diária de grãos integrais, comparados aos que consumiam menos, tiveram redução de 34% no risco para os homens e 22% para as mulheres. A cada porção (50g) a mais em grãos integrais diários, observou-se redução de 12% e 7% no risco para homens e mulheres, respectivamente. Há uma recomendação mínima de ingestão de fibras diárias, que é de 20g para adultos, podendo chegar até 35g. O limite máximo sugerido seria para não haver efeitos colaterais gastrointestinais, como excesso de gazes por grande quantidade de fibras na dieta. Cada pessoa deve avaliar sua tolerância individual. Após o diagnóstico da doença, grãos integrais podem ser usados para controle da glicemia? Sim e devem ser utilizados. A recomendação alimentar para quem tem diabetes é manter uma dieta rica em fibras, escolher carboidratos de fontes naturais, como cereais integrais, frutas, legumes, leguminosas e laticínios desnatados. Como já foi falado, a ingestão de fibras de cereais pode favorecer o controle da glicose pós-prandial e melhorar a sensibilidade à insulina. Além dos grãos, quais outras classes de alimentos pode contribuir para essa prevenção? A prevenção do diabetes tipo 2 está pautada principalmente a um estilo de vida saudável, e não necessariamente a ingestão única de classes de alimentos. Deve-se manter uma alimentação saudável, natural, variada e rica em fibras, manter um peso ideal e ser fisicamente ativo. Há estudos mostrando benefícios do uso de alimentos ricos em fibras em geral, gorduras monoinsaturadas (peixes, azeite de oliva extra virgem e oleaginosas), canela, etc. Apenas a dieta pode prevenir o diabetes? O diabetes tipo 2 é uma condição principalmente genética, mas que os fatores ambientais podem ajudar a desencadear ou não. Sabe-se que para indivíduos pré-dispostos, seguir uma alimentação saudável é prioridade, pois pode prevenir ou retardar o surgimento da doença. O que deve ser considerado ao estruturar uma dieta para combater e/ou controlar a doença? Primeiramente, deve-se manter um plano alimentar com total calórico adequado às necessidades do indivíduo para manter ou atingir o peso ideal. Depois estruturar um plano de horários adequados, com refeições fracionadas ao longo do dia conforme estilo de vida. Importante incluir alimentos de todos os grupos alimentares, com quantidades adequadas de carboidratos, proteínas e gorduras, favorecendo as fontes de boa qualidade, como as fibras e as gorduras monoinsaturadas, além de reduzir excesso de frituras, gorduras saturadas (carne vermelha, banha, bacon, manteiga, leite integral) e de sal. É importante manter uma meta adequada de carboidratos por refeições, pois refeições ricas em carboidratos podem aumentar as excursões glicêmicas. São fontes de carboidratos: açúcar, doces, frutas, leite, massas, grãos, cereais integrais, arroz, farinhas e tubérculos. A dieta muda para pacientes com diabetes tipo 1 e 2? A qualidade da dieta deve ser a mesma. O que pode diferir é que, o perfil de quem tem diabetes tipo 1 é mais magro, estando muitas vezes com peso adequado, o que faz com que a sua prioridade não seja tanto o peso e o total calórico, quanto para quem tem diabetes tipo 2, que o excesso de peso piora muito sua condição, pela maior resistência à insulina e inflamação. Pacientes com diabetes tipo 1 em regime de insulina flexível, podem variar a quantidade e qualidade de carboidratos ingerida, desde que façam os ajustes da dose de insulina para a refeição conforme a ingestão de carboidratos.

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Pé diabético, um problema grave que atinge mais de 27 milhões de diabéticos

O diabetes é uma doença silenciosa que, quando não tratada e controlada, gera inúmeras complicações. Segundo dados publicados na oitava edição do Diabetes Atlas, desenvolvido pela Federação Internacional de Diabetes, existem 435 milhões de diabéticos no mundo e a previsão é que até 2045 esse número suba para 629 milhões. Só no Brasil, quinto país em número de indivíduos com diabetes acima de 65 anos, já são 12,5 milhões de pessoas diagnosticadas com a doença. A quantidade de pessoas com a doença no país e no mundo é um dado preocupante. Porém, quando avaliamos os números de mortes causadas por complicações do diabetes, a situação fica ainda mais alarmante. Só no ano de 2017, foram registrados 4 milhões de mortes causadas por problemas de saúde relacionados ao diabetes. Dentre as complicações mais sérias estão: a retinopatia diabética (perda de visão), a nefropatia (lesão ou doença nos rins), a neuropatia (quando os nervos não funcionam corretamente) e o pé diabético (feridas de difícil cicatrização nos pés que podem levar a desbridamentos ou até mesmo amputação do membro). O pé diabético, apesar de parecer mais simples, é uma complicação que atinge cerca de 27 milhões de pessoas. Definido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma infecção, ulceração ou destruição dos tecidos profundos dos pés, associada a anormalidades neurológicas e vários graus de doença vascular periférica, a complicação se não tratada corretamente pode infeccionar e evoluir para amputação. Pesquisas apontam que a amputação do membro inferior é de 10 a 20 vezes maior na população com diabetes do que na população geral. O paciente diabético precisa tomar muito cuidado com a “saúde dos pés”. Além da dificuldade de cicatrização, ele pode sofrer com a neuropatia diabética - uma complicação que causa formigamento, fraqueza e perda de sensibilidade. “A neuropatia dificulta a percepção do calor, frio e até mesmo de pequenos traumas. Quando o paciente percebe, ele já pode estar com uma lesão grande e evoluída”, alerta Dr. Matheus Cavichioli, cirurgião vascular na clínica Endovascular São Paulo. O caso de um paciente atendido pelo doutor Cavichioli, mostrou a importância de se falar sobre o assunto e alertar as pessoas, principalmente os diabéticos, sobre os riscos que um simples ferimento nos pés pode causar e como é necessário um tratamento rápido e eficiente para conseguir uma boa recuperação e evitar a amputação. “Tratei de um paciente, de 72 anos, com histórico de hanseníase na juventude. Como sequela da doença, ele perdeu a sensibilidade dos pés e desenvolveu uma grande ferida no local. Fizemos várias cirurgias e curativos intensivos para tentar fechar a ferida, porém quando ele voltava a andar ou, simplesmente, apoiar o pé no chão, a feriada abria novamente. Só conseguimos uma cicatrização total quando optamos pelo tratamento com bota ortopédica TCC –EZ logo após a cirurgia. A bota evita atrito e sobrecarga no ponto de maior pressão da ferida, interrompendo o ciclo da úlcera e possibilitando um resultado de 100% de cura. ”, relata o cirurgião vascular. A boa notícia é que esse novo produto, já muito utilizadas no exterior, está chegando ao Brasil e poderá ser utilizada em tratamentos de pacientes pés diabéticos ou qualquer outra doença que envolva lesões graves nos membros inferiores. Um produto novo no mercado brasileiro, de alta tecnologia, que visa evitar a amputação. Sua utilização diminui a pressão plantar em até 69% no início do tratamento. Sua aplicação dura cerca de 10 minutos e o paciente deve ficar com o curativo, assim conhecido popularmente, durante 7 dias. Após este período, o médico faz uma nova avaliação e verifica a necessidade de realizar a troca por uma espécie de “refil” da bota. O TCC-EZ possui um sistema Total Contact Cast, capaz de proporcionar maior proteção ao ferimento. Ele cria uma câmara de cicatrização natural, o que garante a cicatrização ativa da ferida e proporciona um ambiente seguro para o pé, interrompendo o ciclo da úlcera, e possibilitando um resultado de 100% de cura. Há pouco tempo no mercado brasileiro, o TCC –EZ está sendo distribuído pelo Grupo Suprimed e sendo utilizado por renomados médicos e hospitais de todo o país.

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Tratamento inadequado do diabetes afeta 18% dos idosos nos EUA; quadro é semelhante no Brasil

Aproximadamente 18% dos idosos com diabetes nos Estados Unidos são tratados de forma inapropriada; ou por excesso de medicamentos ou por subtratamento, revela um estudo publicado recentemente no Journal of General Internal Medicine. A pesquisa foi feita com base nos dados de 78 mil pacientes com mais de 65 anos em dez estados dos EUA – as informações são do Medicare, programa de assistência médica do governo federal americano. O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Dr. João Eduardo Nunes Salles, afirma que um terço dos idosos apresenta algum tipo de alterações no metabolismo da glicose. “É fundamental atentar-se às particularidades que tangem o tratamento do diabetes, não apenas medicamentoso, mas comportamental e nutricional. Além do avanço do sedentarismo e da obesidade, o envelhecimento populacional também tem grande impacto no aumento dos casos de diabetes”, avalia. No Brasil, segundo levantamento da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, o diagnóstico da doença aumentou 54% na população masculina entre 2006 e 2017, atingindo 7,1% dos homens adultos. Contudo as mulheres ainda são as principais vítimas da doença, com 8,1% no último ano. A SBD estima que 16 milhões de brasileiros foram diagnosticados com a doença. Salles alerta também para a importância do controle da doença, sobretudo para diminuir o risco de cardiopatias – segundo a International Diabetes Federation, pessoas com mais de 60 anos e portadoras de diabetes tipo 2 têm um risco de três a quatro vezes maior de morrer por doenças cardiovasculares. “Há alternativas terapêuticas capazes de controlar o diabetes e suas complicações. Conhecimento e acesso a tratamentos adequados são fundamentais para preservar a doença no idoso, aumentando sua expectativa e qualidade de vida”, atesta o especialista. O geriatra Renato Bandeira de Mello, diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), faz uma ponderação e explica a necessidade de avaliação ampla ao idoso diabético para racionalizar tanto o diagnóstico como o tratamento dessa condição. “Saber avaliar o idoso de forma multidimensional é fundamental para o processo de tomada de decisões clínicas. Por exemplo, em pacientes com Doença de Alzheimer com comprometimento cognitivo importante ou quando há limitações e vulnerabilidade físicas em decorrência de outras doenças graves, o excesso de exames e tratamentos, assim como o controle rígido do diabetes podem aumentar o risco de complicações e prejudicar a qualidade de vida desses pacientes”. O especialista também destaca que, por meio da Avaliação Geriátrica Ampla, é possível identificar em outro extremo os idosos robustos, em que a idade isoladamente, mesmo quando superior a 80 anos, não limita a indicação dos tratamentos com objetivo de controle de complicações a médio e longo prazo. “Nos idosos plenamente funcionais, mesmo que longevos, não se deve restringir tratamentos somente pela idade em si. Este é um equívoco que pode levar ao subtratamento de condições controláveis”. Sendo assim, recomenda-se que as indicações de exames, procedimentos e tratamentos sejam ponderadas individualmente de acordo com a funcionalidade daquele idoso. A SBGG, no documento “Escolhas Sensatas na Assistência ao Paciente Idoso”, aponta que o controle rígido dos níveis glicêmicos em idosos frágeis pode trazer mais riscos do que benefícios, sobretudo quando há hipoglicemias graves ou recorrentes. Baseado nesta ponderação, recomenda-se não prescrever medicamentos com intuito de atingir alvos de hemoglobina glicada menor que 7,5% em idosos diabéticos com declínio funcional e/ou cognitivo ou em extremos etários. Sobre a SBD Filiada à International Diabetes Federation (IDF), a Sociedade Brasileira de Diabetes é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em dezembro de 1970, que trabalha para disseminar conhecimento técnico-científico sobre prevenção e tratamento adequado do diabetes, conscientizando a população a respeito da doença e melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Também colabora com o Estado na formulação e execução de políticas públicas voltadas à atenção correta dos pacientes, visando a redução significativa da doença no Brasil. Sobre a SBGG A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo principal congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.

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