Arquivos educação - Página 12 de 17 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Alunos da rede pública participam de programa sobre “O futuro do trabalho”

Os avanços na tecnologia vêm provocando mudanças no mercado de trabalho, fazendo com que algumas profissões deixem de existir e outras sejam reformuladas. Nem sempre as instituições de ensino conseguem seguir o mesmo ritmo e preparar os estudantes para o que está por vir. Com o objetivo de promover a reflexão sobre “O futuro do trabalho” entre jovens de escolas públicas, o Programa de Voluntariado Corporativo do Plaza vai promover, ao longo desse ano, um treinamento para estudantes de Ensino Médio. Na próxima quarta-feira (12/6), alunos do 3° ano A, da Escola de Referência Silva Jardim, na Zona Norte do Recife, participam das atividades. Segundo Jakeline Soares, coordenadora de Responsabilidade Socioambiental do Plaza Shopping, promotor da iniciativa, o objetivo é contribuir com o desenvolvimento de habilidades desses alunos para o mercado de trabalho. “Oito voluntários do Plaza receberam treinamento da Junior Achievement Pernambuco (JAPE), ONG parceira na iniciativa, para instruir os alunos. Eles receberão material didático sobre todas as temáticas abordadas ao longo da tarde de treinamento”, comentou. A 4ª revolução industrial, A nova economia, Habilidades Socioemocionais e Habilidades Interpessoais são alguns dos conteúdos extracurriculares que serão trabalhados a partir de exposições teóricas, discussões e atividades práticas. A programação acontece das 13h30 às 17h. No final, os estudantes também recebem certificados de participação emitidos pela JAPE. Um dos focos do programa é fazer uma abordagem sobre as carreiras STEM (Science, Technology, Engineering, Mathematics), sigla que representa as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, apontadas como carreiras do futuro. Segundo pesquisa da UNESCO, a participação das mulheres nessas áreas ainda é muito pequena e um dos motivos pode ser a falta de incentivo por parte das escolas e familiares, devido aos estereótipos de gênero que ainda envolvem essas profissões. “Por isso um dos focos do nosso treinamento será justamente chamar a atenção das meninas para essas áreas do conhecimento”, ressaltou Jakeline. Este é o oitavo ano de parceria entre o Plaza Shopping e a Júnior Achievement. Ao longo deste ano serão realizados 16 encontros com 16 turmas das escolas de referência pernambucanas. Cerca de 685 alunos do primeiro ao terceiro anos do Ensino Médio, com idades entre 15 e 20 anos, devem ser beneficiados com o projeto.

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Prefeitura instala Brigada Contra o Mosquito Aedes aegypti em escola municipal do Ipsep

A Prefeitura do Recife iniciou, nesta quinta-feira (6), a instalação de novas Brigadas Contra o Mosquito Aedes aegypti. A ação, que ocorre durante a programação da Semana do Meio Ambiente, começou pela Escola Municipal Luiz Vaz de Camões, no Ipsep, e continua, nesta sexta-feira (7), com a inclusão do Mercado Público da Madalena, às 8h30. As brigadas são grupos formados em instituições públicas e privadas, que são capacitados pela Secretaria de Saúde do Recife para atuar na prevenção e controle do mosquito transmissor das arboviroses – dengue, chikungunya e zika. A Luiz Vaz de Camões é a primeira escola pública a ter uma brigada e formou uma equipe com cerca de 20 estudantes para serem agentes multiplicadores de informações sobre como evitar a proliferação do Aedes aegypti na comunidade em que vivem. O gerente de Vigilância Ambiental do Recife, Jurandir Almeida, explicou que essa é uma estratégia que se soma à atuação da Prefeitura do Recife nas visitas às residências. “Os estudantes passam boa parte do dia na escola e podem se expor aos riscos de um ambiente com criadouros, por isso é importante que também haja esse cuidado aqui. Eles serão orientados sobre quais ações precisam ser desenvolvidas para nos ajudar no combate ao mosquito tanto no entorno da escola quanto em suas casas”, comentou. Os brigadistas vão inspecionar o ambiente, utilizando um questionário próprio, para detectar e remover criadouros ou depósitos que possam ser favoráveis à reprodução dos mosquitos. Eles receberão um check list para não esquecer quais tarefas precisam ser feitas para garantir os cuidados necessários durante as vistorias sistemáticas. O monitoramento no local costuma ser feito mensalmente, mas, sempre que for necessário, os brigadistas podem solicitar a visita dos Agentes de Controle Ambiental e Controle de Endemias (Asaces) antes dos 30 dias. Na Escola Luiz Vaz de Camões, ainda serão instaladas quatro ovitrampas, que são armadilhas controladas pela Vigilância Ambiental e que reproduzem as condições ideais para as fêmeas dos mosquitos depositarem os seus ovos. Por meio dessas armadilhas, é possível mensurar o índice de infestação do inseto no local. As ovitrampas serão periodicamente recolhidas pela Secretaria de Saúde do Recife para contagem dos ovos existentes e avaliação do impacto das ações desenvolvidas. A estudante do 6º ano Julia Vitória Adelino, 11 anos, será uma das brigadistas da Escola e contou que sempre esteve engajada para combater o mosquito. “Antes mesmo de começar a brigada na escola, eu e outros colegas já mexíamos em uns pneus que tinham por aqui para não deixar acumular água. Agora, temos esse compromisso maior de não deixar se formar nenhum foco. Me sinto muito importante de ajudar com isso e poder levar informação para outras pessoas”, disse a adolescente, orgulhosa. Para a professora de Ciências Viviane Barbosa, essa ação de conscientização dos estudantes vai ajudar a trabalhar, de forma prática, o tema das arboviroses. “Com a instalação das armadilhas, os alunos ainda poderão investigar o desenvolvimento dos mosquitos, avaliar a época do ano em que mais aparecem e perceber quais as melhores condições para reprodução. Esses conhecimentos podem ser aplicados para fazer uma campanha ainda mais eficaz”, detalhou. Como prevê, o Plano de Enfrentamento às Arboviroses, outras brigadas serão instaladas em unidades de ensino e públicas e privadas. Desde 2017, foram implantadas mais de 150 brigadas e 150 ovitrampas nos oito distritos sanitários do município, em lugares como o edifício-sede da Prefeitura, colégios, nos dois Centros Comunitários da Paz (Compaz), em clubes como o Náutico, entre outras instituições. Mais de 760 brigadistas foram treinados pela Vigilância Ambiental do Recife, com o objetivo de engajar a sociedade civil no combate aos focos do Aedes aegypti. ARBOVIROSES - Este ano, até o começo do mês de junho, foram notificados 1.538 casos de arboviroses, sendo 1.295 de dengue, 200 de chikungunya e 43 de zika. Dentre estas notificações, foram confirmados 429 casos de dengue, 32 de chikungunya e quatro de zika. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, houve uma redução de 9,9% dos casos notificados e de 32,6% dos casos confirmados. SEMANA DO MEIO AMBIENTE – Desde a última segunda-feira (3), a Secretaria de Saúde do Recife vem desenvolvendo ações de educação e saúde ambientalem escolas, unidades de saúde, mercados públicos e outros espaços da cidade em alusão à Semana do Meio Ambiente. Entre os temas abordados estão os cuidados com a água e o descarte correto do lixo, a redução do impacto dos desastres ambientais sobre a saúde pública, prevenção e cuidados para evitar o aparecimento de arboviroses, escorpiões e ratos.

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De saída: Vélez e a crise na educação brasileira

Na semana em que o Governo Bolsonaro completa 100 dias, conversamos com especialistas em educação para comentar o desempenho do ministro que protagonizou as maiores polêmicas das últimas semanas. Em tempos em que a comunidade acadêmica discute o uso de tecnologia na educação, os novos desafios da docência, a necessidade de melhor infraestrutura e gestão na área (entre outros complexos temas), o ministro Ricardo Vélez Rodríguez trata como prioridade questões como a revisão da narrativa do Golpe Militar de 1964 e a censura prévia da prova do ENEM. Sem esquecer a carta aos diretores das instituições de ensino que encerrava com o slogan de campanha presidencial: “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”. Fritado por aliados e opositores e com baixa popularidade, o ministro foi demitido hoje. O PhD em educação matemática pela Universidade da Califórnia, Luciano Meira, considera lastimáveis os primeiros 100 dias do Ministério da Educação do atual Governo Federal. “Anísio Teixeira, um dos fundadores da ideia de uma educação pública universal no Brasil, já reclamava nos anos 1940 sobre a falta de estratégia de uma política ampla e escalável de transformação através da educação no nosso País. Nós nunca fomos bons no desenho estratégico dos sistemas de educação pública e isso não mudou muito nos últimos 50 ou 60 anos. Mas nós escalamos atualmente para um outro nível. Nós não apenas não temos estratégias, mas os procedimentos mais cotidianos e comuns de operação da máquina pública em que o MEC é responsável estão sem nenhum governo ou gestão”. . . O docente citou como exemplos as dificuldades do MEC em conduzir o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), os procedimentos relativos à operação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a avaliação dos processos de alfabetização. “Nós nos encontramos numa situação lastimável para a qual deveríamos todos nos mobilizar para uma tomada de rumo imediata porque cada dia perdido nessa indefinição, inoperância e, de fato, desastrosa gestão representa muito mais tempo adiante na construção de um futuro cada vez mais longínquo”, propôs Meira. O professor Armando Vasconcelos, diretor do Colégio Equipe e vice-presidente do Sinepe-PE (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco), ressaltou que Ricardo Vélez Rodríguez não chegou ao ministério por meio de um viés técnico, mas por indicação do guru ideológico do Governo Bolsonaro, Olavo de Carvalho: “Ele é estranho aos melhores quadros educacionais da educação brasileira. Um ilustre desconhecido da comunidade universitária e do próprio MEC”. . . Na lista dos "pecados" cometidos por Rodriguez, o diretor afirmou que ele desmontou as melhores equipes técnicas do ministério em três meses, intrometeu-se na instrumentação do ENEM e definiu um método único de alfabetização. “A desmontagem de equipes técnicas é um desastre para o governo e tem efeitos desastrosos como estamos vendo. A interferência no ENEM, levado por critérios ideológicos é típico de uma pessoa sem compromisso com a qualidade da educação do Brasil", ressalta Vasconcelos, que também faz críticas no campo da alfabetização. "O Brasil passou a adotar um método único de alfabetização e foi na contramão do mundo inteiro, que adota em diversos métodos, de acordo com perfil dos alunos e professores. Isso contraria o que vem sendo adotado nos melhores sistemas de educação do mundo nas políticas de alfabetização”. Armando lembrou ainda do episódio da carta endereçada aos diretores de escolas, que sugeriu o canto do Hino Nacional e o envio das imagens para o MEC. “Foi ridícula. Recebi a carta, como todos os diretores. Uma carta sem sentido nenhum. Considero fundamental ao novo ministro da educação se comprometa com os novos rumos da educação do Brasil. Aponto como compromisso com novos rumos a implementação da Base Nacional Comum Curricular e a implementação de uma política séria de formação de professores. Temas que o atual ministro não tratou”, concluiu. Outra crítica do ministro é Karla Falcão, que é historiadora, consultora em educação e uma das lideranças do movimento RenovaBR em Pernambuco. “A escolha de Vélez para assumir o Ministério da Educação foi não somente uma má escolha técnica como também uma incoerência política. O presidente se elegeu falando sobre desideologização da educação, mas indicou um ministro que se apegou a questões narrativas e estéticas, em vez de resolver os problemas reais da educação brasileira”. . . Karla destacou que de acordo com o INEP, 2,8 milhões de crianças e jovens estão fora da escola e que o Instituto Ayrton Senna apontou que o Brasil tem um prejuízo de R$ 7 bilhões aos cofres públicos por causa da incapacidade de combater e evasão escolar. Problemas que passaram longe da agenda dos 100 primeiros dias do ministro do MEC. “Só 12,7% das crianças mais pobres aprendem o adequado em português no 5º ano, enquanto 86% das crianças mais ricas atingem os níveis adequados de aprendizagem. Isso tem que mudar e Velez já demonstrou que não tem condições de promover essa mudança. Não precisa ser situação ou oposição para saber que a mudança no comando do Ministério da Educação é necessária. Basta ser a favor da educação e do Brasil”. *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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DRA ANA ELIZABETH CRIANCA COMPORTAMENTO

"Antes a criança era trelosa, hoje tem transtorno"

A psicanalista Ana Elizabeth Cavalcanti, integrante do CPPL (Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem) traz alguns questionamentos preocupantes sobre as crianças atuais que têm contato precoce com tablet e smartphone, vivem longe do espaço público e com a ausência dos pais. Nesta conversa com Cláudia Santos e Rafael Dantas, ela também questiona o diagnóstico de transtornos mentais baseados numa visão menos humanista e “mais medicalizante”. Os pais atuais culpam-se pelo pouco tempo que passam com os filhos. Como você vê essa realidade? As pessoas estão demandadas de uma forma excessiva, você precisa ter sucesso a qualquer custo, e para isso começa assumir compromissos com um ônus de muito trabalho. Por isso, os pais têm mesmo pouco tempo com os filhos, mas há uma certa idealização do que seria estar com eles. As mães da minha geração nem trabalhavam, mas elas não brincavam com os filhos, eles brincavam com outras crianças nas ruas, com os próprios irmãos, porque as famílias eram numerosas. Criança gosta muito de brincar com criança. Hoje há essa exigência de ter que brincar com os filhos, acho isso um complicador que quebra um pouco a espontaneidade da relação. Mas, ter pouco tempo é uma realidade, então vamos ver quais os arranjos que se têm que fazer para estar com os filhos. É mais importante a qualidade do tempo do que a quantidade? Veja, crianças precisam de tempo com os pais. Hoje é comum as mães terem seis meses de licença maternidade, depois vão trabalhar. Saem de casa às 7h e chegam às 10h da noite. Isso não pode, uma criança de 6 meses não tem memória suficiente para reter a presença da mãe ou do pai durante tanto tempo. As consequências disso são inúmeras, desde as mais tristes, como crianças com sintomas graves, mais depressivas e que se isolam, até os mais leves como a pouca segurança. Mas as consequências não são algo que possamos determinar precisamente. Porém, não faz bem ao filho ter pais sem tempo para ele. Quanto menor uma criança, mais tempo você tem que ter disponível para estar com ela. Então, dentro dessa loucura que está a vida de todo mundo, tem-se que arranjar um tempo que deve ter, obviamente, qualidade. Quais as consequências causadas pelas novas tecnologias nas crianças? Temos observado efeitos indesejáveis. Mas, a tecnologia não é boa, nem ruim. Em relação aos valores, ela é neutra. Mas está havendo a inserção de tablets e smartphones na vida das crianças muito pequenas e eles têm substituído, muitas vezes, o contato com gente, o que é prejudicial. Como hoje em dia não se pode mais ter uma cozinheira e uma babá, muitos pais, quando chegam em casa, vindos do trabalho, têm várias tarefas para executar. Por isso, colocam o tablet, o computador ou a TV para distrair o bebê. Essa troca com os aparelhos não permite que nós nos subjetivemos, ou seja, nos tornemos gente. As trocas iniciais do ser humano devem ser entre pessoas e ocorrem por mediação da linguagem, porque nós, humanos, falamos. A criança chama, demanda do outro, o outro responde para ela de uma forma muito singular. Uma criança que faz o processo de desenvolvimento com longa exposição à tela desenvolve determinados padrões frente ao outro. É uma relação de muito mais passividade, em que não existe interação. Como consequência, elas ficam mais passivas, mais isoladas, dependentes da tela, em algumas situações preferem esse tipo de contato ao contato humano. Elas estão numa condição diferente e óbvio que vão se comportar de forma diferente, mas hoje são diagnosticadas como se tivessem uma patologia. Esse surto de autismo é consequência disso. Mas não é só isso, há também uma forma diferente de fazer o diagnóstico em que existe uma lista de sintomas relacionados ao transtorno. Se a criança tiver três ou quatro desses sintomas, já estaria incluída no espectro do autismo, o que nós do CPPL discordamos. E o que você acha do aumento dos casos diagnosticados de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)? Também está relacionado à forma de se fazer o diagnóstico. Até meados do século passado, a visão sobre o funcionamento psíquico do humano era atrelada aos saberes da época: psicanálise, fenomenologia, filosofia, que eram muito valorizados. Era uma visão relacionada às questões culturais, ambientais. Pouco depois dos anos 70, começa a haver uma mudança em razão do desenvolvimento da tecnologia no campo da ciência, do diagnóstico por imagem e, com isso, das possibilidades de pesquisas na área da psicofarmacologia. Cria-se um ambiente em que essa visão mais humanista é substituída por outra mais medicalizante, mais científica. Os diagnósticos da saúde mental eram feitos a partir da compreensão do sintoma e levavam em conta a experiência da pessoa, como aquilo era vivido pelo sujeito adoecido. Mas, foi havendo um distanciamento disso e agora se trata muito da doença. Então vamos descrever bem a doença, para ser mais científico e objetivo possível e, como se transforma tudo em doença, tem-se também um avanço do uso da medicação. Quando falo de uma visão medicalizante, não me refiro só aos medicamentos, mas de uma visão médica do comportamento humano. Assim, a criança desobediente, que antes víamos como falta de educação, hoje é descrita como sintoma de um determinado transtorno, caracterizado por determinados sintomas, que não são mais sintomas do sujeito, mas da doença que precisa ser tratada e, para toda doença sempre tem um remedinho, não é? Isso serve a muitos interesses: do indivíduo que hoje é imediatista e quer resolver logo os problemas, não quer ter muito trabalho pensando nas suas questões subjetivas, porque ele tem muita coisa para fazer. Então, ele se sujeita a tomar um remédio e levar uma vida péssima. Há também os interesses da indústria farmacêutica. Comportamentos humanos, que antes eram simples comportamentos, hoje são sintomas de doenças. A criança que antes era trelosa, que tinha a cabeça no mundo da lua, hoje é diagnosticada com TDAH. Para isso existe medicação e hoje até coordenadora de escola encaminha crianças para

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Algomais é finalista de premiação nacional sobre educação

A reportagem "Para formar o cidadão contemporâneo", assinada pelo repórter Rafael Dantas, é uma das três finalistas do Prêmio Estácio de Jornalismo. Publicada pela Algomais em outubro do ano passado, a matéria discute como as instituições de ensino têm investido em métodos para tornar o estudante protagonista do seu aprendizado. A matéria concorre na categoria impresso regional, ao lado de publicações do jornal Zero Hora, de Porto Alegre (A reinvenção das universidades particulares, de Guilherme Justino) e do catarinense Diário de Notícias, de Criciúma (O meu futuro é a educação, de Marciano Bortolin). Na edição deste ano, 334 reportagens participaram e 24 vão concorrer em nove categorias. O anúncio dos vencedores acontecerá no dia 31 de outubro, durante cerimônia de premiação, no Rio de Janeiro. Disponibilizamos no link a seguir a reportagem para download: Para formar o cidadão contemporâneo A Revista Algomais tem discutido a situação da educação no Estado nos últimos anos, sempre com matérias analíticas e com a realização do Workshop Algomais Educação, e já esteve entre os finalistas no Prêmio Estácio de Jornalismo nos anos de 2015 e 2017.

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Mais crianças no espaço público faz bem para a saúde delas e da cidade

Uma pesquisa encomendada pela marca OMO investigou a rotina de 12 mil famílias em 10 países. O resultado? Cinquenta e seis por cento das crianças passam uma hora ou menos brincando ao ar livre. Esse tempo é menor do que o período dado a presidiários para os banhos de sol em cadeias de segurança máxima. Além de acarretar problemas no desenvolvimento das crianças, mantê-las muito tempo em ambientes fechados faz com que percam a relação com a cidade. Perde-se também o sentimento de pertencimento com o local onde vive. Não raro, especialmente os filhos da classe média, mal conhecem o bairro onde moram. Numa crônica publicada na Algomais, Joca Souza Leão destacou o espanto do primeiro encontro de seu neto, Pedro, com o Centro do Recife. "Como os meninos de classe média da sua idade, 10 anos, Pedro só conhecia os caminhos da escola, do clube, um ou outro parque, a praia de Boa Viagem, shoppings, aeroporto e saídas da cidade para o interior e litoral. De carro. E de bicicleta, com o pai, João, em algumas incursões pelas precárias ciclovias domingueiras", contou o cronista. A falta de segurança urbana é um dos principais motivos que leva os pais a resguardarem seus filhos entre quatro paredes. O engenheiro Leonardo Maranhão, por exemplo, diz que costumava fazer passeios com o filho, mas abandonou a atividade há um tempo: "eu poderia correr em um parque com ele. Mas a insegurança não deixa. Ele tem que ficar gradeado". Já a administradora de empresas Silvana Queiroz queixa-se da falta de áreas verdes na cidade. “Acho muito importante o contato com a natureza, porém não é fácil numa cidade como o Recife, com poucas praças e até mesmo porque a parte de areia da praia ficou muito restrita. Os pais realmente têm que ser criativos para estimular esta interação ou buscar alternativas”, lamenta. Mas urbanistas defendem que esses problemas devem ser enfrentados pela população. A arquiteta e urbanista Clarissa Duarte, professora e pesquisadora da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) adverte que quanto mais gente na rua, mais segura ela se torna. Ela destaca o quão necessário é o esforço de todos para mobilizar e causar a mudança de hábito nas crianças. E um ponto de partida é deixar o automóvel na garagem: “se cada um de nós não tiver um pouco de coragem para ‘reconfigurar’ sua zona de conforto e passar a utilizar menos o transporte particular individual, as crianças jamais terão a oportunidade de perceber uma cidade diferente, mais coletiva, mais saudável e divertida”, defende a urbanista que leva seus filhos desde pequenos a pé ou de bike para a escola. Mas, ela mesma admite como foi difícil deixar o mais velho, Vicente, de 9 anos, ir para o colégio, sozinho e a pé, num trajeto de um quilômetro. "Ele me disse: Mãe! Não é você mesma quem diz que podemos ser assaltados em qualquer lugar? Mesmo dentro do carro ou entrando no portão de casa? Eu tô ligado!", relembra a urbanista. "Como o pai já havia concordado, só me restou encorajá-lo e testar a nova experiência urbana, que nada mais era do que a confirmação de que os milhares de dias indo a pé ou de bicicleta, com a nossa companhia, o preencheram de autoconfiança e do desejo de caminhar pela sua cidade". A jornalista Vanessa Bahé é outra mãe que costuma levar o filho Eduardo para a escola de bicicleta, desde o início de 2017. Aos poucos também tem dado mais autonomia para ele nas ruas. “Ele sente na pele a falta de cuidado com o pedestre e ciclista no nosso trânsito. Este ano passei a levá-lo na bicicleta dele, pois está crescendo. Vou ao lado dele na via e, como não temos uma ciclovia na cidade, usamos uma faixa de carro mesmo. Sinto que muita gente respeita quando vê que estou acompanhando uma criança, mas, vez ou outra, alguém buzina para ultrapassar a todo custo”, relata. Apesar dos percalços, Vanessa e o filho continuam usando o modal e acreditam na mudança: “quanto mais pessoas usarem a bicicleta, mais consciência terão. Isso é um processo de construção. Torço para que essa relação carro, transporte público e bicicleta seja saudável e todos se respeitem”. MENOS CARROS Assim como Vanessa, muitos ativistas e urbanistas torcem para que aumente o número de pessoas que levam seus filhos a utilizar as ruas e que esse movimento estimule políticas para assegurar espaços públicos seguros e de qualidade. Uma experiência com bons resultados foi a Ciclofaixa de Turismo e Lazer, projeto da Prefeitura da Cidade do Recife que oferece nos fins de semana e feriados 36,5 km de faixa exclusivas para as bicicletas. A iniciativa, segundo a PCR, conquistou a adesão de uma média de 17 mil pessoas por dia, muitas delas pessoas de classe média que, pela primeira vez, pedalaram na cidade com seus filhos. Na verdade, a dependência dos veículos motorizados, um costume desenvolvido nos centros urbanos dos séculos 20 e 21, diminui a utilização das ruas, dando espaço para as quilométricas filas de carros vistas diariamente no trânsito da cidade. A Nova Agenda Urbana, desenvolvida na Terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável – Habitat III partiu com a ideia de promover a mobilidade urbana sustentável ligada às temáticas de idade e gênero, atreladas ao desenvolvimento territorial. Para Clarissa, a chamada mobilidade ativa estimula a humanização das ruas. “Além de ser mais saudável para todos, caminhar ou pedalar oferece a oportunidade de observar, conviver e trocar experiências com pessoas diferentes de si e é uma das principais chaves para a conquista de uma cidade mais justa e sustentável”, observa a urbanista. “Se apenas vivemos limitados aos espaços de nossas casas, condomínios, escolas, clubes e shoppings, não temos a chance de conhecer outras realidades, pessoas de classes sociais diferentes, com necessidades e gostos distintos dos nossos. A rua é o espaço da troca por excelência, e estar na rua (fora de um carro!) nos ensina a ser mais respeitosos e cuidadosos

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O legado de Paulo Freire

No dia 19 de setembro, o educador Paulo Freire completaria 97 anos. O pedagogo é pedra fundamental no reconhecimento da educação enquanto agente político de transformação social e seus fundamentos fazem parte de Política Municipal de Ensino do Recife, adotada em 2015, e que promove a existência de uma escola inclusiva, democrática e justa, com respeito à autonomia e dignidade do ser humano. O legado freiriano é vivenciado, sobretudo na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que contempla pessoas com idade superior a 15 anos e que, por quaisquer motivos – normalmente de ordem social – não puderam gozar de seu direito constitucional à educação no período regular previsto. Nos últimos cinco anos, a rede municipal de ensino acolheu quase trinta mil alunos na modalidade EJA (27,8 mil) e, destes, mais da metade (15.511) eram referentes a estudantes em processo de letramento (alfabetização) e Anos Iniciais (1º ao 5º anos). É nestas salas de aula, que funcionam à noite, que se encontram exemplos redivivos de que o processo de educação é a pavimentação de um futuro concreto para o exercício da cidadania plena: seja para conseguir postos de trabalho formal, obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e até tarefas mais simples do cotidiano, como apanhar um ônibus e, assim, garantir o direito de ir e vir. Para Janaína Cabral, professora da EJA há 12 anos e que atualmente também trabalha na alfabetização de 15 profissionais da limpeza urbana do Recife na sede da Vital Engenharia desde junho, em Dois Irmãos, Paulo Freire é mais do que uma metodologia aplicada em sala de aula. “A educação garante respeito a estes homens e mulheres, nós aproveitamos a experiência de vida, realidade e o universo dos estudantes, o seu mundo de trabalho, para trazer exemplos mais próximos que facilitem seu processo de aprendizagem”, pontua ela. Agnaldo Dias da Silva, de 48 anos e que trabalha com materiais recicláveis na limpeza urbana do Recife foi um dos que se animou para voltar às aulas na sede da Vital Engenharia, que disponibiliza duas salas de aula para EJA em parceria com a Secretaria de Educação do Recife. “Eu vou recomeçar porque nunca é tarde. Eu tenho o sonho de terminar meus estudos. Quero crescer aqui na empresa, quero dar o meu melhor. Todos na minha casa comemoraram a notícia e só saio daqui com o diploma na mão”, comentou emocionado o gari. Mestre é fundador da rede municipal de ensino do Recife  O Recife se orgulha de ter contado com a presença atuante do mestre nas trincheiras da formação de uma embrionária rede municipal de ensino, quando de sua atuação junto ao Movimento de Cultura Popular (MCP). Àquela época, gestão de Miguel Arraes à frente da Prefeitura, o MCP constituiu 201 escolas que atendiam pouco mais de 19 mil alunos durante a década de 1960. São fundamentos freirianos que permeiam a Política de Ensino do Recife, instituída em 2015, a existência de uma escola inclusiva, democrática e justa, com respeito à autonomia e dignidade do ser humano, com valorização a seus saberes, provocando uma educação voltada para a cidadania.

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"Creche não é só um local para deixar a criança"

A neurociência “invadiu” a área da educação ao comprovar o que estudiosos já propagavam: cri-anças de 0 a 3 que não são estimuladas podem ter o desenvolvimento do seu cérebro afetado e prejudicar o aprendizado. Como a escola pode ajudar nesse processo? O que fazer com os peque-nos que não estão no ensino infantil, ou cujos pais são analfabetos, e moram em condições insalu-bres? Desafios como esse, têm levado o secretário de Educação do Recife Alexandre Rebêlo a buscar soluções criativas e a pedir o apoio de toda a sociedade. Nesta entrevista a Cláudia Santos, ele conta também como tem enfrentado o analfabetismo funcional e incentivado os alunos a par-tir da robótica, do cinema e do rádio. Sua meta é levar o Recife, que sempre esteve entre as cinco piores cidades do País no ensino fundamental, segundo o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Edu-cação Básica) a ficar entre as 10 melhores do Brasil em 2021. Quais os principais desafios da educação? Os desafios da rede pública municipal são divididos em três grandes blocos. O primeiro é educação infantil, abrangendo crianças do berçário até 5 anos, o segundo é o ciclo da alfabetização (5 a 8 anos). Em ambos atendemos 70 mil crianças. O terceiro bloco é o fundamental 2 (este a gente divide a responsabilidade com o Estado) e envolve 10 mil alunos adolescentes. Em relação à educação infantil, hoje em dia, as pesquisas em neurociência, que utilizam ressonância magnética, comprovam o que já era percebido há 60 anos por pensadores como Piaget: na primeira infância em especial, dos 0 aos 3 anos, é a fase de formação cerebral da criança e, em muita medida, determina o desenvolvimento do ser humano em sua vida inteira. Quando a criança é estimulada de forma correta, ela cria um volume tal de sinapses (conexões entre os neurônios) que quando chegar aos 5 anos, ela passa a descartar as sinapses que não está mais usando e quando estiver com 10, 11 anos, esse processo se estabiliza, isto é, torna-se um adulto formado do ponto de vista cerebral. O lado positivo é que podemos estimular essa criança. O lado negativo é que se essa criança na primeira infância, em especial de 0 a 3 anos, sofre maus tratos, é agredida, passa fome, cria-se um nível de estresse cerebral que desmonta e mata as sinapses e não as recupera nunca mais. A partir do que está sendo colocado na ciência a gente procura hoje enfrentar dois grandes desafios na educação infantil. Um deles é a criação de vagas nas creches da rede municipal. Qual é o déficit de vagas? Temos 17 mil crianças na educação infantil. Nas creches de 4 a 5 anos conseguimos universalizar, mas de 0 a 3 anos temos hoje 1.500 pedidos de instituições como Ministério Público, Conselho Tutelar e pessoas que formalizaram a demanda que atendemos, mas ainda temos cerca de 700 pedidos sem atender. Durante nossa gestão foram construídas 12 creches, aumentamos 18% o número de vagas. Temos mais quatro em construção e um projeto de ampliação das que já existem. O segundo desafio é a qualificação do que se faz nessa creche. Creche não é depósito de criança. No passado havia esse viés assistencialista, em que se deixava o filho para poder trabalhar. Mas a educação tem a obrigação de fazer um trabalho direcionado para desenvolver essa criança desde o berçário. Por isso, criamos o programa Brinqueducar, um conjunto de brinquedos e livros, com viés pedagógico para ser usado nessa primeira infância. Os funcionários recebem um manual abordando todos os brinquedos que receberam e como trabalhar com eles, de acordo com a faixa etária das crianças. Por exemplo, um conjunto de aramado trabalha a coordenação motora fina da criança, que depois vai permitir a ela pegar num lápis ou caneta. Ou fantoches que trabalham a imaginação e criatividade. Qual a dificuldade para implantar isso? Para a criação de vagas trata-se de uma questão financeira e de espaço físico na cidade. Todas as vagas são bancadas basicamente pela prefeitura. Uma creche custa algo como e R$ 3 milhões, mas para manter uma criança dentro dela custa muito mais, R$ 14 mil por ano. Algumas creches já existentes não têm problema material e são superiores às particulares. O desafio é que algumas delas não têm estrutura adequada. Quase metade das nossas escolas são casas adaptadas, ou seja, só metade da rede foi feita para ser escola, algumas eram imóveis de associações de moradores ou um galpão. Num processo de 30 anos, é claro que algumas delas foram ajustadas, melhoradas e são escolas bastante descentes, mas mesmo assim, não são foram feitas para serem escolas, que têm que ter pátio, espaço para crianças comerem, local para a criança olhar a natureza. A cons-trução da compreensão dos professores e de todos os profissionais da área de educação da necessi-dade de desenvolver a criança tem melhorado a cada dia, em razão do volume de informações que já foram feitas sobre a compreensão de como usa o brinquedo e como se estrutura uma aula e também pelo aporte de tecnologia. Recife hoje tem-se tornado referência em educação infantil. É um momento muito rico. Tive a oportunidade de participar de um curso da Universidade de Harvard, financiado pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, de São Paulo, voltada para o desenvolvimento da primeira infância. A universidade conta com o primeiro centro de pesquisa sobre a primeira infância, um hospital infantil que tem a maior produção de conhecimento sobre o tema. Numa aula foi exposto que o importante para as crianças dessa idade é a relação, a interação. Se ela está no berço e você está lavando os pratos, fale com ela, cante e brinque com ela, aponte as coi-sas para ela. Isso desenvolve o cérebro. Qual o desafio gigantesco nosso? Quem é nosso cliente, os pais e mães das crianças? Onde moram? Em barraco, com chão de barro, onde residem seis, sete pessoas, sem banheiro. Uma vez, falando com a diretora de uma escola, ela me disse

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Defasagem entre idade e série é quatro vezes maior em escolas públicas do País

O número de alunos com idade acima do recomendado para a série de ensino na rede pública é quatro vezes maior em relação às escolas privadas no Brasil. As turmas das escolas públicas têm um maior número de alunos e passam menos tempo na escola em relação aos alunos da rede privada. Os dados são do Censo Escolar 2017, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Enquanto a rede privada apresenta uma taxa de 5,1% alunos com idade acima do recomendado no ensino fundamental e 7,4% no ensino médio, a rede pública tem 20,7% de seus alunos com idade acima da série no ensino fundamental e 31,1% no ensino médio. Apesar de ainda apresentar disparidade em relação à taxa da rede privada, os índices do ensino público apresentaram queda nos últimos 10 anos. Em 2007, a taxa de distorção idade/série era de 30,1% no ensino fundamental e 46,5% no ensino médio da rede pública. O indicador de taxa de distorção idade/série utilizado no Censo Escolar indica o percentual de alunos que tem dois ou mais anos de idade acima do recomendado em determinada série, tendo como base a idade de seis anos estabelecida para ingresso no ensino fundamental. “É um retrato muito importante. Se você pensar que a cada quatro alunos da educação básica no Brasil um aluno está mais de dois anos defasado é um sintoma claro da crise de aprendizagem que o país vive”, explica o gerente de políticas educacionais da organização não governamental Todos Pela Educação, Gabriel Corrêa. Para a coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, o indicador não pode ser analisado apenas do ponto de vista educacional. “A taxa de distorção passa pela exclusão escolar. Muitas vezes, o aluno saiu da escola e voltou depois para uma série anterior. Esse jovem sai da escola ou tem dificuldade de aprendizagem quando está dentro da escola. Tem diversos fatores que vão além da educação, que passam muitas vezes pelo próprio arcabouço de direitos sociais em que esse jovem está inserido. A distorção fica maior em regiões do país que têm maiores índices de pobreza e de vulnerabilidade social”, aponta. As maiores porcentagens de alunos acima da idade recomendada nas escolas estão no Norte (com 26,4% no ensino fundamental e 41,4% no ensino médio) e no Nordeste (com 24,5% no ensino fundamental e 36,2% no ensino médio). Os estados que apresentam as maiores taxas de distorção são Sergipe com 30,6% no ensino fundamental e 47,5% no ensino médio, Pará com 30,5% no fundamental e 47,5% no médio e Bahia com 29,9% no fundamental e 43,6% no médio. Para o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), as taxas de distorção na rede pública expressam fatores como o volume de estudantes com entrada tardia na escola, as dificuldades na trajetória escolar, a heterogeneidade nas condições de aprendizagem dos alunos, e as dificuldades da escola em fazer face a essas diferenciações nas características dos alunos. “O esforço das redes estaduais no cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação, relativas a essa temática, tem se concentrado na melhoria do fluxo escolar, no atendimento complementar aos estudantes com dificuldades de rendimento escolar, na formação continuada de professores, no estímulo à adoção de tecnologias educacionais que favoreçam a aprendizagem e, sobretudo, no desenvolvimento de providências para a implantação do Novo Ensino Médio”, diz o Consed. Tempo de permanência na escola Em 2017, a média nacional de horas-aula diária nas escolas, tanto públicas quanto privadas, foi de 5 horas no ensino médio; de 4,6 horas no ensino fundamental; e de 6 horas na educação infantil. Na rede privada, a média foi de 5,5 horas no ensino médio; 4,6 horas no ensino fundamental e 6,2 horas na educação infantil. Já na rede pública, a média de horas-aula foi de 4,9 horas no ensino médio; 4,6 horas no ensino fundamental e 6 horas na educação infantil. “Hoje a gente está com 8,30% das matrículas em tempo integral, a gente tá muito distante de atingir o que é previsto pelo Plano Nacional de Educação”, considera Pellanda. O Plano Nacional de Educação coloca como meta para o ensino público brasileiro a meta de atingir 25% das matrículas até 2024 em ensino integral. A coordenadora de políticas educacionais da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação ressalta que, além dos cortes orçamentários sofridos pelo setor nos últimos anos, a educação pública brasileira tem seus índices de qualidade afetados pela lentidão na implementação do Plano Nacional de Educação. Após quatro anos de sua vigência, 30% da política foram colocadas em vigor, de acordo com balanço da entidade. “Quando a gente vê que o Plano Nacional de Educação está colocado completamente de escanteio na política educacional, é obvio que a gente vai chegar em resultados como esses de comparação entre a rede pública e a rede privada”, avalia. Para Gabriel Corrêa, do Todos pela Educação, o tempo de permanência do aluno na escola é fundamental para a qualidade da educação, mas ele ressalta que é necessário garantir também a qualidade do ensino ofertado durante esse período. “Simplesmente expandir o tempo sem melhorar a qualidade desse tempo não vai mudar em nada. É um processo que tem que acontecer de expansão da exposição dos alunos à aprendizagem, mas com o tempo de aula cada vez mais efetivo, com professores bem preparados e a prática pedagógica aprimorada”, afirma. O Consed reconhece a necessidade de ampliar a jornada diária de aulas e considera que isso está sendo feito gradativamente com a implementação das escolas de tempo integral e da ampliação da carga horária total no ensino público. Média de alunos por turma As turmas da rede pública são maiores que as da rede privada para todas as etapas de ensino. No ensino privado, a média é de 27,8 alunos por turma no ensino médio, 19,9 no ensino fundamental e 13 na educação infantil. Já na rede pública, a média de alunos por sala é de 30,8 no ensino médio, 23,7 no ensino

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Secretaria de Educação do Recife realiza mais um Papo Pedagógico

Promover reflexões e debates sobre a prática pedagógica nas turmas da educação infantil, considerando os aspectos apresentados na Base Nacional Comum Curricular. Este é o foco do Papo Pedagógico, inicia nesta quinta-feira (26). Com o tema Com a Palavra: Educação Infantil, o encontro, voltado para os profissionais da educação infantil, será realizado no Orange Praia Hotel, na Ilha de Itamaracá até 28 de julho, e vai reunir cerca de 300 pessoas entre professores, o Secretário de Educação Alexandre Rebêlo, além de nomes renomados da pedagogia como Beatriz Ferraz (USP) e Marlene Oliveira (UFBA). Além de promover os debates acerca das práticas pedagógicas nas turmas de creches, o encontro tem como objetivo proporcionar discussões sobre a importância da participação das famílias e o Marco Legal da Primeira Infância, enfatizando o desenvolvimento integral da criança. O evento também vai abordar os aspectos atuais da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e suas relações com a prática desenvolvida neste segmento, tema discutido esta semana, no IV Seminário da Política de Ensino da Rede Municipal do Recife. Para falar sobre o assunto, a Secretaria de Educação preparou uma programação repleta de especialistas. Com o tema “A BNCC e a educação infantil”, Beatriz Ferraz doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em Liderança em Políticas para a Primeira Infância pela Havard University abre o encontro hoje, 26, e vai apresentar o painel às 20h30. As discussões sobre a BNCC têm acontecido em todo o país e Beatriz vai discutir sobre os seus impactos na definição dos currículos, bem como construir estratégias para a sua implementação e fortalecer as Políticas de Ensino e de Formação da Educação Infantil. No dia 27, a partir das 8h, especialistas da área dão palestras sobre Práticas pedagógicas na educação infantil - Marlene Santos da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Discutindo o programa Brinqueducar - Maria Grembecki da Pontifica Universidade Católica (PUC), Projeto Alfaletrar em foco: Um trabalho consolidado na educação infantil da Equipe Lagoa Santa, Minas Gerais, PROLER: Refletindo o Mapa das Cores com Renata Jatobá da SEDUC/PCR. A cantora Carol Levy fecha a noite com A Contação de histórias na educação infantil. Encerrando o evento, no dia 28, Eduardo Shinyashiki, Mestre em Neuropsicologia e Liderança Educadora do Instituto Eduardo Shinyashiki, aborda o tema “Competências socioemocionais na educação – Integração entre o sentir e o aprender” e Danielle Clívia da Silva, professora do CMEI Alcides Restelli Tedesco fala sobre “Aprendendo sobre o Sistema de Escrita Alfabética a partir do trabalho com o nome próprio” fecham o evento. Profissionais da educação também socializam as experiências exitosas em sala de aula com os demais professores. Serviço Quando: 26 a 28 de julho Onde: Orange Praia Hotel, na Ilha de Itamaracá Informações: 3355-5935 26.07.2018 (Quinta-feira) 17h – Credenciamento e check-in 19h – Jantar 20h30 – Painel: A BNCC e a educação infantil – Beatriz Ferraz (Escola de Educadores) 27.07.2018 (Sexta-feira) 08h às 09h30 – Painel: Práticas pedagógicas na educação infantil - Marlene Santos (UFBA) 09h30 às 10h – Coffee Break 10h às 11h30 – Painel: Discutindo o programa Brinqueducar - Maria Grembecki (PUC) 11h30 às 12h – Roda de Diálogo:Marlene Santos e Maria Grembecki Mediação: Rogério Morais 12h – Almoço 14h às 16h – Painel: Projeto Alfaletrar em foco: Um trabalho consolidado na educação infantil (Equipe Lagoa Santa / MG) • Janair Cassiano (Coordenadora do Núcleo de Alfabetização e Letramento e Educação Infantil/Creches) • Eliana Silva (Representante do Núcleo na E.M. Dona Marucas) • Adriana Araujo(Professora da E.M. Alberto Santos Dumont) • Nila Rezende (Secretária de Educação) 16h às16h30–Coffee Break 16h30 às 17h - Painel: PROLER: Refletindo o Mapa das Cores– Renata Jatobá (SEDUC/PCR) 17h às 17h30 – Roda de Diálogo: Adriana Araujo, Eliana Silva, Janair Cassiano, Nila Rezende e Renata Jatobá Mediação: Alexandre Rebêlo 17h30 às 19h – Painel: A Contação de histórias na educação infantil – Carol Levy (PE) 19h – Jantar 20h30 – Atração Cultural 28.07.2018 (Sábado) 08h – Check out 08h30 às 09h30 • Ação Integrada: O papel do coordenador nas devolutivas da diagnose • Arlinda Matos (Coordenadora da EM Josefina Marinho) • Elba Chagas (Coordenadora da EM Santa Maria) • Fabiana Coelho (Coordenadora da EM Manoel Antônio de Freitas) • Maria Edilene (Coordenadora da EM Severina Lira) • Simone Vieira (Coordenadora da EM Margarida Siqueira Pessoa) • Aprendendo sobre o Sistema de Escrita Alfabética a partir do trabalho com o nome próprio – Profª Danielle Clívia da Silva (CMEI Alcides RestelliTedesco / Grupo IV) 09h30 às 10h – Alexandre Rebêlo – Secretário de Educação 10h às 11h30 – Painel: Competências socioemocionais na educação – Integração entre o sentir e o aprender - Eduardo Shinyashiki (Instituto Eduardo Shinyashiki) 11h30 – Coquetel de encerramento

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