Arquivos Gripe - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

gripe

“A realidade da Gripe Espanhola se repete com a politização da Covid-19.”

Uma pandemia se abate sobre o mundo causada por um vírus. No início, integrantes do Governo Federal fazem pouco caso da virulência da infecção, dizendo tratar-se de uma gripezinha benigna. Mas logo a doença se espalha pelo País e no planeta causando 50 milhões de mortes e colocando o sistema hospitalar em colapso. Surgem teorias da conspiração sobre a origem do maligno micro-organismo. Apesar dos cientistas alegarem não haver medicamento para combater a doença, várias pessoas acreditam em tratamentos sem nenhuma comprovação científica. Um resumo da situação da Covid-19 no Brasil? Nada disso, essa foi a realidade da Gripe Espanhola, que chegou pelos portos de cidades brasileiras, como o Recife, em 1918. Para entender melhor esse momento histórico e sua analogia com o momento atual, Cláudia Santos conversou com Alexandre Caetano da Silva, autor da dissertação de mestrado pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Recife, uma cidade doente: a Gripe Espanhola no espaço urbano recifense (1918). Por que a pandemia da Gripe Espanhola teve este nome? A pandemia acontece durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A imprensa dos países que participavam da guerra censurava as notícias sobre a doença. A Espanha não participou do conflito e sua imprensa noticiava livremente a pandemia que, por isso, ficou conhecida como Gripe Espanhola. Mas a sua origem, na verdade, é norte-americana. A epidemia tem início no campo de treinamento militar em Kansas, nos Estados Unidos. Esses militares participam da guerra em 1917 e espalham a doença na Europa e depois no mundo. Porém, assim como hoje há teorias da conspiração afirmando que o novo coronavírus surgiu de um laboratório chinês, na época da Gripe Espanhola, havia o boato de que os alemães, na guerra, engarrafaram o vírus e o jogaram nas praias brasileiras. Como ocorreu a entrada do vírus Influeza A H1N1 causador da gripe Brasil? Foi quando o paquete (embarcação) britânico Demerara que, vindo da Europa no início de setembro de 1918, atracou no Rio de Janeiro no dia 14 daquele mês, já com vários tripulantes enfermos. Essa é a primeira notícia da presença da Gripe Espanhola no Brasil. Como foi a atuação de Carlos Seidl, diretor geral da Saúde Pública (espécie de Ministério da Saúde à época), no combate e prevenção da pandemia no País? É verdade que ele se referiu à doença como “uma gripe de caráter benigno” e num primeiro momento se recusou a propor a quarentena? Inicialmente a Gripe Espanhola foi tratada de uma forma geral como uma gripezinha, mas com o aumento dos casos e a situação piorando com o crescimento constante do número de óbitos em todo o País, o Estado começou a tomar medidas como o isolamento social e o fechamento do comércio e outros estabelecimentos. Carlos Seidl sai da Direção em 1918 e quem assume é o médico e biólogo renomado Carlos Chagas. Você poderia fazer uma comparação entre a atuação dos jornais na época da Gripe Espanhola e as redes sociais na atual pandemia? A doença só existe quando as pessoas acreditam nela. Em 1918, a Gripe foi noticiada pelos jornais. Em Pernambuco, o Diario de Pernambuco representava a situação do governo de Manoel Borba e o jornal A Província representava a oposição, mas também havia outros. As notícias sobre a Gripe Espanhola eram dadas de uma forma mais direta e clara pelo jornal A Província, por representar a oposição ao governo. Só depois de alguns dias, em função da calamidade que o Estado passava, é que o Diario de Pernambuco começou a divulgar e aceitar a realidade que a Gripe colocava à sociedade. Hoje, com a Covid-19, a realidade se repete no que toca à questão da politização da doença, por meio das redes sociais e de instituições que desacreditam na pandemia. Dessa forma, colocam parte da sociedade em conflito, por acreditarem nas lideranças dessas instituições. Como a Gripe Espanhola assolou o Recife, qual o número de mortos e infectados, houve colapso do atendimento hospitalar? A Gripe Espanhola entra no Recife através do Porto da cidade. As primeiras notícias da doença foram de 25 de setembro de 1918, afirmando que ela chegou por intermédio do vapor Piauhy, vindo de Dacar (Senegal, África) com dois doentes abordo, no dia 24 de setembro. Não se tem um número exato de mortes provocadas pela Gripe Espanhola, mas de acordo com o relatório do diretor de Higiene do Estado Dr. Octávio de Freitas, no Recife morreram 2.500 pessoas. A cidade não possuía um instituto de medicina legal e nem uma estrutura de hospitais públicos. Existiam dois hospitais de referência no período, o Santa Águeda e o Pedro II. Houve, sim, um colapso no atendimento hospitalar, em que as farmácias serviram como ponto de ajuda aos infectados no combate à epidemia, oferecendo medicamentos, mas, na verdade, não havia um antídoto contra o vírus. Sem atendimento, as pessoas morriam nas ruas, as funerárias trabalhavam 24 horas por dia fabricando caixões. LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA EDIÇÃO 179.1 DA REVISTA ALGOMAIS: assine.algomais.com

“A realidade da Gripe Espanhola se repete com a politização da Covid-19.” Read More »

Como se proteger das doenças causadas pelo frio

É muito comum que com a chegada do frio aumentem os casos de gripes, resfriados e doenças respiratórias, as famosas “ites”. Por isso, devemos estar atentos e preveni-las. Para facilitar a tarefa, o Dr. Aier Adriano Costa, coordenador da equipe médica do Docway, explica como essas doenças atacam nosso organismo e separou algumas dicas para amenizar os problemas causados nesta época do ano. A primeira coisa a saber, é que nosso organismo costuma combater sozinho essas doenças, eliminando-a do nosso corpo em cinco ou sete dias. “Nosso organismo está programado para isso. Na grande maioria dos casos ele mesmo elimina o vírus. Claro, devemos tomar cuidados básicos como beber bastante água para manter a hidratação, ter uma alimentação adequada e repousar bastante”, explica o médico. Agora, se após esse período a pessoa apresentar os mesmos sintomas, podendo ser agravados por secreções amareladas ou esverdeadas no nariz e no ouvido ou pontos de inflamação e pus na garganta, é melhor procurar um médico. “Com a chegada do Inverno, nosso organismo acaba ficando suscetível a essas doenças. Nosso sistema respiratório é basicamente mucosa com cílios, que tem a função de eliminar possíveis invasores. Com o frio, esses pelinhos sofrem, e vírus e bactérias entram com mais facilidade no nosso corpo”, complementa. Segundo Dr. Aier, é bom evitar lugares fechados e sem ventilação, já que eles concentram um número maior de micro-organismos, aumentando as chances de contágio. Por isso, não importa o local, seja ônibus, casa ou escritório, mesmo com as temperaturas mais baixas é importante que haja ventilação. “Ao chegar em casa, lave o nariz com soro fisiológico. Ele ajuda a limpar a poluição das vias respiratórias e eliminar possíveis invasores que causaram as doenças. Se o ar estiver seco, use um umidificador de ar ou uma toalha úmida no ambiente. Beba muita água, pois ela ajuda a prevenir as infecções”. Para prevenção da gripe, existe ainda a possibilidade de vacina. Idosos com mais de 65 anos, grávidas e crianças com idade entre 6 meses e 2 anos devem ser vacinadas. O médico lembra ainda que esse método de prevenção não é aconselhável a pessoas com alergia a albumina, proteína encontrada no ovo e usada em sua fabricação. “O Inverno tente a trazer mais doenças, mas medidas simples podem ajudar no combate. Seja uma gripe ou resfriado, ou até mesmo uma rinite ou sinusite, tais cuidados ajudam no dia a dia do paciente”, finaliza. Dados mundiais Segundo estima a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1,2 bilhão de pessoas tem risco elevado de contrair a gripe e suas complicações. Desse total, 385 milhões são idosos acima de 65 anos, 700 milhões de crianças e adultos com doenças crônicas e outros 140 milhões de crianças. Estudos demostraram que a vacina, no caso da gripe, pode reduzir em até 75% a mortalidade global. Quanto aos idosos que residem em lares especiais, a imunização pode diminuir em até 60% o risco de pneumonia e 68% o risco de internação. Vale lembrar que em 95% dos casos a gripe é causada por vírus, e apenas 5% por bactéria. Em determinado casos, a infecção por vírus pode acabar facilitando a infecção por bactéria, já que por conta da infecção há uma redução das defesas. Segundo Dr. Aier Adriano Costa, a vacina não causa gripe nos pacientes imunizados, mas leva de quatro a oito semanas para ter eficácia plena, por isso a pessoa que tomou a vacina pode chegar a ficar doente nesse período.

Como se proteger das doenças causadas pelo frio Read More »

Campanha de vacinação contra gripe termina na sexta-feira

A campanha de vacinação contra a gripe será encerrada na próxima sexta-feira (1º) em todo o país. Dados do Ministério da Saúde mostram que 21 milhões de pessoas que fazem parte do público-alvo ainda precisam ser imunizadas. A expectativa da pasta é vacinar 54,4 milhões de pessoas até o final da campanha. Devem receber a dose crianças de 6 meses a menores de 5 anos, idosos a partir de 60 anos, trabalhadores da saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), pessoas privadas de liberdade e funcionários do sistema prisional. Pessoas com doenças crônicas e outras condições clínicas especiais também devem ser imunizadas. Neste caso, é preciso apresentar uma prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle de doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) devem procurar os postos em que estão registrados para receber a dose. Cobertura Até 24 de maio, foram vacinadas 33,3 milhões de pessoas contra a gripe. O público com maior cobertura é o de puérperas, com 74,2%, seguido por idosos (71%), trabalhadores da saúde (67,8%) e professores (67,7%). Entre os indígenas, a cobertura ficou em 53,5% e, entre as gestantes, em 51,8%. O grupo com menor índice de vacinação foram as crianças, com 46%. A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, segundo o ministério, é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias. São priorizados os grupos considerados mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias. Casos O último boletim do ministério aponta que, até 19 de maio, foram registrados 1.678 casos de influenza em todo o país, com 280 óbitos. Do total, 1.022 casos e 178 óbitos foram pelo vírus H1N1, além de 329 casos e 52 óbitos de H3N2. Há ainda o registro de 184 casos de influenza B, com 22 óbitos, e 143 casos de influenza A não subtipado, com 28 óbitos. A vacina A pasta informou que a vacina é segura e reduz complicações que podem provocar casos graves da doença, internações e óbitos. A dose utilizada na rede pública de saúde protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no Hemisfério Sul ao longo do último ano, incluindo o H1N1 e o H3N2. Reações adversas Ainda de acordo com o ministério, após a aplicação da dose, podem ocorrer, de forma rara, dor, vermelhidão e endurecimento no local da injeção. As manifestações são consideradas benignas e os efeitos costumam passar em 48 horas. A vacina da gripe é contraindicada para pessoas com histórico de reação anafilática prévia em doses anteriores ou para pessoas que tenham alergia grave relacionada a ovo de galinha e seus derivados. É importante procurar o médico para mais orientações. (Agência Brasil)

Campanha de vacinação contra gripe termina na sexta-feira Read More »

Pneumonia pode se manifestar após uma gripe mal curada

É comum que muitas pessoas fiquem resfriadas ou gripadas durante o período de chuvas e temperaturas mais baixas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 18 milhões de brasileiros são infectados anualmente. Destes, alguns morrem pela concomitância de doenças mais graves, que se manifestam após uma gripe mal curada. É aí que mora o perigo. As pessoas com mais de 65 anos, com doenças crônicas tais como diabetes e DPOC, e as crianças muito pequenas têm uma probabilidade maior de desenvolver complicações de uma gripe. Que pode também desencadear uma piora em pessoas asmáticas ou com bronquite crônica e agravamento da condição de uma pessoa com insuficiência do coração, por exemplo. Para tratar precocemente é preciso ficar atento aos primeiros sinais. O catarro e a tosse intensa, além do desconforto respiratório, e da dor para respirar são sintomas que levantam suspeita de pneumonia e a partir disso, deve-se procurar um médico. O Pneumologista Murilo Guimaraes, do Hospital Memorial São José – Rede D’Or São Luiz, explica que a pneumonia, assim como outras doenças infecciosas, está relacionada a microrganismos, entre eles vírus e bactérias. Algumas vezes eles chegam aos pulmões depois de uma passagem nas vias aéreas superiores, quando provocam sintomas rotulados como gripe. Dá o conceito corrente de que pneumonias são frutos de “gripes mal curadas”. Mas a pneumonia viral pode ser contraída através do ar, quando uma pessoa tem contato com outra que está com a doença e essa tosse ou espirra, expelindo vírus que podem ser aspirados e penetrar no pulmão, desencadeando a pneumonia. As bactérias, agentes causadores mais comuns que os vírus, são contraídas da mesma forma. O diagnóstico é feito por um raio X do tórax e pelo relato dos sintomas da doença, que podem ser confundidos com uma gripe. O tratamento é feito com antibióticos. É importante tomá-los de acordo com a indicação do seu médico. “Se o tratamento não for seguido até o fim, os medicamentos perdem o efeito e a doença volta mais forte.”, diz o médico. Para se prevenir é importante estar com a sua vacinação contra principais agentes da doença em dia, evitar aglomerações nessa época do ano e manter hábitos de vida saudáveis.  

Pneumonia pode se manifestar após uma gripe mal curada Read More »