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Vista aerea da APA Aldeia Beberibe

A Escola de Sargentos do Exército e seus atropelos na APA Aldeia-Beberibe

*Por Milton Tenório É surreal ainda assistirmos ao debate sobre uma escola que o Exército Brasileiro insiste em construir em cima da Bacia do Catucá, em um bioma de Mata Atlântica, onde se pretende desmatar 94 hectares — ou seja, cerca de 200 mil árvores — com várias espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção, comprometendo o abastecimento de água de um milhão de pernambucanos. Na semana passada, circulou nas redes sociais um vídeo em que um parlamentar pernambucano acusava a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, de sabotar o projeto do Exército. Será que uma liderança política como a governadora abriria mão de um projeto que, supostamente, traria emprego e renda para o Estado? Acredito que não. O maior responsável por esse projeto se tornar motivo de polêmica e atraso é o próprio Exército Brasileiro — leia-se o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. É sabido que, para seguir o trâmite legal, o Exército deve abrir licitação para contratar uma empresa especializada em inventariar as árvores, realizar o resgate de animais e cumprir todas as normas orientadas pelo Ibama — o que leva tempo e ainda corre risco de judicialização. Embora a AGU — leia-se Jorge Messias — tenha interferido de forma indevida, é importante que os técnicos do Ibama se manifestem e fiquem atentos contra esse tipo de expediente, assim como fizeram ao denunciar na mídia a decisão política da diretoria do mesmo órgão ao liberar pesquisas na Foz do Amazonas, em atendimento à Petrobras. Políticos passam, mas as instituições e os servidores efetivos ficam. Não seria mais sensato o Exército e o ministro da Defesa cessarem esse desgaste ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e à governadora Raquel Lyra, ao insistirem em um desmatamento dessa dimensão? A repercussão fatalmente será local, nacional e internacional. Já há alternativas locacionais apresentadas pelo Fórum Socioambiental de Aldeia e pelo Governo do Estado, que inclusive se dispôs a desapropriar áreas para esse fim — como fez com a parte habitacional do projeto, de 576 apartamentos para oficiais e sargentos. Uma área já desmatada nas proximidades permitiria que o projeto saísse do papel sem atropelos. Está na hora de o Exército Brasileiro deixar de lado a vaidade e atender ao clamor da sociedade civil, que não aceita mais desmatamentos e já sente os efeitos das mudanças climáticas. Chuvas intensas no Recife e Região Metropolitana já têm causado mortes e muitos transtornos à população, como a suspensão de aulas em escolas particulares, estaduais e federais. Acredito que o bom senso irá prevalecer e não tenho dúvidas de que a governadora do Estado não permitirá que seu nome figure na galeria dos mandatários que autorizaram o maior desmatamento da história de Pernambuco. Ao impedir isso, marcará o “gol de placa” que falta, ao comunicar aos pernambucanos que convenceu esses senhores a preservar o que resta da Mata Atlântica e da Bacia do Catucá. Mostrará, assim, a quem vem de fora, que somos resistência e não abrimos mão de nossos princípios e autonomia. Respeito é bom — e os pernambucanos exigem do poder público. Escola de Sargentos do Exército, sim. Desmatamento, não! Gastar R$ 1,8 bilhão e ainda lançar um projeto que implica desmatamento e compromete o sistema hídrico de um Estado — será que esse slogan é coerente? Num Brasil onde as universidades federais carecem de verbas e até os salários de docentes e técnicos estão defasados, cabe refletir. São muitas as perguntas e atropelos em torno da construção da Escola de Sargentos do Exército na APA Aldeia-Beberibe. *Milton Tenório é profissional liberal e ativista ambiental

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Sergio Xavier 2

Sérgio Xavier é o único nordestino entre os enviados especiais da COP30

Grupo com 30 nomes vai atuar como ponte entre a presidência da conferência do clima e regiões estratégicas; primeira reunião será na sexta (23), em Brasília A COP30, que acontecerá em Belém (PA) em novembro, acaba de ganhar um reforço estratégico na sua preparação. O presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, anunciou os 30 nomes que atuarão como “Enviados Especiais da COP30”, uma iniciativa inédita para aproximar os debates climáticos de setores e territórios ainda pouco representados nas negociações globais. Entre os indicados, o pernambucano Sérgio Xavier é o único nordestino na lista. Ex-secretário de Meio Ambiente de Pernambuco e atual coordenador executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima, Xavier integra o grupo de 20 lideranças responsáveis por temas estratégicos. Os outros dez enviados representarão regiões geopolíticas prioritárias, como América Latina, Europa, Ásia, África e Oriente Médio. A primeira reunião do grupo está marcada para esta sexta-feira (23), em Brasília. O papel dos enviados será exercido de forma voluntária, com a missão de ampliar o diálogo com a sociedade civil, conectar experiências locais à agenda internacional e facilitar a circulação de informações entre a presidência da COP e os diversos territórios representados. “Precisamos ouvir muito das regiões e setores para garantir uma conferência à altura da emergência climática e da potência da Amazônia”, afirmou Corrêa do Lago. Além de Sérgio Xavier, fazem parte do grupo nomes de relevância global, como Jacinda Ardern (ex-primeira-ministra da Nova Zelândia), Laurence Tubiana (economista e arquiteta do Acordo de Paris) e Xie Zhenhua (negociador climático da China). Do Brasil, participam ainda Janja Lula da Silva, a surfista Maya Gabeira, a defensora pública Denise Dora e o ambientalista André Guimarães. A lista completa pode ser conferida em: cop30.br/presidencia-da-cop30/enviados-especiais.

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Pernambuco amplia esforços pela restauração ambiental

Estado investe em reflorestamento da Caatinga e da Mata Atlântica com parcerias público e privadas, mirando metas climáticas e socioeconômicas. *Por Rafael Dantas Nem só do combate às queimadas e ao desmatamento vive a luta pelas florestas brasileiras e pernambucanas. Além de conter os crimes ambientais que avançam sobre a flora e comprometem o habitat da fauna silvestre, há também um esforço significativo voltado à restauração ambiental. Esse movimento, cada vez mais robusto, reúne instituições com foco ecológico, empresas sensibilizadas pela pauta da sustentabilidade, o poder público e uma diversidade de organizações populares. Em Pernambuco, essas iniciativas ganham corpo nos biomas da Caatinga e da Mata Atlântica. Em meio ao debate do aquecimento global e das mudanças climáticas, a ONU convocou os países em 2021 para vivermos a Década da Restauração de Ecossistemas. No ano em que o Brasil recebe a COP-30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), é estratégico o fortalecimento das iniciativas que não apenas preservam mas agem pela regeneração do meio ambiente. E Pernambuco tem várias experiências de destaque. “Desde 2021, as ações de restauração estão se intensificando muito no Brasil inteiro. Pela primeira vez, inclusive, a gente está tendo um aporte de recursos para trabalhar a restauração no semiárido. Em 2025, temos visto bastante oportunidades de restauração aparecendo, seja por meio de edital público ou pelo ambiente privado”, afirmou Joaquim Freitas, coordenador geral no Cepan (Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste). “Pela primeira vez, a gente está tendo um aporte de recursos para trabalhar a restauração no semiárido. Em 2025, temos visto bastante oportunidades de restauração aparecendo, seja por meio de edital público ou pelo ambiente privado.” Joaquim Freitas Neste semestre, por exemplo, o Governo Federal anunciou que o País contará com R$ 1,44 bilhão para promover a restauração florestal e ampliar o uso de soluções baseadas na natureza. O investimento faz parte do Plano de Investimento do Programa Natureza, Povos e Clima do Fundo de Investimento Climático. Em Pernambuco, o Governo do Estado lançou no ano passado o Edital Caatinga com aporte de R$ 16 milhões para o plantio de 500 mil espécies nativas. O projeto está em execução, com 45 mil já plantadas em seis unidades de conservação, como a APA Chapada do Araripe e o Parque Nacional do Catimbau. Outro edital foi o Plantar Juntos Manguezal, com R$ 600 mil para plantio de 10 mil mudas de mangue. Ao todo, os planos anunciados por Raquel Lyra são de 4 milhões de árvores plantadas. Além dos aportes do poder público estadual, o bioma da Caatinga teve o anúncio do investimento de R$ 8,8 milhões, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e do Banco do Nordeste, que lançaram o edital Caatinga Viva no final de 2024. A iniciativa está apoiando projetos de restauração ecológica em até quatro áreas de no mínimo 100 hectares no bioma. A iniciativa integra o programa Floresta Viva, que deve investir R$ 60 milhões nos próximos anos. Há ainda investimentos privados, de iniciativas municipais e outros recursos internacionais no cenário de investimentos restaurativos. DESAFIOS NO HORIZONTE No Estado, Joaquim destaca que um dos principais focos de atuação está relacionado às áreas nas fronteiras de desertificação que acontecem principalmente na Caatinga. “Em Pernambuco temos mapeados focos de desertificação e também de desmatamento. As ações de restauração têm que ser voltadas para conseguir recuperar minimamente a capacidade dos ecossistemas de gerar serviços ecossistêmicos”, afirmou o coordenador geral do Cepan. “A ideia é que a gente consiga impedir esse avanço ao recuperar as áreas (de fronteira), porque uma vez que a desertificação se estabelece, a gente perde áreas agricultáveis, além de perder também água, potencialidade de solo e, principalmente, capacidade de manter os modos de vida da população”. Os núcleos de desertificação no Estado estão identificados em municípios como Cabrobó, Araripina e Exu. Mesmo em regiões próximas a Petrolina, como Belém do São Francisco, os sinais de alerta já estão ligados. O desmatamento ocorre nessas mesmas regiões mas, também, em vários outros focos espalhados pelo território pernambucano. “A gente tem um desmatamento difuso”, destacou Joaquim.  A secretária da Semas-PE (Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco), Ana Luiza Ferreira, ressalta que há um olhar estratégico do Governo do Estado de restauração no PERBH (Programa Estadual de Recuperação de Bacias Hidrográficas). “Sempre refletimos muito sobre a melhor forma de alcançar o Plano de Governo de 4 milhões de árvores, para atingir o maior impacto. No PERBH (uma iniciativa liderada pela Apac, Agência Pernambucana de Águas e Clima) foi apontado o diagnóstico de cinco bacias prioritárias e o que deve ser feito para promover nelas a recuperação de 2.780 hectares dentro das reservas legais e áreas de proteção permanentes”. Ana Luiza Ferreira informa que o governo tem a meta de plantar 4 milhões de árvores e planos de recuperar 2.780 ha em cinco bacias hidrográficas dentro de reservas legais e áreas de proteção permanentes, além de ações em assentamentos rurais da agricultura familiar. A secretária destacou que nos próximos dois meses serão anunciadas muitas novidades com foco no restauro dessas bacias hidrográficas, bem como em iniciativas restaurativas em assentamentos rurais da agricultura familiar, que é outro desafio. Um estudo recente, publicado pelo Instituto Escolhas, revelou que 57% das Áreas de Preservação Permanente nos Assentamentos de Reforma Agrária de Pernambuco foram desmatadas.  O investimento na recuperação apenas dessas áreas por sistemas agroflorestais (SAFs) poderia remover 2,1 milhões toneladas de CO² da atmosfera. Esse volume representa 8% das emissões brutas dos gases de efeito estufa em Pernambuco.  Os investimentos necessários para essa recuperação nos assentamentos, porém, seriam na ordem de R$ 504 milhões nos três próximos anos. Em 30 anos, o investimento seria de R$ 1,92 bilhão. Apesar dos aportes elevados, o instituto estima que a recuperação produtiva de 20,7 mil hectares de APPs (àreas de preservação permanente) resultaria em uma receita líquida de R$ 5,91 bilhões, mais de três vezes o valor investido. Além de contribuir nesse aspecto das emissões, a recuperação dessas áreas poderia gerar

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Tarciso Augusto Semas Caatinga

Pernambuco mantém trajetória de queda no desmatamento da Caatinga e Mata Atlântica

Relatório do MapBiomas aponta redução de 9% na supressão vegetal ilegal em 2024; estado lidera preservação no semiárido Pernambuco consolidou em 2024 a tendência de redução no desmatamento dos dois biomas presentes em seu território: a Caatinga e a Mata Atlântica. De acordo com o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, divulgado pelo MapBiomas, o estado registrou uma queda de 9% na supressão vegetal ilegal ao longo do ano. Em 2023, já havia sido destaque nacional ao ser o único estado brasileiro a reduzir o desmatamento na Caatinga, com recuo de 35%. A governadora Raquel Lyra atribui o resultado ao fortalecimento da política ambiental estadual. “Nós estamos investindo e fortalecendo a CPRH para promover as políticas ambientais em todas as regiões de Pernambuco. Pelo segundo ano conseguimos reduzir o desmatamento e isso é resultado de um trabalho integrado que vem sendo desenvolvido. Além, é claro, de garantir o reflorestamento de biomas tão importantes para a nossa biodiversidade, como a caatinga, a exemplo do investimento de R$ 16 milhões para o plantio de 500 mil espécies nativas”, afirmou. Segundo o relatório, foram desmatados ilegalmente 14,7 mil hectares em 2024 — número inferior aos 16,2 mil hectares registrados no ano anterior. Em 2022, o índice foi ainda mais alto: 21,8 mil hectares, o que indica uma tendência de queda consistente desde o início da atual gestão estadual. O relatório do MapBiomas é elaborado por uma rede de universidades, ONGs e empresas de tecnologia que integram o Observatório do Clima. A secretária de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, reforça que os números positivos refletem a adoção de políticas públicas consistentes. “Manter as árvores em pé é um desafio que vale a pena aceitar. A intensificação do monitoramento e fiscalização da CPRH, aliados às ações que privilegiem a educação ambiental, a justiça climática e um desenvolvimento econômico verde mostram que um resultado como esse é possível”, afirmou.

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criancas meio ambiente

Crianças lideram engajamento climático e ampliam espaço da agenda ESG nas escolas

Dados apresentados na Bett Brasil 2025 mostram que 73,4% das crianças entre 7 e 14 anos já se preocupam com a crise climática, revelando papel decisivo da educação ambiental no futuro do planeta A preocupação com o meio ambiente começa cedo. Segundo dados apresentados na Bett Brasil 2025, 73,4% das crianças de 7 a 14 anos já se dizem preocupadas ou muito preocupadas com as mudanças climáticas. O levantamento integra a Pesquisa Nacional sobre Mudanças Climáticas, realizada pelo Movimento Escolas pelo Clima em parceria com a Reconectta, e confirma o protagonismo da faixa etária mais jovem no ativismo ambiental. O dado reforça a importância de inserir a sustentabilidade como valor fundamental nas práticas pedagógicas. O tema ganhou destaque no painel “Do local ao global: Educação e ESG como estratégias para um mundo sustentável”, conduzido por Thaís Brianezi (USP e SECLIMA) e Edson Grandisoli (Escolas pelo Clima). Eles discutiram como a educação pode integrar políticas públicas, sociedade civil e setor privado em torno da agenda ESG. Thaís apresentou um projeto da Fapesp que articula educação ambiental e comunicação, com destaque para a formação de professores em escolas municipais de São Paulo e o uso da plataforma MonitoraEA para acompanhamento contínuo das ações. Edson Grandisoli reforçou a gravidade do cenário atual, em que seis dos nove limites planetários já foram ultrapassados, e destacou o papel otimista e mobilizador das crianças. “Quando analisados de forma conjunta, essa faixa dos 7 aos 14 anos é a que soma mais qualidades para encampar ações de ativismo climático, especialmente mulheres. Temos um público interessado nessa pauta, e precisamos aproveitar isso”, afirmou. A relação entre educação e ESG também foi debatida por Ewerton Fulini (Instituto Ayrton Senna) e Carmen Murara (Grupo Marista). Fulini lembrou que a educação é o ponto de partida da agenda ESG, pois é onde se formam valores e competências. Já Carmen destacou os dois compromissos centrais das instituições de ensino: a formação cidadã dos estudantes e a sustentabilidade do próprio produto educacional. “Todos precisam se envolver nessa pauta. É assim que ela começa, e é preciso darmos o exemplo”, concluiu. Serviço:A Bett Brasil 2025 segue até 1º de maio no Expo Center Norte, em São Paulo. Mais informações: www.bettbrasileducar.com.br. 4o

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Implementacao do projeto do coletivo Mangueboyz de captacao de agua na comunidade Arruado3 EditalJovensnoClima2024 foto Danyllo Feliciano Cavalcanti

Edital Jovens no Clima 2025 seleciona 18 coletivos para projetos ambientais no Recife

Iniciativas lideradas por jovens receberão R$ 20 mil e serão apresentadas na COP-30, em Belém (PA) A Prefeitura do Recife divulgou o resultado do Edital Jovens no Clima 2025, que selecionou 18 coletivos formados por jovens de 15 a 29 anos com propostas voltadas para enfrentar os desafios ambientais da capital pernambucana. Cada projeto receberá R$ 20 mil para ser implementado e terá um representante na Conferência da ONU sobre o Clima, a COP-30, que será realizada em Belém, no Pará. O edital, lançado pela Secretaria de Direitos Humanos e Juventude em parceria com a Rede Conhecimento Social, Delibera Brasil e organizações internacionais como a Bloomberg Philanthropies, recebeu 51 inscrições. Os critérios de avaliação foram definidos por uma comissão mista de representantes da sociedade civil e do poder público. A lista dos contemplados e suplentes está disponível no aplicativo ou site Conecta Recife, no botão “Jovens no Clima 2025”, e também na edição nº 52 do Diário Oficial do Recife, publicada em 26 de abril. “Estamos apostando na formação de jovens protagonistas na agenda climática e na transformação de ideias inovadoras em ações práticas que impactem positivamente seus territórios”, destacou o secretário Marco Aurélio Filho. O primeiro encontro entre os grupos selecionados e os realizadores será realizado no dia 17 de maio. Entre os projetos selecionados estão iniciativas como “Confabulando Ibura: Juventude, Território e Clima”, “Clima Queer: Corpos que Habitamos, Territórios que Defendemos”, “Pé de Beberybe” e “Semeando o Recife”, que integram arte, ancestralidade, comunicação e educação ambiental em suas propostas de impacto local. Confira a lista dos 18 projetos selecionados: Confabulando Ibura: Juventude, território e clima Chico no Clima Clima  em  Cena:  Jovens  Artistas  por  um  Pina Verde Alerta   Vermelho:   Monitoramento   Climático   e  Ações Educativas sobre a Maré Vermelha RECORTE RECIFE Conte uma História e Plante uma Muda Clima em Ação: Várzea Sustentável Entra  Apulso,  território  de  esperança:  juventude, arte e clima Comunicação Ambiental Refúgio Verde Jovens defensores do rio Beberibe Recife  Azul:  Complexo  sustentável  e  facilitação  ecológica na RPA 4 Clima  Queer:  Corpos  que  Habitamos,  Territórios  que Defendemos AGORA É A NOSSA VEZ Semeando o Recife Recicla Afaya a ancestralidade Nagô preservando a Natureza Pé de Beberybe Rota  –  Rede  de  Orientação  Territorial  para  Ação  climática SERVIÇO📌 Resultado do Edital Jovens no Clima 2025📲 Acesse a lista completa: Conecta Recife > botão “Jovens no Clima 2025”📰 Diário Oficial do Recife (ed. nº 52): https://dome.recife.pe.gov.br/📅 Primeiro encontro: 17 de maio de 2025

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fernando de noronha 2

Fernando de Noronha disputa título de melhor destino turístico da América do Sul

Empetur lança campanha para impulsionar votação no World Travel Awards, considerado o Oscar do Turismo Com o objetivo de consolidar Fernando de Noronha entre os principais destinos turísticos do planeta, a Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) iniciou uma campanha para incentivar a votação na ilha no World Travel Awards (WTA), maior premiação do setor turístico mundial. A votação está aberta ao público até o dia 3 de agosto e pode ser feita pela internet. A iniciativa visa mobilizar pernambucanos e turistas apaixonados por Noronha a apoiarem a candidatura da ilha em três categorias da etapa América do Sul: Melhor Destino de Praia, Melhor Destino para Lua de Mel e Destino Mais Romântico. Na sua 32ª edição, o WTA — apelidado de Oscar do Turismo — reconhece a excelência em experiências de viagem e hospitalidade em todo o mundo. Noronha, que já ostenta selos internacionais como o Green Destination e o título de Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO, entra na disputa com credenciais de peso. Em 2024, a Baía do Sancho, uma de suas praias mais emblemáticas, foi eleita pela sétima vez como a melhor do mundo pelo TripAdvisor. “A indicação de Fernando de Noronha ao World Travel Awards reafirma o protagonismo da ilha no turismo internacional. É um reconhecimento à sua beleza natural e ao trabalho contínuo de preservação e promoção. Convidamos todos a participarem da votação e contribuírem para que Noronha conquiste mais este título”, destaca Eduardo Loyo, presidente da Empetur. A premiação será anunciada no dia 27 de setembro, durante cerimônia oficial realizada em Cancún, no México. Noronha disputa com outros destinos renomados da América do Sul, mas aposta em sua biodiversidade única e compromisso com o turismo sustentável para conquistar o público votante. ServiçoPara votar em Fernando de Noronha:

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Hebert Tejo

“Temos duas novas propostas para a Escola de Sargentos do Exército com impacto ambiental muito menor”

Os danos ambientais provocados pela construção da Escola de Sargentos na APA Aldeia Beberibe são ressaltados pelo presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia, Herbert Tejo. Ele diz que a obra afetará o abastecimento hídrico e espécies de flora e fauna, muitas delas que só existem na região. Mas afirma ter alternativas sustentáveis para projeto. O Fórum Socioambiental de Aldeia, presidido por Herbert Tejo, tem sido uma das principais vozes da sociedade civil na defesa ambiental da região. Após o debate acerca do Arco Metropolitano, o novo ponto de preocupação é a instalação da ESA (Escola de Sargentos de Armas do Exército). Com quase 23 anos, a organização tem como foco o equilíbrio ecológico. A principal preocupação dos seus integrantes não está na criação da Escola, mas na escolha da localização, que impacta diretamente o maior fragmento de Mata Atlântica ao norte do Rio São Francisco.   Herbert Tejo, que é mestre em gestão ambiental, e os demais membros do Fórum têm participado ativamente de debates e negociações com o Exército, o Governo do Estado e demais entidades envolvidas. O debate público conseguiu avanços significativos, como a retirada das vilas militares da área de proteção e a redução do espaço ocupado pelo empreendimento. No entanto, ainda há pontos de desacordo, principalmente no que diz respeito ao cumprimento do Código Florestal e da Lei Estadual 9860/86. Agora, uma nova proposta surge no horizonte, prometendo minimizar os impactos ecológicos do projeto e reacendendo o debate sobre a viabilidade de alternativas de locais para instalar a ESA. O Fórum Socioambiental de Aldeia tem sido uma voz muito presente da sociedade nos debates sobre o Arco Metropolitano e acerca da Escola de Sargentos de Aldeia. Como funciona essa organização? O Fórum Socioambiental de Aldeia é uma organização comunitária, sem fins lucrativos, apartidária e em 2025 está completando 23 anos. A entidade tem como missão a defesa do território da APA Aldeia-Beberibe, o combate em todas as esferas, pública e privada, às agressões ambientais e ao descumprimento do que estabelece a legislação ambiental vigente no País. A instalação da Escola de Sargentos na APA é a principal preocupação dos moradores de Aldeia atualmente? As ameaças ao território de Aldeia são muitas e de toda ordem: da iniciativa privada, com a especulação imobiliária desenfreada que resulta em adensamento populacional incompatível para uma Unidade de Conservação, e do poder público, pelas ações e omissões dos gestores públicos. No campo das ações, todos os projetos lançados nos últimos 15 anos operam na direção de degradar o meio ambiente nesta região. No campo das omissões, falham em cumprir suas obrigações de zelar e fazer valer o arcabouço legal protetivo desse território.  Até então, a maior das lutas vinha sendo contra o traçado norte do Arco Metropolitano, defendida por todos os governos desde 2012. O traçado que corta a APA Aldeia-Beberibe ao meio, inviabilizando o território como Área de Proteção Ambiental. Criamos a campanha Arco Viário, Arrudeia!, ou seja, “arrudeia” a APA. Nós nos dedicamos a estudar alternativas que o viabilizassem, para garantir a obra que reconhecemos como uma das mais importantes para o desenvolvimento do Estado.  Mas aí, no meio da luta contra o traçado do Arco, surge uma ameaça ainda maior: a localização do Complexo Militar da ESA, patrocinada por uma aliança poderosa, uma vez que se soma ao Exército Brasileiro, o Governo do Estado e o Governo Federal. Todos juntos em defesa do desmatamento evitável. Respondendo objetivamente sua pergunta: sim, a ESA hoje é nossa maior preocupação, não o projeto em si, mas sua localização irracional. Com um agravante, a ESA, onde se projeta atualmente, atrai o Arco que o governo quer. Essa convergência de duas obras é desastrosa ambientalmente para a região. Determinará o fim de uma Área de Proteção Ambiental. Haveremos de chamar de Área de Destruição Ambiental – ADA! “A ESA, onde se projeta atualmente, atrai o Arco que o governo quer. Essa convergência de duas obras é desastrosa ambientalmente. Determinaremos o fim de uma Área de Proteção Ambiental. Haveremos de chamar de Área de Destruição Ambiental – ADA!” Como têm sido as tratativas com o poder público? Quando o tema é a defesa do meio ambiente, as tratativas com o poder público são sempre difíceis. O discurso político ambiental é esquizofrênico. O discurso e a prática de quem exerce o poder costumam estar totalmente dissociados. O Exército alardeia que seu projeto da ESA, com o desmatamento que propõe e os impactos ambientais irreversíveis, é um exemplo de sustentabilidade para o mundo. O Governo do Estado, por sua vez, se afirma defensor do meio ambiente e é omisso na defesa do território. Em nenhum momento se manifestou na defesa das alternativas locacionais apontadas pelo Fórum, nem para ser contra. O Governo Federal, que brada ao mundo combater o desmatamento e preservar as florestas tropicais, vem ao Estado para criticar os ambientalistas e enaltecer o projeto desmatador. Mas reconhecemos a importância da iniciativa da governadora Raquel Lyra quando criou um grupo de trabalho por meio de decreto, o GT-ESA. Ou seja, criou uma mesa formal de diálogo composta por representantes do poder público, do Exército, o Fórum Socioambiental de Aldeia, um representante da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e um da Alepe (Assembleia legislativa de Pernambuco). Foi importante porque até então não existia diálogo com o Exército. Nesse GT, tivemos a oportunidade de demonstrar as irregularidades legais, a desatenção com o arcabouço legal protetivo e dedicado ao território afetado, especialmente por se situar dentro de um local reconhecido pelo Estado como Área de Proteção de Mananciais e como Patrimônio Biológico de Pernambuco. Como resultado, o Exército promoveu três revisões do projeto original. Houve avanços. O desmatamento original defendido era de 188 hectares, depois foi revisado para 146 hectares, com o incremento de verticalização dos equipamentos. No final de 2023, o Exército retirou as duas vilas militares de dentro da Mata. Mas continua um desmatamento gigantesco de quase 100 hectares. Qual a principal preocupação do Fórum Socioambiental com esse projeto? Qualquer desmatamento em um bioma em extinção

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Nordeste lidera adoção de práticas ESG e fortalece competitividade sustentável

Empresas da região superam outras partes do país em conhecimento e implementação de ações sustentáveis A agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) tem avançado significativamente no Nordeste, consolidando a região como referência nacional em práticas sustentáveis. Segundo um estudo da Serasa Experian, 38,8% dos empresários nordestinos possuem um alto nível de conhecimento sobre ESG, superando o Sudeste (34,7%). Essa conscientização reflete-se em ações concretas, com 76,9% das empresas nordestinas adotando iniciativas sustentáveis, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Entre as medidas mais implementadas, destacam-se a otimização do uso da água (97%), o uso de fontes renováveis de energia (62%) e a redução da poluição hídrica (76%). Apesar dos avanços, desafios como altos custos iniciais, escassez de profissionais qualificados e falta de incentivos governamentais ainda dificultam a ampliação dessas práticas, conforme explica a engenheira ambiental Emmanuelle Matos, do Centro Universitário Wyden. Pernambuco avança com iniciativas estratégicas O estado de Pernambuco se destaca com projetos de grande impacto ambiental e econômico. O Complexo Industrial Portuário de Suape inclui em seu Plano de Negócios 2025 metas como o “Plano Suape Carbono Neutro 2038” e a instalação da primeira planta de Metanol Renovável do Brasil. No setor privado, empresas como Stellantis, Baterias Moura e indústrias de energia renovável reforçam esse movimento, investindo em transição energética, reciclagem e uso de biomassa, gás natural, energia eólica e solar. Para Gustavo Delgado, coordenador dos cursos de gestão do Centro Universitário UniFBV Wyden, a economia verde é um caminho sem volta para o crescimento da região. “A sustentabilidade não apenas fortalece a imagem das empresas, mas também impulsiona novos negócios e posiciona o Nordeste de forma estratégica no cenário nacional e internacional”, afirma. Com um ecossistema cada vez mais voltado à inovação sustentável, o avanço de iniciativas no Nordeste posiciona a região como um potencial líder na economia verde, transformando desafios ambientais em oportunidades de desenvolvimento econômico.

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Washington S. Ferreira Junior

Docente da UPE assume liderança da Resiclima para fortalecer pesquisa sobre mudanças climáticas

Washington S. Ferreira Júnior coordena rede global de cientistas dedicada ao impacto climático na sociedade e biodiversidade A partir de 1º de abril, o professor doutor Washington Soares Ferreira Júnior, da Universidade de Pernambuco (UPE), assume a Coordenação Geral da Rede Resiclima, um grupo interdisciplinar que reúne pesquisadores de mais de 20 instituições no Brasil e no exterior. A rede investiga a relação entre as mudanças climáticas e seus impactos socioambientais, contribuindo para a produção científica e a disseminação de informações sobre o tema. Ferreira Júnior sucede o professor Ulysses Paulino Albuquerque (UFPE), que agora lidera a Coordenação de Produção Científica da Resiclima. Com atuação em diversas frentes de pesquisa, a Resiclima busca compreender como as mudanças climáticas afetam tanto os ecossistemas quanto as populações humanas. Os estudos envolvem temas como percepção pública das mudanças climáticas, impactos na biodiversidade, saúde e nutrição, além da comunicação eficaz sobre os riscos ambientais. Segundo Ferreira Júnior, a rede trabalha de forma interdisciplinar, unindo especialistas de áreas como psicologia, ecologia e etnobiologia, com o objetivo de fornecer dados que possam embasar políticas públicas e estratégias de adaptação e mitigação. Em agosto de 2024, a Resiclima realizou no Recife sua I Reunião de Perspectivas Multidisciplinares sobre as Mudanças Climáticas. O evento resultou na divulgação de uma carta aberta à sociedade, reforçando a necessidade de ações coordenadas diante da crise climática. A capital pernambucana foi escolhida como sede do encontro por estar entre as cidades mais vulneráveis do mundo às mudanças climáticas. Sobre Washington Soares Ferreira JúniorDoutor em Botânica pela UFRPE e mestre em Biologia Vegetal pela UFPE, Ferreira Júnior é professor associado da UPE e docente permanente nos programas de pós-graduação em Etnobiologia e Conservação da Natureza e em Ciência e Tecnologia Ambiental. Suas pesquisas exploram as interações entre grupos humanos e o meio ambiente, com foco especial no uso de plantas medicinais e na evolução de sistemas médicos tradicionais.

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