Arquivos Mulheres - Página 2 De 8 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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SALARIO MULJERES

Diferença entre salários de homens e mulheres recua em Pernambuco, mas aumenta no Brasil

Relatório nacional mostra avanços locais na igualdade salarial e destaca desafios de raça e gênero no mercado de trabalho. Imagem: Freepik Pernambuco apresentou uma redução na diferença salarial entre homens e mulheres, segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios divulgado pelo Governo Federal. A defasagem caiu 0,79% desde a última pesquisa, em setembro de 2024. Atualmente, os homens recebem em média 9,14% a mais que as mulheres no estado — antes, essa diferença era de 9,93%. A média salarial das mulheres em Pernambuco é de R$ 2.862,60, enquanto a dos homens chega a R$ 3.150,68. No cenário nacional, no entanto, a disparidade salarial aumentou 0,18%, atingindo 20,87%. A desigualdade se acentua quando se considera o fator racial: mulheres negras recebem, em média, R$ 2.864,39 no país, contra R$ 4.661,06 das mulheres não negras — uma diferença de 38%. Em Pernambuco, a diferença é de 28%: R$ 2.560,50 contra R$ 3.554,79, respectivamente. Apesar dos desafios, o relatório aponta avanços. A participação das mulheres negras no mercado de trabalho cresceu 18,2%, passando de 3,2 milhões para 3,8 milhões de empregadas. Houve também uma redução no número de estabelecimentos com menos de 10% de mulheres negras, que caiu de 21.680 em 2023 para 20.452 em 2024. O levantamento também mostra que a remuneração das mulheres continua inferior, mesmo com sua crescente presença no mercado. Entre 2015 e 2024, a massa total de rendimentos do trabalho feminino subiu apenas de 35,7% para 37,4%. Nesse período, o número de mulheres ocupadas passou de 38,8 milhões para 44,8 milhões, enquanto o de homens subiu de 53,5 milhões para 59 milhões. Os dados também revelam disparidades salariais por tipo de ocupação. Mulheres em cargos de direção e gerência recebem 73,2% do salário de seus colegas homens; as de nível superior, 68,5%; e as que atuam em serviços administrativos, 79,8%. Pernambuco está entre os estados com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres, ao lado de Acre, Distrito Federal, Piauí, Ceará e Alagoas. Na contramão, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina e Rio de Janeiro lideram com as maiores diferenças. Durante o lançamento do relatório, o Governo Federal também apresentou o Guia para Negociação Coletiva da Lei de Igualdade Salarial e o Movimento pela Igualdade no Trabalho, que reúne empresas e entidades comprometidas com a equidade. O documento, disponível online, traz orientações sobre negociação coletiva e ferramentas para promover igualdade no ambiente profissional. A iniciativa faz parte das ações da Lei nº 14.611/2023, que exige transparência salarial e práticas inclusivas para empresas com mais de 100 funcionários. Em abril, foi publicada a portaria que institui o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral, com ações previstas até 2027 envolvendo onze ministérios.

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mulheres ciberseguranca

Mulheres avançam no setor de tecnologia, mas desafios persistem

Crescimento da participação feminina chega a 7,7% ao ano, impulsionado por iniciativas educacionais e oportunidades de capacitação A inclusão feminina no setor de tecnologia tem registrado avanços significativos nos últimos anos. Segundo a pesquisa Diversidade de Gênero no setor TIC, realizada pela Brasscom, a participação das mulheres na área cresceu 7,7% ao ano entre 2020 e 2023, um ritmo superior ao dos homens no mesmo período. No entanto, a representatividade feminina ainda enfrenta barreiras, o que motiva iniciativas voltadas à capacitação e à inserção profissional das mulheres na tecnologia. Para debater esse cenário e estimular mais mulheres a ingressarem na área, a Jala University promove nesta quinta-feira (27), às 19h, o meetup gratuito “O futuro é construído por ela”. O evento reunirá especialistas e profissionais do setor para discutir desafios, oportunidades e o impacto da diversidade na inovação tecnológica. Entre os temas abordados, estão a transição do meio acadêmico para o mercado de trabalho, o desenvolvimento de habilidades para o sucesso e o papel das mulheres na criação de soluções inovadoras. Além do evento, a Jala está com 70 bolsas de estudo integrais em Engenharia de Software exclusivas para estudantes brasileiras. A formação, que terá início em julho e será realizada no campus virtual da instituição, oferece um currículo alinhado às demandas da indústria, incluindo estágios e ensino de inglês para preparar as alunas para o mercado global. As inscrições podem ser feitas pelo site: https://jala-u.info/Jornal_Brasil.

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Codigo M

Código M abre 250 vagas em nova edição no Recife

Evento promovido pela Laboratória e Google.org capacita mulheres interessadas em tecnologia. Estão abertas as inscrições para o Código M, um evento promovido pela Laboratória (@laboratoria_br) em parceria com o Google.org, que oferece 250 vagas destinadas a mulheres com interesse na área de tecnologia. O evento acontecerá no Cais do Sertão, no dia 16 de abril, das 8h30 às 13h, e contará com uma programação repleta de palestras sobre inovação, tecnologia e oportunidades de networking entre mulheres inspiradoras. As inscrições são 100% gratuitas e podem ser realizadas no site www.codigom.la/br. Não é necessário ter experiência prévia para participar do Código M. Basta ter interesse pelo setor tecnológico, inscrever-se e comparecer ao evento. Após o cadastro, as participantes receberão todas as informações necessárias, incluindo cronograma e orientações de acesso, garantindo uma experiência enriquecedora e bem organizada. Na primeira edição do evento em Recife, mais de 200 mulheres participaram de palestras inspiradoras, painéis com especialistas e oportunidades de networking, além de receber brindes e certificados de participação. Nesta segunda edição, o Código M promete ainda mais conteúdo e recursos para contribuir com a formação e o empoderamento das mulheres no setor tech. “Voltar para Recife depois de um evento tão lindo em 2024 é incrível. Com o Código M, buscamos apresentar o setor tech para essas mulheres que desejam começar a trajetória profissional, mas não sabem como dar o primeiro passo. Queremos derrubar as barreiras e incentivar a descoberta do potencial de cada uma”, afirma Regina Acher, cofundadora da Laboratória no Brasil. Fundada em 2014 no Peru, a Laboratória já formou mais de 4 mil mulheres no Brasil e em outros dez países da América Latina, oferecendo diversos cursos na área de tecnologia. Para mais informações sobre a instituição e suas iniciativas, acesse o site oficial da Laboratória: www.laboratoria.la/pt.

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mulheres ciberseguranca

Curso gratuito de cibersegurança abre novas oportunidades para mulheres no setor

Iniciativa capacita gratuitamente e incentiva maior representatividade feminina na segurança digital A participação feminina na cibersegurança ainda é baixa. Segundo o Cybersecurity Workforce Study 2023, apenas 25% dos profissionais do setor no mundo são mulheres, e no Brasil, essa porcentagem é ainda menor. Para mudar esse cenário, a terceira edição do projeto Mulheres em Ciber oferece um curso gratuito e especializado, capacitando mulheres para atuar na área de segurança digital. As inscrições são até hoje (12). Realizada pela Bidweb em parceria com a Trend Micro, Porto Digital e ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), a iniciativa acontecerá entre 24 e 28 de março, no laboratório do Porto Digital, no Bairro do Recife. O que o curso oferece? 📌 Aulas teóricas e práticas com especialistas renomados da área📌 Técnicas de cibersegurança e arquitetura de segurança corporativa📌 Cenário de ameaças digitais e práticas de investigação de incidentes📌 Desafios das mulheres na tecnologia e criação de uma rede de apoio Além da capacitação técnica, o projeto busca promover networking e troca de experiências, fortalecendo a presença feminina no setor. Quem pode participar? O curso oferece 20 vagas para mulheres que: ✔ Já atuam na área de tecnologia e querem se especializar em cibersegurança✔ Estão em transição de carreira e buscam novas oportunidades✔ Concluíram a graduação e desejam ingressar na área de segurança digital A seleção será feita por meio de uma prova classificatória e eliminatória, com 20 questões de múltipla escolha sobre tecnologia e segurança da informação. Inscrições e prazos 📅 Inscrições abertas até 12 de março📍 Mais informações e inscrição: Acesse aqui📧 Dúvidas? Entre em contato: mulheresemciber@bidweb.com.br Por que investir na presença feminina na cibersegurança? As edições anteriores do Mulheres em Ciber já capacitaram dezenas de profissionais, resultando na inserção de mais de 15 mulheres no mercado de trabalho. A falta de representatividade feminina na cibersegurança não só reflete a baixa participação de mulheres na tecnologia, mas também impacta a diversidade e inovação do setor. Diferentes perspectivas são essenciais para enfrentar ameaças cibernéticas cada vez mais sofisticadas e desenvolver soluções eficazes. A capacitação gratuita representa um passo importante para aumentar a participação feminina na cibersegurança e abrir portas para novas oportunidades no setor de tecnologia.

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Mulher na engenharia

Mulheres na Engenharia: desafios persistem em um setor ainda dominado por homens

Apenas 20% dos profissionais registrados são mulheres; mudança cultural e apoio institucional são fundamentais Embora cada vez mais mulheres ingressem nos cursos de Engenharia, o preconceito e os desafios no mercado de trabalho ainda são realidade. Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), apenas 20% dos profissionais registrados no Brasil são do sexo feminino. O número reflete barreiras culturais que começam na escolha da carreira e se estendem até a inserção no mercado, onde muitas enfrentam desconfiança e discriminação. A professora Ivete Faesarella, dos cursos de Engenharia da Wyden, conhece bem essa realidade. “Trabalhei como gerente de produção numa fábrica de bebidas e por ser mulher e com pouca idade enfrentei preconceitos. Os colaboradores, a maioria homens e mais velhos que eu, não confiavam no meu trabalho, dificultando muito a implementação das melhorias no processo.” Situações como essa ainda são frequentes, especialmente para mulheres em posições de liderança. Para mudar esse cenário, tanto universidades quanto empresas precisam adotar iniciativas concretas. Instituições de ensino podem incentivar a presença feminina com eventos e mentorias com engenheiras atuantes no mercado. Já as empresas podem criar programas de trainees voltados para mulheres, promovendo um ambiente mais diverso e inclusivo. “Mesmo com dificuldades, elas não precisam abandonar o sonho. Existe uma rede de apoio que elas podem contar”, reforça Ivete.

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mulheres

Presença feminina cresce na Administração Pública Federal e atinge 45,6%

Mulheres ocupam 76% dos cargos de direção criados pelo atual governo, reforçando avanços na igualdade de gênero. Foto: André Corrêa / MGI A participação das mulheres na Administração Pública Federal continua em ascensão. Dados do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) apontam que, até janeiro de 2025, elas representavam 45,6% do total de servidores ativos, alcançando 261,4 mil profissionais. Esse percentual reflete um crescimento de 3,21% em relação a 2022. Nos cargos de direção e assessoramento de nível mais alto, a presença feminina subiu de 34,9% para 39,2%, com destaque para as novas funções criadas pela atual gestão, em que 76% das vagas foram preenchidas por mulheres. Além do crescimento na ocupação de cargos públicos, o governo tem investido na estruturação de secretarias para políticas voltadas às mulheres. A ministra Cida Gonçalves lançou, durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, um guia para incentivar a criação dessas secretarias nos estados. Desde 2023, R$ 4 milhões foram destinados à aquisição de equipamentos e à capacitação para fortalecer essas políticas. A ampliação do orçamento do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 prevê R$ 423 milhões exclusivamente para ações voltadas às mulheres, além de outros R$ 13,7 milhões em recursos transversais. O governo também registrou mudanças na promoção da igualdade de gênero no mercado de trabalho com a Lei de Igualdade Salarial, sancionada em 2023. Empresas com mais de 100 funcionários devem garantir transparência salarial e adotar medidas contra a discriminação. O terceiro relatório sobre o tema será divulgado em março e trará dados sobre desigualdade de remuneração e ações de inclusão. Paralelamente, editais de licitação passaram a reservar 8% das vagas para mulheres vítimas de violência doméstica, garantindo inserção no mercado de trabalho e autonomia econômica. No combate ao assédio e discriminação no setor público, o Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio, criado em 2024, tem fortalecido políticas de proteção às trabalhadoras. Com iniciativas estratégicas e ações estruturadas, a administração pública avança para tornar o ambiente institucional mais equitativo e inclusivo, consolidando o protagonismo feminino no setor público e na economia.

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carnaval mulheres

Recife celebra o Dia da Mulher com folia, capacitação e luta por direitos

Programação inclui bloco carnavalesco e mais de 250 vagas em cursos gratuitos O Dia Internacional da Mulher será celebrado no Recife com uma programação que une cultura, capacitação e engajamento social. No dia 8 de março, a Prefeitura promove o arrastão carnavalesco do bloco Nem Com uma Flor, puxado pelo grupo Baque Mulher, que percorrerá as ruas do bairro do Recife ao som de maracatu, afoxé e frevo. Além da folia, a cidade oferece 257 vagas em cursos e oficinas gratuitas voltadas para o empoderamento feminino. Segundo a secretária da Mulher, Glauce Medeiros, o evento reforça o compromisso com a igualdade de gênero e o combate à violência contra a mulher. "Um momento de valorizar a luta das mulheres por mais direitos na lei e na vida", destacou. A concentração do bloco será às 14h, no Paço do Frevo, reunindo artistas, coletivos feministas e lideranças sociais em um grande cortejo temático. A programação do mês inclui cursos e oficinas em diversas áreas, como gastronomia, costura, audiovisual e tecnologia. As inscrições acontecem até o dia 13 de março pelo Conecta Recife, com vagas preenchidas por ordem de cadastro e cotas específicas para mulheres negras, indígenas, trans e vítimas de violência doméstica. As aulas iniciam em 18 de março. Destaque ainda para a oficina de Iniciação em Inteligência Artificial para Mulheres, no dia 22 de março, e o curso de bordado artesanal com a artesã Mariana Bonfim. O Centro Marta Almeida também oferece uma exposição permanente sobre conquistas femininas e um ponto de leitura com acervo majoritariamente composto por autoras mulheres. Serviço 📍 Arrastão Carnavalesco Nem Com uma Flor📅 Data: 08/03 (sábado) | ⏰ Horário: 14h📌 Local: Paço do Frevo – Praça do Arsenal, Recife📅 Inscrições para cursos e oficinas: 08 a 13/03 via Conecta Recife📞 Contato Centro Marta Almeida: (81) 99488-4803📧 Email: centromarta.almeida@recife.pe.gov.br Para apoio a mulheres em situação de violência:📞 Plantão WhatsApp (24h): (81) 99488-6138 | ☎ Liga, Mulher: 0800 281 0107

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Glauce Medeiros

"A questão financeira é um dos fatores que impossibilita as mulheres de quebrarem o ciclo da violência"

Titular da Secretaria da Mulher, da Prefeitura do Recife, Glauce Medeiros fala dos programas que contribuem para a população feminina gerar sua própria renda, que tem beneficiado vítimas de violência doméstica. A iniciativa tem colecionado prêmios, o mais recente, Chamada de Boas Práticas para Políticas Locais de Gênero, foi entregue na 29ª Cúpula de Mercocidades, na Argentina. E m 2020, o recém-eleito prefeito João Campos anunciou um secretariado com paridade de gênero. As fotografias do primeiro escalão da gestão, tradicionalmente masculinas, ganharam uma nova face naquele ano. A escolhida para a função de Secretária da Mulher foi a socióloga Glauce Medeiros. Feminista, vinda dos movimentos sociais, e pesquisadora de gênero, ela já estava como interina após a saída de Cida Pedrosa da pasta para a disputa eleitoral naquele ano. Quatro anos depois, além de avançar no trabalho mais típico desses órgãos, que é a prevenção e o enfrentamento à violência contra as mulheres, a secretaria registrou experiências exitosas no campo da promoção da autonomia financeira, especialmente no apoio ao empreendedorismo feminino. Motivações para isso não faltaram. No ano da pandemia, nada menos que 99,5% das baixas de carteira assinada foram de mulheres. Além disso, a percepção de quem está no atendimento direto à violência doméstica e sexista aponta que um dos fatores que mantém as mulheres convivendo com os agressores é a falta de renda. Os projetos ganharam reconhecimento nacional e internacional e culminaram na instalação do Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida, que não é focado em vítimas de violência, mas é aberto a todas as recifenses que pretendem se capacitar para o mercado de trabalho, seja para disputar vagas ou para montar seus negócios. A maioria das ações que acompanhamos das Secretarias da Mulher distribuídas pelo País focam apenas no enfrentamento à violência. O Centro Marta Almeida, que foi inaugurado neste semestre, faz uma atuação no fortalecimento econômico das mulheres. Por que vocês fizeram essa virada de chave? Esse é o primeiro equipamento municipal de políticas para mulher da gestão da Secretaria da Mulher que atua no fortalecimento sociopolítico, e que contribui para a promoção da autonomia financeira das mulheres. A iniciativa apoia as empreendedoras e aquelas que buscam vagas de trabalho, com objetivo de criar oportunidades para que elas se empoderem do ponto vista político, social e econômico. O Centro Marta Almeida é para todas as recifenses, não apenas as mulheres em situação de violência. Na gestão de Cida Pedrosa (atual vereadora do Recife) foi idealizado esse espaço de formação e qualificação. Contudo também é uma política de prevenção e enfrentamento visto que a questão financeira é, muitas vezes, um dos fatores que impossibilita as mulheres de quebrarem o ciclo da violência. Não é que a mulher quando tem recursos não fique em situação de violência. Essa situação acontece independentemente de raça ou classe. Mas aquelas que não têm autonomia financeira tendem a sofrer mais violências e enfrentam mais barreiras no processo de saída. A violência doméstica e a psicológica são muito cruéis, retiram a identidade de sujeito político e de cidadã das mulheres. É fundamental fortalecer a mulher para que se entenda como cidadã, se previna da violência doméstica ou que possa dar os passos para sair desse ciclo. Uma pesquisa recente do DataSenado revelou que 85% das mulheres negras sem renda convivem com agressores. Essa percepção da relevância do fortalecimento econômico das mulheres é recente? Essa é uma bandeira histórica do movimento de mulheres. Há bastante tempo lutamos pela inserção delas no mercado de trabalho e igualdade salarial, a promoção da autonomia financeira contribui diretamente com o fortalecimento da cidadania e com o seu empoderamento. E não é que os governos não tinham essa percepção da importância da autonomia financeira, mas é que os equipamentos em geral são voltados à questão do atendimento à mulher em situação de violência. E a gente precisava ter um outro espaço para dar conta dessa outra dimensão da vida e também fortalecer essas mulheres que sofrem violências. Eu não tenho dúvida de que com esse trabalho vamos chegar também a várias mulheres que sofrem violência. Muitas que têm receio em acessar a rede, no Clarice Lispector (o Centro de Referência da Prefeitura do Recife que atende mulheres em situação de violência de gênero), já chegaram no Centro Marta Almeida e participaram de formações. Aqui elas perceberam que não estão sozinhas, que existe uma rede de apoio e juntas somos mais fortes, mesmo. Já ouvimos: “melhorei minha autoestima e agora sei que tenho valor.” Como tem sido a procura das mulheres por essas oportunidades de formação no Centro Marta Almeida? A gente divulga a abertura dos cursos, tem um processo de inscrição, fazemos as formações de cidadania, direitos das mulheres e humanos. Todo curso tem na carga horária de uma aula de fortalecimento, uma oficina bem lúdica, e buscamos a conexão com as oportunidades. A procura tem sido muito alta e com uma boa distribuição por RPA (Região Político Administrativa). Mesmo com poucos meses de inauguração e com restrições de divulgação, devido ao período eleitoral, 701 mulheres já foram matriculadas no centro e 457 delas se formaram em uma ou mais de uma capacitação. Qual o perfil dessas mulheres e de onde elas estão vindo? A gente tinha um receio de que a mulher que mora na periferia não conseguiria chegar aqui na unidade, que ocupa dois imóveis restaurados da Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife. Mas a experiência tem mostrado que nesse bairro tão central da cidade elas conseguem chegar. Das mulheres que chegam ao Centro Marta Almeida, 74% são pretas ou pardas. A maioria recebe até um salário mínimo, se somar com o público que tem renda de até dois salários mínimos, chegamos a quase 90%. Essa é a população que a gente tem focado. Que tipo de formação está sendo oferecida no Centro Marta Almeida? O Centro Marta Almeida tem um foco importante na formação e qualificação profissional. Nosso objetivo é capacitar as mulheres para que possam alcançar autonomia financeira, oferecendo

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CLAMOR NEGRO ODAILTA ALVES fotos ERIKA GONCALVES

3ª Mostra Rosa dos Ventres celebra produção artística de mulheres

Programação acontece entre os dias 1° de março a 03 de abril com performances, apresentações artísticas, oficinas, debates, lançamento de disco, entre outras atividades voltadas para o protagonismo da mulher na sociedade (Foto: Erika Gonçalves) É com a missão de ocupar cada vez mais espaços de protagonismo, equidade de gênero e independência da mulher que a “3ª Mostra Teatral Rosa dos Ventres – Autônomas e Diversas” abre as manifestações do Dia Internacional da Mulher com apresentações artísticas, debates e oficinas gratuitas que acontecem entre os dias 1° de março e 3 de abril. Nesta edição, as apresentações serão realizadas no Recife, Olinda e em outras cidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), seguindo ainda pelo Agreste e Sertão pernambucano e, de forma digital, incluindo a participação de artistas e ativistas de outros estados brasileiros e outros países. A Mostra foi idealizada pela atriz, diretora de teatro e psicóloga, Hilda Torres, que é fundadora do Grupo Cria do Palco – realizador do evento – e que tem o músico e produtor cultural, Márcio Santos, como sócio e cofundador, contando ainda com a parceria de Áurea Luna, Anny Rafaella Ferli e Tiago Melo. Em 2019, 3.737 mulheres foram assassinadas no Brasil, segundo o Atlas da Violência de 2021, o mais atualizado. Contudo, esse mesmo estudo realizado em anos anteriores expôs um dado ainda mais chocante: a cada uma hora e meia uma mulher era morta no país. Chamando a atenção para esses números alarmantes, a abertura da Mostra acontecerá no dia 1° de março, das 7h às 20h30, com as performances intituladas “A cada 1h30 uma mulher reage no mundo”. As apresentações artísticas, compostas exclusivamente por mulheres, acontecerão a cada uma hora e meia, em diversos locais de Pernambuco. Ao final das intervenções, teremos ainda a leitura do manifesto intitulado “Autônomas e Diversas”, desenvolvido pela escritora e professora, Odailta Alves, contando com o apoio de várias mulheres, dos mais variados recortes. O manifesto também será lido ao longo de toda a Mostra, por mulheres de outros estados do Brasil e em outros países, como estratégia para ampliar o alcance do debate sobre a violência contra a mulher e a importância do protagonismo feminino em todos os espaços, através da arte. “A situação é grave e esses dados são inaceitáveis, totalmente revoltantes. Contudo, nutrimos a certeza de que podemos colaborar, através da arte, com essa bandeira que já teve tantos avanços e que ainda apresenta tantos desafios. Reconhecendo, honrando e continuando a colaboração das companheiras que vieram antes da nossa geração, seguimos. Acreditamos ser fundamental garantir cada vez mais espaços de protagonismo, equidade e independência da mulher em nossa sociedade. Enfrentar e avançar contra as estruturas opressoras, construídas através dos séculos, é um grande desafio, mas precisa ser uma ação contínua e coletiva, sempre com o compromisso da reparação histórica, compreendendo os processos em tempo e espaço, mas com posicionamentos firmes", ressalta Hilda Torres, idealizadora da Mostra. Nesta 3ª edição, a programação acontecerá de forma descentralizada, com atividades na Escola Pernambucana de Circo (Macaxeira), no Centro Cultural Grupo Bongar Nação Xambá (Peixinhos), no Sesc São Lourenço da Mata, no Sesc Santa Rita, no Espaço O Poste Soluções Luminosas (área central do Recife), no Território Xukuru (Pesqueira), na Colônia Penal Feminina Bom Pastor, na Cooperativa Ecovida Palha de Arroz – Associação de Catadoras de Resíduos Sólidos, no Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, no Terra Café Bar, nas ruas e nos teatros Fernando Santa Cruz, Apolo e Hermilo Borba Filho. No total, serão apresentados ao público 25 espetáculos, dez performances artísticas, cinco oficinas, 01 lançamento de disco e 2 debates com temas específicos. Buscando incentivar um espaço de partilha através de vivências artísticas, a Mostra realizará cinco oficinas gratuitas para mulheres de todos os recortes. São elas: “Interpretação para Cinema”, com Clébia Sousa, no Sesc Santa Rita; “Iluminação Cênica para Mulheres”, com Natalie Revorêdo, no espaço cultural Daruê Malungo; “Teatro para Mulheres”, com Hilda Torres, no Sesc Santa Rita e na Cooperativa Ecovida Palha de Arroz; e “Palhaçaria para Mulheres”, com Anny Rafaella Ferli, na Colônia Penal Feminina Bom Pastor. PROGRAMAÇÃO COMPLETA: Performances “A cada 1h30 uma mulher reage no mundo”Data: 01/03/2023 (quarta-feira)Local: ruas do mundoHorários: 7h às 20hh307h – Mulheres do MST – Movimento Sem Terra Autônomas e Diversas, recitam na Normandia Caruaru – PE;8h30 – Mulheres do Sertão Autônomas e Diversas, performam em Arcoverde – PE;10h – Mulheres Palhaças Autônomas e Diversas, performam na Praça do Livramento, Recife – PE;11h30 – Mulheres gordas Autônomas e Diversas, performam na Praça do Diário, Recife – PE;13h – Mulheres trans Autônomas e Diversas, performam na Praça do Derby, Recife – PE;14h30 – Mulheres idosas Autônomas e Diversas, recitam no Mercado São José;16h – Mulheres combatentes da ditadura militar no Brasil Autônomas e Diversas, estarão presentes no Monumento Tortura Nunca Mais, Recife – PE;17h30 – Mulheres com deficiência física Autônomas e Diversas sambam nas rodas no Marco Zero;19h – Mulheres pretas Autônomas e Diversas ecoam poesias e cantos na Praça Chora Menino, Recife – PE;20h30 – Mulheres da roda de teatro Autônomas e Diversas performam no Pátio Santa Cruz;Observação: o manifesto “Autônomas e Diversas" será lido em cada intervenção citada acima, no dia 1º de março. Durante a programação, a produção da mostra receberá vídeos da leitura do manifesto de companheiras de outros Estados do Brasil e de outros países. 1º Espetáculo "Clamor Negro" (Recife-PE)Data: 02/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 19h Homenagem a Beta Galdino, Agrinez Melo, Kátia Virgínia, Sharlene Esse e TrianaData: 02/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 20h  2º Espetáculo "Ser Rizoma" (Recife-PE)Data: 03/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 19h 3º Espetáculo "Um Tango Entre Elas" (Recife-PE)Data: 04/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 16h e 18h 4º Espetáculo "BruxaRria - entre o Lírio e o Delírio" (Recife-PE)Data: 05/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 16h e 18h 1ª Oficina (Teatro para Mulheres com Hilda Torres)Data: 06/03/2023Local: Cooperativa Ecovida Palha de ArrozHorário: das 8h às 12h Lançamento do Disco "Retinta" de Riáh (Caruaru-PE)Data: 07/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 19h 5º Espetáculo "Foria" (Recife-PE)Data: 08/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 18h 6º Espetáculo "Soledad - a terra é fogo sob nossos pés" (Recife-PE)Data: 08/03/2023Local: Teatro Hermilo Borba FilhoHorário: 20h 7º Espetáculo "Cara de Pau" (Recife-PE)Data: 09/03/2023Local: Sesc São Lourenço da MataHorário: 19h 8º Espetáculo "Ombela" (Recife-PE)Data: 10/03/2023Local: O Poste Soluções LuminosasHorário: 19h 2ª

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Rafa Mattos faz intervenção artística com mensagem voltada para mulheres

O artista Rafa Mattos, apresentou nesta segunda-feira, na semana do Dia Internacional da Mulher, uma intervenção que enaltece a figura feminina. O corredor do piso principal do Shopping ETC, nos Aflitos, Zona Norte do Recife, recebe uma mistura de cores especiais: uma pintura que exprime uma mensagem de reflexão, mas que também chama atenção para o respeito, coragem, empoderamento feminino, igualdade de gênero e de raça.

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