Arquivos mulheres - Página 2 de 6 - Revista Algomais - a revista de Pernambuco

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Folia sem assédio

Embora os crimes de violência física e sexual contra as mulheres aconteçam cotidianamente, no Carnaval eles se exacerbam. Os caminhos para solucionar esses problemas não são simples, entretanto, surgiram iniciativas de conscientização masculina, tanto da esfera pública quanto da própria sociedade civil com bons resultados. Uma delas, a campanha Não é Não! vem atingindo grande repercussão com uma ideia criativa no combate ao machismo. A fórmula é simples: produção e distribuição durante a folia de tatuagens temporárias da simbólica frase contra o assédio masculino, que existe desde 2017. Segundo Héllyda Cavalcanti, embaixadora da campanha em Pernambuco, o movimento surgiu no Rio de Janeiro quando um grupo de amigas se uniu, após uma delas sofrer um assédio. Elas resolveram arrecadar recursos para transformar em tatuagens. “No primeiro ano foi só no Rio, em 2018 a campanha foi crescendo, mais Estados aderiam, principalmente as capitais”, explica. A ideia do coletivo é discutir e combater o assédio masculino a partir das tatuagens.. . . A partir de 2019, cada Estado organizou sua própria campanha. “Pernambuco, no ano passado, arrecadou R$ 17 mil e pôde confeccionar entre 15 a 20 mil tatuagens”, destaca Héllyda. Este ano a campanha arrecadou R$ 14 mil por meio de financiamento coletivo. “Pretendemos distribuir 16 mil tatuagens no Carnaval do Recife e de Olinda”, planeja. O coletivo firmou parceria com a Secretaria da Mulher do Recife para distribuir as tatuagens. A embaixadora da campanha salienta ainda outra ação de combate à violência, a distribuição das fitas de sororidade. “São fitinhas rosas, falando que lutamos contra o assédio e que somos pessoas com as quais outra mulher pode contar. É como uma identificação no Carnaval. Se acontecer alguma coisa com uma foliã e encontrar alguém com a fita rosa, ela pode contar”. Rebeca Gouveia, produtora cultural, é uma foliã feminista que impõe respeito durante a folia. “Nunca precisei de ninguém para me defender, é uma questão de empoderamento mesmo”, afirmou segura. A produtora cultural observa uma mudança no comportamento masculino, ainda que lenta. “Há uma conscientização, porque eles sabem que se mexerem, vai ter problema. Com o Não é Não!, isso está sendo bem massificado na cabeça de algumas pessoas”, garantiu. . . No Recife, este será o quarto ano em que a secretaria lança uma campanha maciça de prevenção contra o assédio no Carnaval. “Esse crime está relacionado àquela coisa de beijar a mulher à força, de abordá-las sem o consentimento delas, praticando o assédio”, explicou a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa. Cida informa que a pasta promove, durante todo o ano e especialmente no reinado de Momo, uma série de ações educativas contra o machismo. “Saímos todos os anos com a versão renovada do manual O Pequeno Manual Prático De Como Não Ser Um Babaca, e sempre tem um novo personagem", informa. "Em 2019, a partir da influenciadora Alcione Alves, fizemos o manual Teile e zaga (bordão da influencer).” Esse material é produzido na versão online e impressa, além de ser distribuído em kits nos hotéis da cidade para os turistas. Outra iniciativa da secretaria é o Centro de Referência Clarice Lispector, acolhimento para mulheres em situação de violência doméstica ou sexista, aberto no polo do Carnaval, com horário diferenciado. Na folia de Olinda, as ações já começaram. “Todo janeiro tem a campanha do ‘Basta!’, ano passado fizemos um apitaço que deu muito certo, por isso esse ano vamos realizar de novo”, relatou Verônica Brayner, secretária executiva da Mulher e Direitos Humanos. São distribuídos apitos para as foliãs para, em alguma tentativa de assédio, elas denunciarem e chamarem a atenção da população. A empreendedora Késia Melo ratifica a importância dessas iniciativas para as mulheres que gostam de curtir o Carnaval sem serem importunadas. “Ajuda demais. Os homens ficam mais coagidos diante dessa postura da mulher. Acho muito bacana por tentar criar essa estrutura de combate ao assédio, mas, infelizmente ainda persiste uma cultura machista na nossa sociedade”, lamentou Késia que acredita que, paulatinamente, as mulheres mudarão o cenário patriarcal tão enraizado na sociedade. Serviço: Não é Não! - @naoenao_ no Instagram,Secretaria da Mulher do Recife (81) 3355-9494; Liga, Mulher 0800-281-0107; Centro de Referência Clarice Lispector – 3355-3008/335-3009/3355-3010, Centro Especializado de Atendimento a Mulher (CEAM - Olinda) 3429 2707. *Por Yuri Euzébio, da Revista Algomais (redacao@algomais.com)

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PE tem menor número de mulheres assassinadas da série histórica

Os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) cujas vítimas eram do sexo feminino recuaram 18,2% em 2019 na comparação com 2018, ao cair de 242 para 198 casos. Esse é o menor patamar desde que os homicídios passaram a ser contabilizados na atual metodologia, em 2004. Dentro desse total, os feminicídios caíram 23%. As mulheres mortas por sua condição de gênero foram 57 em 2019, 17 a menos do que no ano anterior. No Estado como um todo, os 3.466 homicídios em 2019 constituíram o menor patamar dos últimos cinco anos, -16,9% no confronto com 2018. Recife destacou-se com a mais relevante contenção em números absolutos: registrou 108 homicídios a menos de um ano ao outro A redução das mortes violentas de mulheres em 2019 foi a mais expressiva da série histórica de Pernambuco, de acordo com a metodologia estatística adotada desde 2004. Os dados da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS) evidenciam que os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) cometidos contra vítimas do sexo feminino no ano passado diminuíram 18,2% em comparação com 2018, ao cair de 242 para 198 casos. Inseridos nesse total, os feminicídios retrocederam em 23% no confronto entre os dois últimos anos, pois passaram de 74 para 57. Isso fez de 2019 o ano com a menor incidência de feminicídio desde que se definiu esse tipo criminal, em 2017. Considerando apenas o último mês de dezembro, os CVLIs de mulheres apresentaram queda percentual ainda maior, da ordem de 36,45%. Esses homicídios tinham chegado a 22 em dezembro de 2018, tendo caído para 14 no período equivalente do ano seguinte. No que diz respeito aos feminicídios, o número de vítimas permaneceu inalterado na comparação entre os dois dezembros, com cinco casos registrados. Outro crime cujas ocorrências baixaram foi o de estupro, ao atingir -17,5% em dezembro isoladamente (de 200 para 165) e -12,14% na analogia entre 2018 e 2019 (de 2.751 para 2.417). Já os casos de violência doméstica contra a mulher caíram 2,14% no último mês do ano (de 3.697 para 3.618). Na síntese do ano, as denúncias foram mais frequentes que em 2018, tendo passado de 40.326 para 42.268, uma variação de 4,82%. O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antonio de Pádua, reforça que a SDS tem atuado de forma integrada com outras esferas de governo, no sentido de oferecer às mulheres políticas públicas que permitam quebrar o ciclo de violência. “Nos últimos anos, ampliamos a rede de Delegacias da Mulher no Estado, levando atendimento especializado a todas as regiões. Esse serviço, primordial no combate à impunidade, está nos municípios do Recife, do Cabo de Santo Agostinho, de Jaboatão dos Guararapes, Paulista, Goiana, Vitória de Santo Antão, Caruaru, Surubim, Garanhuns, Afogados da Ingazeira e Petrolina. Mas todas as delegacias do Estado estão preparadas para acolher as mulheres no momento da denúncia, uma decisão essencial para que as forças de segurança pública possam punir agressores. Além disso, contamos com a Polícia Militar na rede de proteção, com iniciativas como a Patrulha Maria da Penha. Seus policiais monitoram e visitam as vítimas, zelando pelo cumprimento das medidas protetivas determinadas pela Justiça.” (Do Blog do Governo de Pernambuco)

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Amunam realizará encontro de mestres e lançamento do 3º cd do maracatu Coração Nazareno

A Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (AMUNAM) realizará, no dia 30 de novembro, o Encontro de Mestres de Maracatu: “Amunam Versos e Poesias no Corte do Apito e na Pancada do Terno” e o lançamento do 3º CD do Maracatu Coração Nazareno – “15 anos de Resistência na Cultura Popular”. A festa faz parte das comemorações aos 15 anos do maracatu feminino. A festividade iniciará a partir das 20h, na Rua Osvaldo Neves Maranhão, em frente a Rádio Alternativa FM. O Grupo Feminino Flores do Coco abrirá o Encontro de Mestres com seu encanto e feminilidade juntamente com o Coco Canavial do Valmir e o Coco da Mata, em seguida no batuque do terno e apito da Mestra do Maracatu Coração Nazareno realizará seu ensaio e aquecimento para carnaval 2020. A festa continua com muita poesia e versos da mestra e mestres da região. 3º CD - O Maracatu Coração Nazareno lança seu 3º CD intitulado “15 anos de Resistência na Cultura Popular”, no qual traz versos e poesias na voz da Mestra Cristiane Mota sobre a história e importância do grupo, educação, gênero e violência contra a mulher. A realização do CD só foi possível através de uma campanha virtual que arrecadou fundos para gravação e prensagem dos CD’s. Os apoiadores da ação receberam o CD como recompensa por fazer parte deste sonho. História - O Maracatu Feminino de Baque Solto Coração Nazareno, que completa 15 anos de histórias esse ano, é símbolo da força e resistência das mulheres nazarenas, que ousaram romper barreiras e conquistar espaço na Cultura Popular. Único grupo no mundo composto exclusivamente por mulheres, ele quebrou tabus ao provar que lugar de mulher é onde ela quiser! O grupo já fez parte de muitas reportagens e participações em Programas de TV, além disso, integrou livros, revistas, fonte de pesquisa para estudantes de norte a sul do país e teve o reconhecimento do IPHAN, e do Governo Federal, como Grupo preservador da Cultura Popular. Com esse lançamento, o Coração Nazareno terá 3 CD’s lançados. Projeto - O Encontro faz parte do encerramento das atividades do Projeto “Mulheres fortalecendo Raízes da Cultura Popular” com apoio do Rumos Itaú Cultural 2017-2018. Serviço Encontro de Mestres e Lançamento do 3º CD do Maracatu Feminino Coração Nazareno Local: Rua Osvaldo Neves Maranhão - Em frente a Rádio Alternativa FM de Nazaré da Mata Data: 30 de Novembro de 2019 Horário: 20h

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Silicone pode dificultar o diagnóstico de câncer de mama?

Outubro é tido como o mês de conscientização da importância de realizar exames de prevenção do câncer de mama, e com ele, várias dúvidas surgem, como por exemplo, o silicone e a influência deles nos resultados dos exames. Será que ele mascara o diagnóstico no momento da mamografia? Vários estudos examinaram a possível associação entre mamoplastia de aumento e detecção tardia do câncer de mama, mas não viram diferença significativa entre mulheres com e sem implante mamário. "O implante não necessariamente obscurece lesões, depende muito da composição do tecido mamário, da localização da lesão e da localização do implante. Dependendo dessas duas variantes, podem ser necessários exames complementares”, afirma a médica radiologista imagenologista mamária do Lucilo Maranhão Diagnósticos, Beatriz Maranhão. A médica ressalta que atualmente na medicina existem exames complementares que ajudam no diagnóstico, quando este pode obscurecer lesões. “Devemos fazer manobras especiais de deslocamento posterior do implante, além da complementação do diagnóstico com outros exames, quando necessário, como a ultrassonografia e a ressonância magnética. Lembramos ainda que pacientes com próteses mamárias podem fazer tranquilamente punções e biópsias sem o risco de perfurar os implantes, quando realizado de forma adequada tecnicamente”, afirma. As dúvidas sobre essa questão não param por aí. Outro questionamento comum é sobre o risco de ruptura do implante pela compressão da mama no mamógrafo, "Não existe associação de ruptura do implante pela compressão do mamógrafo”, afirma a médica A localização do implante também pode fazer a diferença quanto ao diagnóstico? Há duas posições básicas de inserção do implante mamário: atrás da glândula mamária e atrás do músculo peitoral. "A decisão da posição do implante é uma decisão cirúrgica, dependendo do tamanho da mama e do aspecto final almejado, caso exista suspeita de ruptura ou complicações dos implantes, se faz necessária a confirmação através do ultrassom e/ou ressonância" afirma Beatriz Maranhão. De acordo com Beatriz, a localização do implante não aumenta a possibilidade de obscurecer lesões, desde que os exames complementares e as incidências adicionais sejam utilizadas para aumentar a sensibilidade. “A mamografia em mamas densas e com implantes tem uma sensibilidade de cerca de 45% e, quando associada a ultrassonografia a taxa de detecção sobre para 98%", finaliza a médica.

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Exposição coletiva "Ocupadas" reúne sete artistas mulheres

Com um time renovado, agora composto por sete mulheres artistas, o projeto Ocupe Chris chega à sua segunda edição. Há oito meses, as artistas Alice Vinagre, Ana Flávia Mendonça, Ana Lisboa, Irma Brown, Laura Melo e Lia Letícia se juntaram à Christina Machado para vivenciar coletivamente seus processos de criação no Ateliê das Águas Belas, lar e espaço de trabalho de Chris há mais de 30 anos. Tendo a argila como matéria-prima, as sete mulheres artistas desenvolveram obras que dão vida à exposição coletiva “Ocupadas”, com abertura no dia 09 de novembro, das 16h20 às 21h, no Ateliê das Águas Belas. A mostra segue aberta até 14 de dezembro deste ano, e durante período acontecerão outras ativações no ateliê. Assim como na primeira edição do projeto, que contou com os artistas José Paulo, Renato Valle, Rinaldo, Maurício Castro, Joelson, Dantas Suassuna e Daniel Santiago, além da própria Christina, as artistas se reuniram semanalmente, sempre às quintas-feiras, para produzir. Ao longo desses oito meses de vivência, elas desenvolveram trabalhos que resultaram não apenas em peças de barro, mas também em instalações e vídeos. Há um importante componente nesse processo: a espontaneidade própria à experimentação com a argila, popularmente conhecida como barro. Desde o contato com a água, com o ar e o calor das mãos, passando pela adição de outros materiais como óxidos e pigmentos, até a queima da peça no forno, existe uma incerteza quanto ao que realmente acontecerá com o barro, que é conhecido também como a técnica que une o equilíbrio entre os quatro elementos. Assim, a partir de um processo de criação potencializado pela coletividade, entre conversas, afetos e acolhimentos, cada artista desenvolveu suas poéticas individuais, que são atravessadas pelas mais diversas pulsões criativas e discursivas, como questões políticas sobre direitos individuais e coletivos das mulheres e dos seres humanos como um todo. Já o nome escolhido para a mostra, “Ocupadas”, tem relação com a própria condição de ser mulher: “O nome veio de Laura Melo, que é mãe e artista, assim como muitas de nós. Vem dessa ideia de que nós, mulheres, estamos constantemente ocupadas, seja trabalhando, estudando, cuidando dos filhos. É uma jornada de trabalho dupla, tripla. Estamos sempre nos desdobrando para fazer tudo”, diz Christina.

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Elas que mandam no Rec'n'Play

Os desafios e a importância de mulheres no empreendedorismo e em cargos de liderança é tema da mesa “Elas que mandam - Conversa com a CEO”, que acontecerá no sábado (05), às 10h, no Centro de Artesanato de Pernambuco, como parte da programação do REC’n’Play. A mesa será composta por Michele Cruz, diretora da Dupla Comunicação, Flavia Picolo, diretora-executiva da Accenture Technology, e Laís Xavier, CEO do Mídias Educativas. O Rec’n’Play é um evento de tecnologia e economia criativa apresentado pelo Sebrae e realizado pelo Porto Digital e pela Ampla e acontece no Bairro do Recife de 02 a 05 de outubro.

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Campanha chama atenção para violência contra a mulher negra

Nesta quinta-feira (3), às 18h30, o auditório do Sindicato dos Bancários, no bairro da Boa Vista, recebe o lançamento da campanha “Mulheres Negras Pela Vida!”, promovida pela Rede de Mulheres Negras de Pernambuco (RMNPE) e a ONG Fase Pernambuco. A campanha, que se expande por todas as regiões do Estado, tem como objetivo chamar levar mais conscientização para a população que ainda não percebe como as mulheres negras são penalizadas quando a violência sexista se alinha com o racismo estrutural. Nesse primeiro momento, “Mulheres Negras Pela Vida” se ocupa de expor alguns dados sobre a violência de gênero e raça com uso de manequins que ficarão alocados em espaços de grande circulação. As primeiras paradas são a Estação Central do Recife e o Terminal Integrado da Xambá, em Olinda. A campanha inaugura uma agenda de debates sobre a violência contra a mulher negra e as formas de contra-ataque que foram e são construídas diariamente para ir de encontro a uma realidade comprovados nas estatísticas. A identidade visual da campanha é assinada pela artista e ativista feminista negra Ianah Maia. Durante o lançamento, além da apresentação do plano de ação, haverá uma mesa de debate mediada pela RMNPE e que vai contar com a participação de Ciane Neves abordando o tema “Políticas de Segurança Pública e impactos na vida das mulheres negras”, e Talita Rodrigues falando sobre “Violência obstétrica e mortalidade materna de mulheres negras. Serviço: LANÇAMENTO DA CAMPANHA MULHERES NEGRAS PELA VIDA Quinta-feira (3), 18h30 Local: Sindicato dos Bancários, Av. Manoel Borba, 564 - Boa Vista. Mais informações: 98719.8423/99818.9238 MULHERES NEGRAS PELA VIDA! As mulheres negras são maioria nos piores indicadores sociais e econômicos do Brasil. São elas que enfrentam, cotidianamente, as mais perversas manifestações de violência na sociedade brasileira. Violências de toda ordem, em todas as dimensões da vida: na casa, na rua, na escola, no lazer, no trabalho, no sistema de saúde, nas diversas instituições do Estado. No ano de 2017, no estado de Pernambuco, cerca de 72% das mortes por mortalidade materna foram de mulheres negras (pretas e pardas). A faixa etária mais atingida pelas mortes maternas está entre 20 e 39 anos, com cerca de 74% desses óbitos. Na cidade do Recife, 95% das mulheres que morreram de morte materna em 2018 eram negras. (Dados do Comitê de Mortalidade Materna). Cerca de 80% das mulheres que estão em situação prisional em Pernambuco são negras. O Brasil é o 5º país do mundo que mais encarcera mulheres. Cerca de 20% dessas mulheres são analfabetas (Dados do INFOPEN). Pernambuco é o terceiro estado com maior índice de aumento de casos de homicídios de jovens no ano de 2017, com um aumento de 26,2% em relação a 2016. Em torno de 70% desses jovens assassinados, são jovens negros. São os filhos, maridos, irmãos, familiares e amigos das mulheres negras (Dados do Atlas da Violência 2019). Quase 70% dos negros estão incluídos entre os que recebem até 1,5 salário mínimo (cerca de R$1400). Entre os brancos, esse índice fica em 45%. Brancos e negros só terão salários iguais no ano de 2089, ou seja, daqui a 70 anos, se a situação do Brasil continuar como está hoje (Pesquisa de Oxfam Brasil, 2017). E QUEM CUIDA DAS MULHERES NEGRAS? Sobre as mulheres negras foram construídos mitos (fundamentados no racismo) que negam sua humanidade e sua subjetividade. Um dos mais cruéis é o que diz que a mulher negra aguenta qualquer tranco e não reclama. Entretanto, são essas mesmas mulheres negras que asseguraram, ao longo da história desse país, as diferentes estratégias de resistência da população negra! As mulheres negras atuaram ombro a ombro com os homens negros na resistência à escravidão, lideraram revoltas e quilombos, constituíram irmandades, preservaram a ancestralidade e a cultura do povo negro, se constituíram como movimento autônomo e hoje fazem diferentes lutas de resistência pelo Brasil todo e também mundialmente. Estão nas lutas pelo Direito à Cidade, no enfrentamento à violência do Estado, na luta pela terra, na defesa dos bens comuns e do bem viver, disputando as universidades, construindo conhecimento, ditando moda nas redes sociais, disputando narrativas de liberdade no mundo on-line e no mundo off-line! Cada vez mais vivas! E é em nome dessa vida negra pulsante, que a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e a ong FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional-Pernambuco) lançam a campanha “Mulheres Negras pela Vida”. A campanha tem como principal objetivo interpelar a sociedade acerca das violências que atingem cotidianamente as mulheres negras, geradas pelo racismo, pelo machismo e a discriminação de classe. A campanha terá atividades nas quatros regiões de Pernambuco: Recife e Região Metropolitana, Zona da Mata, Agreste e Sertão.

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#MeTrateDireito – Para cada paciente, um tratamento é o mote do 11º Outubro Rosa da FEMAMA

Em outubro, o Brasil inteiro volta os olhares e se mobiliza em prol da conscientização do tipo de câncer mais incidente entre mulheres: o de mama. Pelo 11º ano seguido, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA), responsável por trazer o Outubro Rosa de forma organizada para o Brasil, lança sua campanha nacional para colocar em pauta o acesso à personalização do tratamento. O tema deste ano é #MeTrateDireito – a iniciativa visa estimular o empoderamento dos pacientes, pautada na busca por um tratamento personalizado, na luta pelo respeito enquanto paciente com câncer e na defesa pelos seus direitos como ser humano. “Assim como toda mulher é única, cada câncer de mama também é bastante singular. Os pacientes precisam receber o tratamento mais adequado para cada caso, sempre tendo seus direitos respeitados como cidadão e como pessoa, individualmente, desde o diagnóstico, tratamento e controle da doença”, afirma Maira Caleffi, presidente voluntária da FEMAMA e Chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Moinhos de Vento. Nos últimos anos, os avanços na medicina têm conseguido proporcionar mais qualidade de vida, maiores chances de cura e novas estratégias para o diagnóstico individualizado, o que mudar o tratamento e as perspectivas de cada paciente. A medicina personalizada tem ganhado força e se mostrado como o melhor caminho para tratamentos mais eficazes. “Os exames genéticos e moleculares são uma importante ferramenta para definir previamente a chance de desenvolver a doença e permitir a elaboração da melhor estratégia para seu enfrentamento. As mutações que cada câncer carrega, suas alterações genômicas, as características do tumor, bem como as respostas a terapias são fatores que guiam para o melhor tratamento”, comenta Maira. A youtuber Dora Figueiredo, a jogadora Cris Rozeira e a funkeira Mc Rebecca apoiam a campanha Luta por direitos Atualmente, o Brasil enfrenta grandes desafios na assistência oncológica. O mais recente relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgado em setembro, revelou que 56% dos pacientes no Sistema Único de Saúde (SUS) têm seu diagnóstico confirmado quando o câncer já está em estágio avançado – confirmação, essa, que está sendo dada em uma média de 200 dias a partir da primeira consulta, conforme auditoria realizada pelo tribunal. A ampliação do acesso ao diagnóstico ágil e a tratamentos mais assertivos nos sistemas públicos e privados de saúde é uma luta antiga da FEMAMA e suas ONGs associadas. A campanha #MeTrateDireito também multiplica informações sobre as possibilidades de tratamento, promovendo empoderamento para que os pacientes possam participar ativamente das decisões que serão tomadas ao longo da sua jornada de enfrentamento do câncer. “Todos pacientes devem ter acesso às melhores opções para garantir o controle efetivo do câncer de mama, por isso lutamos para que consigam ter seu diagnóstico em tempo hábil e um tratamento eficaz para assegurar qualidade de vida e possibilidade de cura”, reforça a presidente voluntária da FEMAMA. “Sabendo de seus direitos essas pacientes também podem se tornar agentes transformadores da realidade brasileira da assistência oncológica”. Caminhadas das Vitoriosas Em todo o Brasil, as ONGs associadas à FEMAMA promoverão ações locais relativas à conscientização sobre o câncer de mama durante todo o mês de outubro. Uma dessas ações é a Caminhada das Vitoriosas, importante mobilização que leva às ruas a celebração pela vida e reivindicações que encorajam as pessoas a exigirem seus direitos, respeito e tratamento personalizado do câncer. Elas ocorrem em diversos estados, estando já confirmadas no Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina. Todas as demais atualizações, informações e materiais sobre a campanha #MeTrateDireito – Para cada pessoa, um tratamento estão disponíveis no site da campanha. “Este é o mês em que a batalha contra o câncer de mama ganha maior visibilidade, por isso damos voz aos pacientes que lutam por um objetivo em comum: a vontade de viver com qualidade. Pretendemos chamar a atenção para o respeito aos direitos e cuidados necessários com cada paciente, que merece ter conhecimento da doença, de suas peculiaridades, e ser tratado com um olhar singular diante de sua vivência com o câncer“, conclui. Ações em parcerias Além da campanha #MeTrateDireito, que conta com o investimento social de AstraZeneca, Condor e Novartis, a FEMAMA realiza parceria especiais com diversas empresas durante o Outubro Rosa para levar a mensagem da conscientização para o câncer de mama adiante.Veja: Adidas Com a criação de uma camiseta rosa, exclusiva dos times São Paulo e Flamengo, em apoio à luta contra o câncer de mama, parte do valor obtido com as vendas será revertido para a FEMAMA. O lançamento oficial das camisetas e da campanha Outubro Rosa FEMAMA 2019 foi realizado no dia 28 de setembro no Maracanã. Condor Parte do valor da venda de kits de escova para cabelos, escova de dentes feminina, vassoura e esponja será revertida à FEMAMA pela Condor. Além disso, a marca realizará a ação Like do Bem, que associa curtidas no Facebook a um valor adicional a ser revertido à Federação. Quanto mais likes a ação receber, maior será o valor doado à FEMAMA. Saque e Pague Empresa de tecnologia com uma rede de mais de 1.300 terminais, presente em 20 estados e com mais de 40 parceiros, disponibilizará seus displays de autoatendimento no País para que a sociedade apoie a Campanha Outubro Rosa FEMAMA 2019 e faça doações.

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Festival RockRibe promove edição feminina em novembro

Considerado o principal Festival de música do bairro de Beberibe, e um dos principais do cenário rockeiro da capital pernambucana, o “RockRibe” promete realizar uma edição especial com um Line Up formado apenas por bandas com lideranças femininas. O evento está previsto para ocorrer na primeira quinzena de novembro, e já confirmou alguns nomes como as bandas “Fire Machine” comandada por Duda Gomes e “Lady Babel” liderada por Amanda Guedes. Além dos shows, o “Rockribe” vai promover uma série de atividades pela cidade até o dia do evento. A segunda edição do evento ocorreu em maio e reuniu sete das principais bandas da cidade. Entre elas, nomes como o do olindense “Gabriel Galilei” e da banda “Insânia”, que passou pelo festival durante sua turnê pelo Nordeste.

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Trilogia do Feminicídio aborda casos reais em formato de peça teatral

Com incentivo do Funcultura, através da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco, o projeto TRILOGIA DO FEMINICÍDIO traz à tona o universo de quatro mulheres e suas histórias: “APARECIDA”, “TRIZ” e “COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL”, e estreia no dia 04 de setembro no Teatro Hermilo Borba Filho. Baseados em histórias reais, esses espetáculos possuem direção executiva e artística de Eric Valença e foram formulados a partir de pesquisas com vítimas de violência doméstica, delegadas e profissionais em centros de acolhimento. No elenco estão as atrizes Gheuza Senna, Nínive Caldas, Laís Vieira e Tati Azevedo. Em curta temporada, TRILOGIA DO FEMINICÍDIO possui mais três datas no Teatro Hermilo Borba, com apresentações nos dias 05, 11 e 12 de setembro. Todos os espetáculos serão apresentados no mesmo dia, em horários seguidos e com bilheteria diferenciada com valor promocional de R$10 acrescido da doação de um item de higiene pessoal. Toda a renda será revertida para compra de objetos de uso e asseio para serem doados a mulheres encarceradas e crianças nascidas no sistema penitenciário do estado de Pernambuco. O foco principal destas apresentações cênicas é o drama do feminicídio, onde cada fragmento mostra personagens que vivenciam a violência no cotidiano independentemente de sua condição social, status e história de vida. São relatos de mulheres que foram subjugadas, violadas, assediadas, exploradas, torturadas e perseguidas fisicamente, psicologicamente e moralmente. Para Eric Valença, além da denúncia, um dos objetivos da TRILOGIA DO FEMINICÍDIO é o de fortalecer a rede que cuida das mulheres que estão sendo ressocializadas. “Acreditamos que temos o dever de humanizar esse contexto e acreditamos que será através da arte em forma de teatro que vamos alcançar um maior número de pessoas”, explica. Sinopse dos espetáculos: APARECIDA, interpretada por Gheuza Senna, é o passional que não existe, é a morte em cores apresentada ao público. O desenvolvimento da personagem de Gheuza se deu em pesquisas realizadas no Centro de Referência Clarice Lispector, na Delegacia da Mulher através de boletins de ocorrências e no IML. "Aparecida é também uma referência a Nossa Senhora de Aparecida e gira em torno da força da mulher negra, ao mesmo tempo que questiona a posição da mulher com relação a esse poder que ela tem dentro da sua profissão. Ela faz uma análise entre ser mulher e ser negra dentro do universo da polícia e da investigação dos crimes de feminicídio", conta Gheuza. “TRIZ”, interpretada por Nínive Caldas e Laís Vieira, é onde vemos o círculo vicioso e o abuso introduzido na vida de forma involuntária. A pesquisa dos papéis das duas atrizes foram aprofundada através de conversas com psicólogas, assistentes sociais e advogadas junto ao Centro de Referência Clarice Lispector e a Secretaria Executiva de Ressocialização - SERES. "A peça TRIZ fala não só da violência física mais também da violência psicológica, da pergunta que não tem resposta: O por quê da pessoa se submeter a essa situação?", conta Nínive. “COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL”, interpretada por Tati Azevedo, mostra o que está em todo lugar, com a triste constatação de uma verdade revelada. Para a criação desses personagens, Tati realizou uma pesquisa no Centro de Referência Clarice Lispector, na Igreja Universal do Reino de Deus e na Delegacia da Mulher. A peça traz três personagens: uma mulher trans, a Pastora Adélia e Mainha, uma parteira e rezadeira. "A peça é aquilo que nunca queremos encontrar ou o que temos e não queremos revelar. É a violência domesticada na alma da mulher desde seu nascimento. É uma herança com o manto da obrigação, da subserviência, de não ter vontade própria, de estar à margem da pobreza e da ignorância” revela Tati. Serviço: TRILOGIA DO FEMINICÍDIO “Aparecida” / “Triz” / “Coisas que Acontecem no Quintal” Local: Teatro Hermilo Borba Filho Dias: 04, 05, 11 e 12 de setembro Quarta / 04/09 18:30 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 19:40 APARECIDA 21:00 TRIZ Quinta / 05/09 18:30 TRIZ 19:40 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 21h APARECIDA Quarta / 11/09 18:30 APARECIDA 19:40 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 21h TRIZ Quinta / 12/09 18:30 TRIZ 19:40 COISAS QUE ACONTECEM NO QUINTAL 21h APARECIDA Preço: R$ 10,00 (Promocional) + 1 item de higiene pessoal a ser doado

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