A orquestra mais antiga do Brasil em atividade ininterrupta completa 88 anos de história no próximo dia 30 de julho. Para celebrar o seu aniversário, hoje à noite(18), a partir das 20h, a Orquestra Sinfônica do Recife vai realizar uma apresentação especial no Teatro de Santa Isabel. O quinto concerto oficial da temporada 2018 vai mostrar ao público a Sinfonia nº 7 em La Maior, de Beethoven, composta em 1812, além de uma obra do próprio maestro da Orquestra, Marlos Nobre. Atualmente a Orquestra realiza mais de 30 concertos anuais que podem ser oficiais, especiais, multimídias, populares (ao ar livre) e comunitários. O grupo conta com 85 músicos, entre primeiros violinos, segundos violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, flautas, oboés, clarinetes, fagotes, trompas, trompetes, trombones, tubas e percussão. À frente dessa equipe, o recifense Marlos Nobre coleciona títulos e muitos anos de prestígio internacional. Tanto, que a programação da noite será iniciada com uma composição dele: “desde os meus 12 anos comecei a frequentar os concertos da Orquestra no Teatro de Santa Isabel e seguramente isto foi um dos fatores mais marcantes para que eu tomasse a decisão mais importante da minha vida: a de me dedicar inteiramente à composição. Não era uma decisão fácil nem tranquila. Dirigindo a Orquestra Sinfônica do Recife, dedico a esta centenária, o meu Opus 124”. Ainda de acordo com ele, a peça, de abertura festiva, reúne o Maracatu, que fascina o maestro desde sua infância, ao Samba do Rio de Janeiro e às memórias afetivas musicais que ele colecionou em suas andanças pelo Brasil, como o Carimbó do Pará, a Prenda Minha de Porto Alegre. “Tudo misturado em uma fantasia sinfônica alucinante”, afirma. No segundo momento do programa, será executada a Sinfonia nº 7 em La Maior, de 1812. A obra foi composta por Ludwig van Beethoven (1770-1827), quando já sofria de surdez. Para Marlos Nobre, Beethoven expandiu a noção de som e levou a música para novos rumos. Concertos para Juventude Mensalmente, sempre um dia antes do seu concerto oficial, a Orquestra Sinfônica do Recife realiza uma aula-espetáculo para os jovens do Recife. Trata-se do projeto Concertos para Juventude. Na manhã da última terça-feira (17), o Teatro de Santa Isabel recebeu cerca de 50 pessoas do Compaz Ariano Suassuna, situado no Cordeiro, e 50 alunos do Projeto Samuel, desenvolvido pela Fundação AIO de Educação e Assistência Social, que implementa atividades de educação musical para jovens em situação de vulnerabilidade social. A dona de casa Ana Maria Pereira, 69 anos, estuda violão no Compaz Ariano Suassuna, e participou do Concertos para Juventude. “Esta foi a primeira vez que vi uma orquestra, foi lindo, nota dez. Também é a primeira vez que venho ao teatro, é lindo demais”, contou ela com um sorriso no rosto. Já para o representante comercial Luís Fontelles, 58 anos, que também compareceu ao teatro junto ao grupo do Compaz, é muito importante esse tipo de projeto para divulgar a música erudita. “No rádio, não é comum ouvirmos músicas de qualidade, pelo contrário. Sendo assim, é interessante levar a música erudita para as pessoas conhecerem”, comentou ele. Débora Fortunato, 18 anos, estuda clarinete há oito anos no Projeto Samuel e já viu a Orquestra Sinfônica do Recife outras cinco vezes. “A música é algo muito envolvente. Assim, acho esse projeto muito interessante porque estimula as pessoas a conhecerem a música erudita”, explicou. Esther Dos Santos, 16 anos, participa do Projeto Samuel desde os três anos de idade, e lá estuda clarinete desde os 9 anos: “hoje eu conheci instrumentos que nunca tinha visto como o contrafagote, que é um dos instrumentos mais graves de uma orquestra”. Idealizados pelo maestro Marlos Nobre, com o objetivo de popularizar a música erudita, os Concertos para Juventude são gratuitos, mas exigem inscrição prévia. Para participar, é preciso agendar pelo telefone 3355-3323.