Arquivos Netflix - Página 4 De 4 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

Netflix

Crítica| Paddleton (Netflix)

Comovente. Melhor adjetivo para descrever a jornada dos protagonistas Mike (Mark Duplass) e Andy (Ray Romano) de Paddleton, filme original da Netflix. Na história, Mike descobre que está com câncer de estômago e decide não passar pelo sofrimento que poderá advir do tratamento contra a doença. Para isso, recorrerá ao suicídio assistido, com a ajuda do relutante Andy. A dupla pegará a estrada à procura dos medicamentos para a amarga empreitada. Paddleton é daqueles filmes imprevisíveis que ora arrancam nossas lágrimas, ora nos fazem rir. A jornada vai além da busca pelos remédios, mostra quão profunda é aquela amizade, não importa se na alegria, na dor ou na morte. O título do longa é o mesmo do jogo criado por Mike e Andy, que consiste em duas pessoas rebaterem com raquetes uma bola de tênis numa parede no intuito de acertar um barril vazio. O jogo serve de metáfora para essa relação de cumplicidade.     Mark Duplass e Ray Romano dão um show de atuação, mostrando boa química, seja dividindo uma pizza congelada ou assistindo ao mesmo filme de artes marciais diversas vezes. Romano é conhecido principalmente por sua atuação na sitcom Everybody Loves Raymond. Duplass é produtor, ao lado do irmão Jay Duplass na Duplass Brothers Productions. Produziu recentemente e atuou ao lado de Charlize Theron no excelente Tully.  

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Oscar 2019: confira nossas apostas para o maior prêmio do cinema

Noite do Oscar chegando e, claro, a Revista Algomais não poderia ficar de fora. Convocamos mais uma vez os jornalistas e críticos de cinema Houldine Nascimento e Wanderley Andrade para falar sobre a premiação e apresentar suas apostas.  Por Houldine Nascimento e Wanderley Andrade Há quem diga que a lista de indicados em 2019 é a mais fraca dos últimos anos. Fraca ou não, esta edição trouxe algumas (e bem-vindas) surpresas: é a primeira vez que um serviço de streaming tem um de seus filmes indicado ao prêmio principal. "Roma", da Netflix, recebeu ao todo dez indicações, entre elas a de melhor filme. Ainda sobre "Roma": esta também é a primeira vez que uma mulher indígena é indicada ao prêmio de melhor atriz. A mexicana Yalitza Aparicio está na disputa ao lado de grandes nomes do cinema como Glenn Close ("A Esposa"), Olivia Colman ("A Favorita") e da cantora pop Lady Gaga ("Nasce uma Estrela"). Apesar de ser uma festa feita essencialmente para celebrar a indústria cinematográfica estadunidense, é positivo que o Oscar demonstre estar mais aberto ao cinema mundial. Exemplo disso é a indicação do diretor polonês Pawel Pawlikowski, do igualmente polonês "Guerra Fria". Outra boa surpresa é a presença da superprodução "Pantera Negra" entre os nomeados a melhor filme. Com isso, o longa da Marvel é o primeiro sobre super-herói a disputar a principal estatueta.     Contudo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles segue tropeçando na tentativa desesperada de alavancar a audiência do Oscar, a qual vem despencando a cada ano. A começar pela ausência de um apresentador ou apresentadora, o que não ocorria há 30 anos. A escolha inicial tinha sido a de Kevin Hart, mas após comentários homofóbicos dele virem à tona, o ator desistiu. A decisão recente de rifar quatro categorias da transmissão televisiva também pegou muito mal, a ponto de, dias depois, a Academia desistir. O objetivo era o de diminuir a duração da cerimônia para três horas. Caso essa medida fosse adiante, a entrega dos prêmios de fotografia, montagem, curta de ficção e maquiagem e penteado seria feita nos intervalos comerciais, revelando profunda desvalorização destas categorias. Antes disso, a Academia chegou a anunciar a criação de um prêmio voltado a "filmes populares", mas recuou após fortes críticas. Ainda que, historicamente, nem sempre isso aconteça, que vençam os melhores! Abaixo, confira nossas apostas: Houldine Melhor Filme: Roma Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Roma) Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody) Melhor Atriz: Glenn Close (A Esposa) Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book: O Guia) Melhor Atriz Coadjuvante: Regina King (Se a Rua Beale Falasse) Melhor Roteiro Original: A Favorita Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan Melhor Filme em Língua Estrangeira: Roma Melhor Animação: Homem-Aranha no Aranhaverso Melhor Trilha Sonora: Pantera Negra Melhor Canção: "Shallow", de Nasce uma Estrela Melhor Fotografia: Guerra Fria   Wanderley Melhor Filme: Roma Melhor Diretor: Alfonso Cuarón (Roma) Melhor Ator: Rami Malek (Bohemian Rhapsody) Melhor Atriz: Glenn Close (A Esposa) Melhor Ator Coadjuvante: Mahershala Ali (Green Book: O Guia) Melhor Atriz Coadjuvante: Rachel Weisz (A Favorita) Melhor Roteiro Original: A Favorita Melhor Roteiro Adaptado: Infiltrado na Klan Melhor Filme em Língua Estrangeira: Guerra Fria Melhor Animação: Homem-Aranha No Aranhaverso Melhor Trilha Sonora: Infiltrado na Klan Melhor Canção: “Shallow", de Nasce uma Estrela Melhor Fotografia: Roma

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O filme lançamento da Netflix "Sierra Burgess is a Loser"

*Por Beatriz Braga O filme lançamento da Netflix Sierra Burgess é uma loser tem como alvo o público teen. Um romance água com açúcar cheio de clichês que acontece entre os corredores hostis de uma escola e jogos de futebol americano. Mas o caso de amor improvável se dá entre Sierra, garota considerada acima do peso e não atraente, e Jayme, o atleta típico protagonista de sessão da tarde. A estranheza causada por esse encontro, dada a raridade de sua existência nos filmes que crescemos assistindo, mostra que não amadurecemos. Ainda estamos lá, na lanchonete do colégio, dividindo o mundo entre os corpos esbeltos, brancos e bonitos que merecem atenção e os invisíveis que devem abrir passagem. Queria ter visto mais Sierras enquanto crescia. A personagem, apesar do bullying que sofre, tem um senso de segurança que conquistou vindo de uma família que valorizava suas qualidades. Hoje o feminismo faz um trabalho pesado e necessário para que nos libertemos da pressão dos padrões de beleza. Mesmo absorvendo toda a teoria e me identificando com o discurso, no final do dia, ainda me torturo em frente ao espelho. Tenho inveja do meu corpo de dez anos atrás e não consigo entender porque me proibia de usar shorts naquela época. Vejo o sentimento se repetir nas mulheres a minha volta e a conclusão é sempre a mesma: nos enxergamos sempre piores do que um dia fomos. E como a vida segue inevitavelmente para frente, nunca seremos suficientes no presente em que vivemos. A frustração é um hábito e, pela natureza do que é cotidiano, não nos desperta atenção. Somos acostumadas com a nossa insuficiência e vivemos assim porque esse é o tipo de amor próprio que conhecemos - exigente e cruel. O filme tem algumas falhas de roteiro, mas a canção final criada por Sierra compensa esses detalhes (a atriz Shannon Purse - que também interpretou Barb em Stranger Things - tem uma voz lindíssima). Na letra, a protagonista se compara a um girassol, não tão bonito quanto uma rosa, em alusão à garota mais bonita e popular da escola. A protagonista apresenta a música ao pai, um escritor intelectual que, emocionado, cita uma frase de George Eliot sobre a beleza física: “a natureza, grande dramaturga trágica, entretece-nos por ossos e músculos e nos divide na teia mais sutil do nosso cérebro” (o filme também me ganha nas referências literárias). George Eliot na verdade era Mary Ann Evans, escritora inglesa do século 19, que usava o pseudônimo masculino para ganhar respeito na sociedade machista na qual vivia. Dizem que ela própria era considerada bem feia, fato muito discutido durante sua vida e postumamente - detalhe normalmente incluso em biografias femininas, mesmo quando o importante era mesmo a beleza de sua prosa. Passam os séculos, algumas coisas continuam iguais. A natureza nos fez diversos e tornamos isso, tantas vezes, uma tragédia. Entre os filmes e as conversas de adulto, as vezes é importante voltar algumas casas e nos refazermos. É preciso voltar ao passado e nos perdoarmos por sermos imperfeitos. Para compensar as adultas de hoje, faz bem resgatar a Sierra que poderíamos ter sido.  Aquela que sai do banho, encara o espelho e diz sorrindo para si mesma: “você é um animal maravilhoso”. “Você é linda, Sierra, mas é muito mais que isso”, diz seu pai. E não é simples assim? Somos tão além disso e, rotineiramente, nos julgamos tão menos. Que graça tem a rosa, afinal, cheia de espinhos, ao lado do girassol que, por ofício natural, persegue os raios de sol em todo canto que lhe é permitido florescer?

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Crítica| Next Gen (Netflix)

A Netflix segue na missão de encher o catálogo de produções originais. Sua nova aposta é a animação Next Gen, que acompanha a jornada de uma menina e sua (improvável) amizade com um robô de última geração. Na trama, Mai sente falta do pai, ausente já há muitos anos. Sua mãe, Molly, viciada em tecnologia, vive sempre "no automático" e gasta a maior parte do tempo ao lado de um robô. No filme, eles estão em todo lugar, nas residências, ruas e escolas. É quando entra em cena o robô 7723, que com seu carisma e cuidado mudará profundamente a vida de Mai. Next Gen é uma co-produção EUA, China e Canadá e é dirigido pela dupla Kevin R. Adams e Joe Ksander. Baseado numa HQ chinesa chamada 7723, consegue estar à altura de algumas produções da Pixar, com cenários grandiosos e ricos em detalhes.   Alguns personagens são inspirados em personalidades do setor da tecnologia. O vilão, Justin Pin, é praticamente uma cópia de Steve Jobs, com direito aos trejeitos e mesma popularidade do saudoso CEO da Apple. Tem, inclusive, seu próprio Wozniacki, o Dr. Tanner, mente por trás dos projetos de Pin e criador do 7723. Nomes conhecidos do cinema emprestam suas vozes aos personagens. John Krasinski, diretor e protagonista do excelente Um Lugar Silencioso, dá voz ao robô 7723. Michael Pena, que protagonizou recentemente o longa Extinção, também da Netflix, dubla o cachorrinho Momo, alívio cômico da animação. Next Gen trata não apenas do poder da amizade, mas traz também, nas entrelinhas, forte crítica ao mau uso da tecnologia e como isso pode ser prejudicial às relações. Na ânsia por encher o catálogo de produções originais, a gigante do streaming vinha errando feio em algumas de suas apostas. Mas desta vez, parece que acertou.

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Crítica| Próxima Parada: Apocalipse (Netflix)

A Netflix segue incessantemente em sua missão de encher o catálogo de produções originais. Às vezes acerta, outras erra feio. Sua mais nova aposta é o filme-catástrofe Próxima Parada: Apocalipse. Dirigido pelo desconhecido David M. Rosenthal, o longa traz no elenco o ganhador do Oscar, Forest Whitaker. E ainda que tenha acertado no bom nome para a composição do cast, a gigante mundial do streaming mais uma vez errou ao trazer uma história carregada de falhas. Após uma catástrofe ambiental de grandes proporções assolar o país, Will (Theo James) terá que cruzar os Estados Unidos com a ajuda do sogro Tom (Forest Whitaker) no intuito de resgatar a namorada grávida Samantha (Kat Graham). A difícil relação entre sogro e genro precisará ficar em segundo plano caso a dupla queira sobreviver aos desafios que surgirão no percurso. A proposta é até interessante e poderia abrir grandes possibilidades para um bom road movie apocalíptico. Mas não é o que acontece.     Próxima Parada: Apocalipse resume-se a um jogo de gato e rato, promovido por personagens que saem da trama tão rápido quanto entraram. Algumas vezes sem explicação, como no caso do suposto policial que passa a perseguir os protagonistas e, logo em seguida, morre sem entendermos muito bem suas verdadeiras intenções. O roteiro, escrito pelo estreante Brooks Mclaren, falha ao não apresentar uma conclusão convincente e nem explicar o que provocou a catástrofe. A escolha poderia funcionar para uma série ou alguma trilogia, pois haveria a possibilidade de solucionar tudo mais adiante em outro episódio ou longa. O caminho escolhido por Brooks resulta num filme incompleto. Mas nem tudo é ruim em Próxima Parada: Apocalipse. A fotografia, guiada aqui pelo finlandês Peter Flinckenberg, é um dos (poucos) pontos positivos. Chama também a atenção os bons efeitos visuais. Destaque para a última cena.

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Netflix: filme de super-herói coreano é a nova aposta do serviço de streaming

Em 2016, o diretor sul-coreano, Yeon Sang-ho, chamou a atenção da crítica especializada ao ter seu filme, o terror "Invasão Zumbi", exibido no Festival de Cannes. O longa de Sang-ho agradou não apenas a crítica que compareceu ao festival francês, mas também ao grande público dos países por onde passou. Na Coreia do Sul, levou mais de 5 milhões de espectadores aos cinemas só na primeira semana de exibição. De olho em todo esse sucesso, a Netflix não perdeu tempo e produziu o novo trabalho do diretor Sul-coreano, o (quase que impronunciável) filme Psychokinesis. Bem diferente de Invazão Zumbi, a nova empreitada de Sang-ho é um misto de clichês, comédia pastelão e efeitos especiais bem ruins. Já no início da história somos a presentados Roo-mi (Shim Eun-kyung), uma jovem que, ao lado da mãe, administra um pequeno restaurante em um centro comercial. O lugar se torna objeto de desejo de uma construtora, que tenta a todo custo despejar os comerciantes através da ação violenta de capangas. Numa dessas ações, a mãe de Roo-mi é gravemente ferida e morre no hospital. É quando entra na trama Seok-heon (Ryu Seung-ryong), pai de Roo-mi. Ele ajudará a filha e os outros comerciantes a resistirem às intimidações da construtora. Seok-heon tem o poder de levitar objetos, desde um pequeno cinzeiro a um grande veículo. Ele adquiriu esta habilidade ao beber uma água contaminada por um líquido proveniente de um meteoro que caiu na Terra. (Existe algo mais clichê que isso?). Seok-heon exibindo sua habilidade de telecinese.   Todo filme de super-herói merece bons efeitos especiais, vide as últimas produções da Marvel. Psychokinesis peca sem constrangimento algum nesse quesito. Alguns efeitos são tão ruins, que perdem para muitas séries do próprio serviço de streaming, como Stranger Things e Perdidos no Espaço. Eu poderia listar aqui diversos pontos negativos do filme, mas quero destacar só mais um: os personagens. Caricatos e unidimensionais ao extremo, não conseguem provocar no espectador o mínimo de empatia e identificação. Essa observação diz respeito, inclusive, ao protagonista. Psychokinesis não agradará aos mais exigentes, nem aos que não curtem ver mais do mesmo nas novas produções. Pena que o novo trabalho de Yeon Sang-ho é justamente isso.  

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Conheça “O Matador”, primeiro filme brasileiro produzido pela Netflix (Por Wanderley Andrade)

Após produzir a série brasileira 3% e ter alcançado boa recepção de seus assinantes, principalmente nos EUA, a Netflix aposta em mais uma produção tupiniquim, desta vez, um longa-metragem: O Matador. Escrito e dirigido pelo carioca Marcelo Galvão, o filme é um western no estilo Sérgio Leone, ambientado no sertão nordestino, período de declínio do cangaço. A história tem como protagonista Cabeleira, interpretado pelo ator português Diogo Morgado. Cabeleira teve uma infância marcada pelo abandono: ainda bebê, fora deixado sozinho em meio à caatinga. Prestes a ser devorado por uma onça, é salvo pelo conhecido pistoleiro, Sete Orelhas (Deto Montenegro), que executa o animal. Sete Orelhas resolve adotar a criança, que cresce aprendendo todos os pormenores do manejo de uma arma. Mas chega o dia em que Sete Orelhas vai à cidade grande e, desde então, nunca mais retorna. É quando começa a jornada de Cabeleira à procura por seu pai de criação. O roteiro falha ao mudar o foco do Cabeleira para o Tenente, personagem interpretado por Paulo Gorgulho. Tenente tornou-se pistoleiro após ter esposa e filho mortos a mando do Francês, um fazendeiro inescrupuloso dono da maioria das terras da região. A trama secundária quebra o ritmo do filme e faz o espectador esquecer do protagonista. Apesar do furo no roteiro, a história ganha força outra vez com o retorno de Cabeleira, culminando, enfim, em um surpreendente desfecho. O elenco é formado por grandes atores, entre eles, o experiente ator francês Etienne Chicot que já acumula 40 anos de carreira. Chicot atuou ao lado de Tom Hanks no filme O Código Da Vinci. Estão também no elenco a atriz Mel Lisboa, o ator Igor Cotrim e a cantora portuguesa Maria de Medeiros. Chama a atenção a fotografia do longa que, através de belos planos abertos, exibe a imensidão e secura das terras sertanejas. O sertão apresentado não é aquele extremamente caricato costumeiramente visto em produções televisivas. Não à toa, O Matador conquistou o prêmio de Melhor Fotografia no Festival de Gramado. As locações escolhidas para o filme foram o Pico do Papagaio e o distrito de Cimbre, em Pesqueira e as cidades de Paulo Afonso (BA) e Campinas (SP). Com O Matador, Marcelo Galvão consegue homenagear, de uma só vez, os clássicos westerns spaghetti e o sertão nordestino através de suas belas paisagens e personagens peculiares. Sem dúvida, uma boa estreia brasileira na era dos serviços streaming.  

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Filme de Angelina Jolie retrata os horrores da guerra civil do Camboja

Era esperado que a relação estreita de Angelina Jolie com o Camboja renderia um filme algum dia. Produzido pela Netflix, First They Killed My Father (Primeiro Mataram Meu Pai, em uma tradução livre) estreou no serviço de streaming no último dia 15. Baseado no livro de memórias da ativista Loung Ung, narra sua luta pela sobrevivência ao lado da família durante o regime do Khmer Vermelho, período em que morreram cerca de 2 milhões de cambojanos. O filme acompanha a jornada de Loung que, aos cinco anos, recebeu treinamento militar para defender o Khmer Vermelho durante a guerra civil cambojana. Retrata sem cortes e muito realismo os horrores de uma guerra que arrancou precocemente sua infância. First They Killed My Father foi gravado inteiramente no Camboja e a base do elenco formada por atores locais. Destaque para a boa atuação de Sareum Srey Moch, que encarna a protagonista. O filho adotivo de Angelina, o cambojano Maddox Jolie Pitt, também atua no longa, além de acumular a função de produtor. Este é o quinto trabalho de Angelina como diretora, função que abraçou desde 2007 com o documentário A Place in Time. A partir de 2011, seguiu para a ficção com Na Terra de Amor e ódio. Em 2014, dividiu opiniões da crítica especializada com o filme de guerra, Invencível. Já em 2015, recebeu duras críticas pelo insosso À Beira Mar, longa em que contracena com Brad Pitt. First They Killed My Father prova que Angelina amadureceu como diretora. É um tratado sobre a perda da inocência, um retrato cru da insanidade da guerra e da contradição de um regime que prega igualdade de direitos tolhendo a liberdade. A história de Loung Ung ecoa como um grito de denúncia de uma realidade, infelizmente, ainda tão palpável para muitos em pleno século XXI. Confira o trailer:

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Sofá ou cinema? (Por Ivo Dantas)

Nos últimos anos um debate vem crescendo dentro da indústria cinematográfica. Modelos como o do Netflix irão acabar com o cinema? De antemão, minha resposta é direta: não! A verdade é que a revolução dos serviços de streaming vem na esteira de uma demanda latente que foi, durante muito tempo, ignorada pelas grandes produtoras. O consumo de produtos piratas remetia a mais de uma conclusão. Para além da questão meramente financeira, de serem mais baratos, muitas das pessoas que consumiam as mídias ilegais o faziam para não ter que ir até o cinema ver um filme. O consumidor passou a ser mais exigente. Quer o seu desejo atendido do modo que ele entende que é o melhor para si. Baixar filmes tem muito disso. Pegar uma pipoca, ligar o computador, cruzar as pernas no sofá e.... pronto. O Netflix viu esse mercado. O que é o Netflix se não a comodidade de ver conteúdos sem precisar apertar mais do que dois botões. Prova maior disso é que o mercado de filmes ilegais sofreu grande impacto após o crescimento do serviço de streaming. Mas o Netflix foi além. Entendeu que as produtoras começariam a criar seus próprios serviços para concorrer com ele. Qual a solução? Vamos criar conteúdo próprio – de qualidade – e baseado na DEMANDA DO CONSUMIDOR. Hoje, o Netflix tem seu reinado garantido justamente por esse material exclusivo que conta em sua biblioteca. Por isso, quando vejo polêmicas como a entre Almodóvar e Wil Smith (http://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-130933/), só enxergo resistência, apego a um modelo que não atende mais ao que o consumidor quer. Cinema ou Sofá depende de cada um, mas acreditar em um purismo da sétima arte é simplesmente não querer enxergar a realidade.

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CCXP: Pernambuco é Geek - Por Ivo Dantas

Começa nesta quinta-feira (13) a primeira edição da Comic Con Experience (CCXP) no Recife. Conhecida internacionalmente por sua edição anual, em San Diego, nos Estados Unidos, a Comic Con desembarcou com sua versão mais enxuta em São Paulo, em 2014, atraindo milhares de fãs e provando que o Brasil tem um grande mercado de consumidores geek. Pernambuco recebe o evento tentando utilizar o know-how adquirido após sediar algumas edições da Campus Party Recife, evento que também era restrito ao território paulista até alguns anos. Mesmo em meio ao momento pessimista que o Brasil vive, conseguir ser sede de um evento com o porte da CXXP mostra que Recife entrou definitivamente no roteiro geek mundial. Geograficamente, faz todo sentido trazer para a capital pernambucana, atraindo fãs de Estados mais distantes de São Paulo, garantindo um novo público e preservando parte da exclusividade das edições paulista e recifense. Com a programação espalhada pelas redes e ruas da cidade, podemos dizer que, para uma primeira edição, a CCXP Recife está no caminho certo para entregar um evento que agrade os fãs. É bem verdade que uma parte importante das atrações de impacto são de produtos do Netflix, que conseguiu garantir um peso internacional a versão nordestina. Recentemente lançadas e rodeadas de polêmicas, as séries 13 Reasons Why e Punho de Ferro contaram com alguns de seus principais personagens no Centro de Convenções. Vale um destaque ainda para a grande quantidade de quadrinistas na programação. Temos um cenário de HQs que nunca deixa de angariar geeks e nerds. Em tempos da digitalização quase total, de uma cultura do movimento, da transposição dos quadrinhos para a TV e o cinema, abrir espaço para que mais jovens tenham contato com as pessoas que mantém a indústria viva é bastante positivo. A programação conta ainda com a presença de diversos Youtubers do cenário nacional, que sempre arrastam fãs por onde passam. No mais, resta torcer para que a versão pernambucana da CCXP deixe um sabor de quero mais nos fãs que passarão pelo Cecon ao longo dos próximos dias. Somente assim para garantir que o evento retorne, cada vez mais forte, se consolidando no calendário Geek nacional. Os fãs nordestinos merecem.

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