Arquivos Organismo - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

organismo

apoio no luto 2

Luto pode impactar o corpo: atenção aos sintomas físicos é essencial

Especialistas alertam para os efeitos do luto no organismo e reforçam a importância de apoio psicológico quando necessário O luto, embora seja uma resposta natural à perda de alguém significativo, pode desencadear mais do que emoções profundas. Tristeza, saudade e raiva são reações comuns, mas o corpo também sente: alterações no sono, apetite, dores físicas e até sensações de febre são manifestações possíveis durante esse período. A administradora Marcela Siqueira, 40 anos, vivenciou esses impactos após a morte da avó. “Entendi que os sintomas eram normais pelo processo de luto, por isso não procurei assistência médica, pois sabia que passariam com o tempo”, afirma. Marcela enfrentou sintomas como insônia, perda de apetite, fraqueza, tontura e choro diário durante as duas primeiras semanas após a perda. Situações como essa são comuns, segundo a psicóloga Simône Lira, especialista em luto no cemitério e crematório Morada da Paz. Ela explica que, em alguns casos, o sofrimento emocional pode até provocar alterações cardíacas, como a Síndrome do Coração Partido — uma condição temporária do músculo cardíaco associada ao estresse extremo. “Embora a causa específica dessa síndrome ainda não tenha sido determinada, sabe-se que, em cerca de 80% dos casos, ela pode ser desencadeada por eventos estressantes, como a morte de uma pessoa querida”, detalha Simône. A liberação intensa de hormônios do estresse, como a adrenalina, pode levar à disfunção transitória do coração. Por isso, é importante ficar atento a sinais físicos que persistem e buscar orientação médica quando necessário. Além do cuidado com o corpo, especialistas reforçam a importância de acompanhamento psicológico quando os sintomas emocionais interferem na rotina ou nas relações pessoais. “O luto envolve uma oscilação entre momentos em que a pessoa se volta para o pesar e outros em que a pessoa tenta retornar à rotina diante da nova realidade apresentada”, conclui Simône. O apoio profissional ajuda na adaptação e previne complicações emocionais mais graves.

Luto pode impactar o corpo: atenção aos sintomas físicos é essencial Read More »

Jeorge Pereira, diretor de "Organismo", fala sobre o filme, que estreou esta semana

Estreou na última quinta (25), nos cinemas São Luiz e da Fundação/ Derby, o filme pernambucano, Organismo, que narra a história de um jovem que fica tetraplégico após sofrer um grave acidente. O diretor Jeorge Pereira, cadeirante desde a infância por conta de uma poliomielite, fala sobre seu primeiro longa-metragem e revela como surgiu a inspiração para essa história comovente.   Como surgiu a ideia e o que te inspirou a escrever e, consequentemente, dirigir “Organismo”? De uma experiência trabalhando alguns anos em uma ONG de um amigo, o Michel Peneveyre, onde eu atendia pessoas com lesão medular, que tinham passado por qualquer tipo de incidente e que tinham ficado paraplégicas, às vezes tetraplégicas. Eu entregava essas cadeiras e acompanhava essas pessoas. Fui conhecendo caso a caso e formando uma ideia sobre o que era aquele universo, que era diferente do meu. Como vivo em uma cadeira por conta da pólio, era outro mundo pra mim. Certo dia, Michel me contou uma história que foi, pra mim, o ponto de partida para escrever o curta “Organismo” (primeiro seria um curta). Ele contou que estava morando sozinho (ele é tetraplégico, mas tem uma certa autonomia, tinha uma diarista que ia em sua casa fazer limpeza duas vezes na semana) e, uma vez ela foi, ele estava dormindo e ao limpar o quarto, tirou a cadeira de perto da cama e esqueceu de pôr de volta. Quando Michel acordou, não tinha como sair da cama, nem para onde ir. Não tinha telefone celular nessa época e acabou por passar um dia inteiro preso à cama por conta disso. Ele conta sempre com muito bom humor esse fato, que foi o gatilho para a história de “Organismo”.   Qual o maior desafio enfrentado na produção do longa? Maior desafio foi o processo de capitação. Foram dois momentos distintos com um intervalo de um ano entre a primeira e a segunda etapa. A espera foi um dos grandes desafios. Um filme que ao todo, desde o primeiro momento do roteiro até o corte, me levou quase cinco anos da minha vida. Mas foi um exercício de grande aprendizado, de grandes realizações e que mudou completamente a minha concepção sobre o próprio cinema.   “Se você me perguntar o que sou hoje, é isso: um contador de histórias.” Jeorge Pereira     A princípio, você enveredou pela literatura, com a publicação do livro “Letagonia”, em 2002. Quando e como surgiu o interesse pelo cinema? O interesse pelo cinema cresceu junto com o próprio interesse, lá no início, antes mesmo da literatura, que foi a dramaturgia. Foi no teatro que aprendi adaptação de esquetes e descobri que curtia muito mais trabalhar a narrativa e construir esses universos. Foi a partir dessas experiências que fui entrando no mundo da literatura. Nesse universo literário tive a imensa sorte conhecer, ser amigo e aluno por mais de cinco anos do professor Raimundo Carrero. Ele foi a primeira pessoa que disse: “Olha, você escreve muito visualmente.” Também na época da faculdade, na AESO, fui da primeira turma do curso de cinema de animação, onde criei todo um círculo de amigos, de relações que perduram até hoje, uma delas, por exemplo, que guardo com muito carinho é do cineasta Pedro Severien. Figuras como Marcelo Lordello, Fernando Veler, Maurício Nunes, grandes amigos e grandes parceiros que tenho até hoje. A narrativa foi apenas uma mudança de modalidade, na verdade, continua tudo dentro da contação de histórias. Se você me perguntar o que sou hoje, é isso: um contador de histórias.     Quais os próximos projetos? Mais um longa pode vir em breve? Tenho vários projetos. Procuro ser um autor inquieto, e, atualmente, participo de um grupo de outros inquietos, que são roteiristas, diretores e produtores, entre eles, Henrique Spencer, André Pinto e outras figuras muito massa. Nos juntamos e temos hoje um trabalho muito consistente em desenvolvimento de roteiros. De lá estamos saindo com narrativas que irão surpreender, daquilo que se chama “cinema de gênero”. De cunho particular, tenho um projeto que estou fomentando com as meninas da Inquieta já há alguns anos. Estamos em busca de recursos para ele. É um longa que mistura um pouco de fantasia e drama histórico, passado na década de 60, para ser preciso no ano do golpe militar. É a história de um garoto cego que pretendo levar um dia às telas e outro projeto que ainda está em fase de desenvolvimento, também um filme de época.   Com as novas mudanças anunciadas para a ANCINE, o que esperar do cinema brasileiro nos próximos anos? Estamos vivendo um cenário de muita incerteza, com esta questão da Ancine, e o mercado inteiro está num momento bem complicado, mas estamos esperançosos de que toda essa situação possa se resolver. É um momento crítico, não me lembro de ter presenciado um momento assim antes no Brasil. Preocupa, porque se não há um ataque direcionado à cultura, pelo menos parece muito isso. O modo como se tem visto cultura no Brasil nos três últimos anos é algo que me inquieta muito, a forma até marginal como se tem colocado o artista brasileiro. Porém acredito muito na força da união do setor cultural, e na força que a própria cultura tem historicamente de ser resiliente, e de se reconstruir nos momentos mais críticos. Nós, aqui no Brasil, estamos passando por isso agora, mas em diversos momentos da história isso aconteceu tanto com cientistas, quanto com artistas, pessoas que, de certa forma, ameaçam o status quo de um modelo social que muitas vezes está falido, mas não abre mão daquilo que o levou a ser o que é. Mas é isso, é lutar e resistir sempre.     Organismo O filme acompanha Diego (Rômulo Braga), um jovem arquiteto que, após um grave acidente, fica tetraplégico.  A nova condição mergulha o protagonista numa profunda crise existencial, abalando sua relação com Helena (Bianca Joy Porte). A trama é costurada alternando flashes do passado com cenas do presente. A infância de Diego,

Jeorge Pereira, diretor de "Organismo", fala sobre o filme, que estreou esta semana Read More »

Dor de cabeça pode esconder problemas graves no organismo

Quem nunca se queixou de uma dor de cabeça? De acordo com o neurologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Tiago Sowmy, cerca de 90% das pessoas ainda terão, pelo menos uma vez na vida, esse problema. Apesar de ser algo comum, alguns sintomas escondem doenças mais graves no organismo. Para se ter uma ideia, são mais de 200 tipos de dor de cabeça, que, na maioria das vezes, estão atrelados a fatores corriqueiros, como estresse e noites mal dormidas. O médico salienta, no entanto, que dentro dessas diferentes causas podem estar sérias doenças, como acidente vascular cerebral (AVC) e lesões tumorais. "Dores de cabeça com início súbito, que se instalam de forma rápida e forte, são alertas de gravidade. Esses sinais podem ser consequência de um sangramento decorrente de um aneurisma, simulando um AVC. Em alguns casos, mesmo tumores podem gerar cefaleias atípicas", explica Sowmy. O sinal vermelho deve ser observado também para outras características, como lembra o neurologista. Entre os casos preocupantes estão as pessoas acima de 50 anos que nunca se queixaram de dor de cabeça e começam a lidar com o incômodo nesta fase da vida. Segundo Sowmy, não é um quadro habitual e, portanto, merece uma investigação médica. Até mesmo quem já convive com uma cefaleia precisa ficar atento para qualquer alteração da dor. Caso haja um aumento da frequência e da intensidade, é necessário procurar um especialista para diagnóstico preciso, correto e rápido. "Vale lembrar que 90% dos pacientes, que passam por um pronto socorro com dor de cabeça, possuem cefaleia primária, provocada por causas habituais. Uma a cada 100 pessoas, aproximadamente, tem quadro grave. Apesar do baixo índice, é importante se preocupar e sempre estar atento", finaliza Sowmy.

Dor de cabeça pode esconder problemas graves no organismo Read More »

“Organismo” ganha primeira sessão no Recife durante o Janela Internacional do Cinema

A experiência pessoal do cineasta Jeorge Pereira, 41 anos, baiano radicado em Pernambuco há 22 anos, norteia “Organismo” (“Organism”), seu primeiro longa-metragem, que ganha projeção - inédita em Pernambuco - esta terça-feira (07), às 18h15, Cinema do Museu, no ciclo de sessões especiais do X Janela Internacional do Cinema do Recife, seguida de debate com o realizador. Em outubro passado, o filme estreou na 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (Mostra SP). Inspirado em fatos reais, o longa de ficção expõe o drama de Diego, um jovem tetraplégico vivido pelo ator brasiliense Rômulo Braga (melhor ator no Festival de Brasília em 2016 e melhor ator coadjuvante no Festival do Rio em 2014), que reflete sobre a vida após se ver sozinho diante da morte abrupta da mãe. Por meio de uma narrativa de fluxo temporal, pontuada por passagens da infância, relações amorosas, com a namorada Helena (Bianca Joy Porte), e conflitos pessoais, “Organismo” revela a busca de Diego em seu passado por novos alicerces para aceitação do novo corpo. “O ponto de partida de ‘Organismo’ é a minha experiência de vida. Já atuei em projetos em direção de arte e roteiro no cinema, além de dar aulas. Por cinco anos, a convite de um amigo suíço, trabalhei em uma instituição em Porto de Galinhas, a ONG Rodas da Liberdade. E pude conhecer casos de recém-lesionados na região medular e a forma como lidavam com o corpo nessa situação, daí surgiu a ideia do filme”, explica Jeorge Pereira, cadeirante após contrair poliomielite a 1 ano de vida. Com fotografia de Breno Cesar e Marcelo Lordello, “Organismo” reflete, a partir das limitações de Diego, questões como machismo, potência, corpo, família, sexualidade e solidão numa perspectiva existencial, lidando não apenas com dramas voltados a condições de pessoas com deficiência física ou mental. “As implicações físicas, o processo de adequação à nova condição, mas principalmente as culturas de gênero e do corpo são os maiores desafios de alguém que antes andava com as próprias pernas. Existe uma cortina de fumaça repleta de mitos sobre a sexualidade de um/uma cadeirante. O filme tenta sensibilizar as pessoas sobre questões universais, não apenas para quem está numa cadeira de rodas”, comenta Jeorge. “Organismo” é a primeira obra com produção e distribuição conjuntas pela Inquieta Cinema Cultura e Comunicação, das produtoras Mariana Jacob e Fernanda Cordel. Aprovado em editais do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA/Ancine), por meio do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), e também do Funcultura/Governo do Estado de Pernambuco, o longa tem direção e roteiro por Jeorge Pereira, com revisão de roteiro pelo cineasta Leo Falcão. Sobre Jeorge Pereira Formado em Cinema de Animação pela Aeso, em Olinda (PE), Jeorge Pereira é roteirista e diretor. Há aproximadamente dez anos, dedica-se à arte audiovisual, seja na construção da imagem (storyboards, animações em 3D, etc.) ou na concepção criacional de um filme, escrevendo roteiros e delimitando perfis de personagens. Foi através da escrita que Jeorge adentrou no mundo das artes. Publicou o livro intitulado “Letagonia” (2002), pela editora Elógica. Em seguida, migrou para o mundo audiovisual. Atualmente escreve roteiros e dirige (para diversos gêneros e formatos) e no último ano tem se dedicado à ficção e mostra-se como uma nova promessa do cinema pernambucano. Desde a sua estreia no audiovisual, Jeorge Pereira tem participado de comissões julgadoras de festivais de cinema tais como o prestigiado Janela Internacional de Cinema (Recife), Festcine (Recife) Festival Taquary (PE). SERVIÇO: Organismo (Brasil, Ficção, 90 min, 2017) Dirigido por Jeorge Pereira X Janela Internacional de Cinema do Recife: 07 de novembro (terça) | Cinema do Museu | 18h15 + debate com o realizador

“Organismo” ganha primeira sessão no Recife durante o Janela Internacional do Cinema Read More »