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3 quadrinhos para ler antes (ou depois) de assistir o novo filme do Batman

*Por Eduardo Martins Enfim, vamos voltar a falar de quadrinhos. A saudade estava grande, estimados leitores. E nada melhor que recomeçar a Coluna Gibitown com o assunto mais quente do momento na cultura pop, no cinema e nos quadrinhos. Com estreia no dia 3 de março, THE BATMAN, dirigido por Matt Reeves e protagonizado por Robert Pattinson, é o mais novo blockbuster de sucesso de 2022.  Na primeira semana de exibição, o longa-metragem já arrecadou mais de 31 milhões de reais. Se juntar com a pré-estreia do filme, realizada no dia 1º de março, o valor total vai para 45 milhões de reais. Mais de 2,2 milhões de espectadores foram aos cinemas assistir ao novo filme do morcegão, segundo dados da pesquisa realizada pela ComScore. No calor do hype, nada melhor que entender quais são as referências que ajudaram a moldar a película de Reeves. Como aqui o assunto é quadrinhos, vamos nos ater apenas ao formato e não vamos falar do filme, “SEM SPOILERS”. Essa lista é tanto para você, que ainda não viu o filme, quanto para quem já assistiu. A ideia é mesclar quadrinhos lançados recentemente com outros nem tanto, tentando fugir dos clássicos que aparecem em todas as listas do Homem-Morcego. E assim, agradar, tanto o fã mais "raiz", quanto o novo leitor.  Batman - O Impostor Dentro dessa linha de raciocínio, a primeira HQ da lista tinha que ser essa, lançada aqui no Brasil pela editora Panini em outubro do ano passado. ⁣Há tempos que não lia algo tão legal do homem-morcego. História bem amarrada, desenhos realistas, cores sensacionais. Páginas que saltam do papel, tamanha é a semelhança com os movimentos vistos no novo longa-metragem. As aparências não param por aí, o jovem Bruce Wayne desenhado pelo artista Andrea Sorrentino tem o rosto praticamente idêntico ao de Robert Pattinson. Isso porque “Batman: O Impostor'', é escrita por Mattson Tomlin, que também é o roteirista do novo filme do morcego.  Contudo, mesmo que as aparências e o tom da série sejam reais, o quadrinho não é uma cópia da história vista nos cinemas. Em “Batman, O Impostor”, vemos o jovem Bruce Wayne como Batman há menos de um ano. Na página de abertura, já podemos sentir como será essa minissérie: realista e violenta, mesmo que o protagonista, por mais ridículo que isso possa parecer, use uniforme e máscara. As semelhanças, digamos, mais bobas param por aí. ⁣ Um fake Batman está aterrorizando Gotham City, sem piedade, e tudo feito diante das câmeras. Assassinatos a sangue frio ao vivo em vídeo. Na mira de poderosos criminosos e do Departamento de Polícia de Gotham City, o verdadeiro Batman trava um jogo de investigação para conseguir descobrir quem é o impostor e, assim, limpar seu nome. ⁣ Dividida em três partes, ainda conta com arte de Andrea Sorrentino (Gideon Falls e Coringa: Um Sorriso De Matar) e cores de Jordie Bellaire (Superman e Authority). Batman - Ego O maior inimigo do Batman é o próprio Batman. Em Batman - Ego, o vencedor do prêmio Eisner, Darwyn Cooke está no auge da sua curta carreira como quadrinista (ele faleceu aos 53 anos de idade, em 14 de maio de 2016, vítima de câncer), e faz uma viagem nas profundezas da mente perturbadora do herói. Não se engane com o traço mais cartunesco do artista, achando que apenas uma história para crianças.  Não é à toa que EGO foi o quadrinho escolhido por Matt Reeves e Robert Pattinson para guiar a criação da mentalidade do novo Batman dos cinemas. Antes do filme entrar em exibição, Reeves disse em entrevista a DC FANDOME que a história lançada no ano de 2000 por Cooke:  “Eu queria entrar na mentalidade do personagem e queria pensar na psicologia. Para mim, uma HQ que combina esses elementos é 'Ego'. Ele está enfrentando a fera que é o Batman e é esse tipo de dualidade que eu procurava. Há muito no que está tentando fazer na história sobre ele confrontando o lado sombrio de si mesmo e o grau que você tem de autoconhecimento.”  Já Pattinson disse ao Den of Geek que 'Ego' o influenciou para criar a abordagem psíquica justaposta de Batman com Bruce Wayne: “Bruce está totalmente comprometido em ser o Batman, que simplesmente não liga em ser visto pela cidade. Ele não deseja ser Bruce. Ele acha que é assim que ele pode se salvar, vivendo nesse tipo de estado zen como Batman, onde é apenas puro instinto e nenhuma bagagem emocional”.  “Batman: Ego e outras histórias” foi relançado em maio de 2021, também pela Editora Panini, como um compilado de histórias mais curtas. Batman: Ego (2000) 1, Batman: Gotham Knights (2000) 23 (II), 33 (II), Solo (2004) 1, 5, Harley Quinn Holiday Special 1, Selina's - Big Score 1. Essa última, é uma ótima HQ referência da Mulher-Gato do novo filme.   Batman - Terra de Ninguém É claro que, com o sucesso do novo filme do Reeves, uma continuação é mais do que esperada. Isso porque o final de THE BATMAN pode ter sido inspirado no extenso arco “Terra de Ninguém”, lançado em 1999. No total, "Terra de Ninguém" teve 80 edições mensais regulares, que foram reunidas posteriormente em uma enorme coleção de capa dura em cinco volumes, lançada no Brasil pela Editora Eaglemoss. Nos quadrinhos, a história começa com o arco “Cataclismo”, que descreve um grande terremoto que atingiu Gotham City. Como resultado, o governo dos EUA evacua oficialmente Gotham e depois abandona e isola aqueles que optaram por permanecer na cidade. Gotham é colocada em quarentena do resto do país com lei marcial em vigor. Cenário perfeito para estabelecer o caos, com uma galeria implacável de inimigos e poderosos tentando conquistar seus territórios. "Terra de Ninguém" mostra, em detalhes, um período da vida dos moradores da cidade, explicando todos os acontecimentos desde o momento do isolamento, até o momento da reabertura e o início da reconstrução. Sem querer entrar em detalhes, para evitar os malditos spoilers, Terra de Ninguém é

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Crítica| Eternos

E se o universo fosse dominado por seres ditos celestiais que na ânsia por criar novos mundos terão de destruir outros tantos em nome de uma causa "maior"? A História Mundial é permeada por personagens de motivações semelhantes, ditadores que a favor de uma ideologia ou projeto ceifaram a vida de milhões. Eternos, nova aposta da Marvel, reflete sobre o tema e estabelece uma nova fase para o MCU. A história acompanha a jornada dos Eternos, uma raça de super-humanos concebida por Arishem, representante de seres cósmicos chamados Celestiais. O grupo tem como missão livrar a humanidade da presença dos Deviantes, criaturas também criadas pelos Celestiais. Porém os planos de Arishem para os humanos são outros. A descoberta abalará os Eternos, que se voltarão contra seu criador. Logo na famosa abertura (a que mostra o folhear de páginas de HQs da Marvel) a primeira mudança: o tema épico escrito por Michael Giacchino dá lugar à melodia suave e ancestral composta por Ramin Djawadi, responsável pela trilha de Game of Thrones. A direção é de Chloé Zhao, ganhadora do Oscar por Nomadland. É possível notar a mão da diretora em sequências quase documentais, contemplativas, pouco comuns em filmes da Marvel. O filme tem elenco de peso, a começar por Angelina Jolie, que estreia no MCU. A atriz encarna Thena, imortal que manipula energia e tem domínio sobre armas como uma lança dourada. Richard Madden, o Robb Stark de Game of Thrones, interpreta Ikaris, integrante mais poderoso do grupo, capaz de voar e lançar raios pelos olhos (algo parecido na concorrência?). Salma Hayek encarna Ajak, matriarca da equipe, única capaz de se comunicar com os Celestiais. Gemma Chan, de Podres de Ricos, vive a personagem de maior peso para a história, Sersi, imortal que terá de assumir a liderança do grupo. Alguns personagens mereciam tempo maior de tela, como o ator sul-coreano Don Lee, conhecido por Invasão Zumbi. Em Eternos ele é Gilgamesh, imortal de grande força, por vezes alívio cômico da história. O ator irlandês Barry Keoghan, é Drug, imortal telepata que se refugia em uma floresta na América do Sul. Kumail Nanjiani (Silicon Valley, Doentes de Amor) é o ator que mais provocou burburinho ao postar nas redes sociais a preparação pela qual passou para viver Kingo, imortal que assumiu a carreira de astro de Bollywood. Representatividade é palavra forte em Eternos. Chloé propõe personagens de gênero diferente das HQs. É o que acontece com Lia McHugh (O Chalé) no papel de Duende, imortal que carrega o fardo de nunca envelhecer, e Lauren Ridloff (The Walking Dead) como Makkari, a mulher mais rápida do universo. Lauren é a primeira atriz surda a atuar em um filme da Marvel. Brian Tyree Henry, da série Atlanta, interpreta Phatos, inventor de grande talento, e primeiro herói gay da Marvel nos cinemas. O ritmo lento de algumas sequências deverá desagradar a parcela de público acostumada a cenas de ação de produções como Vingadores: Ultimato. Soma-se a isso o desafio de desenvolver em pouco tempo (ainda que em mais de 2h30) um universo de personagens complexos. Por outro lado, considero válido o esforço da Marvel em reformular esse universo, transgredindo a máxima popular de não mexer em time que está ganhando. Origem Os Eternos surgiram na década de 70, criação de Jack Kirby que, em parceria com Stan Lee e Joe Simon, lançou personagens como o Capitão América, Hulk, Thor e Homem de Ferro. A centelha criativa que originou esse universo vem da mitologia grega. Thena é inspirada na deusa grega Atena. Ikaris, como o próprio nome aponta, vem de Ícaro, personagem mitológico que morreu ao voar próximo ao Sol com asas de cera. Da Literatura Inglesa veio a inspiração para Duende, das histórias de Peter Pan, personagem criado por J. M. Barrie.

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Cabra Nerd: dois anos de reflexões e diversão

Oxe, falei de multiverso e o tempo passou na velocidade da luz, já pensasse! Pois, acredite, a coluna Cabra Nerd faz dois anos hoje, em pleno Dia do Gamer, arretado demais!! Parece que foi ontem quando começamos falando de alguns jogos para celebrar esta data no ano de 2019, imagine, a gente nem sabia que iria entrar no caos da Pandemia, né mesmo? De lá pra cá, conversamos sobre a batalha do preconceito que os quadrinhos sofreram e ainda sofrem, pois quem não lembra da polêmica censura da Prefeitura do Rio de Janeiro à HQ Vingadores: A Cruzada das Crianças. O abestado querendo ser o defensor das crianças e adolescente mandou retirar a obra da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Uma lástima!!! E na postagem comentamos de toda jornada que os super-heróis tiveram que desbravar para estamos hoje curtindo a doidado. Se não fosse esse desbravamento, não teríamos a Mulher Maravilha dando um caldo nos cinemas e até em Fortnite, como também o nosso rei de Wakanda, o Pantera Negra esbanjando elegância, força e sabedoria tanto na série What if? como no game Marvel's Avengers. Meu véi, minha véia, ele está virado com a gota serena de arretado, até colocou o Stark no bolso!!   Celebramos as origens e as multi faces do Cavaleiro das Trevas, sim, ele é um danado. Nem descansou direito e já tem outro filme nas telonas. Tô doidinho pra ver. O universo do Batman é tão rico que seu arqui-inimigo, o Coringa, teve a audácia e habilidade de faturar dois Oscars, é um desenrolado, já pensasse nisso!!!   Superman é mais velho e nem conseguiu uma participação especial na causada da fama, aliás, tem aparecido com mais frequência versões do apocalipse do kryptoniano, seja na Liga da Justiça, seja em séries como Invencível, The Boys e o Legado de Júpiter. Celebramos os mais de 130 anos de uma empresa que se reinventa a cada década, mesmo que algumas empreitadas não deem muito certo. A Nintendo sabe trazer diversão para todos nós, aliás, sem ela não, teríamos Mario e seus amigos nas Olimpíadas de 2021, é mentira Terta? Com o avançar da banda larga, onde todo mundo está correndo para o streaming, essa ‘filosofia’ de negócio e consumo chegou no universo dos games, onde a Apple e a Google lançaram suas plataformas de jogos sem a necessidade de um console, pois, tudo já está na nuvem, e não se engane, você já está lá também! Porém, a Stadia não contava com a pandemia do Covid-19. Falando da famigerada, a fela da gaita de certa forma, ajudou o mundo dos jogos, pois nunca se consumiu tanto, e não falo apenas dos games, mas também equipamentos, acessórios, até cadeira gamer sumiu do mercado. Em Recife mesmo, os studios e desenvolvedores estavam e continuam numa produção da ‘murrinha’, mesmo todos trabalhando virtualmente. Oxe, e as marcas de butuca nos gamers, pense! Quem iria imaginar que marcas como Magalú, Mercedes-Benz, Brahma, China in Box, Bancos como BS2, BB, até itaú querendo conversar de e-sport ou como foi que a gente deu uma dash virada com a gota serena em Kintaro, de Mortal Kombat. Aliás, a Magalú está comprando é tudo, falou sobre game, assunto de nerd ela está comprando, Deus queira que o próximo seja o Cabra Nerd. Oi, e não é que até político está de butuca também, usando games, se aventurando em Among Us para poder conversar com eleitores, meu véi, minha véia, os tempos são outros! Mas os jogos não são apenas para diversão ou empreitada de marcas, mas pode salvar vidas. No ano passado, a Universidade de Washington fez uma atualização do jogo Foldit para versão móvel (celular) com o propósito de conter ou neutralizar Covid-19. Esse tempo de pandemia serviu para refletir sobre o que queremos ser hoje e no futuro, né verdade, serviu para aprender coisas novas, como programar brincando ou entender que todo mundo tem seu valor, seja o médico da UTI, seja o entregador de pizza pedalando em sua bike, já ‘profetizava’ Kojima! E não podemos esquecer que ainda estamos numa pandemia que parece não querer sair do planeta Terra-616, onde precisamos festejar o Dia das Mães, das Mulheres, do Gamer com amigos e amigas através do computador, da câmera do smartphone, até mesmo dançar frevo no VRchat ou em GTA, já pensasse!! Mas com cuidado, amor, reflexão e muito jogo iremos sair fortes dessa situação, pois parafraseando Sócrates, já disse Morpheus para Neo, ‘conhece-te a ti mesmo’ para seguir sua jornada de renascimento dentro e fora da Matrix. Free your mind!!! Bom, meu véi, minha véia, a conversa está boa pra dedéu, mas vamos comemorar esse aniversário duplo jogando com os compadres e comadres, né verdade!

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Quadrinhos e games: um caso de amor (Parte 1)

*Por Eduardo Martins "Lembro-me como se fosse hoje. O ano era 1996, em um sábado qualquer. Acordei mais cedo que o normal, e sentado em frente ao "Fliperama da Dona Cris", esperei ela abrir o estabelecimento para ser o primeiro a jogar o fliperama que tinha acabado de chegar: Marvel Super Heroes. No alto da adolescência nerd, extasiado com o simples fato de jogar com meus personagens favoritos: Wolverine, Homem-Aranha, Hulk e Capitão América. E ainda, no estágio final, lutar contra o poderosíssimo Thanos e recuperar as joias do infinito". Sim, caro leitor, muito antes de todo o sucesso da franquia cinematográfica bilionária da Marvel, a indústria de games já flertava com Desafio Infinito, série em quadrinhos criado em 1991 por Jim Starlin, George Perez e Ron Lim. Desde dos anos 30, as famigeradas "revistas de histórias em quadrinhos" alimentam a cultura de massa e influenciam diversas outras mídias e formas de entretenimento. No começo dos anos 80 até os dias atuais, são milhares de produções que carregam esse DNA: desenhos animados, seriados e filmes. É evidente que o "irmão mais novo" não ficaria fora dessa. Os primeiros videogames passaram as duas primeiras décadas, 50 e 60, desenvolvidos por engenheiros e cientistas e eram ligados àqueles computadores gigantescos que mal cabiam na sala de estar. Somente em 1972, com a criação do Atari-Pong e do Magnavox Odyssey, que os consoles ficaram acessíveis. Deu Match! O início de um relacionamento sério entre quadrinhos e games. Quem nunca se imaginou jogando com seu super-herói favorito? Os quadrinhos sempre estiveram lado a lado dos primeiros videogames, por mais que a tecnologia e o enredo ainda não fizessem jus as artes e roteiros bem mais elaborados das histórias de super-heróis americanos do final dos anos 70. O primeiro lançamento aconteceu em 1979, com o jogo do Superman, para o Atari 2600. Porém, só no final dos anos 80, é que realmente os jogos baseados em quadrinhos começam a conquistar o público e adaptações de obras de grandes editoras, e até de outras pouco conhecidas, começam a proliferar. Definitivamente, essa dupla formou uma das principais fontes de diversão da criança e do adolescente oitentista: os gibis de heróis e os jogos de videogame em casa ou no fliperama na rua. E foi nesse último que, um simples namorinho de portão, tornou-se um relacionamento sério, por conta do enorme sucesso do jogo para arcade "As Tartarugas Ninjas", lançado pela Konami em 1989. Por mais que o jogo seja baseado no sucesso da franquia e do primeiro desenho animado para TV, diversos elementos da obra original em quadrinhos, criada pela dupla Kevin Eastman e Peter Laird, foram mantidos. A popularidade do jogo foi tão grande que cruzou diversas plataformas e até hoje continua com uma jogabilidade fluída se comparado a outros jogos do mesmo período. Apesar da década de 80 ser o início de uma relação duradoura, somente nos anos 90 que os jogos baseados em quadrinhos se tornam bem mais atrativos, tanto em termos gráficos, quanto em sinergia. O que fazia a cabeça da gurizada foram os jogos 2d conhecidos como beat ´em up, onde o combate corpo-a-corpo é travado diante de vários inimigos, normalmente, em um ambiente urbano. A pancadaria com enredo mais eloquente, viu nos quadrinhos uma chance de atrair seus fãs com mais facilidade. Jogos como X-Men – O jogo, pela Konami, O Justiceiro, pela Capcom, ambos baseados em quadrinhos da Marvel, os jogos do Batman e da Liga da Justiça, licenciados da DC Comics, e outros como Cadillacs and Dinosaurs, oriundos do quadrinho indie da Xenozoic Tales, que prova o sucesso mesmo longe de uma adaptação de uma editora mainstream. Com o crescimento dos computadores pessoais, os famosos PCs, e com a expansão da internet, surge um novo capítulo no cruzamento entre quadrinhos e videogames: os jogos de aventura. Sam & Max, uma dupla de detetives antropomórficos que combatem o crime em Nova Iorque foi lançado em quadrinhos pelo artista Steve Purcell, em 1987 e seis anos depois virou um jogo para computadores desenvolvido pela LucasArts. O jogo cheio de enigmas e reviravoltas é muito fiel ao quadrinho, graças a participação de Purcell no processo de criação junto com a equipe de desenvolvedores. Com o sucesso de Sam & Max, outros produtores começaram a enxergar nos quadrinhos independentes uma fonte inesgotável de histórias e novas franquias de sucesso. Da tela para o papel: Games que se transformaram em quadrinhos. É verdade que não existe em mesmo volume de publicação, jogos baseados em quadrinhos, mas o inverso também é real e desde dos anos 80 continua presente em produções mais recentes. Alguns personagens de jogos clássicos como: Mortal Kombat, Sonic - The Hedgehog, Street Fighter, Mega Man e Wonder Boy, também já estiveram nas páginas dos quadrinhos. E franquias mais modernas utilizam o formato para ampliar a experiência do jogador. São casos, como: Call of Duty, The Last Of Us, Assassin's Creed, Halo e World of Warcraft. Mas isso, a coluna vai tratar, me breve, em uma parte II, específica sobre o tema. E o casamento rendeu vários frutos e continuará firme e forte. "Batman: Arkham City","Injustice 2" e os dois jogos do aracnídeo: "Marvel´s Spider-Man" (2018) e o lançamento mais recente "Marvel´s Spider-Man: Miles Morales" (2020), são a prova de que os quadrinhos e os jogos de videogame, PCs e smartphones, vão continuar juntos por muito tempo e a relação entre as duas indústrias só tende a ficar ainda mais integrados. Top List Gibitown: 10 games baseados em quadrinhos que você precisa jogar agora! Os dez melhores games baseados em quadrinhos ocidentais, ok? Isso porque jogos baseados em mangás e animes também serão tratados em outra edição especial aqui, na coluna Gibitown. Fiquem ligados e que comecem os jogos. #10 - Asterix (1991) Asterix foi lançado pela Sega para o console Master System. Na época, a revista inglesa especializada em games, Mean Machines, exaltou a enorme semelhança entre o jogo e o quadrinho criado em 1959 pela dupla francesa Albert Uderzo

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A volta de Zamor com a dupla Franco de Rosa e Mozart Couto

*Por Eduardo Martins Um é paulista, mas já morou em diversas cidades do Brasil. O outro é mineiro, de Juiz de Fora, desde sempre. O primeiro gosta de apreciar um bom jazz e assistir a filmes nas horas vagas. Já o segundo, ocupa o tempo vago com leituras, artes digitais, softwares livres e estudo continuo de desenho. Ambos iniciaram a carreira profissional como quadrinistas nos anos 1970 e, juntos, somam mais de noventa anos de trabalho dentro do universo dos quadrinhos. Duas lendas vivas da nona arte: Franco de Rosa e Mozart Couto, respectivamente. A história de Franco de Rosa com os quadrinhos começa ainda na escola, quando produzia fanzines com os amigos. Começou a carreira em 1974, publicando tiras em jornais, como no extinto Notícias Populares, do Grupo Folha. A partir daí, não parou mais de produzir. Além de criar, escrever e desenhar histórias em quadrinhos, ele também é jornalista, colunista e editor. Com passagem por praticamente todas as principais editoras nacionais. Além disso, foi um dos fundadores de pelo menos três delas: Press, Opera Graphica e Mythos (ainda em atividade). Já Mozart Couto começou a carreira profissional em 1978, na extinta Editora Grafipar, de Curitiba. É nela que os dois se conhecem e de onde nasce o fio condutor para a entrevista que se sucede logo mais. Um verdadeiro mestre dos quadrinhos, com uma versatilidade impressionante de traços e estilos usados para compor inúmeras publicações de terror, erótica, espada e feitiçaria, faroeste, ficção-científica, adaptações literárias. Além disso, foi um dos pioneiros a ingressar no concorrido mercado americano de heróis na efervescente década de 90. A colaboração entre eles aconteceu em agosto de 1982, quando Franco de Rosa convidou Mozart Couto para ilustrar as páginas do “Almanaque Zamor”, pela Grafipar.  A criação foi muito bem recebida na época, com a história do selvagem que viveu milhões de anos atrás, antes do dilúvio, onde hoje fica a América do Sul.  Agora, quase 40 anos depois, os dois quadrinistas estão reunidos mais uma vez para lançar uma nova edição pela jovem Editora Universo Fantástico, que vem investindo em títulos de autores nacionais para montar seu catálogo. Confira a entrevista com Franco de Rosa e Mozart Couto, concedida para a Coluna Gibitown sobre o lançamento de “Zamor, o Selvagem”. Além de dicas, influências nos quadrinhos, mercado editorial e, é claro, superpoderes. Qual foi a primeira lembrança de ter lido um quadrinho? Franco de Rosa - O primeiro gibi que eu comprei escolhendo, e lendo, foi em "Uma Viagem de Trem - Campeões do Oeste", da Rio Gráfica, com capa de Walmir Amaral, de quem me tornei amigo em 2006. Mozart Couto - Não me lembro bem quando comecei a ler HQ, mas era bem novo. Nem sabia ler ainda e os quadrinhos já me atraíam. E recente, qual o último quadrinho que leu? E o que está lendo no momento? FR - O último que li foi “Desfecho”, episódio “Poderoso Maximus”, da Editora Universo Fantástico. Vou ler mais tarde “Ménage” do trio Laudo, Germana e Marcatti. MC - Não me lembro do último e nem do atual porque estive afastado dos quadrinhos, trabalhando com outras coisas, exceto esporadicamente, quando faço algum trabalho que seja HQ. O que fez vocês trabalharem com quadrinhos? FR - Por ler muitos gibis, colecionar alguns e desenhar sempre, senti que o que eu queria era fazer quadrinho. Desde os 10 anos de idade. Aos 14, fazia trabalhos escolares em quadrinhos. "O Guarani" de José de Alencar foi minha primeira obra. Uma adaptação em 12 páginas. MC - O que me fez fazer quadrinhos foi um impulso natural de gostar de desenhar histórias, imagens em sequência sem ser animação. E estímulo por ter visto tantas coisas bonitas nessa arte dos quadrinhos. E se fosse para ter um superpoder, qual vocês escolheriam? FR – Eu gostaria de ter supervelocidade, para escrever e desenhar mais rápido e apreciar o mundo congelado, como na cena em que o "Mercúrio", zoa com todos em um dos filmes da Marvel, que eu considero uma das mais lindas cenas de cinema da história. MC - Superpoder… acho que voar seria legal ou poder ficar invisível. Como vocês se conheceram? O Zamor foi o primeiro trabalho que fizeram juntos? FR - Em absoluto. Eu e Mozart trabalhamos em outras histórias em quadrinhos. A maioria voltada para leitores adultos, também de suspense, terror e aventura. Zamor foi o nosso primeiro e único trabalho de grande fôlego. MC - Nos conhecemos trabalhando em quadrinhos para a editora Grafipar. Fizemos alguns trabalhos juntos, mas com personagem acho que foi só esse, que eu me lembre agora. Desculpe, mas foram tantas parcerias e tantas histórias que a gente sempre esquece. Em 1932, “Conan”, personagem das revistas pulp é criado por Robert Howard. Em 1982, a estreia do bárbaro nos cinemas transformou-o instantaneamente em um fenômeno mundial entre jovens e adultos. No mesmo ano, vocês lançaram o Almanaque Zamor, publicado pela extinta editora Grafipar. Existe alguma relação entre Conan e Zamor? Como surgiu o personagem? FR - A Grafipar lançou Zamor em 1980, em uma revista chamada "Selvagem". O personagem existia desde 1971, quando eu fazia o fanzine "Gudizo". Conheci o Conan em 1972, em edição desenhada por Barry Smith, com roteiro de Roy Thomas, com quem trocaria e-mails em 2000 para publicar as tiras de Conan, na revista Stripmania da Opera Graphica Editora. Sempre gostei do Conan desenhado por Barry Smith. Zamor nada tem a ver com Conan. Zamor é um personagem do tempo das cavernas. É um herói pré-histórico, que atua na borda das grandes cidades das evoluídas Atlântida e Lemúria, que vivem em guerra. MC - Nem me lembrava que as épocas coincidiam. Na verdade, os dois são personagens diferentes. Zamor é um homem que viveu com uma tribo de homens pré-históricos, na época de Atlântida e Lemúria. Ele encontrou uma faca que estava dentro de uma nave caída do espaço. Ele saiu pelo mundo em busca de suas origens e viveu aventuras bem variadas onde nem

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Chega ao Brasil mais uma obra do quadrinista Jeff Lemire

Por Wanderley Andrade Eleito duas vezes melhor quadrinista do Canadá pelo Schuster Award e indicado a oito Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos, Jeff Lemire está entre os maiores quadrinistas da atualidade. É criador da aclamada série Black Hammer, publicada pela Intrínseca, e que já vendeu mais de 60 mil exemplares no Brasil. Sem perder tempo, a editora lançou recentemente o primeiro volume de Royal City: Segredos em família, graphic novel escrita, roteirizada e ilustrada pelo canadense. A história acompanha o drama vivido pelos integrantes da família Pike, que carregam, cada um a seu modo, o trauma da morte do caçula, Tommy. Anos depois do fatídico acontecimento, o patriarca, Peter, sofre um derrame, fato que põe outra vez frente a frente a mãe, Patti, e os filhos Patrick, Tara e Richie. Cada membro da família se relaciona regularmente com Tommy, que se materializa conforme a visão particular de cada um, ora um padre, ora um alcoólatra ou na forma de um adolescente. Royal City: Segredos em família tem pegada cinematográfica, até poderia ser roteiro de um filme ou série. Diálogos afiados, que imprimem bem todo trauma e dor entranhados nas relações dessa família disfuncional. A cidade retratada no papel também assume a função de personagem, emanando todo o pessimismo e amargura dos Pike. Voltando a Jeff Lemire, o quadrinista participou recentemente da CCXP Worlds, considerado o maior evento de cultura pop do mundo, que este ano teve edição 100% online. Tem também no currículo passagens por grandes editoras americanas como a Marvel e a DC. Mais detalhes da graphic novel no site da Intrínseca.  

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HQ Ânsia Eterna é lançado em e-book

A partir deste mês, o quadrinho Ânsia eterna, da autora Verônica Berta, está disponível no formato digital. A HQ é uma releitura de contos escritos pela escritora brasileira Júlia Lopes de Almeida, publicados no livro homônimo de 1903. Em uma proposta artística voltada para a pintura, com forte influência de artistas impressionistas e pós-impressionistas, os principais elementos do livro - suspense, surpresa, grotesco e tragédia - são transportados por Verônica para esta obra. O quadrinho reúne, portanto, os contos Ânsia eterna, Os porcos e A caolha. De acordo com Verônica, um ponto comum entre as três histórias é a reflexão, em forma de narrativa, sobre as diferentes expectativas impostas à mulher na sociedade brasileira da virada do século XIX para o XX. PRÊMIOS Ânsia eterna figurou entre os livros finalistas do prêmio Jabuti 2019, na categoria Histórias em Quadrinhos, recebeu duas indicações ao Troféu HQ Mix, considerado o Oscar dos quadrinhos brasileiros; e também concorreu na categoria Melhor Lançamento de 2018 no 35º Troféu Ângelo Agostini. SERVIÇO: FICHA TÉCNICA Título: Ânsia eterna Autores: Verônica Berta Editora: SESI-SP Editora Ano: 2018 Páginas: 56 Formatos disponíveis: impresso e e-book SOBRE A AUTORA Verônica Berta é ilustradora e quadrinista. Graduada em design gráfico pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, fez curso superior de desenho na École Émile Cohl (Lyon, França). Trabalhou como ilustradora e desenhista de storyboard no mercado publicitário e como generalista 2D na Mono Estúdio de Animação. Atualmente é ilustradora freelancer e professora de desenho na Quanta Academia de Artes.

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Que tal apoiar um quadrinho nacional?

*Por Eduardo Martins Já falamos em uma edição anterior da Coluna Gibitown como as plataformas de financiamento coletivo se tornaram uma ferramenta essencial para lançamentos de quadrinhos, sem que necessariamente o autor precise de uma grande editora por trás. E a quantidade e qualidade das obras que nascem através dessa modalidade vem crescendo consideravelmente em 2020. Reflexo da quarentena? Provavelmente. Em uma pesquisa divulgada pela GFK, romances e quadrinhos estão entre os gêneros de livros mais lidos neste período de pandemia. Antes disso, Quadrinhos e Mangás ocupavam a 5ª colocação. Depois da pandemia, o gênero pulou para a 2ª colocação. Por isso, sempre que possível, vamos trazer para você, leitor da Gibitown, uma seleção de quadrinhos em financiamento coletivo que enxergamos bastante promissores. E de quebra, quem sabe, você ainda consegue um sketch autografado pelo autor (um exemplo de mimo por apoiar a produção de uma nova HQ nessa modalidade). Dessa vez, os escolhidos foram apenas artistas e/ou autores com obras nacionais. São 06 quadrinhos e 01 livro especializado sobre a nona arte. Vamos a lista? 01 - Samurai Doggy Se você é fã do filme Kill Bill e adora um cachorro, então essa HQ é para você. Nada melhor que assistir ao vídeo promocional de Samurai Doggy para perceber que não estamos diante de um projeto qualquer. Com roteiro de Chris Tex e desenhos de Santtos, a campanha já ultrapassou mais de 600% da meta inicial. A história gira em torno do cachorrinho conhecido como Doggy, que viu sua mãe sendo brutalmente assassinada e os seus 8 irmãos sequestrados por um homem misterioso. Na tentativa de salvá-los, Doggy lutou bravamente contra o terrível assassino. Assim começa Samurai Doggy e continua em mais de 120 páginas com reviravoltas fantásticas. 02 - Sereia da Floresta “Essa não é uma história apenas sobre bruxas e sereias. É uma história que mistura realidade e fantasia, magia e ciência. O foco está nas mudanças, nas adaptações, na culpa gerada pelas escolhas erradas.”, disse Hiro Kawahara, criador da HQ Sereia da Floresta. Tenho quase certeza que você já se deparou com alguma ilustração de Hiro, enquanto degustava seu lanche em alguma praça de alimentação de shopping. Isso por que, nas palavras do próprio ilustrador, “Eu criei e ilustrei as toalhinhas de bandeja do McDonald's por 27 anos”. Mas engana-se quem pensa que Sereia da Floresta é uma história para criança. Pelo contrário. É proibido para menores. Temas mais complexos como melancolia, solidão, abandono e suas consequências, giram em torno da personagem principal, a sereia/humana Brissen. Sem dúvidas, esse quadrinho deve entrar em listas de “melhores leituras do ano”. 03 - Zênite De um poema nasce uma nova história em quadrinhos: “Um homem atormentado pelo Sol e sua angustiante busca por segurança e abrigo no refúgio da noite”. Essa é a premissa em torno de Zênite, poema homônimo escrito por Gabriel Calfa e transfigurado para os quadrinhos pelo ilustrador Diego Porto. E são justamente os desenhos de Diego que chama atenção e salta aos olhos de quem vê pela primeira vez. Mitologia e psicodelia emaranhadas em um só lugar. Quem disse que toda HQ precisa ter mais de 100 páginas para ser surpreendente? As 20 páginas de Zênite podem te provar o contrário. Zênite é o primeiro de cinco projetos do selo RISCØ que foram aprovados e selecionados no Edital de Fomento às Artes da Prefeitura da Cidade de Niterói em 2019. 04 - Cowboy: Pedro Mauro 50 anos Aqui é para apoiar sem medo. Pode ir de olhos fechados que a coluna Gibitown garante. Estamos diante de um dos maiores ícones do quadrinho nacional, com uma obra exclusiva comemorando 50 anos de carreira do quadrinista Pedro Mauro. Com 172 páginas, “Cowboy” reproduz em fac-símile todas as sete aventuras de faroeste que Pedro Mauro realizou no período de 1970-71. No total foram compiladas sete histórias desenhadas por Pedro Mauro e publicadas pela Editora Taika em diferentes série. Quem é fã incondicional dos sucessos da editora italiana Bonelli, vai gostar de Cowboy. Desculpem o trocadilho, mas aqui é “tiro e queda”. 05 - A Garota Bipolar Vol. 01 Mais um mestre quadrinista nacional que dispensa comentários. Pode ser que você conheça o trabalho de Ota Assunção como editor da revista MAD no Brasil, como pode ser visto no ótimo vídeo promocional na página da campanha.  O livro é uma compilação da série A Garota Bipolar, do Ota, que vem sendo publicada em pequenas edições em formatinho, incluindo as inéditas tiras do quarto volume, ainda não publicado. A edição de colecionador de A Garota Bipolar também traz, além do material inédito, muito material extra e marca o início da coleção de álbuns do Ota, pela Tai Editora. A campanha já chegou a mais de 80% da meta. Corre, que esse é mais um item de colecionador indispensável na sua estante. 06 - Felipe Castilho Diferente do que apresentamos até agora, o escritor Felipe Castilho criou uma campanha “always on”, que não tem uma data final de arrecadação, em uma espécie de assinatura mensal. Segundo ele: “Estou aqui em minha primeira campanha no Catarse Assinaturas trazendo uma ideia um pouco megalomaníaca: quero entregar para os meus leitores uma história em quadrinhos por mês”. Em parceria com artistas nacionais, essas HQs tem no mínimo 5 páginas mensais de histórias autorais, acompanhadas de uma newsletter sobre escrita, fantasia, ficção científica e quadrinhos. Tudo isso em formato digital. Corre lá na página da campanha que já tem quadrinhos de meses anteriores para começar a ler. 07 - A Fantástica História dos Quadrinhos: do surgimento aos syndicates - 1833 a 1967 O projeto seria lançado em livro impresso, mas por conta da pandemia os custos aumentaram, e o criador Thiago Modenesi resolveu lançar a campanha com a edição em formato digital. Doutor em Educação, professor universitário, editor da Quadriculando e autor de vários livros teóricos sobre histórias em quadrinhos, Modenesi levou cerca de 1 ano e meio de pesquisas para conceber “A Fantástica História dos Quadrinhos: do surgimento aos syndicates - 1833 a

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Quadrinhos na luta contra o Racismo

*Por Eduardo Martins “Todos os crimes, que a imaginação pode conceber, desde o lançamento ao mar de centenas de homens vivos até a morte, tudo cai como uma responsabilidade enorme de sangue sobre nossa cabeça. Eis por que hoje quando queremos livrar-nos sem abalo desse mal, não o podemos. Ele tem a idade de nosso país: nascemos com ele, vivemos dele. Foi como um vírus que se embebeu longos séculos em nosso sangue.” A citação foi retirada do primeiro capítulo do livro “A Escravidão”, do pernambucano Joaquim Nabuco, que ele começou a escrever quando retornou ao Recife em 1869, com seus vinte anos ainda incompletos. Ainda hoje, 151 anos depois do que foi escrito pelo célebre abolicionista, o vírus do preconceito racial continua vivo e encarangado em nossa sociedade. Infelizmente, os fatos mais recentes contribuem para isso. Nos EUA, o ex-segurança norte-americano George Floyd, homem negro de 46 anos, morreu asfixiado em 25 de maio de 2020, depois que Derek Chauvin, então policial de Minneapolis, ajoelhou-se no pescoço dele por pelo menos sete minutos. Aqui, no Brasil, o menino Miguel Otávio, de 5 anos, morreu após cair do 9º andar de um prédio de luxo no Centro do Recife na última terça-feira (2). O endereço é onde a criança, filho da empregada doméstica Mirtes Renata Santana de Souza, morreu depois de ser enviado sozinho de elevador pela patroa da mãe, Sarí Côrte Real, a um andar mais alto e cair de uma altura de 35 metros enquanto a procurava.  Autuada por homicídio culposo, a patroa pagou 20 mil reais de fiança para responder o processo em liberdade. A cor da pele não deveria nos diferenciar uns dos outros, mas casos como estes nos mostram exatamente o contrário. Milhares de pessoas foram às ruas nas duas últimas semanas, no mundo inteiro, e ainda continuam indo, para lutar contra o preconceito racial e atrocidades cometidas por alguns policiais. #BlackLivesMatter ou #VidasNegrasImportam se tornaram o nosso lema atual. Mesmo passando por um dos piores momentos da nossa história recente, por conta da Pandemia da Covid-19, não podemos baixar a cabeça contra o racismo, que ainda ruge nos quatro cantos do planeta. Além dos protestos*, o saber, o aprendizado e a informação correta pode mudar toda uma cultura. Toda uma sociedade. E, inserido no mesmo cenário, as histórias em quadrinhos tornam-se um poderoso instrumento de educação e de transformação social. Contudo, assim como em outras formas de expressão artística – principalmente no cinema feito em Hollywood – os quadrinhos também possuem obras pejorativas e carregadas de preconceitos que mancharam um período passado de sua história. Desde dos primórdios da arte sequencial, pessoas negras vêm sendo retratadas de forma equivocada. Nos quadrinhos norte-americanos de super-heróis, a integração de personagens negros sempre foi motivo de controvérsia. Homens e mulheres negras foram durante décadas relegados a meros coadjuvantes, impregnados de estereótipos, as vezes na selva, outras na periferia. Inverter a ordem do protagonismo do herói nos quadrinhos americanos mainstream aconteceu com mais vigor no final dos anos 60 e ao longo da década de 70, quando explodiu nos Estados Unidos o movimento cinematográfico conhecido como Blaxploitation. Influenciando uma geração inteira, não apenas no cinema, mas também no campo da música, pintura, teatro e literatura, o movimento também acertou em cheio o universo dos quadrinhos. Em junho de 1972, Luke Cage faz sua primeira aparição em “Luke Cage - Hero for Hire #1”, se tornando o primeiro super-herói negro como protagonista a ter um título próprio com o nome estampado na capa. Criado durante o auge da blaxploitation, Luke Cage é um ex-presidiário preso por um crime que não cometeu. Após ser submetido voluntariamente a um procedimento experimental, ele adquire uma força sobre-humana e sua pele se torna inquebrável. Livre da prisão, ele se torna o “Herói de Aluguel” da Marvel Comics, combatendo o crime nas ruas de Nova Iorque. Já a editora DC Comics também surge com seu primeiro super-herói negro e protagonizando seu próprio quadrinho: John Stewart, O Lanterna-Verde, co-estrelado pelo Arqueiro-Verde. O preconceito racial, o tráfico de drogas e a violência urbana transformam o arquiteto John Stewart no paladino no combate às injustiças acometidas ao povo afro-americano. O movimento Blaxploitation surgiu para confrontar o modelo de cinema Hollywoodiano da época, porém não deixou de ser tema de discussão sobre como os seus protagonistas ainda carregavam alguns estereótipos raciais. O que nos leva a outro super-herói da Marvel, O Pantera Negra. Um personagem que não é ajudante e não tem sua origem preconcebida em preceitos de cor ou raça. Criado em 1966, um pouco antes da Blaxploitation, o Pantera foi o primeiro herói negro que conquistou o público jovem e na direção certa quando se discute a representação do negro na narrativa gráfica de super-heróis. A história do Pantera Negra é essencialmente ambientada em Wakanda, um reino africano fictício – altamente rico e com tecnologia avançada, livre dos clichês associados aos personagens negros daquela época – que eventualmente apareciam em guetos escuros, sujos ou em cenários urbanos degradados. Além de invocar poderes místicos ancestrais, o Pantera conseguiu unir inteligência acima da média e habilidade física fora do comum para combater seus inimigos. Saindo um pouco do campo dos quadrinhos de super-heróis, existem diversas obras mais realistas e/ou biográficas, que mostram como o racismo sujou e continua sujando a história da humanidade até os dias atuais. Uma graphic novel em particular, merece menção: A Marcha, Livro 1: John Lewis e Martin Luther King em uma história de luta pela liberdade. Lançada no Brasil em 2018 pela editora Nemo. Este quadrinho surgiu depois que o assessor Andrew Aydin descobriu que seu chefe, o parlamentar John Lewis, um ícone nos Estados Unidos e uma das principais figuras do movimento pelos direitos civis, foi influenciado pelo quadrinho de 16 páginas conhecido como “Martin Luther King & The montgomery story”, de 1950. A partir disso, ele ajudou o próprio John Lewis a escrever a trilogia A Marcha. O quadrinho retrata a longa batalha de Lewis pelos direitos humanos e civis,

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15 clipes musicais inspirados no universo dos quadrinhos

*Por Eduardo Martins O que o clipe da música “Civilized Hell”, do artista folk norte-americano Lukas Nelson e de “Quem tem um Amigo tem Tudo”, do rapper brasileiro Emicida, têm em comum? Além de terem sido lançados recentemente, ambos estão recheados de referências diretas ao universo dos quadrinhos. De um lado, a clássica sequência em tiras de “Uma pequena história da América”, lançada em 1979 pelo cultuado quadrinista Robert Crumb, ganha vida para retratar a transformação urbana e a subsequente deterioração dos Estados Unidos. Do outro, o mangaká Akira Toriyama e a sua maior invenção, o Dragon Ball, são referenciados de um jeitinho, digamos, bem brasileiro. Já não é nenhuma novidade que Hollywood anda de mãos dadas com a indústria dos quadrinhos. Os 23 filmes do “Universo Cinematográfico Marvel” já arrecadaram mais de 21.1 bilhões de dólares em todo o mundo, tornando-se a franquia de maior bilheteria de todos os tempos. Mas e no campo da música? Quais são os artistas e bandas que tem seus clipes influenciados pela nona arte? É isso que vamos descobrir na coluna Gibitown desta semana. A intenção era fazer uma lista mais curta, com 5 a 10 clipes. Mas, quando a pesquisa começou, ficou difícil escolher tamanho o número de opções que encontrei com esta temática. Então, vamos a lista? Aperta o play! 01) A-ha - Take on Me O primeiro da lista não poderia deixar de ser o vídeo de "Take On Me". Lançado em 1984, o clipe é o primeiro com a temática quadrinhos. Conquistou 06 prêmios no MTV Music Awards de 1986, incluindo “Melhor Artista Novo” e “Melhor Direção”. Tudo começa com uma corrida de motos em um plano de arte sequencial feito a lápis. Em seguida, corta para uma cena em um Café, onde uma jovem ler o quadrinho em questão. A partir daí, a mocinha é absorvida para dentro das páginas da HQ, tornando parte da história, onde quadrinhos e realidade misturam-se para criar um final digno dos clássicos filmes românticos juvenis dos anos 80. 02) The Alan Parsons Project - Don’t Answer me A música "Don’t Answer me", do álbum Ammonia Avenue (1984), foi o primeiro clipe da banda e logo de cara, eles produziram uma animação espetacular. O quadrinista Michael Kaluta ficou responsável pelos quadros do clipe, que tem seu protagonista inspirado no detetive Dick Tracy, clássico noir criado em 1931 pelo cartunista Chester Gould. Dirigido por Peter Rosenthal, que também é responsável pelo clipe de Madonna "Who's That Girl", o clipe foi considerado bastante caro para os padrões da época, exigindo cerca de 40 profissionais de animação, em sua maioria, para finalizá-lo. 03) U2 - Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me E se o vocalista da banda U2, Bono, fosse o Batman? No clipe, a banda aparece tocando em plena Gotham City, intercalando com imagens do filme Batman Eternamente, de 1995. A película é um verdadeiro pastelão e fica entre as piores adaptações do morcego, mas isso não impediu que a música alcançasse a posição número #1 da Billboard na Irlanda. A melhor cena é quando Bono é atingido por um carro dirigido por Elvis. Depois corta para ele amarrado a uma cama de hospital. Ele é atingido por um estranho raio, que o transforma em MacPhisto, personagem influenciado pelos quadrinhos, criado pela banda na época da turnê Zoo Tv. 04) Pearl Jam - Do the Evolution O ano de 1998 trouxe dobradinha de clipes do astro dos quadrinhos da época, Todd McFarlane. O criador do Spawn, junto com outros 6 fantásticos quadrinistas, decidiu largar o emprego nas grandes editoras Marvel e DC, e criar a sua própria, a Image Comics. Os holofotes estavam em cima deles, que arrebentaram em vendas, esgotando a maioria dos lançamentos e criando enormes filas nos quarteirões das comics shops americanas. Com status de rockstar, nada mais conveniente para bandas como Korn e Pearl Jam, surfar essa onda e deixar a cargo de Todd McFarlane todo o processo criativo e direção dos clipes de “Freak on a Leash” e “Do the Evolution”. Este último, se tornou um verdadeiro hino do Pearl Jam, bastante influenciado por essa animação. 05) Korn - Freak On a Leash Além do clipe, Todd McFarlane também fez a capa do terceiro álbum do Korn, Follow The Leader. No clipe da música "Freak On the Leash", a arte sombria do artista combinou perfeitamente com o som pesado e angustiante do Nu-Metal, estilo musical onde a banda se tornou o principal expoente. 06) Jascha - Some Hungry Guy O cineasta e cantor Jascha Hoffman criou a animação do clipe de “Some Hungry Guy” em cima de imagens retiradas da famosa tira de quadrinhos Little Nemo, de Winsor McCay, que teve sua primeira publicação em 1905. Toda fantasia e perigos enfrentados nas tirinhas foram fielmente harmonizados com a música. Uma surpreendente homenagem a essa obra clássica, que já entrou em domínio público. 07) Czarface & MF Doom - Bomb Thrown O hip-hop sempre trouxe os quadrinhos para dentro de suas letras. Caso clássico é a junção do supergrupo Czarface com o rapper britânico MF Doom, que usa uma máscara inspirada no super-vilão da Marvel, o Doutor Destino. O cara nunca é visto sem ela, seja em apresentações ao vivo ou em fotos de divulgação. O clipe traduz tudo isso em uma atmosfera ambientada nos quadrinhos, através de técnicas de colagem, onomatopéias, heróis e vilões. 08) Eminen - Without Me Uma paródia dos quadrinhos de super-heróis foi o mote para Eminem e Dr. Dre construir o cenário perfeito para o clipe de “Without Me”. Fantasiados de Batman e Robin, os “heróis” precisam impedir que uma criança coloque o CD "The Eminem Show" para tocar. Tudo por conta das letras explícitas e escrachadas. O vídeo ganhou vários prêmios no MTV Music Awards, entre eles o de melhor "Vídeo do Ano". 09) Lukas Nelson - Civilized Hell Lukas Nelson não só teve a permissão do quadrinista Robert Crumb para usar “Uma Pequena História da América”, como o próprio desenhista enviou para

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