Arquivos Recife - Página 15 De 98 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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"Apesar da pandemia, a Cepe continua sendo a maior editora pública do País"

Ricardo Leitão, presidente da Cepe, analisa a influência da crise da Covid-19 na venda de livros, e fala sobre a retomada e as tendências do setor. Também informa os projetos da editora, como a Coleção Recife 500 Anos, a produção de audiolivros e a realização da feira Miolos, dedicada aos editores independentes. Com o isolamento social, seria razoável supor que um número maior de pessoas no País aproveitasse esse tempo em casa para ler mais livros. Não foi, porém, o que aconteceu. O faturamento do mercado das editoras apresentou uma queda de 10% em termos reais em 2020, quando comparado ao desempenho de 2019, segundo a pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro realizada pela Nielsen Book. Em Pernambuco, as vendas da Cepe caíram em torno de 20%. Resultado dos períodos em que suas livrarias permaneceram fechadas e eventos como feiras literárias e lançamentos de livros foram suspensos ou adiados. A retomada do setor, segundo seu presidente Ricardo Leitão, já começa a acontecer guiada por algumas mudanças. “A tendência é que não haja mais megalivrarias, mas livrarias de bairros, pequenas, segmentadas”, prevê. Otimista, mas cauteloso com esse novo momento, Leitão, nesta conversa com Cláudia Santos, fala sobre as dificuldades da venda de livros no País, o avanço do e-commerce, a importância das editoras independentes e os projetos da Cepe. Entre eles o lançamento da Coleção Recife 500 Anos e a produção de audiolivros. O primeiro a contar com a narração de atores será o clássico pernambucano A Emparedada da Rua Nova. Qual o impacto da pandemia no setor editorial? O impacto no mercado editorial daqui foi grande. Temos quatro livrarias próprias que ficaram fechadas durante a pandemia. Elas respondem por uma boa venda do varejo da Cepe. Além disso, o Circuito Cultural Cepe, que é uma série de feiras realizadas no interior, também não aconteceu em 2020 e 2021. São dois pontos de venda que a Cepe tem. O Circuito não aconteceu na forma presencial, mas digitalmente, o que perde muito porque o contato estimula muitas pessoas a comparecerem às feiras. Por outro lado, aumentaram as nossas vendas digitais, mas não na proporção para compensar as perdas dos eventos adiados ou cancelados. Qual foi o percentual de redução das vendas? As vendas no varejo caíram em torno de 20% e a receita da Cepe, que é em torno de R$ 50 milhões, reduziu em R$ 10 milhões. Chegamos no final de 2021 com esforço grande. Mas não deixamos de cumprir nenhum compromisso com pessoal e fornecedores. Reduzimos os custos no que foi possível, mantendo a atividade principal, que não é nem venda de livros: a Cepe foi fundada para editar o Diário Oficial que dá publicidade aos atos do governador e das prefeituras. Isso foi mantido rigorosamente todos os dias. Nossa receita caiu também porque não lançamos livro presencialmente. Um livro vende até 30% de sua tiragem num dia de lançamento de autógrafo. Agora estamos melhor, mas reduzindo um pouco a expectativa de lançamentos e o tamanho dos Circuitos Cepe de Cultura, com o objetivo de reequilibrar financeiramente a Cepe e crescer gradualmente as atividades. Nossa meta este ano é chegar a lançar em torno de 80 livros, porque é um bom tamanho. Quantos lançamentos a Cepe fazia antes da pandemia? Chegamos a lançar 100 livros e a Cepe se transformou na maior editora pública do Brasil, e está situada no Nordeste fora do circuito literário principal que é o Sudeste. Publicamos desde títulos infantis até livros baseados em teses acadêmicas. Isso também nos deu sustentação: se um segmento estava ruim, a gente investia no outro, se o livro físico estava ruim, a gente puxava o livro digital. Como estão as vendas do livro impresso? Um tempo atrás se dizia que ele ia acabar e ser substituído pelo e-book, mas não foi o que aconteceu. A expectativa era que a venda de e-book chegasse a 12% do mercado. Chegou, mas depois não cresceu, ficou estabilizada neste patamar. Acho que o gosto pelo livro imprenso se mantém. Também existe livro impresso que não serve para ser transformado em digital, como o livro de arte. Lançamos agora um livro que é uma retrospectiva do trabalho de Tereza Costa Rego, com 300 fotografias. A reprodução daquelas fotos no meio digital perde muito, não dá para ver uma tela de 13 metros de comprimento no visor do celular ou do computador. Existem outros tipos de livros que têm mapas e tabelas em que a leitura digital fica comprometida. Por isso é que eu acho que o livro impresso permanecerá. A televisão não matou o cinema, o livro digital não vai matar o imprenso. Mas o importante é que as pessoas leiam, a mídia é secundária. Leia a entrevista completa na edição 192.3 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Base Gaming investe R$ 2,5 milhões em empreendimento no Recife

O mercado dos games é um dos segmentos que cresce mesmo em meio à pandemia. No Brasil, ele movimentou R$ 12,5 bilhões em 2021 e atende a um público gamer de 67 milhões de pessoas, segundo dados do banco de investimentos Drake Star Partners. De olho nos consumidores da capital pernambucana, a Base Gaming traz um empreendimento inédito na zona sul, com investimento inicial de R$ 2,5 milhões. A empresa promete operar, a partir de abril, um espaço que atenderá jogadores amadores, semiprofissionais ou profissionais. Instalado no bairro do Pina, o local contará com arena central para eventos, salas para grupos com cinco computadores cada, arena com cinco playstations, estúdio para streaming e fotografia, salas de streaming, sala de podcast e salas de reunião. Os usuários ainda encontrarão no espaço de assistência técnica, venda de insumos e área gastronômica. De acordo com o empreendedor Leo Fontes, a unidade deve receber quatro mil pessoas por mês, com um tíquete médio de consumo de R$ 55. “Queremos ser a maior referência gamer do Norte/Nordeste e retomarmos o valor do investimento em um período de apenas 10 meses. Esse tipo de empreendimento sempre foi bastante escasso no mercado do Recife, infelizmente. Vamos trazer também a participação de grandes marcas, inclusive para o patrocínio dos jogadores, que são jovens pernambucanos”

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Prefeitura do Recife entrega Memorial Chico Science requalificado

(Da Prefeitura do Recife) Um dia depois do Recife completar 485 anos, as comemorações não pararam na cidade. Na manhã deste domingo (13), o prefeito do Recife João Campos chegou de bicicleta ao Pátio de São Pedro e realizou a entrega do Memorial Chico Science todo requalificado; em seguida, prestigiou o "485 motivos para você se mexer", evento inédito de atividades esportivas ao ar livre no Bairro do Recife; por fim, visitou a R.U.A dos Amores, o novo Espaço R.U.A que, numa parceria com O Boticário, ganhou sete painéis formando uma grande galeria de arte a céu aberto. As atividades, todas gratuitas, garantiram muito lazer, cultura e saúde para população e turistas. O Memorial Chico Science abriu as portas na data em que o artista, que assegurou antenas e novos sentidos culturais ao solo fértil do mangue recifense, completaria 56 anos. “Hoje é um dia de símbolos importantes. Hoje é o aniversário de Chico e a gente está numa área tão importante para a gente que é o Pátio de São Pedro, e a gente está fazendo um movimento, a regeneração do espaço e também fazendo a valorização do centro da cidade. Esses símbolos são muito importantes, uma cidade, uma sociedade, não tem como crescer se não tiver duas raízes muito fortes, a educação e a cultura”, destacou João Campos na primeira agenda do dia. “Agradeço e deixo a minha reverência e respeito ao movimento Manguebeat e a Chico Science, que é uma grande referência para a gente. Tudo na vida é referência, se a gente tem boas referências na vida, a gente pode construir uma caminhada muito mais proveitosa e com capacidade de mobilização. O Recife tem grandes referências e uma dessas grandes referências é Chico. Viva Chico!”, acrescentou ele. O espaço cultural gerido pela Prefeitura do Recife é a quarta entrega do Movimento de Valorização dos Equipamentos Culturais – Move Cultura. O Memorial teve instalações elétricas e hidráulicas recuperadas, coberta refeita, ganhou novo projeto de climatização e portas de vidro, para reforçar a interação com o entorno histórico. A sala de exposição recebeu novos piso e pintura e a sala de audiovisual passou a contar com novos equipamentos de TV e projeção. O Memorial Chico Science passa a funcionar de terça a sexta, das 10h às 16h. Aos domingos, a visitação acontece das 13h às 17h. Inaugurado em 2009, o Memorial conta com exposição permanente de fotos e textos que registram uma linha do tempo do artista, da infância ao sucesso da banda e da cena cultural que ela inaugurou e capitaneou. O acervo conta ainda com clipes, reportagens e registros em vídeo de Chico e sua Nação Zumbi em diversas apresentações pelo mundo afora. Neste domingo, a Prefeitura também realizou o "485 motivos para você se mexer", nas Avenidas Marquês de Olinda e Rio Branco, no Recife Antigo. Nos locais, sete atividades estiveram disponíveis para o público geral, gratuitamente, das 09h às 16h. O evento, em parceria com a Secretaria de Esportes, teve o objetivo de estimular a prática de exercícios físicos como forma de prevenção de doenças e fomento ao bem-estar. Profissionais da Secretaria de Esportes orientaram os presentes, de todas as faixas etárias, nas práticas: vôlei, basquete, badminton, patinação, futebol de barrinha, dança e amarelinha. As atividades aproveitaram o fluxo da ciclofaixa para convidar as pessoas a participarem. No local, João Campos também conferiu de perto uma das dez recém-instaladas estações do Salva Bike, locais onde os ciclistas podem fazer manutenções nas suas bicicletas. As estações são compostas por uma base de suporte/sustentação para a bicicleta e dispõem ainda de bomba de ar para a calibragem de pneus, ferramentas para ajuste de selim, chaves diversas e espátula para pneus. As estações foram instaladas atreladas ao percurso por onde passa a Ciclofaixa de Turismo e Lazer e estão no Parque Santana, Lagoa do Araçá, Parque da Jaqueira, Avenida Alfredo Lisboa, Segundo Jardim de Boa Viagem, Parque das Graças, Ciclovia Graça Araújo, Rua da Aurora, Avenida Rio Branco e Posto 7 de Boa Viagem. Também no Bairro do Recife, a Prefeitura do Recife, em parceria com O Boticário, criou a R.U.A. dos Amores, o novo Espaço R.U.A, na Avenida Barbosa Lima. Ao todo, sete painéis compõem a galeria de arte a céu aberto que faz parte do cenário deste mais novo atrativo da cidade. As artes têm o amor como inspiração principal e são assinadas por Manoel Quitério, Joana Lira, Bozó Bacamarte, Jeff Alan, Paula di Aguiar, Jade Matos e o coletivo Aurora das Estrelas. Amor pelo Recife, pelas águas, pela diversidade, amores de Carnaval, amor pela sustentabilidade, pelo cordel e pela música são os temas de cada uma delas. “A gente fez essa ativação artística e cultural com artistas que fizeram os painéis, um deles foi um coletivo que constitui. Hoje a gente tem uma rua integrada ao ambiente, com ativação cultural e valorização da nossa arte. Eu agradeço ao O Boticário por ter financiado essa iniciativa”, declarou o gestor municipal durante a visita. Como a R.U.A. dos Amores é especialmente uma área de convivência, conta com bancos e um varal coberto por sombrinhas de frevo, além de um barquinho inclusivo, garantindo acessibilidade de todas as pessoas no seu interior que está à disposição para quem quiser descansar ou garantir cliques criativos.

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Pesquisa revela a abertura de 204 mil lojas no varejo brasileiro

Apesar do cenário econômico desfavorável, faturamento do comércio apresentou, em 2021, maior avanço anual desde 2018 (Da Fecomércio-PE) O ano de 2021 foi marcado pela retomada do consumo presencial. E, segundo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com base nos dados do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o cenário mais otimista pôde ser percebido no crescimento do número de estabelecimentos. De acordo com o levantamento, que contabilizou trimestralmente a quantidade de CNPJs ativos em todas as atividades de varejo, excluindo os Microempreendedores Individuais (MEIs), o setor encerrou o ano com 2.407.821 estabelecimentos ativos, revelando, portanto, um saldo positivo de 204,4 mil registros em relação ao fim de 2020. O estudo também aponta que, apesar da baixa base comparativa de 2020, das dificuldades econômicas decorrentes da elevação da inflação, do aumento dos juros e do mercado de trabalho travado, o faturamento real do setor (no conceito ampliado) no último ano registrou crescimento de 4,5% - o maior avanço anual desde 2018 -, compensando, assim, a retração de 1,4% verificada no ano retrasado. Recuperação O presidente da CNC, José Roberto Tadros, observa que 2021 representou a recuperação do comércio varejista brasileiro após um período de significativas limitações operacionais. "A flexibilização das restrições impostas ao varejo em diversos estados e municípios, especialmente após o fim da segunda onda da pandemia, e o avanço da vacinação, contribuíram para a tendência de aumento da circulação de consumidores e, certamente, estimulou o movimento de reabertura de estabelecimentos comerciais". E o indicador de mobilidade do Google confirma. O relatório da plataforma apontou tendência de alta no fluxo de consumidores em estabelecimentos comerciais ao longo do ano passado. No fim de 2020, essa frequência se encontrava 29,4% abaixo do nível pré-pandemia. Um ano depois, o gap em relação à movimentação semanal verificada antes do início da crise sanitária era de -9,1%. Apesar de adotar metodologias diferentes em relação à nova pesquisa da CNC, a tabulação de indicadores ajustados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sinalizou que o comércio varejista brasileiro havia perdido 189,4 mil unidades no primeiro semestre de 2020. Contudo, o saldo foi parcialmente compensado pelo balanço positivo de 161,1 mil unidades na segunda metade daquele ano. Destaque para os pequenos negócios Mais de 92% das empresas abertas foram de micro (158,23 mil) ou pequeno porte (29,99 mil). No geral, esses dois tipos de estabelecimentos comerciais representam 91,5% do total de lojas ativas no varejo brasileiro. Hiper, super e minimercados (54,09 mil), lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (38,72 mil) e lojas de vestuário, calçados e acessórios (28,34 mil) foram os segmentos que mais se destacaram no saldo positivo apurado em 2021, ao representarem mais da metade das aberturas líquidas de estabelecimentos. Regionalmente, os estados de São Paulo (55,69 mil), Minas Gerais (18,38 mil), Paraná (15,16 mil) e Rio de Janeiro (14,10 mil) concentraram mais da metade das lojas abertas no ano passado. Em termos relativos, no entanto, Amapá (+1.016 mil lojas), Distrito Federal (4.557 mil) e Pará (6.226 mil) foram as unidades da Federação a acusar as maiores taxas anuais (+17,0%, +15,4% e +14,6%, respectivamente). O economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, avalia que, apesar do processo de recuperação, o varejo agora enfrentará novos desafios. "Ao contrário de 2020, quando o setor esteve sujeito a diversas medidas restritivas para tentar conter o agravamento da crise sanitária, os maiores obstáculos à retomada mais vigorosa do nível de atividade do comércio se concentraram na deterioração das condições econômicas".

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Um passeio pelo Cemitério de Santo Amaro

A cidade do Recife sofreu grandes transformações na sua paisagem quando da administração de Francisco do Rego Barros (1802-1870), que veio a ser barão, visconde e finalmente Conde da Boa Vista. Formado em matemática pela Universidade de Paris, com apenas 35 anos de idade foi designado presidente da província de Pernambuco, ficando no cargo de 1837 a 1844, época em que o trouxe para o Recife o engenheiro francês Louis Léger Vauthier (1815-1901), responsável pela construção do Teatro de Santa Isabel (1850) e de importantes obras públicas. É dessa época a presença na equipe de obras públicas do Governo da Província do engenheiro José Mamede Alves Ferreira (1820-1865), bacharel em matemática pela Universidade de Coimbra, que além dos prédios da Casa de Detenção e do Ginásio Pernambucano foi responsável pelo projeto do Cemitério Público do Senhor Bom Jesus da Redenção, criado em 1841, pela Lei Provincial nº 91, tendo sido inaugurado em 1º de março de 1851. Trata-se de uma área plana, originalmente ocupando um terreno de 351,35 m de fundos por 320 m de largo, tendo ao centro uma elegante capela em estilo gótico, em forma de cruz grega, para onde convergem todas às alamedas de túmulos dando, assim, um formato estelar ao conjunto. Seria um ponto turístico do Recife, como acontece nas diversas cidades da Europa e mesmo das Américas, mas, infelizmente, não é de visitação habitual nem indicado por nenhum dos guias por nós consultados. Bem conservado pela atual administração municipal, o Cemitério de Santo Amaro, chama a atenção do visitante para o seu portão de entrada, trazendo na sua base a data de MDCCCLI (1851), confeccionado em ferro fundido pela firma A.C. Staar & Cia. (Fundição Aurora), a mesma responsável pelos portões do Cemitério dos Ingleses e da Ordem Terceira do Carmo do Recife. Aleias de palmeiras imperiais marcam a avenida principal, ladeada pelos primeiros túmulos do início da segunda metade do século 19, que conduz o visitante até a capela em estilo gótico, octogonal, situada ao centro do campo santo. Nas diversas alamedas do Cemitério de Santo Amaro, vamos encontrar singulares obras de arte de escultores diversos que estão a exibir o seu talento nos diversos túmulos alguns deles centenários. No ponto de confluência de suas ruas, encontramos uma singular capela gótica, a primeira do seu gênero em terras pernambucanas, projetada por José Mamede Alves Ferreira (1820-1865), mandada construir pela Câmara Municipal do Recife em 1853. “Trata-se de um monumento de puro estilo gótico de cruz grega, fechada por uma só abóbada, de uma belíssima e arrojada construção, e de grandeza proporcional ao fim a que é destinada, sem campanário e sem dependências”. Tem no seu centro uma imagem do Cristo Crucificado, em ferro, produto de fundição francesa, tendo na sua abóbada placas de mármore alusivas às diversas fases de sua construção, como as restaurações sofridas nos anos de 1899 e 1930: A Câmara Municipal do Recife a mandou fazer em 1853, ...1855, segundo o plano do engenheiro civil José Mamede Alves Ferreira; reaberta e melhorada na administração do Exmo. Dr. Esmeraldino Olympio de Torres Bandeira, prefeito do Município do Recife, em 16 de junho de 1899; restaurada na administração do Exmo. Sr. Dr. Francisco da Costa Maia, prefeito do Município, 1930. Relembrando a observação do escritor Rubem Franca (in Monumentos do Recife - Recife, 1977): O Cemitério encerra muito da cultura de um povo. Santo Amaro, aliás, ainda aguarda quem lhe faça um estudo completo, um levantamento dos sepulcros de pernambucanos famosos e populares. Um estudo dos seus monumentos funerários, que são, alguns verdadeiras obras de arte. Joaquim Nabuco e outros túmulos O mais suntuoso dos túmulos é dedicado ao Patrono da Raça Negra, o abolicionista Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo (1849-1910), obra do escultor italiano Giovanni Nicolini; sendo  encarregado de montar em Pernambuco outro escultor, também italiano, Renato Baretta, em novembro de 1914. O conjunto escultórico retrata a Emancipação do Elemento Escravo, em 13 de maio de 1888, formado por um grupo de ex-cativos levando sobre suas cabeças o sarcófago simbólico do grande abolicionista. À frente do monumento, o busto de Joaquim Nabuco, em mármore, tendo ao seu lado uma figura de mulher (a história), que ornamenta de rosas o pedestal do busto, onde se lê: A Joaquim Aurélio Nabuco de Araújo. Nasceu a 19 de agosto de 1849. Faleceu a 17 de janeiro de 1910. Logo em frente ao mausoléu de Joaquim Nabuco, encontra-se o túmulo de José Mariano Carneiro da Cunha (1850-1912), também destacado líder do movimento abolicionista e de sua mulher Olegária (Olegarinha) Gama Carneiro da Cunha (1860 – 1898). Um busto em bronze do abolicionista e estátua de uma mulher chorando, conservando as inscrições: À José Mariano / o Povo / Pernambucano. / Olegária Gama Carneiro da Cunha, 16-9- 1860, 24-4- 1898. Outro belo túmulo do Cemitério de Santo Amaro, porém, pertence ao Barão e a Baronesa de Mecejana: Antônio Cândido Antunes de Oliveira e Colomba Ponce de Leão. “O túmulo é todo feito em mármore de Carrara com grande influência dos romanos, por causa do sentimento católico. O formato de tocha invertida é símbolo da morte e da expectativa de que essa luz se reacenda”, explica o escultor e responsável pela última restauração do túmulo, Jobson Figueiredo, realizada em 1999. Sobre seu mausoléu escreve o próprio Barão de Mecejana, em seu testamento, conservado no Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano, ter sido o túmulo destinado, inicialmente, a sua filha e seu genro que faleceram de uma das epidemias que assolaram o Recife na segunda metade do século 19. A posição do barão e baronesa, em genuflexo, demonstra a atitude do casal durante a doença que vitimou o casal. Como bem observou o escritor Clarival do Prado Valadares, in Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros (1972), vale reparar também o detalhe das esculturas em mármore do barão e da baronesa, que reproduzem até a textura de uma veste rendada. Segundo estudo da pesquisadora Semira Adler Vainsencher, da Fundação Joaquim Nabuco: “Vários mausoléus imponentes podem ser encontrados, também, no

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Rio Capibaribe em verso e na tela

Figura imponente em postais sobre o Recife, o Rio Capibaribe parece encarnar uma serpente que rasga e divide regiões em todos os sentidos. Testemunha ocular de quão desigual pode ser uma cidade, o rio cruza bairros ditos nobres e, seguindo o fluxo, desliza sob humildes palafitas. Imponência que, de longe, anuvia o que, de perto, faz arder nossas narinas: o odor acre de águas enfermas de poluição, contaminadas pela ação do homem de consciência e moral igualmente enfermas. Extremos que serviram de matéria prima a João Cabral de Melo Neto ao escrever o poema O Cão Sem Plumas, e, anos depois, inspiraram a cineasta Katia Mesel a produzir o curta-metragem Recife de Dentro pra Fora. O Cão Sem Plumas foi lançado em Barcelona, em 1950, antes da peça em versos, Morte e Vida Severina, trabalho mais conhecido do poeta, publicado cinco anos depois. O poema é dividido em quatro partes: a primeira e segunda recebem o título de Paisagem do Capibaribe. A terceira e quarta, Fábula do Capibaribe e Discurso do Capibaribe, respectivamente. Ainda que protagonista nos versos, o rio sempre tem sobre as margens a sombra do homem. A ligação rio-homem é intensa e íntima de tal maneira que os torna única essência, rio, homem, lama e pele. Recife de Dentro pra Fora estreou em 1997. Com trilha sonora de Geraldo Azevedo, passou por grandes festivais, ganhando prêmios como o de Melhor Documentário no Festival de Vitória, Melhor Fotografia em Gramado e o Prêmio Multishow de Melhor Trilha sonora no Festival de Brasília. É possível considerar o curta uma adaptação cinematográfica do poema de João Cabral, até porque, para ser classificada assim, a obra fílmica não precisa necessariamente ser fiel a cada estrofe do texto. O curta desvela, já no primeiro ato, detalhes da relação entre João Cabral e o Capibaribe, nas palavras do próprio poeta, que nasceu e viveu testemunha do correr das águas turvas e sujas do rio. Relação que, ouso dizer, não se deu por completa, pois, como revela, nunca se banhou naquelas águas. Protagonista de uma grande tragédia, o Capibaribe avança e atua para uma plateia que, por vezes, participa do espetáculo. Público que assume o arquétipo de antagonista ao lançar no rio o pior de si. Como fez João Cabral em O Cão Sem Plumas, Katia Mesel inverte o ponto de vista que agora é do rio e não do homem. O rio encara a cidade e geme de dor. O cão em decomposição boiando é metáfora perfeita para um rio que corre, porém sem vida.

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Assaí abre mais de 300 vagas no Recife

O Assaí Atacadista se prepara para a abertura de mais uma loja no Recife e anuncia 309 vagas de emprego imediatas que já estão abertas para a capital pernambucana. As oportunidades, criadas para compor o time de uma nova loja que será inaugurada na Avenida Recife, no bairro Jardim São Paulo, nos próximos meses, são todas efetivas e abrangem diferentes áreas, entre funções de lideranças, técnicas e também operacionais. Entre alguns dos postos, estão Chefe de Seção, Fiscal de Prevenção de Perdas, Repositor de Mercadorias, Operador de Caixa, Auxiliar de Manutenção, Operador de Empilhadeira, Auxiliar de Cozinha, Açougueiro, dentre outros. As vagas também incluem oportunidades para pessoas com deficiência. Esta será a 2ª loja do Assaí na cidade e a 9ª no Estado de Pernambuco. Os interessados devem se cadastrar exclusivamente no site https://expansaoassairecife.gupy.io até o dia 3 de setembro. Para iniciar a participação no processo seletivo, é necessário ter em mãos RG, CPF, número de telefone e endereço de e-mail. A abertura da nova unidade é uma continuidade ao plano de expansão orgânica da marca, que mais que dobrou sua presença no território nacional nos últimos seis anos. Hoje, o Assaí está presente em todas as regiões brasileiras, em 23 Estados e no Distrito Federal, alcançando mais de 100 municípios. Como medida de prevenção contra a Covid-19, o processo seletivo da rede foi adaptado para ser realizado 100% on-line, junto com uma série de medidas para garantir a segurança dos colaboradores e clientes da rede em todo o Brasil. A seleção online também oferece mais agilidade e permite que o candidato acompanhe a sua evolução na plataforma. O Assaí oferece remuneração e pacote de benefícios compatíveis com o mercado. A rede possui, ainda, um plano estruturado de carreira e investe constantemente em capacitação e no desenvolvimento profissional de seus colaboradores em todo o país.

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Gente & Negócios: Novo residencial de luxo é lançado em Muro Alto

Novo residencial de Luxo é lançado em Muro Alto O Cais Eco Residência chega na beira-mar de Muro Alto com a proposta de valorizar a cultura local e tem toda sua identidade visual inspirada na arte da xilogravura e literatura de cordel. O empreendimento é das empresas DUE Incorporadora e a Árbore Engenharia e tem o projeto assinado por FG+M Arquitetos e paisagismo de Luiz Vieira. O ator Rafael Zulu é um dos sócios do empreendimento. . O luxuoso empreendimento vai contar com espaços de convivência equipados e decorados e seis complexos aquáticos. Nas áreas de lazer serão oferecidas mais de 40 opções de atividades, além do beach club, que fica disponível para todos os moradores e conta com vista privilegiada para o mar. O valor dos imóveis varia entre R$ 600 mil e R$ 2,5 milhões. O lançamento ocorrerá no dia 1º de maior e a previsão de entrega do empreendimento é para junho de 2024. . . Conportos concede a Suape nova declaração de cumprimento de normas internacionais de segurança portuária A Comissão Nacional de Segurança Pública nos Portos, Terminais e Vias Navegáveis (Conportos) concedeu a Suape nova Declaração de Cumprimento que reconhece e homologa internacionalmente o atracadouro como um porto que opera dentro das mais rígidas regras de segurança portuária, cumprindo os protocolos e normas do ISPS Code (Código Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias). Após receber a DC, o porto é incluído no site da Organização Marítima Internacional como certificado, permitindo a divulgação para toda a comunidade portuária. “A concessão da declaração amplia ainda mais a área de atuação de Suape. Traz maior confiabilidade para a operação de navios internacionais e nos credencia a todas as instalações portuárias no mundo que mantêm registro na IMO. Isso foi possível graças às medidas de segurança adotadas no porto e os investimentos realizados na área”, pontua Paulo Coimbra, diretor de Gestão Portuária de Suape. . . Construtora ACLF é a primeira no Estado a receber certificação Nível de Desempenho Técnico da CAIXA A pernambucana ACLF é a primeira do Estado a receber da Caixa a certificação NDT - Nível de Desempenho Técnico. O selo é um reconhecimento à qualificação técnica das construtoras. A certificação é alinhada aos procedimentos de compliance e gestão de riscos e foi concedida a apenas dez empresas no país. “A Caixa criou o projeto para avaliar construtoras parceiras no desempenho técnico dos empreendimentos contratados e selecionar as que estão dentro do padrão. Acredito que a certificação possa trazer alguns benefícios como redução da burocracia e mais agilidade no andamento dos projetos”, afirma Fernando Fink, diretor de Engenharia da ACLF.

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7 fotos dos lugares da Revolução de 1817 antigamente

A Data Magna de Pernambuco, 6 de março, é uma homenagem à Revolução de 1817. A coluna Pernambuco Antigamente publica hoje uma série de fotos antigas de lugares onde aconteceram fatos importantes do movimento que separou temporariamente o Estado do Brasil. As imagens não são da época, mas do início ou meados do século 20, do acervo da Villa Digital e da Biblioteca do IBGE. A atual Praça da República, local onde está o Palácio do Governo, abrigava em 1817 o Erário Público, que foi tomado pelos revolucionários. Foi nesta praça também onde foram expostos os corpos dos líderes do movimento após a sua queda, como do padre João Ribeiro Pessoa. (Foto do Acervo Josebias Bandeira, Fundaj, datada de 1911) . O Forte das Cinco Pontas é o local onde foram presos 150 homens nos dias da Revolução. De acordo com informações no site do Museu da Cidade do Recife "No ano de 1817, o forte passou a abrigar a sede do quartel General Militar. Na revolução republicana de Pernambuco, 150 homens foram presos no forte e em 1825 ao lado do forte foi arcabuzado por ordem de D. Pedro I, imperador do Brasil, o frade carmelita Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, mártir e herói da Confederação do Equador".  (Biblioteca do IBGE) .  O Forte do Brum foi o local onde o então governador de Pernambuco, Caetano Pinto, se refugiou para resistir à Revolução de 1817. Sem condições de resistir, ele deixou o local e foi forçado a embarcar para o Rio de Janeiro. (Acervo da Biblioteca do IBGE, foto de 1957) . Na foto abaixo o Seminário e Igreja de Nossa Senhora da Graça, o Seminário de Olinda, que foi fundamental para formação dos ideiais da revolução. De acordo com Leonardo Dantas "Em todas as revoluções liberais, particularmente nas de 1817 e 1824, a voz do clero de Olinda se fez presente, como observa Oliveira Lima nos comentários ao livro do monsenhor Muniz Tavares: A revolução de 1817 pode quase dizer-se que foi uma revolução de padres, pelo menos constituíram o seu melhor elemento, o que mais provas deu de sinceridade, de isenção, e de devotamento, aqueles onde se recrutaram com poucas exceções, seus dirigentes”. (Imagem da Biblioteca do IBGE) . O nome da Praça Dezessete é uma homenagem à Revolução de 1817. No local estava o antigo Palácio do Governo em 1817, na época sob o comando de Caetano Pinto.  . A Ponte Maurício de Nassau era a única travessia construída em 1817 que ligada o Bairro do Recife ao Bairro de São José. Houve uma tentativa de destruí-la na ocasião para isolar os revolucionários. . A Capela de Nossa Senhora da Conceição, na Praça da Jaqueira (Foto da Fundaj), foi o local onde se casou um dos líderes da revolução Domingos Afonso Ferreira com Maria Teodora, filha do comerciante Bento José da Costa. . Confira também um vídeo que a Algomais produziu na ocasião do Bicentenário da Revolução de 1817, sobre uma Caminhada Domingueira temática.   *Por Rafael Dantas, repórter da Algomais (rafael@algomais.com)

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Porto Digital cresceu 21,7% em 2020 e prevê 3 mil contratações em 2021

No ano mais desafiador da economia brasileira, o parque tecnológico do Porto Digital comemorou um crescimento de 21,7% no faturamento. No balanço, apresentado pelo presidente Pierre Lucena, o conjunto de empresas embarcadas na região atingiu R$ 2,86 bilhões, mais de meio bilhão acima do desempenho de 2019. . Faturamento do Porto Digital 2020: R$ 2,86 bilhões 2019: R$2,35 bilhões Crescimento entre 2019 para 2020: 21,7%  2020: R$ 2,86 bilhões 2018: R$ 1,89 bilhão Crescimento entre 2018 para 2020:  50,8% . “No começo de 2020, o conjunto de empresas do Porto Digital já apontavam para um crescimento significativo dos negócios realizados no parque - mas aí veio a pandemia e todas as empresas tiveram que reavaliar seus planejamentos. Ainda assim, apesar da pandemia, as organizações conseguiram superar os desafios e manter o ritmo do ano anterior”, informou Pierre Lucena. As empresas do Porto Digital que mais cresceram em 2020 foram a Speedmais, Insole e a Consenso. No ranking das que mais faturaram em 2020 estão a Accenture, Acqio, Avanade, Avantia, CESAR, Insole, Neurotech, Rede Globo, Sertell e Tempest. O balanço apontou também o conjunto de empresas mais empregadoras do parque tecnológico, resultando na seguinte lista: Accenture, Avanade, Avantia, CESAR, EAD Nassau, Emprel, Pitang, Serttel, Speedmais e Tempest. Ao todo, o parque terminou o ano de 2020 com 13.378 profissionais empregados - alta de 14,7% - e 349 empresas. Em 2020 foram contratados 1.719 colaboradores. Para o ano de 2021, as projeções do Porto Digital são de contratações de 3.140 colaboradores. O plano do Núcleo Gestor do Porto Digital para o parque tecnológico até 2025 é de alcançar 20 mil colaboradores distribuídos entre 500 a 600 empresas. A projeção de faturamento para 2025 é de R$ 3,5 bilhões. O novo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, o ex-prefeito do Recife Geraldo Julio, participou do balanço e reafirmou parceria entre o Governo do Estado e o Porto Digital. “Um resultado como esse não acontece por acaso. Vem dentro de uma estratégia de um parque tecnológico maduro, que gosta de avanços ousados e sólidos. Tive a alegria como secretário lá atrás e depois por oito anos como prefeito do Recife de criar parcerias com o Porto Digital para somar, juntar esforços e, agora, como secretário de Desenvolvimento Econômico, quero reafirmar esse compromisso. Sei que a Prefeitura com João Campos vai avançar no que vinha sendo feito, mas quero repactuar as ações conjuntas com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, inclusive nas políticas de atração de novos negócios, novos empreendimentos para consolidar o nosso Polo e fortalecer quem já está por aqui”, destacou Geraldo Julio. No link abaixo a íntegra da reunião com o balanço dos números do Porto Digital em 2020. . . *Por Rafael Dantas, jornalista e repórter da Revista Algomais. Ele assina as colunas Gente & Negócios e Pernambuco Antigamente (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com)

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