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Recife recebe R$ 200 milhões da Caixa para obras de infraestrutura

Recursos serão destinados a mobilidade, saneamento, drenagem e contenção de encostas. Foto: Divulgação/Caixa A Prefeitura do Recife assinou, nesta quarta-feira (12), um contrato de financiamento de R$ 200 milhões com a Caixa Econômica Federal para impulsionar obras de infraestrutura na cidade. O investimento, viabilizado pelo Programa de Financiamento de Infraestrutura e Saneamento (Finisa), contemplará projetos de drenagem, pavimentação, saneamento básico e mobilidade urbana. A assinatura ocorreu durante o Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. O prefeito João Campos destacou a importância da operação para a melhoria da qualidade de vida da população. “São investimentos que vão beneficiar os quatro cantos da cidade, principalmente as áreas mais vulneráveis. Agradeço à Caixa, ao presidente Lula e ao Governo Federal por essa iniciativa”, afirmou. Entre os projetos contemplados estão a construção da Ponte Cordeiro-Casa Forte e a duplicação da Ladeira da Cohab, ambos previstos para o novo ciclo de gestão municipal. Em 2021, a Prefeitura já havia captado R$ 100 milhões junto à Caixa para infraestrutura, possibilitando obras como o Compaz Professor Paulo Freire, no Ibura, o Compaz Atriz Leda Alves, no Pina, a revitalização do Parque das Esculturas e a construção da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, ligando Monteiro e Iputinga. Além disso, foram feitas ações de contenção de encostas e urbanização de morros. O presidente da Caixa, Carlos Vieira, reforçou o compromisso do banco com o desenvolvimento urbano. “A Caixa tem um papel essencial na transformação das cidades. Parcerias como essa demonstram a importância de uma gestão pública eficiente na realização de obras estruturantes”, destacou.

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Carnaval impulsiona emprego e economia em Pernambuco

Estado deve gerar 889 vagas temporárias e movimentar R$ 348,71 milhões. Foto: Makermídia O Carnaval de 2025 promete aquecer a economia pernambucana, gerando oportunidades no mercado de trabalho e fortalecendo o setor de turismo. De acordo com a Fecomércio-PE, com base nos dados do Novo Caged e projeções da Confederação Nacional do Comércio (CNC), o estado deve criar 889 novas vagas temporárias, um crescimento de 24% em relação ao ano passado. Nos últimos cinco anos, Pernambuco registrou saldo positivo na geração de empregos formais durante fevereiro, mês que concentra os preparativos e a realização da festa. O setor de serviços tem liderado essa movimentação, enquanto o comércio apresentou maior oscilação no período, alcançando seu melhor desempenho em 2021 e uma retração em 2024. Vagas temporárias para o Carnaval oferecidas pelas atividades típicas do turismo Além da geração de empregos, a festividade impacta diretamente o comércio e o turismo. A estimativa é de que as atividades típicas do Carnaval movimentem R$ 348,71 milhões no estado, um crescimento de 1,4% em relação ao ano anterior. Esses números reforçam a importância do evento para a economia local, consolidando o Recife e Olinda como destinos estratégicos para o turismo festivo no Brasil. O impacto econômico se reflete também no setor de alimentação, hospedagem e transporte, que experimentam um aumento na demanda durante o período. Hotéis registram alta ocupação, bares e restaurantes ampliam suas equipes para atender o fluxo de turistas, e empresas de transporte veem crescer a procura por deslocamentos, demonstrando o efeito multiplicador da festa na economia estadual.

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Pernambuco amplia conexões internacionais com novo voo direto para Córdoba

Nova rota fortalece turismo e negócios entre Brasil e Argentina. Foto: Leo Motta O Aeroporto Internacional do Recife ganhará um novo voo direto para Córdoba, na Argentina, a partir de 12 de abril. A rota, fruto da parceria entre o Governo de Pernambuco, por meio da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), e a Gol Linhas Aéreas, terá frequência semanal aos sábados, com duração aproximada de 5h50min. As passagens já estão disponíveis no site da companhia, e a operação será realizada com aeronaves Boeing 737, que comportam até 176 passageiros. A governadora Raquel Lyra destacou o impacto positivo da ampliação da malha aérea estadual. “Estamos anunciando essa novidade, que é resultado do fortalecimento das nossas relações com as companhias aéreas. Seguimos na direção de ampliar a conectividade de Pernambuco, atraindo mais visitantes e aquecendo ainda mais a economia do nosso estado”, afirmou. Atualmente, o Aeroporto Internacional do Recife já opera voos diretos para sete países, incluindo Portugal, Estados Unidos e Chile. O presidente da Empetur, Eduardo Loyo, celebrou a nova conexão, enfatizando a importância do público argentino para o turismo local. “É com muita alegria que anunciamos mais uma rota internacional de Pernambuco, dessa vez para Córdoba, a segunda maior cidade da Argentina. Historicamente, um emissor importante de turistas para o nosso estado, que fortalece ainda mais a participação da Gol no mercado aéreo pernambucano”, declarou. A Argentina se consolidou como um dos principais mercados emissores de turistas para Pernambuco, registrando um crescimento de 74,87% no fluxo de visitantes entre janeiro e dezembro de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior. Com esse aumento, o país vizinho liderou a chegada de estrangeiros à região no último mês do ano. O novo voo reforça o papel estratégico do Recife como um dos principais hubs do Nordeste, impulsionando tanto o turismo quanto os negócios no estado.

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Endividamento cresce no Recife, mas inadimplência segue estável

Pesquisa da Fecomércio-PE aponta aumento no número de famílias endividadas, mas sem avanço significativo da inadimplência O número de famílias endividadas no Recife aumentou em janeiro de 2025, segundo levantamento da Fecomércio-PE, baseado na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O índice atingiu 83,9%, acima dos 82% registrados em dezembro e dos 82,4% do mesmo período do ano passado. Isso significa que 442.497 famílias na capital pernambucana possuem algum tipo de dívida, um crescimento de cerca de mil famílias em relação ao mês anterior. Apesar da alta no endividamento, a inadimplência se manteve praticamente estável. O percentual de famílias com contas em atraso foi de 26,2%, pouco acima dos 26,1% de dezembro, mas inferior aos 30,6% registrados há um ano. Já o número de lares que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas seguiu sem grandes variações, ficando em 12,4%. O cartão de crédito segue como o principal vilão das dívidas, utilizado por 92,2% dos endividados, seguido por carnês de lojas (27,3%), financiamento de veículos (6,3%) e crédito pessoal (5,3%). Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio-PE, vê o cenário com cautela, mas ressalta pontos positivos. “O cenário ainda exige cautela, mas a estabilidade na inadimplência e o controle no comprometimento da renda são pontos positivos. Para o comércio, isso significa que as famílias ainda estão consumindo, mas priorizando gastos essenciais. O crédito continua sendo um fator determinante e, se bem gerenciado, pode manter o setor aquecido ao longo do ano”, avalia. Para Rafael Lima, economista da Fecomércio-PE, o aumento do endividamento não significa necessariamente um agravamento da economia, mas exige atenção. “O aumento do número de famílias endividadas reflete, em parte, a necessidade do crédito para manter o consumo. No entanto, a estabilidade da inadimplência mostra que os consumidores estão conseguindo administrar seus compromissos financeiros. O grande desafio continua sendo o impacto do crédito caro e do elevado comprometimento da renda, que pode limitar o poder de compra nos próximos meses”, analisa.

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É a economia... e o meio ambiente: a inevitável conexão com as mudanças climáticas

Eventos extremos, como as chuvas da semana passada, mostram que a resiliência urbana e políticas ambientais são essenciais para o desenvolvimento econômico Todo final de ano fazemos matérias de perspectivas econômicas para analisar o que vem pela frente. Para um dos especialistas nacionais que entrevistei, perguntei sobre os possíveis impactos das mudanças climáticas na economia. Ele sugeriu que eu entrevistasse um ambientalista. Ele falava de PIB, inflação, desemprego… não de meio ambiente. Além de todos os transtornos e até vítimas, as chuvas desta semana, mais uma vez, fecharam comércios, cancelaram aulas e deixaram casas inundadas e vários bairros sem energia. Vidas perdidas, patrimônios destruídos e cidades paradas esperando a chuva parar. Mais uma demonstração de que não dá para falar de economia sem tratar de meio ambiente. Os investimentos para tornar as cidades mais resilientes não são baixos. Em uma região com tantas famílias vivendo às margens dos rios e nos morros, a necessidade de políticas robustas de moradia ganham outra dimensão. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DO RECIFE NO EVENTO DA FIEPE O novo secretário de Desenvolvimento Econômico do Recife, Carlos Andrade Lima, é um dos convidados da mesa de abertura do IV Seminário Brasil de Economia. O seminário, que acontece na próxima quarta-feira (12.02), é promovido pela Fiepe e o Conselho Regional de Economia de Pernambuco. Em 2024, o Recife foi responsável pela criação de um a cada três empregos com carteira assinada em Pernambuco. O número ratifica a posição da capital como principal cidade geradora de empregos formais do Estado. INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS EM JABOATÃO DOS GUARARAPES A Direcional Engenharia expande sua presença em Jaboatão dos Guararapes com o lançamento dos empreendimentos Viva Vida Jardim Botânico e Direcional Conquista Jaboatão, que integram os programas Minha Casa, Minha Vida e Morar Bem Pernambuco. Os projetos somam 720 unidades habitacionais e incluem infraestrutura de lazer completa, além de obras de contrapartida social, como pavimentação de ruas e melhorias no abastecimento de água. “Com o lançamento de dois empreendimentos em Jaboatão dos Guararapes, reforçamos nossa atuação estratégica em uma cidade onde temos alcançado resultados expressivos”, afirma Renato Bezerra, superintendente comercial e de incorporação da Direcional em Pernambuco. NISSIN LANÇA PRODUTO DE OLHO NO MERCADO DO NORDESTE A Nissin Foods amplia sua conexão com o público do Norte e Nordeste ao lançar o Nissin Lámen sabor Cuscuz com Calabresa, um tributo à culinária regional. Com embalagem assinada pelo xilogravurista J. Borges, o produto não só celebra um dos pratos mais emblemáticos do Nordeste, mas também reforça a estratégia da empresa de valorizar a cultura local. “O cuscuz é uma verdadeira paixão no Nordeste, e trazer essa combinação em um lámen é nossa forma de celebrar a energia, os sabores e as histórias dessa terra tão vibrante”, afirma Danielle Ximenes, gerente da marca. A empresa, que é líder no segmento de macarrão instantâneo, possui uma das suas fábricas em Pernambuco, na cidade de Glória de Goitá. A outra unidade fica no interior de São Paulo. SETOR DE BARES E RESTAURANTES BATE RECORDE DE EMPREGOS EM 2024 NO PAÍS O setor de alimentação fora do lar criou 230 mil novas vagas em 2024, atingindo 5,74 milhões de trabalhadores, o maior número da série histórica iniciada em 2016, segundo a PNAD do IBGE. Com um crescimento de 4,2%, bem acima da média nacional de 0,8%, bares e restaurantes reforçam sua importância para o mercado de trabalho. Além disso, o salário médio no setor subiu 5,8%, chegando a R$ 2.190. Para que esse crescimento continue, empresários defendem medidas como a desoneração da folha de pagamento e o fortalecimento do trabalho intermitente.

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"Acompanhar dados econômicos é importante para a tomada de decisão empresarial e da gestão pública"

Secretária de Desenvolvimento Econômico da capital pernambucana, Joana Florêncio, explica os benefícios da plataforma Observatório Econômico do Recife, que reúne num só local uma grande diversidade de indicadores. Segundo a titular da pasta, a iniciativa tem sido de grande valia para conhecer a realidade da economia do município, para elaborar políticas públicas e para as ações do empresariado. Indicadores econômicos são essenciais para entender e avaliar a situação da economia e as perspectivas de uma cidade, um Estado ou um País. Eles oferecem uma visão da realidade que é essencial para um gestor público formular políticas, ou para orientar o setor privado na tomada de decisão sobre onde alocar seus investimentos. Diante dessa relevância, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico lançou este ano a plataforma Observatório Econômico do Recife, que reúne num só local, no site do Conecta Recife, uma diversidade de indicadores. Antes, para obter esses dados era necessário recorrer a diversas fontes e, muitas vezes, eles estavam em planilhas ininteligíveis ou relatórios de mais de 100 páginas. Para falar sobre essa plataforma, Cláudia Santos conversou com a secretária Joana Portela Florêncio. Na entrevista, ela também analisou o momento econômico da capital pernambucana, suas perspectivas e desafios. O que é o Observatório Econômico do Recife? É uma plataforma de dados e macrodados econômicos do Recife apresentados de forma simples e integrada em um único lugar trazendo informações fáceis para quem precisa delas. Está inserido no Portal Conecta Recife. Nessa plataforma é possível acessar movimentação de porto e aeroporto, balança comercial, PIB per capita – fazendo comparativo com outros municípios, com o Nordeste e com o Brasil. Em relação ao mercado de trabalho, há dados de admissões, demissões, nosso saldo do Caged, (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a Rais (Relação Anual de Informações Sociais), a capacidade de pagamentos, rankings de competitividade, ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), IPTU e tudo que ajude a entender como o Recife está se comportando economicamente. Acompanhar esses dados é muito importante para a tomada de decisão, tanto empresarial, quanto por parte da gestão pública. Também estamos inserindo, no Observatório, os boletins econômicos da cidade, trazendo os dados de forma contextualizada, explicando economicamente como o Recife se comportou mensalmente. Hoje, o Observatório funciona para todo mundo, incluindo o cidadão. Entregamos a transparência em dados econômicos, que também é muito importante. E qual a importância de ter esses indicadores reunidos numa só plataforma que pode ser acessada pelo público em geral? A importância é essencial. Antes do Observatório, os dados federais, estaduais e municipais eram descentralizados. Como a pauta econômica é muito transversal, tudo importa e precisamos ter inteligência da leitura desses dados. Para se ter uma expectativa econômica da cidade para o Carnaval, por exemplo, era preciso coletar dados de anos anteriores, entender como tinham se comportado e fazer o cruzamento. Entretanto, às vezes, o resultado não representava a realidade por terem sido coletados dados de forma equivocada. Então, foi preciso automatizar. Quando começamos a fazer isso, entendi que precisávamos disponibilizar para o público, como os empresários, porque quem gera emprego e renda é o setor privado que, para fazer qualquer investimento, precisa de segurança para tomar decisões assertivas. Aos disponibilizarmos os dados, de forma clara e transparente, ajudamos em decisões, como trazer um investimento ou um plano de construção para a cidade. No ambiente público do Conecta Recife, outras instituições e entidades também podem acessar. Por exemplo, é importante para instituições de contabilidade que podem ver a quantidade, o tempo e o porte de empresas que estão sendo abertas no Recife. Com esse entendimento, abrimos o Observatório para todos, mas não estamos falando de uma política pública de acessibilidade para as pessoas em geral e, sim, de informações bem efetivas para os negócios. Lançamos em julho de 2024 e já temos mais de seis mil acessos. São acessos robustos, muitos deles, de pessoas em busca de informações adequadas para seus negócios, que estão olhando o Recife como um mercado atrativo na área econômica. Recebemos várias pessoas de universidades econômicas, tivemos acessos da TGI, da Amcham, e percebemos que as empresas de consultoria também precisavam desse ambiente para coletar esses dados que, em sua maioria, estavam decentralizados, cada site entregando de uma forma, muitas vezes em planilhas ininteligíveis ou relatórios de 100 páginas. E nós trazemos isso de forma direta na palma da mão do empreendedor pelo Conecta Recife. Estamos trabalhando, inclusive, a usabilidade desses dados. Então, atingimos desde o cidadão até a academia. Como foi concebida essa iniciativa? O Observatório nasceu de um domínio de gestão pública a fim de olhar o Recife economicamente. Surgiu de uma “dor” minha, da necessidade de acompanhar se as promessas de empregabilidade dos empresários que recebíamos aqui estavam sendo cumpridas. Como eu acompanharia essa empregabilidade? Como saberia quais são os maiores setores? Eu até poderia consultar o faturamento empresarial, mas não era possível identificar outras atividades econômicas do Recife que talvez precisassem de políticas públicas. Também é preciso acompanhar o PIB per capita, o IPCA, a taxa Selic, o nosso ranking de competitividade, o consumo, o que está pesando na balança comercial, checar a movimentação de portos e aeroportos em um evento ou momento específico do ano. Então, a ideia começou a partir de uma demanda da secretaria a fim de averiguar a necessidade de gestão de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico. Para criar isso de forma automatizada, fechamos uma parceria com a Faculdade Senac, em que os desenvolvedores foram os alunos da instituição. Participamos das aulas explicando o que os estudantes precisavam trazer como soluções e, ao final do curso, foram criados vários observatórios como trabalho de TCC. Nesse processo, nasceram duas startups, e uma foi contratada como servidor nosso. Então, quando o Observatório chegou, demos outra roupagem com mais características. Nós higienizamos alguns dados (atualizar e corrigir informações) para trazer de forma mais específica o que estamos querendo enquanto secretaria. Assim, o empreendedor também consegue fazer várias junções, dependendo da área de atuação que necessita consultar. São dados entregues com robustez. E como

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Glauce Medeiros

"A questão financeira é um dos fatores que impossibilita as mulheres de quebrarem o ciclo da violência"

Titular da Secretaria da Mulher, da Prefeitura do Recife, Glauce Medeiros fala dos programas que contribuem para a população feminina gerar sua própria renda, que tem beneficiado vítimas de violência doméstica. A iniciativa tem colecionado prêmios, o mais recente, Chamada de Boas Práticas para Políticas Locais de Gênero, foi entregue na 29ª Cúpula de Mercocidades, na Argentina. E m 2020, o recém-eleito prefeito João Campos anunciou um secretariado com paridade de gênero. As fotografias do primeiro escalão da gestão, tradicionalmente masculinas, ganharam uma nova face naquele ano. A escolhida para a função de Secretária da Mulher foi a socióloga Glauce Medeiros. Feminista, vinda dos movimentos sociais, e pesquisadora de gênero, ela já estava como interina após a saída de Cida Pedrosa da pasta para a disputa eleitoral naquele ano. Quatro anos depois, além de avançar no trabalho mais típico desses órgãos, que é a prevenção e o enfrentamento à violência contra as mulheres, a secretaria registrou experiências exitosas no campo da promoção da autonomia financeira, especialmente no apoio ao empreendedorismo feminino. Motivações para isso não faltaram. No ano da pandemia, nada menos que 99,5% das baixas de carteira assinada foram de mulheres. Além disso, a percepção de quem está no atendimento direto à violência doméstica e sexista aponta que um dos fatores que mantém as mulheres convivendo com os agressores é a falta de renda. Os projetos ganharam reconhecimento nacional e internacional e culminaram na instalação do Centro de Promoção dos Direitos da Mulher Marta Almeida, que não é focado em vítimas de violência, mas é aberto a todas as recifenses que pretendem se capacitar para o mercado de trabalho, seja para disputar vagas ou para montar seus negócios. A maioria das ações que acompanhamos das Secretarias da Mulher distribuídas pelo País focam apenas no enfrentamento à violência. O Centro Marta Almeida, que foi inaugurado neste semestre, faz uma atuação no fortalecimento econômico das mulheres. Por que vocês fizeram essa virada de chave? Esse é o primeiro equipamento municipal de políticas para mulher da gestão da Secretaria da Mulher que atua no fortalecimento sociopolítico, e que contribui para a promoção da autonomia financeira das mulheres. A iniciativa apoia as empreendedoras e aquelas que buscam vagas de trabalho, com objetivo de criar oportunidades para que elas se empoderem do ponto vista político, social e econômico. O Centro Marta Almeida é para todas as recifenses, não apenas as mulheres em situação de violência. Na gestão de Cida Pedrosa (atual vereadora do Recife) foi idealizado esse espaço de formação e qualificação. Contudo também é uma política de prevenção e enfrentamento visto que a questão financeira é, muitas vezes, um dos fatores que impossibilita as mulheres de quebrarem o ciclo da violência. Não é que a mulher quando tem recursos não fique em situação de violência. Essa situação acontece independentemente de raça ou classe. Mas aquelas que não têm autonomia financeira tendem a sofrer mais violências e enfrentam mais barreiras no processo de saída. A violência doméstica e a psicológica são muito cruéis, retiram a identidade de sujeito político e de cidadã das mulheres. É fundamental fortalecer a mulher para que se entenda como cidadã, se previna da violência doméstica ou que possa dar os passos para sair desse ciclo. Uma pesquisa recente do DataSenado revelou que 85% das mulheres negras sem renda convivem com agressores. Essa percepção da relevância do fortalecimento econômico das mulheres é recente? Essa é uma bandeira histórica do movimento de mulheres. Há bastante tempo lutamos pela inserção delas no mercado de trabalho e igualdade salarial, a promoção da autonomia financeira contribui diretamente com o fortalecimento da cidadania e com o seu empoderamento. E não é que os governos não tinham essa percepção da importância da autonomia financeira, mas é que os equipamentos em geral são voltados à questão do atendimento à mulher em situação de violência. E a gente precisava ter um outro espaço para dar conta dessa outra dimensão da vida e também fortalecer essas mulheres que sofrem violências. Eu não tenho dúvida de que com esse trabalho vamos chegar também a várias mulheres que sofrem violência. Muitas que têm receio em acessar a rede, no Clarice Lispector (o Centro de Referência da Prefeitura do Recife que atende mulheres em situação de violência de gênero), já chegaram no Centro Marta Almeida e participaram de formações. Aqui elas perceberam que não estão sozinhas, que existe uma rede de apoio e juntas somos mais fortes, mesmo. Já ouvimos: “melhorei minha autoestima e agora sei que tenho valor.” Como tem sido a procura das mulheres por essas oportunidades de formação no Centro Marta Almeida? A gente divulga a abertura dos cursos, tem um processo de inscrição, fazemos as formações de cidadania, direitos das mulheres e humanos. Todo curso tem na carga horária de uma aula de fortalecimento, uma oficina bem lúdica, e buscamos a conexão com as oportunidades. A procura tem sido muito alta e com uma boa distribuição por RPA (Região Político Administrativa). Mesmo com poucos meses de inauguração e com restrições de divulgação, devido ao período eleitoral, 701 mulheres já foram matriculadas no centro e 457 delas se formaram em uma ou mais de uma capacitação. Qual o perfil dessas mulheres e de onde elas estão vindo? A gente tinha um receio de que a mulher que mora na periferia não conseguiria chegar aqui na unidade, que ocupa dois imóveis restaurados da Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife. Mas a experiência tem mostrado que nesse bairro tão central da cidade elas conseguem chegar. Das mulheres que chegam ao Centro Marta Almeida, 74% são pretas ou pardas. A maioria recebe até um salário mínimo, se somar com o público que tem renda de até dois salários mínimos, chegamos a quase 90%. Essa é a população que a gente tem focado. Que tipo de formação está sendo oferecida no Centro Marta Almeida? O Centro Marta Almeida tem um foco importante na formação e qualificação profissional. Nosso objetivo é capacitar as mulheres para que possam alcançar autonomia financeira, oferecendo

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Shows e espetáculos encerram a Ocupação Espaço O Poste 2024

Apresentações celebram a cultura afroindígena e marcam os 20 anos do grupo O Poste Soluções Luminosas. Na imagem, o artista Lêpe Correia (Foto: Erlânia Nascimento) A Ocupação Espaço O Poste 2024 encerra sua programação neste fim de semana com apresentações marcantes no Recife. Na sexta-feira (13), o espetáculo teatral “Se eu fosse Malcolm” será encenado às 19h, seguido no sábado (14), no mesmo horário, pelo show “Canto do Reencanto”, de Lepê Correia. O projeto, promovido pelo grupo O Poste Soluções Luminosas, celebra 20 anos do coletivo com foco na valorização da cultura afroindígena em Pernambuco. O espetáculo “Se eu fosse Malcolm” traz o ator Eron Villar e a DJ Vibra em uma performance decolonial que revisita a trajetória de Malcolm X, ícone da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Com cenas minimalistas e músicas pontuais, a peça propõe reflexões sobre identidade e resistência. A entrada custa R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), e os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria ou via Sympla. Já no sábado (14), Lepê Correia apresenta o show “Canto do Reencanto”, com entrada gratuita. A performance, que conta com produção de Afonjah e participação especial dos filhos do artista, explora as vivências e sabedoria de Lepê, acumuladas ao longo de uma trajetória iniciada na década de 1970. Além de músico, Lepê é Mestre em Literatura e Doutor em Educação, reconhecido como uma voz essencial para a negritude no Brasil. Desde maio, a Ocupação Espaço O Poste 2024 movimentou a cena cultural recifense com 28 eventos que exaltaram a arte e a história afroindígena, consolidando o grupo O Poste como referência regional e nacional em Teatro Negro. “Ao longo do ano, pudemos ver pessoas pretas e indígenas frequentando o Espaço O Poste e se vendo representadas nas mais diversas linguagens artísticas (...). Completamos 20 anos de luta e resistência na arte”, destaca Naná Sodré, uma das fundadoras do grupo. Serviço:Finalização da Ocupação Espaço O Poste 2024 Local: Espaço O Poste – Rua do Riachuelo, 641, Boa Vista, Recife/PE

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Algomais vence Prêmio Fiepe de Jornalismo com série "Pernambuco em Perspectiva"

A Revista Algomais voltou a vencer o Prêmio Fiepe de Jornalismo, desta vez com a série de reportagens "Pernambuco em Perspectiva", assinada pelo repórter Rafael Dantas, na categoria de texto impresso. A premiação reconheceu também trabalhos da TV Globo, na categoria vídeo, da CBN Recife, na categoria rádio, e do Leia Já, na categoria internet. O Prêmio Fiepe de Jornalismo reconhece incentiva a publicação de reportagens que destacam a visibilidade do setor industrial no Estado. A série de reportagem Pernambuco em Perspectiva aponta os desafios do Estado de redesenhar um planejamento de longo prazo, considerando os desafios do século 21. As reportagens podem ser conferidas no link Pernambuco em Perspectiva. Ainda em 2024, a Algomais venceu ainda o Prêmio Sebrae de Jornalismo, em Pernambuco, e foi finalista do Prêmio Urbana-PE.

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Novas estratégias para incentivar a habitação no Centro do Recife

Para enfrentar o desafio de incentivar a moradia na região, estão em elaboração um planejamento de longo prazo para Centro do Recife, com foco especial na habitação; um projeto de revitalização da Ilha de Antônio Vaz e outro de recuperação urbana da Avenida Guararapes. As iniciativas foram apresentadas em evento no Rec'n'Play. *Por Cláudia Santos Incentivar a habitação no Centro do Recife é fundamental para revitalizar a região, que embora seja repleta de belas paisagens e da memória e do afeto dos recifenses, passou por décadas de degradação. Ao atrair pessoas e famílias para residirem no local, elas passam a ocupar os espaços da região, aumentando a movimentação dos bairros em diferentes horários, gerando demanda por bens e serviços, o que impulsiona a economia local. A estratégia é defendida por especialistas em urbanismo, tem sido aplicada com sucesso em várias cidades, mas não é nada fácil de ser implantada. Afinal, morar bem significa muito mais do que residir numa casa confortável. Implica também em ter segurança, acesso a serviços, áreas de lazer, espaços verdes. A boa notícia são as várias iniciativas implantadas com o objetivo de tornar o Centro um local desejável para morar. Entre as mais recentes estão três planos impulsionados pela Prefeitura do Recife: o Centro do Recife — Na Rota do Futuro (um planejamento de longo prazo para a região, com foco especial na moradia), um projeto de revitalização da Ilha de Antônio Vaz e outro de recuperação urbana da Avenida Guararapes. Existem ainda empreendimentos privados, como o retrofit do Edifício Sertã, localizado nessa icônica avenida. Todas essas ações foram debatidas na mesa-redonda Desafios da Habitação no Centro do Recife, durante o Rec’n’Play. “São iniciativas importantes, mas temos que ter em mente que as soluções requerem tempo para ter resultados. Afinal, foram décadas de degradação que afetaram o Centro”, ressalvou Francisco Cunha, arquiteto e urbanista, sócio da TGI Consultoria, presidente do Conselho de Administração da Aries — Agência Recife para Inovação e Estratégia, e responsável pela curadoria do evento. UM PLANO DE LONGO PRAZO PARA O CENTRO É nesta perspectiva de longo prazo que foi concebido o plano Centro do Recife – Na Rota do Futuro, pela Aries, a partir da solicitação da Prefeitura do Recife por meio do Recentro. O plano abrange os bairros de Santo Amaro, parte da Boa Vista, do Recife, Santo Antônio, São José, Cabanga e Joana Bezerra, sendo que esses quatro últimos – que compõe a Ilha de Antônio Vaz — é considerado o perímetro prioritário. Fruto da escuta popular e do conhecimento técnico de diversas áreas, tem como meta para alcançar seus objetivos o ano de 2037, quando a cidade será a primeira capital do País a completar 500 anos. “O propósito é promover o desenvolvimento eficiente e relevante para o Centro do Recife, coordenar as diversas iniciativas e já existentes e elaborar prioridades que levem um processo combinado de reabilitação urbana, de dinamização econômica, conservação ambiental e patrimonial e melhoria na qualidade de vida, sendo que o objetivo maior é habitar o Centro”, elencou Ciro Pedrosa, gestor de projetos da Aries, durante a apresentação no Rec’n’Play. Para alcançar essa finalidade, Pedrosa destaca que o plano parte do pressuposto de que a estratégia comporta muito mais do que ocupar espaços físicos de moradia na região. “Envolve a ideia de viver o Centro de forma plena, com pessoas que andam, trabalham, interagem e experimentam o espaço urbano em sua totalidade”, explica. Por isso, foram estabelecidos seis programas que abrangem, além do estímulo à habitação (programa denominado Centro para Morar), a inclusão social, com destaque para a questão dos moradores em situação de rua (Centro Inclusivo), as atividades econômicas e os equipamentos culturais (Centro Dinâmico), a segurança (Centro Seguro), a mobilidade (Centro em Movimento) e as áreas verdes (Centro Parque Resiliente). A ideia é promover um crescimento da população residente do Centro do Recife, por meio de moradias acessíveis e qualificadas e uma maneira de viabilizar esse propósito previsto no plano é o retrofit de imóveis para habitação. “O objetivo principal é incentivar a reabilitação de edificações históricas para uso habitacional, visando modernizar os sistemas estruturais e operacionais de edificação em conformidade com a legislação patrimonial”, informa Inês Domingues, analista de projetos da Aries. O foco prioritário para imóveis retrofitados seria no entorno da Rua da Imperatriz, porção norte de Santo Antônio e porção sul e central do Bairro do Recife. Outra iniciativa é o estímulo à habitação de interesse social, que seria viabilizada com mecanismo de financiamento específico, com o intuito de aumentar a quantidade de famílias de baixa renda vivendo no Centro, além de reduzir o déficit habitacional. A prioridade da sua implantação seria nas ZEIS (zona especial de interesse social). O aluguel social também é previsto no plano para contemplar famílias de baixa renda, em especial nos bairros de Santo Antônio, Boa Vista e Cabanga. O financiamento seria pela PPP (parceria público- -privada) Morar no Centro, voltada para famílias cuja renda seja a partir de um salário mínimo até o teto de 3,5 salários mínimos. O projeto é fruto de uma parceria da prefeitura com o Governo Federal, além da Caixa Econômica Federal. “Essas iniciativas permitem que o Centro tenha moradores com níveis de renda diversificados. A mistura de classes sociais é importante também para vitalidade econômica e social de qualquer território”, justifica Inês. ILHA DE ANTÔNIO VAZ INTEGRADA Não por acaso, a Ilha de Antônio Vaz é prioridade do plano Centro do Recife – Na Rota do Futuro. Trata-se de uma das áreas mais degradadas do Centro e, ao mesmo tempo, que apresenta grandes possibilidades de implantação de moradias. O curioso é que poucos recifenses têm noção de que Santo Antônio, São José, Joana Bezerra e Cabanga compõem essa ilha, isto é, não concebem esses bairros como um território integrado. Essa percepção, como ressaltou Francisco Cunha em artigo na Algomais, foi perdida com a deterioração urbana sofrida pela região que, por ironia, é fruto do primeiro plano urbanístico da cidade, concebido no governo de Maurício de Nassau em

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