Arquivos Recife - Página 17 De 102 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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zoo 1904 acude

7 imagens do Horto de Dois Irmãos antigamente

Com a período de férias, preparamos uma série especial de fotografias do Horto de Dois Irmãos. As imagens são da Villa Digital, da Fundação Joaquim Nabuco. De acordo com Semira Adler Vainsencher, pesquisadora da Fundaj, o local onde funciona o Jardim Zoo-Botânico de Dois Irmãos era denominado no passado de Pedra Mole, onde há alguns séculos haveria uma reduzida povoação nas proximidades do lago do Prata, que hoje é conhecido como Açude do Prata. "Durante o governo do general Dantas Barreto, em 1916, o Jardim Zoo-Botânico de Dois Irmãos foi inaugurado em plena Mata Atlântica, nas terras de Pedra Mole e do Riacho da Prata. Próximo à entrada do Horto, inaugurou-se, em 1973, o Museu de Ciências Naturais, que contém mais de 2.000 peças sobre os mamíferos, répteis, artrópodes, insetos, aves, conchas, minerais e fósseis", afirmou Semira Adler Vainsencher no artigo Dois Irmãos (Bairro do Recife). 1. Açude do Prata (1904) - Autor Ramiro M. Costa, dentro do Acervo Josebias Bandeira 2. Açude Dois Irmãos - Biblioteca do IBGE 3. Aquários do Horto de Dois Irmãos   4. Parque Horto de Dois Irmãos, zoo-botânico 5. Barcos no açude de Dois Irmãos 6. Dois Irmãos em 1946 7. Anta caminhando nas margens do açude em Dois Irmãos   *Por Rafael Dantas, repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com)

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Almerio Foto Ana Stewart

Almério faz show tributo a Cazuza no Recife

A poesia atemporal de Cazuza e a visceralidade de Almério se encontram no palco do Teatro do Parque, no Recife, nesta quarta-feira (18/01), às 19h. O show "Tudo é Amor: Almério canta Cazuza" está de volta ao Recife, com única apresentação dentro da programação do 29º Janeiro de Grandes Espetáculos (JGE). Com direção geral de André Brasileiro, direção artística de Marcus Preto e direção musical Juliano Holanda, "Tudo é Amor" traz Almério interpretando 18 canções do repertório de Cazuza, abraçando hits dos anos 1980 e músicas lado B. O resultado é uma potente performance de palco que prega liberdade e empatia, e reaviva a memória de Cazuza para novas gerações através de canções que marcaram época, como "Brasil", "Exagerado" e "Nosso amor a gente inventa". O show é orientado pelo repertório do disco homônimo lançado em 2021, um projeto idealizado por Ione Costa, empresária da instituição sociocultural Parças do Bem. “Eu queria gravar Cazuza com um nordestino e tinha certeza de que essa voz tinha que ser a do Almério”, comenta ela. SERVIÇO: Show “Tudo é Amor: Almério canta Cazuza” no 29º JGE Quarta-feira, 18 de janeiro de 2023, às 19h Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81 - Boa Vista) Ingressos: R$ 60 inteira / R$ 30 meia. Venda antecipada: Mais informações: https://www.instagram.com/almerioficial/ 

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Thales Castro é eleito novo presidente do Iperid

O cientista político e cônsul de Malta, Thales Castro, foi eleito como novo presidente do Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia (Iperid). O vice-presidente para a nova gestão é João Canto, que é um dos primeiros fellows do think tank. Rainier Michael, cônsul da Eslovênia e presidente fundador do Iperid, foi nomeado também como presidente de honra do instituto. "Os novos desafios desse período são realizar um evento internacional forte junto ao Japão no dia 2 de março, aumentar a base de fellows e ampliar a perspectiva do Iperid como entidade que vai consolidar seus quatro pilares: público-político-estatal, diplomático, do mercado privado e o acadêmico. Além disso, pretendemos também lançar o Iperid para o Futuro. Essas são as bases da nossa gestão", afirmou Thales Castro. Thales Castro é cônsul de Malta em Recife. Foi presidente da Sociedade Consular de Pernambuco entre 2010-2019. É doutor em ciência política e professor da UNICAP, coordenando o curso de Ciência Política. Foi eleito presidente do IPERID para o biênio, 2023-2024, em 16/01/2023. João Canto é internacionalista, especialista em logística e em inovação. Possui mais de 10 anos de experiência na área de comércio internacional, na iniciativa pública (Agência de Desenvolvimento Econômico-ADEPE e Complexo Industrial Portuário de Suape) e privada (Netuno, Fiepe e FCA). Atualmente é Consultor de Negócios de Exportação na Acumuladores Moura. Foi eleito vice-presidente do IPERID para o biênio, 2023-2024, em 16/01/2023.

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Capa 202.2 janeiro

A saga dos venezuelanos em Pernambuco

Há 10 anos, Nicolás Maduro assumia o governo da Venezuela, poucos meses antes da morte do ex-presidente Hugo Chávez. A crise política e humanitária instalada no país vizinho, agravada a partir de 2018, trouxe para a América Latina uma das maiores ondas de migração do mundo, com pelo menos mil pessoas chegando a Pernambuco. *Por Rafael Dantas Os pernambucanos passaram a ouvir, nos últimos anos, de forma mais frequente, o idioma espanhol em sotaque venezuelano. A quantidade desses hermanos no Estado não se compara a outros lugares do País, como Roraima e São Paulo. No entanto, com o agravamento da crise humanitária na Venezuela, já são cerca de mil refugiados e migrantes venezuelanos morando em Pernambuco, segundo o Portal da Interiorização e do Projeto de Transferência de Renda, implementado pela Organização Internacional de Migrações. Nesta reportagem especial, ouvimos a história de três famílias que deixaram seu País para arriscar a sorte no Brasil em busca de uma esperança de futuro. Com milhares de quilômetros de distância da Venezuela, Pernambuco está longe de ser a primeira opção de saída para as pessoas que deixam o país pela dificuldade econômica e falta de perspectivas. O volume de migrantes e refugiados, no entanto, tem levado a um esforço de distribuir essa população no Brasil, num processo de interiorização desse contingente que chega por solo em Roraima. A nação presidida por Nicolás Maduro tem perdido tantos habitantes que só ficava atrás da Síria em número de refugiados e pessoas deslocadas do seu país até 2021, segundo o relatório da ACNUR (Agência das Nações Unidas para os Refugiados). Em 2022, ambos foram superados pela Ucrânia, após os ataques da Rússia. Embora a morte de Hugo Chávez já esteja prestes a completar 10 anos, a crise na Venezuela se acentuou entre 2017 e 2018. Coincidentemente, o período em que as famílias de Yelitza Flores, Pablo Alonzo e Ángel Berroteran começaram as suas batalhas para se estabelecerem no Brasil e em Pernambuco. DAS RUAS DE RORAIMA AO EMPREGO FORMAL NA RMR Yelitza Flores, aos 48 anos, decidiu sair do seu país. Sua filha mais jovem, Nayelis Macuare, foi a primeira a vir para o Brasil. Sem recursos para deixar sua terra natal, o reencontro com a filha, que lutava para se estabelecer aqui em Pernambuco, não foi fácil. Após ir de carona em carona de São José de Guanipa, que é conhecida como El Tigrito, até Pacaraima, cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela, Flores se deslocou ainda para Boa Vista, capital de Roraima. Mesmo após a maratona para chegar, ela quase abandonou a empreitada no Brasil. Os primeiros meses foram de muito sofrimento, dormindo em papelão na rua, pedindo dinheiro e catando lixo. Ela desistiu. Tentou voltar a pé para seu país, mas não aguentou a caminhada de tão cansada. Até que sua filha Nayelis Macuare conseguiu convencê-la a voltar para Boa Vista. Era a última gota de esperança de uma nova vida no Brasil. Após mais algumas semanas de penúria pelas ruas de Boa Vista, ela conseguiu enfim se cadastrar em um abrigo da ONU e posteriormente ser enviada em um voo para Pernambuco, juntamente com o marido e um filho. Ao chegar ao Estado, a família morou alguns meses em um sítio, que recebeu 30 famílias venezuelanas para um período de adaptação de um ano. Mesmo tendo deixado para trás os piores dias dessa jornada, a vida de uma estrangeira, que não domina o idioma português e já em meia idade, não era fácil. Em Pernambuco, quase dois anos após sua chegada, a participação em uma capacitação para encanadoras no Projeto Reinventar abriu a inesperada porta de emprego para Yelitza, já com 50 anos. Com o curso concluído, ela passou em uma seleção da BRK, a empresa responsável pela PPP do Saneamento da Região Metropolitana do Recife. Ela, que trabalhou por anos como cozinheira e serviços gerais em escolas públicas venezuelanas apenas para receber uma bolsa de alimentos, sem sequer salário, nem sonhava ter carteira assinada e emprego fixo. A saudade do seu país permanece. Embora esteja feliz em Pernambuco, por ter conseguido se estabelecer e trabalhar, ela guarda a tristeza de não ter se despedido da sua mãe, que faleceu na Venezuela. Sem poder participar da cerimônia fúnebre, Yelitza enviou os recursos para pagar um sepultamento digno para sua genitora. “Estando no Brasil, eu perdi a minha mãe. Não consegui vê-la morrer. É triste, é complicado você não poder ver partir a pessoa que te viu crescer. Eu era a caçula. Ainda bem que ela nunca soube do que eu passei no Brasil, de recorrer ao lixo para comer. Minha mãe seria enterrada em um saco preto, porque minha família não tinha dinheiro para comprar um caixão e a prefeitura não oferecia ajuda. Mas eu tive a oportunidade no Brasil de trabalhar e cobrir os gastos fúnebres de minha mãe, de maneira digna como ela era”, relembrou em lágrimas. No Brasil, ela se sente acolhida. Mesmo sem dominar ainda o idioma português, ela se comunica com todos os colegas de trabalho. Reconhece que há um esforço de todos de tentar compreendê-la. “Foi muita alegria ter um trabalho digno. Saindo do meu país sem nada, hoje não podemos dizer que estamos bem, mas já podemos viver e ajudar a família daqui e a que ficou na Venezuela”. Seus familiares estão em busca de empregos, como o marido e o filho mais velho, que está trabalhando como motorista de Uber na Região Metropolitana do Recife. Sua filha também trabalha na BRK, por meio do mesmo projeto, mas em Alagoas. Para o futuro, o sonho de Flores é típico da maioria dos brasileiros: ter a casa própria. Além dessa meta mais material, estão nos seus projetos a vinda de mais familiares para o Brasil. Uma esperança que é comum aos demais venezuelanos que se estabelecem por aqui. MÚSICO DE RUA COM SOTAQUE E GINGA VENEZUELANA Ángel Berroteran Gil (@berroteranflow), 22 anos, filho e neto de empregadas domésticas, andou muito, mais de 40 quilômetros, e

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Mesa mira expansão internacional

A startup pernambucana Mesa, que atua no desenvolvimento de produtos digitais, completou nove anos e mira agora na expansão internacional. O ponto de partida será Portugal, onde a companhia, junto com o Porto Digital, participa, agora em outubro, de uma missão para conhecer um espaço que vai servir de base para empresas que querem iniciar operação no país. “Manteremos nossos esforços de crescimento no Brasil, mas internacionalizar a marca já é algo que estamos planejando há algum tempo. Estou indo para Portugal em busca de insights, ver de perto como as empresas de lá estão atuando e buscar novas parcerias”, afirma Artur Sá, sócio e Chief Marketing Officer (CMO) da Mesa. No radar da empresa estão ainda Estados Unidos e Canadá. Nestes países, o foco da empresa é, também, gerar novos contatos e parcerias que resultem em uma expansão da atuação comercial. Entre os grandes projetos assinados pela empresa estão a plataforma TFSports para a Track & Field, maior grife de materiais esportivos do Brasil e o Premmia, programa de fidelidade da rede de postos Petrobras. A empresa é responsável pelo aperfeiçoamento constante do aplicativo, visando sempre a evolução de design e tecnologias.

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Estacao Recife postal

7 fotos para celebrar os 50 anos do Museu do Trem do Recife

*Por André Cardoso Inaugurado em 25 de outubro de 1972, o Museu do Trem do Recife é um dos mais tradicionais da capital pernambucana e está completando 50 anos em 2022. Sendo um dos primeiros museus ferroviários criados no Brasil, foi criado por iniciativa do Emerson Jatobá, Chefe da 3ª Divisão Nordeste da RFFSA, com o apoio do sociólogo Gilberto Freyre, através do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, atual Fundaj. Consolidou-se como um dos principais centros de preservação da memória ferroviária do país. Reunindo um importante acervo da antiga rede de ferrovias nordestina, o espaço conta a história de nossas estradas de ferro e seus impactos sociais e espaciais no desenvolvimento de Pernambuco. O museu promove ações diversas voltadas à difusão e à valorização do patrimônio ferroviário, se constitui como um espaço de aprendizado e de outras experiências enriquecedoras. Desde sua inauguração, está sediado na Estação Central do Recife, cartão-postal recifense e que teve sua construção finalizada em 1888 pela Estrada de Ferro Central de Pernambuco. No início do século XX, sob a gestão da companhia inglesa Great Western of Brazil Railway, passou a ser o principal terminal ferroviário da cidade para os trens de passageiros. Durante quase 100 anos, foi uma das principais estações ferroviárias do Nordeste. Em suas plataformas partiam e chegavam trens de passageiros de cidades da Zona da Mata, Agreste e Sertão do estado, bem como de outros estados nordestinos como Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, bem como do antigo sistema de trens urbanos do Recife que antecedeu ao Metrô. A partir de 1972, a Estação Central tornou-se sede do Museu do Trem, ao mesmo tempo que continuava operacional sob a gestão da Rede Ferroviária Federal S/A. Em 1983 a estação foi desativada para a construção do Metrô do Recife, sendo mantido o Museu. Em 2014, o Museu do Trem foi totalmente reestruturado, passando a ocupar todo o prédio. Em reforma desde maio desse ano, a Estação Central será reaberta ao público no próximo ano, trazendo de volta todo o conteúdo e as atividades presenciais do Museu do Trem, que nesse momento tem dado sequência à sua programação com atividades virtuais e com a exposição itinerante “Pare, Olhe, Escute: Os Caminhos do Patrimônio Ferroviário de Pernambuco”. *André Cardoso é historiador, mestre em História Social da Cultura Regional pela UFRPE e coordenador de Ação Educativa do Museu do Trem do Recife

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BARBARA DE ALENCAR Retrato imaginario feito pelo pintor Ernane Pereira.3

Bárbara de Alencar, a protomártir da Independência

Bárbara Pereira de Alencar, pernambucana, nascida no Exu, na Fazenda Caiçara, em 11 de fevereiro de 1760, e falecida em Fronteiras (PI) no dia18 de agosto de 1832, foi a primeira prisioneira política da história do Brasil e, por sua participação ativa na República Pernambucana de 1817, tornou-se protomártir da Independência do Brasil. Casando-se aos 22 anos, transferiu-se para o Crato, no sul do Ceará. Foi mãe de cinco filhos; dois deles, José Martiniano de Alencar e Carlos José dos Santos, foram estudar no Seminário de Olinda; onde vieram se inteirar das ideias do liberalismo europeu do Século 17, fundamentos do ideário da República de Pernambuco de 1817. Comerciante no Ceará, Dona Bárbara teve papel ativo na divulgação da ideologia liberal que deu causa ao movimento revolucionário, como se depreende da carta do sábio naturalista Manuel Arruda da Câmara (1752-1810), endereçada ao padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, datada de 2 de outubro de 1810, na qual o sábio naturalista a trata por “heroína”: “viúva dos Sertões de Pernambuco, mas domiciliada na Vila do Crato do Ceará”. Com a Proclamação da República de Pernambuco de 1817, dona Bárbara Pereira de Alencar, proclamou a República do Crato, que teve a duração de oito dias. Na repressão à República do Crato, pelas forças imperiais, a família teve confiscados todos os seus bens, documentos e papéis, sendo sua matriarca presa e recolhida, em um poço no Quartel de 1ª Linha, entre a Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção e a Cadeia do Crime (depois Cadeia Pública). De lá, saiu para as prisões do Recife e posteriormente da Bahia. Foi a única mulher recolhida à Cadeia da Bahia, quando da Devassa dos Revolucionários de 1817, tendo sido pronunciada em 13 de setembro de 1818, intimada em 30 de setembro de 1819, incluída no Perdão das Cortes de Lisboa em 6 de fevereiro de 1818 e liberada em 30 de setembro de 1819. Assim, Dona Bárbara Pereira de Alencar tornou-se a primeira mulher, prisioneira política do Brasil. Quando da sua prisão em um poço, na Fortaleza de Assunção, onde mal podia permanecer em pé, “conta-se que gritava desesperadamente, dias e dias a fio”, ainda hoje o local é assinalado com a inscrição: “Aqui gemeu Bárbara Pereira de Alencar sob a tirania do Governador Sampaio”. Ao ser enviada para a prisão da Bahia, foi vestida com um camisolão, vestimenta igual à da sua escrava que a acompanhava, mas ao subir no navio uma negra na multidão, que olhava o embarque dos prisioneiros, jogou um chalé para que se cobrisse. Seu filho, o padre José Martiniano de Alencar ganhou notoriedade política, sendo eleito deputado pelo Brasil junto às Cortes de Lisboa (1820); seu outro filho, Tristão Gonçalves Araripe, que veio a ser nomeado Presidente do Ceará, veio a ser morto em combate com as forças imperiais em 30 de outubro de 1825. Dona Bárbara Pereira de Alencar, morreu depois de várias peregrinações em fuga da perseguição política em 1832 na cidade piauiense de Fronteiras, mas foi sepultada em Campos Sales, no Ceará. Seu túmulo encontra-se em processo de tombamento. Quando das Comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, o seu nome permaneceu no esquecimento pelo Canal History (que produziu uma série sobre as mulheres e a Independência, mas não citou Bárbara de Alencar) e pela própria Academia Brasileira de Letras, em seus vários pronunciamentos.

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Mamam Foto Andrea Rego Barros 2

MAMAM recebe seminário de formação de educadores sobre o modernismo pernambucano

O evento é voltado para professores de Artes, História e Literatura, bem como pesquisadores, artistas, produtores culturais e educadores não formais. O Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães recebe nos dias 20 e 21 de outubro o Seminário de Sensibilização e Formação de Educadores: “Pernambuco Moderno: artes e histórias deslocadas”. O objetivo do evento, que é gratuito, é estimular a abordagem do modernismo pernambucano dentro da sala de aula. Segundo especialistas, como Paulo Herkenhoff, o movimento aqui no estado surgiu antes mesmo do modernismo paulistano, mas acabou sendo esquecido após a Semana de Arte Moderna de 22, que conferiu aos artistas paulistas uma hegemonia, quando o assunto era a disseminação das ideias modernistas no país. O seminário busca resgatar as singularidades estéticas e políticas do movimento pernambucano e sensibilizar os educadores para que o tema seja inserido no programa curricular dos cursos livres e escolas. O evento, que é voltado para professores de Artes, História e Literatura, bem como pesquisadores, artistas, produtores culturais e educadores não formais, terá intérprete de Libras. Durante a formação, haverá a troca de conhecimento entre os profissionais da educação e pesquisadores de artes visuais de Pernambuco e haverá orientações e sugestões de formas de abordagens multidisciplinares sobre o tema. O seminário é uma realização do Rec Cultura e do Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM), em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (Ufape). Os participantes terão direito a certificado e para se inscrever, basta acessar o link: encurtador.com.br/hkpI5

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Rio Capibaribe Wikipedia

A trágica urbanização brasileira, o Recife e a possibilidade de redenção

O Brasil é um dos países de mais rápida e avassaladora urbanização do mundo. Passou de um percentual de 31% da população urbana (e 67% rural), em 1940, para 84% da população urbana (e 16% rural), em 2010. Como o Censo de 2020 ainda não foi feito, estima-se que o percentual já esteja hoje acima de 86%. Esse fluxo campo-cidade, acentuadíssimo, funcionou, sobretudo para as cidades mais antigas do País, como um fator de desorganização urbana de proporções nunca antes vivenciadas por elas. Rio de Janeiro, Salvador e o Recife, em especial, sofreram demais. O Recife, por exemplo, a mais antiga das três (pois é a capital mais antiga do País, a primeira a completar 500 anos em 2037) e centro regional desde a colonização, teve a sua população duplicada, de 500 mil, em 1950, para 1 milhão de habitantes, em 1970. Do início do Século XX até 1970 este crescimento foi de 10 vezes, de 100 mil para 1 milhão de habitantes. Além de um “tsunami” populacional dessas proporções, como popularmente se diz, “por cima de queda, coice”. Esse fenômeno migratório nacional e regional, digamos assim, foi coadjuvado por outro de proporções mundiais: a fenomenal ascensão do veículo individual motorizado, o nosso querido automóvel que, atuando como uma espécie de “gás” sólido, se expande até ocupar praticamente todo o espaço viário disponível. Atualmente estima-se que os veículos individuais motorizados ocupam, só eles, 80% de todo o espaço viário nas cidades brasileiras (considerando as calçadas como inclusas no espaço viário). No caso do Recife, que passou cerca de 4/5 (ou 80%) de sua história de vida sem veículos motorizados, essas duas “catástrofes” concatenadas contribuem para a frequente conquista periódica do “título” de uma das cidades mais engarrafadas (do País ou do mundo, dependendo de quem “mede”). Isso por se tratar de uma cidade de muitos rios e canais que forçam o trânsito estreitado a passar frequentemente por pontes. Além disso, devido à sua idade, praticamente toda a malha viária da chamada Zona Norte da cidade foi traçada antes da chegada do automóvel (diferente da malha da Zona Sul que foi lançada, praticamente toda ela, quando o automóvel já tinha chegado). Por ela passavam pessoas a pé, montadas em animais ou sobre carroças puxadas a equinos ou bovinos. De repente, tiveram que se adaptar à passagem de veículos móveis de, no mínimo, uma tonelada de peso, em duas mãos. Resultado: as vias tiveram que ser alargadas ao máximo, com as calçadas segregadas nas bordas, de preferência as menores possíveis. O fato é que nenhuma cidade do mundo, por mais desenvolvida e/ ou bem aquinhoada com recursos que fosse, passaria sem sérias consequências por uma conjugação de fenômenos tão poderosa e desorganizadora como a ocorrida. Muito menos o Recife que cresceu sobre um sítio de terras frágeis, alagáveis na planície e “dissolventes” nas encostas dos morros que circundam a planície, em forma de anfiteatro, desde Olinda aos Montes Guararapes, ocupados pelo grosso da população que chegava à procura de chão para erguer suas precárias moradias. Além das encostas frágeis de argila, a população habitacionalmente desassistida ocupou também os piores terrenos da planície, aqueles dos “córregos e alagados” como costumava dizer um folclórico prefeito da capital. Além disso, os recursos passaram a ser escassos para uma cidade que, desde há muito até os dias atuais, passou a constituir-se metade “formal” e metade “informal”. A consequência do ponto de vista urbanístico-administrativo foi uma realidade mais próxima do caótico do que de qualquer outra situação menos desordenada. Esta realidade torna-se ainda mais contrastante quando verificamos que no início do Século XX, até a fatídica década de 1940, o Recife chegou a transformar-se numa cidade que se poderia considerar até organizada. Que o digam os filmes do “Ciclo do Recife”, feitos nas décadas de 1920/30 que retratam uma cidade quase “europeia” com belos jardins (Praças da República, Adolfo Cirne, Derby, Sérgio Loreto, Casa Forte, Parque 13 de Maio etc.), bondes elétricos, pontes de ferro e cimento armado, porto e bairro portuário reformados à moda francesa, praticamente 100% saneada por Saturnino de Brito, com sua praia urbanizada etc. Além disso, com um intenso debate urbanístico instalado entre os formadores de opinião, com o aporte dos principais urbanistas da época (fora os locais como Domingos Ferreira, José Estelita e outros), como é o caso de Nestor de Figueredo, Attílio Correia Lima, Ulhôa Cintra. Até o lendário Agache esteve na cidade (e eu desconfio que Le Corbusier esteve por aqui também, a bordo do Zepellim). Pois bem, o que de fato aconteceu foi que, depois dessa espécie de “visita da saúde” urbanística, a cidade só andou, em se tratando de organização e gestão urbana, e qualidade de vida citadina, ladeira abaixo, não obstante os esforços (que, aliás, não foram poucos) de evitar ou reverter a queda geral de qualidade. Viveram os recifenses décadas de efetiva decadência da qualidade de vida urbana que até pareceu sem remédio… Até que, de onde menos se esperava, surge uma possibilidade de salvação: o Rio Capibaribe, tão maltratado, coitado! Uma pesquisa feita, durante 7 anos, em parceria pela UFPE e a Prefeitura do Recife, concluiu que o Rio era não só o nosso principal ativo ambiental como urbanístico também. Capaz de “recosturar” o fragmentado território recifense, transformado numa “colcha de retalhos” pelos loteamentos que se sucederam sem adequada orientação de desenho urbano mas apenas de legislações sem visão de conjunto… Por conta disso, não é exagerado dizer que o que resultou foi um “quebra-cabeças desmontado” que urge remontar e o Capibaribe pode e deve ser essa “linha”, possibilitando a criação de um parque de 30 km (15 km de cada margem), desde sua “entrada” na cidade pelo Bairro da Várzea, até a sua junção com o Beberibe para, nada mais nada menos, formar o Oceano Atlântico… Esse parque nas margens é capaz de articular um sistema de parques que conectará as principais áreas verdes da cidade e, surpresa das surpresas descoberta pela pesquisa UFPE/PCR: transformar, até o seu aniversário de 500 anos (em

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