Arquivos Saúde - Página 11 De 52 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Nem toda tontura é labirintite

Por Yuri Euzébio* Quando uma pessoa sente “o mundo rodar”, na maior parte das vezes, já pensa logo que está com labirintite. Mas não é bem assim, existem também outras causas que provocam a sensação de tontura e vertigem. Na verdade, até a palavra labirintite é mal-empregada. “Ao pé da letra, esse termo refere-se apenas à inflamação do labirinto, que é uma região interna da orelha ligada às funções de audição e de equilíbrio”, conceitua Alberto Monteiro, otorrinolaringologista do Hospital Jayme da Fonte. O termo correto para o conjunto de enfermidades que afetam o labirinto é labirintopatia. A confusão existe, segundo os otorrinos, porque há um senso comum entre pacientes e até médicos não especialistas de que toda tontura seja labirintite. Há também muita confusão entre vertigem e tontura. De acordo Luiza Gondra, otorrinolaringologista e preceptora do Ambulatório de Otoneurologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, tontura é um termo genérico para a característica em que o paciente percebe o espaço girando, sem a sensação de estar em movimento. Já a vertigem é justamente quando o paciente sente, ele próprio, rodando ou girando, ou seja, uma falsa sensação de deslocamento. Segundo Luiza, os sintomas da labirintopatia estão relacionados, basicamente, a tontura, perda auditiva, zumbido e flutuação da audição, que é quando a audição do paciente fica “flutuando” com dias bons e outros ruins. Se o paciente não apresentar inflamação no labirinto, está descartada a hipótese de ser labirintite. As causas da labirintopatia podem ter diversas origens, que passam por motivos pouco óbvios, como a alimentação. “O consumo abusivo de café, refrigerantes, doces e gordura irrita o labirinto. Infelizmente, poucas pessoas se atentam que uma dieta pouco saudável influencia na manifestação da doença”, alerta Monteiro. Há ainda questões vasculares, que são os problemas de circulação sanguínea na  no cérebro e a obstrução dos vasos que acabam afetando o labirinto. “Entretanto, uma das causas mais comuns é a questão emocional, como ansiedade e estresse, que influenciam no funcionamento dos órgãos causando, como por exemplo, dores de estômago e enxaqueca, mas também podem acabar descompensando o labirinto”, alerta Monteiro, acrescento que em alguns casos pode até provocar a perda de audição. DIAGNÓSTICO O diagnóstico do sintoma da tontura se dá por meio de testes clínico e complementares. “Às vezes, precisamos de alguns exames focados no labirinto, chamados de exame ortoneurológico, além de imagem e laboratoriais para investigar algum distúrbio e, principalmente, um exame físico. Ser avaliado por um médico é imprescindível para descobrir algum indício do que pode ser aquela tontura”, detalhou Luiza. Monteiro chama a atenção para uma averiguação detalhada do paciente. “É preciso fazer uma investigação, com exame de sangue para ver se há distúrbio metabólicos, se é diabético, se o colesterol está alto, identificando qualquer um desses fatores, o tratamento envolve a correção desse indicativo”. “Após investigação com auxílio dos exames otoneurológicos e confirmada a labirintopatia, é indicado o tratamento específico  para o labirinto, que pode ser por meio de medicamentos, correção dos hábitos de vida e até mesmo manobras ou exercícios de habituação do labirinto”, informa Luiza.  Muitas vezes o tratamento é realizado em conjunto com profissionais de outras especialidades, caso seja comprovada alterações como diabetes e hipertensão. Esses especialistas que precrevem os medicamentos em conjunto com uma dieta. A automedicação, segundo a otorrinolaringologista, não deve ser realizada. Apesar de ainda não ser de conhecimento geral, a taxa de incidência dessas doenças é alta. De acordo com os especialistas, algo em torno de 40% a 60% da população tem algum tipo de tontura ou vertigem, acometendo mais os idosos e as crianças. Por isso, se você apresentar algum dos sintomas elencados, procure um otorrinolaringologista.      

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Brasil confirma 25 casos de coronavírus

O Ministério da Saúde confirmou mais seis novos casos de coronavírus no país, totalizando 25 casos até o momento. Dos novos registros, três estão em São Paulo, um em Alagoas, um no Rio de Janeiro e um em Minas Gerais. Cinco desses casos foram de pessoas que se contaminaram fora do país. O outro caso, um dos três de São Paulo, é de uma contaminação local, ou seja, quando é possível identificar a fonte do contágio. Segundo a Secretaria de Saúde do estado, os três novos casos do estado estão estáveis e em isolamento domiciliar. No caso do paciente do Rio de Janeiro, trata-se de uma mulher de 42 anos, moradora no município do Rio, que acompanhou em viagem à Itália uma pessoa já confirmada como positiva para o coronavírus. Ela retornou do exterior na última quarta-feira (4). Os primeiros sinais apareceram no dia seguinte à sua chegada ao Brasil. Essa mulher também está em isolamento domiciliar. Atualmente, 664 casos são considerados suspeitos e outras 632 pessoas já foram descartadas como portadoras do Covid-19. O ministério recebe as notificações de suspeitas das secretarias estaduais de saúde. Da mesma forma, são as secretarias que confirmam os casos, sendo que a contraprova deve ser realizada por laboratórios atestados pelo governo federal. Para combater a doença, as dicas são cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar; utilizar lenço descartável para higiene nasal; evitar tocar as mucosas de olhos, nariz e boca; limpar regularmente o ambiente e mantê-lo ventilado; lavar as mãos por pelo menos 20 segundos com água e sabão ou usar álcool gel. (Da Agência Brasil)

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Hope inicia novo tratamento para olho seco

O Hopital de Olhos de Pernambuco é um dos primeiros a contar com equipamentos que oferecem soluções rápidas e eficazes para a síndrome do olho seco: o LipiFlow System e o LipScan. "O LipScan consegue gerar imagens dessas glândulas com o máximo de resolução possível, favorecendo um diagnóstico e tratamento mais assertivo e efetivo. Já o LipiFlow se configura como um dos melhores tratamentos para as glândulas de meibômio, demonstrando melhorar a função delas e consequentemente os sintomas do olho seco", explica o médico oftalmologista do Hope, Bernardo Cavalcanti. A disfunção da glândula de meibômio é considerada hoje a principal causa da síndrome do olho seco, afetando mais de 340 milhões de pessoas em todo mundo. No Brasil, a disfunção atinge cerca 12% da população, ou seja, cerca de 25 milhões de brasileiros, numa proporção de três mulheres para cada homem (na mulher a oscilação ou queda do estrogênio aumenta a predisposição para olho seco). "O olho seco afeta uma parcela muito significativa da população mundial, e alterações na glândula de meibômio está entre as principais causas. Com esses equipamentos, teremos as ferramentas necessárias para otimizar a saúde da superfície ocular de milhares de pessoas", afirma Cavalcanti. A síndrome do olho seco é uma doença crônica e progressiva, e mesmo quando está sob controle, os pacientes ainda precisam visitar o médico para terapias de manutenção e monitoramento para detectar a progressão o mais rápido possível. O tratamento LipiFlow leva aproximadamente 12 minutos por olho e já é possível perceber melhora dos sintomas em duas a quatro semanas. Normalmente os efeitos benéficos do procedimento duram uma média 12 meses. "O sistema de pulsação LipiFlow é um tratamento automatizado que tem como princípio a aplicação de calor e pressão sobre a área aplicada. Ele abre e limpa as glândulas de meibômio, restaurando assim a secreção", explica o médico  oftalmologista. "O dispositivo se encaixa no olho e também sobre as pálpebras e aplica calor para amolecer a secreção de meibômio endurecida. Ao mesmo tempo, ele aplica pressão pulsada nas pálpebras para que possa abrir e desobstruir as glândulas entupidas, restaurando o equilíbrio correto de óleos, possibilitando que a glândula consiga produzir a camada lipídica da lágrima", finaliza. Causas do olho seco - a Síndrome do olho seco apresenta várias causas. As principais são a Síndrome de Sjörgren (doença autoimune que ataca as glândulas lacrimais e salivares, ressecando as mucosas); deficiência lacrimal por envelhecimento, fatores hormonais ou doenças crônica; obstrução do duto lacrimal após determinados tipos de conjuntivite; perda de sensibilidade da córnea; bloqueio da glândula lacrimal ou inflamação da glândula de meibômio. Além dos fatores ambientais, como o uso prolongado do computador, tablets ou celulares, fumaça, poluição, lugares fechados, além do excesso de exposição ao ar condicionado ou do uso de lentes de contato, principalmente as gelatinosas, que absorvem mais lágrimas que as rígidas. Sintomas - vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira e maior sensibilidade a luz. Se a síndrome não for tratada logo no início, a falta de lubrificação na superfície ocular pode causar cicatriz na córnea, ceratite e agravamento de outras doenças, além de facilitar o aparecimento de conjuntivite e alergias.

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Obesidade e varizes: relação e fatores de risco

Em tempos de cuidados cada vez mais minuciosos com a saúde, desleixar do peso vem na contramão da busca por uma vida cada vez mais saudável. Em um país onde a obesidade cresce a cada ano - pesquisa do Ministério da Saúde aponta que o número de obesos no Brasil aumentou 67,8% entre 2006 e 2018 – investir em medidas preventivas e estar em dia com os exames se torna essencial. É sabido que a obesidade é fator de risco para muitas doenças e pode, inclusive, afetar a saúde das pernas. A cirurgiã vascular Flávia Souza explica que pessoas com sobrepeso têm maior chance de desenvolver varizes devido à quantidade de volume sanguíneo na veia, o que prejudica a circulação. “Não é a obesidade que causa as varizes. O excesso de peso contribui para a dilatação dos vasos sanguíneos. Uma pessoa obesa possui mais gordura entre os órgãos, causando uma pressão interna sobre as veias pelas quais o sangue retorna ao coração. O sangue não consegue fazer o caminho de volta como deveria e parte dele fica retido na veia da perna, ocasionando a dilatação e formação das varizes”, explica. Flávia alerta ainda sobre uma outra complicação que pode ocorrer entre obesos: trombose em decorrência do mau bombeamento do sangue para o corpo, gerando doenças ligadas ao sistema vascular. A trombose venosa, por definição, é a presença de um coágulo dentro de uma veia. Pode ser superficial, no subcutâneo ou profunda, quando a veia acometida está no meio dos músculos das pernas ou dentro da barriga. Estima-se que cerca de 180.000 novos casos de trombose venosa surgem no Brasil a cada ano. A formação deste coágulo dentro da veia ocorre por alguns fatores como lesão endotelial - da parede interna da veia -, dificuldade do sangue circular e, o aumento da viscosidade sanguínea, que é o sangue mais grosso. A cirurgiã complementa ainda que quem já tem predisposição genética para varizes desde cedo, precisa manter o peso equilibrado e ser acompanhado pelo angiologista, já que com o passar do tempo, a idade e o sobrepeso expõem essas pessoas a maior incidência do problema. Algumas dicas práticas, no entanto, podem evitar ou contornar o ganho de peso excessivo. Embora pareça óbvio, o controle da alimentação é fundamental; dormir bem, pois a falta do sono altera o metabolismo causando a sensação de fome. Quem dorme pouco também fica mais cansado, afastando as pessoas do exercício físico; e evitar o sedentarismo: manter-se ativo, seja praticando esportes, indo à academia ou adotar medidas simples como caminhar, nadar, correr e andar de bicicleta. SERVIÇO: Clínica Flávia Souza Fonseca Avenida Rui Barbosa, 715, sala 203 – Graças (81) 3082.3079 | 3105.9555 | 98161.9555

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Número de casos do novo coronavírus chega a 13 no Brasil

O número de casos confirmados do novo coronavírus (Covid-19) chegou a 13 no país. Há ainda 768 casos suspeitos e outros 189 foram descartados pelas autoridades de saúde. O boletim foi divulgado pelo Ministério da Saúde hoje (6), em Brasília. O resultado marca um aumento e cinco pacientes infectados pelo vírus desde o último balanço, divulgado ontem (5). Um dos novos casos foi registrado na Bahia. Uma mulher de 34 anos, residente da cidade de Lauro de Freitas, que teve o diagnóstico depois de viagem pela Itália, onde passou pelas cidades de Milão e Roma. Embora esteja assintomática, ela se encontra isolada em casa, sob observação das autoridades de saúde. Os outros quatro novos casos foram identificados em São Paulo, totalizando dez pacientes com o vírus no estado. Completam a lista um no Rio de Janeiro e um no Espírito Santo. No Distrito Federal um teste acusou a infecção, mas a secretaria de saúde ainda aguarda a contraprova. (Da Agência Brasil)

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Câncer de mama dificulta reinserção de mulheres no mercado de trabalho

O dia 8 de março é marcado pela reinvindicação feminina para melhores condições de trabalho e mesmo após 44 anos da oficialização da data, o cenário ainda está desfavorável. Pela questão de gênero, muitas mulheres perdem oportunidades, sofrem com a desigualdade salarial ou não conquistam postos de liderança. Uma pesquisa realizada pelo IBGE mostrou que as mulheres são o grupo que menos conseguem empregos, mesmo sendo o maior grupo em idade ativa para trabalhar. Ao fazer o recorte dessa realidade no que se refere a mulheres com câncer, é possível notar que as taxas de sobrevivência têm crescido, mas pouco se fala sobre a qualidade de vida dessas mulheres. Um estudo recente liderado pela oncologista Luciana Landeiro, do Grupo Oncoclínicas, revelou que mulheres com diagnóstico de câncer de mama, mesmo aquelas que já enfrentaram a doença, têm menos chances no mercado de trabalho. A argumentação "Retorno ao trabalho após o diagnóstico do câncer de mama: Estudo prospectivo observacional no Brasil" é resultado da tese de doutorado da médica na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e foi publicada na Revista Câncer, publicação cientifica norte-americana e uma das principais revistas internacionais na área de oncologia. A pesquisa foi realizada em mulheres com idade entre 18 e 57 anos que foram entrevistadas por telefone com 6, 12 e 24 meses após o diagnóstico de câncer de mama. Antes do diagnóstico, 81% das pacientes tinham emprego em tempo integral e 59,5% relataram que eram as principais responsáveis pela renda familiar. A maioria das pacientes (94%) gostava de sua atividade de trabalho e recebeu apoio de seu empregador (73%) depois da identificação da doença. No entanto, apenas 29,1% de mulheres relataram ter sido oferecido algum tipo de ajuste no seu trabalho, condição importante para lidar com os efeitos adversos do tratamento. "As mulheres que receberam ajustes na função por parte de seus empregadores tiveram 37 vezes mais chances de retornar ao trabalho", diz a médica. Aproximadamente 80% das pacientes tinham baixa renda familiar (com menos de quatro salários mínimo/mês por família). Aos seis meses após o diagnóstico de câncer de mama, a taxa de retorno ao trabalho foi de 21,5%. Um ano após o diagnóstico, essa taxa ficou em 30,3% e após dois anos do diagnóstico da doença a taxa registrada foi de 60,4%. Segundo a Dra. Luciana, as taxas de retorno foram menores que as registradas em pesquisas realizadas na América do Norte e na Europa. Pacientes submetidas à mastectomia (retirada cirúrgica completa da mama), que foram diagnosticadas com depressão após o câncer ou que experimentaram dor retornaram significativamente menos para suas atividades de trabalho. A pesquisa também revelou que a chance de retornar ao trabalho foi nove vezes menor entre as mulheres tratadas com terapia endócrina. O estudo também concluiu que as mulheres que recebiam dois ou mais salários mínimos tinham 17 vezes mais chance de retornar ao trabalho do que as que ganhavam menos. As mulheres que se submeteram à cirurgia conservadora (que retira o tumor e preserva a maior parte possível da mama) também apresentaram vantagens em comparação às que foram submetidas à mastectomia (retirada cirúrgica da mama). A chance de reinserção no mercado de trabalho foi nove vezes maior para elas. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), mais de 66 mil mulheres são diagnosticadas com câncer anualmente, por isso é preciso desenvolver estratégias com foco na assistência e reabilitação para a volta ao trabalho, assim como estimular o mercado a dar oportunidades às pacientes oncológicas. "Após o tratamento, as pacientes precisam retomar sua vida normal. O retorno ao trabalho faz parte do retorno à normalidade, contudo esse tema é pouco visitado e discutido. Acredito que a criação de programas de inclusão no mercado de trabalho para pacientes oncológicos poderia ser uma das formas de melhorarmos o número de pacientes que retornam às suas atividades laborais após o câncer", afirma a Dra. Luciana Landeiro.

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Ansiedade, hiperconectividade e sobrevivência

A ansiedade é o estado de expectativa diante da possibilidade de que algo aconteça. Um animal está tranquilo e de repente um silêncio, um cheiro ou um barulho ocorre e a ansiedade aparece. Ela o prepara para três saídas possíveis: imobilidade (congelamento), luta ou fuga. Se o perigo desaparece porque o animal não foi descoberto ou foi bem-sucedido fugindo e\ou lutando, rapidamente a tranquilidade retorna. A ansiedade para os animais gregários como homens, cavalos, vacas e cães tem característica contagiosa, um membro do grupo pode tornar um grupo todo ansioso, preparado para lutar ou fugir, e passada a ameaça, o grupo tranquilizado acalma os indivíduos. O excesso de ansiedade ou a permanência da ansiedade por períodos maiores não é comum na natureza. As exceções são as temporadas de acasalamento, as grandes mudanças ambientais e as situações impostas pelos homens, como o confinamento. Com o desenvolvimento da linguagem e os avanços cognitivos, os humanos ganharam uma grande autonomia diante do ambiente “aqui e agora”, os pensamentos passaram a colocar o sujeito em relação a eventos que podem retroceder a seu próprio nascimento e exceder a própria expectativa de vida. A ansiedade passou a ter possibilidades infinitas de acionamento, o que não quer dizer que ela tenha passado a ser aleatória. O que se perdeu foi a possibilidade de detectar rápida e inequivocamente o que está gerando o estado de alerta. Não somente o identificar gatilho, como: falar em público, viajar de avião ou a chegada da noite. A clínica nos mostra que um mero medo infantil de um zumbi pode ter como cenário interno questões existenciais sobre a inevitabilidade da morte, as incertezas sobre a vida após a morte, bem como a insegurança sobre a própria vida e sobre a vida dos irmãos e pais. As crises de ansiedade adulta repetem as temáticas infantis e acrescentam a elas questões como as do poema de Drummond: você marcha, José! José, para onde? Superar as grandes crises de ansiedade exige mitigar os sintomas, aprender a lidar com os gatilhos e enfrentar os autoquestionamentos sobre o modo de ser e estar no mundo. Simplesmente tocar em frente com os sintomas mitigados costuma ser uma tentativa vã. O mundo contemporâneo trouxe um acréscimo geral de ansiedade com a urbanização, competitividade, trânsito e excitação de todos estímulos. Todavia nos últimos anos os sinais de aumento de ansiedade aumentaram muito e os efeitos passaram a ser também notados nas dificuldades com o sono e o sexo. Segundo a Organização Mundial da Saúde cerca de 40% da população brasileira tem dificuldades com o sono. Os dados sobre atividades sexuais são mais difíceis de obter ou estimar, mas alguns sinais advindos da clínica chamam a atenção: jovens de menos de 30 anos que nunca tiveram uma relação sexual sem a ajuda de drogas contra impotência; aumento de número de pessoas que somente obtém prazer sexual por meio de meios virtuais, casais sem sexo por períodos enormes e a reclamação frequente da “falta de tempo” para as relações sexuais. A principal suspeita pelo aumento de ansiedade recai sobre o uso maciço da tecnologia digital, especialmente da experiência de conexão nas redes sociais virtuais. Os programas em rede têm sido a principal forma escolhida para a comunicação no mundo contemporâneo, trazendo uma abertura fantástica de informações, possibilidades múltiplas de contato e de expressão pessoal. O muito bom das redes sociais se transforma em ansiedade de uma maneira sutil, passa da possibilidade de mostrar uma boa imagem de si, para o desejo de mostrar a melhor imagem possível e daí para a obrigação de mostrar a imagem ideal de si. Então a ameaça pode surgir de qualquer celulite, de qualquer mecha de cabelo fora de lugar e de qualquer comentário mal-humorado mesmo que seja de um “hater” desconhecido. A possibilidade de acessar novas informações e análises relevantes sobre elas se transforma na necessidade de acompanhar o que outras pessoas estão comentando e daí para a necessidade de ficar atualizado diante de um universo de novas informações relevantes e irrelevantes. A ameaça de estar “por fora” é atualizada a cada segundo. Poder mostrar o que está fazendo, compartilhando com os amigos, pode se transformar na necessidade de mostrar o que está fazendo na obrigação de ser lembrado e amado sempre. Qualquer demora nas curtidas podendo ser angustiante e remeter ao medo de ser irrelevante e desaparecer. Conforme afirma o célebre biólogo chileno Humberto Maturana mudamos escolhendo o que manter em nossa vida. O crescente desconforto com qualquer restrição ao acesso à tecnologia, em especial à comunicação em rede, revela quanto já nos adaptamos a essa forma de viver. Fanáticos pelas telas de todo tamanho teremos que lidar com o desafio do aumento de ansiedade em frentes diversas: cultivando formas pessoais de autocuidado; pesquisando e construindo mecanismos de ação pública de cuidado e, especialmente, tentando proteger as novas gerações de uma exposição tecnológica além do que as próprias crianças e adolescentes consigam suportar emocionalmente. *Paulo Fernando Pereira de Souza, psicanalista filiado ao Círculo Psicanalítico de Pernambuco, especialista em terapia de casal e família, mestre em psicologia social pela PUC/SP.

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Torção de tornozelo pode causar danos para a vida toda

Quem nunca sofreu uma torção no tornozelo? É estimado que a cada 25 anos de vida, uma pessoa percorra o equivalente a uma volta ao mundo a pé. Sendo assim, a chance de pisar em falso em uma caminhada não é pequena. Na prática esportiva, então, a entorse, como também é chamado, é muito comum e considerada o motivo mais frequente para atendimentos emergenciais. A maioria das pessoas considera a torção um problema sem consequências e logo volta às atividades normais, mas o fato é que a entorse do tornozelo pode ser uma lesão grave e deixar sintomas para o resto da vida, como explica o presidente da ABTPé (Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé), Dr. José Antônio Veiga Sanhudo. “Estima-se que pelo menos 10% dessas lesões evoluam com sequelas, especialmente quando o tratamento é negligenciado”, ressalta. O tornozelo é a base do corpo e, ao torcê-lo, o ideal é passar por consulta com um especialista para uma avaliação correta da gravidade da lesão. “O médico vai avaliar a necessidade de exames complementares, como radiografias, para descartar fraturas e, eventualmente, ressonância nuclear magnética para quantificar a extensão da lesão ligamentar, a possiblidade de lesão tendinosa e/ou de cartilagem associadas”, explica Dr. Sanhudo. Graus da torção Quando uma entorse de tornozelo acontece, um ou mais ligamentos no lado interno ou externo (mais comumente) sofreram estiramento, ruptura parcial ou ruptura total. A gravidade da lesão varia de acordo com o grau de ruptura das estruturas ligamentares e é classificado de I a III. Grau I – leve (distensão): ligeiro estiramento dos ligamentos, com formação de edema e presença de dor. Grau II – moderado: ruptura parcial dos ligamentos e instabilidade da articulação, com presença de edema e rigidez na movimentação. Dor de intensidade moderada. Grau III – grave: ruptura total dos ligamentos e muita instabilidade no pé, com grande dificuldade para manter-se em pé e dor intensa. “A entorse do tornozelo compreende graus variados de lesão ligamentar, que via de regra cicatrizam bem, mas que se não imobilizadas e supervisionadas por um especialista, muitas vezes cicatrizam alongadas, sem a tensão adequada, o que, na maioria das vezes, provoca instabilidade articular, com perda da segurança, falseios e entorses de repetição”, fala o presidente da ABTPé. Dependendo do grau de instabilidade e sintomas residuais, uma cirurgia para reparo ligamentar pode ser necessária. A causa mais comum desse desfecho é o tratamento inadequado. “Muitas entorses são tratadas sem orientação médica adequada e o indivíduo acha que ficou curado até notar que o seu tornozelo não é mais o mesmo”, salienta o especialista. “O tratamento da lesão, que outrora envolvia longos períodos com bota gessada, hoje é, na maioria das vezes, realizado de forma funcional com imobilizações elásticas que bloqueiam alguns movimentos, mas permitem a deambulação com uso de calçados regulares”, conclui Dr. Sanhudo. A duração do tratamento é de 6 a 12 semanas, habitualmente e, quase sempre, envolve uma fase inicial de imobilização funcional – como explicado pelo especialista, seguida de reabilitação.

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Sequenciamento identifica genomas diferentes nos dois casos brasileiros de coronavírus

Karina Toledo – O genoma do coronavírus (COVID-19) isolado no segundo paciente brasileiro diagnosticado com a doença no sábado, 29 de fevereiro, é diferente do encontrado no primeiro caso, confirmado em 26 de fevereiro. “O primeiro isolado se mostrou geneticamente mais parecido com o vírus sequenciado na Alemanha. Já este segundo genoma assemelha-se mais ao sequenciado na Inglaterra. E ambos são diferentes das sequências chinesas. Tal fato sugere que a epidemia de coronavírus está ficando madura na Europa, ou seja, já está ocorrendo transmissão interna nos países europeus. Para uma análise mais precisa, porém, precisamos dos dados da Itália, que ainda não foram sequenciados”, disse Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP), à Agência FAPESP. O sequenciamento completo do segundo isolado viral foi concluído em apenas 24 horas por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e da USP. Os dados do estudo, apoiado pela FAPESP, devem ser divulgados em breve. Após a publicação da primeira sequência brasileira do COVID-19 no site Virological.org, no dia 28 de fevereiro, pesquisadores italianos entraram em contato com a equipe da USP para solicitar o compartilhamento dos protocolos usados. Os isolados virais dos dois pacientes brasileiros diagnosticados com COVID-19 foram sequenciados por um grupo coordenado por Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz (LEIAL), e Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP. O trabalho tem sido conduzido com apoio do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) – uma rede de pesquisadores dedicada a responder e analisar dados de epidemias em tempo real, coordenada por Sabino e Nuno Faria, da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O projeto, cujo foco principal é o estudo de arboviroses, como dengue e zika, tem apoio da FAPESP, do Medical Research Council e do Fundo Newton (os dois últimos do Reino Unido). “Nosso objetivo inicial era treinar a equipe do Adolfo Lutz e implementar a tecnologia necessária para o monitoramento em tempo real da epidemia de dengue em curso no Brasil. Quando foram divulgados os casos de coronavírus na China, em janeiro, começamos a nos preparar para também monitorar em tempo real essa nova doença”, contou Sabino. O grupo faz uso de um equipamento portátil conhecido como MinION, usado pela primeira vez no país em 2016 para traçar retrospectivamente a disseminação e a evolução do vírus zika nas Américas (leia mais em http://agencia.fapesp.br/25356/). “Essa agilidade só está sendo possível agora graças ao financiamento contínuo que nosso grupo no IMT-USP recebeu desde 2016. Os protocolos para sequenciamento foram desenvolvidos por uma aluna durante estágio de pesquisa em Birmingham [Reino Unido]. Conseguimos baixar o custo do teste molecular de US$ 500 [R$ 2,2 mil] para US$ 20 [R$ 89]. É um ganho tecnológico enorme para o país”, disse Sabino. Segundo a pesquisadora, a principal vantagem do monitoramento em tempo real de uma epidemia é a possibilidade de identificar de onde exatamente veio o vírus que chegou ao país. Tal informação pode orientar ações de contenção e ajudar a reduzir a disseminação da doença. “É uma nova ferramenta para vigilância epidemiológica, que por enquanto só foi testada na África, durante a epidemia de ebola”, disse Sabino. “Queremos divulgar logo esta segunda sequência para ajudar o pessoal da Itália a analisar seus dados. Compartilhamos com os italianos o protocolo usado por nossa equipe e os colocamos em contato com o grupo do CADDE na Inglaterra.” De acordo com Sacchi, enquanto forem confirmados apenas casos esporádicos de COVID-19 em São Paulo, todos os genomas serão sequenciados. Caso os testes positivos comecem a se multiplicar em larga escala, o trabalho passará a ser orientado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde, que também integra o Projeto CADDE. “Nesse caso o sequenciamento passará a ser feito por amostragem e com base em métodos estatísticos, de modo a garantir que os casos amostrados sejam representativos do total”, explicou o pesquisador do Adolfo Lutz. Caso seja possível sequenciar um grande número de isolados virais, diversos tipos de análise poderão ser feitos no futuro, como a evolução do vírus e a identificação de cepas de pior evolução clínica, por exemplo. Por  Agência FAPESP

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Confirmado o terceiro caso do novo coronavírus no País

O Ministério da Saúde e as secretarias de saúde de São Paulo (estadual e municipal) confirmam o terceiro caso importado do novo coronavírus no Brasil. Trata-se de um homem colombiano que mora em São Paulo de 46 anos. Também está em investigação outro possível caso de coronavírus na capital paulista. Exames de contraprova estão sendo realizados para confirmar a amostra do possível caso. Casos confirmados anteriormente 1ª Caso: Trata-se de um homem de 61 anos, morador da cidade de São Paulo, que esteve na região da Lombardia, no norte da Itália, entre os dias 9 e 21 de fevereiro. Ao retornar da viagem, na última sexta-feira (21), o paciente apresentou os sinais e sintomas compatíveis com a doença (febre, tosse seca, dor de garganta e coriza). 2º Caso: O paciente, um homem de 32 anos, esteve na Itália e chegou ao Brasil na quinta-feira (27). Ele chegou acompanhado da mulher de Milão, na região da Lombardia. Ainda no voo usou máscara e a acompanhante não apresenta sintomas da doença. O paciente foi atendido no Hospital Israelita Albert Einstein na sexta-feira (28). Durante o atendimento, o viajante relatou febre, tosse, dor de garganta, dor muscular e dor de cabeça. O quadro clínico foi considerado leve e estável. (Da Agência Brasil)

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