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Cresce o número de diagnósticos de neurodivergências

Especialistas apontam que crescimento se deve ao avanço dos critérios diagnósticos, ao maior acesso aos técnicos de saúde e à conscientização da população. Mas há profissionais que enxergam nesse aumento uma tendência à medicalização do comportamento humano e a transformação das emoções em transtornos. *Por Rafael Dantas Talvez você tenha percebido uma presença maior de estudantes no espectro autista nas escolas ou mesmo nas ruas. Ou notado mais diagnósticos de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e dislexia, inclusive em adultos. Essas são algumas das principais condições neurodivergentes representadas pelo símbolo do infinito colorido ou pelo quebra-cabeça, este último associado ao autismo. Enquanto essas imagens ganham espaço em campanhas na mídia, essa população também se destaca em produções audiovisuais de sucesso, como The Good Doctor ou Uma Advogada Extraordinária. Mas, afinal, onde estavam essas pessoas décadas atrás? Em apenas um ano, o número de alunos com autismo matriculados nas escolas brasileiras aumentou 48%, de acordo com o Censo Escolar de 2023. O crescimento dos diagnósticos dessa condição é uma tendência global, conforme aponta o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Na década de 1970, o autismo era identificado em cerca de 1 em cada 10 mil crianças. Em 1995, essa proporção subiu para 1 em cada 1.000 e, em 2023, alcançou 1 em 36, evidenciando uma evolução significativa nos índices. Os dados referentes ao tamanho da população no TEA (Transtorno do Espectro Autista), por exemplo, ainda são desconhecidos. Porém, esse tema foi incluído na última pesquisa do Censo Demográfico 2022, ainda não divulgado. A população neurodivergente é formada por pessoas que apresentam autismo, TDAH, dislexia, síndrome de Tourette, entre outras condições. Esses grupos são caracterizados por apresentarem diferenças no funcionamento cerebral que afetam áreas como percepção, processamento de informações, comportamento e interação com o ambiente. Essas diferenças podem incluir desafios em algumas habilidades, como atenção, leitura ou interação social mas, também, pontos fortes únicos, como criatividade, memória ou resolução de problemas. Apesar da maior percepção da presença dessa população na sociedade e dos expressivos números de novos diagnósticos, há diferentes interpretações para explicar esse crescimento. A corrente científica majoritária considera três fatores principais: a amplitude dos diagnósticos, o maior acesso aos profissionais de saúde e a conscientização da população. “Neurodiversidade é um conceito que reconhece a variabilidade do nosso funcionamento neurológico. Temos os marcos do desenvolvimento mas todos não seguem o mesmo padrão”, afirma Victor Eustáquio, sócio-fundador da Somar Special Care, psicopedagogo e especialista em neurociência. “Eles sempre existiram. O que mudou foi a percepção”, avalia. Os pilares apontados pelo especialista são os avanços dos critérios de diagnósticos. Esse aperfeiçoamento seria uma das razões para o crescimento do número de pessoas diagnosticadas, incluindo os casos mais leves. Anteriormente, por exemplo, só seriam reconhecidos como autistas os quadros mais severos. Hoje percebe-se um panorama que considera perfis moderados e leves. Os outros pilares apontados pelo psicopedagogo são justamente o maior acesso da população aos profissionais de saúde. Se anteriormente o comportamento distinto do filho era negligenciado pela família ou, nos casos mais graves, até escondido da sociedade, a procura pelos médicos foi ampliada nas últimas décadas. Os investimentos mais massivos em comunicação midiática, seja pelo jornalismo ou no entretenimento, e nas campanhas educativas teriam levado também a sociedade a enxergar essa população que era invisibilizada. O Dia do Autismo, do TDAH, da Dislexia… entre tantas outras datas ajudaram a popularizar o tema. No caso brasileiro, um marco importante foi a entrada em vigor da MBI (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência), no ano de 2015. Considerada decisiva para a visibilidade e os direitos das populações neurodivergentes no Brasil, a lei reconhecia as pessoas no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições neurodivergentes como parte do grupo de indivíduos com direitos ao acesso mais amplo a políticas de inclusão e suporte. “Havia muitas pessoas neurodivergentes, sim, antes disso. Mas, elas não estavam abraçadas por essas leis de proteção, pelo direito ao tratamento. Além disso, só era considerado com TEA aquele paciente bem caracterizado. Mas hoje a gente sabe que o espectro autista é muito mais abrangente”, declarou o fundador e diretor executivo da Clínica Mundos, Leonardo Lyra. Antes das leis e do avanço da comunicação, essa população não era percebida pela sociedade. “Muitas vezes essas pessoas estavam escondidas em casa pelas famílias, sofrendo em silêncio, ou eram aqueles indivíduos que tinha uma série de limitações mas tinham que se adequar ao ambiente normal. Isso não é incomum. Se fizermos esse exercício de parar um pouquinho e refletir, vamos lembrar daquele amiguinho da escola ou alguma pessoa próxima que poderia ser neurodivergente. Os dados atuais indicam que em cada sala de aula vamos ter pelo menos uma criança com essa característica”, afirmou Leonardo. DESAFIOS EDUCACIONAIS O avanço da população neurodivergente nas escolas é perceptível aos pais e um desafio às instituições. Se antes eram invisíveis, não chegavam às escolas ou dentro das salas de aula não tinham o devido apoio, hoje, a atenção educacional voltada para essas crianças está muito mais sofisticada. “Agora a gente tem muito mais conhecimento, mais embasamento e mais diagnóstico. Entendemos que essa quantidade de crianças já existia. Mas elas sofriam bullying, eram repetentes. Elas estavam lá, mas não eram vistas dentro da sua necessidade”, avalia a Gabriela Camarotti, diretora pedagógica da Escola Vila Aprendiz. Com 16 anos de atuação, a escola percebeu o aumento da procura das famílias com diagnósticos de autismo, TDAH, entre outras neurodivergências. “A Vila nasceu com o pilar da personalização da educação. Nosso objetivo lá atrás já era conseguir fazer a trilha de desenvolvimento mais personalizada por aluno. Mas percebemos, sim, um aumento significativo das crianças neurodivergentes com as mais diversas necessidades”, constata a diretora. 7A instituição, portanto, desenvolveu uma abordagem pedagógica personalizada, que integra psicologia e educação especial, promovendo um ambiente acolhedor e inclusivo. O maior vínculo com as famílias das crianças e o investimento em capacitação contínua em neurociências e educação especial, inclusive com visitas anuais a escolas em São Paulo, para

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Capa Debora Wagner

Volta às aulas: como montar uma lancheira saudável e atraente para as crianças?

Com o início do ano letivo, é hora de organizar a rotina das crianças, e a preparação da lancheira se torna um desafio para pais e responsáveis. Entre as cantinas escolares repletas de frituras e doces industrializados e a preocupação com uma alimentação nutritiva, surge a dúvida: como equilibrar prática e saudabilidade? A nutricionista Débora Wagner explica como criar lancheiras que combinem atratividade e nutrientes essenciais para o desenvolvimento infantil. “Uma lancheira saudável é equilibrada e contempla todos os macronutrientes: carboidratos, proteínas e gorduras boas. Além disso, deve incluir uma boa dose de micronutrientes vindos de frutas e vegetais para apoiar o crescimento e fortalecer o sistema imunológico das crianças”, detalha a nutricionista. Os pilares da lancheira: como dividir os macronutrientes? De acordo com Débora, os carboidratos são a principal fonte de energia e precisam vir em formas mais nutritivas, como pães e bolos integrais ou biscoitos caseiros. As proteínas, essenciais para o crescimento e a manutenção dos tecidos, podem ser garantidas com iogurtes naturais, queijos magros, ovos cozidos ou patês saudáveis, como os de frango ou atum. “Não podemos esquecer das gorduras boas, presentes em alimentos como castanhas, sementes ou uma pequena porção de abacate, que ajudam no desenvolvimento cerebral”, acrescenta. Colorir também é nutrir Para manter a lancheira atrativa, a variação de cores é um grande aliado. “Quanto mais colorido, maior a diversidade de nutrientes”, afirma a nutricionista. Frutas como morangos, uvas, bananas e mangas trazem dulçor natural e são fontes ricas em vitaminas. “Incluir vegetais crus, como cenouras em palitos ou tomate-cereja, torna o lanche mais completo e ainda estimula o paladar das crianças”, complementa. E a hidratação? Embora a água seja insubstituível, outras opções podem ser incluídas com moderação. “Água de coco, sucos naturais sem açúcar e chás leves, como camomila ou hortelã, são boas alternativas, especialmente em dias mais quentes. No entanto, o consumo de refrigerantes e bebidas industrializadas deve ser evitado, pois contêm altos níveis de açúcar e aditivos”, alerta Débora. Envolvendo as crianças no preparo Uma estratégia para aumentar a aceitação é trazer as crianças para o planejamento da lancheira. “Permita que elas participem da escolha dos alimentos e do preparo dos lanches. Essa atitude simples gera curiosidade, promove autonomia e torna a experiência mais divertida”, sugere. Até a ideia de “montar o próprio lanche” na escola pode estimular um maior consumo das opções saudáveis. Para manter o aspecto lúdico, a mamãe pode adotar estratégias como a criação do “dia do bolo caseiro” ou fazer frutas em formatos divertidos, transformando a hora do lanche em um momento especial. Concorrendo com as cantinas escolares A variedade de alimentos ultraprocessados, como frituras e doces, nas cantinas escolares muitas vezes dificulta a manutenção de uma alimentação equilibrada. “Proibir não é o caminho. Prefira um equilíbrio: converse sobre os benefícios do que foi preparado em casa e negocie dias para consumir algo da cantina, garantindo que isso seja eventual”, orienta a especialista. Segundo a nutricionista Débora Wagner, optar por versões assadas de alimentos como o pastel é uma escolha mais saudável. "Os alimentos assados geralmente possuem menos gordura saturada, o que os torna melhores para a saúde, especialmente no contexto da alimentação infantil, que deve ser balanceada e nutritiva", explica. Mesmo assim, a recomendação é priorizar alimentos naturais e preparados em casa sempre que possível. Turnos e a diferença nas escolhas alimentares As necessidades podem mudar conforme o período escolar. Pela manhã, é importante oferecer alimentos que sustentem e deem energia para as atividades. “Aqui, os carboidratos integrais, combinados com frutas e uma fonte de proteína, como um pedaço de queijo, fazem muita diferença”. Já no turno da tarde, a prioridade é evitar lanches muito pesados. “Opte por algo mais leve, como uma fruta acompanhada de iogurte natural ou uma pequena porção de castanhas”, recomenda. A alimentação e o desempenho cognitivo: a conexão para aprender mais e melhor A nutrição adequada não impacta apenas o crescimento físico, mas também desempenha um papel importante no desenvolvimento cerebral e no desempenho escolar. “Uma alimentação balanceada, rica em nutrientes como ômega-3, ferro, zinco e vitaminas do complexo B, está diretamente ligada à capacidade de concentração, memória e aprendizagem. Por outro lado, uma dieta pobre em nutrientes ou rica em açúcares e ultraprocessados pode levar a dificuldades cognitivas e queda no rendimento escolar”, ressalta Débora Wagner. Garantir que a lancheira inclua alimentos nutritivos significa mais energia e disposição para enfrentar os desafios do dia letivo, além de estimular habilidades importantes para o desenvolvimento infantil. Dicas rápidas para uma lancheira equilibrada: Receita: Sanduíche natural fácil e nutritivo Ingredientes: Modo de preparo: Espalhe o creme de ricota no pão. Monte o sanduíche adicionando os demais ingredientes. Corte ao meio e armazene em um recipiente térmico. @nutrideborawagner @marehortacafebistro Escola Alimentação saudável na escola fortalece aprendizado e bem-estar infantil Nutricionistas Mariana de Souza e Betina Schmidt destacam a importância de orientar famílias, capacitar profissionais e tornar a cantina uma aliada na promoção de hábitos alimentares saudáveis entre os alunos. A alimentação saudável nas escolas é um tema essencial para o desenvolvimento infantil, e as instituições devem investir em orientações e projetos para estimular bons hábitos alimentares entre seus alunos. Segundo Mariana de Souza, nutricionista escolar da Sapore, prestadora de serviço da Escola Eleva, os pais e responsáveis recebem cartilhas com sugestões de ingredientes nutritivos e naturais para compor a lancheira dos estudantes. "A orientação sobre alimentação saudável nas lancheiras é essencial para promover o crescimento e ofertar a energia necessária para o desenvolvimento das atividades diárias e melhor desempenho escolar das crianças", afirma. Betina Schmidt, gerente de nutrição da Escola Eleva, destaca que, em escolas de tempo integral, a formação de hábitos alimentares ocorre de forma significativa dentro do espaço escolar. "Metade das refeições do dia são realizadas no ambiente escolar, incluindo o almoço, que, especialmente no Brasil, tem um significado muito importante na nutrição e no convívio social do indivíduo. Sendo assim, não é apenas pertinente tratar deste assunto em nossa escola, como faz parte de uma série de projetos desenvolvidos com alunos

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Foto Danilo Taccito dermato

Como proteger a pele e os cabelos dos danos do verão

Especialista Marina Coutinho aponta cuidados essenciais para aproveitar a estação mais quente do ano sem prejudicar sua saúde e beleza. Foto: Danilo Táccito Dias ensolarados, mergulhos, maresia e o contato frequente com água clorada fazem parte do verão de todo brasileiro. Mas, cabelos e pele sofrem impactos durante a estação mais quente do ano. Para aproveitar piscina e praia com saúde, a dermatologista Marina Coutinho destaca cuidados essenciais que ajudam a manter a hidratação e prevenir danos a longo prazo. "Não é só sobre estética, mas também sobre saúde. Cuidar da pele e do cabelo é essencial para evitar problemas como ressecamento, manchas e enfraquecimento dos fios," pontua Marina. A exposição ao sol intenso, somada ao contato excessivo com o cloro da piscina e à salinidade da água do mar, é altamente agressiva. "O sol pode causar manchas, queimaduras e acelerar o envelhecimento precoce da pele. Já o cloro e o sal retiram a hidratação natural, tanto da pele quanto dos cabelos, deixando-os ressecados e vulneráveis," explica Marina Coutinho. Nos cabelos, o impacto é ainda maior para quem tem fios quimicamente tratados. "Eles perdem a camada protetora com mais facilidade, o que resulta em pontas duplas, quebras e até mudanças na tonalidade da tintura", alerta. Cuidados com a sua pele Tratando o ressecamento capilar "Cuidar dos cabelos no verão vai além da estética: envolve proteger a saúde e manter a autoestima em alta mesmo nos dias de sol intenso. As pessoas estão corretas ao focar nos cuidados com a pele no verão, mas os cabelos merecem atenção especial. O cloro e o sal retiram os óleos naturais que protegem os fios, e os raios UV também degradam a estrutura capilar. Com os cuidados certos, dá para manter os fios hidratados e bonitos durante toda a estação”, explica Marina Coutinho.  É o dermatologista quem avalia a saúde dos cabelos e do couro cabeludo, identificando sinais de danos como ressecamento excessivo, quebra ou fragilidade, além de possíveis condições associadas, como dermatite seborreica causada pelo excesso de oleosidade no calor, indica produtos específicos para proteção dos fios, como shampoos, condicionadores e máscaras, aplica luz de LED em consultórios, para potencializar a absorção de nutrientes, reconstrução capilar dermatológica (recupera as camadas internas dos fios).  “Podemos criar um plano individualizado, considerando o tipo de cabelo da pessoa (liso, crespo, ondulado) e o nível de exposição ao cloro, ao sol e ao sal. E, após os excessos do verão, sugerir ajustes nos cuidados regulares, incluindo o uso de suplementos que promovam a recuperação da saúde capilar, como biotina e silício orgânico”, acrescenta.  Cuidados para os cabelos Reparação de danos à pele e aos fios Se, mesmo com tantos cuidados, a pele ou os cabelos sofrerem, a dermatologista sugere ações de recuperação. "Para a pele, invista em cremes ricos em antioxidantes e ácido hialurônico. Já para os cabelos, tratamentos de reconstrução à base de queratina são altamente recomendados". Verão é sinônimo de diversão, mas não pode ser motivo para descuidar da saúde da pele e do cabelo. "Com atenção e os produtos certos, é possível aproveitar os dias de sol com tranquilidade e manter a beleza e a saúde em alta", completa Marina Coutinho.

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Ricardo Haziz Asfora

"Não podemos deixar essa ferramenta poderosa, que é a cannabis medicinal, se esvair"

Diretor da Aliança Medicinal, Ricardo Hazin Asfora, fala dos planos de triplicar a capacidade produtiva que hoje é de 5 mil frascos por mês de cannabis para uso em tratamento de doença. A perspectiva é de aumento da demanda, caso seja aprovada a lei que regulamenta o acesso do medicamento pelo SUS. Também explica como é feito o cultivo da planta em contêineres. Foto: Rafael Dantas O uso medicinal da cannabis ainda enfrenta desafios no Brasil. O baixo conhecimento médico, os preconceitos relacionados à planta e a ausência de regulamentações ainda são entraves que pouco a pouco estão sendo enfrentados. Uma experiência bem-sucedida em Pernambuco é da Aliança Medicinal já atendendo nove mil associados que fazem terapia com o óleo extraído a partir da produção realizada em contêineres, no município de Olinda. Trata-se de uma verdadeira fazenda urbana em ampliação. Os primeiros movimentos da associação foram dados pela presidente Hélida Lacerda. Seu filho tinha até 80 ataques epiléticos por dia, mesmo usando várias medicações, antes de usar o óleo produzido a partir da cannabis. A organização nasce do esforço dela de compartilhar o benefício com outras mães que sofriam com as dores dos filhos. Ricardo Hazin Asfora, diretor-executivo da Aliança Medicinal, conversou com o jornalista Rafael Dantas sobre as perspectivas de avanço no uso medicinal da cannabis a partir das recentes regulamentações na Câmara do Recife e na Alepe. Além disso, o engenheiro agrônomo, responsável pela estruturação da produção, explica os planos de expansão e comenta também sobre os benefícios até para o Sistema Único de Saúde diante da possibilidade de maior popularização dos tratamentos com a planta. Qual a importância das recentes legislações aprovadas para o uso medicinal da cannabis? Primeiro tivemos a lei do município do Recife (Lei Nº 19324/2024). Ela foi aprovada na Câmara Municipal mas não veio com política determinada. O município terá que instituir a política para depois ocorrer uma regulamentação. Algumas semanas depois, foi aprovada a Lei Estadual 18.757/2024 que já veio com uma política determinada. Agora, aguarda apenas a regulamentação antes de chegar aos pacientes. Essas leis vêm para facilitar a disponibilização do medicamento pelo SUS que hoje só acontece com ações judiciais. Com a lei não precisa ter todo o trâmite jurídico para ter acesso a cannabis que deverá estar disponível e com previsão de orçamento. Pelo processo judicial, os cofres públicos não conseguem fazer uma previsão de orçamento. Então, resta apenas a regulamentação para tornar o uso medicinal da cannabis possível pelo SUS? Quais são as próximas etapas? Isso virá provavelmente da Secretaria Estadual de Saúde que vai iniciar esse processo representando o Governo do Estado. Estamos nessa etapa de regulamentação. Não podemos prever o tempo para isso porque o trâmite público não é tão simples de se efetivar. Mas a nossa expectativa é que nos próximos seis meses tenhamos essa regulamentação bem encaminhada. Há alguma preocupação com a regulamentação? O “como” esse processo vai ser feito é muito importante. Há dois caminhos a seguir. O primeiro é apenas suprir a demanda existente para cumprir o que a lei determinou. O outro, que seria ideal e muito mais viável para o Estado, seria entender a importância dessa terapêutica e compreendê-la como um caminho para desafogar o SUS, diminuindo internações e emergências de tantas pessoas que chegam aos hospitais. Como o uso dessas terapias poderia ajudar a diminuir a pressão no SUS? Imagine o filho de Hélida, presidente da Aliança Medicinal. Ele tinha 80 crises de convulsão por dia. Logo, ele vivia nos hospitais. Quanto custa internação e atendimento de urgência ou emergência? O tratamento de média ou grave complexidade com a cannabis medicinal custa entre R$ 300 a R$ 400 por mês. Compare isso com sucessivos atendimentos na urgência? Isso é um ponto muito importante que estamos tentando mostrar, pois pode ajudar a viabilizar o SUS, tirando a pressão do sistema. Outra preocupação é de uma regulamentação que leve o poder público a adquirir esses produtos na indústria farmacêutica, importando-o. Isso é como normalmente se faz com as decisões judiciais, mas a compra seria muito mais cara. A gente vem discutindo essa realidade de que não é só fabricar o medicamento, mas a um custo mais eficiente. A maioria dos tratamentos atualmente que usam os óleos produzidos pela cannabis para uso medicinal são feitos com a produção nacional ou ainda tem muita gente que consome produção importada? Hoje há ainda muito produto importado que tem um trâmite custoso para o Estado e tem a demora também do acesso. Aqui, a gente consegue num dia fazer o cadastro desse paciente e, no mesmo ou no outro dia, enviar o medicamento para ele. Então, a gente tem essa prontidão de atendimento. Mas, ainda há, sim, um volume muito grande de produtos importados, inclusive por demanda judicial. Geralmente são produtos mais caros. Isso termina por tornar mais custosa a compra para os cofres públicos do que utilizar uma produção local. Qual a diferença de preços na compra desses produtos entre a produção nacional e a importada? No custo de produto, a gente pode economizar em torno de quatro a cinco vezes numa fabricação nacional. Imagina o quanto conseguiríamos economizar se todas as pessoas pudessem ter acesso ao produto local! E, como falei, se considerar a internação e emergência, é possível desafogar o Sistema Único de Saúde com o avanço desse tipo de tratamento. A gente não pode deixar essa ferramenta, que é cannabis medicinal, se esvair. Além da regulamentação, quais as barreiras para um uso mais amplo da cannabis com finalidade medicinal? É ainda preconceito? Consideramos que é o conhecimento médico. Eles não têm acesso às pesquisas durante a sua formação nos cursos tradicionais. Isso por causa da proibição que teve por tanto tempo no Brasil do cultivo, mesmo para uso medicinal. Precisamos unir forças para que o conhecimento médico venha, de fato, avançar. Hoje as pessoas vão aos médicos pedir o tratamento com a cannabis, após tentativas frustradas de outras terapias. Deveria ser o inverso. Mas o conhecimento sobre o sistema endocanabinoide

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Massagem: aliada da saúde mental e do bem-estar

A massagem vai além do relaxamento físico. Reconhecida como uma prática de autocuidado essencial, ela desempenha um papel significativo na saúde mental, reduzindo o estresse, a ansiedade e sintomas de depressão. Por meio da estimulação sensorial, a prática eleva a produção de serotonina, hormônio associado ao bem-estar, melhora a qualidade do sono e promove autoconsciência e autoestima. Confira na série “Janeiro Branco”, a importância e benefícios da massagem para a saúde mental com a terapeuta Deva Narayam. No campo da saúde integral, a massagem é valorizada tanto pelos benefícios mentais quanto pelos físicos. Ao aliviar a tensão muscular, melhorar a circulação sanguínea e fortalecer o sistema imunológico, também contribui para a flexibilidade, mobilidade e a redução de dores crônicas. "Esses efeitos se traduzem em uma sensação de bem-estar geral que afeta positivamente a qualidade de vida", informa a terapeuta. Estudos revelam um perfil diversificado de público. Mais de 70% dos adeptos da massagem são homens, motivados principalmente pela redução do estresse e alívio de dores musculares. Já as mulheres geralmente procuram técnicas como a drenagem linfática e a massagem redutora, priorizando melhorias na estética corporal. Diversidade de massagens A diversidade de abordagens é outro diferencial. "Há técnicas para cada necessidade: a massagem sueca promove relaxamento; a profunda é ideal para aliviar dores crônicas; enquanto a esportiva atende atletas e pessoas ativas. Métodos como o shiatsu, reflexologia e lomi lomi oferecem experiências terapêuticas focadas em princípios orientais e culturais. Além disso, a automassagem surge como uma solução prática para aliviar tensões diárias, com movimentos simples no pescoço, ombros e costas", informa Deva Narayan. Periodicidade e efeitos Para quem busca integrar a massagem à rotina, a periodicidade depende da finalidade. Pessoas estressadas se beneficiam de sessões semanais, enquanto aqueles com dor crônica podem preferir a frequência quinzenal. Para manutenção, uma sessão mensal é suficiente para preservar os benefícios alcançados. "Os efeitos da massagem variam em intensidade e prazo: o relaxamento e a redução do estresse são percebidos imediatamente, enquanto melhorias no humor, no sono e no controle da dor aparecem com sessões regulares. Em longo prazo, a prática pode transformar positivamente a saúde mental e física, mostrando-se uma estratégia poderosa para o equilíbrio emocional e a qualidade de vida", revela Deva. Assim, a massagem se consolida não apenas como uma ferramenta terapêutica, mas como uma prática de bem-estar indispensável em uma vida cada vez mais exigente e estressante. Deva Narayan é terapeuta corporal com formações em massoterapia, terapia tântrica, xamânica e clínica. @nara.terapias

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Meditação: um convite ao presente e ao bem-estar emocional

Meditar não é apenas uma moda, mas um caminho para cultivar a calma, o foco e a resiliência emocional. Nesta matéria, exploramos o que é a meditação, os seus benefícios cientificamente comprovados e como incorporá-la no dia a dia. Conversamos com a terapeuta Ennes do Rio, que compartilha sua experiência e dicas práticas para iniciantes, além de abordar tópicos como respiração, meditações guiadas e o papel de recursos complementares como músicas e óleos essenciais. A meditação, prática milenar que tem ganhado popularidade nos últimos anos, é mais do que apenas um momento de pausa. Segundo a terapeuta Ennes do Rio, trata-se de um convite para reconectar-se com o momento presente e cultivar tranquilidade e consciência. “A meditação é um treinamento da mente para focar em algo específico, como a respiração, sensações do corpo ou um som, enquanto se afasta gentilmente de distrações e pensamentos”, explica. Ennes compartilha sua experiência por meio de cursos estruturados de mindfulness, como os de oito semanas, que oferece tanto presencialmente em Recife quanto online para pessoas de todo o Brasil. “Nessas jornadas, ajudamos crianças, adolescentes e adultos a reduzir o estresse e a encontrar maior equilíbrio emocional, por meio de ferramentas práticas e acessíveis”, diz ela. Todos podem usufruir dos benefícios da meditação Os benefícios da prática Estudos científicos já comprovaram os numerosos benefícios da meditação. De acordo com Ennes, os principais são a redução do estresse e da ansiedade, o aumento do foco e da clareza mental, a melhora na qualidade do sono e o equilíbrio emocional. “A meditação também impacta a saúde física, reduzindo a pressão arterial, melhorando a imunidade e aliviando sintomas relacionados ao estresse crônico”, pontua. Esses efeitos positivos podem ser percebidos com práticas curtas, mas consistentes. “Meditar de 10 a 20 minutos por dia é suficiente para notar benefícios, como a redução do estresse e o aumento da concentração”, afirma Ennes. Para quem está começando, até mesmo 5 minutos diários podem trazer resultados significativos. Qualquer hora, qualquer lugar Uma das grandes vantagens da meditação é a acessibilidade: não há idade ou restrição para iniciá-la. Segundo a terapeuta, qualquer pessoa – seja criança, adolescente, adulto ou idoso – pode meditar. “A meditação pode ser feita a qualquer hora e em quase qualquer lugar tranquilo, adaptando-se às necessidades e realidades de cada indivíduo”, afirma. Para os iniciantes, os áudios de meditação guiada disponíveis na internet podem ser um bom ponto de partida. Ennes indica o aplicativo Aura, onde produz meditações guiadas. “São milhares de práticas criadas para melhorar o bem-estar, reduzir o estresse e aumentar o foco”, sugere. A importância da respiração A respiração desempenha um papel central na meditação, funcionando como uma espécie de “âncora” que conecta o praticante ao momento presente. “Ela acalma o sistema nervoso, promove relaxamento e ajuda a desenvolver autoconsciência”, explica Ennes. Em seus cursos, a terapeuta ensina crianças, adolescentes e adultos a utilizarem a respiração como uma ferramenta para lidar com a ansiedade e aprimorar o bem-estar emocional. Recursos para enriquecer a experiência Embora a meditação seja uma prática simples que não exige acessórios, itens como sinos tibetanos, óleos essenciais e músicas suaves podem enriquecer a experiência. “O sino tibetano ajuda a marcar o início e o fim da prática, e músicas ou óleos essenciais podem criar um ambiente ainda mais relaxante”, destaca Ennes. E se eu dormir? Dormir durante a meditação pode acontecer, especialmente se a pessoa estiver muito cansada. Para evitar isso, Ennes sugere praticar em uma posição ereta e em horários em que você esteja mais alerta, como pela manhã ou no início da tarde. Mas se o sono vier, tudo bem. “Não se culpe; apenas retome a prática quando acordar”, aconselha. Com tantos benefícios acessíveis a todas as idades, a meditação surge como uma ferramenta poderosa para quem busca uma vida mais equilibrada e tranquila. Seja por meio de cursos, aplicativos ou práticas individuais, essa jornada ao interior pode transformar o cotidiano. Ennes do Rio é instrutora de Meditação e Mindfulness Contatos

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Lucio Beltrao2

Janeiro Branco: coloque o exercício físico na sua rotina e tenha benefícios mentais

Janeiro é encarado por muitos como o marco para o recomeço, como uma nova oportunidade de fazer tudo diferente do ano anterior. A cor branca, por sua vez, não representa somente a paz, simboliza uma página limpa para escrever novos projetos. O mês de janeiro é dedicado à campanha nacional de conscientização sobre a saúde mental, criada a partir da Lei Federal nº 14556/23. O objetivo é estimular a promoção de hábitos e ambientes saudáveis e a prevenção de doenças psiquiátricas. Nos últimos anos, as doenças mentais tiveram um aumento considerável. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental no mundo e destas, mais de 300 milhões sofrem de depressão. O Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. A depressão é o mal do século XXI. A ansiedade afeta quase 10% dos brasileiros. Os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número total de incapacidades nas Américas. O Brasil ocupa o quarto lugar entre os piores índices de saúde mental em um ranking global, divulgado em março de 2024, que analisou as emoções das pessoas em 71 países. O relatório anual "Estado Mental do Mundo" coloca o Brasil atrás apenas da África do Sul, Reino Unido e Uzbequistão. Além disso, o país se destaca negativamente como o terceiro mais estressado. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), os transtornos mentais representam 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas de 10 a 19 anos. Diversos estudos apontam que a pratica regular do exercício físico (orientado) contribui efetivamente para a prevenção de doenças e promoção da saúde física e mental. O exercício físico feito com frequência pode ter um impacto profundamente positivo na depressão, na ansiedade, no Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH, dentre outros. Também alivia o estresse, melhora a memória e o estado de humor e ajuda a dormir melhor. O Profissional de Educação Física é, sem dúvidas, essencial no tratamento e prevenção dos transtornos mentais. É preciso uma mudança de mindset. Precisamos ter equilíbrio em nossas vidas. Ter tempo para a família, amigos, trabalho, estudo, lazer e bons hábitos. O cuidado deve ser integral. Manter hábitos saudáveis como não fumar, evitar o consumo excessivo de álcool e outras drogas. Exercício físico orientado, alimentação saudável, espiritualidade, convívio social, religiosidade, sono e propósito fazem a diferença quando se trata de prevenir a ocorrência de lesões e de doenças metabólicas, cardiovasculares, pulmonares, musculoesqueléticas, psiquiátricas e neurológicas. A sociedade precisa entender que não há hierarquia entre os profissionais de saúde. Todos são fundamentais e precisam trabalhar de maneira multiprofissional com muita comunicação, interação e planejamento com vistas ao cuidado integral do paciente. A diferença entre o medicamento e o veneno está na dose. O mesmo pode ser dito a respeito da prática de exercício físico, uma vez que é preciso respeitar, dentre outros, o princípio da individualidade, pois cada pessoa responde de maneira diferente a um mesmo estímulo. Duração, local, horário, frequência, volume, cadência, ritmo, intensidade, especificidade, regime de treinamento, tempo de repouso, modalidade, dentre outras, são variáveis determinantes para o alcance de resultados positivos. A partir de uma boa avaliação física, o Profissional de Educação Física é capaz de prescrever com segurança um treino específico baseado nas características individuais e nos objetivos almejados por cada aluno/paciente. Comece hoje! Mais movimento, menos tela e mais vida (com saúde)! Prof. Lúcio Beltrão (CREF 003574-G/PE) é Profissional de Educação Física e Especialista em Saúde Mental pela Faculdade de Ciências Médicas da UPE (Residência Multiprofissional em Saúde Mental). @luciobeltrao @cref12pe

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Rafael Coelho 2025 100kb

2025: o ano da sua melhor versão

Saúde e bem-estar começam com escolhas conscientes. Invista em um estilo de vida que priorize sua qualidade de vida e o equilíbrio entre corpo e mente. Com a chegada de 2025, surge uma nova oportunidade para investir no bem mais precioso: a sua saúde. Em um mundo cada vez mais sedentário, incluir treinos na agenda, adotar uma alimentação equilibrada, cuidar do sono e regular o intestino são atitudes que vão transformar a sua vida. Ser a sua melhor versão significa priorizar hábitos saudáveis, promovendo não apenas uma boa forma física, mas também mental e emocional. Movimente-se: o treino na rotina é fundamental O exercício físico deve ser um compromisso inegociável em sua agenda. Seja na academia, em um parque próximo, no conforto de casa ou no espaço do condomínio, o importante é se movimentar. A prática regular de atividades físicas melhora o condicionamento cardiovascular, fortalece os músculos, reduz o estresse e eleva a autoestima. Encontre a modalidade que mais lhe agrada, desde musculação até uma caminhada ao ar livre. O prato como aliado: alimentação com inteligência Escolher o que vai ao prato é tão importante quanto movimentar o corpo. Adote o lema “descasque mais e desembale menos”. Insira mais alimentos in natura ou minimamente processados ​​no cardápio, como frutas, legumes, verduras e grãos integrais. Reduza ao máximo o consumo de ultraprocessados ​​e invista em refeições ricas em nutrientes e vitaminas. Uma boa nutrição não apenas fortalece o organismo, mas também previne doenças e garante energia para enfrentar os desafios diários. Hidrate-se A água é essencial para todas as funções do corpo, desde a regulação da temperatura até à desintoxicação. Faça a hidratação uma prioridade. Mantenha uma garrafa sempre por perto e tenha em mente que líquidos açucarados, como refrigerantes, sobrecarregam o fígado, aumentam os índices de glicose no sangue (podendo levar a picos altos de glicose) e prejudicam o sistema cardiovascular, principamente quem tem diabetes tipo 2. Durma bem: o autocuidado noturno Dormir é tão importante quanto se alimentar ou treinar. Uma boa noite de sono melhora a memória, aumenta a concentração, regula os hormônios e recupera o corpo após o exercício físico. Invista em um ambiente adequado para o descanso, com menos luzes, ruídos e estímulos. Desconectar-se das telas antes de dormir pode fazer toda a diferença Intestino saudável, mente sã O intestino é conhecido como o segundo cérebro, pois influencia diretamente o bem-estar mental e emocional. Uma dieta rica em fibras, probióticos e alimentos fermentados ajuda a regular a flora intestinal, promovendo digestão eficiente e um sistema imunológico forte. Cuide do intestino e perceba como sua energia e disposição aumentam. Sua melhor versão em 2025 Ser a sua melhor versão não é sobre atingir padrões externos, mas sobre alcançar o equilíbrio interno. É sentir-se bem consigo mesmo, cuidar do corpo e da mente, e ter energia para aproveitar ao máximo a vida. É sobre fazer escolhas conscientes todos os dias, mesmo diante das diferentes adversidades. Neste novo ano, priorize o que realmente importa: sua saúde. Encontre prazer no processo de se cuidar, celebre cada conquista, por menor que pareça, e lembre-se de que cada passo dado em direção ao bem-estar é um o surgimento de um ser mais saudável. Que 2025 seja o ano de sua transformação, de ser mais ativo, mais saudável, mais feliz. Um ano para ser a sua melhor versão. Rafael Coelho é médico e diretor do Instituto Coelho de Emagrecimento e Performance @institutocoelhope @rafaelcoelhomed

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Algomais Capa psicologo Rodrigo Nery Foto Flavio Jampa

Como cultivar bons pensamentos para 2025?

O início de um novo ano é sempre um convite à reflexão e à renovação. Com 2025 se aproximando, muitos de nós desejamos um ciclo mais leve, com pensamentos positivos que nos impulsionem a viver melhor. Bons pensamentos não são necessariamente aqueles isentos de negatividade, mas os que nos ajudam a conectar com o que realmente importa: nossos valores, nossas relações e o cuidado conosco mesmos. O segredo está em cultivar um relacionamento mais saudável com nossa mente. Mas como treinar nossa mente para manter pensamentos saudáveis, mesmo diante dos desafios inevitáveis da vida? Pensamentos positivos não surgem da negação da realidade, mas de um olhar mais compassivo e estratégico para ela. É um exercício diário de cuidado mental, assim como cuidamos do corpo ou de uma planta. Pequenos hábitos consistentes podem gerar grandes transformações. Muitas vezes, associamos o pensamento positivo a ignorar desafios ou forçar um otimismo que não nos parece genuíno. No entanto, cultivar pensamentos saudáveis é algo mais profundo: trata-se de aprender a se relacionar com a mente de forma diferente, acolhendo o que surge sem julgamentos e escolhendo agir em alinhamento com o que realmente importa. Nosso cérebro foi moldado para a sobrevivência, não para a felicidade. Por isso, pensamentos negativos ou ansiosos frequentemente refletem um sistema de proteção que busca nos manter seguros. O problema surge quando nos apegamos demais a esses pensamentos ou os tratamos como verdades absolutas. Frases como “Eu não sou capaz” ou “Nada vai dar certo” podem nos paralisar, mas não definem quem somos ou o que podemos realizar. Em vez de rejeitar ou se culpar por esses pensamentos, é possível acolhê-los com gentileza, reconhecendo que fazem parte da experiência humana. Muitas vezes somos extremamente duros conosco. Quando algo dá errado, tendemos a nos criticar ou fugir da situação. Mas e se nos tratássemos com mais gentileza? Reconhecer que estamos fazendo o melhor que podemos dentro das circunstâncias não é fraqueza, mas força. Esse tipo de acolhimento cria um espaço interno seguro para lidar com os desafios sem nos sentirmos sobrecarregados. Aceitar a realidade como ela é não significa concordar ou se resignar. Aceitação é o reconhecimento do presente, que nos permite agir com mais clareza e eficácia. Pensamentos e emoções difíceis fazem parte da vida, mas não precisam controlar nossas ações. Quando aceitamos o momento presente com tudo o que ele traz, abrimos espaço para agir de acordo com nossos valores — aquilo que realmente importa. Para começar 2025 com uma mente mais saudável, algumas práticas podem ajudar. A atenção plena (mindfulness) é uma delas, pois nos ensina a observar pensamentos como nuvens que passam pelo céu, reduzindo o impacto emocional de pensamentos difíceis e aumentando a clareza para agir. Ser gentil consigo mesmo é outra estratégia essencial. Quando perceber pensamentos de autocrítica, pergunte-se: “Eu falaria isso para alguém que amo?”. Praticar autocompaixão não é indulgência, mas uma forma de se fortalecer. Também é importante definir o que é realmente significativo para você: identificar o que valoriza na saúde, nas relações ou no trabalho pode ser um guia para suas decisões, independentemente dos pensamentos ou emoções que surgirem. Criar distanciamento dos pensamentos negativos é outra ferramenta poderosa. Quando pensamentos como “Eu não sou capaz” aparecerem, tente reformulá-los dizendo: “Estou notando que minha mente está dizendo que não sou capaz”. Isso ajuda a enxergar o pensamento como apenas um evento mental, e não uma verdade absoluta. Por fim, é essencial acolher a imperfeição. Não podemos controlar completamente os pensamentos ou emoções, mas podemos desenvolver flexibilidade psicológica, que é a capacidade de nos adaptar e agir com propósito, mesmo diante de dificuldades. Em 2025, não precisamos de uma mente livre de pensamentos difíceis para viver bem. O segredo está em como escolhemos responder a eles. Ao praticar aceitação, compaixão e ações guiadas por valores, criamos um espaço interno mais leve e corajoso. Que este novo ano seja um tempo de reconexão consigo mesmo e com o que realmente importa. Porque, no fim, cultivar bons pensamentos é cultivar uma relação mais saudável e generosa com a própria vida. Rodrigo Nery é Psicólogo e Diretor Clínico do Grupo Ampliar, Mestre em Psicologia da Saúde, Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental @rodrigonerypsi Dose de Saúde: a jornalista Ana Lima é CEO de uma das maiores agências de assessoria de imprensa de Pernambuco, tem uma vida super corrida, mas não se descuida da saúde e qualidade de vida. Confira suas dicas de bem-estar para 2025. "Nunca fui descuidada com a saúde, mas vi minha vida ter muito mais qualidade quando priorizei a atividade física e os cuidados com alimentação. Em 2024, tive meu recorde na bike, pedalando do Cabanga a Maria Farinha, um percurso de 32 quilômetros. Mantive os treinos voltados para ganhar mais músculos, ter mais resistência e equilíbrio, procurando movimentar o corpo também nos finais de semana. Minha rotina é acordar cedo, agradecer, respirar com consciência, levantar da cama e acreditar que o dia será bom". Para 2025, Ana Lima se prepara para fazer seu primeiro rafting e ter aulas de remo, além de manter a musculação. Também irá fazer o meu terceiro Caminho de Santiago, desta vez pela rota portuguesa.  "A propósito, recomendo essa longa caminhada para qualquer pessoa. Faz bem ao corpo, à alma, conserta coisas que a gente nem sabia que estavam quebradas. O Caminho nos destrói fisicamente para nos revigorar emocionalmente. É incrível! Faça!", diz. "Dance, caminhe, corra, pedale… Mas não fique parado, olhando a vida passar nas redes sociais. Vamos cuidar da nossa saúde! Vamos cuidar da nossa vida!", finaliza. Ana Cristina Lima é jornalista e empresária @analimabrava

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Capa corrida

Corrida de rua em 2025: orientações para alcançar seus primeiros KMs

Caso o seu plano para 2025 inclua participar de corridas de rua, há muito a ser considerado antes de calçar o tênis e sair correndo pelas ruas. O treinador de corrida e profissional de educação física, Ângelo Silva, reuniu orientações essenciais para quem deseja abraçar essa modalidade, reforçando os cuidados com preparação física, prevenção de lesões e motivação ao longo da jornada. Para iniciantes, o primeiro passo é buscar orientação profissional. “Saber os volumes e intensidades corretas é essencial para evitar lesões ou problemas que podem ocorrer pela falta de conhecimento técnico sobre treinamento”, alerta Ângelo. O acompanhamento garantirá que as atividades sejam seguras e eficientes. Na montagem da rotina de treinos, comece de forma gradual, combinando corrida leve com caminhadas. “Para quem ainda não tem condicionamento, usamos pausas programadas, intercalando tempo de caminhada e corrida, sempre de forma proporcional e adaptada”, explica o treinador. A frequência é um ponto importante. Treinar três vezes por semana já é o suficiente para o iniciante, sempre respeitando o nível de preparo do corredor. E não se esqueça de incluir um dia de descanso para recuperação. “Fortalecimento muscular é fundamental”, reforça Ângelo, destacando que não precisa se limitar à musculação tradicional. Atividades que desenvolvam força e mobilidade são bem-vindas, ajudando na prevenção de lesões. A alimentação também deve estar alinhada aos treinos. “Além de correr, é preciso cuidar bem da hidratação e da dieta para obter os melhores resultados”, salienta o treinador. Lesões comuns e como evitá-las Entre os problemas mais frequentes entre iniciantes estão lesões no joelho, quadril e, principalmente, a canelite (inflamação na canela). “Para preveni-las, é importante controlar os volumes e intensidades dos treinos”, orienta Ângelo. Ele destaca que aquecimento e resfriamento são etapas indispensáveis de cada sessão. “O aquecimento eleva a temperatura corporal e prepara o corpo para atividades intensas. Já o resfriamento ajuda na recuperação, reduzindo o risco de dores e lesões”. Para uma primeira corrida oficial, como os 5 km, Ângelo estima que três meses de treinamento sejam suficientes para iniciantes. Esse prazo, porém, varia conforme o condicionamento do corredor. Manutenção da motivação A motivação é uma das chaves do sucesso. Segundo Ângelo, a evolução gradativa no condicionamento físico estimula os praticantes a continuarem comprometidos. “A orientação correta e o acompanhamento profissional mantêm os treinos interessantes e desafiadores, aumentando o interesse”, afirma. No dia da corrida Para obter o melhor desempenho, constância nos treinos e descanso adequado são essenciais. “Alimente-se bem, durma o suficiente e respeite os limites do corpo”, recomenda Ângelo. Conexões sociais Correr é também uma excelente oportunidade para socializar. Ângelo destaca que treinar em grupo ou participar de equipes de corrida ajuda a manter a motivação em alta. “Estar cercado por pessoas que compartilham objetivos semelhantes cria um ambiente de apoio e incentiva a consistência nos treinos. Isso transforma a corrida em um momento de interação e diversão, não apenas de exercício físico”, afirma o treinador. Segundo dados do Strava, principal plataforma para pessoas ativas, com 135 milhões de membros em mais de 190 países, o Brasil é destaque como a segunda maior comunidade da rede, com 19 milhões de usuários. De acordo com o relatório anual Year in Sport 2024, as atividades de corrida em grupo no país cresceram 109%, impulsionadas por grupos informais, conhecidos como crews, e assessorias esportivas. Globalmente, o aumento foi de 59%. Em ambos os cenários — no mundo (48%) e no Brasil (56%) —, o principal motivo para participar de corridas foi a oportunidade de fazer conexões sociais. Além disso, a corrida foi identificada como o esporte mais praticado tanto pelos brasileiros quanto em nível global em 2024. Ângelo conclui:  “Ao combinar todos esses pilares, os resultados serão excelentes e permitirão atingir suas metas com segurança”. Roupas e equipamentos Para correr na rua, os equipamentos são simples, mas fundamentais. O principal item é um par de tênis adequado ao uso da modalidade. Quanto à roupa, opte por tecidos leves e tecnológicos que favoreçam a transpiração e sequem rapidamente, evitando desconforto e superaquecimento. No verão, prefira camisetas de manga curta ou regatas, bermudas ou leggings. Já nos dias mais frios, o ideal são roupas de camadas leves, como jaquetas corta-vento e calças justas térmicas. Use também meias adequadas para corrida, que ajudam a evitar bolhas. E não se esqueça do filtro solar. Ângelo Silva é treinador de corrida @angelo_5 Creatina: eficiência comprovada, mas consumo exige cautela e orientação A creatina tem se consolidado como um dos suplementos mais eficazes para melhorar o desempenho atlético e aumentar a força muscular. No entanto, seu uso requer responsabilidade e informação, principalmente diante dos riscos associados ao consumo de produtos de origem duvidosa. Gesika Assunção, professora de Nutrição no Centro Universitário UniFBV Wyden, destaca a importância de optar por suplementos devidamente regularizados. "Escolher produtos aprovados pela ANVISA é essencial para garantir segurança e eficácia no consumo", reforça. A especialista também alerta para os perigos das aquisições feitas em plataformas de marketplace ou lojas sem credibilidade. "Sempre verifique a procedência do suplemento. Priorize sites oficiais ou lojas conhecidas que assegurem a qualidade do produto", orienta Gesika. Além disso, o acompanhamento profissional é indispensável para maximizar os benefícios da creatina. "O nutricionista pode avaliar as necessidades individuais e determinar a dosagem adequada, ajudando o paciente a atingir seus objetivos de maneira segura", aponta. Embora amplamente reconhecida pelos benefícios no esporte, a creatina tem sido investigada em outras áreas, como o tratamento de doenças neurológicas e metabólicas, o que, segundo Gesika, ainda exige mais estudos. "Isso reforça a importância de um consumo consciente e monitorado por profissionais qualificados", ressalta. Mais do que um suplemento, a creatina deve ser integrada a um estilo de vida saudável, que inclua uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios. "Utilizada corretamente e com hábitos saudáveis, a creatina pode trazer resultados expressivos. Com uma boa avaliação nutricional, é possível potencializar seus efeitos com segurança", conclui a especialista. Fazer escolhas conscientes, apoiadas por orientações profissionais, é o caminho para que a creatina seja uma aliada poderosa na busca por melhor

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