Arquivos Colunistas - Página 276 De 299 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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A crônica da cervejeira. Vale a pena investir em uma? (por Rivaldo Neto)

Tudo que é acessório relativo ao consumo de cervejas para o cervejeiro de plantão é um item de desejo. Já falei de alguns aqui na coluna. Mas todos os dias novos e novos produtos inundam o mercado com criatividade e descontração. Mas acredito que realmente a “joia da coroa” sejam as desejadas cervejeiras. Ela é uma espécie de “Santo Graal”, venerada e amada. Essas pequenas geladeiras são responsáveis por deixar sua bebida na temperatura certa, se enquadrando no divertido ritual de tomar uma cerveja adequadamente refrigerada para ser consumida de uma forma em que todos os insumos possam ser devidamente preservados. Mas enfim, vou contar um pouco da minha experiência se realmente vale a pena fazer esse investimento, pois não são baratas afinal de contas. A primeira vez que vi uma cervejeira, faz algum tempo, foi numa loja no shopping. Lembro que fiquei meio que em encantamento, mas quando vi o preço do “brinquedinho” me assustei. Custava em torno de R$ 2.300, mas depois do lançamento de algumas outras marcas e com o passar do tempo, o preço caiu em torno de R$ 1 mil e comecei a cogitar em adquirir uma. Recentemente, Tiago, um amigo com a mesma paixão por cervejas, me mostrou uma foto e falou: “Olha o que eu comprei pra pôr na sala, chega essa semana”, relatou orgulhoso. Naquele momento eu resolvi que teria uma e que isso seria apenas uma questão de tempo. Depois da "permissão conjugal" para compra, comecei a pesquisa quase que diária para comprá-la. Escolhi o modelo e fiquei monitorando o produto, pois tinha meses em que subia de preço e em outros baixava. Em um determinado momento, ela entrou no patamar que eu desejava. Efetuei a compra e fiquei aguardando o prazo de entrega de 16 intermináveis dias úteis. Terminado o prazo, a empresa me avisou que em meia hora faria a entrega, e que teria de ter alguém para receber. Quando o interfone toca e a voz do interfone fala: “É uma encomenda, uma cervejeira, é pra o senhor?”. Eu mais que apressadamente dei o “ok” e fiquei aguardando. Era um sensação estranha e engraçada. Eu aguardando no corredor para vê-la adentrar. Sendo conduzida. Parecia uma espécie de “casamento”, com a sensação do noivo, no caso eu, de barriga fria. Ao aparecer, ela realmente era tudo que eu esperava. Desembalei com o entregador, coloquei no canto da sala, peguei um boneco do Hommer Simpson, devidamente separado para ficar acima dela com uma lata de cerveja da mão para decorar o “altar cervejeiro”. Fui alertado para o entregador que só após 2 horas é que poderia ligá-la, procedimento comum de eletros que trabalham com gás quando são transportados. Voltei ao trabalho e retornando à noite para casa já com várias cervejas para serem devidamente distribuídas dentro dela. No caso do modelo que escolhi,  é muito silencioso e funciona assim: Possuí 5 níveis de temperaturas, (4°C, 2°C, 0°,-2°C e -4ºC), o que pode variar de acordo com o estilo a ser consumido. Ela não ocupa muito espaço, mas mesmo assim possui uma boa capacidade de armazenamento. Podem ser colocadas até 60 longs necks, ou se preferir, 37 garrafas de 600 ml, ou então 75 latas. Como as prateleiras são móveis, cabem até 5 pequenos barris de cervejas. Ao mudar a temperatura para a desejada, ela fica piscando até estabilizá-la. Por fim, cerveja gelada, na temperatura ideal, na comodidade do lar com com todo o charme que um produto assim pode proporcionar. Vale a pena? Vale! Demais!!! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas

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Filme de Angelina Jolie retrata os horrores da guerra civil do Camboja

Era esperado que a relação estreita de Angelina Jolie com o Camboja renderia um filme algum dia. Produzido pela Netflix, First They Killed My Father (Primeiro Mataram Meu Pai, em uma tradução livre) estreou no serviço de streaming no último dia 15. Baseado no livro de memórias da ativista Loung Ung, narra sua luta pela sobrevivência ao lado da família durante o regime do Khmer Vermelho, período em que morreram cerca de 2 milhões de cambojanos. O filme acompanha a jornada de Loung que, aos cinco anos, recebeu treinamento militar para defender o Khmer Vermelho durante a guerra civil cambojana. Retrata sem cortes e muito realismo os horrores de uma guerra que arrancou precocemente sua infância. First They Killed My Father foi gravado inteiramente no Camboja e a base do elenco formada por atores locais. Destaque para a boa atuação de Sareum Srey Moch, que encarna a protagonista. O filho adotivo de Angelina, o cambojano Maddox Jolie Pitt, também atua no longa, além de acumular a função de produtor. Este é o quinto trabalho de Angelina como diretora, função que abraçou desde 2007 com o documentário A Place in Time. A partir de 2011, seguiu para a ficção com Na Terra de Amor e ódio. Em 2014, dividiu opiniões da crítica especializada com o filme de guerra, Invencível. Já em 2015, recebeu duras críticas pelo insosso À Beira Mar, longa em que contracena com Brad Pitt. First They Killed My Father prova que Angelina amadureceu como diretora. É um tratado sobre a perda da inocência, um retrato cru da insanidade da guerra e da contradição de um regime que prega igualdade de direitos tolhendo a liberdade. A história de Loung Ung ecoa como um grito de denúncia de uma realidade, infelizmente, ainda tão palpável para muitos em pleno século XXI. Confira o trailer:

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Empresa aposta em Pernambuco como futuro Polo Cervejeiro (por Rivaldo Neto)

“O oceano Atlântico é um braço do Capibaribe”, quem já ouviu essa frase sabe bem que é uma citação genuinamente pernambucana. Ela retrata bem a forma como o pernambucano se olha e se encara. Tudo da gente tem a divertida mania de meio que “exagerar” com alguns fatos, e quem sou eu pra dizer que não? Até que porque, como pernambucano, eu concordo com tudo (rs). Pois, saibam de mais uma grandiosidade pernambucana: a primeria cerveja artesanal das Américas foi produzida em Pernambuco pelo mestre-cervejeiro Dirck Dicx, trazido pelo Conde Maurício de Nassau durante o domínio holandês. Pelo menos assim reza a lenda. É com esse pensamento Jadir Rocha, Ilceu Dimer e Luciano Fialho entraram nessa sintonia da pernambucanidade e apresentaram na última segunda, dia 18/09, na Beerdock de Boa Viagem, a Dimer e Fialho Consulting. Trata-se da primeira Consultoria com expertise no produto “Cerveja Artesanal”. Nascida de uma fusão da pernambucana Contti Auditoria e Consultoria Contábil e a gaúcha Dimer Consultoria. A ideia é prestar um serviço completo no que diz respeito a cervejas artesanais, tanto aqui quanto em outras regiões. Desde um planejamento estratégico geral para criação de um plano de negócio, contando também com toda a assessoria necessária para a sua implementação. O potencial é realmente promissor pelo simples fato do Brasil ser o terceiro maior produtor de cervejas artesanais do mundo. Sendo que 91% destas se encontram no Sul/Sudeste do País. Ou seja, um vasto mercado ainda se encontra aberto para que seja explorado. O mercado de cervejas artesanais vem crescendo anualmente, mesmo em tempos de crise econômica. Alguns anos mostrou diminuição no crescimento e não de queda, o que mostra que o setor vem realmente se consolidando e dando passos importantes e profissionalizando suas operações. Para se ter uma ideia, em 2005 havia no país 46 cervejarias artesanais, na última contagem em 2015 já contava com 372. Um crescimento absoluto de impressionantes 700%. Com números tão animadores um dos objetivos da consultoria é impulsionar Pernambuco a se tornar um Polo Cervejeiro e com isso se tornar referência no Norte/Nordeste. Atualmente Pernambuco conta com nove cervejarias artesanais (não estou contando as informais)  que produzem e comercializam seus rótulos, são elas: DeBron, Ekäut, Capunga, Duvália, Babylon, Patt Lou, Pernambucana, Haus (Petrolina). Em outubro tem início de produção a Navegantes, a caçula do seleto grupo. Potencial e talento nosso Estado tem de sobra, Nassau nos fez um grande favor em trazer Dirck Dicx para nos inspirar, mãos à obra! *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@revistaalgomais.com.br)

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Black Sabbath: Documentário registra último show da banda (Por Wanderley Andrade)

4 de fevereiro de 2017. Data difícil para os fãs da banda Black Sabbath. Noite em que Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler subiram ao palco pela derradeira vez, após quase meio século em atividade. A banda, natural de Birmingham, segunda maior cidade do Reino Unido, revolucionou o rock, popularizando o estilo Heavy Metal. Começaram em Birmingham e lá realizaram seu último show. Todos os detalhes da apresentação histórica estão registrados no documentário Black Sabbath: The End Of The End, que terá sessão única nos cinemas, na quinta (28). Difícil desassociar o Black Sabbath da palavra "polêmica". Quem nunca ouviu falar do show em que Ozzy Osbourne arrancou a cabeça de um morcego com uma mordida? O fato ocorreu em 1982 durante uma apresentação na cidade americana de Des Moines, Iowa. Em The End Of The End o grupo relembra algumas dessas histórias que tornaram a banda conhecida mundialmente. Falam sobre as críticas negativas recebidas no início e sobre o preconceito que sofreram. Histórias como a do guitarrista Tony Iommi, que durante as gravações do 13º álbum fora diagnosticado com câncer linfático. Geezer Butler destaca a persistência da amigo durante a fase de quimioterapia: costumava sair do hospital direto para o estúdio. Iommi também recebe o carinho de Osbourne, que exalta a força de superação do companheiro de banda. Ele acha incrível a forma como Iommi toca guitarra, mesmo sem a ponta de dois dedos da mão direita, consequência de um acidente na época em que trabalhava numa fábrica. O documentário intercala entrevistas e interpretações completas de algumas músicas tocadas em Birmingham, entre elas, “Iron Man”, “Snowblind”, “War Pigs” e “Paranoid”.  Também há bons momentos gravados durante um encontro do grupo em um estúdio dias depois do último show. Para os fãs, oportunidade de ver a banda em ação longe da pressão de um palco. Mas o melhor de The End Of The End vem justamente no fim, ou melhor, após os créditos finais. A entrevistas continuam, agora, divididas por temas. O grupo discute a suposta ligação da banda com o ocultismo, resultado de, segundo eles, interpretações erradas de suas canções. Em outro momento, Ozzy Osbourne fala sobre a relação com as drogas e o alcoolismo e as consequências ruins que trouxeram à sua vida. Conta detalhes de como largou o vício. The End Of The End é um presente aos fãs do Black Sabbath que não puderam estar em Birmingham. Fecha com excelência o ciclo de uma das grandes bandas da história do rock mundial. Cinemas e horários: https://www.ucicinemas.com.br/Home/CinemaHorarios/8113?origem=filtro  

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O milho é o vilão da cerveja? (por Rivaldo Neto)

A mudança de hábito dos consumidores em relação ao mercado de cervejas é algo que estamos vivenciando no nosso dia a dia. Há alguns anos o nosso mercado nacional era extremamente restrito e as variações de marcas quase não existiam. Por muitos anos as marcas mais populares eram a Antactica e a Brahma. Depois da fusão das cervejarias e o surgimento de outros rótulos encabeçados pela gigante AMBEV deram um novo impulso ao cenário nacional. Marcas como Schincariol e Itaipava, só para citar algumas, também tinham uma fatia fiel do mercado em algumas classes de consumidores. Hoje com o mercado aquecido pelas cervejarias artesanais e caseiras e a entrada cada vez maior de rótulos importados, o consumidor passou a se informar mais sobre os insumos na produção de nossas cervejas e cereais como milho e arroz estão na maioria de suas receitas. O termo “Cereais não Maltados” dão um frio na barriga dos cervejeiros de plantão. Segundo a lei de pureza alemã a cerveja é composta por água, malte, lúpulo e levedura. Mas assim como a cevada, o milho e o arroz são responsáveis como fonte de açúcar na produção da cerveja na fase da mostura, que é o cozimento dos grãos.   A legislação brasileira deu o aval para inclusão de outros componentes no processo de produção das cervejas, com isso uma pesquisa recente feita pala USP aponta que as grandes cervejarias brasileiras usam 45% de milho em suas fórmulas em vez da cevada (malte). O limite é de 50%. Para ser considerada premium, uma cerveja deve conter a quantidade máxima de 25% de cereais não maltados. Mas o porque da inclusão destes outros cereais? O motivo disso é um só, o custo. O milho gira em torno de 30% mais barato que a cevada, sendo assim as grandes cervejarias optaram em baratear esses custos. Entre milho e a cevada nutricionistas afirmam que ambas trazem benefícios. A sensação de “estufamento” não necessariamente é motivado pelos cereais, pode ser também relacionada ao processo de fermentação. Muito mestres cervejeiros de grandes companhias afirmam que o milho dá leveza a cerveja, e que o consumidor brasileiro prefere cervejas leves. Mas isso está mudando, mesmo que sutilmente. Hoje muitas pessoas preferem investir numa cerveja mais elaborada (obviamente mais cara) que em uma mais barata. O popular “bebe-se menos, mas melhor”. O sabor começa a ser o carro chefe na escolha da bebida. Não que as cervejas com milho sejam ruins, longe disso , já bebi e logicamente beberei em algumas ocasiões. Recentemente experimentei uma cerveja da cervejaria mineira Wäls a Wäls Hop Corn, que faz justamente uma brincadeira com esse debate. Trata-se de uma IPA com milho e três tipos de lúpulo (Columbus, Cascade e Amarillo) e que realmente ficou excelente. Mas prefiro escolher rótulos com mais insumos de qualidade em suas fórmulas. Isso porque eu como consumidor e amante de boas cervejas, prefiro priorizar o sabor e um processo de produção mais elaborado. Isso é o uma opção mais pessoal, que pode não ser a da maioria dos consumidores que achem que isso não afeta o produto final. O importante é beber a cerveja que você gosta. *Rivaldo Neto é designer e apreciador de boas cervejas (neto@revistaalgomais.com.br)

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Salvemos o sombreado do Espinheiro (por Francisco Cunha)

Tive a sorte de, embora não tendo nascido no Bairro do Espinheiro, tê-lo frequentado diariamente praticamente durante toda a minha vida, desde os três anos de idade. Morei, estudei e trabalho lá até hoje. E durante esse tempo pude testemunhar muitas mudanças. De todas, a que mais me incomoda e entristece é a sua contínua, perseverante e, até agora, irreversível, desarborização. Surgido na segunda metade do Século 19 em torno do Beco do Espinheiro (atual Rua), uma conexão entre eixos pioneiros de transporte ferroviário urbano no Recife: a Avenida João de Barros (por onde trafegava a maxambomba que ia para a Encruzilhada e, de lá, para Olinda e Beberibe); e a Avenida Rosa e Silva e Estrada do Arraial, por onde trafegava a maxambomba que ia até Casa Amarela. O Beco do Espinheiro margeava a “Matinha” (onde havia muitos “espinheiros”) e, mais do que os eixos, ligava os locais das conexões ferroviárias da Encruzilhada e da hoje Praça do Entroncamento (onde se encontravam as linhas de maxambomba que iam para Casa Amarela, Apipucos/Dois Irmãos e Caxangá). O bairro, no início do Século 20, foi arborizado com os famosos oitizeiros que, ao longo do tempo deu-lhe uma configuração toda especial, transformando as ruas em verdadeiros “túneis verdes”, com sombra farta e alguns graus a menos de temperatura em comparação com as áreas não arborizadas da cidade. Com a progressiva mudança, ao longo das últimas décadas, do uso do solo do Espinheiro (de predominantemente residencial unifamiliar para comercial e residencial multifamiliar em edifícios de apartamentos construídos em mais de um lote original), verifica-se uma ação sistemática de erradicação sem substituição dos oitizeiros e o consequente desmantelamento do efeito “túnel verde”, com abertura de “clareiras”, aumento da incidência solar e da temperatura média. Em suma, o espírito sombreado construído ao longo de um século inteiro está sendo progressiva e aceleradamente destruído. Não podemos deixar que isso aconteça! A perda sistemática da arborização secular de um bairro significa o empobrecimento ambiental irremediável de uma cidade inteira. Precisamos salvar o sombreado do Espinheiro porque, assim, estaremos ajudando a preservar a integridade verde da cidade tropical, castigada pelo sol a pino de sua condição quase equatorial. Sem árvores na rua não há sombra pública e, sem ela, não é possível caminhar de dia no Recife!

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Transformação digital: 6 modelos de negócios mais adotados (por Bruno Queiroz)

A transformação digital vem mudando os mercados com muita velocidade, mas nem sempre é fácil entender como funciona na prática. Para facilitar esse entendimento, preparamos um guia dos modelos de negócios mais usados atualmente no mundo digital: 1. Grátis - Como o próprio nome diz, o cliente não precisa pagar. Contudo, as informações pessoais dos usuários servem de base para a oferta de anúncios publicitários. É o modelo mais usado na internet atualmente. É o preferido dos buscadores (Google) e das redes sociais (Facebook, Instagram). 2. Assinatura - O modelo oferece produtos e serviços por meio de um pagamento mensal. Normalmente, possui diversos tipos de planos que vão dando acesso às funcionalidades avançadas. A tendência é que esse seja o modelo de maior crescimento por ser bastante lucrativo. Serviços de streaming de vídeo (Netflix) são os que mais usam a assinatura. 3. Freemium - É a união do modelo grátis com o modelo de assinatura. Funcionalidades básicas são oferecidas gratuitamente. Funcionalidades avançadas são cobradas. Esse modelo permite receita com assinatura mensal, venda de dados e de publicidade. É usado, por exemplo, pelos serviços de áudio (Spotify) e compartilhamento de arquivos (iCloud). 4. Demanda - Só paga quando usa. Operado da maneira correta, é um dos modelos mais disruptivos, por entregar normalmente um serviço inovador por um preço baixo. É também um dos que oferecem maior risco, devido à imprevisibilidade entre demanda e oferta. O Uber é a empresa que tornou esse modelo mais conhecido. 5. Marketplace - É uma plataforma que serve como vitrine e estabelece um contato direto entre vendedores e compradores, facilitando as transações e lucrando por meio de comissões em cada venda. O Mercado Livre é a empresa que mais simboliza esse tipo de modelo, que vem sendo adotado também por lojas de e-commerce, como Americanas.com. 6. Compartilhamento - Nesse modelo, uma parte oferece algo de sua propriedade durante tempo limitado à outra parte, que também é conhecida como economia compartilhada. O Airbnb, que permite o aluguel de quartos em casas e apartamentos, é a empresa símbolo desse modelo. Atualmente, é o mais novo e mais inovador dos modelos. 7. Ecossistema - Normalmente, é caracterizado por um sistema principal, que possui vários outros pequenos sistemas, como os aplicativos. Este é o modelo usado pelo Google, pela Microsoft e pela Apple, que criaram uma grande variedade de produtos e serviços interligados à sua rede, como o Android, o Windows e o IOS. É o mais antigo dos modelos e continua sendo muito lucrativo, mas também muito criticado por gerar uma “dependência” nos seus usuários.

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O dono da história (por Joca Souza Leão)

O dono da história é o contador da história. E o chato é o sujeito que interrompe o contador pra corrigir a história: “Não foi assim não. Nem foi com fulano, foi com beltrano.” Alguns não se contêm e dizem, até, “eu tava lá”. É de lascar! Além de chato, mentiroso. E mentiroso no mal, aliás, no pior dos sentidos, porque mentiroso no bom sentido é o contador de história que mente sem prejudicar ninguém, sem atrapalhar a história dos outros nem tirar vantagem alguma, além da admiração de todos pela sua narrativa. Mentira do bem só tempera e torna engraçada ou dramática história que era insossa, sem graça ou sem drama algum. Toda cidadezinha do interior tinha (e algumas ainda devem ter, acho) as figuras oficiais, consagradas e reconhecidas por todos pelos seus feitos ou desfeitos, mandos ou desmandos: o doido, o bêbado, o carola, o herege, o profeta, o erudito, o filósofo, o vagabundo, o corno, o brabo, o valente, o frouxo, o ricão, o riquinho, o generoso, o vilão, o pedinte, o orador, o poeta, o mentiroso, o chato, o galã, a virgem, a viúva, o cantador e o contador de histórias. Em Taperoá, sertão da Paraíba, terra de Ariano Suassuna, não ia ser diferente. Tinha de tudo. E o que não tinha, Ariano inventava. Ou aumentava. Chicó, mesmo, que ficou famoso como personagem do Auto da Compadecida, existiu de verdade. Certa vez, quando Chicó, o de verdade, não o personagem, contou uma de suas histórias e finalizou, como sempre, com o “não sei, só sei que foi assim”, o chato oficial de Taperoá irrompeu da pequena plateia: “E eu só sei é que essa história não foi assim.” E tentou contar a sua versão. Chicó foi implacável. “Vocês preferem as minhas mentiras ou as histórias sem graça desse sujeito sem nenhuma imaginação?” Chicó foi aplaudido e o chato vaiado. Certa vez, mal me comparando a Chicó (e bota má comparação nisso), eu ia contar uma história quando fui interrompido antes mesmo de começar, ainda na introdução. Quando disse que o Coronel Chico Heráclio tinha comprado a patente de coronel da Guarda Nacional, um dos ouvintes empeiticou: “Conheci o homem. E não é verdade. A patente de coronel não foi comprada coisa nenhuma. Foi conferida pelo povo de Limoeiro, em sinal de respeito.” Alguma dúvida? Com a interrupção, minha história foi pro beleléu. E me obrigou a apelar pra única coisa que não se requer de um contador de história: a verdade verdadeira. “Senhor, na realidade, Chico Heráclio comprou sua patente de coronel por 90 contos de réis em 1920. Tá tudo na biografia dele, escrita por Reginaldo Heráclio.” O fato verdadeiro, porém, é que minha história morreu de morte matada naquela noite, assassinada por um chato contumaz. Mas você, leitora, leitor, não merece o triunfo fugaz de um chato que interrompe histórias. Portanto, ei-la aqui: Certa feita, apareceu por Limoeiro um camarada inteligente e bom de gogó que se elegeu vereador sem o apoio do Coronel Chico Heráclio. Na eleição seguinte, o nome dele nem apareceu na lista de candidatos. – Esse aí era muito precoce. – Precoce como, Coronel? – Vereador com burrice de senador.

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Judeus do Recife em Nova York (por Leonardo Dantas Silva)

No mês de setembro, os judeus de Nova York estarão comemorando 363 anos da chegada dos primeiros 23 à ilha de Manhattan, que, saídos do Recife após a rendição dos holandeses em janeiro de 1654, vieram estabelecer a primeira comunidade judaica da América do Norte. A saga desse grupo originário da atual Rua do Bom Jesus, no Recife, foi descrita na época pelo rabino de Amsterdã, Saul Levi Mortera, pouco antes do seu falecimento em 1660, no manuscrito intitulado Providencia de Dios con Israel. Conta ele que judeus do Recife, passageiros do navio Valk, que empreendiam viagem com destino ao porto de Amsterdã, tiveram o seu barco tomado por espanhóis que ameaçavam de os entregar à Inquisição. Na Jamaica, porém, foram esses judeus libertados pelos franceses e, com eles, rumaram em direção à Nova Amsterdã a bordo do barco Sainte Catherine. Desse grupo de refugiados, 23 judeus, entre homens, mulheres e crianças, chegaram ao porto da Nova Amsterdã em setembro de 1654, estabelecendo assim a primeira comunidade judaica daquela que veio a ser a cidade de Nova Iorque. No Brasil Holandês (1630-1654), a comunidade de emigrantes judeus de Portugal floresceu, fundando a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Kadosh Tzur Israel (Comunidade Rochedo de Israel), na atual Rua do Bom Jesus, em 1636. A 26 de Janeiro de 1654 as tropas portuguesas reconquistam o Recife com um ataque de proporções épicas, comandadas pelo general português Francisco Barreto de Menezes – que a partir de então ficaria conhecido como “o Restaurador de Pernambuco” –, pondo fim ao domínio holandês naquela região do Brasil. Nos termos da rendição, assinados na Campina do Taborda, local hoje ocupado pelo Bairro de São José, os vitoriosos são generosos para com os derrotados, dando aos holandeses um prazo de três meses (que seria prorrogado por mais três) para se retirarem do território recém conquistado, período durante o qual, segundo os mesmos termos, “anão serão molestados ou vexados e serão tratados com respeito e cortesia.” Segundo fonte judaica: “Surpreendentemente, o general Barreto de Menezes mostra uma tolerância muito pouco habitual ao permitir igualmente (ajudando até) a saída dos judeus portugueses, apesar destes terem passado a ficar sob a alçada da Inquisição, o que lhe teria à partida vedada qualquer possibilidade de clemência. A lei exigia a deportação imediata dos judeus para Portugal”. Acrescentando na narrativa: “Corsários, piratas e a intolerância religiosa ibérica tornariam ainda mais complicada a já difícil viagem de alguns desses judeus. Em Amsterdã, o rabino português Saul Levi Mortera – professor de Baruch Spinoza e mais tarde seu “excomungador” – deu conta dos percalços sofridos por uma destas embarcações no livro acima citado, um manuscrito não publicado do qual apenas restam seis cópias: “O navio foi capturado pelos espanhóis, que queriam entregar os pobres judeus à Inquisição. Ainda assim, antes de poderem cumprir os seus ímpios desígnios, o Senhor fez aparecer um navio francês que libertou os judeus dos espanhóis, levando-os depois para África, posto o que chegaram salvos e em paz à Holanda.” Um outro navio, atacado por piratas ao largo do cabo de Santo António, em Cuba, seria também resgatado por um barco francês – o Sainte Catherine, comandado pelo capitão Jacques de la Motthe. A 7 de Setembro de 1654, com 23 judeus portugueses a bordo, o Sainte Catherine aporta a Nieuw Amsterdam, na ilha holandesa de Manhattan, a cidade que mais tarde passaria a ser conhecida como Nova Iorque. Dessas 23 – homens, mulheres e crianças – sabe-se hoje muito pouco. São seis famílias, encabeçadas por quatro homens e duas viúvas. Só os seus nomes são mencionados nos registos oficiais. Mesmo assim é fácil adivinhar-lhes a proveniência: Abraão Israel Dias, Moisés Lumbroso, David Israel Faro, Asher Levy, Enrica Nunes e Judite Mercado. Entre esses adultos, foram identificados três homens citados no relatório da cidade como pessoas que assinaram o livro de atas da Congregação Zur Israel do Recife, no ano de 1648: Abraham Israel, David Israel e Mose Lumbroso. Em 1664, Nieuw Amsterdam passa para a coroa britânica e muda seu nome para New York. “Por volta de 1695, apesar de algumas restrições, os judeus tinham a sua primeira sinagoga improvisada, e a 8 de Abril de 1730 era dedicada a primeira sinagoga de raiz da comunidade que, logo à chegada, em 1654, escolhera o nome de Shearith Israel (Remanescente de Israel). Até ao final do século 19 tiveram duas línguas “sagradas”, ditadas pelos genes, pela fé e pelo apelo da memória: Faziam-se as orações em hebraico. Em português escreviam-se os documentos”. *Leonardo Dantas Silva é jornalista e assina a coluna Arruando por Pernambuco

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Em Defesa de Cristo: a história do jornalista ateu que se entregou à fé cristã

Apoiado em boas histórias e em campanhas de marketing junto a igrejas e líderes religiosos de destaque, o cinema cristão vem a cada ano levando mais pessoas às salas de cinema. Para se ter uma ideia, em 2015, o filme Quarto de Guerra ficou em 2º lugar na média de público por salas, na sua semana de estreia, perdendo apenas para o blockbuster Jogos Vorazes: A Esperança Parte 2. Outro bom exemplo é o longa Deus Não Está Morto, produzido pela Pure Flix Entertainment, atualmente, uma das grandes produtoras do gênero. Ele custou apenas (levando em conta, claro, o que se gasta atualmente em Hollywood na produção de um filme) US$ 2 milhões e arrecadou, só nos EUA, US$ 60,7 milhões. Trilhando o mesmo caminho, estreia este mês a nova aposta da produtora, o filme Em Defesa de Cristo, cercado (não poderia ser diferente) por uma forte campanha de divulgação e o apoio de nomes importantes do segmento gospel, como a cantora Aline Barros, que canta a música tema da produção. Em Defesa de Cristo é baseado na história real do jornalista americano outrora ateu Lee Strobel. Revoltado, após sua esposa Leslie (Erika Christensen) converter-se à fé cristã, decide usar seus dotes jornalísticos para provar que tudo o que se registrou e pregou até hoje sobre Cristo não passou de uma farsa. A jornada o levará, ironicamente, a um caminho inverso ao que um dia escreveu o autor bíblico da carta aos Hebreus: “a fé é a prova das coisas que se não veem”. Strobel precisará ver, ou melhor, ouvir os relatos das fontes, para, então, crer. E a fé, coincidentemente ou não, tem servido de tema para a maioria dos filmes cristãos lançados nos últimos anos, como o recente Você Acredita? além dos já citados no início. Ainda que insista em uma temática já tão explorada, Em Defesa de Cristo é superior, tecnicamente, às outras produções do gênero. A pegada e ritmo da narrativa lembra muito o clássico de 1976 estrelado por Robert Redford e Dustin Hoffman, Todos os Homens do Presidente. Destaco também a boa fotografia, marcada em alguns momentos por imagens trêmulas, bem no estilo câmera na mão. O elenco é formado por nomes importantes do cinema mundial, como a ganhadora do Oscar Faye Dunaway, conhecida por interpretar Bonnie Parker no filme Bonnie & Clyde: uma Rajada de Balas, grande sucesso de público e crítica de 1967. Tem também Robert Forster, indicado ao Oscar por sua atuação em Jackie Brown, de Quentin Tarantino. Mike Vogel interpreta o protagonista. O ator trabalhou em séries de sucesso, como Under The Dome e Bates Motel. No cinema, atuou em grandes filmes, como Histórias Cruzadas e Cloverfield – Monstro. Em Defesa de Cristo chega aos cinemas no dia 14 de setembro.  

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