Arquivos Colunistas - Página 86 De 305 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

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Volume de serviços de Pernambuco ficou estável em novembro

De acordo com o IBGE, o volume de serviços em Pernambuco ficou em (0,8%) em novembro, em relação ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. Em outubro o desempenho foi de recuo (-4,1% ). Apesar da estabilidade de novembro e da redução da atividade em outubro, no acumulado do ano, o volume de serviços avançou 11,7% frente a igual período do ano anterior, e o acumulado nos últimos doze meses assinalou 11,5%. Em novembro, os serviços profissionais, administrativos e complementares cresceram 13,2%, os transportes, serviços auxiliares aos transportes e aos correios avançaram 13% e os serviços de informação e comunicação subiram em 2,9%. Por outro lado, tiveram baixa as atividades serviços prestados as famílias (-7,9%) e outros serviços (-2,0). Com o desempenho, Pernambuco teve o 5º maior volume de serviços (0,8%) ficando abaixo apenas de Rio de Janeiro (2,2%), Rio Grande do Sul (1,7%), Paraná (1,7%) e Amapá (1,1%). TURISMOEm novembro de 2022, o índice de atividades turísticas decresceu 7,9% em Pernambuco frente a outubro. Houve quedas em seis dos 12 locais pesquisados. A influência negativa mais relevante ficou com Pernambuco (-7,9%), seguido por Bahia (-2,4%) e Santa Catarina (-2,9%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (7,4%), São Paulo (0,7%) e Paraná (5,3%) assinalaram os principais avanços.

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porto de galinhas

Hotéis e pousadas de Porto de Galinhas investem em gás natural

A rede hoteleira de Porto de Galinhas e Muro Alto está fazendo a opção pelo gás natural como alternativa energética. Os novos clientes do combustível distribuído pela Copergás são o Enotel e o Nannai. Antes desses empreendimentos, outras tradicionais empresas do setor na região já estavam usar o gás natural, como o Armação, o Kembali, o Porto de Galinhas Resort & Spa e o Samoa, além das pousadas Luar das Marés, a Canto do Porto e a Rudá.  De acordo com dados da Copergás, 19 estabelecimentos do setor (sendo 9 hotéis e 10 pousadas) já usam gás natural em suas operações. Existem ainda 30 empreendimentos que estão na fase de análise de propostas para contratação do abastecimento do gás canalizado. Além da rede hoteleira, 14 grandes condomínios residenciais também já dispõe do combustível. De acordo com o presidente da companhia, André Campos, o crescimento da clientela do gás natural em Porto de Galinhas e Muro Alto é fruto da implantação de uma rede de gasodutos na região, cujas obras foram finalizadas em julho de 2020, com um investimento de R$ 23,2 milhões. “A expansão do gás natural anda lado a lado com o desenvolvimento da infraestrutura necessária para colocar o combustível ao alcance do consumidor”.

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Artesanato de Talentos Carnaval 2023 Foto Thays Martins

Loja Artesanato de Talentos leva folia carnavalesca do Pina e Brasília Teimosa para o Riomar

A loja Artesanato de Talentos chega em sua versão de Carnaval ao Riomar, com obras de artesão do Pina e de Brasília Teimosa. A iniciativa é uma parceria entre RioMar Recife, Instituto Fecomércio e Instituto JCPM que vem, desde dezembro de 2015, capacitando artesãos dessas comunidades. Além de adquirem conhecimento sobre empreender com aulas de gestão, precificação e artesanato, os artesãos tem a oportunidade de expor suas peças na loja colaborativa que funciona em grandes datas para o varejo de adereços, como Carnaval, São João e Natal. Na loja, já em funcionamento e localizada no piso L1 do RioMar Shopping (no corredor da Americanas, em frente a Claro), 17 artesãos expõem seus trabalhos, onde é possível encontrar uma variedade de fantasias, adereços para o cabelo e corpo, brilho e serpentina. “Possibilitar essa presença tem um significado que vai além da comercialização em si. Mostra a capacidade criativa e produtora dessas pessoas que merecem um espaço de projeção e de valorização. Ao longo do ano, além do Artesanato de Talentos que conta também com a Fecomercio, existem outras iniciativas nesse sentido realizadas a partir do apoio estrutural, conceitual e financeiro do RioMar e do IJCPM”, comenta a diretora da Desenvolvimento Social do Grupo, Lucia Pontes. A loja irá funcionar até o dia 18 de fevereiro (Sábado de Zé Pereira).

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Prefeitura do Recife anuncia Joana Florêncio na Secretaria de Desenvolvimento Econômico

A advogada Joana Portela Florêncio assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Recife, substituindo Rafael Dubeux, que, na semana passada, foi convocado pelo ministro Fernando Haddad para assumir a Assessoria Especial do Ministério da Fazenda. Ela terá a missão de avançar na agenda desburocratização, melhoria do ambiente de negócios e fomento a geração de empregos na cidade. Joana Florêncio chega para coordenar o programa de concessões e parcerias, o E.I.T.A. Recife e o Crédito Popular do Recife (CredPop Recife). “A gente chega animada, com vontade de contribuir ainda mais na gestão, dando continuidade aos projetos desenvolvidos por Rafael Dubeux com o objetivo de melhorar ainda mais o ambiente de negócios do Recife, para gerar a atração de novos investimentos, promovendo assim mais emprego e renda para a nossa cidade”, destacou a nova secretária, que é formada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), com pós-graduação em Direito de Família e Sucessões, pela Fundação Escola Superior do Ministério Público. Foto: Rodolfo Loepert/Prefeitura do Recife

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Vinícola gaúcha fará ação no Recife nesta semana

O sócio da vinícola boutique Zanella, Gladimir Zanella, estará no Recife na sexta-feira, dia 20, às 19h. Além de realização de um jantar harmonizado o gestor da vinícola vem reforçar a parceria comercial com Felippe Figueirôa e Leonardo Cavalcante, sócios da Enotteque, empresa responsável pela distribuição dos seus vinhos para Pernambuco. 

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Novotel Recife promete gerar 2,6 mil empregos diretos e indiretos

O Hotel Marina (Novotel), que está sendo construído no bairro São José, que abrigará ainda uma marina para 148 barcos e um centro de convenções com capacidade para atender 4 mil pessoas, deve contratar 2,6 mil profissionais quando iniciarem as operações. O empreendimento emprega atualmente 200 pessoas. Entre abril e maio, esse número já deverá subir para 350. A previsão é de que as três estruturas sejam concluídas em outubro deste ano, e o hotel deverá abrir suas portas para hospedagem em dezembro.  O empreendimentos , que possui apoio da Prefeitura do Recife articulado pelo Gabinete do Centro do Recife (Recentro), recebeu visita do prefeito João Campos nesta semana. “Esse investimento, feito pela iniciativa privada, além de gerar empregos durante a obra, vai gerar muito mais oportunidades depois de pronto. Um hotel com 300 leitos, uma marina que será a maior do Nordeste brasileiro nessa modalidade e um centro de convenções. Todo esse complexo vai fortalecer a nossa cadeia do turismo, o que representa uma oportunidade em diversas esferas - comércio, bares e restaurantes, atividades culturais, entretenimento”. O investimento previsto é de R$ 140 milhões. O hotel será de quatro estrelas e o último andar vai ter uma piscina de borda infinita, um restaurante, lojas e bares. Serão 300 apartamentos distribuídos em quatro andares. “A obra está em pleno andamento e a tendência é que a gente entregue a parte física da obra em setembro de 2023. Nós devemos entregar o hotel ao grupo Accor, que é quem vai explorar o hotel, em setembro. E em cerca de três meses eles vão treinar a equipe para o hotel entrar em funcionamento”, detalhou Rogério Castro e Silva, diretor da Construtora Tecla.

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"Manter a floresta em pé é a única condição de nos tornar relevantes na nova economia"

A sustentabilidade ambiental foi um dos temas mais polêmicos da gestão federal dos últimos anos. Neste momento de transição de governo e que os temas relacionados à preservação ambiental e a economia verde estão fervilhando, conversamos com Tatiane Simão, CEO da Somos Todos Amazonas, sobre as perspectivas para o desenvolvimento sustentável no País nos próximos anos. Como a floresta em pé é mais lucrativa que a sua exploração tradicional? Nos últimos anos o Brasil viveu uma significativa fase de desindustrialização, e não vamos recuperar isso pois perdemos as condições de acompanhar o progresso tecnológico através da inovação na área industrial. Manter a floresta em pé é a única condição de nos tornar relevantes na nova economia, ou seja, na economia do conhecimento baseado na biodiversidade onde nosso país tem forte potencial para se destacar e acelerar a transição de uma economia predatória para uma economia de baixo carbono baseada em processos regenerativos, valorizando os produtos da biodiversidade alinhados com o conhecimento da academia. Após o Governo Bolsonaro, temos a perspectiva de ter uma orientação nacional para tratar nossos ativos ambientais como uma diretriz para o desenvolvimento do País? Uma das pautas mais relevantes apresentadas para a nova gestão é a reconstrução da política ambiental do nosso país, o primeiro passo para o sucesso é reconquistar o protagonismo do Brasil nessa agenda e confiança da nossa sociedade e da comunidade internacional. Para o avanço é fundamental a formação de novos líderes, instituições e órgãos de fiscalização assim como restabelecer os princípios constitucionais para proteger nosso patrimônio natural e nossa biodiversidade abundante. Essa reconstrução é a diretriz do desenvolvimento, um desenvolvimento sustentável, equitativo, inclusivo e igualitário.A reconstrução para o desenvolvimento sustentável deve ir além da contabilidade, a consolidação de um país socialmente justo e seguro é a premissa para essa pauta. A biodiversidade deve ser uma fonte de riqueza para todos os atores ecossistêmicos, mas para que ela se torne uma fonte inesgotável de riquezas precisamos trabalhar seriamente nesta transição de uma economia limpa pautada em matrizes enérgicas renováveis, reflorestamento e ampla geração de emprego e renda baseada na recuperação dos nossos biomas. Quais as principais agendas ambientais para o Brasil nos próximos anos? E qual a principal agenda global, a prioridade? A crise climática é o maior desafio enfrentado pela humanidade, recentemente lideranças mundiais se reuniram na COP27 para discutir novas metas para o cumprimento do Acordo de Paris, a prioridade global é reduzir as emissões de gases de efeito estufa para mitigar e prever maiores riscos do planeta que já está “super aquecido”. O Brasil é o sexto maior emissor do planeta e tem grande responsabilidade no corte de suas emissões, grande responsabilidade e grande oportunidade para se tornar o primeiro país a zerar suas emissões, muito antes de China e dos EUA. Nosso país está em melhor posição comparado aos outros países, sendo importante reconstruir a Governança Ambiental para o avanço desta agenda sanando problemáticas como a grilagem de terras públicas, a violência e as invasões em territórios indígenas. Por fim avançar no sentido de evitar o desmatamento no país, nossa maior fonte de gases de efeito estufa, precisamos zerar os deamatamentos ilegais na Amazônia e no Cerrado, a taxa de desmatamento ilegal hoje é de 90% na Amazônia e 80% no Cerrado, e como fazemos isso? Precisamos criar mecanismos de segurança como citei anteriormente, precisamos de um marco regulatório eficiente que beneficie práticas regenerativas, praticas de agricultura familiar, desta forma caminharemos para o rumo de zerá-lo até 2030, alterando o mais cedo possível nossa curva de emissões. A Amazônia é a principal preocupação internacional quando se pensa no Brasil e onde naturalmente seguem mais recursos de preservação. Como o bioma da caatinga, que abrange muito do território nordestino, pode participar desse ciclo de desenvolvimento que preserva e explora de forma sustentável os seus ativos ambientais? Atualmente a Caatinga vem sofrendo muito com o desmatamento, a prática ilegal tem beneficiado as indústrias dos setores de cera e de gesso.Enquanto a atenção do mundo aponta apenas o bioma amazônico por ser o maior bioma do planeta, outros biomas tão relevantes têm sofrido esse desmatamento ilegal destacando em número comparativo da Amazônia o Cerrado e a Mata Atlântica, a indústria predatória tem se beneficiado com essas atividades. A academia deve ser a grande aliada para evitar esse desmatamento, hoje não existe solução gerada para alimentar essas indústrias, a integração e o compartilhamento de novos e antigos saberes/ é a chave para sanar as problemáticas, e, por conseguinte, melhorar o ambiente de negócios e as relações com investidores mundiais, ponto a se destacar para a reestruturação da nossa economia. A participação de todos os biomas nesse ciclo de desenvolvimento é fundamental para o fortalecimento das políticas de conservação como para a transição da economia baseada no uso dos ativos integrados ao conhecimento da academia.

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Fabrica Pitu

INPI certifica a pernambucana Pitú como Marca de Alto Renome

A Engarrafamento Pitú, empresa que atua há 85 anos na produção de cachaças e é líder em exportação do produto, foi certificada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) como uma “Marca de Alto Renome”. A empresa comprovou três critérios definidos pelo instituto, sendo eles o reconhecimento da marca por ampla parcela do público brasileiro; a qualidade, a reputação e o prestígio associado à marca e aos produtos; e o grau de distintividade e exclusividade da cachaça no mercado. Algumas das marcas consideradas mais valiosas do mundo, tais como Coca-Cola, Google, Nike e BMW possuem o Alto Renome reconhecido pelo INPI. Dentre as brasileiras que conquistaram esse reconhecimento estão a Petrobrás, a Vivo, o Itaú e a Natura. Para demonstrar o reconhecimento da marca por ampla parcela da população brasileira, assim como comprovar os atributos de notoriedade, qualidade, reputação e prestígio, a Pitú apresentou pesquisas de mercado realizadas pelo Instituto DataFolha e também foram apresentadas diversas premiações recebidas ao longo dos anos em concursos nacionais e internacionais. “O contínuo investimento nos processos para manter e aprimorar a qualidade de suas bebidas, somados ao constante e maciço trabalho de divulgação e distribuição da Pitú ao longo dos anos, certamente, contribuíram para que a marca atingisse esse elevado grau de reconhecimento pelos brasileiros, o que foi fundamental para a conquista do status de Marca de Alto Renome.”, comenta Maria Eduarda Ferrer, gerente de marketing da PITÚ.

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convento franciscano

A história do primeiro frade negro

*Por Leonardo Dantas Silva Nasceu em 1609, de origem humilde, era conhecido pelo apelido de Pretinho. Com a invasão holandesa, em janeiro de 1630, logo apresentou-se ao comandante Henrique Dias (falecido em 1662), passando a integrar os exércitos nativos que, durante cinco anos fizeram parte as resistência luso-brasileira do Arraial do Bom Jesus. Durante 24 anos serviu à sua Pátria, pelejando ao lado dos guerreiros comandados pelo Governador dos Crioulos, Negros e Mulatos do Brasil, e, após a rendição de 26 de janeiro de 1654, resolveu ingressar na Ordem Franciscana dos Frades Menores no Convento de Nossa Senhora das Neves de Olinda. Não consta a data do seu ingresso no Convento Franciscano de Olinda, mas, segundo Frei Antônio de Santa Maria Jaboatão (1695- 1769) era a ele atribuída uma vida religiosa, cuidando dos serviços interiores da casa, “de muita abstinência e sumamente caritativo”. Por mais que se dedicasse aos deveres da ordem, o frei Francisco de Santo Antônio, não conseguia sua promoção ao sacerdócio por conta de sua cor, sendo debalde todos os seus pleitos junto os seus superiores. O acidente da cor, como se atribuía na época, era causa impeditiva da conquista do sacramento da ordem sacerdotal. Vendo que todos os seus esforços seriam inúteis em Pernambuco, embarcou para Portugal com o objetivo de levar o seu desejo ao conhecimento do monarca D. Pedro II (1648-1706). Depois de suportar muitas grosserias das figuras da Corte, o Frei Pretinho, como era conhecido, consegue ser recebido pelo rei e, entre lágrimas de júbilo e agradecimento, recebe a ordem real determinando o seu ingresso no Noviciado do Convento Franciscano de Olinda, em 2 de agosto de 1689, quando contava com a idade de 80 anos. Seis anos depois, em data de 1º de agosto de 1695, celebra ele a sua primeira missa, no próprio Convento Franciscano de Olinda, mas vem falecer completando seu dilatado curso de vida gozando da fama de virtuoso e de santidade. Falecera Frei Francisco de Santo Antônio, com a idade de 86 anos, tornando-se, além de herói do Terço dos Henriques, o primeiro afrodescendente admitido como irmão professo no Brasil. Comenta Francisco Augusto Pereira da Costa: “Ele suportou heroicamente toda a oposição que lhe moveram, todos os embaraços que se lhes apresentaram, mas viu coroados os seus intentos, e viu triunfar a causa da igualdade e da fraternidade, e despeito dos prejuízos da época, dessa desigualdade que se procurou manter nas ordens religiosas”

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babalorixa

A Casa de Pai Adão, Opeatanã.

Uma homenagem ao babalorixá Manoel Costa  O Sítio, terreiro Obá Ogunté, é um conjunto de construções e de espaços sagrados destinados ao culto dos orixás, seguindo o modelo litúrgico Nagô, genericamente conhecido com Iorubá, mantendo um elenco de divindades que são perpetuadas pela ortodoxia dos rituais, onde se destaca, entre as muitas cerimônias, o chamado Presente de Iemanjá ou Panela de Iemanjá.  O terreiro é consagrado a Iemanjá, divindade das águas do mar.  Une-se, assim, a realidade da cidade do Recife, entrecortada de rios e com um litoral atlântico, com o patronato de Iemanjá.  As águas compartilham o cotidiano do recifense, e Iemanjá também está presente nesse cotidiano indivisível do sagrado e do profano. O terreiro é o local das reuniões, e onde são reativados os laços de parentesco de santo, os laços de parentesco consanguíneo, e também são mantidos todos os elos necessários ao culto dos orixás; suas liturgias, suas festas, comidas, danças; música vocal, música instrumental, indumentárias, vocabulários; posturas hierárquicas, sistemas de poder, processos adivinhatórios, medicina, ludicidade; enfim, é o local onde a memória afro-brasileira é aquecida através dos rituais, que podem ser diários e cíclicos. O terreiro é ainda espaço físico destinado á guarda das crianças e dos idosos. Percebe-se uma organização assistencialista latente no próprio sistema de poder do terreiro.  Tudo gira em torno da hierarquia.  Os mais velhos que sabedores de rituais, e conhecedores das histórias, são muito respeitados; por sua vez, as crianças são encaminhadas aos saberes da música, dança, brinquedos, histórias, tendo sempre a referência básica _ o orixá _ seu domínio, seu patronato, sua ação direta na vida do homem. O espaço público _ salão _ barracão de festas, obedece ao rigor da arquitetura original, o mesmo acontecendo com os compartimentos germinados ao barracão, como a cozinha, a sala de visita e quartos.  Também há a capela, aos moldes católicos, e o peji, o local mais sagrado dos compartimentos, completam  o conjunto de habitações do terreiro.  Algumas casas de taipa existem afastadas do núcleo religioso, são moradias das pessoas do próprio terreiro. Nesse amplo conjunto de espaços sagrados, destaca-se a fitolatria como outro significativo momento religioso do culto aos orixás.  Aí se vê a gameleira ou o pé de Iroko.  Iroko _ divindade que habita o tempo_ é o próprio tempo meteorológico e cronológico, é o senhor da gameleira, árvore de grande respeito por parte dos adeptos do terreiro.   A gameleira é uma árvore sagrada e rara.  No Recife, é este o único terreiro que possui e que mantém os preceitos rituais do culto ao orixá Iroko.  Ainda no campo da fitolatria, observa-se no terreiro as ervas litúrgicas, plantadas em jardim especial, contendo as principais folhas dos rituais, aquelas usadas nos amassi; nos abôs, nos banhos, nos sacudimentos; nas feituras de Iaôs, também para os remédios mais simples e para os adornos do peji e do barracão de festas. Dessa maneira, cada elemento dos rituais tem um significado prescrito, há um conhecimento especial da comida, da música, das folhas, das passagens da iniciação; e para cada controle há um nível de conhecimento, há um cargo específico, determinado no complexo da hierarquia sociorreligiosa.  Esses cargos têm iniciações específicas e são ocupados por pessoas escolhidas pelos orixás, e que também por vínculo familiar têm uma tradição da ocupação de determinados cargos no terreiro.  Isso é comum com os ogãs, músicos, com os Olossães, sacerdotes de Ossãe_ divindade das ervas litúrgicas e medicinais. O terreiro é organizado para o culto dos diversos orixás, cada um deles com aspecto próprio, estabelecendo seus gostos e preferências por cores, materiais, formas, músicas, danças, alimentos. Os objetos rituais carregam a marca dos orixás, e, para atender ao elenco de objetos que compõem a cultura material dos terreiros, existem aquelas pessoas que se dedicam ao artesanato de ferramentas de santo, objetos de assentamento.  Confecção de ilus, instrumentos musicais. Costureiras que fazem as roupas dos santos, enfim, uma equipe artífices, conhecedores dos rigores e gostos dos orixás, suas marcas visuais, texturas preferidas, objetos necessários.  Aí se notam alguns artesãos-sacerdotes, visto o alto significado dos objetos para a religião, sua ocupação nos pejis, sua sacralidade por meio de rituais específicos. O sincretismo religioso afrocatólico é outro aspecto decisivo na organização modelar de terreiro.  O santo católico e sua ligação com o deus africano é íntima no processo desaculturação da mitologia africana, no caso, a Iorubá.  Assume, então, o santo católico lugar comum do orixá, e, em muitos casos, no pensamento religioso dos terreiros, é indispensável o santo do orixá.      São muitas as comidas que formam os cardápios dos orixás. São comidas especialmente preparadas pela iabassê, mulher iniciada, preparada para alimentar os deuses e a comunidade do terreiro.     Cada ingrediente, tempero, quantidade, técnica culinária, e estética do prato, tem um significado, e assume um valor na liturgia da alimentação. É tradição nos terreiros comer bem, e muito, pois a fartura das comidas é uma marca do sentido de que a natureza é capaz de prover e de nutrir os homens. Nutrir também os orixás com os seus pratos especiais. Sem dúvida, há uma comunicação intensa entre as cozinhas dos terreiros e as cozinhas das casas; entre os cardápios do cotidiano e o cardápio das festas. Nesses muitos e variados cardápios estão as comidas de dendê, o uso de temperos tradicionais africanos como o atá ou ataré que é a pimenta da costa; os frutos, obi e orobô; e as favas lelecum e bejerecum; o quiabo e o inhame, também africanos. Produtos nativos, da terra, como o milho, a mandioca, o feijão; carnes de diferentes animais; e produtos do mar, especialmente o camarão; unem-se aos temperos para formar comidas saborosas, pois a maioria das comidas dos orixás são as mesmas partilhadas pelos homens. Exemplo de comida ritual que pertence ao orixá Xangô é o begueri, prato feito à base de quiabo, camarões secos, azeite de dendê, carne de boi e muita pimenta.  Este prato é servido numa gamela redonda de madeira. Gilberto Freyre se lembra de Adão, Pai Adão, conhecido no Xangô de

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