2021 - Página 56 De 173 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2021

Pesquisa: como a pandemia impactou a educação e o bem-estar das famílias?

A rotina das famílias sofreu impactos significativos com a pandemia de COVID-19. Pais e cuidadores enfrentaram o desafio de equilibrar suas necessidades pessoais com as dos filhos, da casa, de outros parentes e de empregadores e/ou empregados. Para tentar entender os sentimentos dessas pessoas e saber mais sobre suas experiências durante o período de isolamento social, a Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, conduziu uma pesquisa online em todo o mundo, abordando questões como bem-estar durante a pandemia, educação escolar em casa, licença-família, paternidade de jovens adultos e impacto no cuidado. Essa pesquisa foi realizada virtualmente com 5.865 pessoas nos EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Índia, Cingapura, China e Brasil entre os dias 22 de julho e 9 de agosto de 2021. Adicionalmente foram consultados 1.249 profissionais da saúde dedicados à infância nos EUA, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália e França. De acordo com a pesquisa, globalmente, um em cada quatro pais acredita que a educação do filho foi afetada na pandemia, e 31% disseram que o desenvolvimento social de seus filhos foi impactado. Profissionais da saúde endossam a afirmação. Na França, 91% dos médicos entrevistados acreditam que a saúde mental das crianças foi prejudicada durante o período. O homeschooling foi um dos maiores desafios da quarentena para muitos dos entrevistados. 37% dos pais do Reino Unido dizem que conseguir que os filhos fizessem as aulas e tarefas de casa foi o maior desafio da educação em casa. As mães foram as mais impactadas com o ensino domiciliar durante o período de quarentena, com 78% afirmando serem as principais responsáveis pela educação dos filhos no lar e 15% dizendo terem abandonado seus empregos por isso. Mundialmente, 13% dos pais querem que a vida volte a ser como era antes da pandemia. No entanto, seis em cada 10 gostariam de continuar tendo mais tempo de qualidade para a família. Como lado positivo para os laços familiares, 61% dos pais se sentem agora mais confiantes em suas habilidades parentais do que no início da pandemia. No Brasil, ao contrário de outros países que fizeram parte do levantamento, movimentos de justiça social como Black Lives Matter e de apoio social ao gênero não binário e à identidade LGBTQ + tiveram impacto positivo entre jovens de até 22 anos. Quase metade dos pais brasileiros (46% e 49%, respectivamente) relataram sentir que esses movimentos trouxeram benefícios para a formação de seus filhos. Aqui foram registrados os maiores índices de positividade. O estudo completo 'Conectando-se com Pais e Cuidadores' da Kantar pode ser encontrado em: https://kantar.turtl.co/story/connecting-with-parents-and-caregivers/?utm_campaign=2021%

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Cepe Editora lança 65 perfis de personagens da história em Pernambuco

Da Cepe A fim de popularizar a história de Pernambuco, o jornalista, escritor, cartunista e quadrinista Paulo Santos de Oliveira já criou HQs para revistas e jornais, inspirou filmes e peças teatrais e agora lança o livro Pernambuco, histórias e personagens, pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). São 65 perfis biográficos de figuras que marcaram cinco séculos da memória do Estado. O título se destaca pela linguagem acessível, classificada pelo prefaciador da obra, Caesar Sobreira, como uma narrativa que obedece ao rigor histórico, mas que apresenta um leve sabor de crônica. O lançamento acontecerá nesta quinta-feira, dia 9, às 19h, no canal da Cepe Editora no YouTube. Na live, o autor conversará com Caesar Sobreira (professor titular de Antropologia no Departamento de Ciências Sociais da UFRPE), com o advogado Maurício Rands e George Cabral (professor do Departamento de História da UFPE e presidente do Instituto Arqueológico de Olinda), que fará a mediação do encontro. Cinquenta dessas histórias foram publicadas semanalmente no Diario de Pernambuco, na forma de minibiografias, entre os anos de 2016 e 2017, como parte das comemorações relativas ao Bicentenário da Revolução de 1817. Nesta edição o autor acrescentou 15 biografias inéditas. Entre os nomes perfilados estão Duarte Coelho Pereira, da Nova Lusitânia, apresentado como aposentado, rico, cinquentão e recém-casado com uma jovenzinha de 18 anos, antes de o rei de Portugal Dom João III o incumbir de assumir o posto de primeiro capitão-donatário da Capitania de Pernambuco. E assim, de forma coloquial, Paulo Santos vai descrevendo personagens e fatos. Desenhos do quadrinista e ilustrador da Cepe, Pedro Zenival, fazem a abertura de cada capítulo. O artista visual assinou ainda os desenhos da primeira HQ da editora, também de autoria de Paulo Santos: 1817, Amor & Revolução (Cepe,2017). História é um gênero no qual a Cepe tem investido bastante, especialmente a pernambucana. De acordo com o editor Diogo Guedes, o livro busca atrair a curiosidade do leitor através da linguagem e da estrutura do enredo. “A escolha de Paulo Santos, de tratar a história através de personagens, é uma forma de tornar o nosso passado mais interessante. O livro procura mostrar um pouco dessas pequenas e grandes narrativas existentes no passado de Pernambuco, abrangendo um período grande de tempo. Não é uma obra focada nos meandros de cada evento histórico, mas sim no esforço de despertar o interesse do leitor para a memória pernambucana”, ressalta. O principal critério do autor para selecionar os personagens a serem perfilados foi que a narrativa das suas vidas lançasse luz sobre diferentes aspectos dos episódios históricos abordados. Ele escolheu padres para realçar o papel da Igreja, militares para assuntos bélicos e políticos para as questões dessa área. Sempre focado no gênero, Paulo Santos escreveu também A Noiva da Revolução, livro sobre o movimento de 1817, que inspirou o premiado filme A Revolução Esquecida, da cineasta Tizuka Yamazaki, com participação do autor no roteiro. O documentário, inclusive, foi vencedor do prêmio TAL, Televisón América Latina, em 2018. Segundo Caesar, os dois títulos se dedicam ao resgate histórico. Logo na apresentação, o escritor reforça a necessidade de se conhecer a história e cita um trecho do francês Alexis de Tocqueville (1805-1856), autor do clássico A democracia americana: “Quando o passado não ilumina o futuro, o espírito vagueia nas trevas”. Paulo Santos se queixa de um certo desinteresse da população por sua própria memória, apesar da dedicação de estudiosos, museus locais, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico, e da Academia Pernambucana de Letras. Mas acredita que também faltam livros, quadrinhos, filmes e seriados que a popularizem. Por isso concentrou seu trabalho na forma. O escritor lembra que Pernambuco, histórias e personagens é uma obra escrita por um romancista, não por um historiador profissional. “Meu propósito é apenas contribuir para aumentar um pouco o interesse por esse tesouro oculto, por essa verdadeira botija que costuma aparecer nos sonhos de muita gente, pedindo para ser desenterrada: a memória popular do passado pernambucano”, diz o autor. SOBRE O AUTOR Na década de 1970, Paulo Santos de Oliveira participou da histórica revista de HQ Balão, ao lado de Laerte, Chico e Paulo Caruso e Luis Gê. Colaborou com Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e Pasquim. No Recife trabalhou em jornais locais, e foi correspondente de jornais de oposição à ditadura. Fundou periódicos alternativos locais, ao lado de Xico Sá, Geneton Moares Neto, Lailson, Clériston, Ral e Bione. Nos anos 80, coordenou a comunicação de movimentos sindicais e populares. E com a virada do século tornou-se escritor, autor de romances históricos, como A Noiva da Revolução (2007), que inspirou a criação da peça teatral O Nascimento da Bandeira (por Ronaldo Correia de Brito); o já citado documentário dramatizado 1817, A Revolução Esquecida, por Tizuka Yamazaki; o CD de música erudita Suíte 1817, (por Múcio Callou, em 2018); a HQ A Noiva (por Thony Silas, desenhista da Marvel Comics, em 2017); e outra HQ, 1817, Amor e Revolução (Cepe, 2017). Em 2012, lançou O General das Massas, sobre as trajetórias pessoais e políticas de Abreu e Lima e Simón Bolívar. Recentemente, em parceria com a Embaixada da Holanda, lançou a série Pernambukids. ENTREVISTA COM O AUTOR A primeira HQ publicada pela Cepe foi em 2017 e de sua autoria: 1817, Amor e Revolução. Qual a ideia de expandir o universo da história para formatos e linguagens tão diferentes? PAULO SANTOS DE OLIVEIRA - O primeiro trabalho que planejei fazer sobre 1817 seria uma HQ, mas achei o tema tão rico e tão vasto que resolvi tratá-lo em forma de romance. Daí virei escritor e criei A Noiva da Revolução, que só saiu em quadrinhos mais adiante. E também se tornou um filme, 1817, A Revolução Esquecida, de Tizuka Yamazaki, com alguma participação minha no roteiro. Em que momento você se permitiu fazer especulações sem compromisso com o rigor científico? PAULO OLIVEIRA - Quando pesquisamos sobre acontecimentos históricos é natural encontrar diversas versões distintas para o mesmo evento. Ao historiador rigoroso cabe checar essas fontes, compará-las etc., até onde for

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Instituições financeiras elevam estimativa de inflação para 7,58%

Da Agência Brasil A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 7,27% para 7,58%, neste ano. É a 22ª elevação consecutiva na projeção. A estimativa está no boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos. Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,98%. Para 2023 e 2024, as previsões são de 3,25% e 3%, respectivamente. A projeção para 2021 está acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%. Em julho, a inflação subiu 0,96%, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta ficou 1,19%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,76%, no ano, e 8,99%, nos últimos 12 meses. Os dados de agosto devem ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na próxima semana, mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,89% no mês passado, a maior variação do IPCA-15 para um mês de agosto desde 2002 (1%). Taxa de juros Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 7,63% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é de que a taxa básica suba para 7,75% ao ano. Tanto para 2023 como para 2024, a previsão é 6,5% ao ano. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. PIB e câmbio As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5,22% para 5,15%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,93%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,35% e 2,5%, respectivamente. A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,15 para R$ 5,17 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,20.

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Recife passa a ter contato com a população via WhatsApp

Da Prefeitura do Recife Recife é a primeira capital brasileira a firmar parceria com o aplicativo de troca de mensagens mais usado do país: o WhatsApp. Com uma conta oficial que pode ser acessada pelo número +55 81 9117-1407, ou pelo link https://wa.me/558191171407, a Prefeitura do Recife passa a oferecer atendimento on-line para a população com o objetivo de facilitar o acesso às informações oficiais sobre as vacinas, a campanha de vacinação no município e as orientações para exames de Covid-19. O canal ainda permitirá a realização de tele-orientações sobre dúvidas médicas relacionadas à pandemia. O prefeito do Recife João Campos anunciou a novidade na última segunda-feira (6). “A gente firma mais uma parceria importante e pioneira para o Recife, que se torna a primeira capital do Brasil a ter um número oficial de Whatsapp. Nós firmamos essa parceria com o Whatsapp para garantir que a comunicação da Prefeitura seja ainda mais ágil e eficiente com o cidadão. E de maneira imediata a gente vai abordar um tema que é urgente, o tema da vacinação”, disse o gestor municipal. “A gente vai entrar em contato com todas as pessoas que estão com a segunda dose atrasada através desse contato oficial para a gente poder garantir o agendamento. Nós também vamos garantir que a gente possa tirar dúvidas sobre a vacinação. E o passo seguinte vai ser a gente ampliar esse escopo e, além da vacinação, colocar os demais serviços da Prefeitura também na plataforma do Whattsapp. Então firmando parcerias, dialogando com a iniciativa privada e buscando sempre melhorar a vida do recifense, esse é o caminho que vai fazer o Recife estar sempre na frente”, detalhou ele ainda. Chamada de SUSI (SUS Inteligente), a assistente virtual da Prefeitura no aplicativo terá como primeiro foco o combate à pandemia e, no futuro, o objetivo é ampliar o número de serviços prestados dentro da plataforma. A conta certificada pelo WhatsApp garante ao usuário a certeza de que ele está interagindo com o interlocutor certo e que as informações ali repassadas são seguras e confiáveis. A parceria ratifica o processo de transformação digital que está acontecendo dentro do Executivo Municipal. A articulação junto ao WhatsApp foi coordenada pela equipe da Secretaria de Planejamento, Gestão e Transformação Digital e conta com o apoio da empresa Infobip, provedora oficial de soluções para o WhatsApp Business, utilizando a Interface de Programação de Aplicativo (API) do App. “Estabelecer parcerias como a que estamos celebrando hoje com o WhatsApp é fundamental para a modernização da máquina pública, tornando ela mais ágil dentro de um ambiente seguro e confiável para a população. É na união de forças, competências e saberes que damos mais um passo importante na direção da cidadania digital. E não poderia ser diferente: vamos iniciar esse trabalho usando essa ferramenta digital no combate e controle da covid-19”, pontua o prefeito João Campos. “É um grande prazer para o WhatsApp trabalhar junto com o Prefeito João Campos e sua equipe para levar aos cidadãos serviços fundamentais para combater a pandemia, tudo com muita simplicidade e ampla facilidade de acesso. A satisfação é redobrada, pois o WhatsApp reconhece a força e a importância de Recife como um dos principais polos de inovação e tecnologia do país. Além disso, o canal oficial de WhatsApp da Prefeitura de Recife reforça o compromisso da empresa em conectar os seus usuários a fontes de informação confiáveis dentro do aplicativo'', afirma Dario Durigan, Head de Políticas Públicas do WhatsApp no Brasil. O objetivo da parceria é estreitar a relação com o cidadão fortalecendo os conceitos de confiabilidade, segurança, rapidez e transparência na oferta de serviços de maneira autônoma. O uso da tecnologia, que vem modificando a maneira como as pessoas consomem serviços e informações também vem transformando o relacionamento das instituições públicas com a população e impulsionando a cidadania digital. Nesse sentido, algumas experiências já vinham sendo realizadas, como o sistema Atende em Casa, criado pela Prefeitura do Recife e que foi adotado pelo Governo do Estado, dando suporte às equipes de saúde envolvidas no combate e tratamento da covid-19. Com o uso da plataforma de troca de mensagens, a gestão dá mais um importante passo na prestação de serviços e na promoção da cidadania digital. Recife segue avançando na vacinação contra a covid-19 e na testagem em massa da população, e nesse momento, a informação continua sendo uma importante aliada no combate e na prevenção. Iniciado no plano global a partir da parceria com a Organização Mundial da Saúde, o WhatsApp vem ampliando seu programa de resposta à covid-19. Para isso, tem estabelecido parcerias estratégicas de interesse público com autoridades de saúde e entidades governamentais para levar com agilidade e simplicidade informação e serviço de qualidade às pessoas.

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"O mercado de energia solar sairá fortalecido com o marco regulatório"

Conta de luz cada vez mais salgada, crise hídrica esvaziando os reservatórios das hidrelétricas e o impacto das termelétricas no meio ambiente. Eis o cenário que tem levado muitos conumidores a gerar a sua própria eletricidade a partir da energia do sol, que é abundante no Brasil e em especial no Nordeste. Segundo dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), a chamada energia distribuída solar fotovoltaica atingiu 4 GW de capacidade instalada em 2020 e este ano tende a duplicar o potencial. Os consumidores, porém, ficaram apreensivos com a notícia da promulgação de um marco regulatório do setor. Afinal, hoje eles contam com um subsídio, principalmente em razão de que precisam arcar com os custos de implantação das placas fotovoltaicas para gerar a energia. A preocupação desses usuários estaria na suspensão desse subsídio. Assim eles passariam a pagar as tarifas pelo uso da rede de distribuição de energia. Acontece que apesar de gerar a sua própria energia, esses consumidores consomem uma parte dela e jogam o excedente na rede de distribuição. Além disso, a fonte solar é intermitente, isto é, nem sempre ela é produzida de forma contínua, como à noite por exemplo. Por isso, no fim do mês há uma compensação na qual o usuário paga ou recebe (por meio de créditos) da concessionária a diferença entre o que ele colocou de energia na rede e o que ele usou. Mas, até então, ele não pagava a tarifa pelo uso desse sistema de distribuição como os demais usuários. Para saber as consequências desse marco regulatório, que foi aprovado pela Câmara Federal e está em tramitação no Senado, Cláudia Santos conversou com Luis Arturo Gómez Malagón, cientista-chefe do Instituto de Inovação Tecnológica da UPE (Universidade de Pernambuco). Ele também analisou as perspectivas de expansão da energia solar no País. Caso o projeto de lei PL 5829/19, que institui o marco regulatório da geração própria de energia solar, seja aprovado no Senado, o que muda no País nesta área da energia solar distribuída? A geração distribuída no Brasil está regulamentada pela resolução ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) 482 de 2012 que forneceu a estrutura para seu funcionamento no sistema elétrico nacional. Tal resolução foi revisada pela resolução ANEEL 687 de 2015, em que foram modificados os limites de geração para microgeração e minigeração, assim como o prazo de compensação de créditos. Desde então o crescimento na geração distribuída tem aumentado vertiginosamente, chegando a passar os 4 GW instalados em 2020 e com expectativas de dobrar esse valor em 2021. Neste cenário, a indústria fotovoltaica foi consolidando sua cadeia de valor desde 2012 fazendo com que a energia solar apareça no mercado não somente como uma fonte de energia renovável e confiável mas, também, como um investimento atrativo para alguns setores. O PL 5829/19 é uma inciativa que visa, entre outros aspectos, mudar o sistema de compensação de energia elétrica para o sistema de tarifação estabelecido pela ANEEL. Essa mudança é proposta para aprimorar a regulamentação existente de tal forma que seja dada maior segurança jurídica e regulatória para os investimentos em energia renovável. O PL estabelece que, para os consumidores que façam uso da geração distribuída até a publicação da lei, ou para quem solicitar acesso até 12 meses após a divulgação da lei, os direitos de compensar a energia elétrica da forma atual serão mantidos até 2045. Para estes usuários a lei vai dar segurança e estabilidade jurídica sobre o investimento realizado. Após 2045, esses consumidores passarão a pagar uma tarifa dada pelas diretrizes para valoração dos custos e benefícios da microgeração e minigeração distribuída. Para os consumidores que solicitarem acesso após o primeiro ano de divulgação da lei, será estabelecida uma regra de transição que vai demorar seis anos. Durante este período, o consumidor terá cobrança gradual de uma taxa proporcional à energia injetada na rede. Após a finalização desse período, o consumidor ficará sujeito às regras tarifárias estabelecidas pela ANEEL. O PL também abordou diferentes aspectos sociais e ambientais, dentre os quais cabe destacar a criação do PERS (Programa de Energia Renovável Social) voltado ao investimento em energias renováveis para consumidores de baixa renda, assim como a diminuição de 50% no valor mínimo faturável para microgeradores que compensem no mesmo local da geração com potência do gerador de até 1,2 kW. Esta medida abre um novo mercado com foco em pequenos consumidores. O senhor acredita que o pagamento pelo uso das redes de distribuição de energia elétrica, como prevê o projeto de lei, poderá desestimular novos consumidores a adquirirem placas fotovoltaicas ou adotar a energia solar distribuída continuará sendo economicamente viável para os consumidores? O investimento em energia solar ou em qualquer outro empreendimento requer análise do valor do dinheiro no tempo. Desta forma, a análise da TIR (taxa interna de retorno), o payback (tempo de retorno de um investimento inicial) ou o VPL (métrica que tem como objetivo calcular o valor presente de uma sucessão de pagamentos futuros) deve ser realizada para tomar a decisão mais lucrativa. Para novos consumidores que vão realizar a conexão até um ano após a divulgação da lei, a regra de compensação é a regra atual. Para consumidores novos, a cobrança será proporcional à energia injetada na rede. Tipicamente para consumidores comerciais e industriais a quantidade de energia injetada na rede é aproximadamente de 20% enquanto que para consumidores residenciais a energia injetada é de aproximadamente 50%. Isto mostra que a geração distribuída terá mais vantagens para o setor comercial e industrial em comparação com o setor residencial. De qualquer forma, independentemente do consumo de energia, o micro e mini gerador ainda terá uma tarifa mínima na conta. Cabe destacar que o PL estabelece uma cobrança gradual até 2028 de um percentual sobre os custos dos ativos de distribuição, e os custos de operação e manutenção do serviço de distribuição, sendo o percentual cobrado no final do período de aproximadamente 27%. Após esse período, entra o sistema de tarifação estabelecido pela ANEEL. Perante esse cenário, acredito que o mercado de energia

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Documentário premiado em Sundance acompanha corrida eleitoral no Quênia

Divide et impera, dividir para conquistar. Proferida, a princípio, pelo filósofo estoicista, Epicuro, a frase ficou conhecida quando proclamada por líderes militares do porte de Júlio César e Napoleão Bonaparte, servindo de norte e estratégia para vencer inimigos e subjugar nações. Os ingleses também seguiram rigidamente a máxima quando chegaram ao continente africano, mais especificamente ao Quênia. Entre as estratégias, dividiram o país em diferentes grupos, como conta o documentário Softie, exibido na 10ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema. Dirigido por Sam Koko, o longa documental, ainda que se debruce brevemente sobre a história do país africano e da dominação inglesa, tem como foco a difícil jornada de Boniface Mwangi, um ativista político outrora fotojornalista da CNN, candidato a uma vaga no parlamento. Boniface enfrentará uma eleição manchada por corrupção e constantes ameaças à família. Já no primeiro ato, o doc aponta o Quênia como um dos países mais corruptos do mundo. E não fica apenas no dito. Em uma das cenas, Boniface, em campanha, é abordado por pessoas que querem trocar voto por dinheiro. Em outra sequência, uma multidão invade o posto eleitoral às 5h da manhã à procura de suborno. Os desafios não se limitam à corrupção no processo eleitoral. O jovem candidato terá de encarar crises também na própria casa. "Quais são as suas prioridades?" O questionamento de Njeri, esposa de Boniface recebe rápida resposta: "Deus, país e família." A pressão aumenta no momento em que toda a família é ameaçada de morte. Njeri e os filhos seguem imediatamente para os EUA. Boniface resiste e continua em campanha no Quênia. "Softie" é um grito contra a corrupção, doença que pode se espalhar facialmente em qualquer país, de primeiro mundo ou não. Doença que deve ser combatida não pela força, mas pela consciência política e respeito à democracia. A Mostra Ecofalante de Cinema segue de forma online até 14 de setembro. Na programação, além de "Softie", que ganhou o prêmio de melhor montagem no Festival de Sundance, filmes como "Jogo do Poder", de Costa-Gavras, e o brasileiro "A Bolsa ou a Vida", produção mais recente de Silvio Tendler. Confira a programação completa no site.

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O ritual social de comer

Certas comidas, seja pela densidade, forma, ou simbolismo, só deveriam ser comidas de mão. Não importa se o local onde comemos, na rua, no balcão de um botequim, ou a forma que comemos, às pressas ou numa calma quase budista. O que verdadeiramente importa é a ação imediata que se dá pelo contato da comida com a boca, sem o uso dos talheres, para atender ao desejo físico, sensorial, e porque não dizer sensual. Na infância, quem nunca comeu o “capitão”, um bolinho feito com feijão e farinha de mandioca, e um pouco de carne seca desfiada, ou mesmo uma rápida lembrança do toucinho, tudo amassado com as mãos. E alguns, ainda, eram culminados com uma batata frita, banquete que traz a saliva à boca só de pensar. Feito à mão, e levado ao especialista, o paladar. Também, lamber os dedos para não desperdiçar nada. E a oportunidade de reciclar, após um ou dois dias a feijoada de feijão preto. Há os doces, quase todos, são para as mãos, e se a calda do doce de fruta for grossa, perfumada de cravo e canela, e a fruta tiver consistência, vamos esquecer a colher, para que se possa intercambiar uma relação verdadeiramente carnal. Quando se come com as mãos pode haver dois sentimentos dominantes: a pressa; ou a calma, que busca refletir sobre a identificação de cada ingrediente, a cor, a estética, a textura, um verdadeiro exercício filosófico do ato de comer.  A mão é o nosso primeiro talher; o uso dos dedos é uma habilidade especializada para preparar e para comer. Fazer a comida é experienciar o tato como uma forma fundamental para um bom resultado gastronômico. No prazer de selecionar o alimento há uma intenção de senti-lo. Da mão de quem faz para a mão de quem come. Há um jeito próprio, especial, de se relacionar com a comida, ou na relação cultural do ato de comer, e assim traduzir o que se come. Comer o abará na folha de bananeira no qual ele foi cozido é um costume tradicional, pois a folha, previamente passada no fogo, confere seu odor próprio para essa a massa de feijão-fradinho, misturada com camarão seco defumado, sal, pimenta e azeite-de-dendê, e além de temperar, a folha é embalagem feita para se facilitar comer com as mãos. Então, comer com as mãos, essa iguaria afrodescendente, é um ritual que também se repete com o acarajé, o acaçá, a cocada, o bolinho de estudante, todos do tabuleiro da tão celebrada Baiana de Acarajé, que desde 2001, é Patrimônio Nacional Brasileiro. Justíssimo! Entretanto, associada à todas as formas de manipulação, nasce uma questão relacionada à higiene. Tema de total interesse às regras de controle social do alimento. Contudo, muitas fronteiras conceituais, entre as muitas maneiras de preparar, servir e consumir a comida, que passam pelo processo manual, e a mão é uma ferramenta símbolo para os processos culinários, sendo seu uso tão importante quanto o resultado da comida. O uso ancestral da mão nas escolhas e nas transformações dos ingredientes, além de fazer parte das etapas técnicas, também faz parte de um conjunto de rituais que trazem diferentes significados, sentidos e sentimentos, para o ato de comer. Assim, os princípios da higiene merecem uma intermediação cultural para que se busque integrar os rigores da sanidade da alimentação com os rigores das identidades culturais. Há uma impressão digital intransferível, personalizada, na manipulação, no oferecimento e no consumo da comida. São os ingredientes que se aproximam intimamente numa relação de produto e de corpo, pele, emoção, energia, sentimento, que é transmitido pelo toque humano, que é fundamental, autoral, doador de sabores.  

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Jessica Simon é a nova Senior Fellow do Iperid

O Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais e Diplomacia (Iperid), na pessoa do seu presidente Rainier Michael e do seu corpo diretivo e de Fellows dão as boas-vindas para a mais nova Senior Fellow Jessica Simon, cônsul-geral no Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife, no Brasil desde setembro de 2020. Como diplomata de carreira do serviço de Relações Exteriores do Departamento de Estado dos EUA, a Sra. Simon atuou anteriormente como Adida de Imprensa da Embaixada dos Estados Unidos na Cidade do México, como Cônsul de Diplomacia Pública no Consulado Geral dos EUA no Rio de Janeiro; em Washington, serviu como Diretora Assistente de Comunicação no Escritório do Representante Especial para o Afeganistão e Paquistão, como Assistente Especial do Secretário Adjunto no Escritório de Assuntos Públicos e como Pearson Congressional Fellow (assistente de um membro do congresso americano). A Sra. Simon também serviu no exterior nas Embaixadas dos Estados Unidos em Tel Aviv, em Israel, e Cabul, no Afeganistão. Nascida em Oregon, a Sra. Simon possui bacharelado em Psicologia pela Tufts University e um mestrado em Relações Internacionais pela Georgetown University. Ela fala português, espanhol, hebraico e um pouco de dari (persa afegão). Antes de ingressar no Departamento de Estado, a Sra. Simon trabalhou como oficial de programa no escritório do Partners of the Americas em Washington e como professora de inglês no programa WorldTeach na Costa Rica. Ela e o marido brasileiro Frederico têm uma filha e um filho.

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Múcio Callou lança Recife Musa

Recife Musa, novo single de Múcio Callou, constitui-se, antes de tudo, como uma ode a Recife, um poema lírico destinado ao canto de todos. Conceber Recife Musa foi para Mucio Callou um minucioso trabalho no qual precisava extrair a musicalidade própria da métrica do poema. Sentiu uma intensa inspiração no poema de Pedro Américo por este elevar uma cidade decaída, em isolamento social, à dignidade de Musa. Cantar Recife assim, pela sua diferença, seria resistência. Em uma das redes sociais que surgiu o encontro mágico do músico com o poeta. Ao ler o poema "Recifencidade", de Pedro Américo de Farias, e elogiá-lo, Múcio Callou é incentivado, nos comentários da postagem, a musicá-lo. Combinaram o novo nome, Recife Musa, Pedro Américo entregou a “filha em casamento,” Múcio foi o noivo e fez a celebração. Um frevo de bloco As escolhas formais de Recife Musa não poderiam ser outras. Múcio sempre se caracterizou por ser um compositor de fusões formais entre o erudito e o popular. Elementos de bossa, jazzísticos, regionais e clássicos perfilam em suas composições, como na recente Suíte 1817. O gênero frevo de bloco, escolhido para Recife Musa vem estilizado, quebrando a tradição da exclusividade de instrumentos de pau e cordas e sopros, assim como a letra não evoca o passado. A bela e singela harmonia do arranjo de Callou traz um diálogo instrumental entre flauta e cello, harmonizando com violão, baixo acústico e bateria, além de um quarteto clássico de cordas, o Quarteto Encore, a voz do autor e as vozes de um coro feminino. Um coro feminino O frevo de bloco, distinto do frevo canção e do frevo de rua, como sabemos, é um estilo que habita as ruas do carnaval de Recife em sua plena diferença de outros carnavais nacionais. Em nenhum outro lugar do Brasil há a tradição de cortejos carnavalescos essencialmente líricos, com um flabelo à frente, cantando a uma só voz, o amor, a cidade e sua história. São letras de cunho eminentemente poético que evocam memória, embaladas em ritmo lento, mas dançante e a tempo de olhar o céu, os casarões, as pontes e o rio, durante o cortejo. Foi desejo de Múcio reforçar a presença do coro feminino. Optou por trabalhar um coro de mulheres, profissionais de vários segmentos que pelo gesto, presença nos carnavais do Recife e pela sensibilidade revelassem o desejo de cantar. Como amadoras aludiriam ao canto vir da polis para a polis. Para atingir a performance necessária para gravar, foi preciso todas trabalharem duramente elementos de iniciação musical, técnica vocal e interpretação. O resultado foi uma alegria. Tal desafio já era prática de Mucio nas publicidades do Grupo Bompreço, no início dos anos 2000, com crianças e também no meio empresarial, formando e gravando coros de colaboradores. Também em seus Concertos Experimentais nos anos 80, quando regeu a plateia, em grande evento, no Morro da Conceição. Na sua graduação em Música, na UFPE, Múcio compôs, e regeu a sua turma, na formatura, na execução das obras Medéia e Paranóia, ainda inéditas. Registro de uma obra Múcio Callou dedicou décadas ao ensino da música no Conservatório Pernambucano de Música e à gestão pública da Música em nossa cidade, como: coordenador de Música da Prefeitura do Recife; 16 anos como diretor da Orquestra Sinfônica do Recife e posteriormente, colaborador musical do Museu da Cidade do Recife. Atualmente, dedica seu tempo a compor e ao registro de sua obra, construída ao longo de anos, nunca gravada. Na boca do forno, para gravar, estão a Suíte do Capibaribe e a Suíte Tributo a Josué de Castro.

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