2022 - Página 36 De 160 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2022

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"Queremos tornar o Bairro do Recife a Disneylândia da Assombração"

César William Costa, integrante do Recife Mal-Assombrado fala do projeto que divulga a história e a cultura da cidade por meio de divertidos passeios em que atores interpretam apavorantes lendas recifenses. Para manter o clima de mistério, ele não revela sua identidade e se mostra ao público como o personagem Mestre Devas. I magine caminhar pelas ruas escuras do Bairro do Recife e, de repente, se deparar com ninguém menos que o temível Papa-Figo? Essa é a proposta assustadoramente lúdica do Recife Mal-Assombrado. O projeto promove excursões pela cidade, nas quais atores, na figura de apavorantes lendas recifenses, surgem entre os caminhantes. Eles também podem se defrontar com um fantasma de algum personagem da história local, a exemplo de Maurício de Nassau ou Frei Caneca. Além de provocar sustos, o projeto, segundo um dos seus integrantes, César William Costa, visa a divulgar a história do Recife, seus locais históricos e sua arquitetura, de uma maneira muito divertida. Para não quebrar a magia apavorante da proposta, nenhum dos atores do Recife Mal-Assombrado mostra seu rosto. Por isso, César, concedeu esta entrevista a Cláudia Santos, com o figurino do personagem sacerdote Devas C. William Costa, mestre de uma ordem hermética. Com sua roupa negra e seu imenso capuz, “Mestre Devas” falou à Algomais no deslumbrante Palácio do Comércio, no Marco Zero, com sua bela escadaria, magníficos vitrais e cercado de símbolos da maçonaria. Um cenário que compôs um clima a mais de mistério. Segundo o “sacerdote” mais de 22 mil espectadores já se divertiram e se assustaram com o tour assombrado, cujo roteiro é inspirado nas obras de Gilberto Freyre, Roberto Beltrão, Carneiro Vilela e até em notícias de jornal. O que é o projeto Recife Mal-Assombrado? O Recife Mal-Assombrado já fez sete anos e tem inspiração em autores da literatura fantástica. Ele é um misto de espetáculo místico, turístico e cultural. Nós convidamos o turista e o público local a se encontrarem conosco em determinado local, geralmente na praça do Arsenal e, de lá, fazemos uma viagem ao passado, percorrendo os lugares reais das lendas antigas. E, no meio do passeio, eles se deparam com aquelas personalidades que, tempos atrás, assombraram os habitantes do Recife. Os mais variados espectros são encontrados no meio da rua. Mais do que somente um passeio de susto, o projeto traz a nossa cultura e traz também – até fisicamente – o que nossos antepassados viam e percebiam nas ruas do Recife naquele tempo. Dessa forma, consolida as lendas, os milagres, os fantasmas, as assombrações de outrora. Nesses sete anos, já tivemos uns 22 mil espectadores. Você poderia dar um exemplo de um desses roteiros? Temos dezenas deles, mas vamos falar dos principais: Fazemos a Caminhada Assombrada pelo Bairro do Recife, que geralmente sai às sextas-feiras, fazemos uma caminhada que dura uma hora e meia e durante o caminho, nas ruas mais vazias, mais soturnas, mais escuras, de repente, se materializa uma assombração. Pode ser o Seu Amorim, que é o Papa-Figo, pode ser uma Feiticeira, Antônia Maria ou Felícia Turim da nossa história, pode ser uma pisadeira, ou um cocheiro mencionado por Gilberto Freyre em seu livro. São mais de 120 personagens. O público nunca sabe quem aparece. Já o passeio de ônibus tem quatro horas de duração. Pegamos o nosso ônibus assombrado e visitamos, durante a noite, quatro a cinco locais assombrados, onde viviam as lendas. Temos um roteiro destinado só para os bairros mais antigos: Bairro do Recife, São José, Santo Antônio, Boa Vista, às vezes Santo Amaro, e outro que vai até a casa de Gilberto Freyre. Passa pelas Graças, Casa Forte, Parnamirim, Poço da Panela até Apipucos. A proposta é explorar mesmo. Pode ser um casarão, um museu, pode ser um teatro, um palácio. Podemos estar às 22h no Palácio do Governo, ou, nos casos mais extremos, como agora em outubro, quando há Halloween, podemos estar às 23h no Cemitério dos Ingleses. Nesses passeios não há luz, no máximo velas. Então, quando entramos no Forte de Cinco Pontas ou do Brum, por exemplo, só com as luzes de velas, pode surgir, de repente, um soldado que conta sua história, porque ele está ali sofrendo, preso naquele local. Fatalmente ele fala como era aquele lugar antigamente. O público começa a se surpreender: “puxa! Não havia prédios e o mar batia no muro do forte? Isso aqui foi aterrado?”. O passeio abrange muita coisa, de arquitetura à história e os ingressos podem ser adquiridos no site www.recifemalassombrado.com. Como são as reações do público? Ah, são as mais variadas. Imagine você ter crescido ouvindo as histórias do Papa Figo, da Loira do Banheiro, da Mulher do Algodão, da Comadre Fulozinha e, eles aparecem, de supetão, na sua frente? Aí, é um misto de alegria, de susto, de medo. Tem gente que corre, tem gente que cai na gargalhada nervosa, tem de tudo. Qual a importância de se resgatar e preservar essas assombrações do Recife? Raízes. Precisamos ter em mente quem somos, de onde viemos. Temos um problema no Brasil de ausência de laço ancestral, geralmente não sabemos nem o nome de nossos avós. Se tivéssemos uma ligação maior com essa ancestralidade, principalmente com a ancestralidade do Recife, teríamos mais amor à cidade. É isso que o Recife Mal-Assombrado propõe: que tenhamos mais amor pela cidade, que percebamos mais a sua cultura, seus aspectos arquitetônicos, históricos e culturais. Isso vai criando um link e sem perceber as pessoas vão tendo esse conhecimento, vão construindo esse amor e daqui a pouco estão envolvidas na preservação de um local histórico. Você precisa ver os olhos brilhando de quem faz o Recife Mal-Assombrado. Eles não se atentam somente para a assombração, mas ao contexto da assombração na sua época, na sua cidade. Essas assombrações podem ser históricas. De repente na caminhada pode aparecer o espectro de Domingo José Martins, Frei Caneca, Maurício de Nassau, e darem a versão deles sobre os fatos da época. Leia a entrevista completa na ediçãp 199.2 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Arteterapia tem efeitos positivos na qualidade de vida de pessoas idosas

(Por Catarina Albertim, da Ascom da UFPE) Com o crescimento da expectativa de vida da população brasileira, acende-se o alerta para questões relacionadas à qualidade de vida no envelhecimento da população. Um dos aliados para a promoção da saúde e do bem-estar de pessoas idosas é a arteterapia, recurso que contribui para a melhoria da autoestima, da avaliação da autoimagem e da interação social desse grupo. É o que comprova pesquisa realizada pela professora Viviane Cristina Fonseca da Silva Jardim, do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Os dados compõem a tese de Doutorado em Enfermagem de autoria da docente, defendida, em 2021, no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPE, Campus Recife. Intitulada “A arteterapia como intervenção na promoção da qualidade de vida da pessoa idosa”, sob a orientação da professora Eliane Vasconcelos, a tese apresenta como resultados quantitativos o aumento nos domínios avaliados pelo questionário "WHOQOL-BREF” com destaque para o aumento nas áreas de relações sociais (9,3%) e ambiente (6,2%). O modelo do questionário utilizado é composto por domínios físicos, psicológicos, de relações sociais e ambiente. Com ele, foi possível identificar quais áreas deveriam ser trabalhadas para melhorar a qualidade de vida dos idosos com a arteterapia. “Quando a gente identificou quais eram os domínios afetados, […] nós planejamos as nossas vivências em arteterapia para estimular aqueles domínios”, apontou a professora Viviane Jardim. Para comparar os resultados quantitativos, o questionário foi aplicado em duas etapas, uma antes de iniciar as intervenções em arteterapia e uma após todas as intervenções. “O processo de intervenção ocorria todas as quartas-feiras no NAI [Núcleo de Atenção ao Idoso da UFPE], com duas horas e meia de duração, entre 9h e 11h30 da manhã'', explicou. Já na análise qualitativa – realizada com 16 grupos focais, utilizando recursos expressivos de modelagem, escrita criativa, pintura e sucata –, foram coletadas 16 ideias centrais, resultantes das narrativas das pessoas idosas. Esses resultados apontam melhorias na relação com o ambiente físico, nas memórias do passado, na importância da participação em grupo e na relação com o ambiente físico. “Cada recurso expressivo da arte favorece o idoso no processo do seu autoconhecimento que leva a melhorar sua autoestima e seu bem-estar”, revelou a professora. Outros resultados relacionados diretamente ao aumento na avaliação da qualidade de vida dos idosos participantes dizem respeito à energia para execução de atividades rotineiras, à aceitação física, à satisfação com os relacionamentos e ao lazer. “Podemos inferir que essas vivências grupais em arteterapia proporcionaram realmente a ressignificação do processo de envelhecer”, afirmou a pesquisadora. “Todas as imagens que foram criadas pelos idosos e emergidas através das narrativas deles, durante a intervenção, permitiram também essa autorreflexão”, completou. Os dados foram coletados no período de agosto de 2019 até janeiro de 2020. O grupo participante da pesquisa foi composto por idosos vinculados ao NAI-UFPE, sendo 12 mulheres e dois homens. A professora ressaltou que “ao avaliar o ponto de corte do indicador de qualidade de vida antes das intervenções, observou-se que houve alguns indicadores de scores que estavam baixos antes, menores que 60. Isso é uma avaliação estatística indicando uma baixa condição de qualidade de vida da pessoa idosa”. A partir do momento que os idosos participantes da pesquisa eram introduzidos às práticas com arteterapia, foi percebido um aumento nos níveis relacionados à autoestima, ao bem-estar e ao autoconhecimento, o que influenciava diretamente nas relações vividas dentro e fora do núcleo. Para avaliar as descobertas obtidas no processo, utilizou-se a síntese do discurso coletivo, a fim de contemplar o todo das experiências relatadas, sem deixar de prezar pelas características subjetivas levantadas ao longo da vivência dos participantes. “A arteterapia é um processo terapêutico que utiliza a arte como caminho de expressão do ser interno, da essência. Ela é um caminho para se expressar sentimentos, emoções e sensações”, explicou a pesquisadora. Isso frisa a importância de promover práticas que incentivam a expressão, reflexão e bem-estar, aliadas a uma busca por melhor qualidade de vida. MOTIVAÇÃO – Partindo de experiências pessoais e acadêmicas, envolvendo o artesanato e posteriormente a criação do projeto de extensão “O uso do artesanato na qualidade de vida do idoso”, em 2012, a professora Viviane Jardim direcionou sua pesquisa para pessoas idosas. Por perceber, durante ações da extensão, que “esses idosos tinham a necessidade de se expressar”, a pesquisadora buscou complementar sua formação na área e investir nos conhecimentos voltados para práticas integrativas, como é o caso da arteterapia. “O idoso carrega um estigma muito grande. Então, quando a gente estimula essa pessoa idosa a se autoconhecer, ela vai ver a beleza desse processo de envelhecer com qualidade”, comentou a pesquisadora ao se referir à escolha da arteterapia para o processo de promoção da qualidade de vida para pessoas idosas.

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Simulador de Paciente Humano para treinamentos será um dos destaques no Hospitalmed

Equipamento poderá ser conferido durante feira, no Centro de Convenções de Pernambuco Ter em mãos a vida de outra pessoa é de uma responsabilidade enorme e uma coisa é certa: não dá para ficar testando procedimentos como se tivesse sempre uma segunda chance. Neste sentido, o Hospital Especial Domiciliar conta com um Simulador de Paciente Humano que reproduz casos reais. O equipamento é utilizado pelas equipes médicas e de enfermagem para treinamentos contínuos e será exibido na feira Hospitalmed. De acordo com Fernanda Beltrão, Gestora de Educação Permanente do hospital, o simulador permite que sejam realizados procedimentos diversos, como entubação orotraqueal, reanimação cardiopulmonar, monitorização cardíaca e verificação de sinais vitais. “O equipamento pode ser programado para várias situações. Desta forma, nossas equipes são treinadas seguindo protocolos reais e que são monitorados, dando total precisão do que está sendo feito da forma correta ou não, sem colocar vidas em risco e desenvolvendo habilidades”, explica. Ao todo, o software do simulador é capaz de reproduzir 24 tipos de sons de respiração, 42 tipos de sons do coração e 5 sons abdominais. Além da possibilidade de editar inúmeros casos clínicos, sem restrições. “Foram investidos cerca de R$ 130 mil e contar com este simulador nos proporciona maior segurança no dia a dia das nossas equipes, atuando diretamente com os nossos pacientes”, afirma Fernanda. HOSPITALMED - Entre os dias 19 e 21 de outubro, o Hospital Especial Domiciliar estará presente na HospitalMed, a maior feira de Negócios de Saúde do Norte-Nordeste, no Centro de Convenções de Pernambuco. Durante o evento, a empresa apresentará a sua estrutura e serviços oferecidos, que a levou a ser referência em Pernambuco ao longo das últimas duas décadas. O público também poderá conferir de perto o simulador de paciente humano, vendo na prática como o equipamento funciona a partir de diversas situações que serão apresentadas.

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Goiana: qual o cenário da preservação do patrimônio arquitetônico e cultural?

Com um conjunto de templos tombados, Goiana viu na última década a recuperação de vários deles por parte de iniciativa da paróquia da cidade e da Santa Casa de Misericórdia. Os recursos para as obras vieram de campanhas junto à população e , no caso da Igreja da Misericórida, do BNDES. Goiana é uma das cidades pernambucanas com maior participação nas lutas históricas do Estado e que guarda no seu centro urbano um precioso conjunto de igrejas centenárias, conventos e monumentos tombadas pelo Iphan. Apesar da quantidade e do valor desses templos religiosos, a preservação deles sempre foi um desafio. Há 8 anos, a Algomais esteve na cidade em uma reportagem para observar o município que vivia a fase de construção do polo automotivo. “Uma característica singular de Goiana, em comparação a outras cidades que receberam polos industriais com alto volume de investimentos, é a riqueza do patrimônio histórico e cultural do município”, registrou a matéria em 2014, que identificou os edifícios religiosos deteriorados, fechados, com seus pátios ocupados pelo comércio popular. Há algumas mudanças nesse cenário, com melhorias, mas também com novas preocupações. Uma das relíquias desse patrimônio histórico, a Igreja da Misericórdia, começou a ser recuperada em 2016. Erguida no século 18, funcionou no seu anexo o único hospital da região por mais de em século. Um dos heróis da história de Pernambuco, o Vigário Tenório, teve suas mãos estão sepultadas na capela-mor desse templo. Pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Goiana, o templo e o seu prédio anexo receberam investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a revitalização. Em sua primeira fase, a reforma promoveu serviços de recuperação da torre sineira, esquadrias, cantaria, pisos, coberta, janelas, portas e instalações elétricas, além da pintura interna da igreja. Um dos pré-requisitos para a segunda fase dessa obra era a remoção do comércio popular que se instalava no pátio frontal ao templo. “Através de um pacto entre a Prefeitura, o BNDES e Santa Casa da Misericórdia, foi realizada a remoção da feira do entorno. O Largo da Misericórdia era completamente fechado por bancos de feira, hoje esse espaço é ocupado por jovens, grupos de dança, capoeira. À noite, as pessoas estão passeando, tem recreação para crianças. A população passou a usar o largo imediatamente, pois havia carência de uso desses espaços. É importante olhar não apenas a recuperação dos monumentos, mas da ambiência da cidade. É preciso ter uma atenção nisso", afirmou o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Goiana, Bôsco Rabello.  Estão previstos para a próxima etapa a restauração da capela, do altar-mor e do piso de pedra da igreja, além da adaptação dos imóveis a outros usos. O projeto de restauração dela transformará o conjunto arquitetônico em um centro cultural, preparado para receber exposições, apresentações culturais, com adaptação da nave ao uso de teatro e cinema (com equipamentos de projeção de imagem, som e iluminação cênica apropriados), além de estrutura para guarda e pesquisa do acervo documental. Um dos espaços de destaque da cidade que também recebeu um novo cuidado foi a praça do Carmo, que abriga o Cruzeiro mais antigo da América Latina e está de frente à Igreja Nossa Senhora do Carmo e o Convento de São Alberto, pertencente à Congregação dos Freis Carmelitas, restaurada entre 2017 e 2018. “Esse cruzeiro completou 300 anos em 2017. Mas como estava sem restauração na época não foi feita nenhuma festa para o tricentenário. Agora a Prefeitura Municipal e o Iphan fizeram a restauração da praça e uma limpeza nele”, afirmou o pároco da cidade, o padre José Edson Alexandre Ferreira. O pároco chegou em Goiana justamente em 2017. E foi a partir daí que mais peças começaram a se mover para a recuperação do patrimônio arquitetônico da cidade, que são em sua maioria é gerido pela paróquia. “Todas as igrejas de Goiana, que integram o nosso Patrimônio Histórico, são tombadas desde 1938, mas várias estavam fechadas por falta de restauração mesmo. Goiana mudou muito nessa década, mas faltou um plano para o patrimônio histórico. Já que estávamos com grandes empresas chegando, o poder público deveria ter um projeto de revitalização, já que essas empresas têm interesse nesse tipo de investimento. Faltou esse projeto. Quando cheguei, em 2017, junto com as pessoas da cidade, começamos a fazer campanhas para recuperá-las”. A primeira a ser restaurada foi a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Brancos, que estava fechada desde 2008 e foi reaberta em fevereiro de 2021. O padre considera que a recuperação desse templo foi a mais importante desse ciclo, pelo simbolismo dela para a cidade. O pároco informa que no ano passado a Igreja Nossa Senhora da Soledade, conhecida na cidade como Casa de Recolhimento, passou a funcionar um abrigo de idosos.  Em 2022, foi recuperada também a Igreja de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos, que estava fechada há tanto tempo que as pessoas da paróquia sequer sabem a data em que suas atividades foram interrompidas. Ela foi reaberta em abril deste ano. Outro templo que recebeu recursos dessa campanha para a revitalização dos patrimônios religiosos de Goiana foi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. A expectativa é que em pouco mais de um mês ela seja reinaugurada. Nela funcionava no passado o Museu de Arte Sacra de Goiana, que hoje tem um outro endereço. “O Museu de Arte Sacra foi para o Sesc Goiana. Fizemos um comodato entre a Diocese, a Paróquia e o Sesc. A gente cedeu as peças para eles reabrirem o museu. E o Governo do Estado ficaria responsável de fazer a restauração dessas peças”, declarou o padre. Apesar dos avanços, nem todas as igrejas tombadas do município foram recuperadas. Um dos templos que está na área urbana da cidade, que já possui projeto de restauro é a Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos Cativos. Além dos templos, os moradores destacaram que várias praças da cidade foram revitalizadas nos últimos anos, como a Praça da Bíblia, a

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Confira os filmes selecionados para o 13º Festival de Cinema de Triunfo

(Da Secretaria de Cultura de Pernambuco) Nesta edição, o evento contará 38 filmes, com produções de 13 estados brasileiros O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), divulga a lista de curtas e longas-metragens selecionados para o 13º Festival de Cinema de Triunfo – marcado para acontecer na segunda quinzena de novembro, no Cineteatro Guarany, em Triunfo. Nesta edição, o festival contará com 38 filmes em competição, representando 13 estados brasileiros em suas mostras competitivas. Ao todo, a Secult-PE recebeu 193 inscrições. Os realizadores dos filmes selecionados serão, em breve, contatados pela coordenação do evento. A programação completa, com mostras especiais e ações de formação, será divulgada nas próximas semanas. Este ano, o Festival de Cinema de Triunfo contará com uma novidade: a Secult-PE está preparando uma programação artística especial para compor o evento, que é um dos mais importantes de Pernambuco no segmento do audiovisual, sendo de muita relevância para impulsionar a economia da cultura do Sertão do Estado. Os filmes concorrerão a R$ 24 mil em prêmios. “O Festival de Cinema de Triunfo joga luzes sobre o cinema e o audiovisual de Pernambuco, que é uma referência para o Brasil e para o mundo. Neste ano, além das mostras, oficinas e conversas, o Governo de Pernambuco, por meio da Secult-PE, está incrementando o festival, com uma programação artística que tem como objetivo agregar potencial turístico ao evento, atraindo visitantes de todas as partes do estado, e também do país”, diz o secretário de Cultura Oscar Barreto. “Apesar da pandemia, que nos forçou a dar uma pausa nas produções audiovisuais, poderemos assistir, em Triunfo, filmes que foram feitos/finalizados bravamente nestes dois últimos anos. Isso demonstra a força da cadeia audiovisual brasileira e também dos nossos profissionais de cinema”, diz Luciana Poncioni, coordenadora de Audiovisual da Secult-PE. TROFÉUS - Além dos valores distribuídos entre os vencedores de cada categoria, as produções vão concorrer a diversos prêmios, incluindo o troféu “Os Caretas”, concedido aos filmes escolhidos pelos júris oficial (formado por professores, produtores audiovisuais e curadores) e popular. O troféu faz referência às tradicionais figuras dos caretas, personagens do carnaval pernambucano que andam pelas ruas da cidade com chicotes, chocalhos, figurinos típicos e mensagens satíricas. Os filmes serão exibidos no Cineteatro Guarany, que atualmente passa por uma reforma. REFORMA NO GUARANY - Comemorando seu centenário em 2022, o Cineteatro Guarany segue fechado para visitação enquanto recebe novas poltronas e passa por serviços de requalificação e manutenção da edificação. O valor estimado das obras é de cerca de R$ 1,2 milhão, montante que também inclui a climatização do cinema. “Com a série de reforma que estamos empreendendo em nossos equipamentos culturais, o público voltará a frequentar esses espaços e conferir novamente a excelente programação que eles oferecem, como é o caso do Festival de Cinema de Triunfo, que é uma grande vitrine não só para as produções pernambucanas, como de todo o Brasil”, reforça Oscar Barreto. FILMES - Na 13ª Convocatória do Festival de Cinema de Triunfo, foram selecionados 38 filmes, sendo:13 - Curta-Metragem Nacional11 - Curta-Metragem Pernambucano5 - Curta-Metragem dos Sertões5 - Longa-Metragem Nacional4 - Curta-Metragem Infanto-Juvenil Confira a lista dos filmes selecionados para o 13º Festival de Cinema de Triunfo: CURTA-METRAGEM PERNAMBUCANO Cine Aurélio - Documentário - 2021Direção: Kennel RégisToritama - PE Normandia - Documentário - 2021Direção: Marlom MeirelesCaruaru - PE Inabitável - Ficção - 2020Direção: Matheus Farias e Encok CarvalhoRecife - PE Cabocolino - Documentário - 2021Direção: João MarceloSurubim - PE Nossas Mãos são Sagradas - Documentário - 2021Direção: Júlia MorimTerritório Indígena Pankararu e Recife - PE Xixiá Mestre dos Cânticos Fulni-ô Oficial - Documentário - 2022Direção: Hugo Fulni-ôÁguas Belas - PE Da boca da noite à barra do dia - Documentário - 2021Direção: Tiago DelácioCondado - PE Madeira de Lei - Documentário - 2020Direção: KalorCamaragibe - PE Memórias Submersas - Documentário - 2020Direção: William TenórioAfogados da Ingazeira - PE Obaobarco - Documentário - 2022Direção: André MartinsRecife - PE Um filme com Celso Marconi - Documentário - 2022Direção: Helder Lopes e Paulo de Sá VieiraRecife - PE CURTA-METRAGEM DOS SERTÕES Voz do Relho - Um filme sobre Joaneide Alencar - Documentário - 2022Direção: Leonardo Soares e Raquel MedeirosTriunfo - PE Lamento de Força Travesti - Ficção - 2021Direção: Renna CostaArcoverde - PE Vaudeville! - Ficção - 2021Direção: Élcio Verçosa FilhoPenedo - AL A menina da Ilha - Ficção - 2020Direção: Coletivo Cinema no InteriorIlha de São Félix - Orocó - PE Dentra - Ficção - 2020Direção: Bruna FlorieTriunfo - PE LONGA-METRAGEM NACIONAL O bem virá - Documentário - 2020Direção: Uilma Maíra Queiroz SilvaAfogados da Ingazeira - PE O Povo Pode? - Documentário - 2022Direção: Max AlvimBrasília - DF Delicadeza - Fição - 2022Direção: Ciça CastelloRio de Janeiro - RJ CARRO REI - Ficção - 2021Direção: Renata PinheiroRecife - PE Germino Pétalas no Asfalto - Documentário - 2022Direção: Coraci Ruiz e Julio MatosCampinas - SP CURTA-METRAGEM NACIONAL Andrômeda - Ficção - 2022Direção: Lucas GesserBrasília - DF Todos os Rostos que Amo se Parecem - Ficção - 2022Direção: Davi Mello E Deborah PerrottaSanta Rita do Sapucaí - MG Time de Dois - Ficção - 2021Direção: André SantosNatal - RN Poder Falar – Uma Autoficção - Documentário - 2021Direção: Evandro ManchiniTeresópolis - RJ Adão, Eva e o Fruto Proibido - Ficção - 2021Direção: R.B. LimaJoão Pessoa - PB Você Tem Olhos Tristes - Ficção - 2020Direção: Diogo LeiteSão Paulo - SP luazul - Ficção - Ficção - 2021Direção: Letícia Batista e Vitória LizSão Paulo - SP Ausências - Ficção - 2021Direção: Antônio FargoniSão Carlos - SP Fantasma Neon - Ficção - 2022Direção: Leonardo MartinelliRio de Janeiro - RJ Mamãe! - Ficção - 2021Direção: Hilda Lopes Pontes e Klaus HastenreiterSão Salvador - BA Vai Melhorar - Ficção - 2020Direção: Pedro FiúzaNatal - RN Vale do Vento Eterno - Ficção - 2022Direção: Pedro MedeirosNatal - RN Cem Pilum – A História do Dilúvio - Animação - 2022Direção: Thiago MoraisManaus - AM CURTA- METRAGEM INFANTO JUVENIL Nonna - Animação - 2021Direção: Maria Augusta V. NunesFlorianópolis - SC Capitão Tocha - Ficção

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Repercuti Foto Jao Vicente MG

Duo Repercuti lança disco de percussão sinfônica e sonoridades afro-brasileiras

Com apoio do Rumos Itaú, álbum dos percussionistas Emerson Coelho e Emerson Rodrigues chegou às plataformas digitais no dia 10 e ganha show no Teatro Marco Camarotti amanhã, dia 18  O Repercuti, formado por Emerson Coelho e Emerson Rodrigues (Pequeno), apresenta amanhã, no dia 18 de outubro, no Teatro Marco Camarotti, do Sesc Santo Amaro, o show do disco de estreia: “O Som das Baquetas”. Primeiro e único duo de percussão de Pernambuco, criado há seis anos, o Repercuti faz um trabalho pioneiro na música instrumental, propondo o diálogo da percussão sinfônica com instrumentos afro-brasileiros. “O Som das Baquetas” tem apoio do Rumos Itaú Cultural (2019-2020). Os ingressos estão à venda na Sympla. Recém-disponibilizado nas plataformas digitais (no dia 10/10), “O Som das Baquetas” reúne seis composições dos pernambucanos Amaro Freitas, Beto Hortis, César Michiles, Henrique Abino e Laís de Assis, além do próprio Repercuti. A direção geral é do baiano Aquim Sacramento (UFBA) e a produção é de Tainá Menezes. A Zarina Moda Afro faz o styling. “Recebemos a proposta do Rumos Itaú para mudar o projeto inicial, que era de circulação, para o de gravação de um álbum. Nosso desejo era o de lançar obras inéditas de compositores locais e ter uma equipe com a maioria de pessoas pretas no projeto”, revela Emerson Coelho. Emerson Rodrigues comenta a importância de fazer um trabalho autoral no cenário desafiador da música no Brasil. “É um projeto que permite que a gente faça do jeito que sempre quis; que nos coloquemos no lugar de criadores, dando a nossa identidade e, quem sabe, inspirando outros percussionistas”, pontua o músico, mais conhecido como Pequeno. O DISCO A principal característica de “O Som das Baquetas” é ser voltado para a música instrumental executada com qualidade técnica e criatividade, dando liberdade aos artistas de compor e improvisar. “Priorizamos compositores que fazem música instrumental com excelência. Optamos por deixá-los livres, apenas falamos os instrumentos que tocamos. Eles escolheram o caminho estético a seguir”, diz Coelho. O disco abre com a homônima “O Som das Baquetas (Ihin Orun)”, de autoria do duo. Eles utilizam vibrafone, agogô triplo, cowbell, marimba, bongô e china. A expressão Ihin Orun, que acompanha o título, significa “o som do ferro” e remete aos ritmos afro-brasileiros. Sob influência de compositores como John Cage e o minimalista Steve Reich, os músicos usam compassos mistos e defasagens rítmicas, criando efeitos com ferro, com o arco. Como se contassem “uma história” através do som, criam um diálogo com várias camadas sonoras. A segunda faixa é “Chick Corea Forever”, homenagem de Amaro Freitas ao também pianista norte-americano Chick Corea, lançada como single. Os arranjos são de Henrique Albino, que propõe uma separação de vozes explorando as regiões graves e agudas dos instrumentos, distribuindo entre quem faz o acompanhamento e o solo, oferecendo o diálogo de timbres. Pequeno toca marimba de cinco oitavas e Emerson Coelho, um vibrafone, com o Mi grave. O acordeonista Beto Hortis, um dos mais respeitados do País, assina o “Chorinho Bom”, que consegue reunir choro com samba, ganhando vida com vibrafone, pandeiro, marimba, tamborim e surdo. “Convidamos Beto pela excelência com que compõe. É um músico experiente, que cria de valsas a frevos, e com quem já tocamos em concertos”, cita Coelho. O disco segue com “Pakiparabaki”, de Henrique Albino. Trata-se de uma peça longa, com mais de nove minutos e o maior número de instrumentos: marimba, vibrafone, alfaia, caixa, chimbal, prato e um ilu, este último, típico do candomblé nagô. “Henrique é um compositor diversificado, com uma técnica incrível de composição e execução musical, e foi uma figura essencial neste disco. Ele nos desafia a usar o recurso das sonoridades estendidas, que permite extrair sons não convencionais dos instrumentos”, ressalta Pequeno. A mais intimista do disco, segundo os integrantes, é “Anjo Negro”, de César Michiles. Exímio flautista, com uma carreira construída entre o frevo e os shows com Naná Vasconcelos - hoje à frente da Transversal Frevo Orquestra -, Michiles guardava a obra inédita e atendeu ao chamado do Repercuti. Apenas o vibrafone e a marimba são utilizados. “Foi uma das primeiras pessoas que a gente pensou para o trabalho. A composição difere das outras, pelo clima mais “amigável”, tonal. É como um ponto de descanso no disco”, explica Coelho. Um dos grandes nomes femininos da música instrumental atual de Pernambuco, Laís de Assis assina “Nó de Imbuia”, com os dois integrantes executando a marimba, tocando com mãos entrelaçadas, com braços sobrepostos, e ainda Coelho no tambor falante. O nome deriva da madeira nobre com a qual é confeccionada a viola, instrumento maior de Laís. O DUO Criado em 2016, quando os integrantes cursavam Bacharelado em Percussão na UFPE, o Repercuti inova no formato incomum para a percussão. Emerson Coelho e Emerson Rodrigues (Pequeno) unem-se pelo desejo de refletir sobre a prática artística no universo da percussão, com foco no estudo de obras de autores variados, buscando experimentar e propor o diálogo da percussão sinfônica e ritmos afro-brasileiros. O primeiro contato com a música chegou para os artistas de forma distinta: Pequeno cresceu em contato com a música sinfônica na Orquestra Criança Cidadã; Coelho desde a infância teve contato com os ritmos e as tradições afro-brasileiras. Ambos passaram por diversos grupos e orquestras ao longo da carreira (Orquestra Sinfônica Jovem, Orquestra Sinfônica do Recife, Orquestra Sinfônica da Paraíba e Grupo de Percussão do Nordeste, entre outros), atuando juntos em formações como a Orquestra de Câmara de Pernambuco. O Repercuti participou de dezenas de festivais pelo Nordeste, concertos e espetáculos como o “Baile do Menino Deus”. Em 2019, além da seleção no Rumos Itaú Cultural 2019-2020, integrou os Espetáculos Musicais do Espaço Cultural BNDES/Temporada 2019- 2020 (RJ). Serviço:Show de lançamento de “O Som das Baquetas – Repercuti" Terça-feira, 18/10, às 19h30, no Teatro Marco Camarotti – Sesc Santo Amaro. Ingressos: R$ 10 pelo Sympla. Instagram: @duorepercutioficial

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Tirolesa em Calhetas Guga Matos

Pesquisa aponta liderança de Pernambuco no volume das atividades turísticas no Nordeste

A Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE, aponta que Pernambuco assume a liderança na Região Nordeste na média do volume das atividades turísticas de janeiro a agosto de 2022. Entre os estados nordestinos que participam do levantamento, Pernambuco registrou 112,6 pontos, à frente da Bahia (104,0) e do Ceará (99,7). Nacionalmente, Pernambuco ocupa a terceira posição atrás apenas de Goiás (121,6) e Minas Gerais (115,5). A secretária de Turismo e Lazer de Pernambuco, Milu Megale, destaca ainda que o índice é superior à média nacional, que ficou em 92,8. “Os resultados comprovam que Pernambuco vive a plena recuperação de suas atividades turísticas, o que se reflete na geração de emprego e renda para as famílias pernambucanas. Estamos atentos aos índices, pois são importantes indicadores, que corroboram o caminho que seguimos, investindo na interiorização do turismo, na infraestrutura e na capacitação profissional para continuar recebendo bem os visitantes por todo Estado”, afirma. O IBGE apontou, ainda, no comparativo do mês de julho a agosto, a estabilidade das atividades turísticas, com índice de 1,2% de aumento. Nesse cenário e acompanhando a tendência nacional, Pernambuco cresceu 1%, sendo o único Estado do Nordeste que obteve crescimento positivo, uma vez que a Bahia registrou – 1,1% e o Ceará decaiu – 4,9%. O segmento do turismo segue se desenvolvendo com fôlego, gerando oportunidades de emprego e aquecendo a economia de todo o Estado, que se reflete em um PIB de 3.9%

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aida pontes

"Segurança, acessibilidade e diversão são as palavras-chave de uma cidade amiga das crianças"

No mês das crianças, a Algomais está discutindo o que é uma cidade amigável para as crianças. Aída Pontes, consultora do projeto Urban95 do Instituto de Arquitetos do Brasil, uma das entrevistadas da reportagem Uma cidade amiga da garotada, publicada na semana passada, do repórter Rafael Dantas, explica os elementos que tornam o espaço público mais convidativo para o público infantil. Dominada por carros, sem cuidado urbano e estético, além de desagradáveis para os adultos, as metrópoles se transformaram em lugares bem repulsivos para os pequenos cidadãos. Quais as características de uma cidade amigável para as crianças?Três palavras chave são importantes quando se pensa em uma cidade amigável para as crianças: segurança, acessibilidade e diversão. Para um ambiente urbano ser pensado para as crianças, ele também é pensado nas pessoas que as acompanham ou são responsáveis pelo seu cuidado. Logo, uma cidade amigável para as crianças necessariamente é uma cidade amigável para todas as pessoas.Para se projetar uma cidade para crianças, é preciso enxergar o espaço urbano a partir dos 95 centímetros de altura, que é a altura média de uma criança de três anos. É projetar espaços que sejam seguros, saudáveis, confortáveis, adequados, inspiradores e criativos. Mais especificamente, garantir a segurança através de um desenho urbano que atrai pessoas a usarem o espaço público e coloca os veículos motorizados no seu lugar, desincentivando o uso de veículos motorizados e priorizando as calçadas e espaços cicláveis. Inserir arborização e paisagismo de forma a garantir a permanência confortável nos espaços públicos, tanto nas ruas quanto em parques e praças. Assegurar a plena acessibilidade na circulação, com um ambiente livre de barreiras arquitetônicas, rampas e travessias adequadas. Tudo isso em um ambiente divertido, com espaços para brincadeiras e aprendizagem. "Desenhar ou redesenhar as ruas urbanas através da perspectiva das crianças nos mostra por que é necessário elevar o padrão de segurança, acessibilidade e diversão. O ambiente pode ter efeitos de longo prazo sobre a saúde das crianças, em seu desenvolvimento físico e cognitivo e no bem-estar social. Quando as lideranças da cidade investem em um projeto de ruas que seja bom para as crianças, criam ruas que atendem melhor a todas as pessoas." Quais os principais pontos críticos das metrópoles brasileiras atualmente em relação às crianças?O planejamento voltado à primeira infância deve pertencer a todos os setores da sociedade, especialmente quando se pensa em instituições governamentais. Apesar da importância do tema, as políticas públicas no Brasil ainda estão engatinhando no entendimento que focar na primeira infância é central na construção de uma sociedade com um futuro mais promissor, e que traz benefícios para toda a sociedade.Dados da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, no site Primeira Infância Primeiro, mostram que falta acesso a creches a ⅓ das crianças entre 2 e 3 anos e que apenas 26% das crianças que estão no quartil mais pobre da população estão em creches.É preciso reorientar as políticas públicas para que haja investimento na orientação das cidades pensadas na primeira infância, invertendo a lógica que vem sendo dada nas cidades: no lugar de priorização dos transportes motorizados, priorizar uma cidade na escala humana, onde você tem a oportunidade de ter a maioria das suas necessidades cotidianas de uma cidade a uma distância caminhável - a exemplo da cidade de 15 minutos.Existem diversos guias e orientações para que os tomadores de decisão, gestores e demais profissionais estejam habilitados a lidar com a linguagem do desenvolvimento infantil. É preciso que a informação chegue nesse grupo e que eles sejam sensibilizados a garantir espaços urbanos mais completos, onde as famílias possam prosperar de modo saudável. Como uma cidade pensada para as crianças contribui para o desenvolvimento delas?Fácil. Uma cidade acolhedora é aquela que forma bons cidadãos. Garantir um bom alicerce no desenvolvimento de uma criança é imprescindível e esse crescimento saudável passa por cuidados pessoais, como acesso a médicos e nutrição adequada, mas também cidades com espaços seguros e saudáveis, contando com planejamento e design urbanos que incorporam as necessidades de bebês, crianças na primeira infância e seus cuidadores.Crianças nos primeiros anos de vida e, principalmente, bebês e mulheres grávidas fazem parte de um grupo que são mais suscetíveis a impactos negativos causados pelo sistema urbano, impactos esses que podem ter efeito para o restante de suas vidas. Segundo o guia Urban 95:“O cérebro de uma criança cria mais de um milhão de novas conexões neurais por segundo. As primeiras experiências de vida, particularmente entre o nascimento e os três anos de idade, influenciam quais conexões serão reforçadas, estabelecendo uma base sólida para futuras funções cerebrais de nível superior, e quais conexões serão limitadas, deixando uma criança sujeita a ficar para trás.”Para criar uma base sólida como um futuro adulto, é importante estimular o desenvolvimento cerebral saudável ainda nos primeiros anos de vida, proporcionando ferramentas necessárias para conquistas educacionais, produtividade econômica, cidadania responsável, saúde ao longo da vida, comunidades fortes e parentalidade bem-sucedida para as futuras gerações. A provisão de um ambiente urbano adequado, é o cenário que as crianças necessitam para se desenvolver de forma saudável e se tornarem adultos saudáveis.

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Lar do Nenen necessita de ajuda

ONG realiza campanha para arrecadar recursos necessários à manutenção da casa O Lar do Nenen, organização não governamental que acolhe crianças de 0 a 4 anos em situação de abandono ou risco, está realizando uma campanha para arrecadar recursos financeiros para custear a manutenção da casa. “Neste momento, nossa maior necessidade é o pagamento do salário dos colaboradores. Desde o mês de abril as despesas com saúde aumentaram em decorrência da contratação de cuidadoras para acompanhamento das crianças hospitalizadas com problemas respiratórios. Mais uma vez precisamos da ajuda de toda a sociedade”, ressalta a presidente Tuti Moury Fernandes. Na realidade, desde o início da pandemia, o Lar do Nenen está enfrentando dificuldades financeiras para dar continuidade aos serviços de amparo, proteção familiar e comunitária às crianças. Além disso, há outros itens importantes de necessidade constante do Lar do Nenen: leite, fraldas, alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal. Os interessados em colaborar podem fazer as doações financeiras através do Banco do Brasil, Ag: 1833-3 e CC: 29.348-2. Já quem puder doar leite, fraldas, alimentos e material de limpeza e higiene pessoal podem ser dirigir à sede da instituição, localizada na Rua Menezes Drummond, número 284, bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. O Lar do Nenen sobrevive de doações e possui 29 funcionários. Uma pediatra voluntária vai à ONG uma vez por semana para avaliar a saúde das crianças. Na instituição, as crianças recebem toda a assistência necessária ao cuidado dos bebês, como higiene, alimentação, puericultura (cuidados do desenvolvimento infantil), acompanhamento psicossocial e recreação. Mais informações através dos fones (81) 3227.2762 e 3228.0123.

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Nova técnica para aumento da próstata: dos EUA para PE

Minimamente invasivo e sem cortes, o método HoLEP (Enucleação da Próstata por Laser Holmium) é novidade no Norte/Nordeste do país e está sendo trazido para Pernambuco pelo urologista Luiz Henrique Araújo. O procedimento é considerado um dos mais modernos do mundo para tratamento da hiperplasia prostática benigna, mais conhecida por aumento benigno da próstata, que afeta mais da metade dos homens acima dos 50 anos. O urologista se aprimorou na técnica em Indianápolis (EUA) e ministrou aula sobre o tema no Congresso Paulista de Urologia, em setembro passado. No HoLEP, a cirurgia é totalmente realizada através da uretra. O cirurgião faz um corte com o laser na área da próstata que sofreu aumento, obtendo precisão e ausência de sangramento - prática essa impossível de ser realizada com outras técnicas. Ao final da enucleação, o material é enviado ao patologista para análise, afastando-se assim a presença de câncer de próstata.

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