2022 - Página 72 De 160 - Revista Algomais - A Revista De Pernambuco

2022

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IBGE aponta crescimento de trabalhadores domésticos na informalidade

Advogada fala sobre os direitos dos trabalhadores domésticos e explica as diferenças legais entre a classe e os diaristas No próximo dia 22 de julho é celebrado o Dia do Internacional do Trabalho Doméstico e dados do IBGE apontam que dos 5,6 milhões de empregados domésticos no Brasil, mais de 4 milhões estão na informalidade, ou seja, sem registro na carteira de trabalho e sem garantias de seus direitos trabalhistas. Em muitos casos, para evitar pagar os encargos a um trabalhador formal, são várias as estratégicas dos empregadores, que vão desde optar por contratar diaristas no lugar de mensalistas, até a contratação de domésticas por meio do MEI (Microempreendedor Individual). A advogada e professora do curso de Direito da Estácio, Sheila Santos, traz esclarecimentos quanto aos direitos dos trabalhadores domésticos e esclarece que esses direitos estão elencados na Lei Complementar 150/2015, segundo a qual “empregado doméstico é aquele que presta serviços de forma contínua, no âmbito residencial por mais de dois dias por semana.” Pela simples interpretação do texto legal é possível compreender que o empregado doméstico é uma “pessoa física” que trabalha para outra pessoa física (empregador doméstico). Em termos legais, o que diferencia a diarista da empregada doméstica é a quantidade de dias de trabalho na semana, a forma de pagamento do trabalho e o tipo de contrato, analisa. A professora da Estácio, pós-graduada em Direito do Trabalho e mestre em Gestão e Estratégia, cita que um diarista pode trabalhar para uma empresa, já o empregado doméstico não. O diarista pode cadastrar-se como MEI, já que entre ele e o contratante tem-se uma relação de trabalho, ao contrário da empregada doméstica e o empregador doméstico que têm uma relação de emprego. Desde 2015, a profissão de diarista foi enquadrada na categoria de MEI, que trabalha por conta própria, mas é regido por legislação especial, ressalta. A advogada explica que a diarista não possui direitos trabalhistas conferidos pela legislação ao empregado doméstico, tais como: formalização do contrato em CTPS; salário-mínimo ou piso estadual, jornada de trabalho, intervalo para refeição, descanso semanal remunerado, horas extras, adicional noturno, férias, 13º salário, INSS, FGTS, seguro-desemprego, vale-transporte, salário família, salário maternidade, vale-transporte. É importante que os empregadores domésticos tenham atenção aos aspectos legais, porque ao contratar uma doméstica através do MEI, correrá riscos de sofrer ações trabalhistas cujo objetivo será o de reconhecimento da relação de emprego e o pagamento de todas as verbas trabalhistas devidas, uma vez que tal prática se configura como fraude à lei, conforme artigo 9º da CLT, segundo o qual “serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”, explica a professora do curso de Direito da Estácio.

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Inteligência Artificial da Saúde

*Por Rafael Toscano A inteligência artificial ainda não dominou toda humanidade, mas certamente já invadiu a área da saúde, agregando uma tecnologia que pode salvar vidas e melhorar a assistência médica para milhões de pessoas ao redor do mundo. Ela já está nos ajudando a personalizar a prestação de cuidados, tornar hospitais mais eficientes e tratamentos mais acessíveis, através de ferramentas para o auxílio da tomada de decisão. Mas como isso é possível? IA é o processo de ensinar um modelo computacional usando grandes e complexos conjuntos de dados. O modelo aprende com esses dados em um processo de treinamento para construir sua capacidade de tomar decisões ou prever resultados quando apresentado a novos dados. Em saúde, estamos falando de acesso a um modelo computacional que aprende, baseado na experiência de milhares de outros pacientes, se um tratamento funcionará e o que será mais eficaz para o paciente com base nos seus sintomas individuais. Assim como, os modelos de IA estão ajudando os médicos a aprender os padrões demonstrados por pacientes com sintomas parecidos ou até informações genéticas semelhantes, para a tomada de decisões bem informadas sobre seu diagnóstico e suas opções de tratamento. Essas técnica têm demonstrado eficiência até para pacientes com Câncer. O diagnóstico de câncer pode ser extremamente complicado, tanto para os médicos na tomada de decisões do diagnóstico de um câncer primário ou secundário, quanto para os pacientes, na compreensão dos riscos e índices de sucesso das opções de tratamento. É justamente para o aumento das taxas de sucesso que a IA se torna um diferencial, com a capacidade de coleta de informações de várias fontes. Alimentando modelos de dados dos exames de sangue do paciente, imagens de raio-X de lesões suspeitas, informações genéticas de uma biópsia de tecido, etc. Dessa forma, um modelo de IA treinado pode consolidar rapidamente essas informações e apresentar previsões de alta precisão do diagnóstico do paciente, opções de tratamento com maior probabilidade de sucesso e prognóstico. A IA está nos dando a capacidade de ter uma compreensão mais refinada e detalhada da saúde humana que nunca havíamos tido. Os próximos anos serão vitais para a concepção dos marcos regulatórios que definirão a aplicação dessa tecnologia incrível para a saúde, para que de fato possa impactar milhões de vidas ao redor do mundo. Rafael Toscano é gestor financeiro, Engenheiro da Computação e Especialista em Direito Tributário, Gestão de Negócios. Gestor de Projetos Certificado, é Mestre em Engenharia da Computação e Doutorando em Engenharia com foco em Inteligência Artificial aplicada.

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Orquestra Jovem Criança Cidadã comemora 16 anos com “orquestra gigante” no Instituto Ricardo Brennand

Gratuita, a apresentação presta homenagem à amplitude do projeto que, desde 2006, resgata e profissionaliza crianças e jovens de comunidades em Recife e região (Da Coordenação de Comunicação) Os dezesseis anos da Orquestra Criança Cidadã serão comemorados como devem ser: com uma reverência à história das artes. Essa é uma parte do conceito que circunda o Concerto Oficial de Aniversário do projeto, que será realizado no próximo dia 23, no Instituto Ricardo Brennand, às 15h30, com entrada gratuita. Desta vez, a história da própria Orquestra é revelada pelo seu tamanho: em sua maior formação até agora, com 90 músicos, a Criança Cidadã deve se apresentar com todos os alunos de seu grupo principal, a Orquestra Jovem, junto a professores e músicos convidados da Orquestra Infantojuvenil. “Quero muito que façamos uma grande celebração, com todo mundo de todas as equipes, para que todos vejam como o projeto é extenso”, explica o maestro titular, José Renato Accioly. “Neste aniversário, quero juntar todo mundo e trazer do motorista ao coordenador geral, das auxiliares de limpeza ao soldado que nos ajuda”, reforça. O espetáculo, programado para acontecer na Galeria do Instituto que expõe arte de todo o mundo, possui um repertório que deve causar o mesmo efeito: o concerto se inicia com a Bachianas Brasileiras n° 4, de Heitor Villa-Lobos (1887-1959); as Três peças nordestinas, de Clóvis Pereira, que completou 90 anos em maio passado, e, como encerramento, a Suíte sinfônica nº 1 da ópera Carmen, do compositor francês Georges Bizet (1838-1875). Este também será o segundo concerto de aniversário que Accioly rege, contando com o especial gravado em 2021 para as comemorações de 15 anos, mas a primeira como maestro titular, e ao vivo e aberto ao público. “Da outra vez fizemos uma gravação também no Instituto Ricardo Brennand, mas sentimos muito: não há nada como ter público. A gente faz isso para eles”, afirma. Finalizando a programação de concertos de aniversário, no próximo dia 31 a Orquestra Criança Cidadã deverá se apresentar na Galeria 1 da Caixa Cultural Recife, às 15h30, em um concerto também gratuito, repetindo o repertório tocado no Instituto Ricardo Brennand. O calendário completo de concertos da Orquestra Criança Cidadã neste ano está disponível no site do projeto: http://orquestracriancacidada.org.br/concertos. A Orquestra Criança Cidadã é um projeto social incentivado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e que conta com realização da Funarte e patrocínio máster da Caixa Econômica Federal.

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Foto Antonio Oliveira Monumento inaugurado E

São Joaquim do Monte recebe novo ponto turístico em homenagem a Frei Damião

O município de São Joaquim do Monte, no Agreste de Pernambuco, conhecido pela tradicional romaria ganhou mais um grande equipamento que vai estimular o turismo religioso da região. Em homenagem ao Frade Capuchinho que escolheu a cidade em sua passagem e aos romeiros, ontem (19), a Prefeitura Municipal entregou o novo cartão postal da cidade, às margens da PE-112, no trevo da Cohab. Direcionado para o Santuário Frei Damião, foi montado no monumento, uma luneta que vai permitir que da entrada da cidade o visitante observe o ponto de devoção erguida no Alto do Cruzeiro e que há quase 30 anos, costuma atrair fiéis de várias partes do Brasil. Para avistar o principal ponto turístico do município de 10 metros de altura através deste equipamento, é necessário depositar uma moeda. Toda a arrecadação será destinada aos trabalhos da Igreja Católica local. "O pórtico da 'Cidade da Fé' conta também com um monumento de Frei Damião de 3,5 metros, a representação de três romeiros devotos e na base desta estrutura há um terço gigante”, revela Duguinha Lins, prefeito de São Joaquim do Monte. Ainda segundo ele, todas obras são assinadas por José Caxia, artista plástico da cidade. "O projeto foi feito com muito carinho, para tornar a cidade ainda mais bonita, contribuindo com a tradição de fé do nosso povo devoto e incentivando a economia e turismo da nossa cidade", concluiu o prefeito.

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BRK traz ônibus biblioteca “Livros nas Praças” para RMR

O objetivo do projeto é promover o hábito e o gosto pela leitura para toda população A partir do dia 26 de julho, a BRK traz com exclusividade o ônibus biblioteca “Livros nas Praças” para Recife. A biblioteca sobre rodas possui um acervo de 2 mil livros de títulos variados destinados a crianças, jovens e adultos a fim de garantir o acesso à diversidade de informação e à ampliação de seus conhecimentos culturais por meio da leitura. O acervo do ônibus biblioteca é destinado para empréstimos gratuitos a todos os moradores da região. O projeto iniciou suas atividades em novembro de 2012 e está em sua 10ª edição. Ao longo deste período o ônibus já visitou 11 estados brasileiros, na RMR funcionará da seguinte forma: o ônibus biblioteca ficará no Espaço Bidu Krause, localizado no bairro do Totó, do dia 26 a 30 de julho e em frente a ETE de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, de 01 a 05 de agosto. O início da visitação do público à unidade móvel nos dois locais começa às 10h e se estende até às 16h. Durante a semana, os moradores da cidade e alunos da rede pública poderão visitar a biblioteca móvel, fazer empréstimos de livros e até ler dentro da unidade móvel. Promovendo a importância do hábito de leitura e o amor aos livros por onde passa, o ônibus também possui todo tipo de inclusão a fim de atender a maior quantidade de crianças possível. “A biblioteca dispõe de um acervo em braile com mais de 60 livros destinados a adultos, 120 exemplares com ilustração em braile para crianças e 60 livros em fonte ampliada para atender pessoas com deficiência visual e deficiência múltiplas. Além de 20 audiobooks, que consiste em uma gravação do conteúdo de um livro narrado em voz alta. É um projeto extremamente interesse e vale a visita”, afirma Karine Mourato, coordenadora de responsabilidade socioambiental da BRK em Pernambuco. Os monitores literários também são experientes e preparados para atender a leitores com deficiências motoras, visuais e auditivas. O Livros nas Praças possui uma porta com acessibilidade para cadeirantes, assim como uma cadeira de transbordo para idosos e pessoas com necessidades especiais. “Sabemos como o acesso à educação transforma a vida das pessoas e precisamos democratizar isso ainda mais. Dessa forma, as cidades que recebem o projeto são escolhidas por não terem no seu entorno bibliotecas públicas ou espaços de incentivo à leitura prioritariamente. Queremos garantir que toda a população tenha acesso e possa participar dessa experiência”, conclui Karine.

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Sicredi Recife celebra 29 anos com grandes números

A Sicredi Recife, maior cooperativa financeira de Pernambuco, comemora suas quase três décadas com números bastantes expressivos. Nos últimos, atingiu a marca de R$ 700 milhões de ativos e, em 2021, fechou suas operações de crédito com um crescimento positivo de 48,7% em relação ao ano anterior. Também expandiu a área de atuação para mais três cidades pernambucanas: Goiana, Paulista e Vitória de Santo Antão. Ao todo, são 8 unidades, atendendo cerca de 17 mil associados. O compromisso com o Meio Ambiente também se destaca: a instituição instalou o Comitê de Sustentabilidade visando estimular ações voltadas para gerar impacto positivo - Econômico, Social e Ambiental – agregando valor para associados, colaboradores e comunidades.

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K-Line e Nexus realizam maior operação de transbordo de veículos do Porto de Suape

O novo hub de veículos no Porto de Suape, criado no final do ano passado pelas empresas K-Line e Nexus, realizarou nesta semana a maior operação de transbordo de automóveis na história do atracadouro pernambucano. De um total de 2.080 veículos transportados na operação do navio California Highway, 1.538 passaram por transbordo. Esse é o nome dado ao processo pelo qual as mercadorias entram no território aduaneiro de um país, são transferidas para outro navio e depois deixam o porto em direção a um novo destino. Na movimentação desta semana, os veículos que vieram da Argentina aguardaram embarque no Pátio Público de Veículos e seguiram para um navio com direção aos portos de Vera Cruz (México) e Cartagena (Colômbia). “Suape dispõe de toda a infraestrutura necessária para que possamos realizar as operações com a maior qualidade e tranquilidade possíveis. Essa parceria já vem dando frutos com a implantação do novo hub e acreditamos que novas possibilidades de negócios irão surgir muito em breve decorrentes do sucesso dessa operação”, avalia o gerente-geral da K-Line no Brasil, Rafael Cristelo. Além da operação de transpordo, o navio incluiu nessa pssagem por Pernambuco a exportação de 131 automóveis e a importação de outros 411, totalizando 2.080 unidades movimentadas. A movimentação de veículos em Suape foi um dos grandes destaques em 2021. Segundo dados compilados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o número de automóveis importados e exportados foi 20% maior em relação ao ano anterior. Esse percentual totalizou 47.841 unidades em 2021 contra 39.922, em 2020. Em 2022 (até junho), são 26.542 automóveis contra 24.111 do ano anterior, crescimento de 10%. Suape é a porta de saída para os veículos da Stellantis (antiga FCA), produzidos tanto na fábrica da Jeep em Goiana, quanto na planta do grupo em Betim (MG), tendo como destino países como Argentina e México.

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"As cotas modificaram a história do ensino superior público no Brasil"

As cotas modificaram a história do ensino superior público no Brasil. A Lei de Cotas completa 10 anos e o professor do Departamento de Educação da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), José Nilton de Almeida, faz uma avaliação dos seus resultados. Ele alerta que para obter impactos positivos ainda mais intensos seriam necessários mais investimentos nas universidades públicas. Ao completar 10 anos, a Lei de Cotas contabiliza resultados palpáveis. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, a população de pretos e pardos representava 11% de um total de 8 milhões de matrículas nas universidades. Em 2016, ano do último censo, este percentual subiu para 30%. A Lei de Cotas (Lei 12.711, de 2012) prevê que 50% das vagas em universidades e institutos federais sejam direcionadas para pessoas que estudaram em escolas públicas. Desse total, metade é destinada à população com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita. A distribuição das vagas da cota racial e deficiência é feita de acordo com a proporção de indígenas, negros, pardos e pessoas com deficiência do Estado onde está situada a universidade ou instituto federal, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este ano está previsto que a lei deverá passar por uma revisão e há um temor por parte dos setores favoráveis às cotas que possa ocorrer um retrocesso em razão do posicionamento do atual Governo Bolsonaro. Para falar sobre o legado das cotas nas universidades, Cláudia Santos conversou com José Nilton de Almeida, do Departamento de Educação da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco). Ele também avalia a revisão da lei e critica o fato de os mecanismos necessários para realizar um diagnóstico dessa política pública de ação afirmativa tenham sido descontinuados. Qual o impacto da Lei de Cotas no ensino superior? As políticas afirmativas, em particular as cotas, modificaram a história do ensino superior público no Brasil. Foi uma revolução silenciosa, mesmo em face das crises financeiras e das fases importantes da falta de compromissos efetivos dos poderes públicos com investimentos em educação, como a gestão federal atual. As políticas de ação afirmativa repercutiram intensamente nas universidades federais e estaduais, porque é nelas que se encontra a maioria das iniciativas de inclusão de estudantes matriculados no ensino superior público do País. Em 2018, essas instituições representaram 82% das políticas de inclusão com qualidade. Dados de IBGE são muito reveladores: em 2000, existiam aproximadamente 12% de diplomados no ensino superior, e deles somente 2,2% eram pretos e pardos. Em 2018, este índice alcança 9,3%. Para a população branca esses indicadores eram 9,3%, em 2002, e alcançam 22%. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, a população de pretos e pardos representava 11% de um total de 8 milhões de matrículas nas universidades. Em 2016, ano do último censo, este percentual subiu para 30%. Esses são indicadores extraordinários! Para avaliar o impacto das políticas de ação afirmativa e a Lei de Cotas é preciso compreender o contexto da expansão e da interiorização da oferta de vagas no ensino superior provocadas pelo Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), criado em 2007, e nesse mesmo contexto deu-se a ampliação da Rede de Educação Profissional Tecnológica, com criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. E de outro lado, a implementação, ainda que modestas, das políticas inclusão e de financiamento para assistência estudantil. Internamente nas instituições de ensino, os impactos também estiveram associados à ampliação de grupos de pesquisas, temas de estudos e consolidação de produção de estudos acadêmicos a fim de qualificar o debate público, o planejamento e a avaliação sobre diferentes iniciativas de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade e da inclusão de populações negras e indígenas no ensino superior. Qual tem sido o desempenho dos estudantes que entraram na universidade pelo sistema de cotas? Apesar de recorrente, esta pergunta, atualmente, é bastante irrelevante. Vista da perspectiva da gestão universitária das políticas afirmativas, as questões centrais são de outra natureza. Isto porque a análise temporal das ações afirmativas demonstraram – e continuam demonstrando – que a interrogação sobre o desempenho dos estudantes incluídos por cotas estava sempre vinculada ao mito da perda da qualidade das instituições em face das políticas inclusivas. Isto é, uma interrogação que, de algum modo, era uma forma de camuflar um preconceito social em um país desigual e com uma forte base de racismo estrutural. Após 20 anos, temos experiências institucionais muito consolidadas, que tiveram início de 2003 (ano em que a UnB implantou as cotas), e dos 10 anos da Lei de Cotas, se, por um lado, os dados de pesquisa sobre a realidade educacional brasileira reafirmam o persistente caráter elitista ainda fortemente presente no acesso ao ensino superior, por outo lado, também evidenciam que os/ as cotistas vêm obtendo rendimentos similares aos demais estudantes, superando-os/as, inclusive, nos índices de diplomação e nas menores taxas de evasão. Essas pesquisas também revelam que a efetividade dessas políticas pode adquirir repercussões com resultados positivos mais intensos, aumento do financiamento para a gestão do sistema de ensino público, ampliação do corpo docente, incremento em recursos para assistência estudantil e a expansão dos programas de monitorias ou a adoção de projetos pedagógicos inclusivos. Todas estas condições auspiciosas que não vemos presentes em compromissos e iniciativas de responsabilidades governamentais. Em algumas universidades há uma mobilização para incluir mais transgêneros entre os matriculados. O que o senhor acha dessa reivindicação? Compreendo que a preciosidade da liberdade de cátedra e autonomia da universidade nos permitem, constantemente, ressignificar o sentido de universidade democrática e plural. De fato, as políticas de ação afirmativa foram implementadas no âmbito das universidades públicas federais anteriormente a um marco legal. Antes da promulgação da Lei de Cotas, aproximadamente, mais de 50% das universidades federais haviam constituído um modelo de democratização de acesso, com novos perfis de ingressantes, a partir de debate no contexto da comunidade acadêmica e aprovação de resolução própria no Conselho Universitário, instância máxima de decisão em uma

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Capa da semana: Petrolina diversifica sua economia

*Por Rafael Dantas Nem só de uva e manga vive Petrolina. O principal polo de desenvolvimento pernambucano do Vale do São Francisco tem avançado também na agroindústria e segue na pesquisa de outras variedades da fruticultura para fortalecer a sua vocação agrícola. No promissor setor das tecnologias da informação, as maiores empresas da região, aliadas a organizações como o Softex (Centro de Excelência em Tecnologia de Software do Recife), a Assespro- -PE/PB (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação) e o Seprope (Sindicato das Empresas de Processamento de Dados de Pernambuco), estão encampando um movimento para fomentar o ecossistema de inovação e gerar mais negócios locais. Conectado às oportunidades e potenciais do município, o turismo é outro setor que já entrega seus frutos à cidade e promete uma safra de mais colheitas com o fortalecimento do trade. Leia a reportagem completa na edição 196.3 da Revista Algomais: assine.algomais.com

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Fenearte recebe público superior a 300 mil pessoas e movimenta mais de R$ 40 milhões

(Da Fenearte) Maior feira de artesanato da América Latina, realizada no Centro de Convenções de Pernambuco em Olinda, celebrou 30 anos do Movimento Manguebeat e consagra-se como importante plataforma de fomento à cultura e ao artesanato no Brasil A 22ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte) chegou a seu último dia neste domingo (17/07) com registro de grande público e artesãos celebrando boas vendas nos doze dias de evento. “Voltamos a realizar a feira no período tradicional de julho por meio de um esforço coletivo de vários órgãos e secretarias do Governo de Pernambuco. A Fenearte 2022 foi um feito grandioso, digna do grande público que a prestigia. A feira hoje concentra inúmeras expressões culturais e impulsiona o artesanato e demais expressões da economia criativa”, explicou o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe), Roberto Abreu e Lima. “Em uma edição tão especial para nós, em ritmo de retomada, chegamos ao fim desta Fenearte comemorando os números de público e vendas. A movimentação financeira superou nossas projeções, consolidando a Fenearte como uma importante plataforma de fomento à cultura e ao artesanato no Brasil. São meses de preparação para que a feira seja sempre este sucesso e o nosso desafio é evoluir a cada edição”, detalhou a coordenadora geral da Fenearte, Márcia Souto. “Outro exemplo desse incremento foi o ampliação das vendas no espaço do Programa do Artesanato de Pernambuco que teve um incremento de 15% em relação a 2021 e de 40% em relação de 2019”, finalizou. O evento celebrou os 30 anos do Manguebeat, movimento que surgiu em Pernambuco e reverberou no mundo inteiro. Nesta edição histórica, a Feira enalteceu a riqueza cultural do artesanato e o seu potencial de negócios com uma extensa programação: salões de arte, exposições, desfiles de moda, oficinas gratuitas, rodas de conversas, aulas de gastronomia, visitas guiadas e uma ampla grade de atrações artísticas promovida pela Secretaria Estadual de Cultura e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco - Fundarpe. Este ano marcaram presença cerca de 5 mil expositores distribuídos em 700 espaços, em uma área de 30 mil m². Com investimento de R$ 7 milhões, o evento gerou cerca de 2,5 mil postos de trabalho temporários e uma movimentação financeira que superou os R$ 40 milhões. Considerando a pluralidade da produção artesanal do Estado, a robusta participação de Pernambuco na Fenearte foi de 80%. Outros expositores de 23 estados brasileiros e do Distrito Federal marcaram presença nesta vigésima segunda edição apresentando um rico panorama da produção artesanal do país. Contando ainda com o setor internacional que trouxe 26 países, entre eles Angola, Japão, China, Egito, Emirados Árabes, Filipinas, Peru, Turquia e Tailândia.OFICINAS//Mestres do artesanato compartilharam seus ofícios com diversas gerações em oficinas gratuitas, gerando, assim, rodas de diálogo e a prática das mais diversas atividades, indo muito além da teoria. Ao todo, 1.286 pessoas participaram de 14 oficinas. E foram elas: Iniciação na Arte da Xilogravura; Oficina de Xilogravura; Canivete Recifense; O Som do Barro; Modelagem Manual: Entrelaçando História Através do Barro; String Ar; Confecção de Saberes do Mamulengo; Serigrafia Artesanal Manguetown; Personalize com Serigrafia; Sementes e ráfia, estética natural através de BioJóias; Caranguejo com Cérebro - O manifesto; Cianotipia: impressões artesanais com a luz do sol; Renda Renascença; Lembrando e fazendo a revolução: oficina de lambe – lambe e Pingouin. RODADA DE NEGÓCIOS// O Sebrae/PE divulgou o resultado dos negócios realizados ao longo de três dias de feira. Participaram 40 lojistas e 40 artesãos. Por meio de 70 encontros, a movimentação financeira total foi superior a R$ 1,5 milhão, entre compras efetivas no evento e negociações. PRÊMIO ACLAMAÇÃO//E como todo grande evento, não poderiam faltar as premiações que são o reconhecimento dos talentos, trabalhos e esforços dos artistas e artesãos. Mais de 22 mil pessoas votaram no Prêmio Aclamação de voto popular e escolheram suas peças favoritas no 17° Salão de Arte Popular Ana Holanda, no 6° Salão de Arte Popular Religiosa e na 15° Galeria de Reciclados. As obras vencedoras foram, respectivamente: "Movimento Manguebeat e Mestre Vitalino é arte e cultura", do artista Emanuel Rodrigues, com 998 votos; Zé Galdino que criou o trabalho “Deus Negro”, que recebeu 1.028 votos e “Os Reis do Sertão” do artista Júlio Rocha com 4.882 votos. Os três receberam troféus entregues pelo governador Paulo Câmara. PRAÇAS DE DESCANSO// Espaços “instagramáveis” e ponto alto da feira, as praças de descanso espalhadas no percurso foram bastante elogiadas. A iniciativa é fruto de uma parceria com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) Seção Pernambuco, que selecionou seis projetos criados por estudantes de arquitetura para ambientação das praças de descanso. Três projetos ficaram nos três primeiros lugares: Praça 1 (Centro Universitário Unibra); Praça 3 (Centro Universitário Unibra) e Praça 2 (Universidade Federal de Pernambuco -UFPE). COZINHA FENEARTE// Pelo segundo ano consecutivo, a Cozinha Fenearte foi um dos destaques dentro da programação, apresentando aulas de gastronomia ministradas por 16 chefs pernambucanos. Foram receitas inspiradas na temática Mangue, apresentadas ao vivo, cheias de sabor e criatividade, com dicas culinárias valiosas de quem domina o que faz. Esta edição recebeu chefs renomados como Negralinda; Natalia Bar do Cabo; Edson Fly; Claudemir Barros; Yuri Machado; Cesar Santos; Luiz Carlos; Rapha Vasconcelos; Alfredo Candido; Nina Bukhardt; Thiago das Chagas; Renan Yamachida; Danilo Vieira; Luiz Paz; Gi Nacarato e o Buffet Pizza Maker Down, comandado por jovens com síndrome de down. PASSARELA FENEARTE// A produção pernambucana de moda autoral foi fortemente representada na feira. A Passarela Fenearte apresentou as criações de estudantes de moda, estilistas locais e projetos sociais que trouxeram coleções elaboradas tendo o Manguebeat como inspiração. A abertura contou com o desfile da Loja de Moda Autoral de Pernambuco – Mape contando com show do cantor pernambucano Almério. Na programação da Passarela, seguiram-se os desfiles do Senac Recife; Instituto Mix; UNIFBV; Unicost; Unifavip; UFPE Caruaru; Senai Paulista; GRAUP; Secretaria da Mulher de Pernambuco – por meio dos projetos Arte da Terra / Raízes da Arte e da Cooperativa de Costura e Confecção de Paudalho / Entre elas; Quilombolas de

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