Rafael Dantas, Autor Em Revista Algomais - A Revista De Pernambuco - Página 269 De 443

Rafael Dantas

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Exercício físico reverte atrofia muscular provocada por câncer

Por Maria Fernanda Ziegler da Agência FAPESP A prática de exercício físico pode ser favorável para pacientes oncológicos. Estudo realizado em modelo animal por equipe internacional de pesquisadores comprovou que o treinamento regular de atividades aeróbicas, além de melhorar a capacidade física, também reverteu perda de massa muscular, normalizou a função contrátil do músculo e, sobretudo, prolongou em 30% a sobrevida de ratos com tumores. Artigo, publicado na revista Molecular Metabolism, descreve pesquisa realizada em ratos com caquexia decorrente do câncer e que recuperaram funções perdidas do músculo esquelético por meio do exercício físico. Alguns dos resultados obtidos em experimentação animal foram reforçados por meio da análise de tecidos musculares de pacientes com câncer de pulmão. O estudo, apoiado pela FAPESP, por meio de um Projeto Temático sobre câncer e coração e do programa de mobilidade Sprint/FAPESP, mostrou que o exercício físico pode reverter essa ação do câncer de alterar a expressão de algumas proteínas do músculo esquelético. “Pacientes oncológicos tendem a apresentar atrofia muscular, a chamada caquexia do câncer. Isso porque, para o tumor se desenvolver, ele precisa interagir com o organismo e o músculo esquelético pode se tornar uma fonte de reserva de energia. Basicamente, o tumor vai produzir vários fatores para tentar extrair toda a proteína guardada no músculo esquelético para crescer. Nesse processo, perde-se força e massa”, explica Christiano Alves, um dos autores do estudo. Alves foi bolsista da FAPESP e atualmente realiza pesquisa de pós-doutorado na Universidade de Harvard (Estados Unidos). No estudo, a comparação em modelo experimental de ratos com câncer e caquexia severa mostrou que os animais com tumores e que realizaram treinamento físico – semelhante à corrida e caminhada em esteiras adaptadas – apresentaram sobrevida 30% maior do que aqueles com caquexia do câncer que permaneceram sedentários. “Ao analisar o músculo isoladamente, observamos que o treinamento físico reduziu o estresse oxidativo e melhorou as funções do músculo esquelético, como a capacidade de contração”, diz. No rastro das proteínas Para investigar os efeitos dos tumores no músculo esquelético, os pesquisadores realizaram inicialmente uma análise proteômica (variação na expressão de proteínas) no músculo de três grupos: animais com tumores e caquexia que realizaram exercício, animais com câncer e caquexia que permaneceram sedentários e animais saudáveis. “Buscamos identificar proteínas musculares alteradas na caquexia do câncer e que fossem alvo terapêutico pelo exercício físico, ou seja, que pudessem ter a sua expressão modificada novamente, por meio do exercício físico, chegando a um estado próximo dos animais sem câncer. Nosso estudo não buscou um fármaco, pois sabemos que o exercício físico pode trazer várias mudanças e benefícios, inclusive um estilo de vida mais saudável, e configura uma terapia de baixo custo”, diz Patricia Chakur Brum , professora titular de fisiologia do exercício da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP) e orientadora. Entre as várias proteínas alteradas pelo câncer que foram identificadas na análise proteômica, 12 tinham a expressão modificada em sentido oposto ao câncer pelo exercício físico, sendo a proteína COPS2 (também nomeada como TRIP15/ALIEN) a mais proeminente delas. Muito estudada – embora nunca tenha sido relacionada especificamente ao músculo esquelético –, essa proteína é essencial para a manutenção de todo tipo de célula. Na análise, a expressão da COPS2 estava claramente diminuída no modelo de câncer, sendo posteriormente recuperada pelo exercício físico. “Costumava-se creditar ao músculo esquelético as funções de sustentação, locomoção e também de armazenamento de proteínas importantes para o metabolismo e que servem como um substrato energético para o organismo. Hoje sabemos que o músculo esquelético apresenta outras funções. Ele funciona como um órgão endócrino que libera proteínas ali sintetizadas e que podem agir em diferentes tecidos do organismo”, diz Brum. A pesquisadora ressalta ainda outro fator importante: as proteínas liberadas pelos músculos (miocinas) agem a distância. “O que estamos tentando fazer com esses estudos é produzir conhecimento e mostrar a necessidade da prática de exercício físico também para pacientes oncológicos. O exercício físico aumenta a produção dessas miocinas, servindo como um instrumento terapêutico. Quando extrapolamos isso para o paciente com câncer, o exercício físico se torna fundamental”, diz Brum. Análise de caso Paralelamente ao estudo de proteômica realizado nos animais, os pesquisadores analisaram o tecido muscular de seis pacientes com câncer de pulmão – em tratamento no Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) sob a supervisão de Gilberto de Castro Jr., que colaborou no projeto – e compararam a variação de proteínas com a de quatro indivíduos saudáveis. “Observamos que, assim como ocorreu no modelo animal, a expressão da proteína COPS2 também decaiu muito em pacientes com câncer de pulmão e caquexia. Os dados dos pacientes são ainda preliminares, pois é um número reduzido de indivíduos estudados, no entanto, se apresentam como uma prova de conceito do que foi avaliado em modelo animal”, afirma Alves. O grupo de pesquisadores ainda investigou quais mecanismos estão envolvidos no processo de perda de massa do músculo esquelético em consequência do câncer e como o exercício físico surge como uma forma de recuperá-lo. Para isso, foram realizadas análises em cultura celular de camundongos e humanos. As análises mostraram que, a despeito do aumento da proteína COPS2 não ter alterado o fenótipo e o metabolismo da célula muscular, a sua redução foi benéfica por regular a F-actina, importante proteína muscular contrátil relacionada ao estresse oxidativo. “Por meio de técnicas de biologia molecular, foi possível inativar ou superexpressar a proteína COPS2 para avaliar o metabolismo do músculo. No conjunto da obra, nosso estudo mostrou que a redução da COPS2 na caquexia é um mecanismo compensatório do músculo esquelético. Isso significa que a proteína surge como um sinalizador de que algo não está bem no músculo, de que está ocorrendo caquexia”, diz Alves. Nessa equação, o estudo comprovou que o exercício físico consegue, inclusive, viabilizar a expressão da proteína COPS2. “O exercício traz o músculo de volta para um estado normal e ao regularizá-lo não é mais necessário haver a sinalização da COPS2. Analisando diretamente, o exercício reduz o estresse oxidativo no

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Hospital Recife 3 registra alta do último paciente e inicia retirada de equipamentos

Em processo de desativação desde o início deste mês, o Hospital Provisório Recife 3 (HPR3), localizado na Imbiribeira, registrou a última alta de paciente após quatro meses colaborando no combate à pandemia de covid-19. Nesta segunda-feira (14), a Prefeitura do Recife começará a retirar os equipamentos médico-hospitalares do sexto dos sete hospitais de campanha construídos pela PCR a ser desativado, para em seguida desmontar as estruturas das paredes, teto e pisos. “Hoje nós anunciamos o encerramento das atividades do sexto hospital de campanha feito no Recife. É o Hospital Provisório Recife 3, que fica na Imbiribeira. Neste final de semana, o último paciente que estava internado recebeu alta e foi para casa. Eu quero agradecer a todos que trabalharam nesse hospital, especialmente a todos os profissionais de saúde que fizeram atendimentos nesta unidade e salvaram muitas vidas. O dever de vocês foi cumprido. Hoje nós temos 77 pacientes internados nas UTIS da Prefeitura, sendo 33 do Recife, o que é o menor número desde o início da pandemia. É muito importante que todos continuem a prevenção para que a doença permaneça controlada em nossa cidade”. afirmou o prefeito Geraldo Julio. Com mais de 2.300 m² de área construída onde se encontrava um galpão desativado de uma empresa, na Avenida Mascarenhas de Moraes, o HPR 3 contava com 107 leitos, sendo 80 UTIs e 27 enfermarias. Pela unidade administrada pelo Instituto Humanize de Assistência e Responsabilidade Social (IHARS), passaram mais de 500 pacientes. No último mês de agosto, a Prefeitura do Recife desativou o HPR 2, nos Coelhos, que foi o maior hospital de campanha construído pela gestão municipal. No início de julho, já haviam sido desativados leitos nos hospitais construídos nas áreas externas do Hospital da Mulher do Recife (HMR - Curado) e das Policlínicas Barros Lima (Casa Amarela), Amaury Coutinho (Campina do Barreto) e Arnaldo Marques (Ibura). No HMR e nas policlínicas, foram removidas as estruturas provisórias erguidas nas áreas externas das unidades, mas todas permanecem com leitos de covid-19 nas áreas internas. Assim como foi feito na desmobilização de leitos dos outros cinco hospitais de campanha, os equipamentos médico-hospitalares do HPR 3 serão levados para outras unidades de saúde municipais, como as maternidades e o Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, em Areias. Parte dos materiais continuará temporariamente guardada em galpões para caso a curva epidêmica volte a subir e a Prefeitura do Recife identifique a necessidade de voltar a abrir mais leitos municipais. A desativação dos hospitais de campanha foi possível graça à queda sustentada nos principais indicadores na pandemia, há quatro meses, o que também vem permitindo a reabertura segura e gradual de atividades econômicas e sociais. Na última sexta-feira (11), o Recife chegou aos seis meses de pandemia com redução de mais de 90% nos óbitos por covid-19, 70% nas internações da rede hospitalar e 50% nos atendimentos a pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19, na comparação dos dados de maio, no pico da pandemia, com o mês de agosto. Na fase mais crítica da pandemia, entre abril e maio, a rede de saúde da capital pernambucana não entrou em colapso graças ao maior índice de isolamento social entre as capitais brasileiras e à abertura de leitos que não existiam no início deste ano. Os sete hospitais de campanha municipais chegaram a ter cerca de mil leitos para os pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de covid-19. O Recife foi a capital que, proporcionalmente à população, abriu mais leitos de covid no Brasil. Os sete hospitais municipais e os leitos de covid abertos em outras duas unidades de saúde propiciaram quase 17 mil atendimentos, mais de seis mil internações e mais 3.100 altas médicas. Para dar conta dessa demanda extraordinária, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife contratou mais de quatro mil profissionais e adquiriu mais de 10 mil equipamentos médico-hospitalares, além 3,5 milhões de equipamentos de proteção individual (EPIs). Ao todo, já foram desativados 693 leitos municipais, restando 335 leitos em funcionamento, sendo 153 UTIs e 182 enfermarias. Neles, estão internados hoje 163 pacientes – 86 nas enfermarias e 77 deles nas UTIs (desses últimos, cerca de 60% deles são pacientes vindos de outras cidades). O número de pacientes internados também vem caindo, desde junho. Após a desativação do HPR 3, o único hospital de campanha que permanecerá funcionando completamente será o Hospital Provisório Recife 1, localizado na Rua da Aurora, em Santo Amaro.

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"As crianças têm demonstrado cansaço, ansiedade e desânimo com as obrigações online".

O isolamento social, em especial para crianças e adolescentes, já atravessa mais de um semestre. Com a mudança para as aulas online, as privações de várias atividades de lazer e dos contatos presenciais, os estudantes de diferentes idades vivem um fenômeno semelhante ao dos adultos que estão no home office: sensação de cansaço, fadiga, ansiedade e desânimo. Conversamos com a psicóloga do Colégio Equipe, Suzi Moura, sobre os efeitos colaterais da maior exposição das telas no desenvolvimento e no aprendizado das crianças e adolescentes. Como essa vida mais digital pode afetar a saúde e a qualidade de vida das crianças e adolescentes? Ela pode afetar de várias maneiras, mas, quando substitui as relações do mundo presencial pelo virtual, isso se torna mais grave. Precisamos considerar questões fundamentais no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes que envolvem o uso da tecnologia. Uma delas refere-se à educação digital, que ajudará as famílias a lidar com essa realidade que está posta, que é real e em que todos estamos imersos, que é o mundo digital. Todavia, tem outros fatores para os quais precisamos atentar, como, por exemplo, a relação da criança com o brincar, fator estruturante para seu desenvolvimento. A partir do momento em que as crianças substituem esse tempo de brincar para ficar por um período muito longo expostas às telas, elas perdem um tempo que é importantíssimo no mundo real e concreto, onde conseguem, por meio da brincadeira, transitar para o mundo da imaginação, e construir suas fantasias e significados para o seu viver. Do ponto de vista psíquico, essa experiência pode ajudar na prevenção de transtornos mentais futuros. Quando se retira isso e se coloca apenas a experiência digital, torna-se complicado, pois a criança vai deixando de adquirir habilidades estruturantes e socioemocionais. Para os adolescentes isso também é problemático? Sim. Quando o tempo é demasiado e o adolescente não consegue permanecer distante das telas, poderá haver risco quanto à dependência tecnológica, comprometendo a qualidade de vida e a saúde física e mental. Temos visto muitos adolescentes com dificuldade de estabelecer relações interpessoais e para fazer amigos presenciais, bem como aumento de sintomas de ansiedade e de fobias sociais. Hoje, vemos o "desligamento de pessoas" acontecendo de forma corriqueira no mundo digital. Existe um mundo muito aberto, há muitas oportunidades, tem muitas coisas boas, mas muitas inapropriadas para determinadas faixas etárias. O acompanhamento dos pais é imprescindível nesse cenário. As referências identificatórias para os adolescentes, tão importantes nessa fase, precisam acontecer no mundo real, com pessoas reais, pois no mundo virtual há facilidade das coisas acontecerem de forma instantânea e serem desfeitas com a mesma velocidade. Muitos adultos tem reclamado de muito cansaço e de maior carga de trabalho no home office. Na experiência escolar, os estudantes têm demonstrado a fadiga diante de tantas vídeoconferências e obrigações online? Sim, eles têm demonstrado fadiga, cansaço, ansiedade, desânimo e muita falta do contato físico, do olho no olho e da interação com professores e colegas. Antes pensávamos que o tempo de distanciamento social seria menor, mas já estamos com 6 meses de aulas em casa e on-line, e isso tudo contribui para um esforço cada vez maior para se manterem ativos e atentos. Fica mais difícil para eles corresponderem, uma vez que estão expostos às aulas remotas por um longo período. O corpo se movimenta menos, as pessoas estão no mesmo espaço fazendo tudo ao mesmo tempo, os intervalos ou pausas das atividades se tornam menores. Se estabelece uma relação limítrofe entre o tempo que se dispõe e o que precisa ser feito. Sendo assim, é necessário se organizar, criar uma rotina para que as coisas funcionem melhor. Quanto mais estruturado e organizado for, melhor será esse processo. Como é possível atender as necessidades temporárias desse novo normal (antes da volta completa das aulas) de uma maneira mais saudável e menos dolorosa? Incluir na rotina atividades relaxantes, que não sejam necessariamente produtivas, mas que sejam reestuturadoras, é muito importante, bem como se abrir espaço para se fazer o que se gosta, mesmo que esse tempo seja um pouco menor. Também se deve atentar para o tempo e a qualidade do sono. Sabemos que o sono fica mais difícil e artificial porque o corpo se movimenta menos. É o movimento do corpo, a atividade física, que dá aquele sono mais gostoso, mais profundo. Dessa forma, para administrar esse período de turbulências com menos prejuízo, torna-se necessário reconhecer e expressar os sentimentos, falando das angústias, dos medos, das perdas e da dor. A desatenção às atividades virtuais e o desempenho dos alunos são fatores que preocupam os sistemas de educação? Com certeza. Já é possível é perceber algumas vunerabilidades na construção do conhecimento e no desenvolvimento sociemocional dos nossos estudantes. Desse modo, serão necessárias atividades de avaliação diagnóstica para identificar as lacunas de aprendizagem e construir estratégias que ajudem a superá-las, assim como promover um tempo de acolhimento e acompanhamento voltados para as questões do cuidado com a saúde mental de toda comunidade escolar.

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membrana anfibea

Uma membrana para salvar o Recife - Por Mila Montezuma

De acordo com o Painel Intergovernamental das Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), o Recife é a 16ª cidade global e a 1ª capital brasileira mais vulnerável ao fenômeno do aquecimento global, em especial no que diz respeito à elevação do nível do mar. Diversos estudos já realizados apontam para o alarmante fato de que a nossa cidade pode, simplesmente, submergir até 2100. Ou seja, dentro de no máximo 80 anos, boa parte do Recife pode “sumir” da paisagem, inundada definitivamente pelo avanço do oceano. Boa viagem atual e simulação de cenários futuros de alagamentos para, respectivamente, variação positiva de +1ºC, 2.5ºC e 4ºC. Para cada um desses cenários nível d’água aumenta, respectivamente, 1.00m, 4.70m e 8.90m. Fonte: Simulação da Autora sob modelagem do Google Earth. Diante desse cenário, a pergunta que se coloca para quem é recifense e trabalha com planejamento urbano é: como proteger a capital mais antiga do País, a primeira a completar 500 anos em 2037, e evitar que ela vá parar literalmente debaixo d’água? Procurando responder a essa pergunta e transformar o problema global em oportunidade local para requalificar urbanisticamente o Recife, tive oportunidade de participar do desenvolvimento de uma pesquisa aplicada na Universidade Federal de Pernambuco, cruzando conhecimentos locais com os de outras instituições, como a AA - Architectural Association (Inglaterra), MIT - Massachusetts Institute of Technology (EUA), Université de Toulouse (FRA) e IHE/Delft – Institute for Water Education da UNESCO (Holanda), com o objetivo de projetar soluções inovadoras, adaptativas e mitigadoras de efeitos climáticos tão adversos quando os estimados para o Recife. Sob a urgência de reconsiderar a premissa de estabilidade e construir uma visão de futuro sustentável, nasceu da pesquisa o conceito de uma “membrana anfíbia” capaz de proteger a interface direta da cidade com o Oceano Atlântico. Essa “membrana anfíbia” se materializaria num grande Parque Ecossistêmico na frente oceânica da cidade, ou seja, no mar. Procurando ir além de uma infraestrutura de contenção puramente técnica, a ideia é que seja uma linha ecossistêmica sensível – sociocultural e ambiental – tal qual é o arrecife, berçário natural de onde se originou a cidade. A membrana se acomodaria no relevo marinho e seria formada a partir de processos antrópicos (de intervenção humana) mas, também, naturais (a exemplo das correntes marinhas que naturalmente ajudarão a moldar o novo território). A membrana foi pensada para se desdobrar num sistema de três parques articulados. O primeiro é o Parque Tecnológico-Energético, situado entre 1.000 a 1.500 metros da costa, voltado à geração de energias renováveis: maremotriz, eólica e fotovoltaica. Um objetivo também relevante desta primeira “camada” de proteção é contribuir para a viabilidade econômica da iniciativa. O segundo é um Parque de Ilhas Flutuantes, localizado entre 500 a 1.000 metros da praia, cuja principal função é a de amortecimento do principal intemperismo físico do sistema: a erosão direta provocada pelo impacto das ondas marinhas (“turbinadas”, inclusive, pela elevação do nível do oceano). É uma região que tem o papel de resguardo e regeneração da vida selvagem, com restabelecimento de restingas e coqueirais. Um objetivo relevante, portanto, desta segunda “camada” de proteção é o resgate da biodiversidade. O terceiro é um Parque de Piscinas Filtrantes, a até 500 metros da costa – raio de influência da mobilidade ativa a pé. Seus principais objetivos são a criação de espaço público de qualidade e a purificação das águas, temperando diretamente sua qualidade e controlando o nível das marés. Haverá neste parque específico o restabelecimento da vegetação de restinga, ecossistema hoje ameaçado na cidade, dando início ao ecossistema de transição restinga-mangue, além de canais e coqueirais. É justamente neste parque das piscinas filtrantes que seria locado o indispensável sistema de eclusas (pontos de passagem entre desníveis), válvulas e interfaces sensíveis tecnológicas (a serem desenvolvidas) para controlar a variação das águas em termos de nível, salinidade, e pH, permitindo, inclusive, a circulação de espécies. Um objetivo, portanto, relevante desta terceira “camada” de proteção é a conciliação de estágios simbióticos, humanos e naturais, com a criação de espaços públicos de alta performance e baixo impacto ambiental. No continente, o estuário expandido do Recife pode ser compreendido como a extensão desta membrana anfíbia, lugar de suporte direto da vida continental – humana e dos demais seres vivos – que articularia os três principais corredores ecológicos naturais do estuário ampliado previstos no Projeto Parque Capibaribe, convênio da Prefeitura do Recife com a UFPE por intermédio do INCITI (as bacias hidrográficas dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió) com as demais membranas, buscando a continuidade dos fragmentos de Mata Atlântica e manguezais, ainda existentes no território recifense e de sua influência ambiental direta. Uma vez articuladas as ideias básicas, o conceito da “membrana anfíbia” procura ser um manifesto. A partir dos novos paradigmas, seriam lançadas as bases de um processo participativo com a população em todas as fases, transdisciplinar e construído no tempo. Tudo considerando que o Recife foi “inventado” a partir dos arrecifes que, inclusive, lhe deram o nome de batismo. Em sendo assim, uma parte importante da sua necessária “reinvenção”, face às enormes ameaças que se apresentam pela frente, deveria valer-se deste mesmo “código genético” marinho para criar um parque salvador no horizonte do mar que ajude a cidade a continuar mantendo-se acima do nível da água. Uma membrana anfíbia, portanto, para impedir o Recife de submergir. Mila Avellar Montezuma é arquiteta e urbanista pela UFPE.

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Nutrin Group triplica faturamento durante a pandemia e investe R$ 2,5 milhões

A pernambucana Nutrin Group está surfando no crescente mercado de suplementação alimentar no Brasil. Enquanto alguns setores ainda estão patinando na crise da atual pandemia, a empresa, que tem apenas três anos de operações, está lançando dois novos produtos e investindo na sua infraestrutura física no Recife, que ampliou 250m² para melhorias na estruturação logística e expansão do escritório. Os movimentos contaram com um aporte de R$ 2,5 milhões. Os investimentos retratam o momento econômico especial do grupo que já atende a mais de 200 mil clientes em todos os estados brasileiros e que neste ano performa a cada mês com o triplo do faturamento mensal de 2019. "Além do resultado estratégico de longo prazo da Nutrin Group com foco no marketing de influência, conteúdo e experiência, esse movimento de ascendência em 2020 está ancorado no efeito do isolamento social durante a pandemia. Com as pessoas em casa, o dinheiro que não era gasto nos espaços físicos passou a ser aplicado no ambiente digital, de onde somos nativos. E como os nossos produtos estão associados a saúde e ao bem-estar, valores que receberam maior atenção das pessoas, os números também retratam esse comportamento", analisa Robson Galvão, CEO da Nutrin Group. Os lançamentos da empresa nesse momento são o SineLim Energy, que possui componentes pensados para possibilitar mais energia para a realização de exercícios físicos ou maior produtividade na rotina de trabalho ou dos estudos, e o Gummy Kids, voltado para o público infantil, com a missão de fortalecer o sistema imunológico e também o desenvolvimento ósseo dos pequenos. Dentro do portfólio da empresa também estão inseridos o SineLim 360, um emagrecedor natural, o Gummy Hair, primeira goma de vitamina capilar do Brasil, e o Gummy For Men, voltado para o público masculino. Com foco no bem-estar, saúde e beleza, a empresa também prepara outras novidades para este ano, como o lançamento de um app de mindfullness e uma linha de cosméticos. Em franca ascensão, a empresa possui 90 funcionários e um faturamento mensal na casa dos sete dígitos. A marca se destaca pelo modelo DNVB, sigla em inglês para “marcas verticais digitalmente nativas” (Digitally native vertical Brand), no qual as empresas são voltadas totalmente para negócio digital, se relacionando diretamente com o consumidor final, controlando desde o processo de fabricação até a comercialização.

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Plastamp investe R$ 11 milhões em ampliação na fábrica de Suape

Do Complexo de Suape A Plastamp, fábrica de embalagens plásticas para bebidas, alimentos, cosméticos e farmacêuticos, localizada no Complexo Industrial Portuário de Suape, adquiriu, neste mês, terreno próprio para ampliar suas instalações. Há 16 anos em espaço alugado, a empresa está investindo R$ 11 milhões entre aquisição da nova planta e reformas no local, com área de cinco hectares. A fábrica, cuja matriz está localizada em Itupeva, em São Paulo, conta com a filial de Suape para atender as demandas do Norte e Nordeste. Com a ampliação, a Plastamp manteve os 146 postos de trabalho e gerou 18 novos empregos. Com a novidade, a capacidade produtiva da planta em Suape passará das atuais 4.500 toneladas por ano para 6.500 toneladas por ano. A perspectiva da empresa é de investir os recursos até 2025 na área adquirida e em novos maquinários, como injetoras modernas e montadoras. As novas aquisições vão garantir mais agilidade e eficiência nas entregas, além de aumentar a produtividade da fábrica. “A compra da área própria da Plastamp no Complexo Industrial Portuário de Suape mostra a confiança em investir em Pernambuco, fixando raízes no território para produção de embalagens plásticas. É uma grata satisfação ver o crescimento dos negócios no território, somando novos empreendimentos ao nosso polo de pré-forma plástica”, afirma Luiz Alberto Barros, diretor de Desenvolvimento de Negócios de Suape. “A localização estratégica da fábrica em Suape nos dá a possibilidade de atender de maneira rápida e eficiente os nossos clientes. A Plastamp tem 36 anos no mercado nacional e está há 16 anos no Complexo Industrial Portuário de Suape. A empresa vem reforçando seu atendimento no Norte e Nordeste, com aumento de tecnologia e de produção”, afirma o gerente da planta da Plastamp em Suape, Antônio Castilho.

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Quarteto de Violoncelos da Orquestra Criança Cidadã retoma agenda de recitais online

Na próxima quarta (16), a Orquestra Criança Cidadã inicia sua segunda sequência de recitais online no YouTube. Assim como no mês de agosto, os concertos – gravados na Caixa Cultural Recife – serão divulgados todas as quartas-feiras, às 20h, durante as próximas três semanas. A ideia é manter as apresentações musicais que seriam realizadas na Caixa Cultural Recife e foram interrompidas devido à pandemia do Covid-19. Abrindo a programação de setembro, o Quarteto de Violoncelos da OCC, formado por alunos veteranos do Núcleo do Coque – Miqueias Santana, Diego Dias, Gabriel David Marques e Davi Christian –, apresentará cinco peças: o terceiro movimento das “Seis peças para três violoncelos”, de Friedrich Dotzauer; o “Ave verum corpus”, de W. A. Mozart; a “Sarabanda”, de G. F. Händel; “Por uma cabeza”, de Carlos Gardel e Alfredo le Pera, e “Oblivion”, de Astor Piazzolla. “O quarteto surgiu da vontade que tivemos de fazer músicas só com violoncelos, pois sempre brincávamos com uns arranjos que fazíamos nos intervalos dos ensaios de naipe; e também por inspiração de outros grupos como o dos violoncelos da Filarmônica de Berlim. A escolha do repertório foi muito pela preferência de cada um: temos estilos muito diferentes e definimos o repertório colocando um pouco do que cada um gosta”, explica Diego Dias. PROPOSTA – Os recitais online foram uma das formas que a Caixa e a OCC encontraram para que o público possa continuar acompanhando os concertos dos alunos do projeto enquanto os concertos presenciais não têm previsão de volta. No dia 23, o Quarteto de Violoncelos realiza nova apresentação, com a participação do percussionista Thierry Santos. A Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque é um projeto social realizado pela Associação Beneficente Criança Cidadã, incentivado pelo Ministério do Turismo, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com patrocínio máster da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal. SERVIÇO [MÚSICA] Recital online do Quarteto de Violoncelos da Orquestra Criança Cidadã - parte 1 Local: Canal da Orquestra Criança Cidadã no YouTube (https://www.youtube.com/orquestracriancacidada) Data: 16 de setembro de 2020 (quarta-feira) Horário: 20h Duração: 20 minutos Classificação: Livre Patrocínio: Caixa e Governo Federal

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Museu da Abolição é restaurado

Situado em uma área privilegiada na cidade de Recife (PE), no tradicional bairro da Madalena, a edificação está sendo restaurada pela Construtora Biapó e marca a valorização da região, despertando interesse cultural graças a seu acervo de peças museológicas, pesquisas bibliográficas, hemerográficas (catálogos e outras publicações), fotográficas ou documentais e às diversas exposições temporárias, responsáveis por atrair estudantes, intelectuais, líderes de movimentos culturais afrodescendentes e a população em geral. Por ter sido a antiga residência de uma personalidade abolicionista, tornou-se espaço de reflexão, respeito, difusão e promoção da cultura afro-brasileira. Atualmente, a edificação encontra-se em estado regular de conservação. De modo geral, a estrutura da cobertura e o sistema elétrico estão mais comprometidos e necessitam de adaptações para atender às especificidades de funcionamento de um museu e garantir acessibilidade universal. Além das obras de restauração arquitetônica, estão previstas a execução de ações complementares que incluem um projeto paisagístico, a instalação de sistemas de prevenção e combate a incêndio, de ar condicionado e segurança. O jardim será totalmente revitalizado e receberá uma cobertura em lona tensionada para eventos. Uma ampliação do prédio anexo também será realizada para abrigar lojas e cafés. De próspero engenho de açúcar a museu, o local representa um marco na história do Brasil A formação do bairro da Madalena está ligada à construção de um imponente engenho de açúcar, ainda no século XVII. Depois de quase duzentos anos, essa majestosa residência pertenceu ao 3º Barão de Goiana, João Joaquim da Cunha Rego Barros. Anos mais tarde, João Alfredo Corrêa de Oliveira a recebeu como herança. Nessa época, a propriedade passou a ser conhecida como o “Casarão de João Alfredo”, abolicionista que, assim como Joaquim Nabuco, ficou conhecido por sua luta pelo fim do sistema escravagista.

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Faculdade Senac cria MBA em Internacionalização

Atento aos novos arranjos produtivos do Estado e nos movimentos econômicos de abertura dos mercados externos, o diretor da Faculdade Senac, Carlos Calado, tem sintonizado o portfólio da instituição ao segmento de mercados internacionais. Entre as novidades, um MBA em Internacionalização e o curso de extensão “Economia Mundial: Oportunidades nos Mercados Externos”, em parceria com o grupo português OPorto Forte. “Sob o cenário das relações econômicas cada vez mais globalizadas, a FacSenac busca fornecer instrumentos de capacitação para esse mercado, fortalecendo empresas e empreendedores individuais nessas relações com outros países”, pontua Calado.

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Perda de mobilidade durante o isolamento social afeta os idosos

Além do isolamento social, quebras na rotina de exercícios e alimentação tem produzido um efeito em cadeia na saúde de todos, sobretudo quando falamos da Terceira Idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, aproximadamente 20% das pessoas com mais de 75 anos são afetadas por sarcopenia, doença que ocasiona perda de massa e força muscular. Para Marcos Miranda Filho, médico radiologista da Lucilo Maranhão, o problema ainda é pouco conhecido. “Hoje em dia todos nós aprendemos a falar osteopenia e osteoporose, mas a sarcopenia ainda parece um nome estranho. Os ossos e músculos fazem parte do mesmo mecanismo, sendo igualmente importantes, apesar disso, fraturas e dores na articulação acabam em evidência”, comenta. Segundo o médico, a melhor prevenção da sarcopenia é o exercício físico e boa alimentação. “O sedentarismo conduz o corpo para um lugar de fragilidade, fazendo com o que os estímulos de contração dos músculos diminuam, o que consequentemente provocará a perda da massa muscular de forma mais acelerada” destaca. A sarcopenia costuma comprometer a velocidade da marcha, equilíbrio, coordenação motora e mobilidade do idoso, afetando diretamente sua autonomia. Vale destacar que os hábitos alimentares também estão intimamente relacionados ao avanço da doença. A dificuldade de mastigar, por exemplo, resulta no consumo de comidas fáceis de engolir, sem o planejamento nutricional necessário para atender às necessidades do corpo. Com isso, costumam ficar de fora as proteínas, nutrientes chave para a construção do tecido muscular. O tratamento da sarcopenia varia entre dieta orientada com suplementação e exercícios de resistência, de acordo com as condições físicas do paciente. “Para obter um diagnóstico detalhado e reverter o quadro, faz-se necessário exames que evidenciem a perda de massa muscular, como a densitometria (DEXA). Ambos feitos sob recomendação médica” finaliza Marcos Miranda Filho.

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