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FIEPE firma cooperação para impulsionar investimentos sustentáveis na Caatinga

Parceria com Instituto Amazônia+21 busca transformar o bioma em polo de desenvolvimento socioambiental e econômico A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) deu mais um passo em sua agenda de sustentabilidade ao firmar um acordo com o Instituto Amazônia+21 para atrair investimentos de impacto socioambiental na Caatinga. A iniciativa, assinada pelos presidentes Bruno Veloso (FIEPE) e Marcelo Thomé (Instituto Amazônia+21), pretende mobilizar recursos comerciais e filantrópicos para viabilizar soluções sustentáveis em um bioma que ocupa 84% do território pernambucano e 11% do país. Durante o lançamento da Facility Investimentos Sustentáveis, Veloso ressaltou a importância estratégica da iniciativa. “Esse trabalho identifica grandes projetos com vários parceiros. Vamos aprofundar e dar prosseguimento a essa atuação, que vai desenvolver diversos projetos estruturadores para o nosso estado. A Caatinga representa 11% do território nacional e 84% do território de Pernambuco. O que discutirmos é uma oportunidade de pensar em novos caminhos. Nossa gestão tem como um dos pilares a governança social, ambiental e corporativa, e iremos assumir o compromisso de ajudar a transformar boas ideias em ações concretas, com impacto real para quem vive e empreende em uma região com tanto potencial de desenvolvimento”, afirmou. Para Thomé, a criação de um fundo catalítico voltado à Caatinga é um instrumento essencial para garantir segurança jurídica e atrair capital em larga escala. “A gente precisa não só conservar o bioma Caatinga, como também restaurar. Quanto mais ativos naturais tivermos, mais negócios e inclusão econômica. É um ciclo de prosperidade virtuoso a partir da mobilização inteligente e orientada do capital, primeiro numa etapa filantrópica, para originar os projetos e, na sequência, trazendo veículos comerciais e recursos em volume para que esses bons projetos virem negócios”, destacou. A relevância do acordo foi reforçada por lideranças do setor produtivo e ambiental. “Na Caatinga habitam em torno de 30 milhões de pessoas e é um território de grandes possibilidades. Essa forma de financiamento vai poder transformar toda essa potencialidade em negócio, emprego e melhoria de qualidade de vida”, avaliou Anísio Coelho, presidente do Contema/FIEPE. Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Daniel Coelho, destacou que “desenvolvimento é termos solução sustentável, que a gente precisa caminhar de mãos dadas com economia e meio ambiente”. O evento contou ainda com a participação de representantes do Ibama, CPRH e dirigentes regionais da FIEPE, que ressaltaram a urgência de políticas conjuntas para garantir desenvolvimento econômico sem comprometer a preservação ambiental.

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Suape conquista 2º lugar no Índice de Gestão de Autoridades Portuárias

Porto pernambucano reforça posição entre os mais eficientes do Brasil em cerimônia do Prêmio Portos + Brasil, em Brasília O Porto de Suape alcançou a segunda colocação no Índice de Gestão de Autoridades Portuárias (IGAP) durante a 6ª edição do Prêmio Portos + Brasil, realizada nesta quarta-feira (20), em Brasília. Promovido pelo Ministério de Portos e Aeroportos, o evento reconhece anualmente a performance dos portos organizados e terminais de uso privado em diversas áreas de gestão. O destaque confirma Suape como um dos principais atracadouros do país, após ter conquistado o primeiro lugar na mesma categoria em 2024. O IGAP é monitorado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e avalia 15 indicadores que medem eficiência administrativa, governança, execução orçamentária, investimentos e gestão ambiental. Criado em 2020, o índice é considerado essencial para estimular a profissionalização e autonomia da gestão portuária no Brasil. Em 2025, os Portos do Paraná (Paranaguá e Antonina) ficaram com a primeira posição no ranking. “É uma grande satisfação representar todos os colaboradores de Suape nesta cerimônia de relevância para o setor. Registro, ainda, meus cumprimentos ao Tecon Suape pela conquista do primeiro lugar na categoria Crescimento de Movimentação Total, Variação Percentual. Essa vitória é fruto do empenho coletivo de todos os envolvidos na operação portuária”, afirmou o diretor-presidente de Suape, Armando Monteiro Bisneto, que participou da solenidade ao lado do diretor Jurídico, João Vítor Paiva, e do assessor especial Alexandre Cardoso. O histórico de bons resultados reforça o protagonismo do complexo pernambucano. Além da liderança em 2024, Suape já havia sido premiado em 2023, quando conquistou o 1º lugar no crescimento da movimentação de granéis líquidos, além de outras colocações de destaque. Em 2021, o porto figurou na 3ª posição do ranking do IGAP, consolidando uma trajetória de constante evolução em governança e eficiência operacional.

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Pernambuco em Parspectiva 21 08 2025 Foto Beto Figueiroa 40 Easy Resize.com

Tânia Bacelar e Paulo Guimarães discutem desafios e oportunidades no Pernambuco em Perspectiva

Em palestra, economistas analisaram as transformações globais, as fragilidades do Brasil e os ativos estratégicos do Estado, apontando saídas para reduzir desigualdades e aproveitar novas oportunidades. Foto: Beto Figuerôa O projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo realizou mais uma edição nesta quinta-feira (22), no auditório do Empresarial RioMar. Os palestrantes foram os economistas e sócios-fundadores da Ceplan Consultoria, Tânia Bacelar e Paulo Guimarães, que abordaram o tema “Alternativas de Futuro para Pernambuco”. O encontro reuniu empresários, gestores públicos e formadores de opinião para debater caminhos para o desenvolvimento sustentável do estado. Em sua fala, Tânia Bacelar destacou os impactos das grandes transformações globais — como mudanças climáticas, revolução tecnológica, tensões geopolíticas e alterações demográficas — sobre o Brasil e Pernambuco. Ela ressaltou que o estado ainda enfrenta entraves históricos, como desigualdade social e concentração de atividades no litoral, mas também possui ativos estratégicos capazes de sustentar um novo ciclo de crescimento, entre eles o Porto de Suape, sua diversidade produtiva e seus recursos ambientais. Já Paulo Guimarães apresentou uma proposta de agenda voltada para a transição econômica de Pernambuco. Ele defendeu a implantação do Plano de Mudança Econômica Ecológica (PerMEI), além de alinhar o estado às missões da Nova Indústria Brasil. O economista ressaltou ainda a importância de valorizar ativos já consolidados, como o polo automotivo da Stellantis, o Porto Digital, o complexo da saúde com a Hemobrás e o potencial em energias renováveis. O evento integra uma série de encontros promovidos pela Revista Algomais, em parceria com a Rede Gestão, que buscam debater estratégias de longo prazo para Pernambuco com base em pilares como educação de qualidade, sustentabilidade ambiental, inovação, empreendedorismo e infraestrutura. A mediação do evento foi realizada por Ricardo de Almeida. O encontro contou com participação ainda de Francisco Cunha, que apresentou a memória do projeto e apontou os próximos passos. O sócio da TGI anunciou que foram convidados para as próximas edições o prefeito do Recife João Campos e a governadora de Pernambuco Raquel Lyra A cobertura completa do evento de ontem será publicada na edição da Algomais do dia 29 deste mês. Confira os conteúdos do encontro Pernambuco em Perspectiva: 🔹 Apresentações em slides.🔹 Matéria publicada na revista Algomais.

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Investimentos em rodovias impulsionam PIB do transporte, aponta estudo da CNT

Levantamento mostra que aportes privados têm retorno mais rápido, enquanto recursos públicos são fundamentais para regiões menos atrativas economicamente. Foto: Freepik Os investimentos em infraestrutura rodoviária tiveram impacto decisivo no desempenho do setor de transporte brasileiro nas últimas duas décadas, segundo estudo inédito da Confederação Nacional do Transporte (CNT). A análise indica que aportes privados geram efeitos mais imediatos sobre o PIB do transporte, enquanto os públicos, embora mais lentos, são essenciais para ampliar a cobertura e reduzir desigualdades regionais. De acordo com a nova edição da Série Especial de Economia – Investimentos em Transporte, um aumento de 1% nos investimentos privados em rodovias gera crescimento instantâneo de 0,09% no PIB do setor, chegando ao pico de 0,17% em apenas nove meses. Já os investimentos públicos, no mesmo patamar, resultam em alta inicial de 0,02% e atingem 0,15% somente após um ano e meio. “Enquanto o setor público desempenha papel essencial na promoção de investimentos estruturantes, especialmente em áreas menos atrativas economicamente, o setor privado contribui com eficiência operacional, capacidade de execução e foco em metas de desempenho, como se observa nas rodovias concedidas”, destaca Vander Costa, presidente do Sistema Transporte. Os números reforçam o peso estratégico do setor na economia. Em 2024, o transporte movimentou R$ 366,26 bilhões – 3,1% do PIB nacional – e empregou 2,88 milhões de trabalhadores. O modal rodoviário é predominante, responsável por 65% das cargas e pela mobilidade de mais de 90% da população. Ainda assim, o país enfrenta gargalos estruturais: apenas 12,4% da malha é pavimentada e 67% das rodovias avaliadas estão em estado regular, ruim ou péssimo, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2024. A diretora executiva interina da CNT, Fernanda Rezende, lembra que a qualidade da infraestrutura impacta diretamente a competitividade do Brasil. “Ainda operamos com uma infraestrutura deficiente e desigual. Investir nesse setor não significa apenas aprimorar a malha logística, mas, também, impulsionar o crescimento econômico sustentável. Tanto os recursos públicos quanto os privados são indispensáveis. Quanto melhor forem direcionados, mais rápido e expressivo será o impacto no PIB do transporte e na competitividade do Brasil”, afirma. A CNT estima que seriam necessários R$ 99,77 bilhões para recuperar e manter a malha rodoviária do país, sem os quais o setor seguirá limitado em eficiência e competitividade.

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Ler para dizer: a semente da palavra nas mãos das crianças

*Por Matheus Lopes de Abreu Há algo de profundamente humano na palavra que nasce do encontro entre olhos e letras. Sempre que observo uma criança lendo, percebo que não é apenas um código que se decifra: é o mundo que se expande, é o pensamento que se organiza, é a língua que encontra seu ritmo dentro de nós. A leitura, para a infância, não é luxo nem ornamento; é a raiz silenciosa de toda expressão oral e escrita consistente. Como educador há alguns anos, sei que um bom texto – seja ele dito ou escrito – não se constrói no improviso. Ele é fruto de um repertório, de um estoque íntimo de palavras, imagens, ritmos e sentidos que a leitura oferece. Sem esse repertório, a criança se vê restrita a um vocabulário limitado, a uma estrutura de pensamento engessada, a um horizonte estreito. Com esse repertório, a criança descobre-se autora e narradora de si mesma. Ler é sempre um encontro: um livro fechado é apenas um objeto à espera de vida. A ciência da linguagem confirma o que a experiência em sala de aula já nos ensina: ler desenvolve a consciência fonológica, amplia o vocabulário, fortalece a compreensão sintática e afia a capacidade de argumentar. É no contato frequente com narrativas, poemas, reportagens, crônicas, ensaios e outros gêneros textuais que a criança internaliza modelos discursivos, compreende diferentes pontos de vista e aprende a articular ideias com coesão e coerência. Mas há também o que não cabe nos relatórios e nas tabelas. Ler é ouvir vozes que atravessam séculos e geografias, é encontrar-se em personagens, é sentir a vitalidade da língua percorrendo o pensamento e a imaginação. Uma criança que lê não apenas escreve melhor: ela fala melhor, pergunta melhor, escuta melhor. Por isso, na educação, acredito ser imprescindível oferecer livros como quem oferece caminhos. Qual caminho você escolheria para o seu filho? É papel da escola – e compromisso de todos que a integram – cultivar espaços de leitura que sejam, ao mesmo tempo, livres e cuidadosamente orientados, de modo que a criança possa explorar o prazer de ler e, simultaneamente, aprender a técnica de escrever e argumentar. Se quisermos formar escritores e oradores capazes, precisamos primeiro formar leitores atentos e apaixonados. Porque só quem bebe na fonte da leitura é capaz de devolver ao mundo palavras que alimentam, que convencem, que encantam e que fertilizam o terreno para uma comunicação viva. Portanto, é preciso olharmos para a leitura como uma espécie de semente: invisível no início, mas destinada a florescer em cada texto que a criança ousar criar – seja no papel ou no sopro da sua própria voz. *Matheus Lopes de Abreu é produtor cultural e coordenador pedagógico da rede Maple Bear Global School

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Revista Algomais é finalista com duas reportagens no Prêmio Sebrae de Jornalismo

Publicação pernambucana se destaca entre os trabalhos mais relevantes da etapa estadual, com reportagens sobre inovação na Caatinga e exportações de pequenos negócios A Revista Algomais está entre os destaques da etapa estadual do 12º Prêmio Sebrae de Jornalismo (PSJ), anunciada nesta terça-feira (19). A publicação pernambucana teve duas reportagens assinadas pelo jornalista Rafael Dantas selecionadas como finalistas na categoria Jornalismo em Texto. As matérias classificadas foram “Caatinga e Inovação: soluções do semiárido brasileiro para o mundo” e “Pequeno, porém exportador”. A reportagem sobre as inovações na Caatinga destaca como as pesquisas, tecnologias e saberes populares estão transformando o semiárido nordestino em referência de bioeconomia e regeneração ambiental. Já a matéria sobre exportação de pequenos negócios ressaltou como que, apesar das barreiras para levar seus produtos e serviços para fora do País, na última década mais empresas pernambucanas de pequeno porte começaram a atuar no mercado internacional. A presença da Algomais na lista reforça a relevância da revista no debate sobre economia, inovação e desenvolvimento regional. Nesta edição, Pernambuco bateu recorde de inscrições, com 117 trabalhos enviados, um aumento de 30% em relação a 2024. No total, 21 reportagens foram selecionadas para disputar os prêmios estaduais. Os vencedores de cada categoria serão conhecidos em setembro, em cerimônia realizada no Recife. Os primeiros colocados avançam para a fase regional e, posteriormente, podem chegar à disputa nacional, que reunirá os melhores trabalhos jornalísticos sobre empreendedorismo e pequenos negócios do país. A Algomais foi a vencedora da edição 2024 da etapa estadual do Prêmio Sebrae de Jornalismo, com a reportagem Elas cultivam inovação e ficou em segundo lugar no ano de 2023, com a série Desafios do Desenvolvimento de Pernambuco, em ambas ocasiões com reportagens assinadas pelo jornalista Rafael Dantas. Confira quem está na final No Jornalismo em Texto, os selecionados foram: Cinthya Leite, do Jornal do Commercio; Inês Cristina Couto Campelo e Sérgio Miguel Buarque, da Marco Zero Conteúdo; Maysa Sena, da Folha de Pernambuco; além das duas reportagens de Rafael Dantas, da Revista Algomais. Na categoria Áudio, concorrem trabalhos de Daniele Monteiro Barbosa Correia de Souza, Letícia Vitória Pereira Rodrigues e Lucas André Barbosa de Assis, da Rádio CBN Recife; Ernani Tavares, João Carneiro e Wesley Amaro, da Rádio Jornal; Nathan de Oliveira Santos e Tony Vasconcelos, do LeiaJá; e Wanderson Medeiros Amarantes e Helenilson Soares, da Rádio Maranata FM. Já em Jornalismo em Vídeo, estão entre os finalistas Bruno Fontes, Monica Cunha, Eliab Pessoa e Ezequiel Quirino, da TV Globo; Caíque Batista e equipe, também da TV Globo; Jessé Oliveira e equipe, da TV Asa Branca; Luís Boaventura e Silvio Francisco da Silva, do Diario de Pernambuco; além de Renata Araújo, Sérgio Rabelo Filho, Wilson Neto e Natan Júnior, da TV Guararapes. Na categoria Fotojornalismo, disputam Allison Torres da Silva, do Blog Fazenda Nova Online; Arnaldo Sete, da Marco Zero Conteúdo; Guga Matos e Maria Letícia Menezes, do Jornal do Commercio; Inês Cristina Couto Campelo, também da Marco Zero Conteúdo; e Rafael Vieira e Cléodon Coelho, do Diario de Pernambuco. Por fim, no Jornalismo Universitário, o trabalho de Marcus Luan Cecílio Nunes, com orientação de Zulenilton Sobreira Leal, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB Juazeiro), também foi selecionado.

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Poder da escuta: Um novo olhar sobre a habitação popular no Recife

Em seminário sobre habitabilidade, lideranças comunitárias, pesquisadores e urbanistas apontam que enfrentar enchentes e desigualdade exige ouvir as periferias, valorizar as singularidades e garantir a continuidade de políticas públicas. *Por Rafael Dantas “Ninguém vai morar em área de risco porque acha bonito. A culpa é de uma estrutura racista que fez com que as pessoas pretas e mais vulnerabilizadas fossem para esses locais”, sentenciou a líder comunitária da Vila Arraes e presidente da Associação Gris Espaço Solidário, Joice Paixão, durante a sua apresentação no II Seminário Recife Cidade Parque – Os Desafios da Habitabilidade no Recife. O evento foi realizado pelo projeto de pesquisa Recife Cidade Parque (fruto de convênio entre a Prefeitura do Recife e a Universidade Federal de Pernambuco) e as secretárias municipais de Habitação e de Desenvolvimento Urbano. A comunidade de Joice é banhada pelo Rio Capibaribe e foi uma das regiões do Recife que mais sofreu com as enchentes de 2022. Algumas casas foram cobertas até o telhado em pouco tempo. Um evento climático extremo, que ela descreve com outras palavras. “A gente passou um inferno. A enchente que levou uma casa inteira, um sofá, uma geladeira, destruiu vidas e levou muitas memórias. As perdas não foram só materiais”. Para a ativista, a discussão sobre moradia precisa estar articulada à adaptação climática territorial, considerando as particularidades geográficas do Recife e a vulnerabilidade social de seus moradores. Acima de tudo, ouvir a população negra e periférica. Ela considera que sem uma mudança estrutural – com governança inclusiva entre poder público, academia, sociedade civil e setor privado – as comunidades continuarão a pagar com vidas as falhas do estado. O cenário tratado por Joice e por quem mora nas periferias da cidade expõe uma necessidade histórica, que só foi agravada com as mudanças climáticas. O problema não é só de habitação, é amplo e envolve vários aspectos da moradia. Um conceito que se tornou conhecido como habitabilidade. “Em sua pesquisa sobre habitabilidade urbana para gestão de ocupações irregulares, defendida em 2007, Cláudia Castro resgata o que Simone Cohen, em seu estudo, concluído em 2004, define como cerne da questão da habitabilidade urbana: a inserção da unidade habitacional no espaço urbano, seja pela infraestrutura, serviços e equipamentos, seja pela inclusão como questão social”, ressalta Lúcia Veras, professora da UFPE e pesquisadora do projeto Recife Cidade Parque. A discussão alerta para a urgência do avanço das políticas urbanas, diante da pressão das mudanças climáticas, e para a insuficiência da maioria das ações, que se restringem à produção de novas unidades habitacionais. Sem planejar o transporte, a conexão com as oportunidades de trabalho, o acesso ao lazer e aos serviços básicos, os dramas vividos pelas populações mais vulneráveis por morar nos lugares mais distantes e com menor infraestrutura não serão resolvidos. No momento em que a capital pernambucana faz um esforço de planejamento de longo prazo, mas com execuções no curto e médio prazo, via o projeto Recife Cidade Parque, o olhar das populações marginalizadas é fundamental. O que o seminário deixou evidente é que quando pesquisadores e agentes públicos envolvidos na causa realizam estudos e planos feitos no escritório, sem a intensa participação popular, eles não contribuem para integrar as duas “cidades” – a formal e a informal –  que habitam no mesmo território, mas têm demandas muito distintas. EXPERIÊNCIA DE SÃO PAULO PARA INSPIRAR O RECIFE “É importante que o projeto de [habitação] valorize as singularidades de cada lugar, [e que seja concebido] dentro de uma visão sistêmica, do ponto de vista da integração desses espaços com o sistema de áreas públicas e da integração desse bairro com os bairros vizinhos e a cidade.” – Marcos Boldarini Durante o seminário, o arquiteto e urbanista Marcos Boldarini contou duas experiências exitosas da cidade de São Paulo na regeneração de um território. Tanto o projeto de urbanização do Cantinho do Céu (na Zona Sul de São Paulo), como a intervenção em assentamentos de São Bernardo do Campo, tiveram foco na qualificação de moradias mas, também, uma transformação mais ampla do espaço. No Cantinho do Céu, em São Paulo, um projeto de urbanização transformou uma área de 1,5 milhão de metros quadrados às margens da Represa Billings, beneficiando cerca de 10 mil famílias. A intervenção integrou infraestrutura básica, requalificação de ruas, vielas e escadarias, implantação de transporte aquático e criação de parque linear, áreas de lazer e equipamentos públicos. As soluções foram adaptadas ao relevo e às necessidades da população, com participação comunitária. Nos assentamentos de São Bernardo do Campo, uma intervenção em cerca de 500 mil m² beneficiou aproximadamente 3.300 famílias localizadas em áreas próximas à Represa Billings e à Serra do Mar. O projeto buscou integrar os assentamentos ao restante da cidade, superando barreiras como rodovias e relevo acidentado, enquanto respeitava remanescentes de Mata Atlântica e áreas ambientalmente sensíveis. Foram planejadas melhorias em moradias, espaços públicos e infraestrutura, articuladas com o plano diretor municipal, com foco na inclusão social, conexão com empregos e serviços. “Valorizar as singularidades de cada lugar do ponto de vista do projeto como uma reflexão única para esses locais, evita a ideia da mera reprodução do projeto”, afirmou Boldarini. Ao mesmo tempo, a intervenção deve integrar os desejos dessa população atendida diretamente pelas transformações com os demais contextos da cidade. “É importante que o repertório do projeto considere essas condições dentro de uma visão sistêmica, do ponto de vista da integração desses espaços com o sistema de áreas públicas e também da integração desse bairro com os bairros vizinhos e a cidade”, orienta o arquiteto. Experiências que dialogam com as expectativas do Recife Cidade Parque, que busca promover uma ampla transformação na capital pernambucana, com um olhar a partir das suas três principais bacias hidrográficas (dos rios Capibaribe, Beberibe e Tejipió) e da frente marinha. Além do parque linear ao longo dos rios, o projeto visa também valorizar os corredores que conectam os cursos d’água da cidade com os espaços verdes. DIRETRIZ E AS PRIORIDADES “Ao pensar nos desafios da habitabilidade do Recife hoje e

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Bezerros firma compromisso com a Agenda 2030 e adere ao Pacto pelos ODS

Município do Agreste de Pernambuco reforça atuação em políticas públicas de sustentabilidade e gestão integrada A Prefeitura de Bezerros, no Agreste pernambucano, oficializou sua adesão ao Pacto Nacional pelo Desenvolvimento Sustentável – Meu Município pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS). A iniciativa busca alinhar a gestão pública local à Agenda 2030, fortalecendo o compromisso com um futuro mais justo, equitativo e ambientalmente responsável. A assinatura do pacto foi realizada pela prefeita Lucielle Laurentino junto à Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CNODS). A partir dessa adesão, Bezerros passará por um processo de diagnóstico situacional e construção de um plano de ação com metas claras, baseadas em evidências. O objetivo é garantir maior integração no planejamento público, associado à transparência e à eficiência administrativa. Com essa medida, o município ganha maior visibilidade em cenários nacional e internacional, ampliando o alcance de suas boas práticas em sustentabilidade e abrindo espaço para parcerias estratégicas. Além de fortalecer a imagem institucional, a iniciativa contribui para inserir Bezerros na agenda da diplomacia municipal voltada ao desenvolvimento sustentável. Outro ponto destacado é a importância da participação social. A contribuição da população no acompanhamento e na formulação de políticas de sustentabilidade será determinante para o êxito da proposta. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) representam um chamado global para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e assegurar prosperidade e paz para todas as pessoas, metas que compõem a Agenda 2030 das Nações Unidas.

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Governo Federal se reúne com sindicato para discutir futuro do Metrô do Recife

Reuniões em Brasília, protestos e audiências públicas questionam a promessa de Lula de manter sistema fora do programa de desestatização Os metroviários de Pernambuco devem se reunir hoje (20) com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. O encontro foi articulado durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Recife. Na ocasião, a categoria realizou uma paralisação de 24h em protesto contra a privatização do sistema. Até hoje pela manhã, a reunião não estava confirmada na agenda oficial do ministério, que informou à Algomais que “As tratativas para realização dessa agenda estão em curso”. A assessoria de imprensa da Presidência da República confirmou que foi deliberado que o MGI receberia o Sindicato dos Metroviários e que a própria Secretaria Geral também participaria da reunião. Durante o ato em Brasília Teimosa, o presidente chegou a levantar uma camisa do movimento, mas a sua presença não foi confirmada nas articulações que o movimento tem feito em Brasília. O Sindicato dos Metroviários anunciou que fará reunião também com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Até o momento o ministério ainda não respondeu à Revista Algomais. A temperatura das manifestações dos trabalhadores subiu após uma matéria da CNN informar que o próprio presidente Lula viria ao Recife em setembro para fazer um anúncio da concessão. Diferente do que foi publicado na reportagem, a assessoria de imprensa da Presidência da República negou a previsão da agenda para a capital pernambucana em setembro. CONTEXTO DO CONFLITO A transferência para o Governo do Estado e na sequência para a iniciativa privada é uma defesa da governadora Raquel Lyra. No entanto, o movimento de resistência à privatização tem reforçado a mensagem de que o presidente Lula se comprometeu durante a campanha de 2022 em retirar a empresa do Programa Nacional de Desestatização (PND), criado pelo Governo Bolsonaro. Além da cobrança da palavra do presidente, a argumentação do movimento é também de alertar para os resultados da concessão do Metrô de Belo Horizonte. Com menos de três anos de privatização do serviço, a passagem disparou e já é de R$ 5,80. A pretendida expansão do sistema também não aconteceu. O sistema vive uma crise sem precedentes desde que entrou no PND. Com investimentos e recursos para custeio escassos, houve uma redução da frota de trens, queda na velocidade da operação e uma diminuição significativa de usuários. Além disso, o sistema passou a fechar aos domingos, a exemplo do que acontece também no Metrô de BH. ARTICULAÇÃO POLÍTICA LOCAL NA CÂMARA E NA ALEPE Após a paralisação dos Metroviários durante à visita presidencial, lideranças políticas locais intensificaram mensagens de crítica ao projeto de concessão, desenhado pelo Governo Bolsonaro, mas que segue em curso no Governo Lula. A vereadora Liana Cirne (PT) protocolou o Requerimento nº 7327/2025 na Câmara Municipal do Recife, manifestando oposição à proposta de concessão do Metrô do Recife à iniciativa privada. O documento faz um apelo ao presidente Lula, à governadora Raquel Lyra e a ministros do governo federal, defendendo que a gestão do sistema permaneça pública, com investimentos diretos para modernização e ampliação. Na justificativa, a parlamentar alerta para riscos já observados em outras concessões, como aumento de tarifas, redução de linhas pouco lucrativas e perda de transparência. Para Cirne, o metrô é um patrimônio público estratégico, fundamental para trabalhadores e estudantes em situação de vulnerabilidade, e deve ser mantido sob controle estatal para garantir tarifas acessíveis e integração metropolitana. Na Alepe, acontece hoje uma audiência pública, convocada pelo deputado Waldemar Borges, Presidente da Comissão de Administração Pública, solicitada pelo Deputado João Paulo com a finalidade de discutir “a tarifa zero, a evasão de receitas e o surf ou morcegamento nos transportes metropolitanos no Recife”. O encontro será mais um palco de debate do sistema, que deverá ter em breve uma audiência pública exclusiva para discussão dos rumos do Metrô do Recife. DEPUTADO FEDERAL CRITICA PRIVATIZAÇÃO Em recente entrevista, logo após as manifestações, o deputado Carlos Veras, único representante do PT-PE na Câmara Federal, realizou duras críticas ao processo de concessão ao sistema. Antes da paralisação, a senadora Teresa Leitão (PT-PE), a deputada estadual Dani Portela (PSOL-PE) e a vereadora do Recife Cida Pedrosa (PCdoB-PE) foram algumas das vozes no parlamento contrárias ao projeto de privatização. A defesa dessa ala, alinhada ao discurso sindical, é que sejam realizados os investimentos de recuperação do sistema, como aconteceu na primeira gestão do Presidente Lula, no início dos anos 2000. Na época, os trens foram reformados, aconteceu a ampliação do percurso, com inauguração da Linha Sul e o quadro operacional foi reforçado com um concurso público. Anos depois, foram comprados ainda os VLTs, que aposentaram as locomotivas movidas a diesel, e os novos trens elétricos da companhia espanhola CAF. PARCERIA COM OS URBANITÁRIOS Uma das novidades recentes da articulação é uma parceria com o movimento dos urbanitários, que também resistem à privatização da Compesa pelo Governo do Estado de Pernambuco. Tanto no caso da privatização dos sistemas sobre trilhos como das companhias de abastecimento tem históricos de concessões fracassadas, marcadas por redução da oferta de serviços, aumento de tarifas e ampla dificuldade de regulação do poder público. A manutenção de ambos os projetos desconsidera as discussões técnicas e as experiências recentes. No próprio de Pernambuco, a falência da malha ferroviária, que fazia o transporte de cargas, aconteceu pouco tempo após a privatização em 1999. O novo projeto da Transnordestina, que nasceu em 2006, também entregue à iniciativa privada, completa 19 anos sem transportar um quilo de carga no Estado que tem o maior porto do Nordeste e um robusto parque industrial. A Algomais já discutiu ambos os projetos nas reportagens especiais O desafio para ofertar água e tratamento de esgoto em Pernambuco e Qual a saída para o Metrô do Recife?. AÇÃO NAS REDES E NAS RUAS O historiador e influenciador Jones Manoel, que possui 1,3 milhão de seguidores no Instagram e mais de 545 mil inscritos no YouTube, tem reforçado as críticas ao processo de privatização do Metrô

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Inovações educacionais movimentam a Jornada Bett Nordeste 2025 no Recife

Mais de 40 empresas e startups apresentam soluções tecnológicas e criativas para o setor de educação Nos dias 27 e 28 de agosto, o Recife Expo Center recebe a Jornada Bett Nordeste 2025, um dos maiores encontros de educação da região. Além de mais de 60 palestrantes nacionais e internacionais, o evento contará com uma ampla área de exposição, reunindo mais de 40 empresas e startups que trazem soluções inovadoras para gestores, professores e profissionais do setor. A visitação é gratuita, mediante inscrição online. Entre os expositores confirmados estão iniciativas que dialogam com os principais desafios da educação. A Amais apresentará suas ferramentas para impulsionar matrículas; o ANTON levará sua plataforma gratuita com mais de 150 mil atividades; e a Beatek Sirenes mostrará o Tok Escola Plus, um sistema de sinalização sonora musical para instituições de ensino. Já o Cel.Lep e a World Opportunity trazem propostas de internacionalização e bilinguismo, enquanto soluções tecnológicas de aprendizagem ficam por conta da Classgame, pioneira em livros didáticos gamificados, da ZOOM education for life, com trilhas de pensamento computacional, e da Virtuar, com projetos voltados ao desenvolvimento socioemocional de jovens. A diversidade de experiências será um dos pontos altos da exposição. A CESAR School apresentará programas voltados à formação em profissões digitais e impacto social, enquanto a Elo Editorial e a PeraBook trarão experiências de leitura com realidade aumentada. O Grupo Etapa divulgará o SigmaCamp, um acampamento de verão inspirado no modelo norte-americano, voltado a áreas STEM e aberto a estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. A MAIA e a Reinventando a Educação também se destacam ao trazer metodologias inclusivas e soluções para saúde mental e gestão psicossocial. Além das propostas pedagógicas, a feira contará com fornecedores especializados, como a Interative Tecnologia (segurança patrimonial), a Krenke Pernambuco (playgrounds adaptados), o SCA Educacional (segurança jurídica em escolas) e a parceria entre Studio DLUX, MONO Design e BAYA, que une arquitetura, mobiliário e jornadas pedagógicas criativas. Com essa diversidade de soluções, a Jornada Bett Nordeste 2025 se consolida como um espaço estratégico para negócios, networking e atualização do setor educacional. ServiçoEvento: Jornada Bett Nordeste 2025Data: 27 e 28 de agostoLocal: Recife Expo Center – Recife/PEVisitação: gratuita, mediante inscrição no site oficial: brasil.bettshow.com/jornadabettnordeste

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