Confiança dos empresários do comércio recua no Recife e reflete cautela com economia nacional
Índice da Fecomércio-PE aponta queda nas percepções sobre as condições atuais do setor, com destaque para a avaliação negativa da economia O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) registrou leve queda de 0,1% em maio no Recife, marcando 101,4 pontos. O resultado, divulgado pela Fecomércio-PE com base em levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), representa uma retração de 6,9% em relação a maio de 2024. O recuo sinaliza um enfraquecimento das percepções dos empresários sobre o cenário atual da economia e do próprio setor comercial. O principal responsável pela retração no índice foi o componente de Condições Atuais, que caiu 7,4% no mês e acumula queda de 15,9% em 12 meses. A percepção sobre a economia nacional teve destaque negativo, com recuo expressivo de 23,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo 53,2 pontos. A avaliação do comércio local também contribuiu para o resultado, com queda de 10% no mesmo intervalo. Segundo o presidente do Sistema Fecomércio-PE, Bernardo Peixoto, os empresários estão mais cautelosos diante do cenário macroeconômico. “Os empresários estão mais cautelosos diante do ambiente econômico nacional, ainda pressionado por uma taxa Selic elevada e por um mercado de trabalho que perdeu dinamismo em abril. Esse conjunto de fatores afeta diretamente as decisões de investimento e contratação pelo empresário”, afirmou. Na avaliação do economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, o ambiente de restrição monetária segue como entrave para o crescimento do setor. “Com a inflação acumulada em 12 meses em 5,53%, acima do teto da meta de 4,5%, a taxa Selic em 14,75% ao ano restringe o acesso ao crédito e impõe obstáculos à expansão do consumo das famílias. Esse ambiente de restrição monetária compromete a percepção das empresas sobre o momento atual, ainda que haja expectativa moderada de recuperação no médio prazo”, pontuou. A Fecomércio-PE realiza mensalmente estudos conjunturais e recortes locais de indicadores nacionais, como os da CNC e IBGE, por meio de sua Assessoria em Economia e do Instituto Fecomércio-PE, contribuindo para o entendimento do ambiente econômico e das expectativas do setor comercial pernambucano.