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Fabio Marra e Angela DUO

Duo Italiano realiza show em homenagem ao centenário de Maria Callas no Recife

A turnê internacional em celebração aos 100 anos de nascimento de Maria Callas, considerada a maior intérprete operística do século XX, chega ao Recife no próximo sábado, dia 16, às 20h, em uma única apresentação no Teatro do Parque. O "Recital Operístico: Angela Papale e Fabio Marra - Homenagem aos 100 anos de Maria Callas" é protagonizado pelo duo italiano e apresenta um repertório composto por obras de renomados compositores como Giuseppe Verdi, Giacomo Puccini, Pietro Mascagni e Paolo Tosti, entre outros. A entrada é gratuita, e os ingressos podem ser adquiridos pelo site da Sympla: [https://bit.ly/RecitalOperistico_Recife]. A soprano Angela Papale, com uma intensa carreira como concertista em diversos países, e o pianoforte Fabio Marra, reconhecido por suas habilidades em piano, composição e direção de orquestra, unem seus talentos para uma homenagem musical à diva da música lírica. A turnê, promovida pelos institutos italianos de Cultura de São Paulo e do Rio de Janeiro, conta com o apoio da Embaixada da Itália em Brasília e a colaboração dos consulados italianos do Recife, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre. Maria Callas, nascida em Nova Iorque em 1923, tornou-se uma referência na ópera, apresentando-se em palcos mundialmente renomados, inclusive no Brasil. Faleceu em 1977, deixando um legado que é agora honrado por Angela Papale e Fabio Marra nesta turnê especial. Serviço:

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coral no ponto

Cantata natalina se apresenta hoje no Pátio do Livramento

Hoje, às 15h, no Centro do Recife, o coral Canto no Ponto proporcionará uma cantata natalina para criar uma atmosfera festiva e atrair o público. O evento acontecerá em um estande no Pátio do Livramento, no Bairro de São José. Sob a regência do Maestro Jadson Oliveira, o conjunto vocal promete encantar os presentes. A apresentação, aberta ao público, é parte da iniciativa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Recife) e seus parceiros, como parte da campanha Natal Premiado, lançada na semana passada. A campanha tem como objetivo impulsionar as vendas no varejo durante o período festivo e premiar consumidores e vendedores.

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Vendas de produtos orgânicos no país crescem 30%, aponta pesquisa

(Da Agência Brasil) Uma pesquisa feita por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) mostrou que, apesar de o Brasil ser vasto em terras cultiváveis e ter um dos principais mercados agrícolas do mundo, incluindo o de produtos orgânicos, ainda há falhas no levantamento de dados referente ao cultivo de orgânicos no país. A pesquisa foi publicada no último dia 24 na revista científica Desenvolvimento e Meio Ambiente. A pesquisa se baseou em dados do Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO), realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e informações sobre consumo de pesquisas da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo os dados, entre 2003 e 2017, as vendas de produtos orgânicos no país aumentaram quatro vezes. No ano de 2020, tiveram expansão de 30%, com o movimento de R$ 5,8 bilhões. Há ainda 953 certificações de orgânicos para produtos importados, de um total de 23 países, segundo dados do Mapa. São alimentos provenientes de espécies características de outros países (como amaranto, quinoa, damasco, azeite de oliva). A pesquisa também revelou que houve aumento de 75% no cadastro de produtores de orgânicos no país em quatro anos (2017 a 2022).  De acordo com a pesquisa, 1,28% das áreas de cultivo é referente a propriedades com agricultura orgânica e, dessas, 30% estão no Sudeste do país. Estimativas apontam que esse tipo de cultivo ocupa 0,6% das áreas agrícolas do país, com predomínio da produção vegetal em 36.689 estabelecimentos. Os outros 17.612 estabelecimentos dedicam-se à produção animal, enquanto uma parcela menor de 10.389 estabelecimentos têm produção animal e produção vegetal orgânicas.  “A oferta ainda não está bem esclarecida. A pesquisa mostra que há tendência de aumento da demanda, mas que a produção não suprirá essa demanda. Isso não está muito bem claro e precisa ser melhor estudado. Não está claro também os produtos que são mais demandados”, disse a pesquisadora da UFRGS Andreia Lourenço.  Para a pesquisadora, para melhorar esse quadro, é preciso abrir mais instâncias de participação na sociedade para construir isso junto com o consumidores e com produtores, já que esses espaços de discussão são essenciais para a elaboração de políticas públicas adequadas para os diferentes contextos existentes no Brasil. “E que elas possam aprimorar ações que levem em consideração justamente esses diferentes contextos também pensando nas ações para diferentes escalas. Uma coisa é pensarmos numa escala mais local, outra coisa é a gente pensar em escala mais regional ou territorial. Por isso é importante ter não só uma política nacional, mas políticas estaduais de agroecologia e produção orgânica”, afirmou Andreia. Para Carla Guindani, da empresa Raízes do Campo, que atua no setor de orgânicos da agricultura familiar, é necessário que haja investimentos nesse setor, principalmente para o desenvolvimento de tecnologias para produção de sementes, o que é a base de todo esse processo, porque são essas famílias que de fato fazem a produção agroecológica no Brasil hoje. Ela destacou ainda a importância do acesso a bioinsumos, maquinários adequados e da certificação de alimentos orgânicos. "Hoje há muito essa dúvida sobre comercializar e depois certificar porque é um processo caro e geralmente o agricultor não tem esse recurso. Poderia se criar uma metodologia e um incentivo de certificação sem a participação tão expressiva das certificadoras privadas que têm esse alto valor agregado", disse. Segundo ela, a logística também impacta no preço dos produtos, porque não há eficiência para fazer a distribuição. Outro item é a comercialização da produção orgânica, já que o varejo precisa compreender o novo momento vivido com a crescente demanda pelo consumo desses produtos. "O varejo precisa aumentar o espaço na gôndola para oferecer os produtos agroecológicos para o consumidor e entender que esse segmento tem um valor agregado e que o consumidor está buscando esse tipo de produto. O preço sempre é o fator limitante e a gente vai diminuir o preço quando houver o aumento de consumo. E, quando há tecnologias adequadas para produção, diminui o custo da produção, e esses alimentos chegam ao supermercado e ao consumidor com preço mais acessível." Ela analisou ainda que a agroecologia é o único caminho que resta para a humanidade frear as mudanças climáticas. “Elas estão aí é são a prova da necessidade e da urgência de mudarmos os nossos hábitos de consumo e de relacionamento com o meio ambiente. O desmatamento, os monocultivos e o uso intensivos de agrotóxicos vêm cada vez mais provando ser um modelo inviável.” Para Carla, a mudança de hábitos é necessária para criar um mecanismo e situações nas quais o relacionamento com o meio ambiente aconteça a partir da preservação e da regeneração. “E esse protagonismo está na agricultura familiar.”  

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Psicóloga alerta sobre a Síndrome da Gaiola de Ouro

A dificuldade em romper laços em meio à exposição pública e pressões sociais. Jullyanna Cardoso de explica síndrome que afeta Ana Hickmann e Naiara Azevedo Dentro do contexto dos relacionamentos abusivos, emerge a notável presença da Síndrome da Gaiola de Ouro, uma intricada realidade analisada pela psicóloga Jullyanna Cardoso. Esta condição denota a desafiadora situação vivenciada por mulheres que são vítimas de violência doméstica, nas quais seus parceiros exercem controle sobre diversos aspectos de suas vidas. A psicóloga adverte que a Síndrome da Gaiola de Ouro manifesta-se de maneira acentuada quando o relacionamento abusivo está entrelaçado a questões de status, profissão e famílias reconhecidas. “Em muitos casos, as mulheres se tornam prisioneiras da relação, especialmente se possuem um considerável patrimônio e desfrutam de um alto padrão de vida”. O ponto inicial para que as vítimas possam compreender e denunciar a violência psicológica reside na identificação desse tipo de abuso. Conforme destacado por Jullyana Cardoso, essa identificação pode ocorrer por meio do reconhecimento do desrespeito, evidenciado em verbalizações inadequadas, discursos que envolvem humilhações, ofensas, intimidações e até mesmo ameaças de morte. A psicóloga observa que essa forma de manipulação está intrinsecamente ligada a diversas dinâmicas de poder. Recentemente, figuras públicas como Ana Hickmann e Naiara Azevedo exemplificaram esse processo ao denunciarem agressões físicas e psicológicas por parte de seus parceiros. A apresentadora acusa seu marido, Alexandre Correa, de violência doméstica, enquanto a cantora relata ter sido ameaçada e prejudicada devido à metade dos direitos de sua carreira pertencerem ao ex-companheiro, Rafael Cabral. Esses casos destacam a importância de expor e confrontar situações de violência psicológica, contribuindo para a conscientização e combate a esse tipo de abuso. "A Síndrome da Gaiola de Ouro é um fenômeno que transcende a violência física. Ela se manifesta de forma intensa em relações onde fatores como status, profissão e reputação familiar são elementos de controle. A exposição pública e o julgamento social tornam-se grilhões psicológicos, dificultando a busca por ajuda e a tomada de decisões libertadoras", disse a especialista em saúde mental, Jullyanna Cardoso. A complexidade do cenário se intensifica ainda mais quando a exposição pública e o receio do julgamento por parte de familiares e amigos entram em cena. Nesse contexto, a capacidade de reação dessas mulheres é severamente restringida, o que as leva, em muitos casos, a permanecer em relacionamentos aparentemente normais, mas que, na realidade, são fachadas para ocultar a violência e o abuso que enfrentam. Esse receio do estigma social e a pressão para manter uma imagem de normalidade podem ser fatores determinantes que contribuem para a perpetuação dessas relações prejudiciais. “O motivo é muitas vezes o desejo de atender às expectativas sociais e manter a ilusão da 'família perfeita', frequentemente retratada em redes sociais e eventos públicos”. A psicóloga destaca que a violência psicológica, denominada como a "Gaiola de Ouro", ultrapassa as fronteiras das classes sociais. “A expressão "Ruim com ele, pior sem ele?" ganha proeminência ao explorarmos relações conjugais abusivas. Nesse contexto, observa-se uma dependência relacional em que o indivíduo abusado reconhece os prejuízos da relação, contudo, teme a perda do parceiro e o consequente abandono. A carga afetiva nestes casos é significativa, levando o parceiro a acreditar que, sem o outro, sua vida seria insuficiente".

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Casa de Maria apresenta a Coleção Capiba no Aria Social, nesta terça (12)

As artesãs da Casa de Maria, vinculada ao projeto Aria Social, estão prestes a lançar a Coleção Capiba, uma nova linha de produtos que será apresentada durante um evento na sede do Aria Social, localizada em Piedade, na tarde da próxima terça-feira, dia 12 de dezembro. A designer Luly Vianna lidera a direção da coleção, que é inspirada nos figurinos concebidos por Beth Gaudêncio para o musical "Capiba, pelas ruas eu vou," uma produção que celebrou os 30 anos do Aria Social e acumulou sete temporadas. Com 24 peças únicas, a Coleção Capiba será apresentada em um desfile realizado em parceria com as marcantes marcas autorais pernambucanas Caroll Falcão (especializada em roupas atemporais e afetivas em linho e cânhamo), Vitalina (criadora de sapatos artesanais que perpetuam as belezas do sertão nordestino) e Verde Joias (dedicada a joias artesanais inspiradas em elementos naturais), sob a habilidosa direção de cena de Romildo Alves. O evento ainda recebe o toque da renomada arquiteta Roberta Borsoi, responsável pela organização da disposição das peças e marcas no espaço do Aria Social. A coleção destaca o crochê como peça central, apresentando nove modelos de bolsa (além de pochete, mochila e carteiras), chapéu bucket e chaveiros. Completando a coleção, há seis versões de almofadas, quatro variações de vaso e uma fruteira como objetos de decoração. A designer Luly Vianna compartilha sua empolgação ao afirmar: "É uma alegria criar com os artesãos da Casa de Maria uma coleção que apresenta a alma pernambucana, por meio do espírito vibrante do frevo, e inova a forma de trabalhar com crochê. Com ela, celebramos a riqueza da cultura, a magia das artesãs e o poder do trabalho coletivo." Os produtos da Coleção Capiba são agrupados em cinco temas: frevo, Missa Armorial (título da obra-prima de Capiba), papangu, carnaval anos 30 e rosa amarela, todos inseridos no universo do renomado compositor pernambucano. Todas as peças são cuidadosamente confeccionadas com materiais sustentáveis, como barbante ecológico, fio de seda, brim, junco e palha de jornal. As marcas parceiras prepararam peças especiais para compor o visual das bailarinas do Aria Social e das próprias artesãs da Casa de Maria, que terão a honra de apresentar a coleção. A presidente do Aria Social, Cecília Brennand, compartilha sua expectativa: "Será uma experiência única de moda, solidariedade e beleza, uma tarde de celebração do trabalho realizado pela Casa de Maria, com o lançamento da coleção que leva o nome do nosso compositor mestre da cultura pernambucana." Serviço: Lançamento da Coleção Capiba 12/12/2023 - A partir das 16h Aria Social - Av. Ayrton Senna da Silva, 748 - Piedade - Jaboatão dos Guararapes-PE Ingresso: R$ 50,00 convertidos em compras de produtos da Casa de Maria durante o mês de dezembro. Instagram: @projetocasademaria

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Casa-Grande & Senzala: “Vai ser sempre um livro bastante quente no sentido do debate”

*Por Rafael Dantas O sociólogo, que dá nome ao Aeroporto Internacional do Recife e recebeu condecorações em várias partes do mundo, era um avô amoroso e que gostava de passear com os netos no jardim ao redor de sua casa. Gilberto Freyre Neto, o filho mais velho de Fernando Freyre (segundo filho do escritor), só veio a perceber todo o mito em torno das obras do avô anos depois de sua partida. “Quando Gilberto faleceu, eu iria completar 14 anos de idade, então, era muito jovem. Eu nunca conheci o escritor Gilberto Freyre em vida, a minha relação era a de avô e neto. Conheci bastante o avô Gilberto Freyre, muito carinhoso, atencioso, muito divertido, sempre tinha tempo para a gente, apesar de estar sempre escrevendo, sempre produzindo, sempre trabalhando, mas quando os netos chegavam na casa grande, isso se transformava num ambiente recreativo para ele e pra gente”, conta Gilberto Freyre Neto. O convívio mais próximo, das memórias dos passeios pelo sítio onde está a Casa-Museu foi até aproximadamente aos 12 anos. Depois, a saúde do sociólogo, já coms 85 anos, não permitia tantos momentos juntos. Gilberto Freyre Neto conta que o avô pintava com as gerações mais jovens da família. De forma lúdica, aqueles desenhos refletiam trechos marcantes da sua obra. “Imagine que pintar com o neto era uma grande aventura. Ele ia explicando, isso não era apenas um ato isolado. Quando o Gilberto ia pintar alguma coisa, brincava, dizia antes o que ia pintar. A gente rabiscava até ficar do jeito que ele gostava. Ele contava histórias, fazia pintura e passeava com a gente no sítio, que tem uma mata verde que protege aquela casa grande”. Toda a vegetação no entorno da casa é ao mesmo tempo uma proteção e um grande laboratório de Gilberto sobre a miscigenação no campo cultural. Ele monta aquele jardim com árvores que vêm de mudas de diferentes partes do mundo. O conhecimento do legado deixado pelo avô ao pensamento sociológico brasileiro veio anos depois. “Eu só vou descobrir Gilberto Freyre escritor um pouco mais velho. Eu já tinha acesso à Casa-Grande & Senzala em Quadrinhos. Mas era uma leitura gratificante e divertida como era a Turma da Mônica ou Mickey Mouse para uma criança de 8, 10 anos. Mas com o passar do tempo, obviamente, pela convivência com meu pai e com a já existência da Fundação Gilberto Freyre, com a universidade abrindo os horizontes para o novo aluno, a gente vai ter acesso a uma quantidade enorme de informações, de pesquisas e vai mergulhando nos temas e vai visualizando Casa-Grande & Senzala e tantos outros livros.” Além do clássico mais conhecido, estão na lista dos prediletos de Gilberto Freyre Neto as obras Assombrações do Recife Velho, Açúcar, os Guias Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife e da cidade de Olinda, além do seu favorito Sobrados e Mucambos. “Foi em cima da obra de Gilberto que eu naveguei pelo acesso e até pela responsabilidade que tive quando me tornei superintendente-geral da Fundação Gilberto Freyre durante muito tempo. Fazia parte do desafio conhecer mais a obra, até para apoiar a sua preservação. Sem dúvida, um dos maiores legados que o brasileiro pode deixar ao seu País, é uma análise, uma referência para as próximas gerações. O olhar de Gilberto sobre o Brasil sempre foi muito positivo e agora a gente precisa pagar o preço dessa análise e transformar no futuro aquilo que Gilberto pensou no passado”. Sobre Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre Neto considera ser uma obra que não foi construída dentro de uma biblioteca, mas de todas as lições e fontes que o escritor bebeu em suas andanças pelo mundo. Apesar de ter escrito o livro aos 33 anos, o neto lembra que o avô já era um autor com vasta experiência pelos artigos que escrevia para o Diario de Pernambuco desde os 15 anos de idade. É dessa habilidade e do olhar apurado que ele construiu a obra que provoca debates 90 anos depois. “Vai ser sempre um livro bastante quente no sentido do debate, porque ele tem esses componentes de trazer a riqueza que é a sociedade brasileira, que começa dentro dessa tríade do branco, do preto, do índio — ou do europeu ibérico, do africano da Costa Ocidental Subsaariana e do ameríndio brasileiro. Um mix que justifica uma série de comportamentos dessa sociedade que temos hoje. Eu acho que esse é o desafio de Casa-Grande & Senzala: fazer com que as pessoas reflitam sobre o que elas são hoje a partir de um olhar que foi congelado no tempo há 90 anos. As críticas evoluíram e evoluem cotidianamente e são hoje críticas novas, na sua maioria que explicam, que justificam e que demonstram que a obra não é um livro importante apenas para o Brasil, mas justifica o comportamento do homem em muitas partes do mundo”, avalia Gilberto Freyre Neto. *Rafael Dantas é jornalista e repórter da Revista Algomais (rafael@algomais.com | rafaeldantas.jornalista@gmail.com) LEIA TAMBÉM 90 anos de Casa-Grande & Senzala: uma obra ainda atual

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capa 247 casa grande

90 anos do clássico Casa-Grande & Senzala: uma obra ainda atual

Ao completar 90 anos, Casa-Grande e Senzala permanece essencial para compreender o Brasil *Por Rafael Dantas A obra prima de Gilberto Freyre, Casa-Grande & Senzala, completou 90 anos. Inovador na escrita, na metodologia e no conteúdo, o autor e seu primeiro livro seguem alvos de debates dos mais acalorados no País. Criticado e elogiado, o clássico analisou a formação da sociedade brasileira, destacando a influência da miscigenação cultural num período em que se fortalecia o racismo no mundo. O lançamento de Casa-Grande & Senzala coincide com o ano de chegada ao poder do nazismo. “É o momento em que Hitler ascende ao governo na Alemanha com a proposta de criar uma raça especial, branca, ariana. Aqui no Brasil surge Gilberto Freyre com Casa-Grande & Senzala ressaltando a importância da presença dos afrodescendentes no Brasil, indicando que aquela visão que se tinha do que poderia ser um país com um futuro nefasto ou imprevisto, seria exatamente o contrário. Essa seria a riqueza que o Brasil poderia trazer no contexto da humanidade. Na contramão do pensamento ariano, que passava a predominar na Europa”, analisou o pesquisador Túlio Velho Barreto, na abertura do 1º Seminário do Pensamento Social Brasileiro, promovido pela Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco). O evento mobilizou pesquisadores de todo o País para discutir Por que (ainda) ler Casa-Grande & Senzala 90 anos depois? Como um clássico, o livro que dissertou sobre as interações entre senhores e escravizados, explorando as complexidades do sistema escravocrata e sua influência na identidade nacional, ajudou a explicar o Brasil do início do século passado e hoje contribui para entender os legados deixados por essa formação baseada nas relações familiares patriarcais e na economia da monocultura agrícola. “A história de contato das raças chamadas superiores com as consideradas inferiores é sempre a mesma. Extermínio ou degradação”, escreveu Freyre, há 90 anos. Embora o autor tenha denunciado a violência da colonização, ele é apontado pelos críticos como alguém que também suavizou a percepção das tensões do sistema escravista que imperou no País por séculos e deixou suas marcas até os dias de hoje na sociedade brasileira. O sociólogo Jessé Souza, conferencista do seminário promovido pela Fundaj, explicou que o racismo era explícito e predominante mesmo entre os intelectuais no início do século passado. Quando Freyre nasceu, por sinal, havia passado apenas 12 anos da assinatura Lei Áurea, que marcou oficialmente o fim da escravidão no Brasil. O pensador considera que o mestre de Apipucos é um ponto de ruptura desse pensamento no País. “Quem foi que possibilitou transformar esse racismo explícito? Todos os intelectuais, até os anos 1930, eram racistas. Sem exceção. Aí chega Gilberto Freyre, em 1933, e mostra essa relação, em que a cultura negra passa a ser vista como um dos suportes fundamentais da sociedade brasileira”. INEDITISMOS DE GILBERTO FREYRE “Freyre é mais progressista do que todos os intérpretes, fora o Florestan Fernandes, que vão existir depois dele”, analisa Jessé Souza, que nomeou Gilberto Freyre como o “pai espiritual do Brasil” pela sua contribuição à compreensão fundadora do País. “Freyre criou a imagem que cada um de nós tem na cabeça, inconscientemente, pré-reflexivamente, quando se fala sobre o Brasil. O que me chamou atenção foi a centralidade do tema da escravidão. Ele é o único que põe a escravidão explanando o fundamento da sociedade brasileira”. Para celebrar o marco dos 90 anos da obra, que segue revelando o Brasil, o professor de sociologia Cauby Dantas, da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), coordenou os trabalhos do Núcleo de Estudos Freyreanos para discutir a importância do livro. “O primeiro elemento de contribuição de Casa-Grande & Senzala é a própria operacionalização do conceito de cultura, que ele aprendeu estudando com Franz Boas (antropólogo alemão, considerado o pai da antropologia americana).Além disso, a obra traz muitas outras inovações, como a própria narrativa, com uma linguagem solta, antiacadêmica, em tom ensaístico, e isso é novo”, explica. Assim como Jessé Souza, Cauby ressalta o ineditismo de Freyre ao fazer um movimento inverso ao pensamento majoritário da época sobre a relação entre as raças. “O elogio e a valorização que ele faz da miscigenação também são inéditos", completou. A percepção de Freyre sobre as contribuições dos negros na formação do Brasil, segundo Jessé Souza, provoca uma inibição da visão racista explícita no País, que usará de outros caminhos para se perpetuar nas décadas seguintes. “Quando se proíbe ou se interdita o racismo no espaço público, esse racismo continua. Vai ser usado sob outras mil máscaras”. A continuidade da escravidão e do seu legado é um dos aspectos do Brasil atual que merece ser observado nessa incursão na obra de Freyre. “De que modo a escravidão continua até hoje?”, questiona Jessé Souza. Apesar de não existir pelourinho em praça pública, nem os trabalhadores andarem algemados, ele observa a continuidade dessa relação em vários aspectos do trabalho no País. “As pessoas imaginam que escravidão é aquilo que houve nas fazendas do Rio Grande do Sul. Mas isso é uma cegueira enorme. A escravidão está aí, em todo lugar. Precisamos vê-la. Quando se cria uma classe de pessoas condenadas ao trabalho muscular, você está criando escravos. Como é que o fundamento escravocrata continua até hoje sem mudança? Uma sociedade, assim como um indivíduo, só muda com autocrítica. Se você não se autocriticar, vai continuar com outras máscaras”, completou o sociólogo. Jessé Souza explica que Casa-Grande & Senzala é a obra que explica a gênese da sociedade brasileira, ao relevar não apenas a escravidão, mas ao trazer um aspecto de gênero também. Ele conta que Freyre ressalta a quantidade de mulheres que vêm ao País escravizadas. “Ele vai dizer depois, em Sobrados e Mucambos, que o grande problema do Brasil, mais que o racial, é o de gênero”, destaca. Um passado violento contra as mulheres que continua em vários aspectos disseminado na sociedade brasileira. A variedade de fontes e de temáticas tratados por Freyre, como a vida privada, o cotidiano e o sexo são outros paradigmas quebrados pelo sociólogo. O pesquisador da UFPB conta que

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3 rios 3 comunidades 3 desafios

3 Rios, 3 Comunidades, 3 Desafios

Diante do agravamento dos efeitos das mudanças climáticas, chuvas intensas, secas prolongadas e outras catástrofes naturais são cada vez mais frequentes. Episódios extremos que afetam a todos, mas trazem um drama mais acentuado para as populações que sempre viveram excluídas dos melhores lugares das cidades para se morar. Nesta série de reportagens, o repórter Rafael Dantas mergulhou na realidade das famílias que moram em 3 comunidades ribeirinhas simbólicas às margens dos 3 principais rios da capital pernambucana. Existem respostas em construção para tornar ao menos a cidade do Recife mais resiliente às mudanças climáticas e melhorar a qualidade de vida dessas populações, como o Promorar Recife e o Parque Capibaribe. Em paralelo, um relógio de multiplicação das calamidades deixadas pelas mudanças climáticas no Brasil e no mundo. O projeto 3 Rios, 3 Comunidades, 3 Desafios foi realizado com apoio do Programa Acelerando a Transformação Digital, do ICFJ (International Center for Journalism) e da Meta, tendo mentoria do jornalista Chico Otávio. Nas reportagens, convidamos os fotógrafos Felipe Karnakis (na Vila Arraes, na Várzea, Recife), Midiã Tavares (na Comunidade do Teatra, em Passarinho, Olinda) e Thally Santos (em Coqueiral, Recife) residentes dos bairros onde estão as comunidades abordadas. A edição das reportagens é de Cláudia Santos, o designer de Rivaldo Neto e as capas de Henrique Pereira. apoio LEIA ABAIXO AS REPORTAGENS DA SÉRIE Rio Beberibe: águas que alcançam os invisíveis Rio Tejipió: entre águas, sonhos e pesadelos Rio Capibaribe: dos versos, das vítimas e da visão de futuro GALERIA DE FOTOS CONTEÚDOS EXTRAS “A resolução da habitação e do saneamento pode aliviar a pressão ambiental do Rio Beberibe” EDIÇÕES EM PDF

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Recife, Petrolina e Ipojuca são destaques no ANCITI Awards 2023

O ANCITI Awards 2023, promovido pela Associação Nacional das Cidades Inteligentes, Tecnológicas e Inovadoras (ANCITI), em colaboração com a Bright Cities, destacou três municípios pernambucanos entre os 15 premiados por apresentarem projetos relacionados ao tema "Desafios e Estratégias Inovadoras para Alavancar as Finanças Públicas". Pela segunda vez consecutiva, Recife liderou o ranking nas cidades com mais de 500 mil habitantes. Petrolina e Ipojuca alcançaram o quinto lugar em categorias para cidades de 100 mil a 500 mil moradores e cidades com até 100 mil habitantes, respectivamente. A entrega dos troféus ocorreu durante o Smart Gov Brasil, evento nacional da ANCITI, que visa discutir soluções de inovação e tecnologia na gestão pública para aprimorar a qualidade de vida da população. Para concorrer, os municípios responderam a um questionário com 170 perguntas e apresentaram evidências dos resultados de seus projetos, com a Bright Cities desempenhando papel crucial na execução dessa etapa. Johann Dantas, presidente da ANCITI, celebrou os avanços nas gestões municipais em 2023, destacando a diversidade e a maturidade dos municípios presentes no evento. Ele ressaltou a capacidade das cidades de pequeno e médio porte em investir em tecnologia, transformando a vida dos cidadãos. Além disso, enfatizou a autonomia proporcionada pela tecnologia, permitindo que mesmo municípios menores desenvolvam soluções sem depender de grandes empresas. “No primeiro dia do evento, estiveram aqui municípios que representam essa pluralidade do Brasil. Cidades de pequeno e médio portes têm um grau de maturidade muito claro sobre investimentos na área de tecnologia e a transformação que esse investimento causa na vida do cidadão. O mais interessante é que são cases criados dentro dos próprios municípios. A tecnologia está permitindo que o autodidata, que é aquele que fica na ponta, possa fazer tecnologia sem depender de grandes empresas”. Na categoria de cidades com mais de 500 mil habitantes, além de Recife, outras cidades premiadas incluíram Curitiba, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Recife foi reconhecido como referência global no uso do WhatsApp para fornecer serviços municipais digitais. “A capital pernambucana vem apostando nos processos de inovação aberta e ofertando, cada vez mais, serviços pelo aplicativo Conecta Recife aos seus cidadãos, sendo referência para todo o Brasil. Desde 2022, a prefeitura vem colecionado importantes premiações que reconhecem e selam o trabalho realizado. Agora, é com muita alegria que fechamos 2023 como cidade bicampeã do ANCITI AWARDS”, afirmou o presidente da Empresa Municipal de Informática (Emprel), Bernardo D’Almeida.

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Natal Solidário promove adoção de cartinha de crianças em Pernambuco

O Home Center Ferreira Costa está promovendo mais uma edição do Natal Solidário em suas lojas. Como parte de sua iniciativa de responsabilidade social, a empresa realiza anualmente a arrecadação de brinquedos para crianças em situação de vulnerabilidade. Os clientes podem participar escolhendo uma das cartinhas disponíveis na árvore de Natal, comprando o brinquedo solicitado pela criança e entregando na loja até o dia 17 de dezembro, em todas as filiais do estado de Pernambuco. No Recife, a ação na loja localizada na R. Cônego Barata, 275 – Tamarineira receberá doações para a ONG Lar Maná, beneficiando 27 crianças de 02 a 11 anos. A loja na Av. Mal. Mascarenhas de Morais, 2967 – Imbiribeira beneficiará 99 crianças entre 1 a 6 anos da Casa da Comunidade do CCB SOCIAL Berardo. Em Caruaru, a árvore com as cartinhas está na entrada da loja na Av. dos Estados, 129. Os presentes podem ser entregues na própria loja, beneficiando 50 crianças entre 02 a 12 anos do IMOA – Instituto do Meio Ambiente. Em Garanhuns, a árvore com as cartinhas está na entrada da loja na Av. Santo Antônio, 515 - Centro. Os presentes também podem ser entregues na própria loja, beneficiando 120 crianças entre 02 a 05 anos da Escola Centro de Educação Infantil Professora Maria Vicente de Souza. O Natal Solidário, parte dos projetos sociais da Ferreira Costa, busca promover a solidariedade e proporcionar às crianças carentes uma experiência mais lúdica do Natal. Além disso, os clientes têm a oportunidade de conhecer mais sobre as instituições beneficiadas e se tornarem futuros apoiadores de cada projeto.

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